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Seria possível uma sociedade se reproduzir sem normas de convivência? É no âmbito da vida social que os valores são internalizados e formam o ethos dominante. Nenhum grupo consegue executar determinadas tarefas compartilhadas sem definir regras básicas para divisão de responsabilidades. É necessário o estabelecimento critérios de valor e princípios para avaliar seus compromissos. A reflexão ética, como afirma Barroco (2004:19) “Constitui-se como espaço específico da reflexão sobre o modo de ser constitutivo do homem como sujeito ético, ou seja, sujeito racional capaz de escolher valores e ações que conduzam a liberdade, entendida como um bem”. As idéias, a moral e as práticas em uma sociedade se transformam no desenvolvimento histórico de uma dada sociedade – como se organiza para produzir, modelar suas instituições, moral própria e governo. Neste sentido, recorrendo a Zygmund Baumann (2010) afirma-se que só se pode julgar uma sociedade pela maneira como ela trata os desvalidos, ou seja, quanto menos houver opressão, discriminação e exclusão, melhor será a sociedade. De acordo com Vázquez (2000), moral é um sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são estabelecidas as relações recíprocas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas são dotadas de um caráter histórico e social – devem ser acatadas livre e conscientemente, por uma convicção íntima e não de uma forma mecânica, externa e impessoal. A ética não é apenas a ciência da moral, ela é um conjunto de práticas conscientes do ser social, dirigidas para a intervenção na realidade e na direção da conquista da liberdade e da universalidade visando à emancipação humana. Nesse sentido podemos afirmar que o homem enquanto ser, precisa da ética (Barroco, 2004). O sujeito de comportamento moral é o indivíduo concreto, mas sendo um ser social e, independentemente do grau de consciência que tenha disto, parte de determinada estrutura social. São os homens que edificam a sua realidade de acordo com o que necessitam para sobreviver. A construção da realidade depende da maneira como o conhecimento é disposto na sociedade, o que fornece a ela certa estrutura. Entende-se por estrutura social como uma gama de conhecimentos (não apenas em seu sentido teórico, mas também prático). O acervo de conhecimentos vai desde as fórmulas manipuladas pelos cientistas até o saber necessário para construir uma casa, por exemplo. (Barroco, 2004). ENRIQUECENDO O CONHECIMENTO: Ethos como costume: modo de ser que procede da vivência comum dos princípios, valores, normas, leis e hábitos que expressam a idéia de BEM (universal) partilhada pelos membros de uma coletividade (comunidade, povo, etnia, civilização etc.). Ethos como hábito: constância no agir de um indivíduo por meio do qual este incorpora à sua personalidade aquele ideal de BEM (virtude) e o efetiva por meio de ações, sempre perguntando pelo sentido delas. Estrutura social: é a soma dessas tipificações e dos padrões de interação produzidos por elas. A construção da realidade depende de uma estrutura social estabelecida e conhecida pelos seus membros. É esta estrutura relativamente estável que permite que os indivíduos se movimentem com desembaraço dentro da realidade cotidiana. Conhecimento do senso comum: conhecimento imediato, não científico, que não contempla a dimensão investigativa. Ser social: categoria teórico – marxista que busca identificar a sociabilidade como uma característica humana.
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