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Gestão Local do Turismo
Gestão
Os processos de gestão ocorrem em estruturas organizacionais que articulam pessoas, processos, atividades, tarefas e poderes. Quanto maiores são as organizações, mais complexas são essas estruturas.
Gerencialmente, à medida que essas complexidades se ampliam, maiores são as dificuldades de se controlar, num órgão centralizado, as diversas relações entre os diferentes elementos da estrutura com eficiência, eficácia e efetividade.
Esses processos de redistribuição dos poderes nos processos decisórios nas organizações e que possibilitam coordenar as diferentes atividades e recursos para que os objetivos sejam alcançados são denominados de desconcentração e descentralização:
“Descentralização implica redistribuição do poder, uma transferência na alocação das decisões. É, portanto, mexer nos interesses dos grupos de poder, enquanto a desconcentração é a delegação de competência sem deslocamento do poder decisório.
Gestão descentralizada
A gestão do Turismo no Brasil, em virtude da sua complexidade, tem como princípio ser descentralizada, transferindo para as esferas dos Estados e dos municípios parte das responsabilidades e dos poderes de gestão da política pública de turismo no País. Para o Ministério do Turismo (MTur), a descentralização é fundamental para o sucesso da política pública do setor no Brasil.
O PNT estabelece a descentralização como um dos pilares da gestão da política pública Nacional de turismo, e o PNT declara que a política de turismo no Brasil deve ter como um de seus objetivos específicos:
Garantir a continuidade e o fortalecimento da Política Nacional do Turismo e da gestão descentralizada
A gestão descentralizada e participativa é percebida, na gestão turística nacional, como um dos mecanismos necessários para que o Brasil alcance o desenvolvimento econômico sustentável
A descentralização, a gestão participativa e a promoção do Brasil no exterior são fundamentais para que o turismo alcance uma posição ainda mais importante no PIB brasileiro. Potencial para isso não falta.
A descentralização proposta e posta em prática no PNT compreende uma articulação intra e extragovernamental, articulando tanto as três esferas de governo, quanto a sociedade civil e as entidades empresariais:
“A proposta de gestão descentralizada do Plano Nacional de Turismo vem fomentando a consolidação de uma rede de entidades e instituições, em todo o território nacional, envolvendo o poder público nas três esferas de governo, a iniciativa privada e o terceiro setor.”
Essa articulação se realiza através das instâncias de discussão e deliberação da política nacional de turismo que influenciam a formulação, a execução e a avaliação promovida pelos órgãos oficiais de turismo no país (Ministério e Secretarias Estaduais e Municipais):
· Conselho Nacional de Turismo;
· Fórum Nacional de Secretário e Dirigentes Estaduais de Turismo;
· Fóruns ou Conselhos Estaduais de Turismo;
· Instâncias de Governança Regional (Municípios Integrados);
· Colegiado Local de Turismo.
Estrutura de coordenação da gestão descentralizada
As ações da Política Nacional de Turismo estão distribuídas pelas diferentes regiões do país e são articuladas em Fóruns Estaduais e Instâncias de Governança Regional, pois a complexidade das ações de promoção do turismo exige articulação entre os diferentes atores e o planejamento das ações em vários níveis de governo.
Esse modelo descentralizado possibilitou que um número acentuado de atores (organizações e pessoas) participasse das decisões sobre a formulação e sobre a execução da política nacional de turismo.
Regionalização da atividade
A descentralização da política envolve também a regionalização da atividade visando a desconcentrar territorialmente a oferta de produtos e imprimir um novo modelo de qualidade para o turismo nacional. Isso possibilita o desenvolvimento das potencialidades locais e torna a atividade turística um dos motores do desenvolvimento nacional.
Os princípios que orientam o modelo de descentralização da gestão da atividade turística no Brasil são a flexibilidade, a articulação e a mobilização. Assim, busca-se que haja a interiorização do turismo no Brasil, que ainda é muito concentrado no litoral.
O processo de descentralização
Esse processo de descentralização distribui responsabilidades entre os diferentes níveis da federação brasileira. Assim, cabe à União a organização estratégica da atividade e a promoção da marca Brasil no exterior; 
Aos Estados cabe a articulação inter-regional e a realização de atividades de coordenação das ações que envolvam múltiplos municípios;
 Aos municípios cabe a formulação e o desenvolvimento das políticas locais de desenvolvimento da atividade turística em coerência com os objetivos do PNT.
“É fundamental garantir a continuidade e os avanços da Política Nacional, aprofundando e fortalecendo o sistema nacional de gestão descentralizada do turismo, integrado pelo MTur, o Conselho Nacional de Turismo, o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo, os Fóruns ou Conselhos Estaduais de Turismo das 27 UFs, as instâncias de governança instituídas nas diversas regiões turísticas, os municípios turísticos, bem como as instâncias macrorregionais de desenvolvimento do turismo
LIVRO 2
Aos municípios cabe a organização de duas instâncias de organização da atividade turística. O município é o órgão local responsável pelas ações da política pública de turismo e o fórum ou colegiado local de turismo, responsável pela definição da política municipal de turismo e congregando todos os atores interessados no desenvolvimento turístico do município.
A ação do município também se articula na promoção da infraestrutura de apoio à atividade turística, principal legado ao conjunto da cidade às ações voltadas para essa atividade econômica:
"A infraestrutura de apoio ao turismo demanda recursos financeiros de grande valor, sendo estes gerenciados por órgãos públicos não ligados diretamente ao turismo. Nesse sentido, é de fundamental importância uma ação interministerial priorizando as infraestruturas de apoio ao turismo demandadas pelo setor, tanto no âmbito nacional, quanto regional, tendo como foco as regiões turísticas priorizadas. Essa ação inter-setorial deve ser replicada nos estados e nos municípios, buscando inserir a infraestrutura de apoio ao turismo na pauta das prioridades dos diversos setores governamentais.
LIVRO 3
O reconhecimento do papel dos municípios na promoção do turismo no Brasil é anterior ao PNT e teve seu principal momento anterior no PNMT (Programa Nacional de Municipalização do Turismo). Sua história pode ser resumida da seguinte maneira:
“A implementação desse Programa iniciou-se em 99, sob a coordenação da Secretaria de Turismo e Serviços (SETS) pertencente ao, então, Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo. Segundo a SETS, o PNMT teve como principal objetivo ‘a conscientização, sensibilização, estímulo e capacitação dos vários agentes de desenvolvimento componentes da estrutura do município, para que despertassem e reconhecessem a importância e a dimensão do turismo como gerador de emprego e renda, conciliando o crescimento econômico com a preservação e a manutenção do patrimônio ambiental, histórico e de herança cultural, tendo como fim a participação e a gestão da comunidade nas decisões dos seus próprios recursos’
LIVRO 4
Com o Plano Nacional de Turismo (PNT), o PNMT evoluiu para o programa de regionalização do turismo – Roteiros do Brasil, especialmente por ser identificada na avaliação do PNMT a necessidade de articulações microrregionais para a consolidação de destinos turísticos nacionais:
“Ao analisar os impactos produzidos por suas ações, verificou-se que as experiências, apesar de bem sucedidas, permaneceram quase sempre circunscritas às localidades ou microrregiões em que ocorreram, ou seja, essas experiências não se proliferaram nem se disseminaram por regiões vizinhas. Em muitos locais, elas foram encerradas juntamente com o apoio técnico-institucional e financeiroexterno ao município. Observou-se, ainda, uma fragilidade nas organizações sociais causada pelo baixo envolvimento dos atores locais da comunidade. Além disso, em 2002, não havia uma estrutura educacional compatível com as necessidades locais. Tudo isso implicou a exacerbação das necessidades básicas, nos municípios e, em instância governamental, a falta de sustentabilidade técnica das experiências.
Na visão da política pública de turismo, a eficácia da ação municipal numa região de interesse turístico depende de alguns fatores essenciais à Gestão pública, segundo o documento do Programa de Regionalização do Turismo
1. Responsabilidade e eficiência da administração pública municipal para estruturar ou fortalecer a unidade de gestão capaz de coordenar a formulação e a implementação dos Planos Municipais de Turismo Sustentável. Essa gestão deve ser apoiada na participação institucionalizada da população, o que permite a governança das políticas; 
2. Fortalecimento das estruturas sociais e econômicas municipais, de modo a favorecer a organização e a participação das comunidades, a partir do domínio das políticas públicas e dos instrumentos de gestão, e possibilitar a formação de redes de colaboração; 
3. Integração efetiva do município à região turística, para compor a Instância de Governança Regional. Isso permitirá, aos pequenos municípios integrados aos de médio ou grande porte, apoiar e facilitar o encaminhamento e as negociações das demandas, de modo a potencializar a sustentabilidade do desenvolvimento turístico na região. 
Algumas orientações são essenciais para a organização da ação do município no desenvolvimento do turismo local nos marcos do PNT: 
1. Instituir uma estrutura de gestão do turismo, que pode ser uma secretaria municipal, um departamento, uma agência, uma empresa pública ou pelo menos uma assessoria do gabinete do prefeito que terá como objetivo articular intra-regionalmente as ações de turismo e articular-se com a governança regional; 
2. Instituir o colegiado local de turismo, que pode ter a forma de um conselho, um fórum, ou de um comitê que deva estar vinculado (sem subordinação) ao órgão gestor do turismo e deva ser a instância de articulação dos atores locais de interessados no desenvolvimento da atividade turística regional; 
3. Formar uma rede local de colaboração entre os atores para promover a sinergia entre os diferentes serviços e produtos; 
4. Organizar o inventário da oferta turística que resgate, colete, ordene e sistematize os dados da oferta turística local e regional e permita organizar a cadeia produtiva do turismo; 
5. Realizar o Planejamento do Turismo no Município de forma participativa através da articulação entre o órgão gestor, o colegiado e a rede de colaboradores para elaborar o Plano Municipal de Desenvolvimento Sustentável do Turismo; 
6. Implementar, monitorar e avaliar o Plano Municipal de Desenvolvimento Sustentável do Turismo
O Código Mundial de Ética do Turismo da OMT – Organização Mundial de Turismo
Código Mundial de Ética do Turismo
· Membros da OMT, representantes do Turismo mundial reunidos em Assembleia-Geral em Santiago do Chile em 01 de Outubro de 1999
· Reconhecidos pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, na promoção e desenvolvimento do turismo, visando contribuir para a expansão econômica, compreensão internacional, paz, e prosperidade, bem como para o respeito universal e observância dos direitos do homem e liberdades fundamentais, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião
Contribuição do Turismo para Compreensão e respeito mútuo entre homens e sociedade Artigo 1
· Compreensão dos valores éticos, das diversidades religiosas, tradições, práticas culturais de todos os povos
· Conduzir-se em harmonia nos países receptores, observado suas leis e costumes.
· Os receptores devem conhecer e respeitar os visitantes
· Autoridades públicas têm a missão de segurança
· Turistas devem evitar atos criminosos, drogas e armas
· Os turistas visitantes têm de obter informações sobre os países que se propõem a visitar
O turismo, instrumento de desenvolvimento individual e coletivo
Artigo 2
· O turismo, associada ao repouso, diversão, desporto, cultura e natureza deve ser praticado individual e coletivamente
· Devem respeitar a igualdade entre homens, promover direito humanos, especialmente jovens e idosos
· Exploração humana sob todas as formas deve ser combatida
· Viagens religiosas, saúde, educação e intercâmbios devem ser encorajados
O turismo, fator de desenvolvimento sustentável
Artigo 3
· É dever de todos salvaguardar o ambiente e os recursos naturais para crescimento sustentável
· Autoridades devem encorajar a economizar água e energia
· Deve se buscar equilíbrio nos fluxos de turistas para reduzir os impactos ambientais.
· A infraestrutura deve ser concebida para proteger a natureza, a biodiversidade e impor limitações
· Turismo de natureza e o ecoturismo são valorizadas, desde que respeitem a capacidade de carga dos locais turísticos.
O Turismo, fator de aproveitamento e enriquecimento do patrimônio cultural da humanidade
Artigo 4
· Os recursos turísticos pertencem ao patrimônio da humanidade e os locais têm obrigações especiais
· Políticas e atividades respeitarão o patrimônio artístico, arqueológico e cultural. Preservação e restauração dos monumentos, santuários e museus.
· Recursos obtidos pela visitação devem ser revertidos na manutenção
· Permitir a sobrevivência e desenvolvimento de produções culturais, artesanais, bem como folclore
O Turismo, atividade benéfica para os países e para as comunidades de destino
Artigo 5
· As comunidades locais devem participar para obter os benefícios econômicos, sociais e culturais que elas geram na criação de emprego
· As politicas turísticas devem contribuir para melhoria de vida das populações
· Zonas costeiras, insulares, rurais e serranas, em declínio econômico, o turismo poderá ser o seu desenvolvimento
· Os profissionais de turismo e investidores devem observar os impactos previstos nos seus projetos
Obrigações dos agentes de desenvolvimento turístico
Artigo 6
· Os Agentes profissionais do turismo têm por obrigação fornecer aos turistas informação objetiva e sincera sobre destinos, condições de viagem e cláusulas das contratuais
· Os profissionais darão todas assistência em cooperação com autoridades públicas, quanto a segurança, sistema de seguro e indenizações em caso de não cumprimentos dos serviços
· Os governos têm o direito de informar aos turistas as condições difíceis e perigos que possam encontrar sem exageros para não prejudicar os países receptores
· Imprensa especializada em turismo devem fornecer indicações precisas e confiáveis aos turistas
Direito ao Turismo
Artigo 7
· Acesso direto e pessoal à descoberta de riquezas de nosso mundo a todos os habitantes do planeta
· A participação ampla no turismo nacional e internacional de todas as camadas sociais deve ser incentivada
· O direito ao turismo para todos deve ser visto como uma consequência do direito ao descanso e ao tempo livre
· O turismo social permite o acesso da maioria dos cidadãos ao lazer, às viagens e às férias, deverá ser desenvolvido com apoio das autoridades públicas
· O turismo das famílias, dos jovens e estudantes, das pessoas idosas e dos deficientes deverá ser encorajado e facilitado
Liberdade de deslocamento turístico
Artigo 8
· Os turistas e visitantes se beneficiarão da liberdade de circulação, respeitando as leis locais. Sem excesso de formalidades e sem discriminações
· Os turistas deve ter acesso a serviços judiciários, de saúde e livre contato com as autoridades consulares do seu país
· Os turistas tem os mesmos direitos dos cidadãos locais, quanto a confidencialidade dos seus dados pessoais
· O acordos internacionais devem facilitar a obtenção de vistos, formalidades alfandegárias e impostos para aumentar a entrada de turistas internacionais
· Os turistas devem dispor de divisas conversíveis para viagem
Direito dos trabalhadores e dos empresários da indústria turística
Artigo 9
· Atenção especialà Sazonalidade da atividade
· Trabalhadores do turismo devem ter capacitação continuada
· Os empresários e investidores devem ter livre acesso ao turismo com mínimo de restrições legais e administrativas
· As troca de experiências de trabalhadores e empresários de diferentes países devem ser incentivadas
· As empresas multinacionais do turismo devem comprometer-se com o desenvolvimento local
· Relações equilibradas entre empresas dos países emissores e receptores para o desenvolvimento sustentável do turismo
Aplicação dos princípios do Código Mundial de Ética do Turismo
Artigo 10
· Os setores públicos e privados do turismo cooperam na aplicação dos presentes princípios e devem zelar pelo controle da sua efetivação
· Os agentes do turismo reconhecem o papel dos organismos internacionais e da Organização Mundial do Turismo, e das organizações não-governamentais competentes em matéria de promoção e desenvolvimento do turismo, na proteção dos direitos humanos, do meio ambiente e da saúde, respeitando os princípios gerais do Direito Internacional
· Conciliação, litígios e interpretação serão submetidos ao Comitê Mundial de Ética do Turismo

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