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Educação em Saúde: Conceitos e Práticas

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- -1
EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
- -2
Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Reconhecer o conceito de Educação em Saúde;
2. Analisar cada modelo de Educação em Saúde a partir do seu contexto histórico;
3. Identificar as características pedagógicas específicas das práticas de Educação em Saúde;
4. Descrever os princípios, eixos estratégicos e objetivos da Política Nacional de Educação Popular em Saúde.
Tomando como referência a integralidade como princípio orientador do Sistema Único de Saúde, a abordagem
dos profissionais e, em particular, de Enfermagem, não deve se restringir à assistência curativa. É necessário que
sejam capazes de dimensionar os fatores de risco e consequentemente, definir medidas preventivas e de
promoção da saúde, como por exemplo, ações educativas.
Essas ações desenvolvidas vêm assumindo diferentes denominações e significado, conformando-se às mudanças
de paradigma que ocorreram na Educação e na Saúde. Mesmo sendo consideradas como inerentes ao trabalho
em Saúde são, com frequência, relegadas ao segundo plano, marcadas pela tendência de fundamentar as ações
no modelo biomédico e pela forma tradicional de transmissão de conhecimento.Bons estudos!
1 Introdução
Se levarmos em consideração a e os princípios que hoje orientam o modelo de assistênciaconcepção de Saúde
(universalidade, equidade e integralidade), o cuidado deve abranger tanto as ações de natureza assistencial
, quanto as atividades de/curativa promoção da saúde e prevenção de doenças.
Para atender o princípio da é imperativo que a abordagem dos profissionais de Saúde resulte deintegralidade 
uma do processo saúde-doença. compreensão mais ampliada e não fragmentada 
Para compreender as e todos seus neologismos, é preciso analisá-diferentes concepções de Educação e Saúde
las através de uma , ou seja, como práticas que são gestadas e desenvolvidas a partirvisão crítica da realidade
de uma determinada e de sociedade e historicamente construídas.visão de mundo
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No Dicionário da Educação profissional em Saúde, no verbete , a “educação, saúde eeducação em saúde
trabalho são compreendidos como que fazem parte do modo de produção da existênciapráticas sociais
humana, precisando ser abordados historicamente como fenômenos constituintes- produtores, reprodutores ou
transformadores das relações sociais.” (MOROSINI; FONSECA; PEREIRA, 2014)
2 Educação em saúde
Conceito
No cotidiano das práticas de Saúde, os termos Educação sanitária, Educação em Saúde, Educação para Saúde e
Educação popular em Saúde têm sido empregados de forma indistinta pelos profissionais. Para esse contexto
vamos adotar a definição do Ministério da Saúde:
Processo educativo de construção do conhecimento em Saúde que visa à apropriação de temática pela população
[...]. Conjunto de práticas do setor que contribui para aumentar a autonomia das pessoas no seu cuidado e no
debate com os profissionais e os gestores a fim de alcançar uma atenção de Saúde de acordo com suas
necessidades. (BRASIL, 2009).
Na compreensão do Ministério da Saúde, as ações de Educação em Saúde devem envolver três atores: os
profissionais, os gestores e a população que necessita construir seus conhecimentos e ampliar sua autonomia
para cuidar de si, da sua família e de sua comunidade.
No entanto, esta forma de conceber e organizar as práticas educativas não esteve sempre presente no discurso
dos gestores e na prática dos trabalhadores da Saúde.
3 Diferentes concepções de Educação em Saúde
 Diferentes concepções e práticas têm marcado a história da Educação em Saúde no Brasil.
Marco histórico
A maioria dos autores situa o como o marco histórico para a final do século XIX e o início do século XX
construção da concepção e sistematização das práticas de Educação e Saúde.
Neste período, a Educação em Saúde apoiou-se no campo de conhecimento da , creditando às medidasHigiene
higiênicas a capacidade de resolver os problemas de saúde (MOROSINI; FONSECA; PEREIRA, 2014).
Educação sanitária
Assim, a toma corpo devido à necessidade de controlar as epidemias de varíola, peste, febreeducação sanitária
amarela, tuberculose e minimizar os transtornos causados pelas doenças na economia agroexportadora.
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As práticas educativas eram voltadas para os pobres, e se caracterizavam pelo autoritarismo e pelo viés 
biologicista.
Visão biologicista
Na , a determinação do processo saúde era reduzida à , ignorando a visão biologicista dimensão individual
influência dos fatores econômicos e sociais nas condições de vida, trabalho e saúde dos indivíduos.
Acreditava-se que os problemas de saúde eram decorrentes da não adoção de e que a medidas de higiene 
transmissão de conhecimentos iria garantir mudanças no comportamento e atitudes das pessoas.
Política sanitária
A política e a orientadas por Oswaldo Cruz são exemplos que ilustram esta concepção. Opolícia sanitária
sanitarista foi designado pelo Presidente para ser o chefe do Departamento de Saúde Pública a fim de colaborar
com a reforma do Rio de Janeiro.
Revolta da vacina
A reforma incluía a , expulsão de moradores para a periferia e a criação dademolição das favelas e cortiços
Brigada de Mata Mosquitos composta por funcionários e policiais que invadiam as casas.
Essas medidas e a aprovação da Campanha de Vacinação Obrigatória contribuíram para o episódio conhecido
como a (ALVES, 2005).Revolta da Vacina
Pressupostos metodológicos e conceituais das práticas da Educação Sanitária.
Na década de 1960, deu-se o surgimento de e começaram a sermovimentos sociais de resistência
desenvolvidas experiências de serviços comunitários de saúde desvinculados do Estado. Movimentos sociais tais
como o , protagonizado por , influenciaram as práticas deMovimento de Educação Popular Paulo Freire
educação em Saúde.
A participação dos profissionais de Saúde, nas experiências de a partir dos anos 1970, trouxeeducação popular
para o setor saúde uma , possibilitando um rompimento com acultura de relação com as classes populares
tradição autoritária e normatizadora de educação em Saúde (VASCONCELOS, 2004).
Quadro Resumo
• Relação vertical e assimétrica entre o profissional de Saúde e usuário;
• Imposição de normas de conduta;
• A comunicação dá-se através do repasse de informações visando à mudança de comportamento;
• Profissionais de Saúde e gestores são os detentores do saber;
• Os usuários são considerados como carentes e informação em Saúde e destituídos de conhecimento;
• Culpabilização dos indivíduos pelos seus problemas de Saúde e da comunidade;
• Concepção reducionista do processo saúde-doença apoiada no discurso biologicista;
• Ênfase na doença e na intervenção curativa.
Educação Popular e Educação Popular em Saúde
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O Brasil foi na constituição da Educação Popular. O movimento que deu origem a esta concepção sofreupioneiro
grande influência do pensamento de Paulo Freire.
A esteve entre os movimentos que buscavam Educação popular em Saúde romper com o autoritarismo das
 no início dos anos 1970.ações educativas em Saúde
Quando estudamos as tendências pedagógicas, vimos que a Pedagogia freireana é conhecida como Pedagogia
 ou libertadora Pedagogia da problematização.
Pedagogia Libertadora
Neste modelo pedagógico, que começou a se estruturar como corpo teórico e prática social no final dos anos
1950, concebe-se o processo ensino-aprendizagem como um e de troca entre o educador eprocesso dialógico
educando. O conhecimento é construído a partir da vivida pelos seus atores.reflexão sobre a realidade
Não cabe, neste processo, a relação vertical entre o sujeito que ensina e o que aprende, nem a normatização de
, característica tão marcante na (MOROSINI; FONSECA; PEREIRA, 2014).hábitos educação sanitária 
A metodologia da Educação Popular foi incorporada pelos profissionais de Saúde no contato com os projetos
sociais que buscavam o enfrentamento mais amplo dos problemas de saúde da população.
Em um caminho de mais deo deu origem a diversos espaços de40 anos, Movimento de Educação Popular 
reflexão, articulação e produção de conhecimento, tais como a:
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A instituição da , em 2012, vem de alguma forma coroar esta Política Nacional de Educação Popular em Saúde
caminhada e evidenciar o desafio dos gestores e profissionais na busca por práticas integrais que possam
atender as necessidades de saúde das populações no âmbito do SUS.
Pressupostos metodológicos e conceituais das práticas de Educação Popular em Saúde.
Quadro Resumo
Relação: Relação horizontal entre o profissional de saúde e usuário;
Diálogo: Valorização do diálogo nas trocas interpessoais e no intercâmbio de saberes técnico-científicos e
populares;
Saber popular: Explicitação e compreensão do saber popular: 
Movimentos sociais: Privilegia os movimentos sociais locais;
Usuário: O usuário é reconhecido como um sujeito portador de um saber sobre o processo saúde-doença- 
cuidado;
 Prática educativa: A prática educativa visa ao desenvolvimento da autonomia e responsabilidade dos
indivíduos no cuidado com a saúde;
Conceito de saúde e educação: Compreensão ampliada do conceito de Saúde e Educação em suas múltiplas
dimensões: social, ética, política, cultural e científica;
Papel do Estado: Responsabilização do Estado na solução, na prevenção e na recuperação dos processos de 
saúde-doença, bem como no desenvolvimento de projetos educativos na Saúde.
4 Um breve histórico da formulação da Política Nacional de 
Educação Popular em Saúde (PNEPS- SUS)
Confira o histórico da Política Nacional de Educação Popular em Saúde:
 Profissionais de Saúde e representantes do movimento popular criaram, em 1998, a Rede Nacional de1998:
Educação Popular em Saúde com apoio da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.
- -7
 Esses atores, em 2002, manifestaram ao presidente recém-eleito a intenção política de participar do SUS2002:
considerando que a Educação Popular em Saúde era uma prática social necessária à “integralidade do cuidado, à
qualificação da participação e do controle social na saúde e às mudanças na formação dos profissionais da área”.
(BRASIL, 2012)
 No ano seguinte, foi então criada a Coordenação Geral de Ações Populares de Educação na Saúde dentro2003:
da estrutura da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES).
Uma das estratégias proposta para constituir um espaço de interlocução entre os movimentos populares e a
gestão do sistema foi a criação da b>Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em
Saúde (ANEPS), que veio a favorecer por sua vez a constituição de outros coletivos como a ANEPOP (Articulação
Nacional de Extensão Popular) relacionada aos processos de formação dos profissionais.
 Mais tarde, com as mudanças que ocorreram na gestão federal, em 2005, os assuntos ligados a EPS2005:
passam à responsabilidade da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP) através da Coordenação
Geral de Apoio a Educação Popular.
 Em 2009, essa secretaria cria o Comitê Nacional de Educação de Popular em Saúde que tinha como uma2009:
de suas missões acompanhar a formulação da Política Nacional de Educação Popular em Saúde no SUS (PNEPS-
SUS) que, em 2012, foi instituída. (IDEM, 2012).
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você estudará sobre os assuntos seguintes:
• O planejamento das ações educativas com ênfase no modelo participativo;
• Os níveis de planejamento da educação formal;
• As etapas e a estrutura do plano de curso e de aula.
Saiba mais
Conheça a Articulação Nacional de Extensão Popular e seu trabalho através do endereço
https://pt-br.facebook.com/Articulacaonacionaldeextensaopopular, nele você pode ter acesso
a fotos, link de vídeo e da Revista de Educação Popular.
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https://pt-br.facebook.com/Articulacaonacionaldeextensaopopular
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Verificou que os modelos de Educação em Saúde se diferenciam a partir das concepções de saúde, 
educação e trabalho em seus contextos históricos;
• Reconheceu o referencial e a metodologia que orienta as ações de Educação Popular em Saúde;
• Reconheceu os princípios, eixos estratégicos e objetivos da Política Nacional de Educação Popular em 
Saúde.
Referências
ALVES, V.S. Um modelo de Educação em Saúde para o Programa de Saúde da Família: pela integralidade
 Interface – Comunic., Saúde, Educ. v.9, n.16, p.39-52, setda atenção e reorientação do modelo assistencial.
2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Caderno de Educação Popular e
Brasília, 2007. Disponível em: Saúde. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes
/caderno_educacao_popular_saude_p1.pdf. Acesso: agosto de 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de EducaçãoSecretaria de Gestão Estratégica e Participativa.
Popular em Saúde no Sistema Único de Saúde. Brasília, 2012.
BRASIL. GlossárioMinistério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.
temático: gestão do trabalho e da Educação na Saúde. Brasília, 2009. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br
/bvs/publicacoes/glossario_sgtes.pdf. Acesso agosto de 2014.
FALKENBERG, M. B.; MENDES, T.P.L.; MORAES,E.P.; SOUZA, E.M. Educação em Saúde e Educação na Saúde:
conceitos e implicações para saúde coletiva. In: , v.19, n.3. 2014.Ciência & Saúde Coletiva
MOROSINI, M.V.; FONSECA, A.F.; PEREIRA, I.B. Dicionário da Educação Profissional emEducação em Saúde.
Saúde. Fiocruz, Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio.
VASCONCELOS, E. M. Educação Popular: de uma prática alternativa a uma estratégia de gestão participativa das
políticas de saúde. In: PHYSIS: Rio de Janeiro v. 14, n. 1,2004.Rev. Saúde Coletiva. 
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http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_educacao_popular_saude_p1.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_educacao_popular_saude_p1.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_educacao_popular_saude_p1.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/glossario_sgtes.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/glossario_sgtes.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/glossario_sgtes.pdf
	Olá!
	
	1 Introdução
	2 Educação em saúde
	3 Diferentes concepções de Educação em Saúde
	4 Um breve histórico da formulação da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS- SUS)
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO
	Referências

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