Buscar

Organização Administrativa - Resumo para Concursos

Prévia do material em texto

Centralização/ Adm Direta
Administração direta.
Pessoas Políticas (União, Estados, DF e Municípios) desempenham funções por seus próprios órgãos.-+
Descentralizada
A Pessoa Política desempenha funçao por meio de outras pessoas (PJ ou PF)
Desconcentração: distribuição interna de competências que irá resultar na criação de órgãos públicos. 
- Há relação de hierarquia.
- Um órgão é subordinado a outro até o órgão principal.
Descentralização: distribuição de competências que resultará na criação de entidades administrativas. 
Há o vínculo e o controle, chamado de tutela administrativa (controle finalístico ou supervisão ministerial). Serve para que a entidade fiscalizada atue fora da sua área de atuação.
Assim, as Entidades são autônomas e não podem sofrer ingerência.
Obs. os órgãos não têm personalidade jurídica – não têm capacidade de responder pelos seus atos. Quem responderá pelos atos do órgão é a PJ a qual fez a desconcentração.
Obs. as entidades têm personalidade jurídica própria 
Obs. Os órgãos tem CNPJ, mas para fins de fiscalização tributária.
Ex.
Ação contra um ato da Polícia Federa → Ação contra a união.
Ação contra um ato do INSS → Ação contra o próprio INSS
	CENTRALIZADA / DIRETA
	DESCENTRALIZADA
	3 SETOR / PARAESTATAIS
	União, Estados, DF, Municípios
→ Órgãos
	Administração Indireta
Particular
- Concessão
- Permissão
- Autorização
	→ Sistema S
→ Oss
→ OSCIPs
→ Fundações de Apoio
Obs. O 3º Setor está fora da Administração Pública. Trata-se de entidades de direito privado sem fins lucrativos, criadas para colaborar com o Estado. Não fazem parte da adm direta, nem da indireta. São paralelas ao Estado.
1º setor -> Estado, governo, Administração direta e indireta; 
2º setor -> Mercado, agentes econômicos, concessionários; 
3º setor -> Entidades que não fazem parte da estrutura do Estado não tem finalidade lucrativa e querem colaborar com o Estado em atividades de interesse social. Chamados, hoje em dia, de paraestatais, pois caminham paralelas ao Estado, auxiliando no serviço público que é prestado. 
Sistema S -> Serviços sociais autônomos (SESC, SENAI, SEBRAI etc.). 
OSs -> Organizações sociais. 
OSCIPs -> Organizações sociais civis de interesse público. 
Fundações de Apoio -> Prestam apoio a outras fundações do Estado. 
FORMAS DE DESCENTRALIZAÇÃO
Descentralização por OUTORGA, TÉCNICA, POR SERVIÇOS ou FUNCIONAL
- Mediante LEI
- Surge uma entidade da ADM. Indireta
Descentralização por DELEGAÇÃO ou COLABORAÇÃO
- Feita mediante um ato de autorização/contrato de concessão ou de permissão de serviço para particular
Descentralização TERRITORIAL/GEOGRÁFICA
- É criado um território federal, pois os equiparam os territórios federais a Autarquias Territoriais
- Não é ente da federação, faz parte da União.
Quando tem a descentralização feita mediante lei, outorga, o ente central transfere para a entidade descentralizada a titularidade mais a execução. Por isso, que uma entidade da Administração indireta terá autonomia na sua atividade, pois não só executa, mas recebeu da lei a titularidade, sendo a dona do serviço. 
Na descentralização por colaboração só é transferida a execução. A entidade não detém a titularidade do serviço. A União como titular do serviço regula, fiscaliza, controla, inclusive criando agências reguladoras (no Brasil, autarquias) para fiscalizar o particular. 
Interposição de recurso: 
• Recurso hierárquico próprio – recurso interposto em uma relação hierarquizada. Sempre que há uma relação de desconcentração, sempre haverá a possibilidade de recorrer. O órgão mais elevado sempre vai poder fazer a revisão dos atos dos órgãos subordinados. 
• Recurso hierárquico impróprio – recurso em uma relação que não é hierarquizada. A regra geral é a de que não cabe o recurso hierárquico impróprio porque não tem hierarquia. Só vai caber recurso hierárquico impróprio quando a lei expressamente autorizar. 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA (ÓRGÃOS)
Teorias do órgão
Teoria do Mandato. Decorrente do Direito Civil, que determina que o agente é mandatário do Estado, ou seja, é como se o Estado provesse uma procuração ou um mandato para o agenter exercer alguma função em seu nome. 
Teoria da Representação. Agora trata o agente como um representante do Estado. Criticada, pois no Direito Civil, o Representado é um incapaz. 
Teoria do órgão ou da imputação. Define o Estado como uma PJ, composto por órgãos e estes por agentes. Ao se praticar uma atividade, essa atividade é imputada ao órgão, que por sua vez a imputará ao Estado. Trazida pelo alemão Otto Gehre.
Nesta teoria, mesmo que o agente esteja agindo fora das suas atribuições, mas invocando a sua função de agente, o Estado será o responsável.
Criação e Extinção.
- Por meio de LEI.
Porém, um decreto, de maneira excepcional, poderá tratar de organização interna de um órgão, desde que não provoque aumento de despesas ou criação/extinção de outros órgãos. 
Obs. Tudo o que a Lei Ordinária pode fazer, também pode ser feito por Medida Provisória.
Caracteristicas
Os órgãos não possuem: 
- Personalidade Jurídica
- Patrimônio Próprio
- Capacidae Processual
Obs. Órgaõs independentes e autônomos podem ter capacidade processual para defender suas atribuções institucionais.
Ex. Câmara Municipal que entrou com MS contra o Município.
Súmula n. 525: “A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.” STJ. 1ª Seção. Aprovada em 22/04/2015, DJe 27/4/2015. 
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS
a) Quanto à posição estatal
INDEPENDENTES 
– Órgãos originários da CF
– Exercem funções constitucionais
– Representam os três Poderes do Estado
– Sem subordinação
– Possuem autonomia administrativa e financeira
– Agentes políticos
Ex. Presidência da República
AUTÔNOMOS 
– Planejamento, supervisão, coordenação e controle (“P SU COCO”) 
– Subordinação – sim – aos órgãos independentes
– Possuem autonomia administrativa e financeira
– Agentes políticos
Ex. Ministério da Justiça 
SUPERIORES 
– Função de direção, decisão e controle (“DDC”)
– Subordinação – sim – Não possuem autonomia administrativa e financeira
Ex. Departamento da Polícia Federal
SUBALTERNOS 
– Tarefas de rotina; execução
– Subordinação – sim 
– Não possuem autonomia administrativa e financeira
– Agentes administrativos
Ex. Delegacias da Polícia Federal
Obs. Essa estrutura se aplica muito bem ao Poder Executivo. Todavia, no Poder Judiciário, todos os Tribunais e Juízos de atuação de Juízes são órgãos independentes, ou seja, todos os seus órgãos são independentes. O mesmo vale para o Poder Legislativo. 
b) quanto à estrutura
Simples: Constituídos por um só centro de competência. O que os tipifica é a inexistência de outro órgão incrustado na sua estrutura para realizar, desconcentradamente, sua função principal ou para auxiliar no seu desempenho. 
Compostos:Reúnem, na sua estrutura, outros órgãos menores, com função principal idêntica (atividade-fim realizada de maneira desconcentrada) ou com funções auxiliares diversificadas (atividade-meio atribuídas a vários órgãos menores). 
c) Quanto à atuação funcional
Singulares ou Unipessoais
Atuam e decidem mediante um único agente, que é seu chefe e representante: 
• Presidência da República. 
• Governadorias dos Estados. 
• Prefeituras. 
Colegiados ou Pluripessoais
: Atuam e decidem pela manifestação conjunta e majoritária da vontade dos membros. Após a votação, os votos vencedores da maioria fundem-se, unitariamente, num ato simples. 
• Conselho Nacional de Segurança Pública – CONASP. 
• Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária – CNPCP. 
• Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN. 
Teoria da Encampação
Quando uma pessoa interpõe um mandado de segurança mediante a autoridade errada, com autoria indevida, o superior não só nega a autoria do MS, mas se torna a autoridade coatora ao defender o ato impugnado.
Súmula n. 628: A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes, cumulativamente,os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição Federal. Primeira Seção, julgado em 12/12/2018, DJe 17/12/2018. 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
- Autarquias
- Fundações
- Empresas Públicas
- Sociedades de Economia Mista
Obs. Todas essas entidades são dotadas de personalidade jurídica própria com capacidade para responder pelos seus atos.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998) 
[...] 
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998) 
Obs. Lei específica é uma Lei Ordinária. 
Com relação à Fundação, uma Lei Complementar disciplinará áreas de atuação – essa lei, até hoje, não foi feita, mas, mesmo assim, as fundações vêm sendo criadas para atuar em áreas sociais do Estado. 
Pelo paralelismo das formas: se a CF exigiu uma lei para criar ou autorizar a criação, tem de haver uma lei para extinguir a entidade ou para autorizar a extinção. 
Se uma autarquia é criada, ela não precisa de registro em nenhum local, diferentemente das outras entidades que deverão, para ter a sua criação, o registro nos órgãos competentes.
A autarquia nasce diretamente da lei.
A fundação, a empresa pública e a sociedade de economia mista necessitam desse registro. A lei só autoriza, não cria diretamente.
AUTARQUIAS
- Decreto Lei n. 200/1967
- Pratica atividade típica de Estado
Ex. Atividade de fiscalização em geral, fiscalização de trânsito, fiscalização das relações de consumo, etc. 
Ex. de Autarquias: Detran, Procon, Inmetro, Agências Reguladoras, Conselhos de Fiscalização Profissional, exceto a OAB.
Obs. Não pode praticar atividade econômica.
- Personalidade de direito público
- Regime de Pessoal Estatutário
- Patrimônio público.
- Responsabilidade Objetiva do Estado, na forma do art. 37, §6, da CF
Prerrogativas Autárquicas
a) Imunidade Tributária
: o art. 150, § 2º, da CF veda a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda e serviços das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais ou que delas decorram. A imunidade é para impostos. As autarquias pagam taxas. Tanto as taxas quanto os impostos e demais contribuições são tributos, são espécies do gênero tributos. 
b) Impenhorabilidade de seus bens e suas rendas
os pagamentos devem ser feitos por precatórios judiciais (art. 100, CF) e a execução obedece a regras próprias da lei processual. 
c) Imprescritibilidade de seus bens
não estão sujeitos à usucapião. 
d) Prescrição Quinquenal
dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias prescrevem em cinco anos. Decreto n. 20.910/1932. 
FUNDAÇÕES
- Incluídas no Decreto Lei 200/1967 em 1987.
- A tese atualmente dominante defende a existência de dois tipos de fundações públicas: as fundações de direito público e as de direito privado, aquelas sustentando personalidade jurídica de direito público e estas, de direito privado.
Características
- Pratica atividade de caráter SOCIAL (saúde educação, cultura, pesquisa, previdência, etc). Porém, não típicas de Estado.
- Não pode exercer atividade econômica (apenas EP e SEM)
Fundações públicas de direito público (UnB) ou de direito privado (Funpresp). Sendo de direito público, será autarquia fundacional ou fundação autárquica (expressões sinônimas), pois estarão sujeitas a todo o regime público das autarquias (concurso, bens, regime estatutário). Já as fundações públicas de direito privado seguirão algumas normas de direito público, mas prevalece em relação a elas o regime de direito privado. 
- Quanto à FP de direito público, a lei cria diretamente a entidade; em relação à FP de direito privado, a lei autoriza sua criação
- Possuem autonomia administrativa e financeira
- Incidem as normas de contratação e licitação da Lei n. 8666/93
- As duas modalidades de fundações instituídas pelo Poder Público fazem jus à imunidade tributária do art. 150, § 2º, da CF 
Imunidade relaciona-se aos impostos sobre patrimônio, renda e serviços. 
- Regime de Pessoal → estatutário
- Controle financeiro pelo Tribunal de Contas
Obs. Não se aplica às FP (de direito público ou privado) o disposto no art. 66 do Código Civil, que exige fiscalização do Ministério Público. A exigência prevista na Lei Civil é útil para que o MP fiscalize se a fundação está atendendo à destinação estipulada pelo instituidor. 
EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
Traços Comuns
- Personalidade Jurídica: Direito Privado (regime misto), com incidência de regas de direito públic
Ex. deverá serguir licitações, prestação de contas ao TC, concurso público.
- Finalidade: Serviço Público ou Atividade Econômica
- O art. 173 prevê que somente poderão ser criadas por motivo de segurança nacional ou relevante interesse coletivo 
Obs.: quando o Estado criar uma empresa estatal para exploração de atividade econômica (segundo o STF, em sentido estrito, é exemplo o BB), não haverá imunidade tributária. Ao contrário, se for criada para prestação de serviço público, poderá ter imunidade tributária (a exemplo dos Correios). 
O STF precisou enfrentar a questão do exercício pelos Correios de atividade não abrangida no conceito de serviço público (a entrega de encomendas, por exemplo, não é serviço público). Aquele tribunal decidiu que, quando a empresa estatal for prestadora de serviço público e explorar atividade econômica, revertendo o lucro desta atividade para o serviço público, terá imunidade tributária nas duas atividades. Também possuem a prerrogativa da impenhorabilidade de seus bens – faz pagamento de condenações judiciais utilizando-se da regra dos precatórios. 
- Regime de Pessoal → Empregados em geral → CLT
			Presidentes/diretores → Regime Especial, sem definição por lei própria
• Demissão sem justa causa: o STF entendeu que os empregados de estatais não são alcançados pela estabilidade do art. 41 da CF/88. No entanto, toda demissão deve ser motivada, justificada 
Teto Remuneratório: se a estatal recebe recursos para pagamento de pessoal ou para custeio em geral, haverá teto remuneratório; diferentemente, se a estatal é independente, não está sujeita ao teto remuneratório constitucional. 
Todas as estatais, seja prestadoras de serviço público ou exploradora de atividade econômica, devem prestar contas ao Tribunal de Contas. 
Empresas estatais não podem falir. A Lei de Falências (11.101/05) expressamente determina que as regras do processo falimentar não se aplicam às estatais. 
As estatais têm de fazer licitação, mas conforme a Lei das Estatais (13.303/16). Não fará licitação quando se tratar de atividade-fim; e fará, quando for atividade-meio (seguindo as disposições da 13.303/16). 
Diferenças entre EP e SEM
	
	Empresa Pública
	Sociedade de Economia Mista
	Forma de Organização
	Qualquer Forma
	Sociedade Anônima
	Composição do capital 
	Totalmente Público Mesmo que seja de mais de um ente federativo ou de entidade da Administração Indireta 
	Público e privado Maioria do Capital Social (ações) com direito a voto tem que ser do Estado ou de pessoa da Administração Indireta 
	Foro processual 
	EPs Federais = Justiça Federal se autoras, rés, assistentes ou opoentes. Nos termos do art. 109 da CF 
	Justiça Estadual 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
• Se uma empresa pública estiver em um processo na condição de autor, réu, assistente das partes, ou opoente, o local de resolução do litígio dependerá: se for uma empresa federal, o litígio será direcionadoà Justiça Federal, como no caso da Caixa Econômica Federal, dos Correios etc.; se for sociedade de economia mista, a ação será julgada pela Justiça Estadual. 
Obs.: o STF entendeu que a extinção de subsidiárias não requer lei prévia. Por exemplo, se o Banco do Brasil quisesse extinguir alguma de suas entidades, poderia fazê-lo sem promulgação prévia de lei. 
O STF entendeu pela possibilidade de se condicionar a investidura de Presidente de Autarquia à autorização legislativa, inclusive em todos os níveis da Federação em razão do princípio da simetria. (ADI 2225 MC, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 29/06/2000) e (ADI 1281, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em 11/03/2004). Entretanto, segundo orientação do Supremo Tribunal Federal, exigência de aprovação legislativa prévia para a exoneração de ocupantes de cargos do Poder Executivo, ou previsão de exoneração direta de tais servidores pelo próprio Poder Legislativo são inconstitucionais, por ofensa ao princípio da separação entre os poderes (ADIMC 1.949/RS, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 18/11/1999). 
Obs.: dessa maneira, o Legislativo não tem a o poder de fazer a exoneração direta de um ocupante ou dirigente do Poder Executivo, pois isso interferiria na independência dos Poderes. Logo, é constitucional condicionar aprovação legislativa ao investir uma pessoa em um cargo, mas não condicionar que, para ela sair, é necessária a aprovação do legislativo 
STF fixou orientação de que é inconstitucional a exigência de que os dirigentes de entidades da Administração Indireta forneçam à Assembleia Legislativa a declaração atualizada de seus bens e participações acionárias em empresas privadas, inclusive nos dois anos seguintes à exoneração da função, pois outorgaria ao Parlamento competências para fiscalizar, de modo rotineiro e indiscriminado, a evolução patrimonial dos ocupantes de cargos de direção da Administração Indireta e de seus ex-ocupantes, bem como as atividades por eles desenvolvidas nos dois anos seguintes à exoneração. STF. Plenário. ADI 2225/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/08/2014 (Info 755). 
É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. 
Compete à Justiça Federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), quer mediante o conselho federal, quer seccional, figure na relação processual. Com base nessa orientação, o Plenário deu provimento a recurso extraordinário interposto em face de acórdão que assentara a competência da Justiça Estadual para processar execuções ajuizadas pela OAB contra inscritos inadimplentes quanto ao pagamento das anuidades. Afirmou que a OAB, sob o ângulo do conselho federal ou das seccionais, não seria associação, pessoa jurídica de direito privado, em relação à qual é vedada a interferência estatal no funcionamento (CF, art. 5º, XVIII). Consubstanciaria órgão de classe, com disciplina legal – Lei n. 8.906/1994 –, cabendo-lhe impor contribuição anual e exercer atividade fiscalizadora e censória. A OAB seria, portanto, autarquia corporativista, o que atrairia, a teor do art. 109, I, da CF, a competência da Justiça Federal para o exame de ações — de qualquer natureza — nas quais ela integrasse a relação processual. Assim, seria impróprio estabelecer distinção em relação aos demais conselhos existentes. RE 595332/PR, rel. Min. Marco Aurélio, 31/08/2016. (RE-595332) O STF vem conferindo a empresas estatais (empresa pública ou sociedade de economia mista) privilégios de fazenda pública, conforme o caso concreto, tendo como pressuposto dois requisitos: (I) prestar serviço público em caráter de exclusividade; (II) não dividir eventuais lucros com os acionistas. RE 599628, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 25/05/2011, REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-199 DIVULG 14/10/2011. 
AGÊNCIAS EXECUTIVAS E REGULADORAS 
- O Brasil sofreu um processo de agencificação na década de 90 (EC 19/1998)
- Promoveu a criação de agências reguladoras que administram e regulam setores sensíveis na economia, na área de planos de saúde e relações de consumo.
a) Agências Executivas
- É o resultado de uma qualificação dada a uma autarquia ou fundação que celebre o chamado contrato de gestão com o poder público.
- Não se trata de uma nova entidade, apenas um novo status atribuído a essa entidade.
- A fim de obterem uma maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira, essas entidades precisariam entrar em um processo de reestruturação e fazer um contrato de gestão com o Ministério supervisor, que definirá as metas a serem alcançadas, verificadas anualmente. Assim a entidade tem a sua qualificação como agência executiva.
Autarquia/Fundação → Plano de reestruturação interna → Contrato de gestão G0F Art. 37, § 8º, CF (Metas/ano) → Decreto e qualificação → Ag. executiva 
Ao não cumprir as metas, a agência executiva, após todos esses trâmites, voltaria ao status de autarquia, perdendo a sua qualificação. 
• Nesse caso, uma das vantagens ainda prevista em lei é uma maior liberdade para fazer contratação direta em razão do valor. Na Lei de Licitações (Lei n. 8.666/1993), são previstas certas formas de contratação direta em razão do valor, que a lei, por considerar um valor pequeno, permite que seja alegada a dispensa de licitação. Quando uma autarquia é qualificada como agência executiva, esses valores são aumentados. 
• O art. 51 da Lei n. 9.649/1998 estabelece que serão chamadas de agência executiva apenas autarquia e fundação. Todavia, no art. 37, determina-se que órgãos e entidades da Administração indireta também podem fazer o contrato de gestão. 
b) Agências Reguladoras
- Autarquias em Regima Especial
Obs. A expressão autarquia em regime especial se aplica a toda autarquia que tiver um regime diferenciado das demais. 
- Criação mediante LEI
- Só pode prestar ativiade típica de Estado
- Goza de todas as prerrogativas e obrigações de serem pessoas públicas etc.
- A indicação é feita pelo Poder Executivo
- A investidura dos dirigentes depende de aprovação do Poder Legislativo
- Os dirigentes ocupam mandatos, com prazo determinado para as funções de 5 anos.
- Regime de administração colegiada
Atividades
- Típico poder de Polícia, ANS
• Regulação de atividades que foram objeto de privatização, sendo a atividade repassada ao particular por meio de: – concessão – permissão – autorização .
Duas Agências Reguladoras têm previsão na Constituição:
 ANP e ANATEL. 
Agência Reguladora de Fomento = Ancine
Lei n. 13.848/2019, art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação. 
Art. 7º O processo de decisão da agência reguladora referente a regulação terá caráter colegiado 
§ 1º O conselho diretor ou a diretoria colegiada da agência reguladora deliberará por maioria absoluta dos votos de seus membros, entre eles o diretor-presidente, o diretor-geral ou o presidente, conforme definido no regimento interno. 
§ 2º É facultado à agência reguladora adotar processo de delegação interna de decisão, sendo assegurado ao conselho diretor ou à diretoria colegiada o direito de reexame das decisões delegadas. 
ALTERAÇÕES NA LEI N. 9.986/2000 
Lei n. 9.986/2000, art. 4º As agências terão como órgão máximo o Conselho Diretor ou a Diretoria Colegiada, que será composto de até 4 (quatro) Conselheiros ou Diretores e 1 (um) Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral. § 1º Os mandatos dos membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada serão não coincidentes, de modo que, sempre que possível, a cada ano, ocorra o término de um mandato e uma consequente nova indicação. Art.5º O Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral (CD I) e os demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada (CD II) serão brasileiros, indicados pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea “f” do inciso III do art. 52 da Constituição Federal, entre cidadãos de reputação ilibada e de notório conhecimento no campo de sua especialidade, devendo ser atendidos 1 (um) dos requisitos das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso I E, cumulativamente, o inciso II: I – ter experiência profissional de, no mínimo: (UM DOS REQUISITOS) a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, no campo de atividade da agência reguladora ou em área a ela conexa, em função de direção superior; ou b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes cargos: 1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa no campo de atividade da agência reguladora, entendendo-se como cargo de chefia superior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não estatutários mais altos da empresa; 2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no setor público; 3. cargo de docente ou de pesquisador no campo de atividade da agência reguladora ou em área conexa; ou c) 10 (dez) anos de experiência como profissional liberal no campo de atividade da agência reguladora ou em área conexa; e II – ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado. § 7º Ocorrendo vacância no cargo de Presidente, Diretor-Presidente, Diretor-Geral, Diretor ou Conselheiro no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma prevista no caput e exercido pelo prazo remanescente, admitida a recondução se tal prazo for igual ou inferior a 2 (dois) anos. 
Importante!
Lei n. 9.986/2000, art. 6º O mandato dos membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada das agências reguladoras será de 5 (cinco) anos, vedada a recondução, ressalvada a hipótese do § 7º do art. 5º 
Quarentena (6 meses)
Lei n. 9.986/2000, art. 8º Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada ficam impedidos de exercer atividade ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por período de 6 (seis) meses, contados da exoneração ou do término de seu mandato, assegurada a remuneração compensatória. 
Vedações de Indicação → Art. 8º A e B
Perda do Mandato → Art. 9
CONSÓRCIOS PÚBLICOS 
- É o resultado da criação de uma PJ para prestar serviços públicos de forma associada pelos Entes da Federação.
- Art. 241 da CF, , que dispõe que os entes da federação podem se juntar por convênio ou consórcio para prestar serviços públicos de forma associada.
- Lei 11.107/2005
só podem participar a União, Estados, Distrito Federal ou municípios. Não podem participar particulares, nem entidades da Administração indireta. 
- Natureza Jurídica → Pode ser de Direito Público ou de Direito Privado.
No processo de formação de um consórcio há um trâmite complexo: Primeiro, cada ente que quer participar necessita aprovar, internamente, uma lei autorizando a participar do consórcio. Então, há um contrato comprometendo-se a participar do consórcio. Depois, é feito um contrato de programa, dividindo qual será a competência administrativa de cada ente que participa, e um contrato de rateio, ou seja, divisão de dinheiro, estabelecendo quais as obrigações financeiras de cada ente que participa do consórcio. 
TERCEIRO SETOR – PARAESTATAIS 
- Estão paralelas ao Estado e vão colaborar com ele em atividades que são de interesse da coletividade.
São PJ de direito privado, sendo o Sistema S autorizado por uma lei.
- Criadas pela União, mas Estados e Municípios também podem fazer a criação.
1 setor → Estado (adm direta e indireta)
2 setor → Mercado
3 setor → Entidades Paraestatais
4 setor → Mercado Informal
São do terceiro setor: o sistema “S”, as Organizações Sociais, Organizações Sociais Civis de Interesse Público, Fundações de Apoio e as Organizações de Sociedade Civil. 
Serviços Sociais Autônomos – Entidades Do Sistema “S” 
- Não precisa fazer licitação, mas observar os princípios licitatórios.
Súmula 516 do STF: “O Serviço Social da Indústria – SESI – está sujeito à jurisdição da Justiça Estadual.” 
Concurso. Não precisa.
Organizações Sociais OS’s – Lei n. 9637/1998
Algumas entidades não governamentais vão querer se qualificar como tal, para se aproximar mais do Estado. 
• Área de Atuação: ensino à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. 
• Conselho de Administração composto por representantes do Poder Público – art. 3º: administra e precisa ser misto, pessoas que representam a sociedade e representantes do governo. 
• Lei n. 9.637/1998 e ADI n. 1923. 
I) O procedimento de qualificação das entidades como organizações sociais deveria ser conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF, e de acordo com parâmetros fixados em abstrato segundo o disposto no art. 20 da Lei n. 9.637/1998;
II) A entidade qualificada como OS não precisa fazer licitação quando for contratar com terceiros. Porém, o processo de contratação deve ser conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF;
III) São válidas as outorgas de permissão de uso de bem público para as entidades qualificadas como OS. Porém, o procedimento deve ser conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF;
IV) As entidades qualificadas como OS não precisam fazer concurso. Porém, a seleção de pessoal pelas organizações sociais deve ser conduzida de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF, e nos termos do regulamento próprio a ser editado por cada entidade;
V) As entidades qualificadas como OS estão sujeitas à fiscalização do MP e do TCU. Para o STF qualquer interpretação que restringisse o controle, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União, da aplicação de verbas públicas deveria ser afastada.
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP) – LEI N. 9.790/1999 
• Área de atuação: muito mais amplo que as OS. 
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: I – promoção da assistência social; II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; V – promoção da segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do voluntariado; VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. 
Não podem se qualificar como OSCIP o que tem finalidade lucrativa. 
Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritasno art. 3º desta Lei: I – as sociedades comerciais; II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados; VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras; IX – as organizações sociais; X – as cooperativas; XI – as fundações públicas; XII – as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; XIII – as organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal. 
As OS vieram substituir órgãos e entidades públicas que foram extintas e as OSCIP tem caráter de auxiliar nas atividades do Estado a prestar serviços públicos para a sociedade. 
Para OS, a entidade participa do processo seletivo e o órgão vai fazer a análise se pode ou não ser qualificada. Já para a OSCIP, a entidade só precisa preencher as condições. 
As OS e as OSCIP têm contratos parecidos, porém, um contrato que antecede a qualificação, no primeiro caso, é um contrato de gestão e o termo de parceria é o que antecede a qualificação das OSCIP. 
Existem as entidades ou fundações de apoio, que quase não aparecem em provas e que tem como objetivo apoiar uma outra fundação ou entidade que já faz parte do Estado. Exemplos: FUB x FINATEC. 
As OSC são todas as entidades que estão ao lado do Estado, colaboram com ele, mas não têm a qualificação como OS ou OSCIP, regulado pela Lei n. 13.019/2014. 
Principais Diferenças entre OS e OSCPIS
	Regida pela Lei n. 9.637/1998. Qualificação pelo Poder Executivo Federal. 
	Regida pela Lei n. 9.790/1999. Qualificação pelo Ministério de Justiça 
	A qualificação é ato discricionário. Celebra Contrato de Gestão. A lei não diz quem pode se qualificar (art; 1º). 
	A qualificação é ato vinculado. Celebra Termo de Parceria. A lei diz quem não pode se qualificar (art. 2º 
	A área de atuação: pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde (art. 1º) 
	A área de atuação é mais ampla (art. 3º) 
	Podem receber bens públicos e servidores. 
	Na lei não há essa previsão

Continue navegando