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FICHA DESTAQUES 1. NOME COMPLETO DO(A) AUTOR(A) DO FICHAMENTO: Sara Barbosa, Ygor Nogueira, Victória Costa, Auana Karen, Maria Louíse, Elaine Cristina, Lucas D'avila, Natasha Marreiro, Thais Barros e Talita Thomaz. 2. OBRA / ARTIGO / ENSAIO EM FICHAMENTO: LUNARDI, Fabricio Castagna. Entre freios e contrapesos: o poder político que sustenta o controle judicial de constitucionalidade. Pensar: Fortaleza, v. 23, n. 2, abr/jun. 2018. 3. ESPECIFICAÇÃO DO REFERENTE UTILIZADO: Selecionar e destacar 04- quatro- formulações da Obra/Artigo/Ensaio em fichamento, transcrevendo-as literalmente no item 4 desta Ficha, tendo como critério de escolha a sua contribuição para a pesquisa que o(a) acadêmico(a) desenvolverá. 4. DESTAQUES CONFORME O REFERENTE: 4.1 “Entre aplausos, críticas e objeções, o controle judicial de constitucionalidade tem se expandido no contexto constitucional brasileiro. Enquanto alguns constitucionalistas compreendem essa expansão da jurisdição constitucional e do papel da Corte Constitucional como um avanço em termos de proteção de direitos constitucionais, outros veem nela um verdadeiro retrocesso em termos democráticos e de efetividade” (p. 2) 4.2 “Em razão de algumas teses sobejamente ativistas e expansionistas da função judicial, que vem paulatinamente crescendo, tem-se falado muitas vezes – talvez, exageradamente – numa “ditadura do Poder Judiciário”. Oscar Vilhena (2008, p. 59) critica essa expansão da autoridade do Supremo Tribunal Federal em relação aos demais Poderes da República, chamando esse fenômeno de “supremocracia”. Para o autor, a Corte Constitucional brasileira estaria exercendo uma espécie de poder moderador, uma vez que teria o poder de dar a última palavra sobre inúmeras questões de natureza substantiva, por vezes substituindo as escolhas majoritárias. Segundo Vilhena (2008, p. 60), o problema não estaria nas atribuições conferidas ao STF, mas na escala e na natureza das suas intervenções em temas cujas soluções não seriam, ou não deveriam ser, de natureza puramente jurídica ou constitucional.” (p.3) 4.3 “Os constitucionalistas que criticam um modelo forte de judicial review e o ativismo judicial de Cortes Constitucionais comumente afirmam que estas estariam usurpando insidiosamente a competência legislativa do Parlamento, ou decidindo questões de políticas públicas inerentes ao governo. De um lado, a história constitucional tem demonstrado que os Poderes Executivo e Legislativo são suficientemente fortes para decidir politicamente os rumos da nação e, inclusive, para legitimamente limitar os poderes do Judiciário quando este os exorbite, dentro do funcionamento normal de um ordenamento constitucional que adota o sistema de freios e contrapesos. Então, quais razões levariam os Poderes Executivo e Legislativo a tolerar – e, inclusive, em alguns casos, a fomentar – o ativismo judicial e um modelo de controle de constitucionalidade forte das Cortes Constitucionais?”(p. 7) 4.4. "Em primeiro lugar, no Brasil, os Ministros do Supremo Tribunal Federal também são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal. Assim, não é difícil constatar que o Chefe do Executivo historicamente nomeia para esse cargo pessoas com quem possui alguma relação pessoal, ou que têm um perfil consentâneo com a política governamental, ou, mais especificamente, que possuem entendimento na linha das decisões que serão favoráveis à política governamental, ao partido do governo ou aos seus líderes partidários". (p.11) 5. REGISTROS PESSOAIS DO FICHADOR SOBRE OS 4 DESTAQUES SELECIONADOS: 5.1 Importante esse trecho do texto, não somente para expressar o teor do restante do artigo e das abordagens por ele realizadas, como também é um tópico de alta debatibilidade. Muito se tem falado ultimamente acerca do ativismo judiciário exercido pelo STF, especialmente nos últimos anos, ao julgar decisões polêmicas, como a ADO 26 que criminalizou a prática da homotransfobia. A medida, apesar de acertada e necessária, especialmente em prol da garantia da dignidade da pessoa humana e em razão de proteger uma minoria desamparada, acabou por extrapolar o limite do absurdo, eis que somente a lei penal pode criminalizar condutas, consoante o exposto no art. 1º do Código Penal. A inércia e incompetência do Poder Legislativo são os principais responsáveis por isso, eis que as leis repletas de “jabutis” acabam por ser judicializadas com frequência. Deve-se levar em conta que uma das principais reclamações acerca da atuação da Suprema Corte é devido ao seu poder exacerbado, visto que um ministro, não eleito, em decisão monocrática, pode suspender vigência de lei aprovada pelo Congresso Nacional e promulgada pelo Presidente. Voltando ao tema principal, o autor critica, acertadamente, o excesso de poder concentrado na Corte Constitucional, garantindo-a quase um Poder Moderador, aos moldes de Dom Pedro II. O autor destaca defesas e críticas ao sistema de controle de constitucionalidade brasileiro, não de maneira perfunctória, mas sim levando em conta todos os aspectos do porquê de nosso sistema ser assim atualmente, eis que, apesar de não parecer, a Suprema Corte possui uma atuação política, definida desde a aprovação de seus membros à sua composição e em quais situações pode atuar. O autor, ao fim do artigo, destaca que uma maneira de combater a expansão do poder de controle constitucional que se concentra nas mãos da Suprema Corte seria um fortalecimento e maior participação das instituições público-privadas, bem como dos cidadãos no processo de interpretação e implementação constitucional. 5.2 Trazendo à baila uma das maiores críticas contra o exagerado poder do STF, o autor tem como objetivo provocar uma quebra de raciocínio com o que antes estava sendo apresentado ao longo do texto, visando apresentar uma pluralidade de argumentações favoráveis e contrárias à atuação da Suprema Corte. O professor da USP Oscar Vilhena, cujo trecho foi utilizado pelo autor neste parágrafo, é um crítico contumaz da ação da Corte Constitucional, visto que cada vez mais esta vem se desmoralizando, o que poderia acarretar em uma destituição ou mesmo uma tomada de poder do Judiciário pelos militares, como já ocorreu diversas vezes em nossa história: O argumento central de minha coluna é que, se o Supremo não restabelecer a sua autoridade como órgão responsável pela guarda da Constituição, corremos o risco de os militares buscarem retomar o papel moderador, por eles ocupado ao longo de nossa acidentada história republicana (1889-1964) [...]Não é saudável numa democracia constitucional que o comandante do Exército tenha a liberdade de tuitar sobre como deveria o Supremo decidir ou mesmo que o presidente do Supremo Tribunal Federal recrute militares de alta patente para sua assessoria.1 O renomado professor, contudo, desatenta-se ao fato de que o Supremo, por mais tendenciosa ou politizada que seja sua atuação, atua diretamente conforme o que preconiza a Constituição Federal, bem como demais normas infraconstitucionais. A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro em seu art. 4º, por exemplo, prevê que o magistrado pode, quando ocorrer omissão da lei, pode julgar o caso de acordo com a analogia, costumes e princípios gerais do Direito. Tal poder é concedido aos magistrados de todas as instâncias, e quanto aos ministros do Supremo não poderia ser diferente, visto que esses, em especial, dispõem de inúmeros poderes para decidir contrariamente á normatividade, como ADIs, ADOs e outros. 5.3 Com a leitura deste trecho depreende-se a ideia de que os demais poderes estariam permitindo este ativismo judicial por parte do Judiciário, tendo em vista que a história nos mostra que ambos (executivo e legislativo) poderiam muito bem implementar limites a atuação deste. Além disso, o autor adentra na problemática da própria atuação insidiosa do poder judiciário. Todavia, o autor devialevar em consideração que tal ativismo judicial não advém exclusivamente de um interesse político apenas, a tese levantada por ele em partes tem sua devida importância, entretanto, o autor se esquece do fato de que o ativismo judicial brasileiro decorre de um país subdesenvolvido, no qual têm-se uma representatividade desigual no parlamento, somado ao fato de que Legislativo e Executivo se eximem/fogem de assuntos e temáticas necessárias para seu povo. E diante desta ineficácia e pouca agilidade do parlamento brasileiro para resolver as demandas populares, surge a influência da Corte Constitucional, numa tentativa de resolver assuntos e interesses inerentes ao povo, que caso dependesse apenas dos demais poderes careceria de soluções aos seus anseios, em outras palavras seria negligenciado, como já é em várias áreas. De certo, a ideia levantada pelo autor também é algo 1 VIEIRA, Oscar Vilhena. Por que me preocupo com a autoridade do Supremo Tribunal Federal. CONJUR, [s. l.], 11 jan. 2019. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-jan- 11/oscar-vilhena-vieira-me-preocupo-autoridade-stf. Acesso em: 23 jun. 2021. preocupante, tendo em vista que se os políticos são responsáveis por escolher os membros dos tribunais, e os tribunais terem o poder de dizer o que é ou não constitucional, levaria a uma provável manipulação deste poder judiciário pelos demais. 5.4 É importante mencionarmos alguns pré-requisitos necessários para se tornar um ministro do STF, uma das exigências é que a pessoa seja brasileiro nato e tenha idade entre 35 e 65 anos. Não há exigência que a pessoa seja advogado, juiz ou seja formado em direito, mas é preciso que a pessoa siga uma carreira jurídica e tenha notável saber jurídico sobre a área, também é necessário ter uma reputação ilibada, isto é, uma reputação íntegra. Uma coisa interessante é que o cargo de ministro do STF é vitalício, ou seja, é destinado para durar a vida toda, o ministro só perde o cargo por renúncia, aposentadoria compulsória ou impeachment. A nomeação de um ministro do STF tem início com a indicação do Presidente da República, o indicado segue para uma sabatina no Senado, onde seus conhecimentos jurídicos são testados de forma veemente, após isso, o indicado ainda passa por avaliação da Comissão da Constituição e Justiça, que decidirá por voto secreto se o indicado é capacitado suficientemente para o cargo. Após a aprovação do CCJ, o indicado passará pela votação no Senado Federal, para ser aprovado, precisará do voto favorável da maioria absoluta. Depois da aprovação do Senado, o indicado será nomeado pelo Presidente da República, que assinará um decreto de nomeação, publicado no Diário Oficial da União. 6. OUTRAS OBSERVAÇÕES: Nihil. Rio Branco-AC, 21 de junho de 2021.
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