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2018 Habilidades em língua inglesa i Prof.ª Luciana Fiamoncini Copyright © UNIASSELVI 2018 Elaboração: Prof.ª Luciana Fiamoncini Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. F439h Fiamoncini, Luciana Habilidades em língua inglesa I. / Luciana Fiamoncini. – Indaial: UNIASSELVI, 2018. 199 p.; il. ISBN 978-85-515-0164-1 1.Língua inglesa – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 428.24 Impresso por: III apresentação Dear student, it is a pleasure to have you here again. As habilidades da língua inglesa, como já é sabido, são basicamente quatro: reading, writting, listening and speaking. Ao longo do nosso curso de Letras – Inglês, você aprenderá, dentro das disciplinas de habilidades, como trabalhar com seus alunos cada uma delas com dicas, conceitos e estratégias de ensino e aprendizagem. Especificamente na disciplina de Habilidades em Língua Inglesa I, o foco volta-se à habilidade da leitura, por isso o seu livro didático foi dividido em três unidades, cujos objetivos são basicamente compreender o que é a leitura; de que maneira ela se dá no caso do aprendizado de uma segunda língua; e quais são os recursos e estratégias que podem ser usados para melhorar ainda mais sua atuação enquanto professor. Are you ready to learn more about reading? So, let’s go ahead. Na Unidade 1, abordaremos como ocorre o processo de leitura. Iniciaremos discutindo como ocorre o processamento da leitura no cérebro humano e quais são as diferenças entre aprender a ler a língua materna e uma segunda língua, que no nosso caso, é o inglês. O conceito de leitura e os estágios pelos quais a criança passa quando aprende a ler, também serão abordados na Unidade 1 deste material. Serão discutidos alguns aspectos relacionados às diversas maneiras de como o aluno pode aprender a língua estrangeira a partir da leitura, quando bem empregadas as habilidades para tal. A motivação também será tema explorado nesta unidade. Na Unidade 2, o foco será em cada uma das estratégias de leitura possíveis para que o aprendizado seja efetivo. Skimming and scanning, conhecidas técnicas de leitura em língua estrangeira, também serão conceituadas e trabalhadas nesta unidade. Neste livro você encontrará importantes sugestões quanto à utilização de diferentes meios para desenvolver o hábito da leitura em língua estrangeira, de maneira prazerosa e divertida. O trabalho com alguns dos gêneros textuais também será abordado aqui. Para finalizarmos nosso material, a Unidade 3 apresentará enfoque específico em cada uma das etapas de aprendizagem. Iniciaremos falando sobre o inglês na educação infantil, em seguida no ensino fundamental, ensino médio e, por fim, o aprendizado da língua inglesa para adultos. IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! Em cada uma das etapas serão abordadas as diferentes estratégias a serem utilizadas, bem como dicas de abordagem. Por fim, também trataremos um pouco sobre a era digital e de que maneira podemos utilizá- la para potencializar o aprendizado dos nossos alunos. Caro acadêmico, aproveite ao máximo cada uma das autoatividades desenvolvidas, assista aos vídeos indicados na ferramenta UNI e leia o que for sugerido como material extra. Não deixe de acessar a trilha de aprendizagem da disciplina no seu Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), pois ela é muito importante como complemento para seu aprendizado. Esperamos que você possa ampliar ainda mais seus conhecimentos acerca da leitura, tornando-se um excelente profissional na área. Conte conosco para o que precisar, pois nossa equipe de professores estará sempre à disposição para trocar ideias e aprendermos juntos a partir das suas sugestões e dúvidas. Prof.ª Luciana Fiamoncini NOTA V Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI VI VII UNIDADE 1 – COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA ..................................................... 1 TÓPICO 1 – O PROCESSAMENTO DA LEITURA SOB O OLHAR COGNITIVO .................. 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 O CONCEITO DA LEITURA: O QUE É LER? ............................................................................... 4 3 POR QUE PRECISAMOS LER? ........................................................................................................ 7 4 O FUNCIONAMENTO DO CÉREBRO DURANTE A LEITURA............................................... 11 4.1 DOS OLHOS AO CÉREBRO: COMO TUDO ACONTECE ....................................................... 12 4.2 A CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA ............................................................................................... 19 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 21 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 24 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 26 TÓPICO 2 – OS ESTÁGIOS DA LEITURA ........................................................................................ 27 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 27 2 A COMPREENSÃO LEITORA ........................................................................................................... 27 2.1 O PRIMEIRO NÍVEL DE COMPREENSÃO LEITORA ............................................................ 29 2.2 O SEGUNDO NÍVEL DE COMPREENSÃO LEITORA ............................................................. 29 2.3 O TERCEIRO NÍVEL DE COMPREENSÃO LEITORA ............................................................ 30 2.4 O QUARTO NÍVEL DE COMPREENSÃOLEITORA ................................................................ 30 2.5 COMO MELHORAR A COMPREENSÃO LEITORA ................................................................ 31 3 A INFERÊNCIA NA COMPREENSÃO LEITORA ........................................................................ 32 3.1 MODELO DE CONSTRUÇÃO E INTEGRAÇÃO DE KINTSCH ............................................ 35 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 39 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 41 TÓPICO 3 – A APRENDIZAGEM DA SEGUNDA LÍNGUA POR MEIO DA LEITURA ........ 43 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 43 2 A LEITURA EM SALA DE AULA ..................................................................................................... 43 2.1 REFLEXÕES SOBRE A LEITURA EM LÍNGUA ESTRANGEIRA EM SALA DE AULA ..... 43 2.2 RESGATANDO A TEORIA SOBRE A LEITURA EM SALA DE AULA .................................. 44 2.3 QUANDO INTRODUZIR A LEITURA EM SALA DE AULA .................................................. 51 3 A MOTIVAÇÃO PARA A LEITURA EM SALA DE AULA .......................................................... 54 3.1 O PAPEL DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NA SALA DE AULA................. 57 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 61 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 63 UNIDADE 2 – TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS DE LEITURA EM LÍNGUA INGLESA ............. 65 TÓPICO 1 – SKIMMING AND SCANNING........................................................................................ 67 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 67 2 CONCEITO DE SKIMMING ............................................................................................................. 68 2.1 ATIVIDADES QUE DESENVOLVEM O SKIMMING ................................................................ 70 2.1.1 Percepção geral do texto ........................................................................................................ 70 sumário VIII 2.1.2 Na biblioteca ........................................................................................................................... 70 2.1.3 Do que se trata? ...................................................................................................................... 71 2.1.4 Propaganda ............................................................................................................................. 71 2.1.5 Continuação do texto ............................................................................................................. 71 3 SCANNING ............................................................................................................................................. 72 3.1 ATIVIDADES QUE DESENVOLVEM O SCANNING ............................................................... 74 3.1.1 Localizando as informações ................................................................................................. 75 3.1.2 Trabalhando com poemas ..................................................................................................... 75 3.1.3 A informação de acordo com o gênero ................................................................................ 76 3.1.4 Caça ao tesouro ....................................................................................................................... 76 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 78 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 81 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 82 TÓPICO 2 – A CRIAÇÃO A PARTIR DA LEITURA: DIFERENTES MEIOS ............................. 85 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 85 2 A LEITURA A PARTIR DE VÍDEOS ................................................................................................ 85 2.1 LENDO AS LEGENDAS ................................................................................................................ 90 2.2 CRIANDO LEGENDAS .................................................................................................................. 91 3 A LEITURA A PARTIR DA INTERNET........................................................................................... 92 3.1 FERRAMENTAS PARA TRABALHAR A LEITURA A PARTIR DA INTERNET ................. 98 4 A LEITURA A PARTIR DOS GÊNEROS INFORMATIVOS ....................................................... 100 4.1 CRIANDO UMA REVISTA OU UM JORNAL ESCOLAR ........................................................ 100 5 A LEITURA COMO MÉTODO AVALIATIVO ............................................................................... 101 5.1 O QUE É AVALIAR? ....................................................................................................................... 101 5.2 POR QUE AVALIAR? ...................................................................................................................... 108 5.3 TIPOS DE TESTES DE LEITURA .................................................................................................. 110 5.4 FATORES DE INTERFERÊNCIA .................................................................................................. 113 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 115 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 117 TÓPICO 3 – O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS EM LÍNGUA INGLESA ................ 119 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 119 2 GÊNEROS DISCURSIVOS ACADÊMICOS .................................................................................. 119 2.1 ARTIGO ............................................................................................................................................ 119 2.2 RESENHA ......................................................................................................................................... 121 2.3 ABSTRACT ....................................................................................................................................... 122 2.4 ENSAIO ............................................................................................................................................. 124 3 OS GÊNEROS LITERÁRIOS ............................................................................................................ 124 3.1 GÊNERO LÍRICO ............................................................................................................................ 125 3.1.1 Características do gênero ....................................................................................................... 125 3.1.2 Os textos líricos ...................................................................................................................... 125 3.2 GÊNERO DRAMÁTICO ................................................................................................................130 3.2.1 Características do gênero dramático .................................................................................... 131 3.2.2 Os textos dramáticos .............................................................................................................. 133 3.3 GÊNERO ÉPICO .............................................................................................................................. 134 3.3.1 As características do gênero .................................................................................................. 134 3.3.2 Os textos épicos ....................................................................................................................... 134 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 136 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 137 IX UNIDADE 3 – O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE LEITURA EM SUAS ETAPAS .......................................................................................................................... 139 TÓPICO 1 – DESENVOLVENDO A LEITURA COM CRIANÇAS ............................................... 141 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 141 2 AS FASES DA INFÂNCIA ................................................................................................................. 141 3 A LEITURA DE IMAGENS ............................................................................................................... 143 3.1 O USO DAS IMAGENS PARA POTENCIALIZAR O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA..... 147 3.2 PROPOSTAS DE ATIVIDADES ENVOLVENDO A LEITURA DE IMAGENS ..................... 155 4 A LEITURA NO ENSINO FUNDAMENTAL I ............................................................................... 156 4.1 PROPOSTAS DE ATIVIDADES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL I ................................. 159 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 164 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 165 TÓPICO 2 – DESENVOLVENDO A LEITURA COM JOVENS E ADULTOS ............................ 167 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 167 2 ENSINO FUNDAMENTAL II ............................................................................................................ 168 2.1 PROPOSTAS DE ATIVIDADES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL II ............................... 170 3 ENSINO MÉDIO .................................................................................................................................. 171 3.1 APRIMORANDO A LEITURA ...................................................................................................... 172 4 EDUCAÇÃO DE ADULTOS............................................................................................................... 174 4.1 COMO DESENVOLVER O HÁBITO DE LEITURA EM ADULTOS ........................................ 175 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 177 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 181 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 182 TÓPICO 3 – A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL NA ERA DIGITAL ............................................... 185 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 185 2 A ERA DA TRANSIÇÃO ................................................................................................................... 185 3 AS CARACTERÍSTICAS DA ERA DIGITAL: O HIPERTEXTO ................................................ 187 4 A ESCOLA E O USO DAS TECNOLOGIAS ................................................................................... 189 4.1 FORMANDO LEITORES DIGITAIS ............................................................................................ 190 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 192 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 193 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 195 X 1 UNIDADE 1 COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer o conceito de leitura e compreender como ocorre seu processa- mento sob o olhar cognitivo; • compreender cada um dos estágios de leitura, bem como de que maneira ocorrem as inferências durante o seu processamento; • utilizar diferentes estratégias de leitura em sala de aula, adequando-as de acordo com o objetivo de cada uma das aulas. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – O PROCESSAMENTO DA LEITURA SOB O OLHAR COGNITIVO TÓPICO 2 – OS ESTÁGIOS DA LEITURA TÓPICO 3 – A APRENDIZAGEM DA SEGUNDA LÍNGUA POR MEIO DA LEITURA 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 O PROCESSAMENTO DA LEITURA SOB O OLHAR COGNITIVO 1 INTRODUÇÃO Você sabe quais são os principais conceitos de leitura? Como e por que lemos? Por que a leitura é importante para a aprendizagem de algum idioma? We are going to answer all these questions. Welcome to a new journey of knowledge. Aprender é sempre uma grande dádiva. A partir desta disciplina, você será capaz de compreender uma das quatro importantes habilidades da língua inglesa: a leitura. Caso ainda não saiba quais são as quatro grandes habilidades da língua inglesa, as quais você conhecerá e aprenderá ao longo do curso, são elas: READING, WRITING, LISTENING and SPEAKING. Elas são complementares e juntas formam o processo comunicativo. Não existe ao certo uma ordem para que as aprendamos, visto que são habilidades desenvolvidas geralmente dentro da comunicação de maneira geral, mas uma coisa é certa: para que você se torne um grande professor de língua inglesa, é preciso que você as domine. Nesta unidade, especificamente, trabalharemos a questão da leitura a partir do seu aspecto cognitivo, desde os principais conceitos de leitura até como ela se processa no cérebro. Acadêmico! Na Unidade 1, abordaremos de maneira geral os conceitos relacionados à leitura para que você possa compreender os processos de processamento, aprendizagem e como a leitura de fato ocorre. A partir da Unidade 2, focaremos mais especificamente na aprendizagem da leitura na língua inglesa, combinado? NOTA UNIDADE 1 | COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA 4 Para que você possa se situar, informamos que a maior parte do material será escrito em língua portuguesa, mas alguns trechos, bem como os resumos, serão escritos em língua inglesa para que você se habitue a ler textos neste idioma. Quaisquer dúvidas, não deixe de nos procurar para buscar ajuda. Você sabia que aprender a leitura na nossa língua materna é diferente de aprender a ler em uma língua estrangeira? Você deve estar pensando: mas é claro que sim, são línguas diferentes. Além das diferenças óbvias, o processamento cerebral da leitura de um segundo idioma ocorre de maneira diferenteno nosso cérebro. Do you want to learn more about these lecture processes? So, stay with us and enjoy it. 2 O CONCEITO DA LEITURA: O QUE É LER? Você já parou para pensar que a maior parte do que aprendemos se dá a partir da leitura? Além de ser uma das principais fontes de conhecimento, é também uma maneira de passar o tempo e descontrair-se. Veja a tira de Schulz: FIGURA 1 – POR QUE LEMOS? FONTE: Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Cultura/Livros/noticia/2016/01/20- tirinhas-sobre-paixao-por-livros.html>. Acesso em: 20 nov. 2017. Aqui, podemos observar que os personagens brincam com o fato de que os gostos por determinados gêneros de leitura variam muito de pessoa para pessoa. Observe, por exemplo, que de acordo com a personalidade, cada personagem lê algo diferente: desde quadrinhos a fofocas. E o pequeno Snoopy, em tom humorístico, lê algo que é de seu interesse: uma notícia de um instrutor que foi mordido por um cachorro. O humor da tira nos faz refletir acerca dos conceitos de leitura. Ler trata- se de um processo de compreensão e apreensão de informações. As palavras (ou TÓPICO 1 | O PROCESSAMENTO DA LEITURA SOB O OLHAR COGNITIVO 5 imagens, pois lemos também as imagens) são postas em diferentes suportes (papel, tela do computador, ...) em códigos (alfabeto, braile, ...) e nós as decodificamos. Parece um processo simples, mas na verdade não é. Leitura é linguagem. Pictogramas, partituras, sinais de trânsito, sinais luminosos, código Morse, ... Não importa de que maneira ela é colocada, a leitura sempre será uma forma de linguagem. NOTA In this topic, we’re going to know some reading concepts. Foucambert (1994) says that real means be questioned by the world and by ourselves. Some answers can be found in books or in written texts. Assim, podemos afirmar que a leitura abre a mente para o desconhecido, faz com que possamos refletir sobre nós mesmos e sobre o mundo. Para descontrair, observe a tira a seguir: FIGURA 2 – CALVIN E A LEITURA FONTE: Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Cultura/Livros/noticia/2016/01/20- tirinhas-sobre-paixao-por-livros.html>. Acesso em: 20 nov. 2017. Nela, o pequeno Calvin, personagem que não gosta de estudar, ganha um livro de presente de sua mãe e começa a perceber que a leitura está provocando nele mudanças significativas. Isso faz com que ele se sinta incomodado e peça para que a mãe pare de presenteá-lo com livros. A leitura não é, de acordo com Foucambert (1994), apenas atribuir significados. Ela vai além. Ler significa construir sentidos de acordo com o conhecimento de mundo que já temos e que, a partir da própria leitura, vamos ressignificando. UNIDADE 1 | COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA 6 É importante destacarmos aqui que cada leitor traz diferentes significados aos textos que lê. Por esse motivo, a discussão é importante: para que haja o compartilhamento das ideias. So, each reading, even if it’s from the same text, is particular and unique. Remember this! Carrell (1987) ainda contribui para esta afirmação dizendo que a leitura não é feita apenas a partir da decodificação, mas toda a leitura prévia que o leitor já traz consigo tem uma grande participação neste processo. A partir do leitor, o texto passa a existir. Sem leitor, o texto não cumpre seu papel. A leitura requer interação, e para que possamos interagir, é necessário que haja conhecimento prévio. Assim, ocorre uma espécie de diálogo sobre o que já se sabe com o que se está lendo. Ler é, portanto, dialogar, questionar, aprender, criticar, arguir, discordar, complementar, dentre tantas outras ações. Remember this: Reading is separating useful information and transforming it into knowledge. ATENCAO Did you know that Internet is one of the most popular vehicles of information? But take care! A lot of internet information are not real. Assim, podemos concluir que ler é a ação que ocorre a partir da interação do leitor com o texto, que em algum momento foi escrito para alguém. Note que o contexto deve ser levado em consideração: para quem o texto foi escrito? Quando? Por quem? Com qual intenção? Veja, acadêmico, que não adianta dar um texto destinado a engenheiros espaciais para um professor de balé fazer a leitura. Provavelmente, mesmo que ele tenha algum conhecimento acerca do espaço, pouco será abstraído da leitura. TÓPICO 1 | O PROCESSAMENTO DA LEITURA SOB O OLHAR COGNITIVO 7 Aproveitamos aqui para direcionar esta fala a você que será professor de língua estrangeira: selecione bem quais textos dará aos seus alunos ou você os fará perder o interesse imediatamente. Take care and pay attention. Quando for dar aos alunos algum texto que seja interessante, mas você desconfia que eles possam ter pouco conhecimento prévio sobre o assunto, faça uma fala inicial, passe um pequeno vídeo sobre o tema, ..., enfim, CONTEXTUALIZE. Lembre-se de que quanto maior o conhecimento prévio, mais fácil será a compreensão dele, especialmente quando falamos em textos em língua estrangeira. ALÉM DE COMPREENDER A LÍNGUA, QUE É O FOCO, ELE TAMBÉM TERÁ DE COMPREENDER DO QUE SE TRATA, CASO CONTRÁRIO PERDERÁ O INTERESSE IMEDIATAMENTE. IMPORTANT E Você deve estar se perguntando, acadêmico, por que estamos discutindo tanto o conceito de leitura se, na verdade, você será professor de língua inglesa, correto? A leitura é um dos primeiros contatos que as pessoas têm com a língua inglesa, seja na rua (shopping, drive thru, exit, living, e tantas outras informações que lemos em inglês por aí ...) ou mesmo na escola – sim, antes de aprender a escrever, falar ou ouvir, o aluno entrará em contato com a leitura. Por este motivo, esta disciplina tratará da leitura, dos seus processos, e trará dicas valiosas sobre como trabalhar a leitura em sala de aula de acordo com a idade do aluno. Now, let’s go ahead! 3 POR QUE PRECISAMOS LER? Acadêmico, você já deve ter notado que a leitura sempre tem um propósito. Geralmente, quando buscamos algum texto, queremos extrair dele algo que nos interesse, como vimos na tirinha trabalhada na seção anterior. Para descontrair ainda mais, observe a tira a seguir: FIGURA 3 – LER FONTE: Disponível em: <https://leojoao.wordpress.com/tag/leitura/>. Acesso em: 20 nov. 2017. UNIDADE 1 | COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA 8 O que o personagem quis dizer? Que ler faz com que você possa voar, ir além do que o pensamento humano pode imaginar. Assim, a leitura, além de ser fonte de conhecimento, pode ser um excelente passatempo. Como em sala de aula geralmente não é o aluno que escolhe o que ler, cabe ao professor, conforme já mencionamos, escolher. Portanto, é de grande responsabilidade escolher bem o texto a ser passado à turma. Que precisamos ler, já é algo consumado, mas por que, afinal, precisamos ler? E ainda: por que precisamos ler para aprender a língua inglesa? A língua inglesa ganhou muito prestígio nos últimos tempos. Já sabemos que o inglês é a língua da globalização, que sua importância no mundo dos negócios é indiscutível e que ter domínio do inglês agrega valor ao currículo. Não cabe a nós, neste momento, discutir porque é importante dominar a língua inglesa, mas discutir por que a leitura é importante para o aprendizado da língua inglesa. Iniciaremos nossa discussão partindo do tema letramento. O letramento é um conceito complexo, pois se desdobra em inúmeros entendimentos. De acordo com Street (2014), o letramento é a compreensão do texto. Alfabetização é diferente de letramento, pois não basta saber ler, mas saber compreender o que de fato aquele texto quer dizer e quais são suas intenções. Uma pessoa que está aprendendo uma língua estrangeira, neste caso, o inglês, precisa saber ler além de palavras soltas, pois em uma situação comunicativa real, o que será exigido dele não serão apenas palavras, mas sim, contexto. O professor de língua inglesa pode observar o avanço das habilidades leitoras dos seus alunos a partir dealguns elementos. Dentre eles podemos citar, por exemplo, o fato de que todo leitor possui conhecimento discursivo e conhecimento prévio para compreender o que leu (JENKINS, 2006). Por este motivo é de suma importância que haja uma conversa prévia acerca do assunto que o texto abordará. Compreende-se por conhecimento discursivo todo o conhecimento relacionado à leitura que o aluno já possui: estrutura do texto, parágrafos, pontuação, estratégias de leitura etc. NOTA TÓPICO 1 | O PROCESSAMENTO DA LEITURA SOB O OLHAR COGNITIVO 9 Jenkins (2006) afirma que para que possamos ter uma boa base do que o aluno já traz de conhecimento prévio para as aulas de língua inglesa, é necessário observar antes a maneira como o aluno lê na sua língua materna, no caso, em língua portuguesa. Assim, saberemos quais serão as dificuldades que este aluno enfrentará para ler um texto em língua inglesa. Ressalta-se que o conhecimento discursivo é sempre empregado, independentemente do idioma que se está lendo (JENKINS, 2006). Certamente você, futuro professor de língua estrangeira, encontrará algumas dificuldades para trabalhar com a leitura em sala de aula, haja visto o fato de que a leitura só foi implantada de fato nos currículos há mais ou menos 20 anos. Antes disso, o foco era na gramática e, muitas vezes, ainda é. Assim, deve- se quebrar este paradigma, e de acordo com Marcuschi (2008), deve-se ensinar o aluno a ver o texto como um todo para que, em seguida, ele compreenda suas partes. Agora, falaremos um pouco da importância de ler do ponto de vista da neurociência. De acordo com Iwata e Maranha (2015), a psicologia cognitiva tem estudado junto à Neurociência Cognitiva nas pesquisas acerca da leitura. É comprovado, segundo a pesquisadora, que a leitura tem fortes impactos sobre o cérebro. As pesquisas realizadas acerca do tema mostram que existem duas frentes para a leitura: a atividade de leitura e a habilidade de leitura. Ambas diferem pelo fato de que a habilidade de leitura é o que, de fato, a define (IWATA; MARANHA, 2015). Já a atividade de leitura usa a habilidade de leitura para se chegar onde se quer com o texto. ATENCAO Pay attention! A atividade de leitura consiste mais no objetivo da leitura do que na leitura propriamente dita. Vamos a um exemplo prático: se você receber agora um texto com muitas palavras que não conhece, você conseguirá decodificá-lo, mesmo sem compreender o que ele quer dizer. Isto é a habilidade de leitura. Você foi capaz de identificar o código alfabético que compõe as palavras e, assim, decodificá-las. Compreendeu? De acordo com Iwata e Maranha (2015), ler não é, de fato, compreender. Ler é um processo que não abrange somente compreender, mas para que UNIDADE 1 | COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA 10 possamos compreender é necessário que tenhamos a habilidade de ler. Por isso, precisamos ler muito, é um exercício para nosso cérebro. Quanto mais você lê, mais seu cérebro se desenvolverá e mais você aprenderá. A neurociência também tem sido de suma importância para esta afirmação, pois a partir dos seus estudos, ela compara a leitura a outras atividades usando a imagem das áreas que se destacam no cérebro durante a leitura. Existe uma ativação de áreas muito específicas do cérebro leitor e as áreas da fala e da audição também estão conectadas à leitura, mesmo que esta não seja feita em voz alta. Assim, a leitura é imprescindível para o aprendizado, aqui, voltado à língua inglesa. Para finalizarmos essa seção, leia estas dicas de por que devemos incentivar nossos alunos a lerem livros em língua inglesa: É a maneira mais rápida e natural de adquirir vocabulário Muitas vezes, encontramos palavras ou expressões que nunca antes tínhamos ouvido, mas mesmo assim não precisamos de um dicionário para entender o significado, pois o contexto já é suficiente. Além do mais, há palavras com diferentes significados de acordo com o contexto. Esta maneira é bem mais rápida e prática! Você aprende sem se dar conta Quando estamos lendo, ficamos tão concentrados na história que nem nos damos conta do que estamos fazendo. Assim, a aprendizagem acontece de maneira natural, sem ter realmente a impressão de estar aprendendo. É divertido! Ler é verdadeiramente um prazer para quem gosta. É como ver um filme, mas dentro de sua cabeça! Escolha o tipo de livros que você goste mais: romances históricos, policiais, românticos, de aventuras etc. É mais barato Por um lado, as traduções aumentam o preço final dos livros. Por outro, a oferta de livros em inglês é muito maior e existe um monte de sites onde se pode comprar a um preço bem econômico. Não tem que esperar a tradução Às vezes a tradução demora um pouco depois do lançamento do livro na língua original. Se você for especialmente impaciente, já não tem que esperar mais, leia o original em inglês! Naturalmente, começar a ler livros em inglês TÓPICO 1 | O PROCESSAMENTO DA LEITURA SOB O OLHAR COGNITIVO 11 não é um processo imediato. Comece com livros mais fáceis e curtos (infantis ou juvenis), e à medida que suas habilidades aumentarem, pode passar para livros mais complexos. FONTE: Disponível em: <https://blog.abaenglish.com/pt/cinco-motivos-para-ler-livros-em- ingles/>. Acesso em: 10 dez. 2017. 4 O FUNCIONAMENTO DO CÉREBRO DURANTE A LEITURA Acadêmico! Nesta seção, você compreenderá um pouco de como a leitura ocorre no cérebro humano. Que caminhos ela percorre até ser compreendida? Quais são as áreas especificamente utilizadas no cérebro para que ela ocorra? Let’s go ahead and know this important subject. Assim como todas as ações humanas, a leitura é processada no cérebro. Para que a leitura ocorra, é necessário que vários processos sejam iniciados. A leitura é essencialmente uma atividade neurológica e envolve muitos órgãos, desde o olho até as partes mais complexas do cérebro. Para que possamos compreender como, de fato, a leitura se processa, muitas são as áreas da ciência envolvidas: neurociência, psicologia, biologia, fisiologia, psicolinguística etc. A psicologia, juntamente à neurociência, por exemplo, compreende a leitura a partir do processo que se dá na mente. Por este motivo, utilizaremos nesta seção alguns conceitos específicos desta área. Para que possamos compreender como se dá a leitura, explicaremos especificamente os quatro passos que compõem, basicamente, a leitura. Observe: VISUALIZAÇÃO > FONAÇÃO > AUDIÇÃO > CEREBRAÇÃO • Visualização: a visualização é o processo inicial, que visa olhar para as palavras e decodificar seus códigos. Este não é um processo contínuo, pois os olhos não passam de maneira linear sobre as palavras. • Fonação: a fonação é a articulação oral e pode desenvolver-se de maneira consciente ou inconsciente. É o processo que passa a leitura da visão à fala. • Audição: a audição consiste em passar a leitura até o ouvido. • Cerebração: é a parte final da leitura, quando as informações chegam ao cérebro para que haja o processo de compreensão. Estas são, basicamente, as etapas da leitura, que aprofundaremos mais a seguir. UNIDADE 1 | COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA 12 Lembramos que todo este estudo acerca da leitura é para que você, acadêmico e futuro professor de língua inglesa, compreenda que a leitura é uma das quatro habilidades que devem ser desenvolvidas para que haja o pleno aprendizado da língua inglesa. IMPORTANT E Let’s go ahead and know a little more! 4.1 DOS OLHOS AO CÉREBRO: COMO TUDO ACONTECE Desde os olhos até o processamento cerebral, o caminho que a leitura percorre para chegar ao seu objetivo é longo. Smith (2003) explica que a percepção e a fisiologia influenciam muito na nossa percepção leitora. Uma das primeiras e mais importantes distinções que ocorrem quando iniciamos o processo da leitura é a dos elementos visuais e não visuais, necessários para o início do processo. Vamos conhecê-los? Elementos visuais: são os que influenciam diretamente na leiturasob o aspecto físico, por exemplo, a luz adequada, os óculos ou lentes, se for o caso, as letras impressas ou projetadas de maneira adequada. Elementos não visuais: são os que estão dentro de nós, por exemplo, o domínio do idioma no qual o texto está escrito, o conhecimento prévio sobre o assunto, as estratégias de leitura que dominamos. Quanto mais elementos não visuais possuímos, menos precisaremos dos elementos visuais (SMITH, 2003). Por isso, futuro professor, lembre-se, especialmente quando for trabalhar leitura com os alunos de menor faixa etária, de que é preciso muito cuidado, pois às vezes a criança ainda não tem domínio sobre os elementos não visuais e isso torna a leitura muito difícil, ou mesmo impossível, especialmente quando se trata de leitura em língua estrangeira. UNI TÓPICO 1 | O PROCESSAMENTO DA LEITURA SOB O OLHAR COGNITIVO 13 A visão, de acordo com Smith (2003), é uma ilusão criada pelo cérebro, ou seja, a visão é parcial, pois muitas das informações que completam a visão já estão armazenadas em nosso cérebro. O armazenamento sensorial é um compartimento cerebral que armazena as informações que vimos por milésimos de segundos, ou seja, o que vemos não fica em nosso cérebro por muito tempo. Quer um exemplo? Quando estamos vendo uma apresentação de slides nos quais as figuras passam muito rápido, geralmente não conseguimos nos lembrar nem da metade delas. Isso ocorre porque a imagem que aparece sempre acaba fazendo com que esqueçamos a anterior e assim sucessivamente. Outra informação interessante, que muitos não sabem, é que nossos olhos não olham fixamente para uma palavra ou objeto, embora tenhamos esta sensação. Nossos olhos estão em constante movimento, emitindo uma espécie de vibração (SMITH, 2003). Este processo ocorre para que outras células possam focalizar o objeto ou palavra, reduzindo, assim, a sobrecarga da retina ocular. Segundo Smith (2003), caso esta função falhe, a percepção é prejudicada e o objeto passa a ser percebido de maneira desfocada diante dos nossos olhos. Afinal, o que isso interessa ao processo de leitura? O movimento do olho que faz com que a leitura ocorra é o que chamamos de movimento sacádico (SMITH, 2003). Este movimento não é linear, mas criado por pequenos lances que sacam as amostras de imagens que nos cercam. Este movimento não ocorre somente na leitura, mas em outras situações, como olhar um desenho, um rosto de uma pessoa, um animalzinho, analisar algo que se passa na televisão ou no computador, ou mesmo olhar para uma parede branca ou para o céu azul. Para nós (e para a maior parte dos países ocidentais), o movimento sacádico da leitura ocorre da esquerda para a direita e de cima para baixo. Este é um dos elementos não visuais primordiais para que uma criança aprenda a ler. A pausa que, muitas vezes, fazemos para observar melhor uma palavra, também é essencial para que haja a compreensão. Smith (2003) chama esta pausa de fixação. Ela ocorre para que possamos absorver a informação do texto. O movimento de regressão também é importante para a leitura e nem sempre nos damos conta dele. Trata-se do movimento cujos olhos correm na direção contrária ao texto para retomar algo que porventura tenha passado despercebido. UNIDADE 1 | COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA 14 Let’s remember! Movimento sacádico são os lances de olhares que damos para ter um panorama geral do que está ao nosso redor. Fixação são as pequenas pausas que os olhos fazem em busca de absorção de informação. Movimento de regressão é o movimento que os olhos fazem de trás para frente para buscar retomar algo que não tenha sido compreendido. NOTA Ainda de acordo com Smith (2003), as fixações e os movimentos de regressão variam muito de acordo com o nível do leitor. O leitor iniciante faz muito mais regressões e pausas do que um leitor que possua mais experiência. Isso não significa que um leitor experiente não possa ter dificuldades. Por exemplo, quando se está lendo um texto sobre um assunto pouco conhecido ou em outro idioma, poderão ser feitas muito mais fixações e regressões do que em um texto de aspecto familiar. A visão, portanto, deve ser rápida e eficaz. Além disso, ela precisa ser seletiva. Se isso não ocorresse e a visão fosse lenta, haveria uma sobrecarga de informações e o discurso poderia não ser processado como deveria, ou seja, a mensagem do texto ou do parágrafo se perderia. Smith (2003) afirma que, caso a visão não fosse seletiva, teríamos o que se chama de visão de túnel, ou seja, veríamos o mundo como se fosse através de um canudo. Tudo isso só é possível a partir dos elementos que chamamos de não visuais: as estratégias, o conhecimento prévio etc. Se não fossem esses elementos, não teríamos como ler rapidamente e de maneira seletiva. É por este motivo que uma criança que ainda não domina os elementos não visuais, ao ver um texto, pode enxergá-lo como uma floresta impossível de desbravar. TÓPICO 1 | O PROCESSAMENTO DA LEITURA SOB O OLHAR COGNITIVO 15 ATENCAO Acadêmico, quando você for professor, identifique se o seu aluno está com dificuldades de leitura. Existe um transtorno chamado “dislexia” que pode dificultar especialmente o processo de leitura do aluno, tanto na língua materna quanto na segunda língua. Observe os sinais de alerta: Se por acaso você perceber alguma destas dificuldades em algum dos seus alunos, deverá encaminhá-lo a um especialista no assunto. FONTE: Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/397255/>. Acesso em: 20 dez. 2017. FIGURA 4 – SINAIS DE ALERTA PARA A DISLEXIA Assim, quanto mais você lê, mais repertório adquire, mais vocabulário aprende, mais elementos não visuais consegue internalizar. Desta maneira, ajudamos o cérebro na decodificação do que está escrito. Continuaremos nosso caminho dos olhos ao cérebro. Agora que você já sabe como atuam os olhos no processo de leitura, vamos ao passo seguinte, que é a identificação do sentido da mensagem que os olhos levaram ao cérebro. Quando estamos lendo, não estamos processando letra por letra. Pelo contrário. Muitos pensam que a leitura se dá no processo letra > palavra > frase > texto, mas isso é bem o oposto do que se imagina. UNIDADE 1 | COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA 16 O processo de leitura é imediato. Ele se dá a partir da leitura do macro para o micro, ou seja, o cérebro não compreende letra por letra, mas qual é o sentido que o que está sendo lido faz. Para a leitura de um texto em língua estrangeira, Smith (2003) propõe a eliminação das alternativas, ou seja, a compreensão pode ser feita pelo nosso conhecimento gramatical ou pelo nosso conhecimento contextual (a partir do contexto). Um exemplo disso é se a palavra começa, por exemplo, com a letra H, sabemos que depois dela não poderá haver nenhuma consoante. Outro exemplo dado pelo autor é se, por exemplo, há a seguinte frase: “Tomorrow we are going to the m.......”. Poucas são as alternativas que nos restam: movies, mall, ... Isso faz com que não demoremos tanto para chegar ao sentido da frase. Na leitura em língua inglesa, é mais comum a eliminação de alternativa a partir do contexto. Vamos a um exemplo prático. Veja a frase: “Life is like an ice cream: enjoy before it melt”. Agora, imagine o que ela significa. “A vida é como um sorvete. Aproveite-a antes que ela.......”. Certamente você deduziu a palavra “derreta”, correto? Se não, provavelmente chegou perto. Perceba que, na verdade, mesmo que o aluno não soubesse o significado da palavra melt, ele poderia tranquilamente compreender o que a frase quer dizer. Da mesma maneira, se a pessoa não soubesse o que significa a palavra ice cream: “A vida é como um .......... Aproveite-a antes que ela derreta”. Não é difícil imaginar algo que deva ser aproveitado antes que derreta, não é mesmo? Não levamos muito tempo para compreender o real significado da frase. Nosso vocabulário na língua materna é aprendido destamaneira, mas como o aprendemos quando crianças, não lembramos. Assim é quando aprendemos uma língua estrangeira, e quando a ensinamos também. No cérebro, nossa percepção das coisas também acaba influenciando muito. Um exemplo é quando falamos a palavra FLOWER. O que vem à sua mente? Pode ser uma rosa, uma margarida, uma flor desenhada, um vaso de flores, um parreiral de flores. Muitos são os significados atribuídos ao mesmo significante. Veja: TÓPICO 1 | O PROCESSAMENTO DA LEITURA SOB O OLHAR COGNITIVO 17 FIGURA 5 – UM SIGNIFICANTE COM VÁRIOS SIGNIFICADOS FONTE: A autora. Adaptado de: <https://goo.gl/GMc1oU>. Acesso em: 26 fev. 2018. Assim, não é o conjunto de letras que dá o sentido à palavra, mas nosso conhecimento de mundo acerca dela. Ao contrário do que imaginamos, quando olhamos para uma palavra, não pensamos antes na sua vocalização e depois em sua imagem. Quando lemos flower, a imagem da flor vem bem antes do que a palavra em si. Podemos compreender porque muitas das formas de ensinar que conhecemos tornam-se frustrantes. Muitos professores de línguas estrangeiras não ensinam a leitura a partir do contexto e do que se quer abstrair da leitura, mas apenas buscando destacar palavras, frases. Para ensinar a leitura em língua inglesa, é importante que o professor desafie o aluno. Atividades de leitura não devem ser dadas em um nível muito inferior ao que o aluno conhece, pois o cérebro necessita incessantemente ser estimulado e desafiado, somente assim será possível fazer com que o aluno aprenda. DICAS Recomendamos, acadêmico, que para aprofundar ainda mais os estudos acerca do processamento da leitura, você leia o artigo intitulado A aprendizagem da leitura e suas implicações sobre a memória e a cognição, dos autores Régine Kolinski, Rosângela Gabriel e José Morais. O artigo está disponível no link <http://www.scielo.br/pdf/ides/ v69n1/2175-8026-ides-69-01-00061.pdf>, na sua trilha de aprendizagem da disciplina. Vale a pena conferir. UNIDADE 1 | COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA 18 No nosso cérebro, existe uma pequena área que diferencia o cérebro de quem lê do cérebro de quem não lê. Já afirmamos anteriormente que a leitura modifica o cérebro e por isso é muito importante que leiamos sempre que possível, mesmo que seja apenas por um passatempo. A partir de agora, você conhecerá um estudo realizado acerca da Visual Word From Area (em português, área de forma visual das palavras), que aqui será tratada por VWFA. Há inúmeros estudos que apontam para o fato de que existe uma área do cérebro que só está ativa para pessoas que são letradas. Esta pequena área seria, de acordo com Iwata e Maranha (2015), a VWFA. Observe a posição desta pequena área no cérebro: VWFA FIGURA 6 – VWFA FONTE: A autora. Adaptado de: <http://www.anatomiadocorpo. com/sistema-nervoso/cerebro/>. Acesso em: 11 mar. 2018. Pesquisas estudaram com afinco se esta área é ativada apenas durante o processo de leitura ou se em outras atividades ela também é usada. Afinal, o que é e o que faz esta pequena região cerebral? Na verdade, ela existe em todos os seres humanos, mas somente é ativada a partir da aprendizagem. Nessa região do cérebro ocorre uma reciclagem de neurônios para esta função, pois a área sempre esteve aí, mas era usada para outras funções. Cada nova aprendizagem possibilita reciclar esses neurônios e criar, no cérebro, um espaço exclusivo para cada aprendizagem. Note que a VWFA fica bem próxima às áreas responsáveis pela linguagem e pela visão. Isso tem um motivo: onde há leitura, deve haver ativação da linguagem oral e visual. Esta estrutura neural permite que o pensamento se conecte às palavras escritas (imagens) e ao processamento da linguagem. De acordo com Iwata e Maranha (2015), das pessoas que foram pesquisadas, a área da VWFA é a mesma em praticamente todas, não importa o idioma que TÓPICO 1 | O PROCESSAMENTO DA LEITURA SOB O OLHAR COGNITIVO 19 elas falam, que tipo de alfabeto usam ou se a leitura é visual ou tátil (braile, por exemplo). Ela está localizada na região occiptotemporal do giro fusiforme do hemisfério esquerdo. Nos indivíduos pesquisados que não sabiam ler, esta área não era ativada quando viam palavras ou textos escritos. Outro ponto observado é que quanto maior a fluência leitora, mais a VWFA é ativada. Assim, a leitura muda o cérebro, pois ao passo que as pessoas iam aprendendo a ler, a área passava a ser ativada. Outra parte cerebral amplamente ativada durante a leitura é o plano temporal, parte do cérebro cuja função é processar os sons. Nas pessoas letradas, esta ativação é duas vezes maior do que nas pessoas iletradas (IWATA, MARANHA, 2015). 4.2 A CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA Acadêmico, vamos continuar com a nossa jornada. Já sabemos que muitos são os processos necessários para que possamos desenvolver a leitura, mas nenhum deles é possível caso não haja a consciência fonológica. Esta consciência é importante porque não há leitura se não houver decodificação do alfabeto. Todos os sistemas alfabéticos usam letras. Cada letra tem por objetivo representar um som ou, por vezes, duas ou mais letras representam um único som (como você já estudou ou ainda estudará na disciplina de Fonética e Fonologia da Língua Inglesa). De acordo com Carrell (1987), só podemos ter uma estrutura alfabética porque todas as palavras possuem os mesmos fonemas, ou seja, diferentes combinações dos mesmos sons formam milhões de palavras, em todos os idiomas imagináveis. Assim, em todas as línguas há um grupo limitado de fonemas, mas que permitem a construção de milhões de palavras diferentes, que possibilitam a formação da língua. Afinal de contas, o que é a consciência fonológica e o que ela tem a ver com a existência de um alfabeto? A consciência fonológica é a habilidade de analisar as palavras faladas. Conforme Scliar-Cabral (1989), a consciência fonológica é a capacidade de debruçar-se sobre os objetos fonológicos com uma postura reflexiva. A partir desta análise crítica dos sons, podemos compreender como funciona a conversão das letras em fonemas. Para que a consciência fonológica possa existir, é preciso que se compreenda os sons da fala, bem como que se saiba como utilizá-los. UNIDADE 1 | COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA 20 De acordo com Capovilla e Capovilla (1997), o desenvolvimento da capacidade que chamamos de consciência fonológica permite que possamos segmentar as palavras em sílabas e, em seguida, em fonemas, o que possibilita a compreensão de que as diferentes palavras constituem-se por fonemas. Para cada fonema, existe, no mínimo, uma letra correspondente. O valor sonoro das letras é aprendido a partir da consciência fonológica, portanto, para que possamos compreender uma palavra, é preciso que compreendamos também a sua estrutura sonora. Acadêmico, podemos assim concluir que separar sílabas pode ser um processo natural da fala, mas ter a consciência dos sons e detectar os fonemas requer uma prática um pouco mais próxima com o código escrito. Em seus estudos, Vygotsky afirma que a criança, no seu processo de aprendizagem da língua, não está muito atenta aos sons, porque o foco é compreender o sentido. Para escrever, porém, é necessário que esta consciência fonológica esteja mais desenvolvida, caso contrário, ela não conseguirá transformar os sons em símbolos alfabéticos (a relação entre fonemas e grafemas sempre é um desafio da alfabetização). Podemos concluir que a leitura é um processo complexo, já que envolve, além da compreensão do sistema alfabético, toda uma gama de estratégias, bem como a compreensão do contexto no qual o texto foi desenvolvido. Como estamos falando até agora sobre leitura, a nossa leitura complementar trará algumas reflexões sobre porque é importante ler. E melhor: todo o texto está em inglês. Desafie-se! Come with us and enjoy it! TÓPICO 1 | O PROCESSAMENTO DA LEITURA SOB O OLHAR COGNITIVO 21 10 Benefits of Reading: WhyYou Should Read Every Day When was the last time you read a book, or a substantial magazine article? Do your daily reading habits center around tweets, Facebook updates, or the directions on your instant oatmeal packet? If you’re one of countless people who don’t make a habit of reading regularly, you might be missing out: reading has a significant number of benefits, and just a few benefits of reading are listed below. 1. Mental Stimulation Studies have shown that staying mentally stimulated can slow the progress of (or possibly even prevent) Alzheimer’s and Dementia, since keeping your brain active and engaged prevents it from losing power. Just like any other muscle in the body, the brain requires exercise to keep it strong and healthy, so the phrase “use it or lose it” is particularly apt when it comes to your mind. Doing puzzles and playing games such as chess have also been found to be helpful with cognitive stimulation. 2. Stress Reduction No matter how much stress you have at work, in your personal relationships, or countless other issues faced in daily life, it all just slips away when you lose yourself in a great story. A well-written novel can transport you to other realms, while an engaging article will distract you and keep you in the present moment, letting tensions drain away and allowing you to relax. 3. Knowledge Everything you read fills your head with new bits of information, and you never know when it might come in handy. The more knowledge you have, the better-equipped you are to tackle any challenge you’ll ever face. Additionally, here’s a bit of food for thought: should you ever find yourself in dire circumstances, remember that although you might lose everything else — your job, your possessions, your money, even your health — knowledge can never be taken from you. 4. Vocabulary Expansion This goes with the above topic: the more you read, the more words you gain exposure to, and they’ll inevitably make their way into your everyday vocabulary. Being articulate and well-spoken is of great help in any profession, and knowing that you can speak to higher-ups with self-confidence can be an enormous boost to your self-esteem. It could even aid in your career, as those who are well-read, well-spoken, and knowledgeable on a variety of topics tend to get promotions more quickly (and more often) than those with smaller vocabularies LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 1 | COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA 22 and lack of awareness of literature, scientific breakthroughs, and global events. Reading books is also vital for learning new languages, as non-native speakers gain exposure to words used in context, which will ameliorate their own speaking and writing fluency. 5. Memory Improvement When you read a book, you have to remember an assortment of characters, their backgrounds, ambitions, history, and nuances, as well as the various arcs and sub-plots that weave their way through every story. That’s a fair bit to remember, but brains are marvelous things and can remember these things with relative ease. Amazingly enough, every new memory you create forges new synapses (brain pathways) and strengthens existing ones, which assists in short- term memory recall as well as stabilizing moods. How cool is that? 6. Stronger Analytical Thinking Skills Have you ever read an amazing mystery novel, and solved the mystery yourself before finishing the book? If so, you were able to put critical and analytical thinking to work by taking note of all the details provided and sorting them out to determine “who done it”. That same ability to analyze details also comes in handy when it comes to critiquing the plot; determining whether it was a well-written piece, if the characters were properly developed, if the storyline ran smoothly etc. Should you ever have an opportunity to discuss the book with others, you’ll be able to state your opinions clearly, as you’ve taken the time to really consider all the aspects involved. 7. Improved Focus and Concentration In our internet-crazed world, attention is drawn in a million different directions at once as we multi-task through every day. In a single 5-minute span, the average person will divide their time between working on a task, checking email, chatting with a couple of people (via chat, skype, etc.), keeping an eye on twitter, monitoring their smartphone, and interacting with co-workers. This type of ADD-like behavior causes stress levels to rise, and lowers our productivity. When you read a book, all of your attention is focused on the story — the rest of the world just falls away, and you can immerse yourself in every fine detail you’re absorbing. Try reading for 15-20 minutes before work (i.e. on your morning commute, if you take public transit), and you’ll be surprised at how much more focused you are once you get to the office. 8. Better Writing Skills This goes hand-in-hand with the expansion of your vocabulary: exposure to published, well-written work has a noted effect on one’s own writing, as observing the cadence, fluidity, and writing styles of other authors will invariably influence your own work. In the same way that musicians influence one another, TÓPICO 1 | O PROCESSAMENTO DA LEITURA SOB O OLHAR COGNITIVO 23 and painters use techniques established by previous masters, so do writers learn how to craft prose by reading the works of others. 9. Tranquility In addition to the relaxation that accompanies reading a good book, it’s possible that the subject you read about can bring about immense inner peace and tranquility. Reading spiritual texts can lower blood pressure and bring about an immense sense of calm, while reading self-help books has been shown to help people suffering from certain mood disorders and mild mental illnesses. 10. Free Entertainment Though many of us like to buy books so we can annotate them and dog-ear pages for future reference, they can be quite pricey. For low-budget entertainment, you can visit your local library and bask in the glory of the countless tomes available there for free. Libraries have books on every subject imaginable, and since they rotate their stock and constantly get new books, you’ll never run out of reading materials. If you happen to live in an area that doesn’t have a local library, or if you’re mobility-impaired and can’t get to one easily, most libraries have their books available in PDF or ePub format so you can read them on your e-reader, iPad, or your computer screen. There are also many sources online where you can download free e-books, so go hunting for something new to read! There’s a reading genre for every literate person on the planet, and whether your tastes lie in classical literature, poetry, fashion magazines, biographies, religious texts, young adult books, self-help guides, street lit, or romance novels, there’s something out there to capture your curiosity and imagination. Step away from your computer for a little while, crack open a book, and replenish your soul for a little while. FONTE: Available in: <https://www.lifehack.org/articles/lifestyle/10-benefits-reading-why-you- should-read-everyday.html>. Accessed in: dec 23rd, 2017. 24 In this topic, you learned that: • The four abilities of the English language are: listening, speaking, writting and reading. • There is no order to learn the abilities, since they are skills usually developed within communication in general. • To be a good English teacher, it’s necessary to know these abilities. • The processing of the foreign language in the brain is different than in the mother tongue. • Reading is a process of understanding and seizing information. • Reading opens the mind to the unknown, makes us reflect on ourselves and the world. • Reading means constructing meanings according to the world's knowledge we already have. • To read is to dialogue, to question, to learn, to criticize, to argue, to disagree,to complement, among many other actions. • Literacy is the understanding of the text. • Neuroscience compares reading to other activities using the image of areas that stand out in the brain during reading. • Visualization is the initial process, which aims to look at words and decode their codes. This is not an ongoing process, and eyes don’t pass linearly over words. • Phonation is the oral articulation and can develop in a conscious or unconscious way. It is the process that passes the reading from vision to speech. • Hearing consists of passing the reading to the ear. • Cerebration: It is the final part of the reading, when the information reaches the brain for the process of understanding. RESUMO DO TÓPICO 1 25 • Visual elements: they are those that directly influence the reading under the physical aspect, for example, the adequate light, the glasses or lenses, the letters printed or projected in an appropriate way. • Non-visual elements are those that are within us, such as the domain of the language in which the text is written, prior knowledge, the reading strategies that we master. • Sensory storage: cerebral compartment that stores the information we saw by milliseconds. • Saccade movement: non-linear, but rather, created by small bids that take the samples of images that surround us. • Fixation: pause that we often do to better observe a word. • Regression movement: roll your eyes in the opposite direction of the text to pick up something that may have gone unnoticed. • The vision must be fast and effective, if it’s not, there is information overload and the information is lost. • The VWFA is a brain area activated in literate people during reading. 26 1 Explain with your own words what is the difference between the visual and non-visual elements. Give an example. 2 About the four abilities developed by English learners, give an example of activity that we can develop with our students: Listening: Speaking: Writing: Reading: 3 Explain how neuroscience helps in studies about reading. 4 About sensory storage (armazenamento sensorial), write T for true and F for false: ( ) Sensory storage stores the information we've seen for hours. ( ) Sensory storage occurs, for example, when you see a slide show in which the pictures pass very fast, we usually can’t remember even half of them. ( ) Sensory storage doesn’t occur with readers. ( ) Sensory storage is a brain compartment. Now, choose the correct alternative: a) ( ) F – T – T – F. b) ( ) F – T – F – T. c) ( ) T – F – T – F. d) ( ) T – F – F – T. AUTOATIVIDADE 27 TÓPICO 2 OS ESTÁGIOS DA LEITURA UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, agora que já estudamos um pouco acerca do conceito de leitura e como ela se processa, vamos trabalhar um pouco acerca da compreensão leitora e discutir cada um dos quatro níveis de leitura para que você, futuro professor, saiba como proceder em cada um deles, afinal de contas, os professores muitas vezes têm contato com alunos de todos os níveis. Are you ready to start another studying journey? So, come with me and enjoy it! 2 A COMPREENSÃO LEITORA Para que possamos estar contextualizados acerca do que estamos tratando aqui, vamos conceituar a compreensão leitora. De acordo com Kleiman (1998, p. 61): Compreensão leitora é o processo por meio do qual são postas em funcionamento as estratégias cognitivas e habilidades necessárias para compreender, que permitem que o leitor extraia e construa significados do texto, simultaneamente, para fazer sentido da língua escrita. As estratégias cognitivas que a autora se refere são as funções que na seção anterior trabalhamos: as não visuais. As habilidades se definem a partir das estratégias que o leitor é capaz de pôr em prática no ato da leitura. Esta extração de significados dos textos só vem com a prática, pois não existe uma fórmula mágica que faça com que o leitor se torne proficiente se ele não praticar. Quando crianças, os alunos precisam desenvolver o hábito da leitura, caso não o desenvolvam, a compreensão da leitura será cada vez mais difícil. Existem casos de pessoas que desenvolvem o gosto e o hábito da leitura depois de adultos, mas se isto for desenvolvido ainda quando criança, melhor será o desenvolvimento destas habilidades. Por este motivo, destacamos mais uma vez o fato de que o professor deve ajudar o aluno a tornar-se leitor, fazendo com que ele consiga desenvolver objetivos claros com relação à leitura: Por que estou lendo? O que quero com esta leitura? Preciso de alguma informação ou estou lendo apenas por gosto? Assim UNIDADE 1 | COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA 28 que ele conseguir dominar esta estratégia (ter objetivos claros quanto à leitura), sua compreensão quando a leitura ocorrer será mais efetiva. As estratégias de leitura devem, de acordo com Solé (1998), ser ensinadas. Segundo a autora, elas auxiliam o aluno a ler de maneira autônoma, mas não aparecem do nada e não são desenvolvidas naturalmente. Elas são ensinadas ou não, e são aprendidas ou não. Assim, mais uma vez inferimos a ação do professor para que as estratégias de leitura sejam efetivamente aprendidas. A autora também afirma que quanto mais se lê, mais o leitor as internaliza. O desenvolvimento destas estratégias parte do princípio do objetivo da leitura: é preciso ter objetivos para que possamos traçar a estratégia mais adequada enquanto leitores e ajudar o aluno com atividades para desenvolvê-las enquanto professores. A seguir, elencamos quais são as perguntas que devem ser feitas quando vamos ler (ou passar alguma leitura aos alunos): OBJETIVOS DA LEITURA: • Assimilação de conhecimento? • Busca de novo conhecimento? • Preparação intelectual para assumir posicionamentos críticos? • Preparação intelectual para gerar conhecimento novo? PRIMEIRO PASSO PARA A LEITURA: • Vamos ler sobre que assunto? • O que vamos ler sobre o assunto? • O que queremos com a leitura: algo específico ou mais geral? A partir destes questionamentos, já é possível definir qual é o objetivo do que vamos ler para, assim, desenvolvermos as estratégias necessárias ou ajudar nosso aluno a desenvolvê-las, se for o caso. É importante lembrar que, dependendo da idade da criança, especialmente quando se trata de leitura em língua inglesa, os objetivos serão, provavelmente, relacionados à compreensão do texto de maneira mais generalizada, pois o foco é a aprendizagem do idioma. NOTA TÓPICO 2 | OS ESTÁGIOS DA LEITURA 29 A compreensão leitora é dividida em quatro níveis, os quais estudaremos a partir de agora, nas próximas sessões. São elas: a decodificação, a compreensão literal, a inferência e o monitoramento. Os dois primeiros, de acordo com Gagné, Yekovich e Yekovich (1993), são chamados de shallow processing e tratam da fase na qual o leitor é capaz de perceber o texto ainda de maneira superficial. Já os dois últimos são chamados de deep processing e são os mais aprofundados. Nesses níveis, o leitor já é capaz de formar conceitos novos e adquirir posicionamento diante deles. Let’s, now, study more about each level. Come with me and learn more and more! 2.1 O PRIMEIRO NÍVEL DE COMPREENSÃO LEITORA O primeiro nível de compreensão leitora, também chamado de decodificação, trata-se da interpretação dos códigos para, assim, depreender a mensagem que determinado texto quer nos transmitir. A decodificação nada mais é do que a criptografia. Para que o leitor saiba decodificar, é preciso que ele compreenda o sistema alfabético no qual o texto está escrito. Por exemplo, um texto que está escrito em braile não será decodificado por uma pessoa que não tenha o domínio mínimo deste alfabeto. O idioma, no caso da decodificação, não tem influência, porque você é capaz de decodificar um texto escrito em italiano. Neste caso, a decodificação ocorre. O que não ocorre é a compreensão, conforme veremos adiante. 2.2 O SEGUNDO NÍVEL DE COMPREENSÃO LEITORAA compreensão literal do texto, que é o segundo nível da compreensão leitora, trata-se de compreender exatamente o que o texto quer dizer. Por exemplo, em um texto em que se diz: “Naquele tempo, havia apenas dois carros na cidade: o do prefeito e o do médico. Ambos sabiam dirigir, mas não se arriscavam, pois já consideravam a estrada muito perigosa por haver muito tráfego”. Se pedíssemos para que o leitor diga quantos carros havia na cidade, ele provavelmente responderá “dois”, porque é uma informação que está explícita no texto. Isso é a compreensão literal. É abstrair as informações que estão sendo dadas única e exclusivamente pelo texto. Geralmente, as crianças em fase de alfabetização conseguem chegar a esta fase da leitura. Em seguida, elas vão desenvolvendo as demais, mas por estarem no processo de decodificação, o máximo que conseguem é a compreensão literal do texto. UNIDADE 1 | COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA 30 2.3 O TERCEIRO NÍVEL DE COMPREENSÃO LEITORA O terceiro nível de compreensão leitora é a inferência. Acerca deste nível, desenvolvemos uma única seção, haja vista a importância dela no processo de compreensão de leitura. Inferir é deduzir a partir de uma avaliação prévia do que está sendo lido: informações, “pistas” deixadas pelo texto. No mesmo exemplo que o anterior, observe: “Naquele tempo, havia apenas dois carros na cidade: o do prefeito e o do médico. Ambos sabiam dirigir, mas não se arriscavam, pois já consideravam a estrada muito perigosa por haver muito tráfego”. Se você pedir para um aluno com mais desenvolvimento leitor por que os motoristas consideravam a estrada perigosa com apenas dois carros nela, provavelmente ele responderá que se trata de um texto cujo teor é irônico, ou seja, há ali a presença de uma figura de linguagem cujo objetivo é ironizar o fato de que naquela época se considerava perigosa uma estrada com apenas dois carros. ESTUDOS FU TUROS Na seção 3, estudaremos mais profundamente a inferência, pois esta é uma das habilidades mais importantes para um leitor, seja ele na língua materna ou na segunda língua. 2.4 O QUARTO NÍVEL DE COMPREENSÃO LEITORA O quarto nível de compreensão leitora, ou monitoramento, é uma tarefa que, de acordo com Baker (1986), trata da detecção de erros. O monitoramento visa detectar falhas, sejam elas de nível lexical, quando o leitor avalia o nível linguístico do texto; ou de consistência interna, quando o leitor avalia se no texto há, por exemplo, contradições. Quando o monitoramento ocorre no nível lexical, podem ser percebidos erros de ortografia, de concordância, de regência ou mesmo de estruturação do texto. Já quando o monitoramento é de consistência interna, são avaliadas expressões ou palavras que causam dúvidas, ambiguidade ou mesmo contradições dentro do texto (BAKER, 1986). Now, we are going to study more about the inference. That is a very important ability to the reading process. Come with us! TÓPICO 2 | OS ESTÁGIOS DA LEITURA 31 2.5 COMO MELHORAR A COMPREENSÃO LEITORA Muito se falou até agora acerca da compreensão leitora. Nesta seção, trabalharemos especificamente nove itens que, se seguidos, o levarão a melhorar significativamente sua compreensão leitora. Estas pequenas estratégias fazem com que você, leitor, e seus futuros alunos como leitores tenham mais foco na hora da leitura. Let’s know them. 1. Leia todo o texto para ter uma visão geral do assunto Quando o texto não for muito longo e se tratar, por exemplo, de apenas algumas páginas, leia-o todo, de modo a compreender do que se trata, bem como quais são as suas “linhas gerais”. Assim, você já saberá do que se trata antes de ter que fazer uma leitura mais minuciosa para retirar o que precisa do texto. 2. Não pare a leitura do texto caso encontre alguma palavra desconhecida Esta parece ser uma dica um pouco estranha, não é? Mas é muito eficaz para melhorar a compreensão leitora. Muitas das palavras das quais não sabemos o significado acabam sendo compreendidas por causa do contexto. Não é necessário parar a leitura para procurá-las no dicionário. Caso a compreensão não ocorra mesmo depois de todo o texto lido, e a palavra seja crucial para a compreensão do conteúdo, aí sim vale a parada para a pesquisa do significado. 3. Leia o texto pelo menos duas vezes É muito importante para a compreensão leitora que você leia o texto pelo menos duas vezes, especialmente se ele for denso. Isso porque na primeira leitura você compreende as linhas gerais, enquanto na segunda, você retirará dele as informações que precisa. 4. Faça inferências Exercite o ato de fazer inferências. Isso não é algo inerente ao ser humano. Para inferir, é preciso praticar, mesmo que no início nossas hipóteses sejam falhas ou nada tenham a ver com o que a proposta do texto traz. Apenas ler o texto por ler não trará nenhum tipo de benefício e não agregará conhecimento algum. A capacidade de inferir ou não no texto mostra se você conseguiu compreendê-lo ou não. 5. Volte ao texto caso precise Não se sinta incomodado caso tenha que voltar ao texto quantas vezes forem necessárias. Caso não compreenda um parágrafo, volte a ele. UNIDADE 1 | COMO OCORRE O PROCESSO DE LEITURA 32 6. Não deixe que suas ideias prevaleçam às do autor Lembre-se de que, quando o autor escreveu o texto, ele o fez com um propósito, ou seja, há uma intenção por trás do texto. Não deixe que a sua ideia prevaleça às do autor. Nem sempre o autor vai dizer o que você espera ler. 7. Divida o texto em parágrafos caso pareça mais fácil Caso seja um texto denso, você poderá dividi-lo em pequenas partes ou mesmo lê-lo de parágrafo em parágrafo. Leia um parágrafo, certifique-se de que o compreendeu para, em seguida, ir adiante. Isso torna o texto mais fácil de ser compreendido. 8. O enunciado já diz muito por si só Preste atenção ao que diz o enunciado. Muitas vezes ele já traz informações importantes que mostrarão se vale a pena ou não ler aquele texto para a finalidade que você espera dele. Normalmente os pressupostos teóricos utilizados já são explicitados no resumo ou na introdução do texto. 9. Perceba as ideias que o autor defende Não passe batido a respeito das ideias que o autor traz sobre o texto que está sendo lido. Ele deve ter se posicionado acerca de alguma temática e adotado alguma linha teórica para tratar do texto que redigiu. Perceba as ideias dele e faça suas inferências acerca do que está previamente posto por ele. Então, acadêmico, gostou das dicas que separamos para melhorar sua compreensão leitora? É claro que existem muitas outras que podem ser aplicadas, mas estas são de suma importância para que você, de fato, compreenda o que está sendo lido. Lembre-se de que você está cursando uma licenciatura, o que pressupõe que será professor. Assim, todas as dicas que passamos neste material são pensando em que você também as aplique com seus alunos enquanto exercer a sua profissão. Let’s go, now, to the next topic. 3 A INFERÊNCIA NA COMPREENSÃO LEITORA Agora você, acadêmico e futuro professor, já sabe que um leitor proficiente é aquele que consegue decodificar o texto e, além disso, ler as informações implícitas nele. As entrelinhas de um texto, por vezes, são mais decisivas para a compreensão da mensagem do que o próprio texto em si. TÓPICO 2 | OS ESTÁGIOS DA LEITURA 33 Para que o leitor seja proficiente, é necessário que ele domine mais do que o sistema de escrita: o conhecimento de mundo acerca do assunto (também chamado de conhecimento prévio) e as convenções da linguagem são primordiais para que isso ocorra. Sabe-se também que o texto não se resume somente a palavras, mas também a imagens e a outras observações que o leitor precisa estar atento para o ato da leitura. Ler não é simplesmente decodificar. Lembre-se disso, acadêmico. Às informações que trazemos para a compreensão dos textos que lemos damos o nome de inferência. De acordo com Koch (1997), as inferências
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