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Polícia Militar de Minas Gerais ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS: Conceitos e Aplicações Profa. Mestre Raquel Batista Dantas 2º Tenente PM/QOS Enfermeira Assessora / Analista de Saúde da DS/PMMG ESPECIALIZAÇÃO EAD EM GESTÃO ESTRATÉGICA EM SAÚDE Belo Horizonte, 03 de agosto de 2021. Disciplina: Epidemiologia aplicada aos Serviços de Saúde Polícia Militar de Minas Gerais SUMÁRIO 1. Saúde e Epidemiologia: conceitos e aplicações 2. Processo saúde-doença e a investigação epidemiológica 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Polícia Militar de Minas Gerais 2. OBJETIVOS Reconhecer os conceitos e aplicações da epidemiologia no campo da saúde Compreender o delineamento dos principais estudos epidemiológicos Polícia Militar de Minas Gerais 1. Saúde e Epidemiologia: conceitos e aplicações SAÚDE x DOENÇA “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade”. (OMS, 1978, 1986). SAÚDE SERVIÇOS DE SAÚDE HABITAÇÃO MEIO AMBIENTE / SANEAMENTO TRABALHO/ RENDA EDUÇCAÇÃO LAZER ALIMENTAÇÃO BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm > . Acesso em: 16 Fev. 2021. ______. CF/88. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> >. Acesso em: 16 Fev. 2021. ______. Ministério da Saúde (MS). Anais: I Seminário sobre a Política Nacional de Promoção da Saúde Brasília: MS; 2012. (Série D. Reuniões e Conferências).) ______. Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.446/GM de 11 de Novembro de 2014. Redefine a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). Brasília, DF, 2014. Polícia Militar de Minas Gerais 1. Saúde e Epidemiologia: conceitos e aplicações SAÚDE x DOENÇA ______. Ministério da Saúde (MS). Anais: I Seminário sobre a Política Nacional de Promoção da Saúde Brasília: MS; 2012. (Série D. Reuniões e Conferências).) ______. Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.446/GM de 11 de Novembro de 2014. Redefine a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). Brasília, DF, 2014. Fatores socioeconômicos, culturais, políticos e ambientais Globalização; Urbanização; Envelhecimento populacional; Pandemias (SARS-COV-2 vigente em 2021) Fatores de Risco Elevação da pressão sanguínea arterial; Elevação da glicemia ; Obesidade Principais doenças crônicas decorrentes Polícia Militar de Minas Gerais 2. Processo saúde-doença e a investigação epidemiológica “modo pelo qual ocorre nas pessoas ou grupos da coletividade, o processo biológico de desgaste e reprodução, destacando como momentos particulares a presença de um funcionamento biológico diferente, com consequências para o desenvolvimento regular das atividades cotidianas, isto é, o surgimento de doença ou incapacidade” (LAURELL, 1983). Processo Saúde-doença As abordagens frente ao processo saúde-doença se diferenciam quanto ao perfil do “objeto de investigação” (paciente ou comunidade/população). Polícia Militar de Minas Gerais 1. Saúde e Epidemiologia: conceitos e aplicações ATRIBUTOS DA EPIDEMIOLOGIA (...) “ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, com vistas a propor medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações e políticas de saúde” (ROUQUAYROL e GOLDBAUM, 2003). Paciente/ População Espaço Tempo AMOSTRA/POP. DETERMINANTES SAÚDE X DOENÇA (PEREIRA, 2005; ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2006; MEDRONHO R.A, 2017). Polícia Militar de Minas Gerais 1. Saúde e Epidemiologia: conceitos e aplicações ABORDAGENS DA EPIDEMIOLOGIA Investiga e descreve os problemas/condições de saúde: amostras ou populações/coletividades; Identifica fatores determinantes da situação de saúde: “fatores de risco” X proteção; Avalia o impacto das ações e políticas de saúde: Programas de saúde e seus indicadores (doenças, mortalidade, hábitos de vida - tabagismo, dieta, atividades físicas, etc. - provisão e uso de serviços de saúde e de medicamentos; Distribuição dos eventos (agravos/doenças): que devem ser analisados tempo, local e características dos indivíduos; Polícia Militar de Minas Gerais 2. Processo saúde-doença e a investigação epidemiológica Método investigativo epidemiológico do processo saúdedoença TIPOS ABORDAGEM DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA DIAGNÓSTICO CLINICA EPIDEMIOLÓGICA Individual. Coletivo / populações. INFORMAÇÕES ANALISADAS Exame físico, exames laboratoriais e de imagem e história clínica do indivíduo. Dados populacionais (primários ou secundários); indicadores de saúde; dados com referência de tempo, espaço geográficos e variáveis associadas, etc. OBJETIVOS DAS INTERVENÇÕES Curar, controlar ou prevenir o agravo presente na pessoa. Mitigar ou controlar fatores de risco para a comunidade/coletividade; melhorar o nível de saúde e de vida das populações; controlar surtos, epidemias ou pandemias, etc. Fonte: Elaboração pela autora, 2021. TIPOS ABORDAGEM DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA DIAGNÓSTICO CLINICA EPIDEMIOLÓGICA Individual. Coletivo / populações. INTERVENÇÕES Tratamento e reabilitação. Programas de Promoção à saúde e controle de doença (EX; PNI. Hiper DIA - controle de hipertensos e diabéticos etc). MONITORAMENTO Acompanhamento clínico individual (prevenir a doenças, melhorar ou curar a condição, ou estabilizar a condição). Acompanhamento dos indicadores de saúde (taxas de mortalidade, internações, contágio por doenças); mudanças nos estados de saúde populacionais. Fonte: Elaboração pela autora, 2021. (PEREIRA, 2005; ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2006; MEDRONHO R.A, 2017). Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Produção do conhecimento para tomada de decisões no que se refere à formulação de políticas de saúde (pública); Controle de doenças e de seus vetores (infectocontagiosas) - melhoria da saúde da população; Organizar o sistema de saúde e as intervenções destinadas a dar solução a problemas específicos. Por quê e como investigar a saúde? PRESSUPOSTOS: Agravos à saúde não ocorrem ao acaso na população! 1 - Distribuição desigual dos agravos: resultado de fatores que se distribuem desigualmente na população; 2 - Conhecimento dos fatores determinantes: aplicação de medidas direcionadas a alvos específicos (interferir na eficácia das intervenções. SAUDÁVEL DOENTE Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Métodos de Classificação dos Estudos Epidemiológicos PROPÓSITO GERAL UNIDADE DE OBSERVAÇÃO Descritivos x Analíticos Indivíduo x Grupos populacionais MODO DE EXPOSIÇÃO TIPO DE SEGMENTO Observação x Intervenção Longitudinal x Transversal (seccional) DIREÇÃO TEMPORAL NÍVEL DE CONTROLE Prospectivo x Retrospectivo Controlado x Não controlado MÉTODO DE ALEATORIZAÇÃO DE GRUPOS Randomizado x Não Randomizado Qual é o melhor método?? DEPENDE!! (PEREIRA, 2005; ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2006; MEDRONHO R.A, 2017). Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Métodos de Classificação dos Estudos Epidemiológicos EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES EPIDEMIOLOGIA ANALÍTICA TESTE DE HIPÓTESES (pode-se gerar novas hipóteses) EPIDEMIOLOGIA EXPERIMENTRAL CONCLUSÕES Delineamento Sistêmico O teste de hipóteses fornecem ferramentas que nos permitem rejeitar ou não rejeitar uma hipótese estatísticaatravés da evidencia fornecida pela amostra: H0 (p = x - hipótese nula), e a afirmação H1 (p ≠ x - hipótese alternativa). Indicadores de morbidade, mortalidade, demográficos, socioeconômicos, qualidade de acesso, prestação de serviços de saúde e de qualidade de vida, entre outros. Utiliza dos dados da epidemiologia descritiva para analisar e buscar explicações para os dados encontrados, levantam hipóteses e demonstram associação causal. Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Métodos de Classificação dos Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EXPERIMENTAIS ANALÍTICOS Ensaio Clínico Randomizado Ensaio clínico de Campo Ensaio Comunitário ESTUDOS OBSERVACIONAIS DESCRITIVOS Relato de Casos Série de Casos ANALÍTICOS Ecológico Transversal Caso-controle Coorte examinar a existência de associação entre uma exposição e uma doença ou condição relacionada à saúde. determinar a distribuição de doenças ou condições relacionadas à saúde, segundo o tempo, o lugar e/ou as características dos indivíduos Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Métodos de Classificação dos Estudos Epidemiológicos Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos RISCOS À SAÚDE E A INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA Risco em Epidemiologia: probabilidade de ocorrência de um resultado desfavorável (dano ou fenômeno indesejado) e varia entre 0 e 1, podendo ser transformado em percentual ao se multiplicar por 100. Estima-se o risco e a probabilidade de que uma doença exista através dos coeficientes de incidência e prevalência. FATOR DE RISCO x FATOR DE PROTEÇÃO Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS DESCRITIVOS: O coeficiente de Prevalência : expressa a proporção de pessoas que, em determinado momento, é portadora do evento de interesse em relação ao total. Investigação mediante uma única avaliação e sem haver acompanhamento para detecção de novos eventos. O coeficiente de Incidência: representa a proporção de indivíduos que, no começo do acompanhamento, não tinham desenvolvido o evento de interesse e que, ao longo dele, mudaram de status ao desenvolvê-lo. Coef. Prevalência = nº de casos existentes (novos + ant.) em dado local/momento/período X 10 População exposto, no mesmo local e período. Coef Incidência = nº de casos novos de determinada doença em um dado local e período X 10 População exposto, no mesmo local e período. Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Ocorrência de doença segundo variáveis: l PESSOA – sexo, idade, ocupação l LUGAR – país, rural x urbano l TEMPO – variações sazonais; Fundamentação: fornecem as primeiras pistas de fatores determinantes de doenças para formular hipóteses Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS DESCRITIVOS Informam sobre a frequência de um evento – dados de morbimortalidade, natalidade, etc.; Identificar variações desses dados na população (diferentes épocas e regiões: pessoa, tempo e lugar); Descrição dos fatores de risco e das características de uma população. (PEREIRA, 2005; ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2006; MEDRONHO R.A, 2017). Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS DESCRITIVOS ESTUDOS DE CASO / SÉRIE DE CASOS / ANÁLISES DESCRITIVAS Vantagens Limitações Pode sugerir explicações sobre elementos pouco conhecidos na etiologia e evolução de doenças; Subjetividade na avaliação dos desfechos; Baixo custo e de fácil realização; Número reduzido de indivíduos estudados dificultando a inferência para outras populações; Cada “caso” é observado de forma detalhada Inexistência de “casos-controle” para comparações. Dados de relatos de casos acumulados sugerem o aparecimento de uma nova doença ou epidemia ou pandemia. Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS DESCRITIVOS: - Relato de Caso ou Série de Casos / Análises descritivas Ou seja, deseja-se responder à pergunta: quando, onde e quem adoece? LIMA-COSTA, Maria Fernanda, & BARRETO, Sandhi Maria. (2003). Tipos de estudos epidemiológicos: conceitos básicos e aplicações na área do envelhecimento. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 12(4), 189-201. https://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742003000400003 https://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742003000400003 https://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742003000400003 https://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742003000400003 Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Métodos de Classificação dos Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS DESCRITIVOS: Essenciais para formulação de políticas de saúde; Identificam características demográficas da população; Promovem a compreensão do perfil de morbidade; Identificam populações de/em risco. (PEREIRA, 2005; ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2006; MEDRONHO R.A, 2017). Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Exemplos: hábito de fumar (exposição) e câncer de pulmão (desfecho ou efeito); Métodos de Classificação dos Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS ANALÍTICOS: Investigação da associação entre uma exposição e um desfecho (ou efeito) - estabelecimento de relação de causal entre eles. Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS: - Estudos Ecológicos ou Populacionais (Surveys)/ Analítico de Corte - Transversais/Seccionais (Estudos de Prevalência); - Estudo de Caso-controle (Análises de Incidência); - Estudo de Coorte (Análises de Incidências). (PEREIRA, 2005; ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2006; MEDRONHO R.A, 2017). Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS: - Estudos Ecológicos ou Populacionais (Surveys)/ Analítico de Corte A relação (associação) exposição-doença em uma população é investigada em um momento particular no tempo, fornecendo um “retrato” da situação naquele momento. Agregados de indivíduos: populações de países, regiões ou municípios São capazes de investigar a relação entre as doenças e outras variáveis de interesse (exposição e desfecho são medidos ao mesmo momento), MAS incapazes de estabelecer nexo causal (O QUE É CAUSA? E O QUE É EFEITO?); Grande utilidade na investigação de surtos epidêmicos: para medir diversas exposições e as possíveis causas (apenas associação e não a casualidade entre os fatores de causa e efeito observados) Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS: - Estudos Ecológicos ou Populacionais (Surveys)/ Analítico de Corte Nesse tipo de estudo, não existem informações sobre a doença e exposição do indivíduo, mas do grupo populacional como um todo (agregado) INQUÉRITOS EPIDEMIOLÓGICOS OU BASES DE DADOS MEDIDAS DE ASSOSSICAÇÃO POR PREVALÊNCIA MAIS UTILIZADAS Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS: - Transversais/Seccionais (Estudos de Prevalência) A exposição à doença e o seu desfecho – no participante e não no grupo populacional - são medidos em uma amostra (ou grupo) em um dado momento (fotografia); Levantam hipóteses de associação entre causa-efeito (risco-desfecho); - Requisitos: Frequência de doenças l Fatores de risco l População de risco l - Cálculo da Prevalência: N° pessoas doentes Nº pessoas na população Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS - Transversais/Seccionais (Estudos de Prevalência) Quatro grupos para análise (tabela 2x2): a = doentes e expostos ao fator de risco; b = não doentes expostos ao fator de risco; c = doentes não expostos ao fator de risco; d = não doentes expostos ao fator de risco. DOENTE NÃO DOENTE EXPOSTO a b NÃO EXPOSTO c d Prev D exp = a Prev D não exp = c a + b c + d R Prev Doentes= Prev D exp a / a +b Prev Não D exp c / c +d Os resultados são extraídos por uma Razão de Prevalências (entre os desfechos): desfecho exposto / desfecho não exposto. Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS - Transversais/Seccionais (Estudos de Prevalência) COMO INTERPRETAR? Meninos de rua (sem vínculo familiar) tiveram uma prevalência 7,1 vezes maior de DST, quando comparados aos meninos na rua (trabalhadores informais na rua) – considerado IC (95%) Fonte: https://fi les.cercomp.ufg.br/weby/up/59/o/Modulo1-Estudosdeprevalencia.pdf Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS - Transversais/Seccionais (Estudos de Prevalência) São apropriados para levantar questões: à presença de uma associação, mas não é capaz de testar hipóteses (exemplos: o câncer de pulmão tem como fator de risco o tabagismo? O consumo de sal aumentado pode acarretar elevação persistente de pressão arterial?). Não são capazes de fornecer uma estimativa da associação entre os indivíduos (expostos comparados aos não expostos). Não identificam a incidência da doença. (PEREIRA, 2005; ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2006; MEDRONHO R.A, 2017). Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS: - Estudo de Caso-controle (Análises de Incidência) O estudo caso-controle é um estudo observacional retrospectivo, isto é, os dados são coletados a partir de informações do passado (análise de registros, entrevistas e assim por diante). O objetivo desse estudo é identificar a frequência com que ocorrem as exposições nos diferentes grupos (casos –doentes - e controles). CASO CONTROLE PESSOA SEM A DOENÇA DETERMINADO PELOS CONDICIONANTES DE SAÚDE (PEREIRA, 2005; ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2006; MEDRONHO R.A, 2017). Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS: - Estudo de Caso-controle (Análises de Incidência) CASO (doente) CONTROLE (sadio) Exposto Não Exposto Não Exposto Exposto Segmento retrospectivo (desenho começa pelo desfecho) VARIÁVEL DEPENDENTE AVALIAÇÃO DAS PROBABILIDADES (%) AVALIAÇÃO DAS PROBABILIDADES (%) Resultado (OR) = Chance de Ocorrência do desfecho Chance de Não Ocorrência do Desfecho Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos - Estudo de Caso-controle (Análises de Incidência) (OR) = Chance de Ocorrência do desfecho Chance de Não Ocorrência do Desfecho DOENTE NÃO DOENTE TOTAIS EXPOSTO a b a +b NÃO EXPOSTO c d c+ d TOTAIS a+ c d +d N TOTAL Chance (Odds Ratio) = Considerar teste de Hipótese (IC – 95%) e Faixa de valores do Intervalo de Confiança a ser interpretado OR entre 0 a 1 (0 <OR<1) = A exposição ao risco protege da ocorrência do desfecho; OR > 1 = A exposição ao risco AUMENTA a ocorrência do desfecho; OR = 1 = A exposição ao risco não influencia na ocorrência do desfecho. (OR) = a/c b/d nº de indivíduos que tiveram a doença e foram expostos ao fator de risco (dividido) pelo nº de doentes não expostos ao fator nº de indivíduos que não tiveram a doença, e foram expostos ao risco (dividido) Nº de indivíduos que não tiveram a doença e sem exposição ao fator de risco Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos - Estudo de Caso-controle (Análises de Incidência) (OR) = CASOS DE COVID-19 Covid-19 Grave Covid-19 Não Grave TOTAIS EXPOSTO 145 100 245 NÃO EXPOSTO 55 100 155 TOTAIS 200 200 400 (OR) = a/c b/d Estudo parte do desfecho IDOSO ADULTOS JOVENS OR = 145 / 55 2,63 100 /100 INTERPRETAÇÃO: Idosos tem 2,63 vezes mais chances de desenvolver formas graves de COVID-19 em comparação aos adultos jovens (até 30 anos) Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos - Estudo de Caso-controle (Análises de Incidência) Exemplificando - (OR) = CASOS DE “meninos de rua” Estudo parte do desfecho (doença ou não) (OR) = a/c b/d (OR) = a x d b x c INTERPRETAÇÃO: Meninos sem suporte familiar (meninos de rua) possuem 8,9 vezes mais chances de desenvolver DST em comparação aos meninos que somente trabalham na rua (mas possuem algum suporte familiar) Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS - Coorte (Longitudinais ou de "follow-up”) São capazes de mensurar o risco de uma determinada exposição ou fator em desencadear uma doença ou agravo à saúde – relação de temporalidade. Delineamento metodológico: seguimento será de expostos e não expostos - é o único estudo epidemiológico capaz de confirmar hipóteses causais, devido à temporalidade/acompanhamento (tempo) os indivíduos desde o início da exposição até o desencadear da doença/agravo. Possui natureza temporal prospectiva ou retrospectiva. (PEREIRA, 2005; ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2006; MEDRONHO R.A, 2017). Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS FUTURO Desfecho (doentes x não doentes) Seguimento (Sadios) Alocação não randômica Início (PRESENTE) Amostra ou uma População definida EXPOSTOS DOENTES NÃO DOENTES NÃO EXPOSTOS DOENTES NÃO DOENTES PRESENTE Desfecho (doentes x não doentes) PASSADO (início do seguimento”) para o momento atual (direção) População – alvo EXPOSTOS DOENTES NÃO DOENTES NÃO EXPOSTOS DOENTES NÃO DOENTES Amostra definida Tenta explicar o desfecho (atual ou futuro), à partir da exposição aos fatores de risco COORTE RETROSPECTIVA / HISTÓRICA COORTE PROSPECTIVA / CONCORRENTE Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS - Coorte (Longitudinais ou de "follow-up”) - VANTAGENS DOS ESTUDOS DE COORTE a) Podem discernir as relações temporais entre a exposição e o desfecho - exposiçãoprecede o desfecho; b) Permitem o cálculo direto das medidas de incidência (coorte concorrente); c) São menos sujeitos a vieses de seleção (exclusão de casos no inicio do seguimento) do que os estudos de caso-controle; d) Alguns estudos permitem ainda que várias exposições possam ser avaliadas (coortes de população geral ou de grupos populacionais restritos). (PEREIRA, 2005; ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2006 MEDRONHO R.A, 2017. Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS - Coorte (Longitudinais ou de "follow-up”) MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO NOS ESTUDOS DE COORTE Permitem o cálculo das medidas de efeito (associação entre exposição e doença). As medidas de efeito avaliam as diferenças de riscos entre grupos que diferem em relação à exposição ao fator de risco estudado. Exemplo: Os investigadores pretendem avaliar se o fumo causa câncer de colo de útero. Eles recrutam 2000 mulheres com útero intacto. Os pesquisadores aplicam um questionário para verificar o status de fumo para todos os sujeitos do estudo e depois dividem a população de estudo em uma coorte de fumantes e outro grupo de não fumantes. Então, observa-se as variações em cada coorte ao longo do tempo e comparam os riscos de incidência de câncer de colo de útero entre os dois grupos. (PEREIRA, 2005; ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2006 MEDRONHO R.A, 2017. Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS - Coorte (Longitudinais ou de "follow-up”) MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO NOS ESTUDOS DE COORTE Risco Relativo: RR = I Exp I Não Exp Incidência: medida de risco absoluto a a + b c c + d DOENTE NÃO DOENTE TOTAIS EXPOSTO a b a +b NÃO EXPOSTO c d c+ d TOTAIS a+ c d +d N TOTAL Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO NOS ESTUDOS DE COORTE RR = I Exp (183) I Não Exp (50) Incidência: medida de risco absoluto PACIENTES COM AVE PACIENTES SEM AVE TOTAIS Incidência por 1000 FUMANTES 550 2450 3000 183,33 NÃO FUMANTES 50 950 1000 50 RR = 3,66 – Fumantes apresentam 3,66 mais risco de ter AVE quando comparado aos não fumantes; RA = 133 - há 133 casos de pacientes com AVE a mais no grupo dos fumantes, quando comparado aos não fumantes. RA = I Exp (183) - I Não Exp (50) Polícia Militar de Minas Gerais 3. Tipos de Delineamentos dos Estudos Epidemiológicos Tipos de Estudos Epidemiológicos ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS EXPERIMENTAIS ESTUDOS EXPERIMENTAIS ANALÍTICOS Ensaio Clínico Randomizado Ensaio clínico de Campo Ensaio Comunitário Examinar a existência de associação entre uma exposição e uma doença ou condição relacionada à saúde. Os indivíduos selecionados na amostra são aleatoriamente - ou randomicamente - alocados para os grupos intervenção e controle, e os resultados são avaliados comparando-se os desfechos entre esses grupos. Os indivíduos selecionados na amostra são aleatoriamente - ou randomicamente - alocados para os grupos intervenção e controle, e os resultados são avaliados comparando-se os desfechos entre esses grupos. Envolvem pessoas que estão livres de doença, mas sob o risco de desenvolvê-la e os dados são coletados “no campo” (pessoas da população geral). Podem ser utilizados para avaliar intervenções que objetivam reduzir a exposição sem necessariamente medir a ocorrência dos efeitos sobre a saúde. GRUPO DE INTERVENÃO (EXPERIMENTAL) X GRUPO CONTROLE Polícia Militar de Minas Gerais OBRIGADA! “Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia” (Willian Edwards Deming, 1950) rdantaspmmg@gmail.com Polícia Militar de Minas Gerais BIBLIOGRAFIA BÁSICA BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 816 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos). MEDRONHO R.A. Epidemiologia. 2ª Edição. Atheneu, 2009. (Atenção que a 3ª. Edição encontra-se em fase de finalização) Gordis L. Epidemiologia 5ª ed. Rio de Janeiro: Revinter; 2017. ROUQUAYROL, M. Z; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e Saúde. 6. ed. Porto Alegre: MEDSI. 2006. PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 596p. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm > . Acesso em: 16 Fev. 2021. ______. CF/88. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> >. Acesso em: 16 Fev. 2021. ______. Ministério da Saúde (MS). Anais: I Seminário sobre a Política Nacional de Promoção da Saúde Brasília: MS; 2012. (Série D. Reuniões e Conferências).) ______. Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.446/GM de 11 de Novembro de 2014. Redefine a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). Brasília, DF, 2014. LAURELL, A. C. A saúde-doença como processo social. In: NUNES, E. D. (Org.). Medicina social: aspectos históricos e teóricos. São Paulo: Global, 1983, p. 133-158. OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Declaração de Alma-Ata: primeira conferência internacional sobre cuidados primários de saúde. Genebra, 1978. OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Carta de Ottawa para a promoção da saúde: primeira conferência internacional sobre promoção da saúde. Genebra, 1986. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Diminuindo diferenças: a prática das políticas sobre determinantes sociais da saúde: documento de discussão. Rio de Janeiro, Brasil, 19-21 de outubro de 2011. Disponível em: <» http://cmdss2011.org/site/wp-content/uploads/2011/10/Documento-Tecnico-da-Conferencia-vers%C3%A3o- final.pdf>. Acesso em: 16 Fev. 2021. ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). Disponível em:< http://www.dhnet.org.br/direitos/deconu/textos/integra .htm >. Acesso em: jan. 2021. WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. The Nairobi call to action for closing the implementation gap in health promotion. Geneva, 2009. 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