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Conservação e biodiversidade Aspectos gerais da ordem anura e a importância de conservarmos espécies endêmicas CA RT IL H A DE D IV UL G AÇ ÃO C IE N TÍ FI CA CA RT IL H A DE D IV UL G AÇ ÃO C IE N TÍ FI CA Popularmente conhecidos como sapos, rãs e pererecas, a Ordem Anura é composta por animais muitas vezes mal interpretados. Parentes distantes das salamandras, estes animais compõe aproximadamente 88% da Classe Amphibia. Taxonomia Você sabia que de uma perspectiva taxonômica membros da ordem Anura são rãs? Apenas os membros da família Bufonidae são considerados "sapos verdadeiros". O uso do termo "rã" em nomes comuns refere-se normalmente a espécies que são aquáticas ou semi- aquáticas com peles macias e/ou úmidas, e o termo "sapo" refere-se normalmente a espécies tendencialmente terrestres com pele seca e rugosa. Abaixo, veja um cladograma representando as relações filogenéticas da Classe Amphibia, em que Gymnophiona é a ordem mais basal, enquanto as Ordens Caudata e Anura possuem maior proximidade evolutiva. https://pt.wikipedia.org/wiki/Bufonidae Com mais de 7.200 espécies descritas dividias em 55 famílias, a Ordem Anura possui vasta diversidade. Veja abaixo um cladograma ilustrando as relações de parentesco entre as famílias de anuros que ocorrem no Brasil: A partir de análises moleculares recentes, descobriu-se que muito provavelmente, as três Ordens da Classe Amphibia (Anura, Caudata e Gymnophiona) divergiram dos peixes com nadadeiras lobadas, no período Paleozóico ou no início do Mesozóico, há aproximamente 300 milhões de anos. Aspectos evolutivos Peixe com nadadeira lobada Anfíbio primitivo As diferentes adaptações ao longo do processo evolutivo são notáveis. Como por exemplo a modificação nas estruturas respiratórias, o sistema nervoso e a presença de um sistema semelhante ao da linha lateral de peixes em girinos. Dessa forma, devido à transição entre ambiente aquático e conquista do ambiente terrestre, os anuros passaram a apresentar modificações, necessário para o novo modo de vida. O mais antigo registo fóssil completo de uma rã moderna é de Liaobatrachus, que viveu há 125 milhões de anos e possuía todas as características diagnósticas, mas tinha 9 vértebras pré-sacrais em vez das 8, como nos Anuro viventes https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Liaobatrachus&action=edit&redlink=1 Uma das características mais emblemáticas dos Anuros é a capacidade de saltar. Adaptados para o salto, devido ao corpo curto, ausência de cauda, patas traseiras longas e esqueleto modificado, estes animais são capazes de atingir, em um único salto, uma altura de 1,5m. Veja abaixo um esquema destacando os membros que possibilitam essa característica: Características Gerais Membros modificados para o salto, destacados em vermelho Algumas espécies vivem enterradas, vindo à superfície para se alimentar e se reproduzir. Os anuros são majoritariamente carnívoros, se alimentando dos mais diversos animais, em sua maioria artrópodes. Entretanto, também podem se alimentar de pequenos mamíferos, répteis e peixes. Outra característica muito marcante, é a língua elástica e pegajosa. Esta, normalmente é inserida anteriormente, na parte da frente da boca, sem suporte esquelético intrínseco. Alimentação A vocalização, também chamada de coaxo, é exclusiva para cada espécie. Na grande maioria das vezes é feita pelo macho. Este, vocaliza na tentativa de defender territórios e atrair fêmeas. As rãs marsupiais de Gunther (Gastrotheca guentheri) são as únicas com dentes verdadeiros em ambas as mandíbulas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Gastrotheca_guentheri Existem dois tipos de reprodução: explosiva e prolongada. Na explosiva, as espécies tem período reprodutivo curto, enquanto na prolongada, as espécies tem período reprodutivo longo. Durante a estação reprodutiva, os machos ficam perto d'água e começam a vocalizar, apenas com a vocalização, a fêmea consegue analisar o tamanho, saúde e capacidade do macho defender o território. Reprodução No local de reprodução, o macho monta na fêmea e a agarra com força em volta do corpo. Normalmente, o amplexo (como na figura) ocorre na água, a fêmea libera seus óvulos e o macho os cobre com esperma; a fertilização é externa Proceratophrys moratoi e conservação A espécie ocorre na forma de subpopulações fragmentadas (isoladas geneticamente) em decorrência da fragmentação do ambiente, causada por drenagem de brejos, formação de pastagens e de pequenos barramentos. Proceratophrys moratoi é endêmica do Brasil, ocorre no estado de São Paulo, nos municípios de Botucatu (localidade tipo), São Carlos e Itirapina. A subpopulação de Itirapina, aparentemente, é a única com alta abundância. A extensão de ocorrência calculada é de 752,96km² Nessas localidades a espécie ocorre em manchas de solo arenoso no bioma Cerrado, ambiente raro e com qualidade em declínio contínuo. Atualmente, a espécie é categorizada como em perigo de extinção, segundo dados do ICMBIO. Consulte também Guia de identificação das espécies de anfíbios (Anura e Gymnophiona) do estado de Goiás e do Distrito Federal, Brasil Central Avaliação do Risco de Extinção de Proceratophrys moratoi Anuros de Botucatu http://books.scielo.org/id/9qfsp/pdf/vaz-9786587590011.pdf https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/7518-anfibios-proceratophrys-moratoi https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/7518-anfibios-proceratophrys-moratoi https://anurosbtu.wixsite.com/anurosbtu
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