Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 1 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina Coordenação de Ensino Instituto IPB www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 2 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina O Inspetor escolar: O orientado do ensino e no combate a Indisciplina www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 3 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina Sumário O INSPETOR ESCOLAR: orientador do ensino no combate à indisciplina ........... 4 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 6 Breve histórico e Olhares sobre a função do Inspetor Escolar ......................... 6 Educação e cidadania ...................................................................................... 8 Indisciplina na escola no contexto atual ........................................................... 9 DESAFIOS ......................................................................................................... 12 Família ............................................................................................................ 12 Escola ............................................................................................................. 13 CONTRIBUIÇÕES DO INSPETOR ESCOLAR .................................................. 15 Inspeção escolar e a produção da cultura escolar ............................................. 17 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 38 Bibliografia complementar .................................................................................. 39 Todos os direito reservados ao Instituto Pedagógico Brasileiro – IPB. Reprodução Proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998. www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 4 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina O INSPETOR ESCOLAR: orientador do ensino no combate à indisciplina A indisciplina na escola tem sido assunto amplamente discutido pelos profissionais nela inseridos. Esta norteia todo o descontentamento com a educação, provocando desinteresse, aliada a falta de preparo dos agentes educacionais. Para enfrentar o problema da indisciplina, é necessário compreendê-la, entender o que está acontecendo hoje com a disciplina na sala de aula, na escola, na família e na sociedade, para melhor discutir este tema que é tão comum mais pouco entendido, buscou-se o conceito de (in) disciplina do ponto de vista teórico encontrando diversas possibilidades, fazendo um paralelo entre a indisciplina e a função do Inspetor Escolar como membro da equipe e a importância da sua contribuição como elemento articulador, sobretudo qual disciplina que a escola deveria pressupor para si e a historicidade do conceito que hoje é mais vigente nas escolas e salas de aula. Segundo o vernáculo, indisciplina é “falta de disciplina; desordem; desobediência; rebelião” (Fernandez, 1981, p.731) e disciplina é o “conjunto de regras destinado a manter a boa ordem em qualquer organização; obediência à autoridade; observância de normas ou preceitos” (p. 469). Portanto, segundo o dicionário, ser indisciplinado significa não obedecer ao conjunto de regras que visam manter a boa ordem em uma organização (a escola, por exemplo), não obedecerem à autoridade e ser rebelde. Parrat-Dayan (2008) conceitua a disciplina como “um conjunto de regras e obrigações de um determinado grupo social e que vem acompanhado de sanções nos casos em que as regras e/ou obrigações forem desrespeitadas.” (p.20). Para Tiba (1996), a disciplina escolar é um conjunto de regras que devem ser obedecidas para o êxito do aprendizado escolar. Portanto, ela é uma qualidade de relacionamento humano entre o corpo docente e os alunos em uma sala de aula e, consequentemente, na escola. De acordo com Paulo Freire, há uma marcante diferença entre disciplina, indisciplina e autodisciplina. Em entrevista concedida à Ilca Viana e outros (1988, apud., Lepre, 2012), define: Eu começaria por dizer que, para mim, toda disciplina envolve autodisciplina. Não há disciplina que não gere ao mesmo tempo o movimento de dentro para fora, como não há uma disciplina verdadeira se não há capacidade. O sujeito da disciplina tem de se disciplinar. Eu diria que www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 5 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina há duas disciplinas, em relação às vezes contraditórias, que marcam a diferença com a indisciplina. Quer dizer, na indisciplina, tu não tens autodisciplina nem disciplina. Quer dizer, a indisciplina é a licenciosidade, é o fazer o que quero, porque quero. A disciplina é fazer o que posso o que devo e o que preciso fazer. Fazer o que é possível na disciplina, tornar possível o que agora é impossível diz respeito necessariamente à vida interior da pessoa. É assim que eu vejo o movimento interno e externo da disciplina. E para isso acho que a presença da autoridade é absolutamente indispensável. (Paulo Freire, In. Vianna, 1989, p.12, apud. Lepre 2012). Objetivando ampliar a discussão sobre a contribuição do trabalho do inspetor para a redução da indisciplina na instituição de ensino, elaborou-se este projeto de pesquisa, por meio de pesquisa bibliográfica, buscou-se analisar literatura existente como: Frigotto (2001), Libâneo (2004), Parrat-Dayan (2008), Vasconcellos, (2004), (La Taille, 1996; Aquino, 1996; Rego, 1996; Araújo, 1996. apud. Souza, 2009) e artigos científicos divulgados em meios eletrônicos. Percebe-se que no contexto atual existe uma visão equivocada da figura do inspetor como integrante da equipe escolar. Conclui-se que a mudança de paradigma para um novo olhar sobre o papel deste profissional é imprescindível. www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 6 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina DESENVOLVIMENTO Breve histórico e Olhares sobre a função do Inspetor Escolar Finoto (2010), afirma que a Inspeção Escolar aparece, pela primeira vez, na legislação do Ensino em 1932, na reforma de Campos do Ensino Secundário (Decreto - Lei nº. 21.241, de 04/05/1932- artigos 63 a 86). Em 1934 surge a figura do Fiscal Permanente responsável pela inspeção dos estabelecimentos de ensino normal do Sistema Estadual de Ensino de Minas Gerais (Decreto nº11. 501, de 14/08/1934), função essa que só veio a ser extinta em 1974, na vigência da Lei Estadual nº 6. 277/73 – 1º Estatuto do Magistério (Cf. parágrafo único do artigo 10, do Decreto nº. 16.244 de 08/05/1974). Em 1942 a 1946 surgem várias Leis Orgânicas, porém a única que tratava da Inspeção é a Lei Orgânica do Ensino Secundário conforme o Decreto – Lei nº. 4.244 de 09/04/1942 nos artigos 75 e 76. Quando a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº. 4.024 de 20/12/1961), ao delegar competência aos Estados e ao Distrito Federal para autorizar, reconhecer e inspecionar os estabelecimentos de ensino primário e médio não pertencente à União (artigo 16) estabeleceu também a qualificação do responsável pela inspeção conforme oseguinte artigo: “Art.65- O Inspetor de Ensino, escolhido por concurso de títulos e provas, deve possuir conhecimentos técnicos e pedagógicos demonstrados de preferência no exercício de funções de magistério, de auxiliar de administração escolar ou na direção de estabelecimento de ensinos” (MENESES, 1977. apud, FINOTO, 2010). No cumprimento da atribuição que lhe foi conferida pelo § 3º do retro citado artigo 16, da LDBNE, no que se refere à inspeção dos estabelecimentos de ensino médio, o Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais baixou a Resolução nº. 43/66, de 18/05/1966, que vem esclarecer que o Ensino Primário passou a contar segundo, as disposições da Lei nº. 2.610/62 (Código do Ensino Primário) com Inspetores Seccionais, Inspetores Municipais e Auxiliares de Inspeção, sendo que em 1965, surge também à figura do Inspetor Sindicante (Portaria Secretaria Estadual de Ensino- SEE, nº 68/65) para atuar junto às Delegacias Regionais de Ensino as atuais Superintendências Regionais de Ensino. www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 7 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina Tão logo foi efetivada a transparência para a responsabilidade dos Estados, dos encargos de autorizar o funcionamento, reconhecer e inspecionar os estabelecimentos de ensino médio, conforme Portaria Ministerial nº. 713, de 30/11/1967 e Aviso MEC, nº. 652 GB, de 14/12/1967, a Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais baixou a Portaria nº. 91/68 de 27/04/1968, estabelecendo normas para a inspeção permanente dos estabelecimentos de ensino médio do Sistema Estadual de Ensino. Na realidade, antes da Reforma Universitária de 1968, Lei nº. 5.540 de 28/11/ 1968, a inspeção era feita por elementos sem habilitação específica. Diante disso, a inspeção poderia ser exercida no Estado, por professores de ensino médio e até por portadores de diploma de curso superior, muitas vezes sem nenhuma ligação direta com os problemas educacionais. E ainda houve época em que a inspeção dos estabelecimentos do antigo ensino secundário era feito por elementos a quem competia tão somente fiscalizar provas exames e assinar papéis que não tinham nenhuma finalidade prática e efetiva para a escola. Isso acontece ainda hoje em determinados setores burocráticos do serviço público. Na publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 5.692/71 estabeleceu a organização do ensino de 1º grau (quatro séries do primário, mais quatro séries do ginásio) e 2º Grau alternando toda a legislação anterior do ensino primário e médio. Com isso as exigências referentes à formação profissional do Inspetor Escolar foram às seguintes: formação em curso superior de graduação, com duração curta ou plena ou de pós-graduação, admissão na carreira de Inspetor Escolar por concurso público de provas e títulos, remuneração conforme estatuto de carreira do magistério. Com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº. 9394/96 a formação profissional do Inspetor Escolar foi mantida. Contudo em seu artigo 64 estabelece que a formação do Inspetor Escolar se dê em cursos de pós-graduação: “A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em Cursos de Graduação em Pedagogia ou em nível de Pós Graduação, a critério da instituição de ensino, garantida nesta formação, a base comum nacional” (LBDN 9394/96). Atualmente o Inspetor Escolar possui uma jornada de trabalho de 40 www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 8 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina horas semanais e está sujeito ao regime de dedicação exclusiva. (Lei nº. 9.347/86 e Decreto nº. 26.250/86). As ações do Inspetor não se limitam, evidentemente, apenas nas aplicações de normas, mas, também, nas ações de revisão ou mudanças na legislação, numa perspectiva crítica adequada à realidade social a que se destina, dando conhecimento à administração do Sistema das consequências da aplicação dessas mesmas normas. (BIASI, 2009) Exige-se desse profissional uma postura crítica, reflexiva e fundamentada numa conduta ética e democrática. É Sabido que este especialista surge para organizar a instituição em conformidade com a normatização em vigor. Logo, torna-se uma atividade complexa, uma vez que o desafio para a legislação atual é organizar a escola enquanto espaço privilegiado de aprendizagem, em que devem ser assegurados os direitos de todos os segmentos – professor, aluno, funcionários e comunidade externa – para a construção de uma gestão escolar democrática participativa. Não basta organizar o ensino, faz-se necessário pensar no funcionamento da instituição como um todo. Lidar com essa questão requer mudanças nas práticas e nas relações entre os agentes educacionais, haja vista que fomos vítimas durante muitos anos de um “sistema de formar mutilados”, de uma pedagogia da adestração cotidiana, em que não havia lugar para pensá-lo. Educação e cidadania O Estatuto da Criança e do Adolescente tratou, em capítulo específico, do direito à educação estabelecendo seus objetivos, os direitos dos educandos, as obrigações do Estado, dos pais e dos dirigentes dos estabelecimentos de ensino (ECA, Capítulo IV - artigos. 53/ 59). No artigo 2° da Lei 9394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabeleceu que a educação visa o preparo para o exercício da cidadania. Arroyo (apud SCHNETZLER, 2003) define que educação para cidadania é o cultivo do senso no valor moral em cada indivíduo, na criança e nos jovens. Nesta educação comprometida com o cidadão os direitos e deveres de todos são iguais, independentes da posição social ocupada. (DELORS ET AL. 2010). A educação ao longo de toda vida baseia-se em quatro pilares: aprender a conhecer aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser. Perante os www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 9 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina múltiplos desafios suscitados pelo futuro, a educação surge como um trunfo indispensável para que a humanidade tenha a possibilidade de progredir na consolidação dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social. A formação do ser humano começa na família. Ali, tem início um processo de humanização e libertação, valores morais e éticos; é um caminho que busca fazer da criança um ser civilizado, e bem cedo à escola participa desse processo. Podemos considerar que, sendo a educação a formação do homem, entendida em seu conceito amplo, ela não é outra coisa senão o próprio processo de produção da realidade humana em seu conjunto. De outro lado, considerando-se que a natureza humana não é dada ao homem, mas é por ele produzida sobre a base da natureza biofísica, a educação, em termos estritos, isto é, a educação enquanto atividade intencional consiste no ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. A educação escolar resulta ser um instrumento básico para o exercício da cidadania. Ela, entretanto, não constitui a cidadania, mas sim uma condição indispensável para que a cidadania se constitua. O exercício da cidadania nos mais diferente organismo, sindicatos, partidos, etc. não se dão de modo cabal sem o preenchimento do requisito de acesso à cultura letrada e domínio do saber sistematizado que constituem a razão de ser da escola. Educar para a cidadania é adotar uma postura, é fazer escolhas. É despertar para as consciências dos direitos e deveres,é lutar pela justiça e não servir a interesses seculares. É preciso construir o espaço de se educar na cidadania. Indisciplina na escola no contexto atual Segundo Aquino (1999), ”O conceito de indisciplina, como toda criação cultural, não é estático, uniforme, nem tampouco universal. Ele se relaciona com o conjunto de valores e expectativas que variam ao longo da história, entre as diferentes culturas e numa mesma sociedade”. A indisciplina é um das maiores dificuldades enfrentadas pelos educadores para desenvolverem o trabalho pedagógico. De acordo com Parrat-Dayan (2008, p. 21). Os conflitos em sala de aula caracterizam-se pelo descumprimento de ordens e pela falta de limites como, por exemplo: falar durante as aulas o tempo todo, não levar material necessário, ficar em pé, interromper o professor, gritar, andar pela sala, jogar papeizinhos nos colegas e no professor, dentre outras atitudes que impedem os www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 10 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina docentes de ministrar aulas mais qualidade. Diante desta constatação, percebe-se a necessidade de um maior engajamento por parte da escola em busca de alternativas de intervenções para o enfrentamento de conflitos na sala de aula. Enfatiza-se que o trabalho coletivo é o principal instrumento de viabilização dessas ações. O diálogo, o estudo e a cooperação são os instrumentos que mediarão o caminho na busca por uma disciplina que considere o respeito como condição principal nas relações existentes na escola. Conforme Parrat-Dayan (2008, p. 64), “[...] é mais eficaz se aproximar calmamente de um aluno e pedir para retomar seu trabalho que chamar a sua atenção em voz alta na frente de todos. [...]”. A forma como se estabelece a relação professor-aluno é a base para o enfrentamento dessas questões. Estudos têm evidenciado que o tema indisciplina se apresenta como um dos maiores obstáculos que enfrentam as escolas na sociedade contemporânea, provocando grande angústia nos professores que não sabem mais como lidar com a situação. Entretanto, para enfrentar o problema é necessário entender o que está acontecendo com a disciplina hoje na escola. É certo que uma série de fatores influencia, mas é necessário analisar que os inúmeros determinantes que a influencia e determina (VASCONCELLOS, 1989, p. 25 Benette & Costa, 2008). É inegável a importância da educação. Pesquisas apontam que quanto maior o número de anos na escola, maior é a remuneração recebida por essa pessoa. Por outro lado, indicadores, como SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica (2001) e PISA – Programa Internacional de Alunos (2000), apontam o grau do fracasso das crianças brasileiras mostrando que a escola brasileira apresenta sérios problemas. Nesse contexto globalizado, as mudanças proporcionadas pela economia, sob a égide do capital permeada pelas novas mídias e tecnologias, invadem o cotidiano das pessoas, aceleram e aprofundam a exclusão social e lança novas questões para a pedagogia. Essas transformações tecnológicas e cientificas leva-nos a compreender que são necessários novos sistemas de organização do trabalho, principalmente no trabalho pedagógico, para atender às exigências da sociedade atual. Destacam-se aqui algumas experiências bem sucedidas na redução da indisciplina, merecendo considerações importantes: o trabalho participativo por meio de Projetos envolvendo toda a comunidade escolar, entornos da escola, www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 11 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina famílias, parcerias com sociedade civil etc... Destaque para o protagonismo de todos os discentes, os alunos indisciplinados são colocados, como líderes de suas equipes, corresponsabilizando-os por meio de tarefas e combinados, os temas a serem trabalhados devem despertar nestes, o interesse e a curiosidade. www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 12 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina DESAFIOS Família É possível que a família possa colaborar para a contenção da indisciplina na escola, mas para que isto aconteça, é preciso que seja resgatada a prática do diálogo no ambiente familiar, a prática de participação efetiva dos pais na vida escolar dos filhos, indo às reuniões escolares procurando saber da vida dos filhos, suas angústias, seus temores, suas conquistas, bem como suas expectativas e possibilidades de realização com relação ao futuro. É fundamental que os pais sejam capazes de impor limites, ajudando seus filhos a terem postura crítica diante dos meios de comunicação que despertam o consumismo, a sexualidade e etc. Aqui podemos retomar Vasconcellos, (1989, p. 122, 123). Além das dificuldades sócio-econômicas e culturais, existem os problemas de alcoolismo, o divórcio, as drogas, a violência doméstica, a permissividade sem limite e, consequentemente, a desestrutura familiar que interfere negativamente no desempenho do aluno em sala de aula (Parrat-Dayan, 2008, apud. Benette & Costa 2010). Segundo Aquino (1999), do ponto de vista empírico, os alunos carregam saberes anteriores adquiridos no seio de sua família, do meio em que vivem que se choca com os saberes docentes. Nota-se que as crianças chegam à escola, cada vez mais sem limites, com ausências de comportamentos educativos mínimos, por exemplo: respeito, gratidão, e cumprimento de regras básicas, que deveriam ser trabalhados pela família. O que se configura na “ausência de valores e regras ou com presença de valores e regras contraditórias no seio de uma mesma sociedade” (DE LA TAILLE, 1998, p. 07). Percebe-se então que o aluno é fruto de um contexto familiar e de uma sociedade com todos seus axiomas, modos e costumes, é sujeito/objeto de contexto escolar. Aquino (2000), por exemplo, considera que a indisciplina escolar deve ser pensada e analisada sob um ângulo histórico baseado em condicionantes culturais ou sob uma matriz psicológica, em relação à influência das relações familiares. – Tiba (1998) define disciplina como “O conjunto de regras éticas para se atingir um objetivo. A ética é entendida, aqui, como o critério qualitativo do comportamento humano envolvendo e preservando o respeito, o bem-estar biopsicossocial”, apontando como causas da indisciplina na escola as características pessoais do aluno (distúrbios psiquiátricos, neurológicos, www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 13 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina deficiência mental, distúrbios de personalidade, neuróticos), as características relacionais (distúrbios entre os próprios colegas, distorções de autoestima) e os distúrbios e desmandos de professores. Escola Dentre os desafios que a escola enfrenta neste momento histórico, percebe-se a indisciplina e suas relações com os princípios de autonomia e liberdade, tão caros entre nós educadores. Mas, sobretudo, trata-se aqui do estreito vínculo existente entre a escola e a sociedade, muitas vezes negligenciado pelas políticas educacionais e pelos próprios trabalhadores docentes. Porém, muita coisa mudou, estamos numa época de valorização da democracia, cidadania e respeito. Cabe a escola levar estes princípios à sério dentro do seu projeto pedagógico. Então, como acabar ou diminuir a indisciplina em sala de aula, objetivando melhorar as condições de aprendizado dos alunos? Primeiramente, o professor deve identificaros motivos da indisciplina. Observar os alunos e estabelecer um diálogo pode ajudar muito neste sentido. Muitas vezes, a indisciplina ocorre porque os alunos não entendem o conteúdo ou acham as aulas cansativas. Nestes casos, o professor pode modificar suas aulas, adotando atividades estimulantes e interativas. Celso Antunes sugere um conceito mais amável de disciplina como, por exemplo, "Disciplina é uma relação de afeto e respeito, uma ação recíproca de cumprimento de normas". O autor afirma que o início dessa construção deve se manifestar por meio de um acordo entre alunos e professores, algo como um "contrato" em que ambas as partes discutem e constroem seu papel e sabem como acatar sanções na eventualidade de um descumprimento. Dessa forma, conclui o autor: ressignificação das relações entre esses sujeitos e na construção e desconstrução do conceito de indisciplina que, reconhecendo a disciplina como ferramenta essencial às relações interpessoais, aprendem autonomia, exercitam a firmeza e conseguem, com mais dignidade, construir o caráter. Quando os professores de uma unidade escolar sentam-se com seus alunos e desconstroem e sabem reconstruir a plenitude da significação e dos tipos de disciplina, não apenas a aula corre mais facilmente e a aprendizagem se concretiza de maneira mais saborosa como estudantes e mestres descobrem que esta atitude costuma gerar bons resultados. Com estas e outras atitudes, o professor vai ganhar o respeito de seus alunos. Este respeito é uma porta aberta www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 14 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina para, através do diálogo com os estudantes, buscar soluções adequadas para melhorar as condições de aula na escola. Sugere-se, a implantação, da forma mais coerente e democrática possível, dos Conselhos Escolares, pois estes terão a incumbência de tratar de problemas também desta natureza. Isto pode ocorrer quando a escola começar a tratar qualquer ato dos alunos como indisciplina. Atos como o aluno cobrar o direito de tirar suas dúvidas e não ser compreendido por alguns professores e ser tratado como indisciplinado, impedindo os de pensar e questionar. Assim agindo, a escola poderá está evitando que alguns direitos dos alunos sejam desrespeitados, ficando assim mais fácil garantir os direitos deles para que os deveres possam ser cumpridos com, mais coerência, respeito e responsabilidade. Coisas que estão entre muitos dos deveres e papéis da escola no processo de formação de seu alunado, mesmo em um momento social bastante conturbado com um excesso de maus exemplos para as crianças e jovens. www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 15 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina CONTRIBUIÇÕES DO INSPETOR ESCOLAR A Inspeção Escolar está ligada a vários fatores que contribuem com o processo democrático da comunidade escolar. Evidentemente, nem sempre foi assim. A própria expressão lingüística nos remete à história, desde o Brasil colonial, de que o ato de inspecionar nos lembra o ato de fiscalizar, observar, examinar, verificar, olhar, vistoriar, controlar, vigiar… Porém, atualmente, a figura deste profissional nas Instituições Escolares proporciona uma estreita ligação entre os outros órgãos do Sistema Educacional, quer sejam Secretarias, quer sejam Regionais e Unidades Escolares, para garantir a aplicação legal do regime democrático. Por isso, o Inspetor tem uma grande concentração nos aspectos Administrativos, Financeiros e Pedagógicos das Unidades Escolares, trabalhando inclusive, como agente sócio-político. (BIASE, 2009). Ter respeito para com os alunos é uma das necessidades da postura de um educador consciente. Deve também exigir respeito dos alunos para com os colegas e para consigo. No caso de ser desrespeitado, restabelecer os limites (não entrar no círculo vicioso do desrespeito) (VASCONCELLOS, 2004, p. 93). O Inspetor Escolar deve analisar a dinâmica institucional com todos os profissionais nela inseridos, como também no contato com o sujeito para detectar os possíveis problemas que afetam a relações de ensino aprendizagem, intervindo para que a instituição se reestruture, e o sujeito ressignifique sua história. Deve também conhecer os contextos macro e micro onde o discente situa-se, seja por meio do diagnóstico, da pesquisa, e ou da observação. Propõe-se o estabelecimento do diálogo e dos processos grupais entre os atores envolvidos, quais sejam eles: escola – aluno – família. Dos três sujeitos, o diferencial está no terceiro sujeito, tanto na materialização da introdução da família no espaço, como no desafio de torná-la consciente de sua importância como sujeita do fazer educativo. A família e a escola têm sido historicamente as bases da educação de crianças, adolescentes e jovens e têm se constituído como aparelho de inclusão social desse grupo. A família, a escola, os amigos e círculos sociais têm importância crucial na formação do individuo, na construção de sua personalidade e na aquisição de uma identidade pessoal (LANE, 1995, apud, SILVA, 2009). Todavia, deve-se ter um olhar atento e direcionado para a família. Como nos afirma Munhoz (2003, p. 8.), “a família se faz presente desde os primeiros momentos da criação de um novo ser. Se quisermos conhecer o sujeito que aprende, temos que compreender em que contextos aprendizagem acontecem”. Prichón Reviérie www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 16 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina (1998., apud.BIASE 2010,), considera o trabalho com grupo de grande importância no trabalho curativo, de intervenção, na construção ou desconstrução de conceitos. E afirma que o ser humano desde que nasce já está inserido em grupos, a família, amigos, a escola entre outros. O foco da deve estar centrado no aluno, a partir de uma relação dialógica entre escola e família. Um trabalho de formação continuada na escola é essencial, na qual os profissionais da instituição tenham espaço para o diálogo, a reflexão e a própria avaliação de seus trabalhos, condutas e práticas. Sobre a questão do trabalho conjunto entre coordenação pedagógica e professor, Vasconcellos (2004) enfatiza: Tem havido certa confusão em relação ao trabalho do professor: como se constatou que é muito complexo, começou-se a repartir com outros profissionais, ao invés destes profissionais (orientadores, supervisores etc) estarem trabalhando junto ao professor para melhor capacitá-lo, já que a nosso ver, é ele quem deve enfrentar os conflitos e não cair no jogo dos “encaminhamentos”. O espaço da reunião é privilegiado para esta interajuda entre os profissionais (p.76). Nessa perspectiva de interação de toda a equipe, tendo como elemento mobilizador o inspetor escolar, os professores terão muito mais condições de planejar um trabalho contextualizado, construindo assim de forma coletiva um currículo que contemple diferentes tipos de atividades, entre eles excursões, jogos, festivais, exposições, no qual o aluno deixa de ser concebido como um indivíduo passivo e é percebido como um sujeito ativo no processo de construção de conhecimentos. O que o aluno poderia estar tentando dizer ao professor com os constantes atos de indisciplina? Possivelmente que a escola que aí está não lhe proporciona alegria, satisfação e tampouco uma aprendizagem consistente, estando dessa maneira, muito distante de suas aspirações e necessidades (FRANCO, 1986, p.50). www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br| +55 (31) 3411-3143 17 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina Inspeção escolar e a produção da cultura escolar A inspeção escolar já tem sido abordada em alguns trabalhos de pesquisa. Dentre as quais destaco a tese de doutorado de Luciano Mendes de Faria Filho (1997) e a dissertação de mestrado de Rogéria Moreira Rezende Isobe (2004). Faria Filho estudou os grupos escolares da cidade de Belo Horizonte. Em seu trabalho aborda a questão da inspeção num capítulo que trata das relações de gênero e identidades profissionais, assumindo a afirmação do inspetor como organizador da educação. Para ele “os inspetores foram realizando o fundamental trabalho de produzir e trazer à vista dos gestores do sistema de instrução um diagnóstico bastante detalhado da realidade da educação mineira”. Os inspetores contribuíram, “de forma singular, na preparação da lenta remodelação da instrução primária ocorrida nos primeiros decênios do século XX”. (2000, 92). Isobe estudou os relatórios de inspeção técnica do ensino no Triângulo mineiro. Para ela, do mesmo modo como fez Faria Filho, a inspeção foi essencial na consolidação da escola graduada em Minas. A inspeção foi considerada como um dispositivo de formação de professores. Segundo ela, “os inspetores se configuravam como modeladores do ensino dando a ver aulas exemplares aos professores nas escolas primárias demonstrando praticamente a aplicação dos novos métodos e processos de ensino instituídos com a Reforma de 1906”. (2004, 9). O trabalho que apresento aproxima-se, num certo sentido, dos dois autores mencionados, mas num outro e ao mesmo tempo, distancia-se no tipo de leitura que fiz dos trabalhos dos inspetores técnicos. A leitura dos relatórios dos Secretários e dos Inspetores possibilitou-me perceber quão importante foi o papel atribuído ao inspetor pelos responsáveis pelas políticas educacionais e como foi esse papel sendo modificado ao longo do tempo, principalmente, quando a presença do inspetor na realidade cotidiana das escolas foi se tornando mais amiúde. Nesse contato com essas fontes, no período entre 1906 a 1918, foi possível apreender o papel do inspetor na constituição da cultura escolar mineira. No texto de apresentação da Reforma do Ensino, do ano de 1906, o então Secretário do Interior, Carvalho Britto, afirmou que a inspeção do ensino seria investida de destaque fundamental, pois ela seria “a alma do ensino”, e como tal, não deveria ser exercida por “funcionários indiferentes”, mas por “pessoal técnico, suscetível de apaixonar-se pela causa que lhe vai ser confiada”. www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 18 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina Ademais, ao inspetor estaria à incumbência de “fiscalizar as escolas e orientar o ensino”. O que se pode notar na fala do Secretário é que ele comungava com outros políticos e educadores antecessores e mesmo com alguns inspetores, como Estevam de Oliveira4, dentre outros, que defendiam a inspeção do ensino como a base de uma reforma profícua do ensino. Estevam de Oliveira defendeu uma inspeção competente e profissional, por isso afirmou em seu relatório: “Sou de parecer [...] que se restabeleça a fiscalização extraordinária, confiados os cargos de inspetores a profissionais, por concurso, preferidos aqueles que saírem do corpo professoral do Estado” (1902, p. 181). O inspetor faz referência ao profissional remunerado que, como previsto na reforma de 1899, era um agente de confiança do governo, encarregado da fiscalização das escolas e, sobretudo, investido de poderes e atribuições que faziam dele um elo entre as escolas isoladas e o governo do Estado. Essa inspetoria extraordinária foi suprimida em 1901. A partir daí, o serviço de inspeção retornou aos inspetores municipais e distritais e aos promotores de justiça, sem a devida remuneração, sendo o seu desempenho desenvolvido com amor e patriotismo, como referenciou Delfim Moreira em seu relatório, em 1903: “Essa inspeção, aliás, trabalhosa, não é remunerada; e quem a desempenha com amor faz por patriotismo”. E, por não ser remunerada, parecerá ao Secretário não produzir nenhum efeito desejado. Por isso, do mesmo modo como Estevam de Oliveira, o Secretário defendeu a necessidade do restabelecimento de tal “fiscalização remunerada” que, segundo ele, “tão excelentes frutos produziu entre nós”. A reforma do ensino consolidará esse profissional que será como já afirmado pelo Secretário Carvalho Britto, “a alma do ensino” e, como tal, será transformado de “funcionário indiferente” em pessoal técnico e apaixonado pela causa que lhe será confiada. “Técnica” e “paixão” serão os dois atributos da identidade do profissional da escola que, segundo Faria Filho (2000, p. 93), foi afirmado “como um dos traços constitutivos [...] do conjunto dos profissionais da instrução”. Visitar as escolas, para averiguação do seu estado de funcionamento e de regularidade das suas funções educativas, era uma das tarefas dos inspetores que, além disso, relatavam o cumprimento dessas suas funções utilizando, pelo menos, dois expedientes de registro: o Termo de Visita, que ficava registrado no “Livro de Termo Visitas”, na própria escola visitada, e cuja cópia era enviada www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 19 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina para a Diretoria de Instrução da Secretaria do Interior; e um relatório minucioso, que deveria ser enviado à Secretaria, contendo o seguinte detalhamento, conforme o art. 198, § 16, do Regulamento da Instrução: Enviar, finalmente, no fim de cada quinzena, ao Secretário do Interior, um relatório sintético da inspeção que tiver feito, o qual será publicado no jornal oficial, a juízo daquela autoridade. Este relatório consignará também: I. O itinerário seguido pelo fiscal e as povoações encontradas em seu trajeto, a população e condições das mesmas quanto ao desenvolvimento do ensino; II. A descrição dos prédios escolares e se são estaduais, municipais e particulares; dimensões de seus cômodos e se sua situação facilita a freqüência dos meninos da localidade; III. O conceito em que os professores são tidos pelos pais de família e outras pessoas gradas do lugar. É interessante notar que um ano após a Reforma, ao avaliar a elevação do número de matrícula e de freqüência dos alunos, Carvalho Britto informou que a Relatório apresentado ao Presidente do Estado de Minas, Francisco Salles, pelo Secretário de Estado de Negócios do Interior, Delfim Moreira, em 1903. O termo de visita, em muitas escolas, era escrito pela própria professora, mesmo sendo a narração sobre o seu próprio desempenho. Decreto nº 1.960, de 16 de dezembro de 1906. Matrícula havia atingido a 96.827 alunos. Esse fato foi digno de nota, pois, ao comparar esse número com os de anos anteriores atribuiu-se a elevação à implementação da inspetoria. A esse respeito, afirmou que os resultados alcançados, tanto nos anos anteriores quanto no ano em curso, foi devido à existência de uma inspeção permanente, com uma funcionalidade regular e eficiente. www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 20 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina Ainda que estivesse evidente para o Secretário que as funções do inspetor eram a de fiscal da escola e de orientador do ensino, a primeira foi a que mais se destacou. Não é sem motivo que, para ele, a atividade dos inspetores vinha se destacando pelo bom trabalhorealizado. Entretanto uma nova demanda, mais pedagógica e menos administrativa, insistia em aparecer, na sua própria avaliação ou mesmo nos relatos dos diretores que chegavam à Secretaria. Segundo Carvalho Britto, no início da execução da reforma era natural que na fiscalização predominasse a feição burocrática. Tratava-se de regularizar a escrituração das escolas, de modificar sua parte material, de verificar as condições de sua instalação, de providenciar sobre o mobiliário e utensílios, de apurar se os professores estavam a postos e se as crianças freqüentavam as escolas. Ademais, continua o Secretário, o inspetor "não se envolvia na parte técnica do ensino". Caso tivesse um professor que não revelasse a devida competência para o exercício da sua função e, ainda, se uma criança não apresentasse bom aproveitamento nos estudos, o tratamento que ele dava era de apenas o de elaborar um relatório descritivo, sem, contudo, propor modificações na prática do professor e nem na da escola. Para o Secretário, esta fase da inspeção havia passado. Agora, ela deveria assumir, de fato, a função pedagógica que lhe cabia. Não deveria somente narrar "os defeitos observados", mas, ressaltar a contribuição do trabalho de inspeção para "modificar as condições da escola e os resultados conseguidos neste propósito". Nesse mesmo movimento de dar realce ao novo papel do inspetor, o Secretário Estevão Pinto determinou uma nova dinâmica no trabalho de inspeção, ressaltando que para eficácia do importante mister de aconselhar aos professores e guiá-los de modo conveniente, tenho exigido que as visitas escolares sejam demoradas, principalmente naquelas escolas que mais precisam dos conselhos e ensinamentos do técnico para cabal desempenho do programa. Para Estevão Pinto, a inspetoria representava “um dos mais seguros elementos de sucesso para a boa sistematização do ensino”, pois, o inspetor estaria “constantemente em movimento, percorrendo o Estado, levando às mais longínquas. Relatório apresentado ao Exmo. Sr. Dr. João Pinheiro da Silva, Presidente do Estado de Minas Gerais pelo Dr. Manoel Thomaz de Carvalho www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 21 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina Britto, Secretário de Estado dos Negócios do Interior, em 1908. Relatório apresentado ao Presidente do Estado de Minas Gerais, Wenceslau Braz Pereira Gomes, por Estevão Leite de Magalhães Pinto, Secretário de Estado dos negócios do Interior, em 1909. “Escolas o estímulo de sua presença, o auxílio de sua experiência, as luzes de seu saber”. A partir da leitura dos relatórios dos Secretários e dos Inspetores foi possível perceber como o papel do inspetor foi sendo modificado ao longo do tempo estudado. Novos contornos foram sendo produzidos: de apenas um inspetor, fiscal do ensino, para um orientador das questões pedagógicas das escolas. E, isso não ocorreu somente pela atribuição que lhe fora dada, oficialmente pelo Regulamento, ou pelo interesse do poder público responsável pela educação, mas, sobretudo, pela própria construção do serviço de inspeção que foi sendo tecida nas experiências que os inspetores foram tendo nas relações estabelecidas com os diretores e professores dos grupos escolares. A modificação que foi ocorrendo no serviço de inspeção pode ser verificada nos relatórios que os Secretários enviaram ano a ano ao Presidente do Estado. Nesses relatórios, especificamente naqueles os quais analisei - dos anos de 1906 a 1915 -, estão evidenciadas as leituras que eles fizeram das diversas práticas escolares, principalmente, por remeterem às informações contidas nos relatórios dos inspetores e dos diretores dos grupos escolares que chegavam com freqüência à Secretaria. Nos relatórios dos Secretários estão explicitadas as intervenções dos inspetores, nos afazeres de diretores e de professores, sobre o proceder pedagógico quanto à observação do programa e quanto à aplicação do método de ensino. Sobre as leituras que os Secretários fizeram, vale ressaltar o relatório do Secretário Estevão Leite de Magalhães Pinto, no qual irá realçar alguns dos aspectos do Regulamento em vigor que precisavam ser modificados, em decorrência das reclamações oriundas dos diretores e dos professores das várias escolas mineiras. Dentre esses, um, referindo-se especificamente à inspetoria, era por ser o inspetor um técnico ambulante, ficando somente por um período de seis meses na circunscrição. Para as escolas, ter um inspetor que ficasse somente um período de seis meses numa determinada circunscrição, não possibilitava que ele pudesse dar a atenção técnica devida, pois, em se tratando de uma circunscrição extensa geograficamente, e com uma quantidade muito grande de escolas, ficava inviabilizado todo o acompanhamento das www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 22 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina atividades escolares. E complementando, dirá o Secretário que o inspetor não teria o tempo suficiente para visitar cada uma das escolas, pelo menos duas vezes, “para verificar se cada professor obedeceu às determinações que lhe foram feitas em uma primeira visita”. Essas reclamações, quanto à permanência do inspetor por seis meses na circunscrição, foram aceitas pelo poder público que, em junho de 1911, alterou o Regulamento, incluindo entre as suas modificações a permanência dos inspetores por um período não mais fixam e, sim, designando-os “enquanto lhes forem necessários os seus serviços, a juízo do Secretário do Interior”, conforme preceitua o artigo 40, do Decreto de nº 3.191. Outro aspecto a considerar, quanto à visão da secretaria sobre o serviço de inspeção caracterizado pelo papel orientador do ensino, foi à inclusão da preferência pelo professorado mineiro na escolha do profissional que estaria com a incumbência de desenvolver o trabalho de inspeção. Essa não foi uma preocupação aleatória, senão calcada no interesse em modificar o perfil do profissional para atuar como inspetor. Dessa forma, não foi sem motivo que o Secretário assim afirmou: Outro assunto, objeto de atenção por parte da secretaria, foi a escolha do pessoal que, de futuro, possa entrar para o serviço de inspeção, o qual, aos seus conhecimentos teóricos de pedagogia e à sua aptidão científica ou literária, deverá reunir a iniciação prática e o conhecimento experimental das minudências da vida escolar, de cuja falta professores por ventura desidiosos podem tirar vantagens para o seu desamor à escola. De fato, pode ser observado na citação, que não se encontrava no imaginário do Secretário somente um ideal de inspetor com aquelas características fiscalizadoras, mas, sobretudo, de um profissional que viesse a responder aos reclames mais agudizadores das práticas pedagógicas. Por isso, para o Secretário o que justificava a opção pelo professor primário estaria no fato de ser ele habituado ao serviço do magistério com todas as suas exigências, ao manuseio freqüente da legislação escolar, ao paciente labor de falar diariamente à criança e de conhecer a gradação variada e interessante do desenvolvimento infantil, é o bom professor primário quem, ao penetrar em uma escola, melhor conhece, porque conhece por experiência própria, o que há de aproveitável e o que, por antipedagógico, se deve eliminar. Decerto, ainda que houvesse uma intenção de aprimoramento do serviço de inspeção, não se tratava da eliminação do papel fiscalizador da escola, pois esse irá continuar por muito tempo, mas sim de dar visibilidade ao novo papel www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 23 IPB -Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina que já vinha sendo anunciado desde a implantação dos grupos escolares, em 1906. Naquela ocasião, os inspetores que foram nomeados, em sua grande maioria, eram professores que estavam em disponibilidade, em decorrência do fechamento de muitas escolas normais13. Nesse sentido, vale salientar que esse novo papel do inspetor, como orientador do ensino, veio sendo produzido ao longo do tempo, nas próprias práticas daqueles que se encontraram inseridos na trama do produzir a escolar mineira. Não pode ser negado o papel fiscalizador que a inspeção de ensino continuou tendo, mas, também, não se pode deixar de considerar as modificações que foram ocorrendo nas diversas práticas dos inspetores, conforme já anunciado nas próprias: Art. 37 – serão preferidos para as nomeações de inspetores regionais os professores primários do Estado (Decreto 3.191, de 9 de junho de 1911). Relatório apresentado ao Presidente do Estado de Minas Gerais, Wenceslau Braz Pereira Gomes, por Estevão Leite de Magalhães Pinto, Secretário de Estado dos negócios do Interior, em 1909. Idem Cf. Relatório do Secretário Carvalho Britto, 1907. Afirmações dos Secretários. Do mesmo modo que não deve ser visto o seu papel somente como um modelador do ensino. De fato, exercia o inspetor, também, nessa nova fase, o papel de modelador, pois como agente de confiança do Estado tinha a responsabilidade de implementar o projeto pedagógico que o governo desejava. O seu papel não será somente de modelador das práticas, mas, também, de orientador de tais práticas, conforme já venho anunciando. Nesse caso, esse seu papel de orientador estará muito mais próximo do que Martín (2001) considerou ser o inspetor, na realidade espanhola, um agente construtor das práticas escolares. Na Espanha, o inspetor ocupou o lugar de “agente construtor” das práticas escolares, uma vez que o seu papel o colocava como elemento potencializador da ação educativa, conforme salientou (2001, p. 28): [...] de todas as atribuições que estão em cada momento histórico, a tradução de claves curriculares e organizacionais dos preceitos legais relacionados com a obra escolar, o serviço como agente ou canal transmissor dos preceitos da administração e su Controle exaustivo, a maneira de afrontar a política disyuntiva - a www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 24 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina profissionalização, a capacidade de colaboração ea orientação pedagógica mostrada sobre a figura do maestro, variáveis do filho que evidenciam a influência decisiva que pode chegar a ter este elemento como potenciador do efeito educativo de Escolas e de eixo central e seu funcionamento, não só organizativo e administrativo, sino também docente ". O que a documentação analisada tem permitido perceber é que o serviço de inspeção passou de uma fase fiscalizadora para outra, voltada mais para as questões pedagógicas. Essa afirmação ganha sentido ao percorremos as práticas dos inspetores no tempo estudado, quando é possível ver as várias modificações que foram ocorrendo. Essa argumentação ganha sentido quando analisamos as práticas dos inspetores diante dos problemas que mereciam deles alguma intervenção. É o que pode ser visto na maneira como os inspetores, Carlos Leopoldo Dayrell e Arthur Queiroga, atuaram nas visitas que fizeram, respectivamente, ao 3º Grupo Escolar da Capital e ao Grupo escolar de Sete Lagoas. Em atenção à determinação da Secretaria do Interior, em 8 de janeiro de 1910, o inspetor técnico Carlos Leopoldo Dayrell, em comissionamento especial, relatou a sua visita, ocorrida no segundo semestre de 1909, ao 3º Grupo15 da capital mineira. O relatório do inspetor é muito mais do que uma descrição da visita, é um documento que expressa à representação de um modelo de escola que estava sendo sedimentado nas práticas dos atores que estavam envolvidos na produção da escola mineira. Um modelo escolar, apresentado nas regras estabelecidas nos regulamentos que o inspetor procurava ver cumprido nas práticas dos grupos e, também, um modelo escolar concebido pela própria visão que ele tinha da escola. Nesse caso, dois são os: Sobre o papel modelador do Inspetor, ver Isobe, 2004. Essa foi à denominação inicial dos grupos escolares da Capital. Posteriormente, eles passaram a receber os nomes de pessoas ilustres, como o referido grupo, que passou a chamar Grupo Escolar Cesário Alvim. Aspectos mobilizadores do trabalho que se encontrava sobre a sua responsabilidade. O primeiro, de cunho político-administrativo, rezava sobre o dever que pesava sobre ele, por ter que corresponder ao comissionamento www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 25 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina especial, uma vez que esse comissionamento para visitas às escolas da capital se dava pela confiança que o Secretário atribuía ao inspetor. Na capital do Estado não se nomeava um inspetor técnico, a não ser quando se exigia a função pela demanda. Essa assunção de responsabilidade, certamente, o levou a uma preocupação com o rigor, tanto da visita ao grupo quanto do relato do que viu e ouviu naquela ocasião, assumindo, com isso, uma postura de intervenção na prática organizacional do grupo, como adiante será abordado. O segundo aspecto, também de cunho político, mas agora com recortes pedagógicos, bem evidentes, referia-se à função, do grupo da capital, de ser um modelo a ser seguido. Para o inspetor, a boa funcionalidade dos grupos da capital deveria acontecer, num primeiro momento, em obediência às regras do jogo, estabelecidas pelo Regulamento, pelo Regimento e pelo Programa de Ensino e, num segundo, nas condições postas para os grupos da capital, para que eles pudessem representar, para os demais grupos e escolas, um modelo a ser copiado e disseminado a todas as escolas do Estado de Minas. Além disso, os grupos da capital deveriam servir de referência para os professores e diretores, favorecidos com o prêmio de viagem, e para os visitantes que pela capital passassem. O inspetor observou: O ensino primário da capital precisa de ser o modelo dos grupos e das escolas disseminadas por todo o Estado, de modo que o professor favorecido com o premio de viagem venha aqui encontrar a confirmação ou o corretivo do seu trabalho de preceptor, e o visitante de fora do Estado possa, pelo que a capital apresenta ajuizar do que tem feito o governo em beneficio da instrução em Minas. O inspetor, antes mesmo de relatar a sua visita, chamou para si os preceitos do Regulamento, os quais evidenciavam os deveres e atribuições dos inspetores técnicos. Deveria esse profissional: § 1º. Visitar com freqüência todas as escolas da circunscrição que lhes for designada, verificando: I. O número de alunos matriculados e freqüentes; II. O estado da escrituração das escolas, examinando os livros de matrícula, ponto diário e outros; www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 26 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina III. O adiantamento dos alunos em relação ao tempo de sua matrícula; IV. A capacidade e a solicitude do professor no desempenho de sua missão; Relatório do inspetor técnico Carlos Leopoldo Dayrell, apresentado ao Presidente do Estado, em 8 de janeiro de 1910. Regulamento n° 1.960, de dezembro de 1906, art. 198, § 1º e respectivos incisos. V. A disciplina, ordem e regularidade dos trabalhos escolares; VI.As condições materiais e higiênicas dos prédios em que funcionam as escolas e o material de ensino de que a mesma dispõe; VII. Os compêndios adotados nas escolas, os livros de que dispõem os respectivos alunos e o estado em que se acharem. A partir da orientação do Regulamento, ele fez uma explanação especificando o que lhe havia sido proposto a fazer. Destacou que seu trabalho, em dias sucessivos, se deu na observação do modo de execução do Programa de Ensino, do estado de adiantamento dos alunos e da disciplina das classes, da competência e solicitude do pessoal docente e na conferência da escrituração escolar. Além disso, registrou, em livro próprio, as ocorrências que se fizeram necessárias ou indispensáveis à prestação de contas da incumbência recebida do secretário. Daí em diante detalhou o termo de visita, ressaltando alguns dos pontos positivos encontrados, as irregularidades presentes e, bem assim, as sugestões que ele propunha e, por fim, algumas medidas de encaminhamento para a Secretaria. Quanto à organização das cadeiras do 3º Grupo e à distribuição das professoras nas classes, a situação encontrada foi à seguinte: Quanto às práticas das professoras, o inspetor informou que, a partir das www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 27 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina aulas assistidas, observou o modo de execução do Programa de Ensino, o estado de adiantamento dos alunos, a disciplina e a competência das professoras. Nesta primeira observação estava a preocupação do inspetor em verificar se a nova proposição do Programa estava sendo implementada. Quanto à execução do Programa, especificamente sobre as lições que foram dadas, tanto aquelas expositivas como as de argüição, comparadas às exigências do Programa de Ensino, considerou que as professoras cumpriam a organização da seriação do curso e distribuição das matérias. Portanto, considerou-as competentes, embora com resultados desiguais, conforme salientou: todavia, das notas por mim tomadas e de indagações que fiz em cada escola, convenci-me de que as docentes estão praticando, embora com aplicação, competência e resultado desiguais, o atual programa de ensino, por que nas aulas a que assisti, eram as lições, tanto expositivas como de argüição, feitas seguindo a seriação e ordem”. Ao se preocupar com o modo como o Programa estava sendo executado, chamou atenção para a organização da seriação. A seriação era a base de uma nova cultura que estava sendo implementada nos grupos escolares, pois esse novo modo rompia com o velho preceito de aplicação do ensino na escola isolada quando apenas um professor era o responsável por ministrar todas as disciplinas e conteúdos numa mesma classe multisseriada. Esse novo modelo de escola, conhecido também como a graduação da escola, já estava sendo desenvolvido em países da Europa e dos Estados Unidos. Essa nova cultura tinha seu embasamento na classificação dos alunos por série – tendo cada professor (a) à responsabilidade de ensinar especificamente a um grupo de alunos considerado homogêneo e estando na mesma etapa de desenvolvimento – e no conjunto de disciplinas e conteúdos organizados para esse grupo de alunos. Era esse o modelo que o inspetor esperava encontrar na sua visita, e tudo indica que encontrou, pois foi dele a afirmação de que as professoras cumpriam a organização da seriação. Outro aspecto da sua observação foi quanto à aplicação das lições e quanto aos resultados desiguais obtidos. O Programa de Ensino trazia, além da distribuição dos conteúdos por disciplina a ser ensinados nas quatro séries do curso primário, uma instrução sobre como deveriam ser ensinadas as disciplinas www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 28 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina e seus respectivos conteúdos. Sobre a orientação de como deveria ser a lição de leitura, uma das disciplinas observadas em várias classes pelo inspetor, diz o Programa: I. Em vez de decorar sons e valores de letras, para depois formar as combinações que produzam o vocabulário, a criança começará por este último, ligando desde logo a idéia expressa pela palavra ao corpo de letras que a formam. II. Familiarizados que estejam, pelas primeiras lições, com certo número de palavras simples, os alunos acharão facilidade e até diversão em decompô-las para a formação de novas. III. É conveniente que as primeiras palavras estudadas representem coisas concretas. IV. Partindo das sílabas fáceis para as mais complicadas, até percorrer-se todo o silabário da língua, ter-se-á preparado o aluno para as lições de leitura do 2o semestre. V. Seria de grande vantagem que os srs professores adotassem, desde logo, este método, de preferência ao de silabação e soletração. Este último deverá abolir em absoluto, por ser hoje universalmente condenado, no ensino moderno. VI. Habitue-se o aluno, desde as primeiras lições, a pronunciar bem a sílaba final das palavras. Nisto consiste, em grande parte, a boa dicção. VII. Não o deixem ler apressadamente, deturpando sons e palavras, mas pausada e meditadamente, de modo a mostrar que entende o assunto da leitura. VIII. Para se conseguir boa leitura, as lições devem ser pouco extensas e não se deve passar ao capítulo ou trecho seguinte, sem que o anterior tenha sido corretamente lido e interpretado pela maioria dos alunos. www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 29 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina Essa orientação veio a ser uma forma de uniformizar o ensino de leitura nas escolas. Daí a expectativa do inspetor em encontrar nas aulas de leitura, além da aplicação da orientação uniforme do Programa, um resultado também uniforme, o que não vai acontecer, pois, conforme relatou, os resultados das aulas eram desiguais. Essa afirmação foi motivada não somente pela comparação entre as diversas aulas, tentando perceber como e por que elas aconteciam diferentemente, mas, também, por terem ocorrido no âmbito de uma aplicação diferenciada do mesmo Programa por parte das professoras e, ainda, por ter encontrado alunos de uma mesma classe em diferentes estágios de aprendizagem. Essa era a situação por ele considerada como práticas desiguais e não como práticas diversificadas. Desiguais, porque não obedeciam à orientação uniforme do Programa de Ensino, conforme se esperava. Sobre essa situação, relatou o inspetor que na classe “do primeiro ano masculino houve necessidade da divisão dos alunos em duas classes para atender à desigualdade de adiantamento” e, ainda, que ali havia alunos com dificuldades na leitura. O mesmo ocorreu no terceiro ano feminino, que havia sido divido em “duas turmas para o estudo de aritmética devido à mesma desigualdade de adiantamento”. Já no segundo ano, encontrou vários alunos que não tinham, ainda, vencido as dificuldades mecânicas da leitura, em razão do “desacordo com a exigência exarada no programa”, além de estarem com “dificuldades na aprendizagem da aritmética”, sendo, por isso, a classe divida em turmas para o ensino da disciplina. Na classe do terceiro ano masculino, percebeu que uma lição de história durante 35 minutos referiu-se à fundação da Bahia e do Rio de Janeiro, Paes Leme, Borba Gato, Ouro Preto, Caeté, Sabará e São João Del Rei quando é certo que, mesmo sob a exigência das restrições programáticas e mesmo se tratando de revisão da matéria, só a função histórica de Fernão Dias Paes Leme bastaria para encher o tempo de uma lição coma interessante narrativa dos primeiros núcleos colonizadores que a procura das esmeraldas fixou em Ibituruna, Paraopeba (São Caetano – de Queluz), Sumidouro e na longínqua www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 30 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina Itacambira, onde demoram ainda visíveis hoje, os socavões de Marcos de Azevedo. No quarto ano, quando fez uma argüição “relativa aos dias de festa nacional e estadual”, algumas alunas deixaram de lhe responder prontamente. Constata-se que as professoras trabalhavam não somente com as orientações do Regulamento, mas, sobretudo, com as demandas oriundas das próprias experiências da sala de aula, o que, para o inspetor, caracterizava-se como prática Ver Tese de Doutorado de Karina Klinke sobre Escolarização da leitura no ensino graduado. Minas Gerais, 1906-1930. É dela a afirmação de que “o modelo graduado de ensino possibilitou a escola assumir a função de uniformizar seu ensino e criar o hábito e o gosto de ler, no que diz respeito à escolarização da leitura e da escrita”. (2003, p. 43) Relatório do inspetor Carlos Leopoldo Dayrell Júnior, em 1909. Desigual. O modo de conduzir as aulas representava para as professoras uma forma encontrada para atender à demanda que a própria experiência estava lhes indicando. Assim, pode-se afirmar que essas práticas desiguais remetem a uma compreensão de uma cultura escolar, ou de um modo de produzir a escola, que foi sendo sedimentado nas maneiras diferenciadas das (os) professoras (es) de praticar a escola cada dia. Ao tomar como base as prescrições do Programa de Ensino, que visavam à uniformização das práticas, o inspetor constatou que o que estava sendo desenvolvido pelas professoras daquele grupo, pelo menos nos últimos dias do ano letivo, não lhe possibilitava perceber o necessário adiantamento e progresso esperado. A partir dessa constatação, estabeleceu a avaliação e a classificação do corpo docente, conforme expressas a seguir. A professora Lydia Angélica de Mello, do segundo ano masculino, foi classificada em primeiro lugar, pois considerou que ela era “capaz de executar autonomicamente o programa do ensino”, ainda que tivesse apresentado dificuldades “referentes ao método de leitura Joviano”, dificuldades que ele julgou superada pelo esforço em praticar “proveitosamente o referido método”. Em segundo lugar foram classificadas as professoras Manoela de Jesus www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 31 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina Ferreira, Minervina Augusta Prado, Ernestina de Moura Costa e Zelia Rabello, ainda que tenha considerado algumas diferenças entre elas, o que, em sua opinião, não constituía nenhum problema, pois eram competentes, podendo, inclusive, desenvolver “proficuamente o ensino” em suas classes, sendo acompanhadas de perto pela “cooperação inteligente e cuidadosa da diretoria”, conforme prevê o art. 6º letra “d”, do regimento interno, que atribui à diretora o dever de “percorrer durante o dia todas as classes, fiscalizando o ensino e a disciplina e dando as providências que se fizerem necessárias”. O inspetor destacou o fato de ser, a professora Zelia Rabello, de pouca idade e de pouco tempo de exercício docente, podendo, ainda, revelar suas competências. Em terceiro lugar classificou a professora Maria Francisca de Jesus, por não ter encontrado nela o “suficiente preparo pedagógico”, pois, na observação que fez da classe de segundo ano masculino, encontrou “completa indisciplina”, denotando, com isso, “impossibilidade de um ensino metodizado e vantajoso, segundo as exigências do Programa”. A ela dedicou maior atenção, prestando “assistência técnica durante três dias, auxiliando-a em algumas lições e mostrando praticamente a manutenção da disciplina, silêncio e atenção entre os alunos”, cumprindo, assim, a sua obrigação de inspetor. Diante das práticas das professoras do referido grupo e cônscio do papel da inspeção, que é o de “conhecer as causas que influem sobre a instrução do povo”, com o objetivo de “favorecer o progresso” da Instrução Pública e do trabalho dos docentes, o inspetor, além de se interessar pelo conhecimento das causas que influenciavam negativamente no desempenho do trabalho escolar, interessou-se, também, em apontar os fatos que estavam contribuindo para a anormalidade do funcionamento pedagógico daquele grupo. Nesse sentido, descreveu algumas razões que poderiam estar influindo no estado de normalidade de funcionamento da prática docente e da organização didático- administrativa daquele grupo. A primeira diz respeito ao prédio de funcionamento do grupo. Em agosto de 1909, isto é, seis meses antes desse relatório, funcionava naquele espaço apenas um grupo escolar, denominado de 2º Grupo da capital. A partir dessa www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 32 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina data, esse grupo desdobrou-se, sendo criado o 3º Grupo. Esse desdobramento somente fora feito com a divisão dos alunos e das professoras, ficando os dois grupos no mesmo prédio, o que, para o inspetor constituía um sério problema. Ele salientou que a primeira destas circunstancias ou razão é o horário matinal (horário do 3º grupo) que prejudica a educação física das crianças e a saúde das professoras pela privação de alimentos até as 11 horas, da manhã, atentando contra o velho costume mineiro do almoço entre às 9 e às 10, costume este que, pela sua continuidade, criou para as famílias uma uniforme distribuição dos trabalhos domésticos e, para os indivíduos, um estado psicológico que a economia animal, não permite alterar impunemente. Se a professora impondo-se a sacrifício de uma refeição ás 6 horas e de um penoso almoço ao meio dia, cede assim ao cumprimento do dever, o mesmo não acontece á criancinha de sete e de oito anos de idade, mormente nos dias chuvosos. E a conseqüência disso, argumenta o inspetor, é o abuso de chegarem alunos depois de esgotadas uma e duas lições do dia e a praxe anti-regimental de fazerem as professoras à chamada depois da primeira ou da segunda lição do horário. E este fato – o de chegarem alunos depois da hora – assume feição especial nos meses de junho e julho, em que, pelo solstício de inverno, o crepúsculo da manhã quase atinge a primeira hora dos trabalhos escolares. Ademais, continua ele, nem se diga que as horas matinais favorecem o trabalho da inteligência infantil ou as funções especulativas do docente; a fisiologia não o comprova, refuta-o; aquele trabalho e estas funções dependem de um cérebro normalmente irrigado e essa irrigação sanguínea incompatível com a insignificante movimentação de quem, após o repouso noturno de sete horas de sono, deixa o leito e vai estudar só se fará normal depois de algum exercício matinal e depois da primeira refeição e da digestão ou ao menos quimificação do alimento no estomago. A esse respeito, defendeu a idéia de funcionamento do grupo somente, nos horários das 11 horas da manhã às 3 horas da tarde, conforme a modificação do Regulamento. Outro inconveniente levantado por ele sobre a união dos dois grupos no mesmo prédio e, ainda, sobre o horário de funcionamento na parte da manhã relacionava-se ao impedimento de freqüência dos alunos ao Curso Técnico. Como observou, havia, por parte desses alunos, a impossibilidade de freqüentarem o curso técnico depois das lições do dia como www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 33 IPB - InstitutoPedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina consta do horário anexo ao programa, porque essa hora suplementar posterior as lições é, para o estabelecimento de que se trata, precisamente o prazo das 11 horas ao meio dia, hora esta em que o prédio e suas dependências devem sofrer asseio e ventilação para receberem o 2° Grupo Escolar. Este inconveniente está produzindo no 3° Grupo, por mim inspecionado, a grave irregularidade de serem os alunos tirados da aula de instrução primaria para o Curso Técnico, privados assim da lição que houver durante sua ausência, ou prorrogados, a fim de ser esperada, a referida lição com o sacrifício do horário e da regularidade dos trabalhos escolares. Outra razão que influenciava no estado de normalidade era a utilização do horário das 7 às 8 horas da manhã, em alguns dias da semana, para ensaiar e preparar os alunos para a festa de encerramento do ano letivo, quando isso deveria acontecer em momentos apropriadamente previstos, sem prejudicar o funcionamento das lições do dia. Para ele, a utilização desse horário era simplesmente arbitrária, pois a atividade de ensaio deveria acontecer em outro momento previsto no Programa, o que não se dava regularmente por não ter o grupo um horário disponível para a realização da atividade. Tal situação o levou, mais uma vez, a reforçar como causa dos problemas o fato de o 3º Grupo ter que dividir o espaço com o 2º, pois, nesse caso, teria que adaptar o funcionamento do 3º Grupo ao limite do horário da manhã e deixar um intervalo de tempo, antes de o 2º Grupo assumir, para realização da higiene do local. Além disso, para ele, a atividade se tornava inconveniente, pois, “além de prejudicar os alunos nas primeiras lições do dia, perturbava com a harmonia ou com barulho as classes dos salões vizinhos”. Ademais, percebeu que nos dias em que não se fazia tal atividade não se faziam também as aulas de cânticos nos intervalos entre as lições, conforme previsto no Programa. As aulas de cânticos deveriam acontecer nos intervalos das 7h50 às 8 horas e das 10h05 às 10h15, em atendimento ao requisito da educação diária da voz e do repouso dos alunos “dos trabalhos escolares em aula”. Asseverou que “prolongar as lições por esses intervalos destinados ao canto é produzir o tédio e a falta de disciplina entre os alunos”. De acordo com o Regulamento 1960, de 1906, o horário de funcionamento era das 10 às 14 horas. Esse horário foi modificado com o www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 34 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina Decreto 2.735, de 11 de janeiro de 1910, passando as aulas a funcionar das 11 às 15 horas. Outra atuação exemplar foi a do inspetor regional Arthur Queiroga, da 2ª Circunscrição, que foi convocado para tratar do caso da desincompatibilização entre o diretor e a professora do Grupo Escolar de Sete lagoas. Uma cobrança feita à professora, pelo diretor, sobre o uso correto do método de leitura da disciplina de História, orientado pelo programa de ensino, foi o bastante para gerar, por um lado, o conflito de posições pedagógicas distintas entre eles e, por outro, envolver outros segmentos e atores na busca de uma solução para dirimir o impasse gerado pela desavença. O problema entre o diretor e a professora, no Grupo de Sete Lagoas, somente se tornou conhecido quando a professora Maria Calixta Marques, ao dirigir uma carta ao secretário de Estado dos Negócios do Interior, Delfim Moreira, solicitou o seu afastamento do magistério daquela escola. Essa ocorrência revela algumas questões que muito chamam a atenção para os conflitos e as tensões vivenciados no cotidiano da vida escolar e que, por isso, contribuem para a compreensão da produção da escola que ocorre dentro de si mesma, mas que também geram reflexos que extrapolam as suas fronteiras. Eis o teor da sua petição: Maria Calixta Marques, professora no Grupo Escolar desta cidade, achando-se em vista de razões justas, incompatibilizada com o diretor do estabelecimento, e não podendo, portanto, exercer o seu magistério com a direção do referido Senhor, pede-vos digneis conceder-lhe meses de licença sem vencimentos, até ulterior deliberação, que não prejudique o seu e o interesse público. O que aparentava ser, à primeira vista, uma simples reivindicação de um direito não o será, considerando o motivo da justificativa que irá endossá-la. A incompatibilização da professora com o diretor, que a princípio indicava uma motivação justa, ainda que na carta não estivessem explicitadas as motivações para tal, remete à constatação de que as relações entre os mencionados profissionais da escola estavam bastante estremecidas. Uma incompatibilização que acabou resultando num pedido de afastamento de trabalho não poderia ter sido, na opinião dos funcionários da Secretaria, algo de menor importância. Havia alguma questão que merecia atenção especial. Ademais, o próprio www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 35 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina argumento utilizado pela professora para justificar a sua solicitação, afirmando não poder exercer o seu magistério ao lado do diretor, chamou a atenção da Secretaria para o problema. Nesse sentido, a Secretaria acionou o inspetor regional Arthur Queiroga, da 2ª Circunscrição na qual a escola se encontrava inserida. Da mesma maneira ele também foi acionado pelo diretor e pela própria professora, que o acionou em algum momento, pois no Termo de Visita feito pelo inspetor constavam indícios de que ela o havia procurado, conforme informou: Visitei hoje o Grupo Escolar nesta cidade, para o fim exclusivo de examinar o grau de sua disciplina, em geral, e ouvir a Carta escrita ao secretário do Interior em 15 de março de 1913. O Regulamento Geral, Decreto nº 3.191, de 1913, previa uma licença ao (à) professor (a), de seis meses, concedida pelo secretário do Interior, com uma motivação justa e atendível. Diretoria sobre o atrito ocorrido entre ela e a professora do 4º ano – D. Maria Calixta, que trouxe queixas a esta inspetoria e retirou-se da regência da classe. Tomando conhecimento do fato, relatou o inspetor que, de fato, a desavença entre a professora e o diretor estava ocorrendo. A princípio, ressaltou que o problema entre eles estava contornado, uma vez que houve o afastamento da professora por sua própria conta e, ainda, o fato de ter o diretor assumido a classe do 4º ano, que ficara vaga. Para ele, o problema era “sem grandes fundamentos”, somente com o agravante de ter o fato acontecido em sala de aula, o que resultou no envolvimento dos alunos. Para o inspetor, aquela situação era “lastimável”, pois, além de ter acontecido em classe, contou com o “testemunho e comentários dos alunos, ciência dos docentes e discentes e do público em geral”. Segundo constatou, o problema estava relacionado às questões pedagógicas do grupo, com fortes desdobramentos no relacionamento pessoal entre o diretor e a professora, e, ainda, envolvendo toda a comunidade escolar, além de outras pessoas. Ao perceber tal situação, o inspetor, na tentativa de contornar o problema, estabeleceu: www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 3411-3143 36 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro Inspetor Escolar: Orientador do ensino e no Combate a Indisciplina 1º A diretoria intervirá na vida econômica da classe, somente para fazer a assistência técnica e manter a disciplina (Regulamento, Art.73, ns 4 e 5). A) a assistência técnica compreenderá a evolução pedagógica da classe, em relação
Compartilhar