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Doenças crônicas/Agravos não transmissíveis- DCNT/DANT DICIPLINA: ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DANT: O desafio contemporâneo na saúde pública: · Compreende · as doenças crônicas não transmissíveis: (DCNT): cardiovasculares, neoplasias, respiratórias, crônicas e diabetes... · as causa externas: acidentes e violências. · Representam a maioria das causas de morbimortalidade no mundo e no Brasil. (mortes prematuras, incapacidade, da qualidade de vida, importantes impactos econômicos) · São de etiologia multifatorial · Compartilham fatores comportamentais de risco modificáveis (tabagismo, abuso de álcool, obesidade, dislipidemias, dieta inadequada, inatividade física) OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DANT: · Conhecer a distribuição, magnitude e a tendência dessas doenças e fatores de risco na população; · Identificar seus condicionantes físicos, sociais, econômicos e ambientais. · Subsidiar o planejamento, execução, monitoramento e avaliação das ações de cuidado em saúde. O aumento da carga de DCNT afeta mais as pessoas de baixa renda, o que reflete os efeitos negativos: · Da globalização · Desigualdade no acesso aos serviços de saúde; · Da urbanização rápida · Da vida sedentária · Da alimentação com alto teor calórico · Do marketing que estimula o uso do tabaco e do álcool. Indicadores incluídos nos objetivos do “desenvolvimento sustentável e na agenda 2030”. Metas que reforçam a ação intersetorial:NT · da mortalidade de DCNT e das mortes no trânsito. · do tabaco e do consumo abusivo de álcool. · Eliminação da violência contra mulheres/meninas. · Acesso a sistemas de transportes seguros, sustentáveis, expansão do transporte público. Marcos do Brasil: · Criação da coordenação geral de DANT em 2003 no ministério da saúde, organização da vigilância de DANT, para monitoramento. · Criação de sistema de inquéritos nacionais: pesquisas domiciliares a cada 5 anos como a pesquisa nacional de saúde em 2013, inquéritos telefônicos, Vigitel (com início em 2006), já com onze anos a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), a cada 3 anos a Vigilância de Violência e Acidentes (VIVA) que possui inquéritos trianuais e a notificação compulsória das violências domésticas. Articulações com os sistemas de Informação de Mortalidade (SIM) e hospitalar (SIH). Vigilância de DANT marco na saúde pública políticas públicas de prevenção e controle. Exemplos de outras ações: · Política nacional de promoção à saúde · Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das DCNT no brasil, para o período de 2011-2022 · Ações e políticas regulatórias custo-efetivas: aumento de impostos e do preço do tabaco, criação de ambientes livres de tabaco, advertências sanitárias (destaque para o decreto presidencial de Ambientes livres de Tabaco em 2014). Lei seca (2008, com aperfeiçoamento em 2012), proibindo beber e dirigir. · Projeto Vida no Trânsito. · Guia de Alimentação saudável (2014). RESUMO-OBJETIVOS- VIGILÂNCIA DAS DANTs ORGANIZAR A VIGILÂNCIA DESSES EVENTOS ATUAR NA REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES E INEQUIDADES INSTITUIR AGENDA REGULATÓRIA QUE REDUZA VULNERABILIDADES ATUAR DE FORMA PARTICIPATIVA, ARTICULADA E INTERSETORIAL MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS (MACC) PARA O SUS · A maior parte da atenção às condições crônicas se realiza no âmbito de atenção primária à saúde. · A comissão nacional sobre determinantes sociais da Saúde escolheu o modelo de Dahlgren e Whitehead para ser aplicado no Brasil (fácil compreensão e visualização para o público ): O modelo de Dahlgren e whitehead inclui os determinantes sociais da saúde dispostos em diferentes camadas concêntricas: 1. Camada de determinantes individuais (idade, sexo e fatores hereditários) não modificáveis por políticas públicas. 2. Determinantes proximais: estilo de vida dos indivíduos (tabagismo, atividade física, sobrepeso ou obesidade, alimentação inadequada...)resultam de escolhas pessoais sofrem forte influência de determinantes culturais, econômicos, acesso a informações. 3. Camada de redes sociais e comunitárias Nível de interações e de coesão entre os indivíduos e grupos: apoio social essencial para a promoção, proteção e reabilitação. 4. Camada de determinantes intermediários sobre as condições de vida e de trabalho (educação, saneamento, emprego, habilitação, serviços sociais e outros) 5. Camada de macrodeterminantes distais derivados de condições socioeconômicas,culturais e ambientais gerais. Para a utilização no SUS foi proposto um modelo de atenção às condições: MACC O MACC estrutura-se em 5 níveis e em três componentes integrados: · A população · Os focos das intervenções sobre os determinantes sociais da saúde. · Os tipos de intervenção de saúde. No nível 1 a atuação não é clínica: opera-se com foco nos determinantes intermediários de saúde, por meio de intervenções de promoção da saúde, entendidas como projetos intersetoriais que integram saúde com educação, saneamento, habitação, emprego e renda e outros determinantes ligados às condições de vida. Nível 2: Fatores de risco ligados aos comportamentos e aos estilos de vida, com foco nos determinantes proximais de saúde. (Intervenções de prevenção das condições de saúde que podem se estruturar nos âmbitos micro, meso e macro.) Nível 3,4,5 Fator de risco biopsicológicos (dislipidemia, hipertensão arterial, alterações de glicemia e outros) ou de uma condição de saúde já estabelecida (gravidez, diabetes, asma e outras) com o foco em determinantes sociais individuais. MORTALIDADE E MORBIDADE PELAS PRINCIPAIS DOENÇAS CRÔNICAS E DEGENERATIVAS: · A análise do perfil epidemiológico é de extrema importância para o planejamento e desenvolvimento de ações eficazes, sendo fundamental para a tomada de decisão que possibilitará a melhoria da qualidade da atenção à saúde e das condições de vida. FATORES DE RISCO PARA DCNT: · A atenção às DCNT ainda enfrenta grandes desafios os quais exigem maior articulação intersetorial na proposição de intervenções capazes de agir sobre fatores de risco para as DCNT. · TABAGISMO · A OBESIDADE · E O CONTROLE DO CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL. TABAGISMO: · Um dos fatores de risco mais importantes para as doenças cardiovasculares, câncer e doenças respiratórias. · No Brasil a prevalência de fumantes vem reduzindo desde os anos 1980. · PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO TABAGISMO: conduzido pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), do Ministério da Saúde – INCA/MS. – articulação com os estados para implementar estratégias a fim de reduzir a prevalência de fumantes. · Proibição da propaganda de produtos derivados do tabaco em veículos de comunicação. (Desde 2000) · Restrição do uso em locais coletivos fechados, públicos ou privados (mais recente) · Imagens de advertência em embalagens de cigarros (alertar sobre os riscos de exposição ao fumo) · Aumento da taxação de impostos. · Entre outras estratégias.... Essas ações têm impacto na redução da iniciação e no aumento da cessação de tabagismo. Podem explicar em partes a diminuição na mortalidade por causas relacionadas com DCV e doenças respiratórias no Brasil. OBESIDADE: · Considerada um marcador das recentes mudanças do estilo de vida. · Doença de custo elevado para a sociedade. · Está entre os fatores de risco mais importantes de risco cardiovascular e diabetes. · Está em fase epidêmica, com evolução crescente das prevalências de sobrepeso e obesidade. Prevalência aumenta com a idade. · Consenso: nutrição adequada e manutenção do estado antropométrico ideal desde o início da vida têm impacto positivo na prevenção das DCNT. · Recentemente têm sido implementadas estratégias voltadas para a adoção de alimentação saudável e realização de atividade física regular. · As primeiras ações de estímulo datam de 1999 com o lançamento do POLÍTICA DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO (PNAN): define um conjunto de ações no âmbito da saúde e de outros setores para assegurar ambientes coletivos propícios a padrões saudáveis de alimentação e nutrição, reconhecendo a complexidade das DCNT relacionadas a nutrição.Outras ações: · PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO. · PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA. · Aprovação de diretrizes nacionais para alimentação saudável. · Repasse de recursos federais para financiamento de ações específicas de promoção de alimentação saudável e de atividade física nos municípios. · Resolução da ANVISA que regulamenta a publicidade de alimentos processados cujas informações nutricionais devem ser apresentadas de maneira clara e explícita. CONTROLE DO CONSUMO EXCESSIVO DE ÀLCOOL: · Fator de risco para várias doenças e agravos como DCV, neoplasias e acidentes de trabalho e de trânsito. · Entretanto apenas em 2007 foi publicada a POLÍTICA NACIONAL DO ÁLCOOL. Ações previstas: · Capacitação de garçons para proibição da venda de álcool a menores de idade e pessoas com sintomas de embriaguez; · Incentivo à proibição da venda em postos de combustíveis; · Regulamentação e fiscalização da publicidade de bebidas alcoólicas. · Entretanto a implementação de ações, principalmente daquelas sobre a propaganda e comercialização dos produtos, teve poucos avanços. Devido à força comercial e econômica, hábito antigo e aceito socialmente – o que exige mudanças no comportamento e no estilo de vida individual. POLÍTICAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS CRÔNICAS: O MS já vem nas últimas décadas incentivando um conjunto de ações de vigilância e controle dos fatores de risco para DCNT – busca integração das ações e organização do sistema de serviços de saúde. · Aprovação da Política Nacional de Promoção à Saúde (PNPS)* em 2006, revisão em 2014: reitera o compromisso com a equidade, melhores condições no modo de viver e a afirmação do direito à vida e à saúde AGENDA DE PRIORIDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DA VIGILÂNCIA, PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS – 2005 MS: · Vigilância das DCNT: conjunto de ações para conhecer a distribuição, magnitude e a tendência dessas doenças visa monitorar, subsidiar o planejamento, execução e avaliação das ações em curso. · A vigilância dos fatores de risco é feita por meio de inquéritos de saúde coletam dados sobre características socioeconômicas, demográficas, fatores de risco , comportamento, além de dados sobre o atendimento à saúde. Principais inquéritos para DCNT: · POF- pesquisa de orçamento familiar · PNAD- pesquisa nacional por amostra de domicílios; · Vigitel – vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquéritos telefônicos. · Pense – pesquisa nacional da saúde do escolar; · PNS- pesquisa nacional de saúde. DIRETRIZES PARA A VIGILÂNCIA DE DCNT, PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E CUIDADOO – 2008 MS : estratégias de intervenção para a redução da carga das DCNT. Objetivos de desenvolvimento do Milênio da ONU: · PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O ENFRENTAMENTO DAS DCNT NO BRASIL, PARA O PERÍODO DE 2011-2022: documento elaborado pelo MS que reafirma a importância de fortalecer e consolidar ações setoriais e intersetoriais voltadas para a prevenção e controle das doenças crônicas. Estabeleceu metas para a redução de fatores de risco e das DCNT e definiu um conjunto de ações no campo da promoção da Saúde, prevenção, vigilância e assistência. · Estratégias propostas: Monitoramento de doenças e de fatores de risco Ações de promoção da saúde Definição de um modelo de atenção voltado para portadores de DCNT · Propõe ações que deverão ser alcançadas a partir de 3 eixos estratégicos: I. Vigilância, Informação, Avaliação e monitoramento; II. Promoção da saúde; III. Cuidado integral. VIGILÂNCIA, INFORMAÇÃO, AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO: Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS, 2006): · Estratégias para buscar a melhoria da qualidade de vida da população. · Visa reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde relativos aos seus determinantes e condicionantes: modos de vida, as condições de trabalho, habitação, ambiente, educação e lazer. · Para as DANTs PNPS aponta as ações prioritárias para o enfrentamento desses agravos calcados nos seus principais fatores de risco modificáveis, a seguir: 1. Alimentação saudável: Políticas Nacionais de Alimentação e Nutrição (PNAN) e de Promoção da Saúde (PNPS). 2. Prática Corporal / Atividade Física: melhoria da circulação sanguínea aumento da disposição para as atividades diárias, ressaltam-se também os aspectos de socialização e a redução de estados de ansiedade ou de estresse, capacidade de favorecer a melhora do bem-estar dos indivíduos praticantes. 3. Prevenção e Controle do Tabagismo: ações educativas de comunicação, de atenção à saúde, junto com ações legislativas e econômicas, se potencializam o programa nacional de controle do tabagismo ( já implantado desde 1989 pelo MS e INCA) para prevenir a iniciação do tabagismo, promover a cessação do tabagismo e proteger a população do risco do tabagismo passivo. ESTRTÉGIAS PREVENTIVAS PARA AS DCNT: 1. AÇÕES POPULACIONAIS: A determinação das doenças crônicas é mais social do que biológica assim intervenções indivuais isoladas são pouco efetivas – a sociedade precisa propiciar um ambiente que estimule e viabilize estilos saudáveis de vida. Exemplo de política de ação específicas para redução das DANTs: política de combate ao fumo, que estabeleceu medidas legislativas em relação à publicidade, venda e consumo do tabaco. IMPORTÂNCIA DA INTERSETORIALIDADE: Ação intersetorial: articulação entre distintos setores da sociedade, corresponsabilizar-se como um direito humano e de cidadania. Mobilização para intervenções e promoções de saúde nos diversos campo: educação, emprego e trabalho, segurança social e financeira, habitação, transporte, justiça e desenvolvimento rural e urbano. Outras ações para controle de FATORES DE RISCO PARA DCNT • AÇÕES PARA COIBIR O USO EXCESSIVO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS EX: LEI SECA • PROMOÇÃO DE HÁBITOS ATIVOS DE VIDA E REDUÇÃO DO SEDENTARISMO EX: Programa Academia da Saúde • PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL EX: Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional • ENFRENTAMENTO DA EPIDEMIA DA OBESIDADE Ex: Plano Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade CONCLUSÕES: · O desafio de prevenir e organizar a atenção para os pacientes portadores de doenças crônicas no Brasil impõe aos gestores da saúde a responsabilidade de articulação com os demais setores de governo e da sociedade com o objetivo de dar viabilidade às ações propostas. · Apesar de avanços importantes nas políticas contra o tabagismo, pouca atenção é dada às doenças respiratórias, o que pode ser evidenciado nos estudos sobre hospitalizações e mortes evitáveis por doenças respiratórias crônicas.
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