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AV1_Teroria_do_Crime (RESPONDIDA)

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3AV1 – Teoria do Crime
Turma: 3001
Responda verdadeiro ou falso para as seguintes assertivas, justificando sua resposta em, no máximo, 3 linhas:
Questão - 1) Cabe ao Poder Judiciário, enquanto atuante na seara penal, o papel de pacificador social, promovendo a punição exemplar das pessoas que violem a norma jurídico penal. (0.5)
Resposta: VERDADEIRA, pois, a esfera penal é um meio de controle social altamente formalizado, com objetivo de garantir a ordem social, protegendo bens jurídicos, o bem comum e ressocialização. 
Questão - 2) De acordo com o princípio da legalidade, na seara penal temos que dura lex sed lex, popularmente traduzido como “a lei é dura mas é a lei”. Nesse sentido, não cabe qualquer análise acerca da legislação pelo Poder Judiciário, devendo aplicá-la nos exatos termos em que foi promulgada. (0.5)
Resposta: VERDADEIRA, pois a lei ela precisa ser escrita, estrita, certa e prévia devendo ser seguida, precisa ser cumprida seguindo todos os princípios. 
Questão - 3) A Constituição Federal adotou o Direito Penal na sua perspectiva pragmática, pensando na coletividade, de modo que a hiper criminalização de condutas é fator determinante para a manutenção da ordem social. (0.5)
Resposta: FALSA, o direito penal em seu caráter pragmático tem por sua vez assegurar os direitos mínimos e o caráter humano em sua finalidade punitiva, ou seja, a última razão.
Questão - 4) O Superior Tribunal de Justiça, ao editar súmula impossibilitando a redução da pena abaixo do mínimo legal quando da análise das circunstâncias agravantes, age dentro de suas atribuições, respeitando os princípios da legalidade e individualização da pena. (0.5) 
Resposta: VERDADEIRA, a pena não pode ser menor do que o mino legal previsto em lei, caso isso ocorra violará os princípios da legalidade e individualização da pena que tem como objetivo analisar e punir individualmente cada caso, podendo a pena ser aumentada de acordo com o agravante. 
Questão - 5 (2.5) 
Leia com atenção a informação publicada pelo site Conjur para responder à questão:
STF condena ex-deputado André Moura em duas ações penais a 8 anos de prisão
“No primeiro julgamento de ação penal de autoridade com foro no Plenário da Corte depois de sete anos, o Supremo Tribunal Federal condenou, por maioria, o ex-deputado André Moura em duas de três ações penais que ele respondia pelos crimes de peculato e desvio de verbas públicas.
O ex-parlamentar foi condenado a oito anos e três meses de prisão em regime fechado e inabilitação para exercer cargos públicos por cinco anos por crimes supostamente cometidos no município de Pirambu (SE), quando era prefeito, e também na gestão de seu sucessor e depois desafeto Juarez Baptista, que o denunciou ao Ministério Público.
Prevaleceu o entendimento do ministro Nunes Marques, que abriu a divergência em relação ao relator Gilmar Mendes — que votou pela absolvição — e foi seguido pelos ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
O relator, ministro Gilmar Mendes, foi favorável à absolvição de Moura nas três acusações, por sustentar que não havia provas para condená-lo, mas ficou vencido. Ele foi acompanhado pelos ministros Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes.
Na AP 974, o Ministério Público Federal, em sua denúncia, narra a ocorrência de compras de alimentos em estabelecimentos comerciais do município pagas pela Prefeitura e entregues na residência e no escritório político do deputado.
Já na AP 973, o então prefeito de Pirambu teria desviado para uso de Moura (e também de sua mãe e de sua irmã) telefones celulares com contas pagas pelo município.
A condenação do STF se deu nessas duas ações (973 e 974), segundo o entendimento de Nunes Marques.  Ele disse que os autos do processo são suficientes para provar a participação de Moura.
Em seguida, o ministro Edson Fachin, além de concordar com Nunes Marques, entendeu que o ex-deputado deveria também ser condenado na AP 969, na qual respondia por peculato e desvio, em razão da utilização de veículos da frota municipal e servidores que atuavam como motoristas para servir a fins particulares e políticos. 
No entanto, neste caso, houve empate e o STF vai decidir depois como encaminhará a questão. Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber e Cármen Lúcia acompanharam o ministro Fachin. Do outro lado, os quatro ministros que votaram pela absolvição acompanharam Nunes Marques.
As investigações que deram origem às denúncias do MP se iniciaram com a confissão e a delação do então prefeito Juarez Batista dos Santos, que procurou espontaneamente a Polícia Civil. Ele afirmou que, logo após ter sido eleito, passou a ser pressionado por André Moura, que tinha o intuito de manter o poder sobre a municipalidade.
Para o MPF, mesmo fora do cargo, André Moura permaneceu no comando da administração municipal. O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, ao se manifestar no STF, afirmou que não estavam em julgamento as atividades dos homens públicos na vida pública e na relação com o eleitorado, mas o patrimonialismo na política, a não diferenciação entre o público e o privado.
Segundo ele, a acusação não se amparava apenas nas falas de um desafeto político, mas em provas robustas, como notas fiscais, recibos e testemunhos de fornecedores locais, que demonstram os excessos cometidos com recursos públicos em favor de atividades privadas do ex-prefeito.
Por fim, o MP sustentou que aplicar a homens públicos a pena de prestação de serviços à comunidade pode significar um esvaziamento do direito penal, na medida em que o serviço comunitário seria exatamente o dever político do agente público.
A defesa de Moura, no entanto, alegou que as acusações se baseiam somente nas afirmações de Santos, seu adversário político, e não foram confirmadas por nenhuma prova. Segundo o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, testemunhas tanto da acusação quanto da defesa negaram qualquer influência de André Moura na administração municipal e, segundo os proprietários do comércio local, os pagamentos dos gêneros alimentícios não eram feitos pela prefeitura.
O advogado apontou, ainda, ausência de prova de que os telefones tenham sido usados de forma indevida pelo ex-deputado e por seus familiares.
Primeiro a votar, o relator Gilmar Mendes sustentou que Moura deveria ser inocentado porque provas apresentadas na fase de inquérito policial "são insuficientes para embasar um juízo de condenação". "Segundo entendimento pacífico desta Corte, não podem subsistir condenações penais fundadas exclusivamente em prova produzida na fase do inquérito policial."
O ministro criticou a Procuradoria-Geral da República, que ofereceu a denúncia contra o ex-deputado com base em delação de Juarez Baptista, seu ex-aliado político, e que o acusou de ter atentado contra sua vida.
"Faço esses esclarecimentos para que não se imagine que estamos diante de uma narrativa de bandidos contra heróis, do bem contra o mal. Essas narrativas maniqueístas não servem ao processo penal, não servem à Justiça, mas aos julgamentos panfletários e populistas. Creio e confio que esse não deve ser o papel desta Corte", disse o relator.
Em nota, a defesa de Moura disse considerar a condenação desproporcional. "A defesa técnica do ex-deputado federal André Moura entende como injusta e desproporcional a condenação. Além disso, a imputação de quadrilha está prescrita", pontuou.
"Por fim, tendo em vista o empate em uma das ações penais, o caso deve ser resolvido em favor da defesa, com a consequente absolvição, conforme reza a constituição federal e o entendimento histórico do STF." 
A defesa, prossegue a nota, "reitera a irrestrita confiança no Poder Judiciário e no senso de justiça do Plenário do Supremo, que futuramente voltará a julgar o caso em recurso de embargos infringentes".”
Ainda foi notificado no mesmo site:
“O resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal de quarta-feira (29/9), que acabou por condenar o ex-deputado André Moura a oito anos e três meses de prisão,teve reflexos na sessão desta quinta-feira (30/9). Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski levantaram questionamento sobre a decisão do presidente Luiz Fux de definir futuramente o destino de uma das três ações às quais o ex-parlamentar respondia e também da decisão sobre a dosimetria da pena.
André Moura foi condenado por 6 votos a 4 em duas das ações. Em um terceiro processo, a votação ficou empatada em 5 a 5 e, na sessão de quarta-feira, o ministro Fux decidiu que este último caso seria suspenso, e retomado apenas quando fosse nomeado o novo ministro da Corte. 
(...)
Questão:
Considerando a argumentação utilizada pelo Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, e considerando o conteúdo estudado em sala de aula, acerca dos princípios garantidores, norteadores e limitadores do Direito Penal, proceda a uma análise técnica jurídica da decisão. 
Resposta: Diante do caso exposto, levando em consideração os princípios garantidores, norteadores e limitadores do direito penal, o ministro Luiz Fux levou em consideração a questão do empate que de certa forma poderia favorecer ao réu com a ausência do novo ministro que terá o voto decisivo em relação ao julgamento do STF. Porém, segundo o Presidente do STF Luiz Fux “o regimento interno, só favorece o réu em caso de habeas-corpus ou recurso ordinário”. 
Porém, nesse caso o que favorece é o princípio jurídico onde em caso de empate favorece o réu, sendo assim o presidente do STF decidiu pela suspensão mesmo sabendo que cabe recurso e pode ser utilizados outros princípios como o princípio contraditório para ampla defesa do réu ou a possibilidade da prescrição da pena, já que está sendo julgado um crime cometido a mais de 10 anos. 
Questão - 6 (2.5)
Leia com atenção a seguinte notícia do Conjur para responder à questão:
2ª Turma do STF aplica insignificância a posse de cigarro de 1,8 g de maconha
“(...) a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal concedeu Habeas Corpus para trancar um processo penal diante da insignificância da conduta imputada.
No caso, o paciente foi acusado do crime de posse de drogas para consumo pessoal (artigo 28 da Lei 11.343/06), por estar portando um cigarro de maconha de 1,8 grama. A defesa do acusado, feita pelo advogado Helder Bello, impetrou pedido de Habeas Corpus para que a ação penal em curso fosse trancada.
O advogado pediu a aplicação do princípio da insignificância e reconhecimento da atipicidade de conduta do paciente, prestigiando também os princípios da ofensividade, subsidiariedade, fragmentariedade e proporcionalidade, de maneira a demonstrar que a posse de um cigarro de maconha (ínfima quantidade) não é importante para o direito penal, como já decidiu o STF em outras ocasiões.
No julgamento, o redator do acordão, ministro Gilmar Mendes, afirmou que a razão para a recusa da aplicação do princípio da insignificância em crimes relacionados a entorpecentes está muito mais ligada a uma decisão político-criminal do que propriamente a uma impossibilidade dogmática.
"O principal argumento levantado por aqueles que sustentam tal inaplicabilidade é o de que o ilícito se revela um crime de perigo abstrato, que tutela bens jurídicos difusos (segurança publica e paz social), e que, portanto, repele o emprego do princípio da insignificância", explicou.
Porém, o ministro discorda desse pensamento. Para ele, os crimes de perigo abstrato pressupõem um juízo de possibilidade, ou de probabilidade, e não um juízo de certeza de perigo de dano ao bem jurídico tutelado pela norma penal. É preciso que haja, de todo modo, uma clara demonstração da potencialidade efetiva da conduta em vir a causar um dano ao valor protegido.
"Isso significa que se não houver, no caso concreto, uma clara comprovação da possibilidade de risco de dano da conduta do agente ao bem jurídico tutelado, estaremos diante de um comportamento atípico do ponto de vista material, ainda que haja uma subsunção formal da conduta ao tipo penal de perigo abstrato", ressaltou.
Assim, no caso, Gilmar Mendes entendeu que o comportamento do paciente não é capaz de lesionar ou colocar em perigo o bem jurídico protegido ou colocar em perigo a paz social, a segurança ou a saúde pública, sendo afastada a tipicidade material do tipo penal imputado.
(...)”
Questão:
Considerando o conteúdo estudado em sala de aula, acerca dos princípios garantidores, norteadores e limitadores do Direito Penal, proceda a uma análise técnica jurídica da decisão do STF.
Obs: essa não é uma questão sobre o princípio da insignificância! 
Resposta: Nesse caso o podemos chamar atenção para os princípios norteadores e garantidores que é a segurança jurídica de toda sociedade, os princípios limitadores da insignificância, fragmentariedade e da proporcionalidade que são constitucionais, mantenedor da individualização da pena para que seja cumprida a relevância do bem jurídico tutelado e mantendo a ordem social.
A finalidade de impor ou estabelecer limites é justamente para que não haja abuso, por isso o princípio da fragmentariedade protegerá para que seja punido apenas crimes mais graves, somente castigará ações importantes que venham a ferir o bem jurídico. Portanto, somente a lei determinará um fato como sendo crime através de normas para a aplicação de uma pena.

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