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Resumo Apresentando a Orientação à Queixa escolar

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Apresentando a Orientação à Queixa escolar 1
📖
Apresentando a Orientação à 
Queixa escolar
Introdução
Os desenvolvimentos teórico-práticos da psicologia escolar a partir da década de 1980 
apontam a importância de contribuir para a melhoria da rede escolar. 
→ ampliação e aperfeiçoamento de intervenções junto às escolas, problematizando e 
revertendo funcionamentos institucionais produtores de fracasso escolar e encaminhamentos 
de alunos.
→ é necessária uma abordagem que aprofunde a compreensão das relações em que o 
indivíduo e instituição se constituem mutuamente.
O pensamento dialético desvela-nos uma relação entre indivíduos e instituições que aponta a 
necessidade do psicólogo desenvolver frentes de trabalho diferenciadas nos planos macro e 
microestrutural.
→ intervenções institucionais e individuais devem ser fundadas em uma concepção de 
Homem e Sociedade interdependentes, onde os planos macro e micro complementam-se e 
potencializam um ao outro.
A autora percebe uma lacuna no conhecimento do Serviço e da psicologia escolar ao 
assessorar psicólogos: o atendimento às queixas escolares no âmbito da clínica, com o foco 
no indivíduo em sua relação com a instituição escolar. Era preciso:
Introdução
Abordagem da Orientação à Queixa escolar
Estrutura da abordagem
Procedimentos: 1. Triagem de orientação
2. Encontros com as crianças ou adolescentes
3. Interlocução com a escola
4. Entrevistas de Fechamento
Acompanhamento
Apresentando a Orientação à Queixa escolar 2
→ desenvolver uma abordagem que superasse as dificuldades das práticas tradicionais, que 
desconsideram o pertencimento do indivíduo enquanto social para além do grupo familiar
→ incluir a escola na investigação e intervenção
→ ter um olhar para as pertenças sociais (camada socioeconômica, grupo étnico e religioso) 
dos envolvidos e os desdobramentos disto na vida e carreira escolares da criança ou 
adolescente atendido.
Abordagem da Orientação à Queixa escolar
A Orientação à queixa escolar trata-se de uma abordagem que parte de uma determinada 
concepção da natureza e da gênese da queixa escolar, entendida como aquela que tem, em seu 
centro, o processo de escolarização. Um emergente de uma rede de relações que tem como 
personagens principais a criança/adolescente, sua escola e sua família. O cenário principal em 
que surge e é sustentada é o universo escolar.
→ sujeito de investigação/intervenção: esta rede e as relações entre seus integrantes
→ considera que um momento é construído ao longo de uma história que lhe dá sentido; 
conhecer e problematizar tal história inclui-se necessariamente no atendimento.
O objetivo é conquistar uma movimentação dinâmica nessa rede, que se direcione no sentido 
do desenvolvimento dos participantes e da superação da queixa escolar.
Estrutura da abordagem
Os autores estruturaram a abordagem a partir de princípios técnicos como:
→ colher e problematizar as versões de cada participante da rede (criança, família e escola)
→ promover a circulação de informações e reflexões pertinentes e integração ou conforto das 
mesmas dentro dessa rede, propiciando releituras e buscando soluções conjuntamente
→ identificar, mobilizar e fortalecer as potências contidas nesta rede, de modo que ela passe 
a movimentar-se no sentido da superação da situação produtora da queixa.
Trata-se de uma abordagem:
Breve: porque o objetivo não é passar a integrar esta rede até a superação da configuração na 
qual a queixa emergiu, mas fazê-lo apenas até a conquista de sua movimentação no sentido 
de tal superação e a identificação de condições desse movimento sustentar-se sem nossa 
Apresentando a Orientação à Queixa escolar 3
participação. O processo todo (exceto o acompanhamento) costuma durar por volta de três 
meses.
Focal: se centra na queixa escolar. Considera-se um campo bastante amplo de 
investigação/intervenção, porém com o olhar voltado principalmente para as relações dos 
conteúdos emergentes em tal queixa.
Deve-se assumir uma postura ativa em atendimentos psicológicos às queixas escolares, que 
irá mobilizar os recursos dos atendidos se assumida buscando uma relação horizontal.
→ que não os empobrece em função de um suposto saber, mas que os acompanha e 
compartilha com eles saberes constituindo-os como indivíduos capazes de serem sujeitos de 
sua própria história.
Tal postura também se relaciona com a questão do tempo, que no caso das queixas escolares 
têm as especificidades do tempo escolar e o tempo do ano letivo.
Procedimentos: 1. Triagem de orientação
O trabalho começa pelos pais. Neste primeiro encontro, solicita-se que seja trazido o material 
escolar da criança. Este momento tem por objetivos:
→ apresentar a modalidade de atendimento de modo que os demandantes possam escolher 
estar ou não incluídos no processo
→ colher a versão dos pais acerca da queixa
→ investigar e pensar a demanda que se apresenta, procurando soluções
→ verificar se a queixa é ou não de natureza principalmente escolar, estabelecendo 
prioridades em caso de necessidade de atendimento, verificando se o atendimento oferecido é 
ou não o mais adequado ou prioritário para o caso
Não há roteiro pré-fixado de perguntas. As perguntas devem surgir como decorrência dos 
caminhos que a narrativa sugere, levando em conta as concepções a cerca das queixas 
escolares.
→ os pais são convidados a expressar suas hipóteses, pensar junto com o psicólogo o que 
está senso trazido e possíveis saídas.
Não raro, a Triagem de Orientação encerra o atendimento. Isto ocorre por exemplo quando se 
conclui que a criança e/ou pais e/ou escola estão encontrando soluções e há sinalizações de 
Apresentando a Orientação à Queixa escolar 4
uma trajetória de melhora. 
2. Encontros com as crianças ou adolescentes
Nestes momentos, tem-se como objetivo:
→ colher a versão da criança sobre a queixa
→ propiciar a conquista e/ou valorização de sua condição de sujeito de sua própria história
→ pensar com a criança sobre aquilo que ela não tem poder de determinar ou mudar
→ perceber e acolher suas necessidades, instaurando, reinstaurando ou cultivando a 
esperança
→ oferecer acolhimento para seus sofrimentos e dificuldades, de modo que possam encontrar 
inscrição no universo simbólico e tornarem-se pensáveis
→ favorecer a manifestação e utilização de suas capacidades e potencialidades, afetivas e 
cognitivas
Não utiliza-se testes, mas procura-se investigar o que se entende como pertinente por meio da 
observação e interação com a criança dentro de uma relação de acolhimento, confiança e 
aposta em sua capacidade.
Os materiais utilizados são semelhantes aos encontrados nas ludoterapias em geral: materiais 
expressivos, jogos, brinquedos, livros, etc. 
→ preocupação de contar com materiais tipicamente escolares e planejar o que estará 
presente em cada encontro, segundo a singularidade que se desvela e o que o processo sugere 
de rumos investigativos e de reflexão e elaboração.
Em geral, temos por volta de dez encontros com a criança ou adolescente uma vez por 
semana (individual ou grupal)
3. Interlocução com a escola
Costuma-se dar em dois momentos: no meio do processo (relatório solicitado) e ao final 
(quando estamos em posse de tal relatório, trabalhos com pais e criança e o delineamento de 
perguntas e orientações que o quadro até então composto sugeriu, vamos à escola).
Apresentando a Orientação à Queixa escolar 5
Ao marcar este encontro, procuramos garantir a presença do professor - quem lida com a 
criança diretamente no dia a dia escolar; e a presença de alguém de instâncias decisórias na 
escola, para que se facilite a viabilização de estratégias escolares de enfrentamento das 
dificuldades e para ampliar a possibilidade de continuidade no trabalho escolar com a criança 
no caso de afastamento do professor.
É possível encontrar receptividade dos docentes se o psicólogo buscar:
→ uma relação horizontal com os educadores
→ atentar para a presença de preconceitos acerca dos professores operando em nós
→ ouvirsua versão da queixa, fazer perguntas que ajudem a esclarecê-la e pensá-la
→ perceber e valorizar seus recursos e esforços
→ levar informações e sugestões que possam contribuir para a criação de sentidos e 
caminhos em seu trabalho.
O contato com os educadores no espaço da escola é importante pois revela aspectos do 
ambiente que uma conversa por telefone ou no local de atendimento não revelaria.
→ podemos perceber indícios sobre o ambiente escolar e o entorno da escola.
Geralmente esse encontro é único. Investigação, discussão de caso e busca de soluções 
acontecem de maneira integrada. Porém, em alguns casos, avaliamos ser necessário que um 
novo encontro aconteça e retornarmos à escola.
4. Entrevistas de Fechamento
Podem ser realizadas com a criança/adolescente e os pais em separado, ou com a 
criança/adolescente em separado e depois junto com os pais.
Objetivo: construir uma releitura do caso à luz de novas informações, visões e perspectivas 
que o processo de trabalho pode trazer. Avalia-se o processo de Orientação à Queixa Escolar 
e seus efeitos, procurando pensar a relação dos diversos envolvidos em busca de uma 
mobilização conjunta na direção de se superar a situação inicial.
Combina-se um novo contato (acompanhamento) após cerca de um mês e meio de frequência 
à escola. Neste tempo ocorrem costumeiras (re)adaptações ao ambiente escolar que 
Apresentando a Orientação à Queixa escolar 6
costumam acontecer após as férias.
Acompanhamento
Consiste em um novo contato com os pais, a criança/adolescente e a escola. Procura-se fazê-
lo por telefone, e a ideia é que se colha as versões destes três principais personagens.
Observa-se que um contato após alguns meses de fim dos encontros regulares costuma 
possibilitar a atendidos e a terapeuta, a experiência de que as relações estabelecidas no 
atendimento foram reais e não descartáveis.

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