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1 
 
 
 
 
 
 
 
UFRJ 
Compreensão e interpretação de textos. ............................................................................ 1 
Análise de discursos no plano das relações entre linguagem, .......................................... 12 
Comunicação e sociedade. Figuras de linguagem. Elementos da Comunicação. ............. 20 
Variedades linguísticas. .................................................................................................... 45 
Gêneros e tipos textuais. .................................................................................................. 53 
Coesão e coerência textuais. ............................................................................................ 61 
Equivalência e transformação de estruturas. .................................................................... 67 
Relações semânticas. ........................................................................................................ 73 
 Classe e emprego de palavras. ........................................................................................ 86 
Frase, oração e período. Período composto (coordenação e subordinação). ................. 135 
Sintaxe de concordância. ................................................................................................ 155 
Sintaxe de regência. ....................................................................................................... 171 
Colocação pronominal. .................................................................................................... 182 
 Crase. ............................................................................................................................ 189 
Pontuação. ...................................................................................................................... 197 
Acordo ortográfico: ortografia e acentuação gráfica vigentes. .......................................... 206 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1667590 E-book gerado especialmente para JAQUELINE BARBOSA DA CONCEICAO
 
1 
 
 
 
COMPREENSÃO DO TEXTO 
 
Há duas operações diferentes no entendimento de um texto. A primeira é a apreensão, que é a 
captação das relações que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No entanto, ela não é 
suficiente para entender o sentido integral. 
Uma pessoa que conhecesse todas as palavras do texto, mas não conhecesse o universo dos 
discursos, não entenderia o significado do mesmo. Por isso, é preciso colocar o texto dentro do universo 
discursivo a que ele pertence e no interior do qual ganha sentido. 
Alguns teóricos chamam o universo discursivo de “conhecimento de mundo”, mas chamaremos essa 
operação de compreensão. 
E assim teremos: 
 
Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto 
 
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: informativa e de 
reconhecimento. 
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se 
informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, 
passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo. 
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras 
como não, exceto, respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada. 
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia 
do sentido global proposto pelo autor. 
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos 
que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. 
A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. 
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem 
esquerda. 
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira 
clara e resumida. 
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à 
compreensão do texto. 
Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido. O fio deve ser trabalhado com muito 
cuidado para que o trabalho não se perca. O mesmo acontece com o texto. O ato de escrever toma de 
empréstimo uma série de palavras e expressões amarrando, conectando uma palavra uma oração, uma 
ideia à outra. O texto precisa ser coeso e coerente. 
 
Coesão 
 
É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais elementos de coesão são os conectivos, 
vocábulos gramaticais, que estabelecem conexão entre palavras ou partes de uma frase. O texto deve 
ser organizado por nexos adequados, com sequência de ideias encadeadas logicamente, evitando frases 
e períodos desconexos. 
Para perceber a falta de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, procurando 
estabelecer as possíveis relações entre palavras que formam a oração e as orações que formam o 
período e, finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um texto bem trabalhado sintática e 
semanticamente resultam num texto coeso. 
 
Coerência 
 
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja, 
ela é que faz com que o texto tenha sentido para quem lê. Na avaliação da coerência será levado em 
conta o tipo de texto. 
Compreensão e interpretação de textos. 
 
1667590 E-book gerado especialmente para JAQUELINE BARBOSA DA CONCEICAO
 
2 
 
Em um texto dissertativo, será avaliada a capacidade de relacionar os argumentos e de organizá-los 
de forma a extrair deles conclusões apropriadas; num texto narrativo, será avaliada sua capacidade de 
construir personagens e de relacionar ações e motivações. 
 
Tipos de Composição 
 
Descrição 
É representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos 
característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que 
vai ser descrito um modelo inconfundível. 
Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma 
impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por 
isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. 
 
Narração 
É um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: 
personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da 
descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. 
 
DissertaçãoÉ apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é 
estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar 
e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação 
argumentativa, mais brilhante será o desempenho. 
 
Sentidos dos Textos 
 
Sentidos Próprio e Figurado 
Geralmente os exemplos de tais ocorrências são metáforas. Assim, em “Maria é uma flor” diz-se que 
“flor” tem um sentido próprio e um sentido figurado. 
O sentido próprio é o mesmo do enunciado: “parte do vegetal que gera a semente”. 
O sentido figurado é o mesmo de “Maria, mulher bela, etc.” 
O sentido próprio, na acepção tradicional não é próprio ao contexto, mas ao termo. 
O sentido tradicionalmente dito próprio sempre corresponde ao que definimos aqui como sentido 
imediato do enunciado. Além disso, alguns autores o julgam como sendo o sentido preferencial, o que 
comumente ocorre. 
O sentido dito figurado é o do enunciado que substitui a metáfora, e que em leitura imediata leva à 
mesma mensagem que se obtém pela decifração da metáfora. 
 
Sentido Imediato 
É o que resulta de uma leitura imediata que, com certa reserva, poderia ser chamada de leitura ingênua 
ou leitura de máquina de ler. É aquela em que se supõe a existência de uma série de premissas que 
restringem a decodificação, tais como: 
- as frases seguem modelos completos de oração da língua; 
- discurso lógico; 
- se a forma usada no discurso é a mesma usada para estabelecer identidades lógicas ou atribuições, 
então, tem-se, respectivamente, identidade lógica e atribuição; 
- significados encontrados no dicionário; 
- existe concordância entre termos sintáticos; 
- abstrai-se a conotação; 
- supõe-se que não há anomalias linguísticas; 
- abstrai-se o gestual, o entoativo e editorial enquanto modificadores do código linguístico; 
- supõe-se pertinência ao contexto; 
- abstrai-se icônicas (é a associação harmoniosa entre os efeitos suscitados pela observação do 
significante e seu significado. Essa associação pode derivar de uma relação de semelhança ou de 
contiguidade); 
- abstrai-se alegorias, ironias, paráfrases, trocadilhos, etc.; 
- não se concebe a existência de locuções e frases feitas; 
- supõe-se que o uso do discurso é comunicativo; 
1667590 E-book gerado especialmente para JAQUELINE BARBOSA DA CONCEICAO
 
3 
 
- abstrai-se o uso expressivo, cerimonial. 
 
Admitindo essas premissas, o discurso será indecifrável, ininteligível ou compreendido parcialmente. 
Na verdade, não existe o leitor absolutamente ingênuo, que se comporte como uma máquina de ler, o 
que faz do conceito de leitura imediata apenas um pressuposto metodológico. 
O que existe são ocorrências eventuais que se aproximam de uma leitura imediata, como quando 
alguém toma o sentido literal pelo figurado, quando não capta uma ironia ou fica perplexo diante de um 
oxímoro. 
Há quem chame o discurso que admite leitura imediata de grau zero da escritura, identificando-a como 
uma forma mais primitiva de expressão. Esse grau zero não tem realidade, é apenas um pressuposto. Os 
recursos de retórica são anteriores a ele. 
 
Sentido Preferencial 
Para compreender o sentido preferencial é preciso conceber o enunciado descontextualizado ou em 
contexto de dicionário. Quando um enunciado é realizado em contexto muito rarefeito, como é o contexto 
em que se encontra uma palavra no dicionário, dizemos que ela está descontextualizada. 
Nesta situação, o sentido preferencial é o que, na média, primeiro se impõe para o enunciado. Óbvio, 
o sentido que primeiro se impõe para um receptor pode não ser o mesmo para outro. Por isso a definição 
tem de considerar o resultado médio, o que não impede que pela necessidade momentânea 
consideremos o significado preferencial para dado indivíduo. 
Algumas regularidades podem ser observadas nos significados preferenciais. Por exemplo: o sentido 
preferencial da palavra porco costuma ser: “animal criado em granja para abate”, e nunca o de “indivíduo 
sem higiene”. 
Em outras palavras, geralmente o sentido que admite leitura imediata se impõe sobre o que teve origem 
em processos metafóricos, alegóricos, metonímicos. Mas esta regra não é geral. Vejamos o seguinte 
exemplo: “Um caminhão de cimento”. O sentido preferencial para a frase dada é o mesmo de “caminhão 
carregado com cimento” e não o de “caminhão construído com cimento”. 
Neste caso o sentido preferencial é o metonímico, o que contrapõe a tese que diz que o sentido 
“figurado” não é o “primeiro significado da palavra”. Também é comum o sentido mais usado se impor 
sobre o menos usado. 
Para certos termos é difícil estabelecer o sentido preferencial. Um exemplo: Qual o sentido preferencial 
de manga? O de fruto ou de uma parte da roupa? 
 
Questões 
 
01. (TRF 5ª Região - Técnico Judiciário - FCC) Há falta de coesão e de coerência na frase: 
(A) Nem sempre os livros mais vendidos são, efetivamente, os mais lidos: há quem os compre para 
exibi-los na estante. 
(B) Aquele romance, apesar de ter sido premiado pela academia e bem recebido pelo público, não 
chegou a impressionar os críticos dos jornais. 
(C) Se o sucesso daquele romance deveu-se, sobretudo, à resposta do público, razão pela qual a 
maior parte dos críticos também o teriam apreciado. 
(D) Há livros que compramos não porque nos sejam imediatamente úteis, mas porque imaginamos o 
quanto poderão nos valer num futuro próximo. 
(E) A distribuição dos livros numa biblioteca frequentemente indica aqueles pelos quais o dono tem 
predileção. 
 
02. (ALERJ - Especialista Legislativo - FGV/2017) 
 
Comunicação Política na Suíça 
 
Os cidadãos suíços são convocados a se pronunciar periodicamente, de quatro a cinco vezes por ano 
aproximadamente, sobre um total de quinze temas da atualidade política. Além de cada uma dessas 
votações populares, os cidadãos são convidados a dar suas opiniões (votando simplesmente sim ou não) 
sobre três ou quatro problemas de interesse nacional, aos quais se acrescentam alguns tópicos especiais 
dos cantões e das comunas. Esse sistema repousa sobre a iniciativa popular e sobre o referendum, que 
permitem a uma minoria, respectivamente 100.000 cidadãos, no caso da iniciativa popular, e 50.000, no 
caso do referendum, obrigar o conjunto do país a se interessar sobre o que a preocupa. 
(Argumentação, Hermès. Paris: CNRS Edições. 2011, p. 58) 
1667590 E-book gerado especialmente para JAQUELINE BARBOSA DA CONCEICAO
 
4 
 
O texto abaixo que carece de coerência é: 
(A) “Democracia é como nadar. Aprende-se praticando”. (Abdel-Hadi) 
(B) “Todo político em busca de reeleição é um animal perigoso”. (Sanguinetti) 
(C) “A maior contribuição que alguns políticos podem dar ao país é perder as eleições”. (Ciro Pellicano) 
(D) “A ânsia de salvar a humanidade é quase sempre um disfarce para a ânsia de governá-la”. 
(Mencken) 
(E) “Um político honesto é aquele que, quando comprado, permanece comprado”. (Simon Cameron) 
 
03. (Pref. de Teresina/PI - Professor Português - NUCEPE/2016) 
 
SCHULZ, Charles M. Ser cachorro é um trabalho 
De tempo integral. São Paulo, Conrad, 2004. 
 
O quarto quadrinho do texto apresenta o conectivo mas, que normalmente opõe duas ideias contrárias. 
Esse recurso linguístico como fator de textualidade realiza uma 
(A) coesão referencial. 
(B) coerência argumentativa. 
(C) coesão sequencial. 
(D) coerência narrativa. 
(E) contiguidade. 
 
04. (TJ/SP - Agente de Fiscalização Judiciária - VUNESP) No fim da década de 90, atormentado 
pelos chás de cadeira que enfrentou no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes 
cidades de 31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A conclusão 
foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasados - do ponto de vista temporal, bem entendido - 
do mundo. Foram analisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada distânciaa pé no 
centro da cidade, o número de relógios corretamente ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros 
pontuaram muito mal nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. 
O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as oito últimas posições no ranking 
são ocupadas por países pobres. 
O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços culturais de um país. "Nos 
Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, 
em comparação, dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos", diz 
o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por exemplo, revelou que a maioria considera 
aceitável que um convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversário. 
Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexíveis com os horários porque a 
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5 
 
infraestrutura não ajuda. Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte 
público? 
(Veja, 02.12.2009) 
 
Há emprego do sentido figurado das palavras em: 
(A) os brasileiros estão entre os povos mais atrasados. 
(B) No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. 
(C) Os brasileiros dão mais importância às relações sociais. 
(D) Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo. 
(E) não se pode confiar no serviço público? 
 
 05. (IF/GO - Auxiliar em Administração - CS/UFG) 
 
Sua excelência, o leitor 
 
Os livros vivem fechados, capa contra capa, esmagados na estante, às vezes durante décadas - é 
preciso arrancá-los de lá e abri-los para ver o que têm dentro [...]. Já o jornal são folhas escancaradas ao 
mundo, que gritam para ser lidas desde a primeira página. As mãos do texto puxam o leitor pelo colarinho 
em cada linha, porque tudo é feito diretamente para ele. O jornal do dia sabe que tem vida curta e ofegante 
e depende desse arisco, indócil, que segura as páginas amassando-as, dobrando-as, às vezes 
indiferente, passando adiante, largando no chão cadernos inteiros, às vezes recortando com a tesoura 
alguma coisa que o agrada ou o anúncio classificado. Súbito diz em voz alta, ao ler uma notícia grave, 
"Que absurdo!", como quem conversa. O jornal se retalha entre dois, três, quatro leitores, cada um com 
um caderno, já de olho no outro, enquanto bebem café. Nas salas de espera, o jornal é cruelmente 
dilacerado. Ao contrário do escritor, que se esconde, o cronista vive numa agitada reunião social entre 
textos - todos falam em voz alta ao mesmo tempo, disputam ávidos o olhar do leitor, que logo vira a 
página, e silenciamos no papel. Renascemos amanhã. 
TEZZA, Cristóvão. Disponível em:imagem-010.jpg Acesso em: 19 fev. 2014. (Adaptado). 
 
Qual das expressões abaixo está empregada em sentido figurado? 
(A) “gritam para ser lidas” 
(B) “capa contra capa” 
(C) “logo viram a página” 
(D) “enquanto bebem café” 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.E / 03.C / 04.D /05.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
É possível a construção da frase com o “então” substituindo, “razão pela qual”, dando um caráter de 
conclusão na frase e não apenas uma justificativa. 
 
02. Resposta. E 
Um político sendo comprado, já é indício que ele não é honesto. Faltou a coerência neste argumento. 
 
03. Resposta: C 
A coesão sequencial sempre estabelece por meio dos conectivos uma relação entre as frases e seus 
sentidos, ligando-as. 
 
04. Resposta: D 
A alternativa D foi utilizada uma metáfora. Linguagem conotativa, o seu significado foi ampliado para 
sugerir que o trânsito é algo difícil a ponto de ser um pesadelo. 
 
05. Resposta: A 
A alternativa tem a frase “gritam para ser lidas” associada as folhas de jornais. A linguagem é figurada 
devido ao fato de as folhas de jornal gritarem, folhas de jornais não gritam e nem falam. A característica 
da figura de linguagem pode ser também algo anormal ao senso comum. 
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6 
 
INTERPRETAÇÃO 
 
Cada vez mais, é comprovada a dificuldade dos estudantes, de qualquer idade, e para qualquer 
finalidade de compreender o que se pede em textos, e também dos enunciados. Qual a importância de 
entender um texto? 
Para se compreender um texto precisa entender o que um texto não é conforme diz Platão e Fiorin: 
 
“Não é amontoando os ingredientes que se prepara uma receita; assim também não é superpondo 
frases que se constrói um texto”.1 
 
Ou seja, um texto não é um aglomerado de frases, ele tem um começo, meio, fim, uma mensagem a 
transmitir, tem coerência, e cada frase faz parte de um todo. 
Na verdade, o texto pode ser a questão em si, a leitura que fazemos antes de resolver o exercício. E 
como é possível cometer um erro numa simples leitura de enunciado? Mais fácil de acontecer do que se 
imagina. Se na hora da leitura, deixamos de prestar atenção numa só palavra, como um “não”, já muda 
a interpretação. Veja a diferença: 
Qual opção abaixo não pertence ao grupo? 
Qual opção abaixo pertence ao grupo? 
 
Isso já muda totalmente a questão, e se o leitor está desatento, vai marcar a primeira opção que 
encontrar correta. Pode parecer exagero pelo exemplo dado, mas tenha certeza que isso acontece mais 
do que imaginamos, ainda mais na pressão da prova, tempo curto e muitas questões. 
Partindo desse princípio, se podemos errar num simples enunciado, que é um texto curto, imagine os 
erros que podemos cometer ao ler um texto maior, sem prestar devida atenção aos detalhes. É por isso 
que é preciso melhorar a capacidade de leitura e compreensão. 
 
Texto: conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz 
de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). 
 
Contexto: um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há certa informação que a 
faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser 
transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases 
é tão grande, que se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá 
ter um significado diferente daquele inicial. O contexto pode ser entendido como unidade linguística maior 
onde se encaixa uma unidade linguística menor.2 
 
Intertexto: quando um texto retoma outro, constrói-se com base em outro. 
 
Intertextualidade: é exatamente a relação entre dois textos. 
 
Interpretação de Texto: o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua 
ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações 
ou explicações que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. 
 
Normalmente, numa prova o candidato é convidado a: 
Identificar: reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma 
época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 
Comparar: descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 
Comentar: relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 
Resumir: concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 
Parafrasear: reescrever o texto com outras palavras. Exemplo: 
 
Título do Texto Paráfrases 
“O Homem Unido” 
A integração do mundo. 
A integração da humanidade. 
A união do homem. 
 
1 PLATÃO, Fiorin, Lições sobre o texto. Ática 2011. 
2 PLATÂO, Fiorin, Para entender o texto, Ática, 1990. 
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7 
 
Homem + Homem = Mundo. 
A macacada se uniu. (sátira) 
 
Condições Básicas para Interpretar 
 
Faz-se necessário: 
- Conhecimento histórico/literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática. 
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidadesdo texto) e semântico. Na semântica (significado 
das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, 
polissemia, figuras de linguagem, entre outros. 
- Capacidade de observação e de síntese. 
- Capacidade de raciocínio. 
 
Interpretar X Compreender 
 
Interpretar significa Compreender significa 
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, 
deduzir. 
Tipos de enunciados: 
- através do texto, infere-se que... 
- é possível deduzir que... 
- o autor permite concluir que... 
- qual é a intenção do autor ao afirmar que... 
Intelecção, entendimento, atenção ao que realmente 
está escrito. 
Tipos de enunciados: 
- o texto diz que... 
- é sugerido pelo autor que... 
- de acordo com o texto, é correta ou errada a 
afirmação... 
- o narrador afirma... 
 
Erros de Interpretação 
 
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes 
são: 
Extrapolação (viagem): ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no 
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. 
Redução: é o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que o texto 
é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. 
Contradição: não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões 
equivocadas e, consequentemente, errando a questão. 
 
Atenção: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas 
numa prova de concurso o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. 
 
Coesão 
É o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre 
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (nexos), 
ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. 
São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do 
pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode 
esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, um valor semântico, por isso a 
necessidade de adequação ao antecedente. 
 
Vícios de Linguagem 
Há os vícios de linguagem clássicos (barbarismo, solecismo, cacofonia); no dia a dia, porém, existem 
expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito cometem-se erros graves como: 
- “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de morte. 
- “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o pronome oblíquo átono correto é “o”. 
- “No bar: me vê um café”. Erro de posição do pronome, que deveria vir após o verbo (vê-me). 
 
 
 
 
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Algumas dicas para Interpretar um Texto 
 
- Leia bastante textos de diversas áreas, assuntos distintos nos trazem diferentes formas de pensar. 
Leia textos de bom nível. 
- Pratique com exercícios de interpretação. Questões simples, mas que nos ajuda a ter certeza que 
estamos prestando atenção na leitura. 
- Cuidado com o “olho ninja”, aquele que quando damos conta, já está no final da página, e nem 
lembramos o que lemos no meio dela. Talvez seja hora de descansar um pouco, ou voltar a leitura num 
ponto que estávamos prestando atenção, e reler. 
- Ative seu conhecimento prévio antes de iniciar o texto. Qualquer informação, mínima que seja, nos 
ajuda a compreender melhor o assunto do texto. 
- Faça uma primeira leitura superficial, para identificar a ideia central do texto, e assim, levantar 
hipóteses e saber sobre o que se fala. 
- Leia as questões antes de fazer uma segunda leitura mais detalhada. Assim, você economiza tempo 
se no meio da leitura identificar uma possível resposta. 
- Preste atenção nas informações não verbais. Tudo que vem junto com o texto, é para ser usado ao 
seu favor. Por isso, imagens, gráficos, tabelas, etc., servem para facilitar nossa leitura. 
- Use o texto. Rabisque, anote, grife, circule... enfim, procure a melhor forma para você, pois cada um 
tem seu jeito de resumir e pontuar melhor os assuntos de um texto. 
 
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar palavras novas, e procurar seu significado 
para aumentar seu vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma distração, 
mas também um aprendizado. 
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compreensão do texto e ajudar a aprovação, 
ela também estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nosso foco, cria 
perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de 
memória. 
 
Organização do Texto e Ideia Central 
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos 
parágrafos, composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. 
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da 
margem esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central 
extraída de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, 
asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto. 
 
Exemplos: 
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos 
latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da 
indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. 
Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos 
canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-
se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. 
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes) 
 
Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram: 
(A) os portugueses. 
(B) os negros. 
(C) os índios. 
(D) tanto os índios quanto aos negros. 
(E) a miscigenação de portugueses e índios. 
(Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.) 
 
Resposta “C”. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas 
características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto. 
 
- Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir: 
(1) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes. 
(2) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes. 
(3) Os alunos dedicados passaram no vestibular. 
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(4) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular. 
(5) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi. 
(6) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi. 
 
Explicações: 
(1) Diego fez sozinho o trabalho de artes. 
(2) Apenas o Diego fez o trabalho de artes. 
(3) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não dedicados e passaram no vestibular somente os que 
se dedicaram, restringindo o grupo de alunos. 
(4) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados. 
(5) Marcão é chamado para cantar. 
(6) Marcão pratica a ação de cantar. 
 
Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele: 
“Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescentes com hormônios em ebulição e 
com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação 
comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor.” 
 
Frase para análise. 
Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande 
desafio do professor moderno. 
 
- Não é mencionado que a escola seja da rede privada. 
- O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistério. Outra 
questão é que o grande desafio nãoé só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há 
também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério. 
 
- Atenção ao uso da paráfrase (reescrita do texto sem prejuízo do sentido original). 
- A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas: substituição de locuções por 
palavras; uso de sinônimos; mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; converter a voz ativa 
para a passiva; emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano 
= portugueses). 
 
Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases. Exemplos: 
- Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores. 
- Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores. 
- Os alunos determinados pediram ajuda aos professores. 
- Determinados alunos pediram ajuda aos professores. 
 
Explicações: 
- Certos alunos = qualquer aluno. 
- Alunos certos = aluno correto. 
- Alunos determinados = alunos decididos. 
- Determinados alunos = qualquer aluno. 
 
Questões 
 
01. (TRE/GO - Analista Judiciário - CESPE) A ciência moderna teve de lutar com um inimigo 
poderoso: os monopólios de interpretação, fossem eles a religião, o estado, a família ou o partido. Foi 
uma luta travada com enorme êxito e cujos resultados positivos vão ser indispensáveis para criar um 
conhecimento emancipatório pós-moderno. O fim dos monopólios de interpretação é um bem absoluto da 
humanidade. 
No entanto, como a ciência moderna colonizou as outras formas de racionalidade, destruindo assim, 
o equilíbrio dinâmico entre regulação e emancipação, em detrimento desta, o êxito da luta contra os 
monopólios de interpretação acabou por dar lugar a um novo inimigo, tão temível quanto o anterior, e que 
a ciência moderna não podia senão ignorar: a renúncia à interpretação, paradigmaticamente patente no 
utopismo automático da tecnologia e também na ideologia e na prática consumistas. 
 
 
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Depreende-se da argumentação do texto que 
(A) a criação de um conhecimento pós-moderno apoia-se na utopia da ideologia e da prática 
consumista. 
(B) tanto uma interpretação monopolizada quanto a falta de interpretação são prejudiciais à 
humanidade. 
(C) tanto a ciência moderna quanto outras formas de racionalidade prejudicaram a luta contra os 
monopólios de interpretação. 
(D) o fim dos monopólios de interpretação teve como uma de suas consequências o enfraquecimento 
da religião, do Estado, da família e dos partidos. 
 
02. (CFP - Técnico em Informática - Quadrix) 
 
 
 
Sobre a interpretação dos quadrinhos, assinale a alternativa correta. 
(A) Os quadrinhos não causariam o riso, independentemente do perfil do leitor e da leitura realizada. 
(B) Depois de o marido afirmar ser estéril, não seria possível de maneira alguma a mulher estar grávida. 
(C) Na verdade, pode-se concluir que a mulher mentiu para o marido em relação à gravidez, querendo 
apenas assustá-lo. 
(D) As imagens em nada se relacionam ao texto dos quadrinhos. 
(E) No primeiro quadrinho, a maneira de falar e as imagens mostram que a mulher imaginou que daria 
uma boa notícia ao marido. 
 
03. (MPE/ES - Promotor de Justiça Substituto - FAPEC) 
 
A arte de ser feliz 
Cecília Meireles 
 
Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. 
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. 
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. 
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas 
gotas de água sobre as plantas. 
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, pra que o jardim não morresse. 
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros 
e meu coração ficava completamente feliz. 
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. 
Outras vezes encontro nuvens espessas. 
Avisto crianças que vão para a escola. 
Pardais que pulam pelo muro. 
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. 
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. 
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. 
Às vezes, um galo canta. 
Às vezes, um avião passa. 
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. 
E eu me sinto completamente feliz. 
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que 
essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é 
preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. 
Glossário: Félix Lope de Vega y Carpio 
 
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A partir da leitura e interpretação do texto acima, assinale a alternativa correta: 
(A) O texto apresenta o modo descritivo-narrativo, trazendo como uma de suas mensagens a ideia de 
que o ser humano precisa aprender a ver com olhos conscientes para poder captar a realidade em sua 
plenitude. 
(B) O texto apresenta o modo dissertativo-argumentativo, porque está baseado na defesa de uma ideia 
visando convencer o leitor de que as pessoas precisam enxergar as coisas e fatos mais singelos do 
cotidiano para alcançar a felicidade. 
(C) O texto apresenta somente o modo narrativo, trazendo a ideia de que todos devem ter uma só 
visão sobre o mundo. 
(D) O texto apresenta somente o modo injuntivo ou instrucional, pois objetiva, sobretudo, trazer 
explicações sobre a visão do ser humano, sem a finalidade de convencer o leitor por meio de argumentos. 
(E) O texto apresenta somente o modo descritivo ao fazer o retrato minucioso escrito de um lugar, uma 
cena, uma pessoa e alguns animais, identificados como “pequenas felicidades certas”. 
 
04. (Pref. São José/PR - Agente Administrativo - FAUEL/2017) 
 
Cassini faz primeiro mergulho entre Saturno e seus anéis; cientistas esperam dados de 
qualidade inédita. 
 
Após 13 anos em órbita, a sonda CassiniHuygens já está enviando informações para a Terra após ter 
feito seu primeiro “mergulho” entre os anéis de Saturno - são 22 planejados para os próximos cinco 
meses. 
A Cassini começou a executar a manobra - considerada difícil e delicada - na última quarta-feira e 
restabeleceu contato com a Nasa (agência espacial americana) na manhã desta quinta. A sonda se 
movimenta a 110 mil km/h, tão rapidamente que qualquer colisão com outros objetos - mesmo partículas 
de terra ou gelo - poderia provocar danos. 
Um objetivo central é determinar a massa e, portanto, a idade dos anéis - formados, acredita-se, por 
gelo e água. Quanto maior a massa, mais velhos eles podem ser, talvez tão antigos quanto Saturno. Os 
cientistas pretendem descobrir isso ao estudar como a velocidade da sonda é alterada enquanto ela voa 
entre os campos gravitacionais gerados pelo planeta e pelas faixas de gelo que giram em torno dele. 
Fragmento do texto publicado no site da BBC Brasil, por Jonathan Amos, correspondente de Ciência da BBC, dia 27 de abril de 2017. 
 
Quanto ao gênero e interpretação do texto, é CORRETO afirmar que se trata de um trecho de: 
(A) uma biografia dos cientistas Cassini e Huygens. 
(B) uma notícia sobre um avanço científico. 
(C) uma reportagem política sobre a Nasa. 
(D) um artigo científico sobre velocidade. 
(E) um texto acadêmico sobre a Via Láctea. 
 
05. (CREF 12ª Região - Assistente Administrativo - QUADRIX) 
 
 
 
 
A interpretação da tirinha, de uma maneira global, permite compreender que: 
(A) As razões pelas quais Ágatha troca Gaturro por um novo namorado são puramente sentimentais. 
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(B) Ágatha não consegue apresentar quaisquer razões para ter trocado de namorado. 
(C) Ágatha e Gaturro continuam sendo namorados, apesar de ela afirmar o contrário. 
(D) À medida que Ágatha apresenta suas razões, Gaturro se sente mais e mais humilhado,sentimento 
que tem seu ápice nos dois últimos quadrinhos. 
(E) A relação entre Ágatha e Gaturro sempre foi conturbada, o que se pode comprovar pelas feições 
alternadas de Gato Viga ao longo do desenrolar dos fatos. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.E / 03.A / 04.B / 05.D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
O texto argumenta a dificuldade que a ciência moderna teve em relação a quebrar paradigmas 
estabelecidos, que existe um monopólio de interpretação e que este somente pode ser prejudicial não 
permitindo outras formas de interpretação. 
 
02. Resposta: E 
Em relação as quadrinhos é necessário para uma boa interpretação, prestar atenção nos desenhos e 
na linguagem. No primeiro quadrinho a esposa realmente com um rosto feliz pensa que sua fala será 
impactante e alegre para o seu marido. 
 
03. Resposta: A 
O modo descritivo-narrativo se apresenta no texto, uma vez que existe a descrição de um personagem 
que molha as plantas, e uma narrativa ao mesmo tempo, a descrição é bem sucinta, ou seja, bem rápida 
e leve. 
 
04. Resposta: B 
O texto expõe claramente um tema sobre avanço científico, sobre a sonda que faz 13 anos está em 
órbita enviando informações para a terra. 
 
05. Resposta: D 
Sim, à medida que Ágatha vai mencionando partes do corpo do seu novo namorado, o Gaturro chega 
à conclusão que é melhor inverter o discurso, para não precisar ouvir mais qualidades do seu novo 
namorado, e suas expressões evidenciam isso claramente. 
 
 
 
DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE 
 
Num texto, as personagens falam, conversam entre si, expõem ideias. Quando o narrador conta o que 
elas disseram, insere na narrativa uma fala que não é de sua autoria, cita o discurso alheio. Há três 
maneiras principais de reproduzir a fala das personagens: o discurso direto, o discurso indireto e o 
discurso indireto livre. 
 
Discurso Direto 
 
“Longe do olhos...” 
 
- Meu pai! Disse João Aguiar com um tom de ressentimento que fez pasmar o comendador. 
- Que é? Perguntou este. 
João Aguiar não respondeu. O comendador arrugou a testa e interrogou o roto mudo do filho. Não leu, 
mas adivinhou alguma coisa desastrosa; desastrosa, entenda-se, para os cálculos conjunto-políticos ou 
políticos-conjugais, como melhor nome haja. 
- Dar-se-á caso que... começou a dizer comendador. 
Análise de discursos no plano das relações entre linguagem 
 
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13 
 
- Que eu namore? Interrompeu galhofeiramente o filho. 
Machado de Assis. Contos. 26ª Ed. São Paulo, Ática, 2002, p. 43. 
 
O narrador introduz a fala das personagens, um pai e um filho, e, em seguida, como quem passa a 
palavra a elas e as deixa falar. Vemos que as partes introdutórias pertencem ao narrador (por exemplo, 
disse João Aguiar com um tom de ressentimento que faz pasmar o comendador) e as falas, às 
personagens, (por exemplo, Meu pai!). 
O discurso direto é o expediente de citação do discurso alheio pela qual o narrador introduz o discurso 
do outro e, depois, reproduz literalmente a fala dele. 
 
As marcas do discurso direto são: 
- A fala das personagens é, de princípio, anunciada por um verbo (disse e interrompeu no caso do filho 
e perguntou e começou a dizer no caso do pai) denominado “verbo de dizer” (como: recrutar, retorquir, 
afirmar, declarar e outros do mesmo tipo), que pode vir antes, no meio ou depois da fala das personagens 
(no nosso caso, veio depois); 
- A fala das personagens aparece nitidamente separada da fala do narrador, por aspas, dois pontos, 
travessão ou vírgula; 
- Os pronomes pessoais, os tempos verbais e as palavras que indicam espaço e tempo (por exemplo, 
pronomes demonstrativos e advérbios de lugar e de tempo) são usados em relação à pessoa da 
personagem, ao momento em que ela fala diz “eu”, o espaço em que ela se encontra é o aqui e o tempo 
em que fala é o agora. 
 
Discurso Indireto 
 
Observemos um fragmento do mesmo conto de Machado de Assis: 
 
“Um dia, Serafina recebeu uma carta de Tavares dizendo-lhe que não voltaria mais à casa de seu pai, 
por este lhe haver mostrado má cara nas últimas vezes que ele lá estivera.” 
Idem. Ibidem, p. 48. 
 
Nesse caso o narrador para citar que Tavares disse a Serafina, usa o outro procedimento: não reproduz 
literalmente as palavras de Tavares, mas comunica, com suas palavras, o que a personagem diz. A fala 
de Tavares não chega ao leitor diretamente, mas por via indireta, isto é, por meio das palavras do 
narrador. Por essa razão, esse expediente é chamado discurso indireto. 
 
As principais marcas do discurso indireto são: 
- As falas das personagens também vêm introduzidas por um verbo de dizer; 
- As falas das personagens constituem oração subordinada substantiva objetiva direta do verbo de 
dizer e, portanto, são separadas da fala do narrador por uma partícula introdutória normalmente “que” ou 
“se”; 
- Os pronomes pessoais, os tempos verbais e as palavras que indicam espaço e tempo (como 
pronomes demonstrativos e advérbios de lugar e de tempo) são usados em relação ao narrador, ao 
momento em que ele fala e ao espaço em que está. 
 
Passagem do Discurso Direto para o Discurso Indireto 
 
Pedro disse: 
- Eu estarei aqui amanhã. 
 
No discurso direto, o personagem Pedro diz “eu”; o “aqui” é o lugar em que a personagem está; 
“amanhã” é o dia seguinte ao que ele fala. Se passarmos essa frase para o discurso indireto ficará assim: 
 
Pedro disse que estaria lá no dia seguinte. 
 
No discurso indireto, o “eu” passa a ele porque há alguém de quem o narrador fala; estaria é futuro do 
pretérito: é um tempo relacionado ao pretérito da fala do narrador (disse), e não ao presente da fala do 
personagem, como estarei; lá é o espaço em que a personagem (e não o narrador) havia de estar; no dia 
seguinte é o dia que vem após o momento da fala da personagem designada por ele. 
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Na passagem do discurso direto para o indireto, deve-se observar as frases que no discurso direto tem 
as formas interrogativas, exclamativa ou imperativa. Elas convertem-se, no discurso indireto, em orações 
declarativas. 
 
Ela me perguntou: quem está aí? 
Ela me perguntou quem estava lá. 
 
As interjeições e os vocativos do discurso direto desaparecem no discurso indireto ou tem seu valor 
semântico explicitado, isto é, traduz-se o significado que elas expressam. 
 
O papagaio disse: Oh! Lá vem a raposa. 
O papagaio disse admirado (explicitação do valor semântico da interjeição oh!) que ao longe vinha 
a raposa. 
 
Se o discurso citado (fala da personagem) comporta um “eu” ou um “tu” que não se encontram entre 
as pessoas do discurso citante (fala do narrador), eles são convertidos num “ele”, se o discurso citado 
contém um “aqui” não corresponde ao lugar em que foi proferido o discurso citante, ele é convertido num 
“lá”. 
 
Pedro disse lá em Paris: - Aqui eu me sinto bem. 
 
Eu (pessoa do discurso citado que não se encontra no discurso citante) converte-se em ele; aqui 
(espaço do discurso citado que é diferente do lugar em que foi proferido o discurso citante) transforma-
se em lá: 
 
- Pedro disse que lá ele se sentia bem. 
 
Se a pessoa do discurso citado, isto é, da fala da personagem (eu, tu, ele) tem um correspondente no 
discurso citante, ela ocupa o estatuto que tem nesse último. 
 
Maria declarou-me: - Eu te amo. 
 
O “te” do discurso citado corresponde ao “me” do citante. Por isso, “te” passa a “me”: 
 
- Maria declarou-me que me amava. 
 
No que se refere aos tempos, o mais comum é o que o verbo de dizer esteja no presente ou no pretérito 
perfeito. Quando o verbo de dizer estiver no presente e o da fala da personagem estiver no presente, 
pretérito ou futuro do presente, os tempos mantêm-se na passagem do discurso direto para o indireto. Se 
o verbo de dizer estiver no pretérito perfeito, as alterações que ocorrerão na fala da personagem são as 
seguintes: 
 
Discurso Direto – Discurso IndiretoPresente – Pretérito Imperfeito 
Pretérito Perfeito – Pretérito mais-que-perfeito 
Futuro do Presente – Futuro do Pretérito 
 
Joaquim disse: - Compro tudo isso. 
- Joaquim disse que comprava tudo isso. 
 
Joaquim disse: - Comprei tudo isso. 
- Joaquim disse que comprara tudo isso. 
 
Joaquim disse: - Comprarei tudo isso. 
- Joaquim disse que compraria tudo isso. 
 
 
 
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Discurso Indireto Livre 
 
“(...) No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de 
Sinhá Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a 
diferença era proveniente de juros. 
Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, 
mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e 
Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão 
beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!” 
Graciliano Ramos. Vidas secas. 28ª Ed. São Paulo, Martins, 1971, p. 136. 
 
Nesse texto, duas vozes estão misturadas: a do narrador e a de Fabiano. Não há indicadores que 
delimitem muito bem onde começa a fala do narrador e onde se inicia a da personagem. Não se tem 
dúvida de que no período inicial está traduzida a fala do narrador. 
A bem verdade, até não se conformou (início do segundo parágrafo), é a voz do narrador que está 
comandando a narrativa. Na oração devia haver engano, já começa haver uma mistura de vozes: sob o 
ponto de vista das marcas gramaticais, não há nenhuma pista para se concluir, que a voz de Fabiano é 
que esteja sendo citada; sob o ponto de vista do significado, porém, pode-se pensar numa reclamação 
atribuída a ele. 
Tomemos agora esse trecho: “Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a 
mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco.” Pelo conteúdo de verdade é pelo 
modo de dizer, tudo nos induz a vislumbrar aí a voz de Fabiano ecoando por meio do discurso do narrador. 
É como se o narrador, sem abandonar as marcas linguísticas próprias de sua fala, estivesse 
incorporando as reclamações e suspeitas da personagem, a cuja linguagem pertencem expressões do 
tipo bruto, sim senhor e a mulher tinha miolo. Até a repetição de palavras e certa entonação 
presumivelmente exclamativa confirmam essa inferência. 
Para perceber melhor o que é o discurso indireto livre, confrontemos uma frase do texto com a 
correspondente em discurso direto e indireto: 
 
- Discurso Indireto Livre 
Estava direito aquilo? 
 
- Discurso Direto 
Fabiano perguntou: - Está direito isto? 
 
- Discurso Indireto 
Fabiano perguntou se aquilo estava direito 
 
Essa forma de citação do discurso alheio tem características próprias que são tanto do discurso direto 
quanto do indireto. As características do discurso indireto livre são: 
- Não há verbos de dizer anunciando as falas das personagens; 
- Estas não são introduzidas por partículas como “que” e “se” nem separadas por sinais de pontuação; 
- O discurso indireto livre contém, como o discurso direto, orações interrogativas, imperativas e 
exclamativas, bem como interjeições e outros elementos expressivos; 
- Os pronomes pessoais e demonstrativos, as palavras indicadoras de espaço e de tempo são usadas 
da mesma forma que no discurso indireto. Por isso, o verbo estar, do exemplo acima, ocorre no pretérito 
imperfeito, e não no presente (está), como no discurso direto. Da mesma forma o pronome demonstrativo 
ocorre na forma aquilo, como no discurso indireto. 
 
Funções dos diferentes modos de citar o discurso do outro 
O discurso direto cria um efeito de sentido de verdade. Isso porque o leitor ou ouvinte tem a impressão 
de que quem cita preservou a integridade do discurso citado, ou seja, o que ele reproduziu é autêntico. É 
como se ouvisse a pessoa citada com suas próprias palavras e, portanto, com a mesma carga de 
subjetividade. 
Essa modalidade de citação permite, por exemplo, que se use variante linguística da personagem 
como forma de fornecer pistas para caracterizá-la. Sirva de exemplo o trecho que segue um diálogo entre 
personagens do meio rural, um farmacêutico e um agricultor, cuja fala é transcrita em discurso direto pelo 
narrador: 
 
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Um velho brônzeo apontou, em farrapos, à janela aberta o azul. 
- Como vai, Elesbão? 
- Sua bênção... 
- Cheio de doenças? 
- Sim sinhô. 
- De dores, de dificuldades? 
- Sim sinhô. 
- De desgraças... 
O farmacêutico riu com um tímpano desmesurado. Você é o Brasil. Depois indagou: 
- O que você quer Elesbão? 
- To precisando de uns dinheirinho e duns gênor. Meu arroizinho tá bão, tá encanando bem. Preciso 
de uns mantimento pra coiêta. O sinhô pode me arranjá com Nhô Salim. Depois eu vendo o arroiz pra ele 
mermo. 
- Você é sério, Elesbão? 
- Sô sim sinhô! 
- Quanto é que você deve pro Nhô Salim? 
- Um tiquinho. 
Oswaldo de Andrade. Marco Zero. 2ª Ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1974, p. 7-8. 
 
Quanto ao discurso indireto, pode ser de dois tipos e cada um deles cria um efeito de sentido diverso. 
 
- Discurso Indireto que analisa o conteúdo: elimina os elementos emocionais ou afetivos presentes 
no discurso direto, assim como as interrogações, exclamações ou formas imperativas, por isso produz 
um efeito de sentido de objetividade analítica. 
Com efeito, nele o narrador revela somente o conteúdo do discurso da personagem, e não o modo 
como ela diz. Com isso estabelece uma distância entre sua posição e a da personagem, abrindo caminho 
para a réplica e o comentário. 
Esse tipo de discurso indireto despersonaliza o discurso citado em nome de uma objetividade analítica. 
Cria, assim, a impressão de que o narrador analisa o discurso citado de maneira racional e isenta de 
envolvimento emocional. 
O discurso indireto, nesse caso, não se interessa pela individualidade do falante no modo como ele diz 
as coisas. Por isso é a forma preferida nos textos de natureza filosófica, científica, política, etc., quando 
se expõe as opiniões dos outros com finalidade de criticá-las, rejeitá-las ou acolhê-las. 
 
- Discurso Indireto que analisa a expressão: serve para destacar mais o modo de dizer do que o 
que se diz; por exemplo, as palavras típicas do vocabulário da personagem citada, a sua maneira de 
pronunciá-las, etc. Nesse caso, as palavras ou expressões ressaltadas aparecem entre aspas. Veja esse 
exemplo de Eça de Queirós: 
 
...descobrira de repente, uma manhã, eu não devia trair Amaro, “porque era papá do seu Carlinhos”. 
E disse-o ao abade; fez corar os sessenta e quatro anos do bom velho (...). 
O crime do Padre Amaro. Porto, Lello e Irmão, s.d., vol. I. 
 
Imagine-se ainda que uma pessoa, querendo denunciar a forma deselegante com que fora atendida 
por um representante de uma empresa, tenha dito o seguinte: 
 
A certa altura, ele me respondeu que, se eu não estivesse satisfeito, que fosse reclamar “para o bispo” 
e que ele já não estava “nem aí” com “tipinhos” como eu. 
 
Em ambos os casos, as aspas são utilizadas para dar destaque a certas formas de dizer típicas das 
personagens citadas e para mostrar o modo como o narrador as interpreta. No exemplo de Eça de 
Queirós, “porque era o papá de seu Carlinhos” contém uma expressão da personagem Amélia e mostra 
certa dose de ironia e malícia do narrador. No segundo exemplo, as aspas destacam a insatisfação do 
narrador com a deselegância e o desprezo do funcionário para com os clientes. 
O discurso indireto livre fica a meio caminho da subjetividade e da objetividade. Tem muitas funções, 
por exemplo, dá verossimilhança a um texto que pretende manifestar pensamentos, desejos, enfim, a 
vida interior de uma personagem. 
Em síntese, demonstra um envolvimentotal do narrador com a personagem, que as vozes de ambos 
se misturam como se eles fossem um só ou, falando de outro modo, como se o narrador tivesse vestido 
completamente a máscara da personagem, aproximando-a do leitor sem a marca da sua intermediação. 
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Veja-se como, neste trecho: “O tímido José”, de Antônio de Alcântara Machado, o narrador, valendo-
se do discurso indireto livre, leva o leitor a partilhar do constrangimento da personagem, simulando estar 
contaminado por ele: 
 
(...) Mais depressa não podia andar. Garoar, garoava sempre. Mas ali o nevoeiro já não era tanto 
felizmente. Decidiu. Iria indo no caminho da Lapa. Se encontrasse a mulher bem. Se não encontrasse 
paciência. Não iria procurar. Iria é para casa. Afinal de contas era mesmo um trouxa. Quando podia não 
quis. Agora que era difícil queria. 
Laranja-da-china. In: Novelas Paulistanas.1ª Ed. Belo Horizonte, Itatiaia/ São Paulo, Edusp, 1998.. 
 
Questões 
 
01. (MPE/AL - Técnico do Ministério Público) 
 
Não faltou só espinafre 
A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos. Mostrou também danos morais. 
 
Aconteceu num mercadinho de bairro em São Paulo. A dona, diligente, havia conseguido algumas 
verduras e avisou à clientela. Formaram-se uma pequena fila e uma grande discussão. Uma senhora 
havia arrematado todos os dez maços de espinafre. No caixa, outras freguesas perguntaram se ela tinha 
restaurante. Não tinha. Observaram que a verdura acabaria estragada. Ela explicou que ia cozinhar e 
congelar. Então, foram ao ponto: caramba, havia outras pessoas na fila, ela não poderia levar só o que 
consumiria de imediato? 
“Não, estou pagando e cheguei primeiro”, foi a resposta. 
Compras exageradas nos supermercados, estoques domésticos, filas nervosas nos postos de 
combustível – teve muito comportamento na base de cada um por si. 
Cabem nessa categoria as greves e manifestações oportunistas. Governo, cedendo, também vou 
buscar o meu – tal foi o comportamento de muita gente. 
Carlos A. Sardenberg, in O Globo, 31/05/2018. 
 
No segmento a seguir, a pergunta é feita em discurso indireto. 
“No caixa, outras freguesas perguntaram se ela tinha restaurante.” 
 
Assinale a opção que apresenta a forma dessa pergunta em discurso direto. 
(A) A senhora tinha restaurante? 
(B) A senhora tinha tido restaurante? 
(C) A senhora teria restaurante? 
(D) A senhora teve restaurante? 
(E) A senhora tem restaurante? 
 
02. (TJ/SC - Técnico Judiciário Auxiliar - FGV/2018) 
 
Garoto das Meias Vermelhas (Carlos Heitor Cony) 
 
Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito. 
Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa. 
Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas. Um dia, o cercaram 
e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas. 
Ele falou, com simplicidade: "No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo. 
Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo mundo ia rir de 
mim, por causa das meias vermelhas. 
Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que se eu 
me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas, saberia que 
o filho era dela." 
"Ora", disseram os garotos, "mas você não está num circo. Por que não tira essas meias vermelhas e 
as joga fora?" 
O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez para disfarçar o olhar lacrimoso e 
explicou: 
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"É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas meias 
vermelhas. Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me encontrar e me 
levará com ela." 
Carlos Heitor Cony, Crônicas (adaptado) 
 
“Disse que todo mundo ia rir de mim, por causa das meias vermelhas”. 
 
Esse segmento do texto 1 está em discurso indireto; a frase correspondente em discurso direto é: 
(A) todo mundo vai rir de mim, por causa das meias vermelhas; 
(B) todo mundo riu de mim, por causa das meias vermelhas; 
(C) todo mundo rirá de mim, por causa das meias vermelhas; 
(D) todo mundo irá rir de mim, por causa das meias vermelhas; 
(E) todo mundo ria de mim, por causa das meias vermelhas. 
 
03. (DPE/RS - Defensor Público - FCC/2018) 
 
 eu disse: sou um nômada 
 tu disseste: tens a febre do deserto 
 eu disse: tenho uma vontade de ir 
 tu disseste: do deserto conheces as miragens 
 eu disse: e a lonjura que dentro de mim vai 
 tu disseste: em ti quero viajar 
(SOUSA, Emanuel de. Eurídice. Lisboa, Quetzal Editores, 1989) 
 
Os dois primeiros versos do poema encontram-se transpostos para o discurso indireto, com clareza e 
correção, em: 
(A) Dizendo que sou um nômada, respondeu-lhe que tinha a febre do deserto. 
(B) Eu lhe disse que era um nômada, ao que respondeu-me que tenho a febre do deserto. 
(C) Ao dizer-te que sou um nômada, respondes-me que tens a febre do deserto. 
(D) Quando te digo que sou um nômada, me respondeste que tenho a febre do deserto. 
(E) Disse-lhe que era um nômada, e sua resposta foi que tinhas a febre do deserto. 
 
04. Sobre o discurso indireto é correto afirmar, EXCETO: 
(A) No discurso indireto, o narrador utiliza suas próprias palavras para reproduzir a fala de um 
personagem. 
(B) O narrador é o porta-voz das falas e dos pensamentos das personagens. 
(C) Normalmente é escrito na terceira pessoa. As falas são iniciadas com o sujeito, mais o verbo de 
elocução seguido da fala da personagem. 
(D) No discurso indireto as personagens são conhecidas através de seu próprio discurso, ou seja, 
através de suas próprias palavras. 
 
05. Assinale a alternativa que melhor complete o seguinte trecho: 
 
No plano expressivo, a força da _____ em ____ provém essencialmente de sua capacidade de ____o 
episódio, fazendo _____ da situação a personagem, tornando-a viva para o ouvinte, à maneira de uma 
cena de teatro ____ o narrador desempenha a mera função de indicador de falas. 
(A) narração - discurso indireto - enfatizar - ressurgir – onde; 
(B) narração - discurso onisciente - vivificar - demonstrar-se – donde; 
(C) narração - discurso direto - atualizar - emergir - em que; 
(D) narração - discurso indireto livre - humanizar - imergir - na qual; 
(E) dissertação - discurso direto e indireto - dinamizar - protagonizar - em que. 
 
06. Faça a associação entre os tipos de discurso e assinale a sequência correta. 
1- Reprodução fiel da fala da personagem, é demarcado pelo uso de travessão, aspas ou dois pontos. 
Nesse tipo de discurso, as falas vêm acompanhadas por um verbo de elocução, responsável por indicar 
a fala da personagem. 
2- Ocorre quando o narrador utiliza as próprias palavras para reproduzir a fala de um personagem. 
3- Tipo de discurso misto no qual são associadas as características de dois discursos para a produção 
de outro. Nele a fala da personagem é inserida de maneira discreta no discurso do narrador. 
( ) discurso indireto 
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( ) discurso indireto livre 
( ) discurso direto 
 
(A) 3, 2 e 1. 
(B) 2, 3 e 1. 
(C) 1, 2 e 3. 
(D) 3, 1 e 2. 
 
07. "Impossível dar cabo daquela praga. Estirou os olhos pela campina, achou-se isolado. Sozinho 
num mundo coberto de penas, de aves que iam comê-lo. Pensou na mulher e suspirou. Coitada de Sinhá 
Vitória, novamente nos descampados, transportando o baú de folha." 
 
O narrador desse texto mistura-se de tal forma à personagem que dá a impressão de que não há 
diferença entre eles. A personagem fala misturada à narração. Esse discurso é chamado: 
(A) discursoindireto livre 
(B) discurso direto 
(C) discurso indireto 
(D) discurso implícito 
(E) discurso explícito 
 
Gabarito 
 
01.E / 02.A / 03.B / 04.D / 05.C / 06.B / 07.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: E 
Na forma direta temos: sujeito - verbo - complemento. No caso, o verbo passou para o tempo presente 
do modo indicativo. 
 
02. Resposta: A 
Claramente a fala é do menino e não da mãe: Eu reclamei. (eu) Comecei a chorar. (eu) Disse que todo 
mundo ia rir de mim, por causa das meias vermelhas. 
Essa fala é claramente do menino direcionada aos colegas (com referência ao que o menino teria dito 
para a mãe), não da mãe direcionada ao menino. 
 
03. Resposta: B 
FCC pegou pesado nessa questão e incorporou os ensinamentos de grandes gramáticos, a exemplo 
de Bechara: na colocação pronominal, o que decide se está correta ou não é a EUFONIA. Ou seja, nem 
sempre a próclise é obrigatória havendo palavra atrativa, se, por uma questão de bom som, a ênclise ficar 
correta. Vale dizer, se soar bem, tá valendo. 
Aqui a FCC fez justamente isso, relativizou as regras de colocação pronominal e mostrou que o 
caminho é, diante das alternativas, buscar a que está mais de acordo com o enunciado (no caso, a 
passagem para o discurso indireto e a correção gramatical) e que não tenha erros grosseiros como nas 
demais. 
 
04. Resposta: D 
Apenas no discurso direto as personagens ganham voz. Para construirmos um discurso direto, 
devemos utilizar o travessão e os chamados verbos de elocução, ou seja, verbos que indicam o que as 
personagens falaram. 
Exemplo de verbo de elocução: 
– Muita fome! – Lucas respondeu, passando sua mão pela barriga. 
No exemplo acima, o verbo “respondeu” é o verbo de elocução. 
 
05. Resposta: C 
 
06. Resposta: B 
 
07. Resposta: A 
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O discurso indireto livre é um tipo de discurso misto, em que se associam as características do discurso 
direto e do indireto. 
 
 
 
COMUNICAÇÃO 
 
A necessidade de comunicação é tão antiga como a formação da sociedade humana. Isso porque o 
homem teve sempre a preocupação de registrar suas observações e seus pensamentos para as gerações 
futuras. Assim, os sentimentos, os comportamentos, as ações, os pensamentos, os desejos e a cultura 
têm em comum a necessidade de expressão para se tornarem “reais”, o que é viabilizado pela 
comunicação. 
A comunicação pode ser considerada o processo social básico, primário, porque é ela que torna 
possível à própria vida em sociedade. Vida em sociedade significa intercâmbio. E todo intercâmbio entre 
os seres humanos só se realiza por meio da comunicação. A comunicação preside e rege todas as 
relações humanas. 
A comunicação é o ato de comunicar algo ou de comunicar-se (com alguém). O verbo vem do latim 
communicare, que significa participar, fazer, saber, tornar comum. Quando eu comunico alguma coisa a 
alguém essa coisa se torna comum a ambos. 
 
A Comunicação no Ambiente de Trabalho 
 
A comunicação no ambiente de trabalho ou Comunicação Corporativa é a comunicação de uma 
organização que pode ser entendida também como equivalente às expressões comunicação empresarial 
ou comunicação organizacional. A ideia de uma comunicação corporativa é a de que seja a representação 
de um conjunto de mensagens que juntas formam um só corpo: cada mensagem isolada influenciará na 
percepção final da mensagem da corporação, da geração e manutenção de identidade, imagem e 
reputação. 
Quando o processo comunicacional das empresas é bem definido, aumenta-se a eficiência, a 
satisfação e a qualidade de todas as relações interpessoais. 
No interior das organizações a maioria das tarefas, se não todas, são realizadas por meio da 
comunicação, como ordens transmitidas, memorandos escritos, palestras assistidas, missões, metas e 
objetivos desenvolvidos e avaliações feitas. 
Cada departamento, cada área da organização, cada mensagem formal ou informal podem gerar 
percepções dos públicos com os quais se relacione essa dada organização e, por isso, é fundamental a 
importância de se agir de forma planejada e orquestrada para a criação e manutenção de 
relacionamentos. 
É através da transferência de significados de uma pessoa para outra que as informações e as ideias 
podem ser transmitidas. A comunicação, contudo, é mais do que simplesmente transmitir um significado. 
Ela precisa ser compreendida, precisa incluir a transferência e a compreensão do significado. 
 
Assertividade e a Comunicação 
 
A assertividade3 é o principal princípio da comunicação, assertividade é a capacidade de nos 
expressarmos aberta e honestamente, sem negarmos os direitos dos outros. 
Bons líderes são bons comunicadores. Ser um bom comunicador não significa apenas ter habilidade 
de um grande orador. É necessário ter assertividade na hora de expor suas ideias. O bom comunicador 
nunca dá margem à dúvida, ele é claro e conciso. Assim, os líderes de sucesso são bons comunicadores, 
pois possuem assertividade em expressar-se. 
Na comunicação, o comportamento não assertivo ou o agressivo, raramente consegue fazer com que 
atinjamos o nosso objetivo. 
A pessoa não assertiva acaba perdendo negócios, clientes e amigos, pois sua comunicação gera 
ressentimentos e hostilidade. Já a pessoa assertiva, pode expressar discordância e insatisfação, mas, ao 
fazê-lo, direciona esses sentimentos ao comportamento e não à pessoa, sem constrangimento ou 
 
3 http://www.ibccoaching.com.br/blog/gestao-de-rh/comunicacao-assertiva-desenvolva-uma-comunicacao-clara-e-reduza-conflitos/. 
Comunicação e sociedade.Figuras de linguagem. Elementos da Comunicação. 
 
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ansiedade; faz com que esta saiba exatamente o que deseja ou precisa sem tentar dominar, humilhar ou 
insultar. 
A assertividade deve ser treinada. Quando estamos dispostos a desenvolver uma área que favorece 
tanto nosso crescimento profissional quanto pessoal, abrimos espaço para o conhecimento. Quando o 
buscamos, reconhecemos que sempre podemos melhorar e que o aperfeiçoamento faz parte deste 
processo. Assim, investir em nós mesmos significa evoluir e alcançar com sucesso nossos objetivos. 
 
Veja abaixo,abordaremos cinco dicas poderosas para exercitar e treinar a assertividade: 
1. Tenha conhecimento do que fala: evite sair falando o que não tem um real conhecimento. Busque 
informações a respeito do que quer transmitir. 
2. Seja claro e direto: a comunicação assertiva vai direto ao ponto, mas cuidado para não parecer 
agressivo. Exponha suas ideias sem rodeios, mas evite julgar ou impor seu ponto de vista. 
3. Cuidado com a linguagem: devemos ter cuidados com o nosso idioma. Quando usamos, 
principalmente, a forma escrita e não prestamos atenção na forma correta do uso da linguagem, podemos 
passar uma mensagem diferente de como era para ser transmitida. 
4. Expressão corporal: fique atento à linguagem corporal, pois a comunicação também é formada 
pelo uso do corpo. Transmitimos mensagem e sinais o tempo todo durante uma conversa. Procure saber 
mais a respeito. 
5. Use a Empatia: pense em como seria estar no lugar do outro enquanto se comunica. 
 
Sistemas de Comunicação4 
 
Um sistema, como se sabe, é um conjunto de elementos que estão dinamicamente relacionados e que 
formam uma atividade para atingir objetivos comuns. Conforme o exposto por Battisti5, “o Sistema de 
comunicação da empresa é de grande importância para a instituição não somente interna como externa. 
É neste sistema que aplica as necessidades organizacionais, é nele que fluem e que dá movimento a 
empresa. É preciso ser cuidadoso com a comunicação informal, aquela que surge espontaneamente, 
podendo ajudar a empresa com críticas internas para um determinado produto, é necessário atenção 
também à comunicação errada entre os subordinados trazendo constrangimento ou interferindo nas 
regras estabelecidas mudando até mesmo a cultura da empresa.No Sistema de comunicação deve ser considerado: 
 O que dizer; 
- A quem dizer; 
- Quando dizer; 
- Com que frequência; 
- De que forma; 
- Por que meio de comunicação, entre outras. 
 
Elementos Clássicos da Comunicação 
 
Dentro do processo de Comunicação existem alguns fatores que são imprescindíveis de serem citados 
como Elementos da Comunicação: 
Emissor: qualquer ser capaz de produzir e transmitir uma mensagem. 
Receptor: qualquer ser capaz de receber e interpretar essa mensagem. 
Codificar: transformar, num código conhecido, a intenção da comunicação ou elaborar um sistema de 
signos. 
Descodificar: decifrar a mensagem, operação que depende do repertório (conjunto estruturado de 
informação) de cada pessoa. 
Mensagem: trata-se do conteúdo que será transmitido, as informações que serão transmitidas ao (s) 
receptor(es). Qualquer coisa que o emissor envie com a finalidade de passar informações. 
Código: o modo como a mensagem é transmitida (escrita, fala, gestos, etc.) 
Canal: é a fonte de transmissão da mensagem (revista, livro, jornal, rádio, TV, ar, etc.) 
Contexto: situação que envolve emissor e receptor. 
Ruído: são elementos que interferem na compreensão da mensagem que está sendo transmitida, 
podem ser ocasionados pelo ambiente interno ou externo. Pode ser tanto barulhos de uma maneira geral, 
uma palavra escrita incorretamente, uma dor de cabeça por parte do emissor como do receptor, uma 
 
4 http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/cm/article/viewFile/11624/6664 
5 http://juliobattisti.com.br/tutoriais/lucineiagomes/som007.asp 
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distração, um problema pessoal, gírias, neologismos, estrangeirismos, etc., podem interferir no perfeito 
entendimento da comunicação. 
Linguagem verbal: as dificuldades de comunicação ocorrem quando as palavras têm graus distintos 
de abstração e variedade de sentido. O significado das palavras não está nelas mesmas, mas nas 
pessoas (no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e interpretar as palavras). 
Linguagem não-verbal: as pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os movimentos faciais 
e corporais, os gestos, os olhares, a entonação são também importantes (são os elementos não verbais 
da comunicação). 
Retroalimentação ou Feedback: é o processo onde ocorre a confirmação do entendimento ou 
compreensão do que foi transmitido na comunicação. 
 
 
Macromodelo do Processo de Comunicação 
 
 
Fonte: Kotler e Keller, 2012. 
 
Em suma, a comunicação é um processo pelo qual a informação é codificada e transmitida por um 
emissor a um receptor por meio de um canal. A comunicação é, portanto, um processo pelo qual nós 
atribuímos e transmitimos significado a uma tentativa de criar entendimento compartilhado. 
Alguns exemplos de comunicação feita por um Emissor dentro de uma organização. 
- Divulgar para os funcionários a festa de confraternização de final de ano; 
- Convidar os funcionários para a festa; 
- Divulgar as restrições que poderá exigir essa confraternização; 
- Informar os funcionários dos brindes e brincadeiras; 
- Agradecer antecipadamente pelo ano que se encerrou e a presença dos funcionários; 
- Entre várias outras mensagens. 
 
Funções da Comunicação 
 
A comunicação tem quatro funções básicas dentro de um grupo ou de uma organização: 
 
1. Controlar o comportamento: as organizações possuem hierarquias e orientações formais que 
devem ser seguidas pelos funcionários. 
A comunicação informal também controla o comportamento. Quando um grupo de trabalho hostiliza 
ou reclama com um membro que está produzindo demais (e, assim, fazendo comunicando informalmente 
e controlando o comportamento do colega. 
 
2. Melhorar a motivação dos funcionários: esclarece aos funcionários o que deve ser feito, qual a 
qualidade do seu desempenho e o que fazer para melhorá-lo. O estabelecimento de metas específicas, 
o feedback do progresso em relação a elas e o reforço do comportamento desejável estimulam a 
motivação e requerem comunicação. 
 
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3. Fornecer o meio para a expressão emocional: para muitos funcionários, seu grupo de trabalho é 
sua fonte primária de interação social. A comunicação que ocorre dentro do grupo é um mecanismo 
fundamental para que seus membros expressem suas frustrações ou sentimentos de satisfação. 
 
4. Oferecer as informações necessárias para a tomada de decisões: a função final desempenhada 
pela comunicação se relaciona a seu papel como facilitadora de tomada de decisões. 
 
Nenhuma destas quatro funções deve ser vista como mais importante do que as demais. Para que os 
grupos tenham um bom desempenho, eles precisam ter algum tipo de controle sobre seus membros, 
estimulá-los ao esforço, oferecer os meios para sua expressão emocional e para a tomada de decisões. 
Praticamente toda interação de comunicação que ocorre dentro de um grupo ou organização exerce uma 
ou mais destas quatro funções. 
 
Comunicação Eficaz 
 
Veja a seguir algumas considerações necessárias para uma COMUNICAÇÃO EFICAZ: 
- Identificação do Público alvo: é importante considerar o nível social, a que grupo que pertence de 
atitudes, religiões e crenças desse público. 
- Elaborar a mensagem: verificar estrutura, formato e o próprio texto. 
- Determinar os objetivos da comunicação: o que deseja comunicar e para qual tipo de público. 
- Selecionar os meios de comunicação: cada meio traz um benefício diferente e com velocidade dos 
resultados diferentes e com custo diferenciado que deve ser considerado no que busca com o resultado 
a ser atingido. Ela poderá ser pessoal ou por meio de propaganda por meio de mídias. 
- Medir e avaliar o resultado do sistema de comunicação: deverá avaliar o resultado atingindo no 
projeto elaborado nos sentido de custos, em melhoria para a empresa e as considerações para melhorar 
a propaganda ou o projeto de comunicação. 
 
Tipos de Comunicação 
 
Comunicação Formal 
A comunicação formal é a comunicação que ocorre por meio dos canais de comunicação formalmente 
existentes no organograma da empresa, derivada da alta administração. A mensagem é transmitida e 
recebida pelos canais formalmente estabelecidos pela empresa na sua estrutura organizacional. É o tipo 
de comunicação oficial, seja ela interna ou externa, sendo quase toda feita por escrito e devidamente 
registrada através de correspondências ou formulários. Podemos exemplificar os comunicados gerais da 
empresa, postados em quadros ou murais com essa finalidade. 
 
Comunicação Informal6 
Existe também um sistema informal: a rede de rumores. Embora seja informal, isto não significa que 
não seja uma importante fonte de informações. 
A comunicação informal é aquela que surge espontaneamente através da estrutura informal e fora dos 
canais de comunicação oficiais estabelecidos pelo organograma, abordando todo tipo de relação social 
entre os colaboradores. É a forma pela qual os funcionários obtém mais informações, isto é, por meio de 
boatos rumores e conversas. 
De maneira geral, a comunicação informal aborda mensagens que podem ou não ter relação com as 
atividades de uma organização. Por meio desta comunicação pode-se obter mais rapidamente a 
mensuração de opiniões e insatisfações dos colaboradores, do clima organizacional e da reação das 
pessoas aos processos de mudança. 
 
Características da rede de rumores (comunicação informal): 
- Informal, sem controle da administração; 
- É tida pela maioria dos funcionários como mais confiável e fidedigna do que os comunicados formais; 
- É largamente utilizada para servir aos interesses pessoais dos que a integram; 
 
Os segredos e a competitividade que fazem parte da vida na organização — em torno de temas como 
a nomeação de novos chefes, a redistribuição das salas ou o realinhamento das atribuições de tarefas — 
criam as condições que estimulam e sustentam a rede de rumores. 
 
6 WATANABE. C, Comunicação

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