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Estudos Humanos - FAVENI

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1 
 
 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO - FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA 
ESTUDOS HUMANOS 
 
 
 
 
 
 
 
ESPÍRITO SANTO 
 
 
2 
 
DEFINIÇÃO E LUGAR DA GEOGRAFIA HUMANA 
 
Fonte: https://www.tes.com/lessons/s41j-lkRO88Vtg/la-geografia-humana-grado-9 
Geografia, no sentido etimológico, significa descrição da Terra. E, com um consenso 
geral, da Terra, com tudo o que contém e do que é inseparável, de tudo o que vive na 
superfície e a anima, da humanidade que a transforma e enriquece com traços novos. 
Pensando nesta última, os gregos falavam do ecúmeno. Enquanto a Geografia Física 
estuda os elementos inertes e a Geografia Biológica se ocupa dos seres vivos, a Geografia 
Humana é a parte da Geografia Geral que trata dos homens e suas obras desde o ponto de 
vista de sua distribuição na superfície terrestre. É a descrição do ecúmeno. 
Formas do relevo, estado da atmosfera e cursos dos rios, obras dos homens, se 
inscrevem em cada ponto da paisagem, enquanto expressão fisionômica de sua 
combinação. Esta imagem é cambiante. A imperceptível descida de cada grão de solo ao 
longo da encosta por efeito da gravidade ou as enxurradas modelam o perfil da paisagem. 
 
 
3 
 
Sem dúvida, a paisagem guarda sua individualidade dado uma aparente permanência à 
escala de nossa observação. E deve-a as relações sobre as quais descansa. 
Há mesmo uma relação entre a atividade agrícola e a natureza do solo e do clima. 
Por tudo isto, a paisagem se presta a uma descrição científica. Diremos, pois, também, que 
a Geografia Humana é uma descrição cientifica das paisagens humanas e de sua 
distribuição no globo. São duas definições que se correspondem e se completam. 
Porém cada elemento da paisagem é, por sua vez, o objeto de outras ciências, que 
também estudam os fenômenos de localização e distribuição. Um botânico ou um zoólogo, 
por exemplo, completam a descrição de uma espécie ou de um grupo mencionando o seu 
habitat, sua extensão geográfica. Donde vem a questão dos relacionamentos. 
Iria a Geografia fragmentar-se, incorporando-se a Geografia Humana à Sociologia e 
demais ciências do homem, como a morfologia responderia à chamada da Geologia, ou 
como a Geografia Biológica se integraria na Botânica ou na Zoologia? 
Este perigo parece ilusório se interpretam corretamente as definições iniciais. Duas 
características permitem que a Geografia e os ramos de sua divisão conservem sua 
autonomia. Em primeiro lugar, entre as ciências da natureza e do homem nenhuma outra 
situa em primeiro plano a localização dos fenômenos. A Geografia é a disciplina dos espaços 
terrestres. Sua originalidade reside na natureza dos objetos que descreve, se não na atitude 
mental que implica: é um estado de ânimo, um ponto de vista (H. Baulig). A representação 
cartográfica é um instrumento específico de expressão e de investigação. A Geografia traça, 
comenta e compara mapas. Em segundo lugar, o homem da Geografia é o homem das 
conexões e dos conjuntos. 
 
 
4 
 
Conexões próximas entre os elementos das combinações locais (relevo, clima, 
vegetação, obras do homem), conexões remotas entre fatos de toda classe na superfície da 
Terra - a prosperidade das semeaduras europeias depende da marcha das depressões 
oriundas da América -. Hoje, mais que nunca, a Geografia Humana registra a repercussão 
em todas as partes dos acontecimentos que ocorrem nos países mais distantes, a 
interdependência que envolve todos os pontos do ecúmeno. Sua tendência sintética nos 
convida a não separar jamais os traços de ordem humana do seu contexto físico e vivo. Este 
imperativo é, junto com a preocupação com a localização, o fundamento da unidade da 
Geografia. Por meio da unidade da Geografia adquirimos a consciência da unidade de nosso 
universo terrestre. O contexto físico e vivo representa o meio natural, ao passo que o meio 
humano é definido com a ajuda das ciências do homem, à frente da qual se encontra a 
Sociologia. 
Deste modo, estabelecidos os laços originais e indissolúveis da Geografia Humana 
com todos os ramos da Geografia, nos damos conta de suas correspondências com o grupo 
das ciências do homem. Antropologia Somática e Fisiológica, Patologia, Psicologia Coletiva, 
Etnologia, Sociologia em todos os seus aspectos, inclusive o econômico. 
Estas ciências aclaram-lhe as condições de atividade dos grupos que integram o 
tecido do ecúmeno. Por sua parte, a Geografia fornece-lhes os elementos de localização e 
de síntese, a visão de mundo que acresce seu alcance e as fecunda. Tal é o caráter 
complexo da Geografia Humana, terra marginal dentro do campo do conhecimento. 
 
 
 
 
5 
 
 
NOÇÕES FUNDAMENTAIS DA GEOGRAFIA HUMANA 
 
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/geografia/ 
O primeiro problema da Geografia Humana consiste em elucidar as relações entre o 
homem e o meio, a partir do ângulo espacial. Trata-se de uma relação recíproca, posto que 
por meio da técnica os homens modificam o ambiente natural, ao tempo que adaptam-se a 
ele. Recriamos a cada momento nosso meio ao tempo que estamos submetidos a ele. 
Excetuando alguns casos, cada dia mais raros, a imagem do meio que descrevemos encerra 
uma parte considerável do esforço humano. Encontra-se ela humanizada por um jogo de 
ações mútuas. Este jogo é, propriamente, a matéria da Ecologia, ciência das relações entre 
os seres vivos e o meio, segundo Haeckel. Em boa parte, a Geografia Humana apresenta-
se como uma ecologia do homem. Examinemos cada um dos termos dessa relação. 
 
 
6 
 
Em primeiro lugar, o conjunto dos grupos humanos, isto é, o horno sapiens, 
utilizando a linguagem dos naturalistas, que deve sua originalidade entre os seres vivos a 
quatro caracteres: 
1°.) Sua notável plasticidade é o segredo da ubiquidade na qual Darwin viu um privilégio 
único. Só a compartilham as espécies que evoluem a ele associadas, como o cachorro. 
2º.) Seu alto grau de desenvolvimento mental faz dele um inesgotável criador de técnicas, 
produto, primeiramente, do empirismo, a seguir de uma razão cada vez mais refinada. Uma 
forma específica de memória assegura a conservação da experiência adquirida, ao tempo 
que o aperfeiçoamento da ferramenta intelectual impede sua esclerose e dá origem a olhos 
vistos ao processo em cadeia do progresso técnico que é característico de nossa era. O 
homem é um ser capaz de adaptação ao meio. É mente, e por isto o domina. 
3º.) Este progresso se mostra especialmente eficaz no tocante à satisfação da necessidade 
da mobilidade espacial. As descobertas da arqueologia pré-histórica confirmam quão antiga 
é a aspiração da conquista dos espaços. Nosso triunfo nesse terreno supera todos os 
sonhos de ontem, diante da conquista dos espaços impossíveis. 
4º.) Por fim, nem a acumulação dos avanços e nem as vitórias da circulação podem ser 
imaginados fora das sociedades organizadas. Os naturalistas descrevem espécies vegetais 
e animais, às quais qualificam de sociais. Nenhuma delas apresenta um grau de 
sociabilidade tão alto quanto o gênero humano, um animal político (Aristóteles). 
No só vivem em grupos, mas no homem os elementos sociais estão incorporados a 
tal ponto à sua personalidade básica, que é inútil tratar de dissociá-los. 
 
 
7 
 
Estas quatro peculiaridades se manifestam em distintos graus na atividade dos 
homens. Representam a trama essencial do nosso ser. De modo que o geógrafo preocupar-
se-á muito mais em por em relevo a importância delas que em fundamentar a Geografia 
Humana nas distinções a elas externas. Correria o risco de fragmentá-la numa poeira de 
geografias, cada qual pretendendo ser autônoma. Nunca se deve perder de vista a profunda 
unidade do homem, do homem inteiro em cada um dos seus atos e inclusive em suas 
contradições. O fato de reconher-se a unidade da Geografia Humana elimina o falso e 
fastidioso problema das geografias especiais. 
A noção de ambienteou meio cobrou toda sua significação com o triunfo das doutrinas 
evolucionistas e da ideia da adaptação. Todavia, sua análise nos põe de manifesto toda sua 
riqueza. Num primeiro momento, aparentemente o meio se define como uma combinação 
de traços elementares isolados: situação geográfica, características do relevo, elementos 
do clima (temperatura, pressão, etc.), composição da cobertura vegetal, estabelecimentos 
humanos, etc. Raramente o inventário desses traços é completo e seu significado varia com 
o uso que deles faz cada grupo humano. 
Sucede que eles não atuam de maneira isolada, mas em combinação uns com os 
outros: formam conjuntos ou, para sermos mais precisos, complexos elementares. Assim, 
por exemplo, seja qual for a tolerância térmica do homem da umidade, vemos à nossa frente 
um complexo hidrotémico. Num outro exemplo, os seres vivos encontram-se incorporados 
em graus extremos a combinações determinadas pelo parasitismo e as simbioses, isto é, os 
complexos biológicos. Por fim, indústrias de diversa natureza aglomeram-se em 
associações regionais: são os complexos industriais, que os geógrafos analisam vendo as 
forças de atração que os agrupam e fazem deles verdadeiras unidades vivas. A noção de 
 
 
8 
 
complexo geográfico elementar, cuja generalidade não foi posta até hoje em relevo no 
grau devido, possui uma fecunda aplicação em todas as esferas da Geografia Humana. Na 
eterna luta pela vida, o homem não só não se defronta com forças isoladas, mas ele mesmo 
intervém para formar novos núcleos em proveito próprio, como na associação de plantas de 
cultivo. 
O pensamento de nossos predecessores esteve dominado pela prepotência do meio 
físico sobre o homem. Não temos mais entretanto porque nos preocupar com o problema do 
determinismo, que tanta tinta inútil fez correr. As vitórias da técnica sobre a natureza vêm 
concentrando nossos pensamentos na capacidade do homem, e isto no momento em que 
as análises dos sociólogos constituem a ciência das sociedades. 
Todas as análises do meio encontram-se dominadas por considerações relativas ao 
espaço. Desde que existe uma Geografia Humana, põem-se em primeiro plano as noções 
de situação e área de extensão dos fenômenos. A situação pode ser absoluta, determinada 
pelas coordenadas geográficas, latitude, longitude, altitude, ou relativa, descrita em relação 
a outras características do desenho geográfico - grau de continentalidade, situação de 
enclave, posição frente às correntes de circulação, etc. 
Já a ideia de área de extensão inclui a de limite, inseparável dela e que apresenta 
diversos graus de determinação, desde o limite linear até a zona limite, com suas faixas de 
degradação (o mesmo valendo para a Geografia Natural). 
Outra noção é a que proporciona um termo de trânsito entre a atividade dos grupos 
humanos e as propriedades do meio: o gênero de vida . Entende-se gênero de vida por um 
conjunto coletivo de atividades transmitidas e consolidadas pela tradição, graças às quais 
 
 
9 
 
um grupo humano assegura sua existência em um meio determinado. Um conjunto de 
técnicas adaptativas do homem e do meio, no que comportam de elementos mentais e 
intelectuais. O gênero de vida oferece o máximo de estabilidade em sociedades submetidas 
à tirania de um meio natural muito especificado (criadores nômades do deserto, esquimós). 
A medida que os homens vão se emancipando dessa sujeição à natureza, o centro da vida 
se desloca, a noção de gênero de vida se preenchendo - como acabamos de sugerir - de 
elementos sociais. Assim falar-se-á do gênero de vida dos operários das áreas de 
mineração, ou dos agentes das atividades de circulação, etc. Mas nem por isso o conceito 
perderá seu interesse. 
O MÉTODO DA GEOGRAFIA HUMANA 
 
Fonte: https://filoteologia.wordpress.com/2013/11/30/adaptacao-do-homem-ao-meio-ambiente-a-geografia-humana/ 
 
 
10 
 
O respeito à unidade essencial da Geografia Humana exige que se rechace toda 
tendência à dispersão. Se, por motivos de comodidade didática orientada para uma 
preparação profissional, é permitido agrupar as manifestações das atividades econômicas 
sob um mesmo termo, convém saber que a expressão não tem mais que um valor de uso. 
O homo economicus é um fantasma. O objeto de nosso estudo é o homem em si. 
Provaremos que as características essenciais da espécie humana atuam em uma 
diversidade de meios, que se transformam com a diversidade dos modos de vida, para 
desembocar na formação das paisagens humanas, isto é, no ecúmeno. 
O HUMANISMO DA GEOGRAFIA HUMANA 
 
Fonte: https://www.ufmg.br/diversa/3/geografia.htm 
Esforcei-me por dar à Geografia Humana o grau de rigor de que é susceptível, assim 
como o da serenidade. Espero que se reconheça o livre esforço de um pensador desejoso 
de desterrar do seu campo de estudo tudo aquilo que possa vedar a sua visão. Devo muito 
a amigos estrangeiros, ingleses, alemães, italianos, norte americanos, escandinavos, 
russos, japoneses, brasileiros e tantos outros. No universo inteiro, as escolas geográficas 
 
 
11 
 
nacionais estão no auge já de alguns decênios, com o correspondente aumento dos que 
seguem nossas especulações. Quiséramos oferecer ao mundo o espetáculo de uma 
unidade espiritual de que tanto se necessita. 
Os princípios da Geografia Humana citados por Christofoletti (1985) fazem desta uma 
ciência, pois a referida ciência tem no homem o ser que causa modificações no meio natural, 
criando o espaço geográfico sobre uma base territorial, fruto de suas relações de trabalho 
num dado momento da história. Fazendo do homem um ser histórico, pois, no seu dia-a-dia 
o homem se cria e recria socialmente e culturalmente. E é a Geografia Humana que 
compreende e explica todo esse processo histórico-social do homem. 
Para Christofoletti (1993) sendo a Geografia a disciplina que estuda as organizações 
espaciais, dois componentes básicos entram em sua estruturação e funcionamento, 
representados pelas características do sistema ambiental físico e pelas do sistema 
socioeconômico. O primeiro constitui o campo da Geografia Física enquanto o segundo 
corresponde ao da Geografia Humana. Trudgill (1992) apud Chistofoletti (1993 p. 11) 
entende que os geógrafos físicos contribuem para o conhecimento adequado dos processos 
e restrições ambientais físicas relevantes, e, os geógrafos humanos encontram-se 
habilitados para implementar políticas sociais ambientalmente fundamentadas, que sejam 
realistas a respeito das restrições humanas, sociais, econômicas e políticas. 
A questão ou questões que distinguem a Geografia de outras ciências não são tão 
importantes. Mas, nenhuma outra ciência, além da Geografia, preocupa-se, de modo 
consistente, com distribuições de fenômenos no espaço terrestre. Para Abler, Adams e 
Gould (1971) apud Chisholm (1979 p. 07), “nenhuma outra ciência preocupa-se, 
 
 
12 
 
consistentemente, com a estrutura espacial. As questões sobre localização, estrutura e 
processos espaciais que formulamos e respondemos, distinguem a Geografia de outras 
ciências”. Por isso, a Geografia tem a responsabilidade de ver o mundo como um todo. 
 
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/ 
 
Sendo esta a ciência que estuda o espaço geográfico e tudo o que nele está inserido, 
não há como negar a abrangência de seu objeto de estudo. 
Para Chisholm (1979 p. 06) pode-se dar à Geografia a abrangência de três temas 
relacionados: 
1- O registro e a descrição dos fenômenos sobre a superfície terrestre ou próximos a ela 
(este é o sentido literal da palavra Geografia). 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/
 
 
13 
 
2- O estudo das inter-relações dos fenômenos em localizações específicas. 
3- O exame de problemas que possuam dimensão espacial (territorial), especialmente para 
identificar a significação do espaço como uma variável. 
 
OS CAMPOS EM QUE A GEOGRAFIA HUMANA MAIS 
ATUA SÃO: 
 
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/geografia-humana.htmhttp://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/geografia-humana.htm
 
 
14 
 
Demografia 
A demografia – ou Geografia da População – é a área da ciência que se 
preocupa em estudar as dinâmicas e os processos populacionais. Para entender, por 
exemplo, a lógica atual da população brasileira é necessário, primeiramente, 
entender alguns conceitos básicos desse ramo do conhecimento. 
População absoluta: é o índice geral da população de um determinado local, seja de 
um país, estado, cidade ou região. Exemplo: a população absoluta do Brasil está estimada 
em 180 milhões de habitantes. 
Densidade demográfica: é a taxa que mede o número de pessoas em determinado 
espaço, geralmente medida em habitantes por quilômetro quadrado (hab/km²). Também é 
chamada de população relativa. 
 
Superpovoamento ou superpopulação: é quando o quantitativo populacional é 
maior do que os recursos sociais e econômicos existentes para a sua manutenção. 
 
Qual a diferença entre um local, populoso, densamente povoado e superpovoado? 
 
Um local densamente povoado é um local com muitos habitantes por metro quadrado, 
enquanto que um local populoso é um local com uma população muito grande em termos 
absolutos e um lugar superpovoado é caracterizado por não ter recursos suficientes para 
abastecer toda a sua população. 
 
 
15 
 
Exemplo: o Brasil é populoso, porém não é densamente povoado. O Bangladesh não 
é populoso, porém superpovoado. O Japão é um país populoso, densamente povoado e não 
é superpovoado. 
Taxa de natalidade: é o número de nascimentos que acontecem em uma 
determinada área. 
Taxa de fecundidade: é o número de nascimentos bem sucedidos menos o número 
de óbitos em nascimentos. 
Taxa de mortalidade: é o número de óbitos ocorridos em um determinado local. 
Crescimento natural ou vegetativo: é o crescimento populacional de uma localidade 
medido a partir da diminuição da taxa de natalidade pela taxa de mortalidade. 
Crescimento migratório: é a taxa de crescimento de um local medido a partir da 
diminuição da taxa de imigração (pessoas que chegam) pela taxa de emigração (pessoas 
que se mudam). 
Crescimento populacional ou demográfico: é a taxa de crescimento populacional 
calculada a partir da soma entre o crescimento natural e o crescimento migratório. 
Migração pendular: aquela realizada diariamente no cotidiano da população. 
Exemplo: ir ao trabalho e voltar. 
Migração sazonal: aquela que ocorre durante um determinado período, mas que 
também é temporária. Exemplo: viagem de férias. 
Migração definitiva: quando se trata de algum tipo de migração ou mudança de 
moradia definitiva. 
Êxodo rural: migração em massa da população do campo para a cidade durante um 
determinado período. Lembre-se que uma migração esporádica de campo para a cidade não 
é êxodo rural. 
 
 
16 
 
Metropolização: é a migração em massa de pessoas de pequenas e médias cidades 
para grandes metrópoles ou regiões metropolitanas. 
Desmetropolização: é o processo contrário, em que a população migra em massa 
para cidades menores, sobretudo as cidades médias. 
 
Urbanização 
 
Fonte: 
https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&v
ed=0ahUKEwiV_YatnfbMAhUJjJAKHYBCAVsQjhwIBQ&url=http%3A%2F%
2Feutopics.eu%2Fpl%2Fimages%2F28%2F2816%2F385%2Fdemografia%
2F&psig=AFQjCNEyn7LlZs3Gyow4wfOiv5kw9Jr34Q&ust=1464300165495
949 
Urbanização é um conceito geográfico que representa o desenvolvimento das 
cidades. Neste processo, ocorre a construção de casas, prédios, redes de esgoto, ruas, 
avenidas, escolas, hospitais, rede elétrica, shoppings, etc. 
 
 
17 
 
Este desenvolvimento urbano é acompanhado de crescimento populacional, pois 
muitas pessoas passam a buscar a infraestrutura das cidades. A urbanização planejada 
apresenta significativos benefícios para os habitantes. 
Porém, quando não há planejamento urbano, os problemas sociais se multiplicam nas 
cidades como, por exemplo, criminalidade, desemprego, poluição, destruição do meio 
ambiente e desenvolvimento de sub-habitações. 
A urbanização é uma das responsáveis pelo êxodo rural (saída das pessoas do meio 
rural para as grandes cidades). A disciplina destinada ao estudo da urbanização chama-se 
urbanismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Industrialização 
 
Fonte: http://www.libertarianismo.org/index.php/artigos/politicas-industrializacao/ 
A Industrialização é o processo de modernização pelo qual passam os meios de 
produção de uma sociedade. É acompanhada pela ampliação tecnológica e 
desenvolvimento da economia. 
A Industrialização é um processo antigo na humanidade. Ainda durante a Idade 
Média, novas técnicas marcaram o avanço dos meios de produção e de produtividade. Mas 
isso não quer dizer que houvesse indústrias como conhecemos atualmente ou 
características do capitalismo. O progresso passou por várias fases tecnológicas. Técnicas 
mais aprimoradas de agricultura, artesanato e manufatura deram suas contribuições para o 
desenvolvimento pleno da indústria. 
 
 
19 
 
O primeiro país a passar por uma industrialização efetiva foi a Inglaterra. Isso porque 
a indústria altera não só os meios de produção, mas são impactantes nas relações sociais 
também. É no século XVIII que ocorre o que é chamado de Primeira Revolução Industrial, 
quando a Inglaterra baseia seu desenvolvimento econômico nas indústrias, promovendo o 
cercamento dos campos e empurrando os trabalhadores para as áreas que se urbanizavam 
através da produção industrial. Karl Polanyi chama o processo iniciado pela industrialização 
de “O Moinho Satânico”, pois é nesse período que ocorre uma desarticulação da sociedade, 
transformando a economia em economia de mercado e estabelecendo o capitalismo como 
sistema. A Industrialização causa impactos que vão muito além da utilização de máquinas, 
representa novas formas de organização social pela lógica de lucro que introduz, fazendo 
com que as relações sociais passem a fazer parte da economia, e não o contrário. 
A implantação de um maquinário próprio transforma a sociedade e a forma de trabalho 
com o intuito de produzir maior riqueza e lucro. A burguesia é a classe que se consolida com 
o processo de industrialização e, em muitos casos, homens são substituídos por máquinas 
nos meios de produção. O impacto da industrialização gera um grande aumento na divisão 
do trabalho, grandes progressos em produtividade industrial, assim como o crescimento da 
classe média e dos padrões de consumo. 
A Inglaterra foi o grande símbolo da Primeira Revolução Industrial, ocasião 
caracterizada pela própria invenção da máquina a vapor, com aumento da produtividade, 
maior exploração do trabalho e estabelecimento do sistema capitalista na economia. Outros 
dois momentos marcantes de industrialização ocorreram posteriormente no mundo. 
http://www.infoescola.com/historia/revolucao-industrial/
 
 
20 
 
A Segunda Revolução Industrial expandiu o grupo de países detentores de 
tecnologias e produções industriais. É uma fase caracterizada pela descoberta e uso da 
energia elétrica, além do uso e valorização do petróleo como fonte de energia. Essa 
industrialização do século XIX esteve inserida no contexto do Neocolonialismo ou 
Imperialismo, no qual os países buscavam por áreas de influência no mundo, onde 
pudessem vender seus produtos industrializados e obter as matérias-primas necessárias 
para o sustento de suas indústrias. Essa disputa pelos países industrializados há mais tempo 
e os que ingressavam no capitalismo ocorreu, sobretudo, nos territórios da África e da Ásia. 
O clima de tensão, contudo, pairou na Europa, e o aumento das hostilidades entre os países 
que concorriam por regiões de influência acarretou na Primeira Guerra Mundial. 
Já a Terceira Revolução Industrial é mais recente e vivemos constantemente sob 
seus impactos. Essa fase é caracterizada pelo grande avanço da informática e da telemática. 
É conhecida tambémcomo Revolução do Silício, a qual informatizou e tornou mais rápida 
as relações de produção, econômica e social. 
Atualmente o Brasil faz parte de um país considerado industrializados. Apesar de 
terem conseguido alcançar certas metas no crescimento econômico, não são boas as 
condições oferecidas a sua população. Grande parte da população desses países continuam 
excluídas da participação da renda conseguida através do crescimento econômico. 
O crescimento desses países não ocorreu de forma espontânea. A intervenção do 
estado foi responsável pela base estrutural dos setores de energia e transportes, pela 
legislação trabalhista, pelas políticas fiscal e cambial e pela produção direta, através de 
empresas estatais. Tomadas um conjunto essas medidas tornaram-se a base para entrada 
de economia dos países subdesenvolvidos. 
 
 
21 
 
O novo estágio de desenvolvimento nos setores de transportes, comunicação e 
informação acabaram unindo locais isolados e permitindo o surgimento de uma indústria 
global. Criou-se uma mundialização não só de mercado, mas também de produção. O que 
não se produz numa certa região, é buscado fora dela. Isso, também requer, uma ampliação 
do mercado, que de regional passa para nacional ou mundial. 
 
O INÍCIO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA 
 
 
Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwj46-
yJpfbMAhVGjpAKHc3VBQoQjhwIBQ&url=http%3A%2F%2Fwww.resumoescolar.com.br%2Fgeografia%2Forigens-da-industria-brasileira-
historia-atualidade-e-estado-de-sao-paulo%2F&psig=AFQjCNHlO1Kc29pIGffP5Vf84Lm-hth56g&ust=1464302236726611 
 
No mercado colonial, existia no Brasil uma ocupação de exploração territorial, onde 
prevalecia a monocultura de produtos para exportação, que era realizada com a utilização 
de mão-de-obra escrava. Nessa época, a maior parte ou quase todo, dos lucros era enviados 
para os cofres de Portugal, que procurava garantir sua fonte de renda nas Américas. 
Na segunda metade do século XVIII, houve a passagem do capitalismo comercial 
para o industrial, mas isso em nada mudou nas economias do Brasil e Portugal. Nesse 
período qualquer tentativa de implantar indústrias no país, era impedida pela metrópole. 
 
 
22 
 
A Coroa de Portugal tentara impedir o surgimento de uma elite econômica que 
reivindicasse a independência e, ainda, garantir que somente Portugal vendesse produtos 
britânicos na colônia; garantindo elevados lucros. 
Com a chegada da família real, em 1808, a política de restrições a industrialização foi 
revogada, mas a concorrência com os produtos britânicos continuou sendo um empecilho 
para o crescimento da indústria brasileira. Foi somente em 1844, com a Tarifa Alves Branco 
e a criação de taxas médias de importação de 44%, que aconteceu o primeiro surto industrial 
no país. Mas, foi somente a parti da primeira guerra mundial que o país passou por um 
significativo processo de desenvolvimento industrial. 
O setor terciário apontava índices de crescimento econômico superior aos verificados 
nos setores primário e secundário. É no setor terciário que circula toda a produção dos outros 
dois setores. Mas, com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929, houve a 
crise do café, aqui no Brasil. A parti de então, o setor secundário passou a apresentar índices 
de crescimento superiores aos do setor primário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
CRISE DO CAFÉ E SUA INFLUÊNCIA NA 
INDUSTRIALIZAÇÃO 
 
Fonte: http://revistacafeicultura.com.br/?mat=18840 
 
Com a crise de 1929, e a consequente diversificação da população agrícola, terminou 
o último ciclo monocultor. A economia mundial entrou em sério aperto, que levou ao fim do 
ciclo do café na região do Sudeste e trouxe crises na exportação de cana-de-açúcar, cacau, 
tabaco e algodão na região Nordeste. Essa queda repentina na produção se explicava pelas 
dificuldades de exportação. 
Da mesma forma que estava difícil exportar, estavam sendo prejudicadas as 
importações de bens de consumo duráveis e não-duráveis. 
O ciclo do café deixou como herança uma infra-estrutura básica para a implantação 
da atividade industrial. Os barões do café eram os detentores de uma enorme quantia de 
capital aplicado no sistema financeiro, assim, os bancos funcionaram como agentes 
financiadores da instalação de novas industrias no Brasil, repassando o dinheiro depositado 
 
 
24 
 
pelos barões aos empreendedores industriais. Existia também, grande disponibilidade de 
mão-de-obra, que foi liberada dos plantios de café, e boa produção de energia elétrica. 
Havia, também, um dos fatores mais importantes, o mercado estrangeiro caiu. 
Com todos esses fatores, começou a surgir à industrialização, principalmente em São 
Paulo, depois nos estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais. 
A maior parte das industrias implantadas era de bens de consumo, com destaque 
para os de bens não-duráveis, como as alimentícias e têxteis. O governo comandava uma 
política de substituição, visando um superávit cada vez maior na balança comercial. 
 
GOVERNO GETÚLIO VARGAS 
 
 
Fonte: http://www.estudopratico.com.br/governo-de-getulio-vargas-primeiro-e-segundo-mandato/ 
 
 
25 
 
 
De 1930 a 1956, a industrialização no Brasil se caracterizou por explícita intervenção 
estatal. 
Na revolução de 1930, foi empossado Getúlio Vargas como presidente, assumindo o 
poder durante a crise econômica mundial de 1929. Com a crise, o pensamento capitalista 
de que o mercado deveria agir livremente para promover um maior desenvolvimento e 
crescimento econômico, foi mudado para o pensamento de que o estado poderia 
diretamente na economia, evitando novos sobressaltos. 
Essa prática de intervencionismo estatal na economia é conhecida por 
keynesianismo. 
Em 1934, Getúlio Vargas promulgou uma nova constituição, que beneficiavam o 
trabalhador, destacando-se a criação do salário mínimo, as férias remuneradas e o descanso 
semanal remunerados. Vargas, com o apoio das elites agrárias e industriais, conseguiu 
aprovar uma nova Constituição em 1937, que o manteve no poder como ditador até o fim da 
Segunda Guerra Mundial. 
Esse período na produção industrial, devido à falta de oposição eficiente e a 
manipulação das notícias através da forte censura aos meios de comunicação. Essa 
intervenção estatal ocorreu no setor de base da economia. E graças a essa intervenção, 
houve um grande crescimento da produção industrial. 
Durante a segunda guerra mundial, as indústrias dos setores de metalurgia, borracha, 
transportes e minério não-metálicos conseguiram grandes índices de crescimento, pois 
produziam os principais produtos que o Brasil enviava as tropas aliadas no conflito. 
 
 
26 
 
Após a disposição de Vargas, em 1946, assumiu a presidência o General Eurico 
Gaspar Dutra, que instituiu o Plano Salte, dirigindo investimentos aos setores de Saúde, 
alimentação, transportes, energia e educação. 
O saldo positivo na balança comercial, obtido durante a Segunda Guerra Mundial, foi 
queimado no decorrer do governo Dutra, com a importação de máquinas e equipamento 
para a indústria mecânicas e têxteis, havendo o reequipamento do sistema de transportes. 
Em 1950, Vargas voltou ao poder, mas dessa vez eleito pelo povo. Passou a enfrentar 
novos empecilhos para o crescimento econômico: deficiências nos sistemas de transportes, 
comunicação, produção de energia, petróleo. Mas, apoiado por um movimento nacionalista 
popular, Getúlio criou a Petrobrás, a Eletrobrás e o Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social, inaugurados em 1953. 
Atualmente a produção industrial brasileira cresceu 0,4% em janeiro em relação a 
dezembro de 2015, na série livre de influenciais sazonais, interrompendo um período de sete 
meses de quedas consecutivas, quando acumulou perdas de 8,7%. Os dados fazem parte 
da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Brasil (PIM-PF), divulgada pelo Instituto 
Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE). 
Segundo o IBGE, o setor industrial, em janeiro de 2016, "volta a mostrar um quadro 
de maior ritmo produtivo, expresso não só no avanço de 0,4% na comparação com o mês 
imediatamente anterior, que interrompeu sete meses consecutivos de queda, mas também 
no predomínio de taxas positivas entre as grandes categorias econômicas e as atividades 
investigadas”. 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Média global 
 
O crescimento de 0,4% na atividade industrial reflete resultados positivos em três das 
quatro grandes categorias econômicas e em 15 dos 24 ramos pesquisados. Entre os setores, 
a principal influência positiva foi registrada por coque, produtos derivados do petróleo e 
biocombustíveis, com avanço de 2,8%, segunda taxa positiva consecutiva, acumulando 
expansão de 6,6%. 
Já entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês 
imediatamente anterior, bens de capital, ao avançar 1,3%, e bens intermediários (0,8%) 
mostraram as expansões mais acentuadas em janeiro de 2016. 
O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis fechou janeiro de 2016 
com crescimento de 0,3%, a terceira expansão consecutiva, com ganho acumulado de 0,8%. 
Já o segmento de bens de consumo duráveis (-2,4%) teve o único resultado negativo em 
janeiro, após avançar 8% em dezembro, quando interrompeu quatro meses consecutivos de 
redução na produção. 
Ainda segundo a pesquisa do IBGE, os segmentos de bens de consumo duráveis 
(0,7%) e de bens de consumo semi e não duráveis (0,2%) assinalaram taxas positivas em 
janeiro, com o primeiro interrompendo 13 meses consecutivos de queda, e o segundo 
voltando a crescer, após comportamento negativo desde julho de 2015. 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Meio ambiente 
 
Fonte: http://www.socursosgratuitos.com.br/curso-gratuito-de-tecnico-em-meio-ambiente/ 
O meio ambiente, comumente chamado apenas de ambiente, envolve todas as 
coisas vivas e não-vivas ocorrendo na Terra, ou em alguma região dela, que afetam os 
ecossistemas e a vida dos humanos. É o conjunto de condições, leis, influências e infra-
estrutura de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas 
as suas formas. 
 
 
 
 
29 
 
 
Política 
 
Fonte: 
https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwilhoGvofbMAhWBIJAKHYly
CEoQjhwIBQ&url=http%3A%2F%2Fblogdoitamar.com.br%2Fcategory%2Fpolitica%2Fpage%2F11%2F&psig=AFQjCN
G_MlA7YC2qb1C8SACGUi5Cu3eb0g&ust=1464301239110009 
Política é a ciência da governação de um Estado ou Nação e também uma arte de 
negociação para compatibilizar interesses. O termo tem origem no grego politiká, uma 
derivação de polis que designa aquilo que é público. O significado de política é muito 
abrangente e está, em geral, relacionado com aquilo que diz respeito ao espaço público. 
Na ciência política, trata-se da forma de atuação de um governo em relação a 
determinados temas sociais e econômicos de interesse público: política educacional, política 
de segurança, política salarial, política habitacional, política ambiental, etc. 
 
 
30 
 
O sistema político é uma forma de governo que engloba instituições políticas para 
governar uma Nação. Monarquia e República são os sistemas políticos tradicionais. Dentro 
de cada um desses sistemas podem ainda haver variações significativas ao nível da 
organização. Por exemplo, o Brasil é uma República Presidencialista, enquanto Portugal é 
uma República Parlamentarista. 
Num significado mais abrangente, o termo pode ser utilizado como um conjunto de 
regras ou normas de uma determinada instituição. Por exemplo, uma empresa pode ter uma 
política de contratação de pessoas com algum tipo de deficiência ou de não contratação de 
mulheres com filhos menores. A política de trabalho de uma empresa também é definida 
pela sua visão, missão, valores e compromissos com os clientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
REFERENCIAIS 
 
BOTELHO, C. L. A Filosofia e o Processo Evolutivo da Geografia. Fortaleza/CE: Ed. da 
Universidade Federal do Ceará. 1987. Pág. 47 – 92. 
 
CASSETI, V. Ambiente e Apropriação do Relevo. São Paulo: Contexto, 1991. 146 p. 
 
CHISTOFOLETTI, A. Perspectivas da Geografia. São Paulo/SP: Difel, 1985. 317 páginas. 
 
__________________. A Inserção da Geografia na Política de Desenvolvimento 
Sustentável. Geografia, Rio Claro/SP, 18 (1): 1 – 22. 1993b. 
 
__________________. Modelagem de Sistemas Ambientais. São Paulo: Ed. Edgard 
Blücher. 1999. Pág. 1 – 50. 
 
CHISHOLM, M. Geografia Humana: Evolução ou Revolução. Tradução de Lenora Franco 
Machado de Cortellazzi. Rio de Janeiro: Interciência, 1979. 170 p. 
 
 
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NUNES, J. O. R.; SUERTEGARAY, D. M. A. A Natureza da Geografia Física na Geografia. 
São Paulo: Terra Livre - AGB – Associação dos Geógrafos Brasileiros. N. 17, p. 11 – 24. 2º 
semestre/ 2001. 
 
SANTOS, B. de S. A Crítica da Razão Indolente. São Paulo: Cortez, 2001. Pág. 55- 117. 
 
VICENTE, L. E; PEREZ FILHO, A. Abordagem Sistêmica e Geografia. GEOGRAFIA – 
Associação de Geografia Teorética. Rio Claro/SP. V. 28, n. 3 set. a dez. 2003. Pág.: 323 – 
344. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
Autor: Dr. Artur José Pires Veiga, Ms. Daniela Andrade Monteiro Veiga e Dr. Jana Maruska 
Buuda da Matta 
Disponível em: http://www.uesb.br/eventos/simposio_cidades/anais/ artigos/eixo 5/5h.pdf 
Data de acesso: 25/05/2016 
DENSIDADE DEMOGRÁFICA COMO INSTRUMENTO DE PLANEJAMENTO URBANO: 
UM ESTUDO DE CASO SOBRE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA 
RESUMO 
Este estudo tem como objetivo analisar a densidade demográfica de Vitória da Conquista à luz das projeções 
do PDU de 1976 e 2007. Na projeção de densidade para Vitória da Conquista, o PDU-2007 estabeleceu-se a 
relação de habitantes por hectare, com diferenciação de acordo com a macrozona e com a especificidade de 
alguns bairros dentro de uma mesma macrozona. Para a realização desse objetivo foi necessário levantamento 
de dados dos censos do IBGE 1991 e 2000, bases cartográficas, imagens de satélites, PDU de 1976 e 2007, 
Agenda 21, Código de Ordenamento de Uso e Obras, Leis Complementares, pesquisas em órgãos públicos e 
revisão bibliográfica com autores que discutem questões sobre densidade demográfica, crescimento urbano e 
questões ambientais pertinentes ao crescimento urbano desordenado como Acioly (1998), Almeida (2002), 
Vieira e Cunha (2001), Coelho (2001) e Gonçalves Guerra (2001). Como critério de análise foi utilizado à 
densidade bruta estabelecida no PDU-2007, de acordo com a macrozona e considerando as especificidades 
de cada uma delas. Os resultados apontam para uma uniformização de grandes áreas quando o PDU-2007 
http://www.uesb.br/eventos/simposio_cidades/anais/
 
 
34 
 
estabelecesse projeção de valores de densidade demográfica por zonas, não sendo condizente com a 
realidade ao analisar o fenômeno em pequenas áreas poligonais como os setores censitários. Vitória da 
Conquista possui histórico de planejamento urbano acima de 30 anos e o acúmulo de problemas é originado, 
principalmente, pelo não cumprimento do que foi planejado, elaborado e aprovado, tanto pelo Poder Público 
quanto pelos empreendedores. A insuficiência de investimentos nos projetos imobiliários, como infraestrutura 
urbana para os loteamentos aprovados e a falta de fiscalização por parte do Poder Público em exigir esse 
requisito, determinado em Lei, retrata a situação encontrada. Entre os problemas destacam-se a 
descontinuidade das decisões e prioridades nas diferentes gestões municipais, o crescimento desordenado e 
disperso à margem do planejamento e da legislação em vigor, insuficiência e ineficácia nas ações para 
monitorar, revisar e fiscalizar a aplicação do planejamento. 
 
Palavras chaves: densidade demográfica; planejamento urbano; infraestrutura. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O estudo da densidade demográfica é fundamental para o processo de 
planejamento urbano e regional.O entendimento sobre densidade demográfica ou 
populacional compreende a relação entre o número de habitantes e a área do 
território, geralmente expressa em quilômetros quadrados ou habitantes por hectare. 
As leis de zoneamento podem fixar densidades brutas ou líquidas para as diferentes 
zonas. 
Este estudo tem como objetivo analisar a densidade demográfica de Vitória da 
Conquista à luz das projeções do PDU (Plano Diretor de Vitória da Conquista) de 
1976 e 2007. Para realização desse objetivo foi necessário levantamento de dados 
 
 
35 
 
dos censos do IBGE 1991 e 2000, bases cartográficas, imagens de satélites, Plano 
Diretor Urbano, Agenda 21, Código de Ordenamento de Uso e Obras, Leis 
Complementares, pesquisas em órgãos públicos e revisão bibliográfica. Como critério 
de análise foi utilizado à densidade bruta estabelecida no PDU-2007, de acordo com 
a macrozona e considerando as especificidades de cada uma delas. Os dados foram 
processados com uso de geoprocessamento. 
Por conseguinte, os resultados obtidos apontaram para uma uniformização de 
grandes áreas. O PDU-2007 projetou valores de densidade por zonas, como grandes 
unidades espaciais. A realidade, por outro lado, quando se trabalha com pequenas 
unidades espaciais, como setores censitários, percebe-se que para algumas áreas, a 
projeção estabelecida já se encontrava fora dos parâmetros definidos em Lei. 
 
2. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
As análises da densidade real e projetada foram feitas com dados dos censos do 
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nos anos de 1991 e 2000, bases 
cartográficas, imagens de satélite, Plano Diretor de Vitória da Conquista de 1976 e de 2007, 
Agenda 21 Local, Código de Ordenamento de Uso e Obras, Leis Complementares, 
pesquisas em órgãos públicos e revisão bibliográfica. 
A densidade demográfica ou populacional é expressa em habitantes por quilômetro 
quadrados ou habitantes por hectare. Uma área é superpovoada quando as necessidades 
da população excedem ou ameaçam a capacidade de suporte do meio ambiente, 
considerando, por exemplo, a disponibilidades de recursos naturais, ou a capacidade da 
infraestrutura instalada. 
 
 
36 
 
Na projeção de densidade para Vitória da Conquista, o PDU-2007 estabeleceu a 
relação habitante por hectare, com diferenciação de acordo com a macrozona e a 
especificidade de alguns bairros em uma mesma macrozona. A densidade populacional foi 
obtida nos dados do Censo de 1991 e 2000 do IBGE, através do número total de pessoas 
residentes, dividido pela área do setor censitário em hectare. Como critério de análise foi 
utilizado à densidade bruta estabelecida no PDU-2007, de acordo com a macrozona, 
levando em consideração as suas especificidades. 
Inicialmente foram produzidos mapas de densidade bruta para os anos de 1991 e 
2000, visando analisar a situação real das áreas mapeadas em relação aos critérios do PDU-
2007 e o que está definido em Lei. O mapa da variação do crescimento urbano produzido 
para 1991 e 2000, para análise da dinâmica populacional. 
Os dados foram processados em ambiente computacional, utilizando as técnicas de 
geoprocessamento, com uso do Sistema de informações Geográficas - SIG SPRING 5.18, 
onde foi montado um Banco de Dados, definido o Projeto e os PIs (Planos de Informações) 
de acordo com os respectivos Modelos de Dados. 
 
3. REVISÃO DE LITERATURA 
 
O ambiente urbano está cada vez mais complexo, constituindo um sistema inter-
relacionado, com obras do homem e elementos naturais. A associação entre o meio natural 
e o construído estabelece uma relação que pode ter como resultado consequências positivas 
ou negativas, dependendo da combinação proposta. 
Vieira e Cunha (2001, p.130-131) assinalam que “o crescimento de áreas urbanizadas 
tem gerado aumento no escoamento superficial pela impermeabilização do solo, 
 
 
37 
 
acompanhado de grande volume de sedimentos, produzidos pelas construções e pelo solo 
exposto das encostas pelo desmatamento”. Dessa forma, grande parte dos problemas 
ambientais urbanos ocorre nas bacias hidrográficas e existe uma razão proporcional no que 
tange ao aumento da densidade populacional em relação ao aumento na carga de poluente 
gerada pelas atividades humanas, culminando por contaminar os mananciais hídricos 
através do escorrimento superficial. 
Nessa mesma linha de pensamento, Acioly (1998, p. 16) considera que “quanto maior 
a densidade, melhor será a utilização e maximização da infraestrutura e do solo urbano”. No 
entanto, reconhece que os “assentamentos humanos de alta densidade”’ poderão aumentar 
a pressão sobre o solo urbano, contribuindo para a “saturação das redes de infraestrutura e 
serviços urbanos”. Essa sobrecarga “consequentemente produzirá um meio ambiente 
superpopuloso e inadequado ao desenvolvimento urbano”. 
Almeida (2002, p.39) assinala que o impacto provocado pelo crescimento urbano 
acelerado e sem planejamento, “gera alterações na paisagem e perda das funções 
ecológicas dos sistemas naturais, interferindo nas atividades e nas funções da sociedade”. 
O crescimento desordenado aumenta a pressão significativamente nos remanescentes 
naturais, e os resultados estarão expressos na redução das áreas verdes, desmatamento 
de encostas, das matas ciliares, assoreamento dos rios e ocupação de áreas de risco, 
contribuindo para a redução da qualidade de vida nas áreas urbanas. 
Estudos realizados sobre as características morfológicas trazem informações 
relevantes na relação solo-superfície, contribuindo para a avaliação da paisagem urbana. 
Coelho (2001, p.35) tratando a respeito dos espaços urbanos, considera que no estudo de 
impacto ambiental na cidade não será possível negligenciar a multidimensionalidade dos 
efeitos. Quando a expansão urbana não é acompanhada do aumento e distribuição 
 
 
38 
 
eqüitativa dos investimentos públicos em infraestrutura, com monitoramento do uso do solo 
urbano, a apropriação e uso indevido pela sociedade terminam gerando impactos 
significativos no ecossistema urbano. 
Os condicionantes naturais associados à ocupação de áreas impróprias para 
urbanização desencadeiam reações que associadas ao mau uso podem acelerar o processo 
de degradação e sua instabilidade. Assim, Gonçalves e Guerra (2001, p. 194) assinalam que 
“o conhecimento da formação e evolução histórica do espaço urbano, sua implantação, 
parcelamento e ocupação oferecem ao pesquisador uma visão dinâmica da realidade”. Essa 
visão “permitirá, através dos anos, compreender como o espaço urbano atingiu o seu estado 
atual e as mudanças que a sociedade vem promovendo”. 
Os impactos ambientais em áreas urbanas é um processo que ocorre tanto em uma 
escala local quanto global. O planejamento das cidades deve levar em conta a densidade 
real e as características das áreas projetadas de forma a promover, permitir ou conduzir o 
adensamento e/ou esvaziamento. 
A densidade projetada deverá imbricar fatores indeterminado quando é estabelecida, 
como: a tipologia habitacional; a forma de ocupação do solo; a relação entre área ocupada 
e área verde das edificações; a qualidade e oferta de infraestrutura sejam para grandes 
empreendimentos habitacionais privados ou megas ocupações informais. Assim, não existe 
uma fórmula matemática precisa que forneça a densidade ideal de um território. Uma serie 
de condicionantes deve ser analisado conjuntamente com a densidade populacional, para 
promover um habitar de qualidade. 
 
 
 
 
 
39 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
A tradição de Planejamento em Vitória da Conquista remonta ao período 
histórico de sua criação, por Lei Imperial em 1840. A partir desse período foi instituído 
o Conselho Municipal com governo próprio, instalando a Casa do Conselho a quem 
coube aprovar um Código de Posturas, tendo como um dos subjetivos o ordenamento 
territorial urbano. Esse código composto de 80 artigos, que segundo Silva (2006,p.2), 
“foi considerado um dos mais completos da época e tratava de temas atualmente 
considerados curiosos nos dias de hoje”. O Código também abordava temas como a 
preservação dos rios e nascentes. 
O planejamento urbano para Vitória da Conquista apesar de ter sido 
instrumentalizado de forma mais concreta em 1976 com o primeiro Plano Diretor, 
aprovado em 1976 (Lei Nº 118/1976), as primeiras ações de planejamento 
influenciaram no desenho urbano e projeto da cidade, retangular, com as ruas em 
formato xadrez. Apesar de estar desatualizado, como instrumento normativo, 
estabeleceu regras e parâmetros de uso e ocupação do solo, servindo de orientação 
para três décadas seguintes. 
Em 2004, um novo Plano Diretor foi elaborado para Vitória da Conquista, sendo 
aprovado e publicado no Diário Oficial dos Municípios em 30/01/2007. O PDU- 2007 
está estruturado em dez Capítulos com conteúdos relacionados aos princípios e 
objetivos; sistema de planejamento urbano; o partido urbanístico; diretrizes para 
aplicação dos instrumentos de política urbana; diretrizes para os planos de ações 
setoriais; projetos estratégicos; política habitacional do município; as disposições 
 
 
40 
 
finais e transitórias; e por fim, o anexo I (com os mapas) e o anexo II (projetos 
estratégicos). 
A organização do espaço urbano no Plano Diretor de 2007 foi estruturada em 
macrozonas de ocupação (Art. 22º), classificando a cidade como espaços uniformes, 
minimizando a complexidade de suas relações. Por outro lado, avançou quando 
enquadrou as macrozonas (correspondendo à divisão de bairros) como unidades de 
análise em relação às ações de planejamento e intervenções do Poder. 
O tema de densidade demográfica foi citado no PDU-1976 no Art. 55° quando 
trata das dimensões do leito e passeio das vias públicas, que deverão ajustar-se à 
natureza, uso e densidade da população, de acordo com os gabaritos para veículos 
e pedestres. No Art. 81° é dada orientação geral para o loteamento, cabendo à 
Prefeitura estabelecer a densidade demográfica máxima da população do setor. A Lei 
Nº 517/90, acrescenta dispositivos aos Art. 15º e 20º e dá nova redação ao Art. 35º 
do PDU-1976, com respeito aos usos do solo, definindo o percentual variável de 60 a 
80% em relação a cada Zona do Setor Urbano, de acordo com os tipos de utilização 
das edificações (comercial, residencial, serviços, recreativo e institucional) e com o 
grau de permissibilidade: Adequado, Tolerado e Inadequado, especificado no Anexo 
da Lei (tabela do zoneamento urbano). Todavia, essa Lei deixa sem definição o 
percentual ideal de densidade populacional para cada uma das Zonas. 
A densidade demográfica no PDU-2007 foi detalhada com diferentes índices 
de adensamento e consolidação da ocupação, de acordo com a definição das áreas 
no macrozoneamento, com subdivisões para alguns bairros. Em todos os critérios de 
adensamento estabelecidos pelo PDU-2007 foi feito destaque para existência ou não 
de infraestrutura, restrições ambientais e a continuidade no espaço urbano. Não foi 
 
 
41 
 
mencionado o impacto na capacidade de suporte das infraestruturas existentes e a 
relação da densidade demográfica atual com a projetada. 
A densidade demográfica urbana de Vitória da Conquista foi obtida a partir da 
análise da evolução da mancha urbana ocupada, obtida através da delimitação de 
polígonos na análise de fotos aéreas e emissão de alvarás de grandes 
empreendimentos habitacionais pela prefeitura municipal. Relacionando assim a área 
urbana da sede municipal com a respectiva população residente urbana da sede 
municipal nos censos existentes. 
Observa-se que entre os anos de 1940 a 2010 a densidade demográfica 
urbana decresceu, de 127 para 36 hab/ha. Na década de 1940 houve uma expansão 
da malha urbana sobre espaços vazios no interior da área urbana e no entorno do 
sistema viário. Essa expansão se deu de forma dispersa, não sendo acompanhado 
no número de habitantes. Na década de 1950 houve acréscimo devido ao 
crescimento vegetativo da população e as migrações. A década de 1970 apresenta 
um decréscimo significativo da densidade demográfica, com grande oferta de lotes 
entre os anos de 1972 e 1985, um total de 58 loteamentos registrados. É na década 
de 1980 que se verifica um acentuado aumento da densidade demográfica que 
prossegue até 2010. 
A densidade projetada no PDU-2007 para Vitória da Conquista varia entre 50 
e 250 hab/ha, estando à média em 103 hab/ha. Observa-se que a projeção feita para 
o Plano Diretor de 2007 extrapolou a média histórica (1940 – 2010), que foi de 46 
hab/ha. Esse valor médio comparado com a projeção das densidades das 
macrozonas no PDU- 2007 estaria enquadra, aproximadamente, nas áreas de 
Expansão Urbana Condicionada e Expansão Urbana Preferencial II. A projeção do 
 
 
42 
 
PDU-2007 demonstra uma perspectiva de adensamento urbano para os anos 
seguintes. 
Pelo fato do PDU-1976 não estabelecer os valores da densidade demográfica 
urbana, foi utilizado apenas os critérios do PDU-2007. Para a produção dos mapas 
de densidades demográficas brutas foram definidos os intervalos de classe baseados 
nos critérios de adensamento do PDU-2007 e aplicado para os anos de 1991 e 2000, 
por setor censitário, como suporte para as análises nos referidos anos. Observa-se, 
então, nas Figuras 3 e 4 que a densidade demográfica de 1991 e 2000 demonstrou 
haver um processo migratório interno da população de Vitória da Conquista, 
associado ao crescimento vegetativo, sobretudo no centro da cidade e nos bairros 
periféricos. 
Entre os que tiveram os maiores percentuais de crescimento merece destaque 
o bairro Felícia, classificado no PDU-2007 como de Expansão Urbana Preferencial I 
e II, de classe baixa a média, e devido a influência de um Shopping Center que foi 
implantado no local tem se constituído em uma área de crescimento populacional. 
Nesse bairro ainda existem lotes vazios, classificado como ocupação rarefeita, sendo 
uma área de possível expansão urbana. Bairros populares, como o Airton Senna, 
apresentaram aumento populacional em 2010, com crescimento pontual da malha 
urbana, enquanto que Jatobá, classificado como Expansão Urbana Condicionada, 
contribui com significativo crescimento da malha urbana. Já no bairro Bateias, 
também de Expansão Urbana Condicionada, ainda existem áreas livres que vêm 
sendo loteadas, contribuindo para a expansão urbana, que, por conseguinte se 
refletem no aumento populacional do bairro. Ainda quanto ao aumento populacional 
merece destaque os bairros Nossa Senhora Aparecida e Distrito Industrial. Devido a 
 
 
43 
 
proximidade com a Unidade de Conservação - UC foram classificados como de 
Adensamento Condicionado. Esses dois bairros e, principalmente, Nossa Senhora 
Aparecida, vem apresentando crescimento urbano devido sua localização se constitui 
em pressão sobre a UC. 
A exceção ocorreu em algumas partes dos bairros Espírito Santo, Boa Vista e 
Felícia, pelo fato de estarem situados nas imediações da Av. Juraci Magalhães e no 
bairro Recreio, no final da Av. Olivia Flores, ambas avenidas classificadas pelo PDU- 
2007 como Corredor de Uso Diversificado, onde houve um decréscimo da população 
pela influência da expansão do comércio e dos serviços nessas áreas Embora esse 
dado seja analisado entre os anos de 1991 e 2000, em 2010 foi observado nos bairros 
Boa Vista e Espírito Santo, nas quadras paralelas à Av. Juraci Magalhães, atrás dos 
comércios e serviços em expansão, a abertura de vários loteamentos e conjuntos 
residenciais, com a construção de novas unidades habitacionais sem a implantação 
de todos os serviços de infraestrutura. Confirma-se a previsão do PDU-2007, que 
classificou essa região como área de Expansão Urbana Preferencial I e II. 
Na porção Leste da cidade, os bairros Primavera e Lagoa das Flores, apesar 
de estarem situados na periferia, não apresentam registros comprobatóriosde que 
tenha havido aumento de população. A explicação está nas características rurais 
desses bairros, sobretudo a Lagoa das Flores e a porção Leste do bairro Primavera, 
com pequenas propriedades, desenvolvendo cultivos de hortaliças flores e frutas, com 
fins comerciais e de subsistência. 
O bairro Universidade, Primavera e parte do Espírito Santo são locais com 
baixa densidade populacional, constituídos de vazios urbanos, chácaras e rarefeita 
ocupação urbana, com domicílios dispersos pelo setor. Lagoa das Flores é um bairro 
 
 
44 
 
de natureza rural, com pequenas propriedades, com poucas edificações, pequenos 
comércios e serviços. No PDU-2007 as densidades projetadas foram estabelecidas 
por zonas com especificidade nos bairros e as análises da densidade bruta foram 
realizadas por setor censitário a partir dos dados apurados e sua relação com a 
projetada. Os dados encontrados apresentaram uma elevada variação de densidade 
em um mesmo bairro, revelando setores com altas concentrações populacionais, com 
densidades próximas ou superiores as projetadas no PDU-2007. Em 2004 quando foi 
elaborada a primeira versão do PDU, alguns bairros como Patagônia, Alto Maron, 
Ibirapuera e Brasil, apresentavam desde 1991, setores com densidades superiores 
as projetadas no Plano Diretor aprovado em 2007. Bairros de extensão territorial 
como o Bateias, que possui no seu interior a Área de Conservação Ambiental do 
Parque Municipal da Lagoa das Bateias, cercada por uma ocupação densa e 
consolidada tem sua densidade diluída, quando estimada por bairro, não pontuando 
áreas que devem ter sua expansão e adensamento controlados. Áreas próximas aos 
grandes equipamentos como o Parque de Exposição, Ginásio de Esportes e o Estádio 
de Futebol Lomanto Júnior sofrem essa mesma distorção ao se estimar a densidade 
por bairro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O PDU-2007, ao estabelecer os valores de densidade demográfica por zonas, 
uniformizou grandes unidades espaciais. Essas unidades quando analisadas por 
setor censitário com dados de 2000, mostram que já havia áreas com densidade 
superior a projetada pelo Plano em 2007. O crescimento acentuado dos 
empreendimentos multiresidenciais, localizados, sobretudo no bairro Candeias, com 
concentração próxima a uma faculdade particular, deverá aumentar a densidade 
demográfica nessas áreas, elevando assim a relação hab/ha, que por sua vez refletirá 
nos dados para esse indicador no futuro próximo. Esse bairro possui um grande 
estoque de áreas vazias, e o adensamento está ocorrendo na área consolidada, com 
infraestrutura já existente. 
Embora o PDU-2007 estabeleça critérios de densidade para as áreas da 
cidade, foi possível verificar que os valores estabelecidos em Lei desde 2004, 
estavam sendo extrapolados. O PDU-2007 não define claramente como controlar o 
adensamento urbano já que a população é dinâmica e a expansão urbana não é 
monitorada em tempo real. O estudo da densidade demográfica fomenta várias outras 
discussões como a especulação imobiliária nos loteamentos e parcelamentos não 
edificados que permanecem como áreas vazias, bem localizadas no entorno e no 
interior da mancha urbana, caracterizando áreas pouco densas, como no bairro da 
Boa Vista e Candeias. Nesses bairros, os instrumentos da política urbana com o IPTU 
progressivo, parcelamento e edificação compulsória deveriam ser aplicados. A falta 
de cumprimento das metas no decorrer da aplicação dos instrumentos da política 
urbana para conter a especulação imobiliária, inviabiliza as diretrizes de expansão e 
 
 
46 
 
adensamento traçadas no PDU-2007 e consequentemente na condução do 
planejamento urbano do município. 
Por outro lado, as áreas fora do anel viário consideradas pelo PDU-2007 como 
restrição a expansão da malha urbana, devendo-se manter como áreas com baixa 
densidade, observa-se que vários empreendimentos vêm sendo implantados nessas 
áreas, sem nenhuma infraestrutura básica como: energia, água, esgoto, ruas e 
pavimentação. De acordo com o PDU, poderá vir a ser contemplado com 
infraestrutura apenas o local do empreendimento. Os espaços vazios no entorno 
constituirão novas áreas de especulação imobiliária, elevando os preços das terras 
em função dos possíveis investimentos que virão para o local. A expansão urbana se 
mantém em um processo histórico de parcelamento do solo de forma dispersa e 
descontínua, guiados predominantemente pelos interesses do setor privado. 
Em cidades como Vitória da Conquista, que possui um histórico de 
planejamento urbano acima de 30 anos, fica evidenciado o acúmulo de problemas 
originados, principalmente pelo não cumprimento do que foi planejado, elaborado e 
aprovado, tanto pelo Poder Público quanto pelos empreendedores. A insuficiência de 
investimentos nos projetos imobiliários, destinados a infraestrutura urbana para os 
loteamentos aprovados e a falta de fiscalização por parte do Poder Público em exigir 
esse requisito, determinado em Lei, retrata a situação encontrada. Entre os problemas 
destacam-se a descontinuidade das decisões e prioridades nas diferentes gestões 
municipais, o crescimento desordenado e disperso à margem do planejamento e da 
legislação em vigor, insuficiência e ineficácia nas ações para monitorar, revisar e 
fiscalizar a aplicação do planejamento. 
 
 
47 
 
Nas cidades de pequeno e médio porte é mais fácil a implantação de um 
sistema de controle e monitoramento integrado, uma vez que a complexidade dos 
problemas é inferior aos grandes centros urbanos. Nesses casos, a execução do 
planejamento elaborado funciona como instrumento de prevenção, objetivando o 
equilíbrio dinâmico e sustentável, integrando o ambiente natural com os diferentes 
atores sociais, econômicos e políticos que interagem na construção e crescimento 
das cidades. A densidade populacional é apenas um, dos muitos indicadores 
utilizados no planejamento urbano das cidades, contudo seu estudo continuado e 
criterioso fomenta muitas análises aplicadas ao crescimento e desenvolvimento 
urbano. Análises fundamentais que avaliam o planejamento das cidades, por mais 
complexos e inexplicáveis que sejam as ações praticadas por todos os agentes 
envolvidos na construção do ambiente urbano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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de Vitória da Conquista e dá outras Providências. Diário Oficial dos Municípios: 
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