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MATERIAL PROVA MPC - CONFORME ORIENTAÇÃO

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MPC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuidado com o Plágio 
IMPORTANTE 
Ao se apropriar de ideias de terceiros sem citar o autor, comete-se PLÁGIO - 
crime de violação de direito autoral (Lei no 9.610/98). 
O plágio é caracterizado no ato de copiar, imitar obra alheia, apresentando 
como seu, um trabalho intelectual advindo, de fato, de outra pessoa. 
[...] É bom saber, que a caracterização de plágio em trabalhos acadêmicos pode 
acionar o rigor da Lei n. 9.610, sujeitando o infrator à punição, e no mínimo sua 
expulsão da Instituição de Ensino Superior à qual encontra-se vinculado. 
 
Como Elaborar um Projeto de Pesquisa (Modelo Básico) 
Prezados alunos, 
Este espaço destina-se ao fornecimento de subsídios, visando à realização 
do Projeto de Pesquisa. 
Modelo básico para elaboração do projeto 
O pré-projeto ou plano de estudos é o espaço para o aluno expor suas ideias, 
temas e objetivos de pesquisa. Precisão e clareza são pontos positivos na avaliação. 
Como um plano, o projeto é dividido nos seguintes itens: 
1. Tema e problema 
Tema: qual é o assunto a ser estudado? Vale lembrar que quanto mais 
delimitado o tema, melhor. 
Problema de Pesquisa: Quais questões o assunto escolhido levanta? O que há 
de interessante nele que mereça ser estudado? Quais aspectos são relevantes a ponto 
de se fazer uma pesquisa a respeito? 
2. Referenciais teóricos ou quadro teórico de referência 
Breve referência aos autores (obras) que vão ser usados na pesquisa. Não é 
necessário fazer um levantamento completo, apenas indicar os mais relevantes para o 
tema. 
3. Justificativa 
Na Justificativa deve-se mostrar, com fatos e argumentos, porque o projeto é 
importante e deve ser desenvolvido. Quais fatos, ideias ou leituras mostram que o 
tema precisa ser estudado? Qual a relevância do tema? Também é necessário pensar 
de qual Linha de Pesquisa do TC o projeto estaria mais próximo. 
4. Objetivos 
Em termos simples, qual é a pergunta que o projeto vai responder? O que se 
busca com essa pesquisa? 
5. Metodologia 
Como serão atingidos os objetivos? Nos Procedimentos Metodológicos deve-se 
indicar as principais etapas de investigação. Não é necessário entrar em detalhes, mas 
apenas indicar os procedimentos mais importantes. 
6. Cronograma 
O cronograma é a representação gráfica do tempo que será utilizado para a 
confecção de um trabalho ou projeto. As atividades a serem cumpridas devem constar 
no cronograma. Serve para ajudar no controle do andamento do trabalho. 
7. Bibliografia 
Lista preliminar de obras consultadas, inclusive eletrônica e/ou que se pretende 
utilizar no trabalho. 
Elaboração do projeto de pesquisa 
 a) Para orientar seus estudos visando à elaboração do Projeto de Pesquisa, 
sugiro as seguintes leituras: 
 Manual de MPC (Neves e Domingues, 2005) - Páginas 20 a 37 e 40 a 67 
(hipóteses); 
 
Manual de Campanha - LOGÍSTICA - EB20-MC-10.204.pdf (material de apoio para 
escolha do Tema); 
 
Manual de Fundamentos - Doutrina Militar Terrestre - EB20-MF-10.102.pdf (material 
de apoio para escolha do Tema). 
 b) Como fazer um Projeto de Pesquisa passo a passo 
Disponível em 
<http://www.ufrgs.br/laviecs/biblioteca/arquivos/como_fazer_%20pesquisa.pdf>. 
Acesso em: 12 abr. 2020. 
Disponível em <https://wp.ufpel.edu.br/direito/files/2015/01/Modelo-de-pre-
projeto.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2020. - Modelo de Projeto - UFPel 
 c) Critérios para escolha do Tema de Pesquisa na área de Ciências Mlitares: 
Área de 
Concen-
tração 
Linha de Pesquisa(LP) Descrição 
https://ebaula.eb.mil.br/pluginfile.php/183057/mod_folder/content/0/Manual%20de%20%20Campanha%20-%20LOG%C3%8DSTICA%20-%20EB20-MC-10.204.pdf?forcedownload=1
https://ebaula.eb.mil.br/pluginfile.php/183057/mod_folder/content/0/Manual%20de%20Fundamentos%20-%20Doutrina%20Militar%20Terrestre%20-%20EB20-MF-10.102.pdf?forcedownload=1
http://www.ufrgs.br/laviecs/biblioteca/arquivos/como_fazer_%20pesquisa.pdf
https://wp.ufpel.edu.br/direito/files/2015/01/Modelo-de-pre-projeto.pdf
https://wp.ufpel.edu.br/direito/files/2015/01/Modelo-de-pre-projeto.pdf
Defesa 
Nacional 
LP1 - Doutrina Militar 
Terrestre (DMT) 
DMT destina-se ao estudo: 
- dos elementos do poder de combate 
 (liderança, informações e funções de combate 
Movimento e Manobra, Inteligência, Logística 
(apoio de pessoal, material e saúde), Comando 
e Controle, Fogos e Proteção), no nível 
tático, de organizações militares valor unidade 
e subunidade independente; e 
 
-as táticas, técnicas e procedimentos que 
regulam a participação do EB em 
operações de imposição e/ou manutenção de 
paz em território estrangeiro, em 
operações de garantia da lei e da ordem 
e em ações subsidiárias. 
 LP2 - Educação e Cultura 
Militares(ECM) 
ECM destina-se ao estudo: 
- do ensino e da instrução militar; e 
- da História Militar. 
 LP3 – Administração Militar 
(Adm Mil) 
Adm Mil destina-se ao estudo 
das atividades administrativas em tempo 
de paz. 
 
ELABORANDO UM ARTIGO CIENTÍFICO 
Proposta para realização do Artigo Científico 
 
1. Conceitos e características: 
Artigo científico é um trabalho acadêmico que apresenta e discute resultados, 
ideias, métodos, técnicas e processos produzidos em uma determinada pesquisa 
científica nas diversas áreas do conhecimento. 
Um artigo pode ser de revisão, onde apresenta um estudo sobre determinado 
tema, a fim de estabelecer um debate ou relação entre as ideias de um ou mais autores 
pesquisados; ou pode ser original, também chamado de científico, em que apresenta 
dados originais, obtidos através do desenvolvimento de estudos experimentais ou 
observacionais que partem de um referencial teórico. 
Revisão: síntese crítica de conhecimentos disponíveis sobre determinado tema, 
mediante análise e interpretação de bibliografia pertinente que discuta os limites e 
alcances metodológicos, permitindo indicar perspectivas de continuidade de estudos 
naquela linha de pesquisa, ou seja, são trabalhos que têm por objeto resumir, analisar, 
avaliar ou sintetizar trabalhos de investigação já publicados, revisões bibliográficas, etc. 
Original: trabalhos resultantes de pesquisa científica, apresentando dados 
originais de descobertas, com relação a aspectos experimentais ou observacionais de 
característica abrangente nas diversas áreas do conhecimento, e inclui análise descritiva 
e/ou inferências de dados próprios. Podem ser: relatos de caso, comunicação ou notas 
prévias. 
Deverá conter, além de algumas informações essenciais para o entendimento de 
todos os interessados naquele estudo, também possuir um discurso fluido, explicativo, 
de caráter formal e uma formatação padrão. 
O texto produzido deverá conter entre 08 a 15 páginas, alcançando no máximo 
20 páginas. 
 
2. Composição do artigo: 
 
Deverá conter, além de algumas informações essenciais para o entendimento de 
todos os interessados naquele estudo, também possuir um discurso fluido, explicativo, 
de caráter formal e uma formatação padrão. 
O texto produzido deverá conter entre 10 a 14 páginas, alcançando a 20, no 
máximo. 
 
3. Estrutura do artigo: 
 
A intenção de quem escreve um artigo, é que ele seja compreendido por 
qualquer membro do grupo-alvo, isto é, ao qual se destina. Deve seguir as regras da 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - e conter a seguinte estrutura: 
elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais. 
3.1 Elementos pré-textuais: são elementos que irão identificar o seu trabalho. 
Capa: contendo nome da instituição, do aluno(s), título do trabalho, cidade e ano 
em que o trabalho foi produzido. 
Resumo: de 150 a 350 palavras, contendo um breve relato sobre o que se trata 
o trabalho, objetivo geral, metodologia aplicada e principais resultados, na língua do 
texto (obrigatório). Podendo ser realizado também em inglês (opcional). 
Palavras-chave: de três a cinco, separadas por vírgula.3.2 Elementos textuais: estruturam o corpo do artigo. Nos elementos textuais 
constarão introdução, desenvolvimento e conclusão ou considerações finais. 
Introdução: para dar início ao tema ou pesquisa que você irá apresentar. É uma 
espécie de apresentação do seu artigo e deve conter algumas respostas a perguntas 
como: Do que se trata a pesquisa? Por que tal pesquisa foi desenvolvida? Qual o seu 
referencial teórico utilizado na pesquisa? O que se sabe sobre o tema? Como a pesquisa 
foi realizada? 
Desenvolvimento: corresponde a parte onde serão apresentados os resultados 
obtidos com a pesquisa ou levantamento teórico. Se o artigo foi de revisão, o texto 
deverá ser dividido de acordo com subtemas abordados. Se o artigo for original, o texto 
deverá ser dividido em: referencial teórico (informações que darão sustentação a sua 
pesquisa), metodológico (procedimentos e métodos utilizados na pesquisa realizada) e 
resultados (análise dos dados apurados). 
Conclusão: quando se trata de um artigo original e considerações finais e quando 
se trata de um artigo de revisão. Tanto um como outro, devem trazer os aspectos mais 
relevantes do trabalho e responder ao objetivo principal do artigo. 
3.3 Elementos pós-textuais: apresenta itens de caráter obrigatório e outros 
facultativos. Devem estar no final do trabalho. É uma espécie de complemento ao 
trabalho apresentado. 
Notas: são elementos facultativos, com informações curtas e complementares. 
Devem aparecer em sequência de acordo com a ordem em que aparecem no texto. 
Referências: são de caráter obrigatório e devem estar em ordem alfabética, de 
acordo com as normas da ABNT. São todas obras ou documentos que você utilizou para 
a realização do seu artigo. 
Glossário: também de uso facultativo, é utilizado para dar significado a nomes 
técnicos. 
Apêndice: são informações complementares, elaboradas pelo autor. Podem ser 
tabelas, textos explicativos, entre outros. Sua utilização é facultativa. 
Anexo: são informações complementares não elaboradas pelo autor como, por 
exemplo, respostas de um questionário. Sua utilização é facultativa. 
Agradecimento: também de uso facultativo, serve para agradecer aqueles que, 
de alguma forma, contribuíram para a execução do artigo. 
Escrevendo o Artigo 
Para aqueles que já terminaram o projeto, podem escrever seu artigo, mãos à 
obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual 
“o problema de 
pesquisa” 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que é um problema de pesquisa 
Definindo os objetivos do trabalho 
 
 
Definição de Problema 
Toda pesquisa se inicia com algum tipo de problema ou indagação. Entretanto, ao se afirmar isto, 
torna-se conveniente esclarecer o significado desse termo. Uma acepção bastante corrente identifica 
problema com questão, o que dá margem a uma série de desencontros e equívocos sobre a natureza 
dos problemas verdadeiros e dos falsos problemas. Outra acepção identifica problema como algo 
que provoca desequilíbrio, mal-estar, constrangimento às pessoas. Contudo, na acepção científica, 
problema é qualquer situação não solvida e que é objeto de dicussão, em qualquer domínio do 
conhecimento. 
Quando se trata de conceituar o que é um problema de pesquisa, é preciso levar em conta de 
antemão que nem todo problema é passível de tratamento científico. Isto significa que, para realizar 
uma pesquisa é necessário, em primeiro lugar, verificar se o problema cogitado se enquadra na 
categoria de científico. 
Um problema é de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser testadas, 
observadas, manipuladas. 
Um problema de pesquisa pode ser determinado por razões de ordem prática ou de ordem 
intelectual. 
São inúmeras as razões de ordem prática e intelectual que conduzem à formulação de problemas de 
pesquisa. Apenas com o objetivo de ilustrar o universo de possibildades que pode se descortinar em 
relação a este tema, apresenta-se abaixo algumas definições e exemplos de problemas de ordem 
prática e de ordem intelectual. 
 
Problemas de ordem prática 
 
Direcionados para respostas que ajudem a subsidiar ações. 
Exemplo: empresa do ramo de cosméticos deseja saber o perfil de seus consumidores, com vistas a 
lançamento de um novo produto. 
Direcionados para a avaliação de certas ações ou programas. 
Exemplo: efeito de uma determinada campanha de esclarecimento sobre os perigos do cólera. 
 
Direcionados a verificar as consqüências de várias alternativas possíveis. 
Exemplo: professor está interessado em identificar que sistema de aula seria o mais adequado para 
determinada disciplina. 
 
Direcionados à predição de acontecimentos, com vistas a planejar uma ação adequada. 
Exemplo: Petrobrás está interessada em verificar em que medida a construção de uma planta de 
gasolina poderá concorrer para a deterioração ambiental de uma determinada área. 
 
É possível ainda considerar como problemas de interesse prático, embora mais próximos dos 
problemas de interesse intelectual, aqueles referentes a muitas pesquisas que são realizadas no 
âmbito dos cursos universitários de graduação. Esses problemas servem, normalmente, para um 
treinamento do aluno na elaboração de projetos de pesquisa. 
 
Problemas de ordem intelectual 
 
Direcionados para a exploração de um objeto pouco conhecido. 
Exemplo: o Design Social na PUC-Rio 
 
Direcionados para áreas já exploradas, com o objetivo de determinar com maior precisão e apuro as 
condições em que certos fenômenos ocorrem e como podem ser influenciados por outros. 
Exemplo: a violência nos grandes centros urbanos. 
 
Direcionados para a testagem de alguma teoria específica. 
Exemplo: pesquisador, a partir de um grupo de crianças de faixa etária entre 0 a 14 anos, dispõe-se 
a verificar até que ponto a teoria piagetiana sobre os estádios de desenvolvimento infantil pode ser 
ou não comprovada. 
 
Direcionados para descrição de um determinado fenômeno. 
Exemplo: traçar o perfil dos alunos do Departamento de Artes da PUC-Rio. 
 
Como formular um problema de pesquisa 
 
Formular um problema científico não constitui uma tarefa fácil e, por isso, o treinamento 
desempenha um papel fundamental nesse processo. 
Por estar estreitamente vinculado ao processo criativo, a formulação de problemas não se faz 
mediante a observação de procedimentos rígidos e sistemáticos. Contudo, existem algumas 
condições que facilitam essa tarefa, tais como: 
 
Imersão sistemática no objeto; 
Estudo da literatura existente e discussão com pessoas que já tenham experiência prática no 
campo de estudo em questão. 
 
A experiência acumulada dos pesquisadores possibilita ainda o desenvolvimento de 
certas regras práticas para a formulação de problemas científicos. Entretanto, vale ressaltar que, em 
alguns casos, o problema proposto não se adequa a essas regras. Isto não significa, porém, que ele 
deva ser abandonado. Muitas vezes, o melhor será proceder à sua reformulação ou esclarecimento. 
 
O problema deve ser formulado como pergunta 
Esta é a maneira mais fácil e direta de formular um problema e contribui substancialmente 
para delimitarmos o que é o tema da pesquisa e o problema da pesquisa. Tomemos por 
exemplo uma pesquisa sobre a disciplina de Questão Metodológica. Se eu disser que vou 
pesquisar sobre esta disciplina, pouco estarei dizendo (este é, provavelmente o meu tema). 
Mas, se propuser: "que fatores provocam o sono nas aulas de Questão Metodológica?" ou 
"quais as características dos alunos que frequentam a disciplina de Questão Metodológica?", 
estarei efetivamente propondo problemas de pesquisa. 
 
O problema deve ser claro e preciso 
O problema não pode ser solucionado se não for apresentado de maneira clara e precisa. Com 
freqüência, problemas apresentados de forma desestruturada e com erros de formulação 
acarretam em dificuldades para resolvê-los. 
Por exemplo, "como funciona a mente do designer?". Este problema está inadequadamente 
proposto orque não está claro a que se refere. Para solucionar o impasse, deve-se partirpara 
uma das muitas e possíveis reformulações à pergunta inicial: "Que mecanismos psicológicos 
podem ser identificados no processo de projetar, vivido pelo designer?". etc. 
Pode ocorrer também que algumas formulações apresentem termos definidos de forma não 
adequada, o que torna o problema carente de clareza. Seja, por exemplo, "A abelha possui 
inteligência?". A resposta a esta questão depende de como se define inteligência. Muitos 
problemas deste tipo não são passíveis de solução porque empregam termos retirados da 
linguagem cotidiana que, em muitos casos, são ambíguos. 
 
O problema não deve ter base exclusivamente empírica 
Os problemas científicos não devem referir-se a valores, percepções pessoais, mas a fatos 
empíricos.. É bastante complexo investigar certos problemas que já trazem em si uma carga 
muito grande de juízos de valor. Por exemplo, "a mulher deve realizar tarefas tipicamente 
masculinas?" ou "é aceitável o casamento entre homosexuais?". Estes problemas conduzem 
inevitavelmente a julgamentos morais e, conseqüentemente, a considerações subjetivas, 
invalidando os propósitos da investigação científica, que tem a objetividade como uma das 
mais importantes características. 
 
O problema deve ser suscetível de solução 
Um problema pode ser claro, preciso e referir-se a conceitos empíricos mas, se não for 
possível coletar os dados necessários à sua resolução, ele torna-se inviável. Por Exemplo, 
"ligando-se um winchester de um computador à memória de um homem, é possível realizar 
transferência de dados?". Esta pergunta só poderá ser respondida qunado a tecnologia 
neurofisiológica progredir a ponto de possibilitar a obtenção de dados relevantes. 
Para formular adequadamente um problema é preciso ter o domínio da tecnologia adequada à 
sua solução. 
 
O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável 
Em muitas pesquisas, o problema tende a ser formulado em termos muito amplos, requerendo 
algum tipo de delimitação. Por exemplo, "o que pensam os designers?". Para começar, seria 
necessário delimitar o universo dos designers: homens, mulheres; jovens, idosos; de produto, 
gráficos; etc. Seria necessário ainda delimitar o "que pensam", já que isto envolve muitos 
aspectos, tais como: percepção, religião, sociais, econômicos, políticos, psicológicos, 
profissionais etc. 
A delimitação do problema guarda estreita relação com os meios disponíveis para 
investigação. Por exemplo, um pesquisador poderia pesquisar o que pensam os designers 
cariocas sobre a sua profissão, mas não poderia pesquisar todos e tudo que os designers 
pensam sobre todas as coisas. 
 
Definição de Objetivos 
 
A especificação do objetivo de uma pesquisa responde às questões para quê? e para quem? 
Os objetivos de um trabalho englobam as seguintes partes: 
 
Tema 
É o assunto que se deseja pesquisar ou desenvolver. Pode surgir de uma dificuldade prática 
enfrentada pelo pesquisador, de sua curiosidade científica, de desafios encontrados na leitura de 
outros trabalhos ou da própria teoria etc. O tema também pode ter sido "encomendado" por 
instituições, grupos socias etc, o que não lhe tira o caráter científico. 
 
Delimitação do Tema 
Dotado necessariamente de um sujeito e de um objeto, o tema passa por um processo de 
especificação. O processo de delimitação do tema só é dado como concluído qunado se faz a 
limitação geográfica e espacial do mesmo, com vistas à realização da pesquisa. 
 
Objetivo Geral 
Está relacionado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, 
quer dos fenômenos e eventos, quer das idéias estudadas. Vincula-se diretamente à própria 
significação da tese proposta pelo projeto. 
 
Objetivos específicos 
Apresentam caráter mais concreto. Têm função intermediária e instrumental, permitindo, de um 
lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a situações particulares. 
 
Referência Bibliográfica 
 
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: 
 Editora Atlas, 1988. 
 
LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia 
 do Trabalho Científico. São Paulo: Atlas Editora, 1990. 
 
BOMFIM, G. et allii. Fundamentos de uma Metodologia para Desenvolvimento de 
 Produtos. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, Programa de Engenharia de Produção, 1977. 
BONSIEPE, Gui et allii. Metodologia Experimental: Desenho Industrial. Brasília: 
 CNPq/Coordenação Editorial, 1984. 
 
BONSIEPE, Gui. Vivissecação do Desenho Industrial. (tradução de Nicolau A. 
 Guida Neto, Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, Departamento de Produto, s/d). 
 
COUTO, Rita Maria de Souza. O Ensino da Disciplina de Projeto Básico Sob o 
 Enfoque do Design Social. Rio de Janeiro: Departamento de Educação - PUC-Rio, 
 1991. 
 
 
 
Algumas reflexões 
 
 Pesquisadores do comportamento, tanto animal como humano, concordam em interpretar um 
problema ou uma situação problemática como situação de estímulo negativo, de privação, de 
conflito. A este respeito o psicólogo Skinner diz que na verdadeira situação problemática o 
organismo não dispõe imediatamente de um comportamento que diminua a privação ou ofereça 
uma possibilidade de saída para o estímulo negativo. 
 
Dermeval Saviani, educador e filósofo, preocupado com a questão dos significados da palavra 
problema, analisou os seus significados mais frequentes, tais como: questão, obstáculo, mistério, 
dificuldade, dúvida, coisa de difícil explicação, entre outros. Diz o autor que, apesar do desgaste 
determinado pelo uso excessivo do termo, a palavra problema possui um sentido profundamente 
vital e altamente dramático para a existência humana, pois indica uma situação de desarmonia. O 
conceito de problema implica tanto a conscientização de uma situação de necessidade, o aspecto 
subjetivo, como uma situação conscientizadora da necessidade, o aspecto objetivo. 
 
Saviani lembra que o homem, no processo de produção da sua própria existência, enfrenta 
necessidades de cuja satisfação depende a continuidade mesma da existência. Este conceito de 
necessidade é fundamental para se entender o significado primordial da palavra problema. A 
essência do problema é, pois, a necessidade. 
 
Diante do exposto, acredito que uma boa maneira de resolver o problema da palavra "problema" é 
definir adequadamente o seu conceito, como o fez Saviani. É levar o assunto para discussão em sala 
de aula e fazer com que o aluno entenda a verdadeira natureza da situação que se denomina 
"problema" e da importância de superá-la para satisfazer uma necessidade. 
 
É típico de uma situação problemática que o indivíduo deseje um resultado que não sabe ainda 
como conseguir. A verdadeira problematicidade está em não conhecer perfeitamente como deveria 
proceder. 
 
A grande variedade dos tipos de problema pode ser ordenada com o auxílio do critério: bem 
definido ou mal definido. Um problema está bem definido ou estruturado quando as variáveis que o 
compõe estão fechadas. Está mal definido quando as suas variáves estão abertas. Reitman (In 
Bonfim,1977) propôs dividir o problema em três fases: estados iniciais; estados finais e processos 
de transformação dos primeiros nos últimos. A metodologia se refere precisamente a esses 
porcessos de transformação. 
 
Os estados iniciais e finais podem ser mais ou menos definidos, isto é, as possibilidades de escolha 
com respeito às finalidades e aos meios podem ser mais ou menos grandes. Daremos alguns 
exemplos condicionantes (materiais, processos, preços), incluindo uma estimativa de tempo para as 
diversas etapas e dos recursos humanos necessários. 
 
1.6. Operação: SUBDIVIDIR O PROBLEMA EM SUB-PROBLEMA 
Procurar "pacotes" identificáveis de problemas que sejam relativamente independentes entre si. 
Estabelecer uma árvore de funções, isto é, uma divisão visualizada de funções. 
Desmontar um problema nos seus componentes siginifica descobrir os seus sub-problemas. Cada 
sub-problema tem uma solução ótima que pode porém contrastar com outras soluções de outrossub-problemas. 
 
1.7. Operação: HIERARQUIZAR OS SUB-PROBLEMAS 
Procurar funções chaves ou nevrálgicas. Estabelecer uma matriz de interação entre sub-sistemas. 
Analisar a mútua dependência. 
A valorização do "peso" ou matriz de interação serve para estabelecer prioridades no atendimento 
dos requisitos. Quase sempre os requisitos são antagônicos (a otimização de um fator implica a 
subotimização de outro fator). A interação dos fatores pode ser representada em forma de matrizes, 
indicando uma interação positiva, neutra ou negativa. 
 
1.8. Operação: ANALISAR SOLUÇÕES EXISTENTES 
Comparar soluções com respeito às suas vantagens e desvantagens. Estabelecer uma tipologia de 
soluções existentes. avaliá-las segundo uma lista de critérios, como por exemplo: complexidade, 
custos, fabricação, segurança, precisão, factibilidade técnica, confiabilidade etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual de 
Metodologia 
Científica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual de Metodologia da Pesquisa Científica
10 M. M. Gastão
Para uma compreensão adequada dos conceitos básicos em pesquisa, é
necessário tratarmos, primeiramente, mesmo que de uma forma resumida,
os conceitos de ciência e de teoria, para depois abordarmos pesquisa
científica e planejamento da pesquisa.
CIÊNCIA
Etimologicamente, segundo Gil (1999), ciência significa conhecimento.
Contudo, conforme o mesmo autor, considerando a existência do
conhecimento vulgar, do religioso e do filosófico, essa definição é
inadequada.
Qual seria o conceito adequado, então? Recorrendo novamente a Gil,
podemos considerar a ciência como uma forma de conhecimento que
tem por objetivo formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada –
se possível, com auxílio da linguagem matemática – leis que regem os
fenômenos. Embora sejam as mais variadas, tais leis apresentam vários
pontos em comum:
• são capazes de descrever séries de fenômenos;
• são comprováveis por meio da observação e da experimentação;
CONCEITOS BÁSICOS
EM PESQUISA
Conceitos Básicos em Pesquisa
11M. M. Gastão
• são capazes de prever – pelo menos de maneira probabilística -
acontecimentos futuros.
Podemos definir ciência mediante a identificação de suas características
essenciais. Assim, é possível caracterizar ciência como uma forma de
conhecimento objetivo, racional, sistemático, geral, verificável e falível.
(GIL, 1999, p. 20).
Em Lakatos e Marconi (2004), encontramos mais de
dez conceitos de ciência e as autoras (2003)
consideram mais precisa a definição de Trujillo Ferrari,
expressa em seu livro Metodologia da ciência: "A
ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades
racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com
objeto l imitado, capaz de ser submetido à
verificação." (TRUJILLO FERRARI, 1974 apud LAKATOS; MARCONI,
2003, p. 80).
Classificação da Ciência
A complexidade do universo e a quantidade e variedade de fenômenos
agregadas à necessidade do ser humano de compreendê-los para poder
explicá-los, conforme Lakatos e Marconi (2003, p. 81), fizeram surgir
diferentes ramos de estudo e ciências específicas que, por sua vez, em
função do conteúdo (objeto ou tema, enunciados e metodologia utilizada)
e da sua complexidade levaram a uma natural classificação das ciências.
Os autores são muitos, sendo possível, portanto, encontrar várias
classificações para ciência. A seguir, a classificação adotada por Lakatos
e Marconi (2003, p. 81):
É possível caracterizar
ciência como uma forma
de conhecimento
objetivo, racional,
sistemático, geral,
verificável e falível.
Manual de Metodologia da Pesquisa Científica
12 M. M. Gastão
Ciências Formais
Lógica
Matemática
Física
Ciências Naturais Química
Biologia e outras
Antropologia Cultural
Ciências Factuais Direito
Economia
Ciências Sociais
Política
Psicologia Social
No Brasil, não faz muito tempo que as Ciências Militares foram oficialmente
reconhecidas. A portaria 517, do Comandante do Exército, de 26 de
setembro de 2000, em seu artigo 1º, conceitua Ciências Militares como
"o conjunto de conhecimentos relativos à esfera militar, obtidos mediante
a observação, a experiência dos fatos e método próprio".
O artigo 2º destaca as áreas de estudo abrangidas pelas Ciências Militares
como: "Administração; Direito; Doutrina; Educação e Cultura; Estratégia;
História Militar; Instrução Militar; Inteligência; Liderança; Logística;
Mobilização; Operações Militares; Política de Defesa Nacional; Relações
Internacionais; e Tecnologia".
Por fim, a mesma portaria 517, em seu artigo 3º, diz que a finalidade do
estudo das Ciências Militares é "a formulação doutrinária e a preparação
dos planejadores e gestores dos recursos colocados à disposição da Força
Terrestre para cumprimento de sua missão constitucional".
aykon
Comentário do texto
Q6 Conceito de Ciências Militares
Conceitos Básicos em Pesquisa
13M. M. Gastão
Acolhendo o Aviso Ministerial 7427/MD, em que o Senhor Ministro de
Estado da Defesa, Dr. Geraldo Magela da Cruz Quintão, solicita inclusão
das Ciências Militares no rol das ciências estudadas no país, a Câmara
de Educação Superior (CES) do Ministério da Educação, em sessão
realizada em 6 de novembro de 2001, aprova, por unanimidade, o voto
do relator do Conselho Nacional de Educação (CNE), que havia sido emitido
nos seguintes termos:
"A importância das ciências militares desenvolvidas no âmbito das três
Forças Armadas – Marinha, Exército, Aeronáutica – e auxiliares justifica
sua inclusão no rol das ciências estudadas no Brasil, resguardando-se os
aspectos bélicos, exclusivos das Forças Armadas."
(PARECER Nº: CNE/CES 1.295/2001).
De acordo com a classificação de Lakatos e Marconi
(2003), anteriormente apresentada, é lícito
considerar as Ciências Militares como pertencentes
à área das Ciências Sociais.
TEORIA
Em Houaiss (2002), encontramos os seguintes significados para teoria:
[...] conjunto de regras ou leis, mais ou menos
sistematizadas, aplicadas a uma área específica;
conhecimento especulativo, metódico e organizado de
caráter hipotético e sintético; doutrina ou sistema
resultantes dessas regras ou leis; e conhecimento
sistemático, fundamentado em observações empíricas
e/ou postulados racionais, voltado para a formulação de
leis e categorias gerais que permitam a ordenação, a
classificação minuciosa e, eventualmente, a
transformação dos fatos e das realidades da natureza.
A importância das ciências
militares desenvolvidas no
âmbito das três Forças
Armadas – Marinha,
Exército, Aeronáutica – e
auxiliares justifica sua
inclusão no rol das ciências
estudadas no Brasil.
Pensando como Iniciar uma Pesquisa
27L. C. E. de Oliveira
d) Permitir o compartilhamento do conhecimento auferido
Para a escolha do tema, é aconselhável que o pesquisador se questione
se o conhecimento auferido após a conclusão da pesquisa poderá ser
compartilhado com os demais estudiosos do assunto. O conhecimento
que fica em mãos apenas do pesquisador não contribui para o
desenvolvimento da doutrina sobre o assunto. Sob a ótica do
compartilhamento do conhecimento, a pesquisa aplicada é, normalmente,
recomendada, haja vista que seus conteúdos são, na maioria das vezes,
continuação de outros já disponibilizados.
e) Disponibilidade de fontes
Nos primeiros passos direcionados à escolha do tema, o pesquisador
deverá verificar se há fontes de consulta disponíveis e se estas são
eficientes de modo a permitir uma base sólida de fundamentos teóricos
sobre o assunto. De nada adianta o pesquisador se lançar ao
aprofundamento de um tema sobre o qual não estão disponibilizados
estudos realizados por autores renomados e fundamentos doutrinários
comprovados. Se isto acontecer, a pesquisa será classificada como básica
(ou pura), o que não é recomendado para um pesquisador iniciante.
DELIMITANDO O TEMA
Qualquer que seja a escolha do tema para a execução de uma monografia,
o aluno/estudante/pesquisador deve verificar o grau de abrangência do
seu trabalho de conclusão de curso (TCC), sob o risco de perder a
especificidade ede generalizar demais o enfoque considerado. Essa
tendência de escrever sobre diversos assuntos é inerente ao aluno que
inicia sua experiência como pesquisador.
Tome-se como referência o caso de um aluno cursando a EsAO,
interessado em analisar “ofensiva” como tema. É óbvio que essa operação
aykon
Comentário do texto
Q8 Denominação dada ao trabalho - TCC
Manual de Metodologia da Pesquisa Científica
58 E. B. Neves
INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Chegamos ao momento de pensar em como montar o instrumento de
pesquisa. Nesta situação, geralmente há duas opções: a primeira é se
apropriar de um instrumento de pesquisa já utilizado e validado em outro
estudo semelhante, o que é denominado padrão-ouro; a segunda, mais
comum em estudos qualitativos, é a elaboração de um instrumento para
a pesquisa em curso.
Um instrumento de coleta de dados deve ser específico para um
determinado público-alvo e corretamente dimensionado para o tamanho
do estudo. Assim, é necessário levar em conta as seguintes questões:
- Quais são as características dos informantes? Qual o seu nível de
instrução?
- Qual o tamanho da amostra? Quanto mais entrevistados, mais
estruturados e mais curtos costumam ser os questionários – estudos
menores permitem maior flexibilidade.
Definidas estas questões, já com a estrutura direcionada, a preocupação
agora é com a elaboração das perguntas e/ ou do roteiro do instrumento.
A escolha do instrumento de coleta de dados depende dos objetivos que
pretendemos alcançar com a pesquisa e do universo a ser investigado.
Inicialmente, verificamos qual é a técnica mais adequada à coleta de
dados:
• questionários/ formulários;
• ficha de coleta de dados;
• observações;
• entrevista;
• grupo focal.
A escolha do instrumento
de coleta de dados depende
dos objetivos que
pretendemos alcançar com
a pesquisa e do universo a
ser investigado.
aykon
Comentário do texto
Q9 Técnicas de coleta de dados
 
 
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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 
 
 
15 
 
1 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 
 
A palavra metodologia vem do grego: meta que significa ao largo; odos, 
caminho; logos, discurso, estudo. Consiste em estudar e avaliar os vários métodos 
disponíveis e suas utilizações. Corresponde a um conjunto de procedimentos que 
auxiliam na obtenção do conhecimento. 
De acordo com Minayo (1999), entende-se por metodologia o caminho do 
pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade. Neste sentido, a 
metodologia ocupa um lugar central no interior das teorias e está referida a elas. Já 
a pesquisa é entendida como a atividade básica da ciência, buscando questionar e 
construir a realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza 
frente à realidade do mundo. Embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula 
pensamento e ação. Ou seja, nada pode ser intelectualmente um problema, se não 
tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática. As questões da 
investigação estão, portanto, relacionadas a interesses e circunstâncias socialmente 
condicionadas. 
 
1.1 A METODOLOGIA E O ENSINO SUPERIOR 
 
A importância da metodologia reside no fato de ser uma disciplina que possui 
características investigativas, relacionadas com a busca de caminhos necessários à 
obtenção de conhecimentos, auxiliando o aluno no aprendizado da pesquisa e na 
sistematização dos conteúdos. Esta instrumentação é importante para o trabalho 
científico, porque colabora com o crescimento intelectual do postulante e com a 
formação de um compromisso científico frente à realidade empírica, buscando o 
conhecimento da verdade e a formação de um espírito crítico para a análise e para a 
reflexão científica. 
Desenvolver o conhecimento científico é fundamental para a educação 
superior que tem como objetivo ensinar e divulgar procedimentos científicos, levando 
em conta o estímulo ao pensamento produtivo, ao conhecimento sistemático, à 
criatividade e ao desenvolvimento do espírito crítico. A metodologia estrutura-se, 
 
 
26 
 
O conceito, apresentado por Ander-Egg (1978), define ciência como um 
conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente, 
sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma 
natureza. 
Para Trujillo (1974), ciência é uma sistematização de conhecimentos, um 
conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de 
certos fenômenos que se deseja estudar. Um conjunto de atitudes e atividades 
racionais dirigidas ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser 
submetido à verificação. 
Pode-se considerar a ciência como uma forma de conhecimento que tem por 
objetivo formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada (se possível com o 
auxílio da linguagem matemática), leis que regem os fenômenos. 
Neste sentido, o conhecimento deve ser: 
a) objetivo, porque descreve a realidade independente dos caprichos do 
pesquisador; 
b) racional, porque se vale, sobretudo, da razão e não da sensação ou 
impressões, para chegar a seus resultados; 
c) sistemático, porque se preocupa em construir sistemas de idéias 
organizadas racionalmente e em incluir os conhecimentos parciais em totalidades 
cada vez mais amplas; 
d) geral, porque seu interesse se dirige fundamentalmente à elaboração de 
leis e normas gerais, que explicam todos os fenômenos de certo tipo; 
e) verificável, porque sempre possibilita demonstrar a veracidade das 
informações; e 
f) falível, porque ao contrário de outros sistemas de conhecimento elaborados 
pelo homem, reconhece sua própria capacidade de errar. 
Segundo Gil (1999), há conhecimentos que não pertencem à ciência, tais 
como: o conhecimento vulgar, o religioso e, em certa acepção, o filosófico. A 
partir dessas características torna-se possível, em boa parte dos casos, distinguir 
entre o que é ciência e o que não é. 
Segundo Lakatos e Marconi (2000), não existe um consenso na apresentação 
da classificação das ciências; o que é ciência para alguns autores, ainda permanece 
 
 
27 
 
como ramo de estudo para outros, e vice-versa. Mas, baseando-se em Bunge 
(1976), as autoras adotam a seguinte classificação: ciências formais e ciências 
factuais. 
As ciências formais se encarregam do estudo das idéias, dividindo-se em 
lógica e matemática. Por não terem relação com algo encontrado na realidade, não 
podem valer-se dos contatos com essa realidade para convalidar suas fórmulas, 
utilizando a lógica para demonstrar rigorosamente seus teoremas. Os resultados 
alcançados pelas ciências formais demonstram ou provam hipóteses. 
As ciências factuais se encarregam do estudo dos fatos, dividindo-se em 
naturais e sociais. Referem-se a fatos que supostamente ocorrem no mundo e, em 
conseqüência, recorrem às observações e às experimentações para comprovar ou 
refutar suas hipóteses. Os resultados alcançados pelas ciências factuais verificam, 
comprovam ou refutam hipóteses que, em sua maioria, são provisórias. 
A grande diferença entre as ciências formais e factuais é que a 
demonstração (formal) é completa e final, ao passo que a verificação (factual) é 
incompleta e, por esse motivo, ela é temporária. 
Parra Filho (2000), ao referir-se à classificação atual dos vários campos da 
ciência, ressalta que as classificações da ciência devem ser provisórias, devido a 
sua constante evolução. A classificação é importante porque mostra a unidade e, ao 
mesmo tempo, a variedade do conhecimento humano, assinala o domínio próprio de 
cada ciência, patenteia as relações lógicas que as unem entre si e revelam a ordem 
em que as ciências devem ser estudadas. De acordo com este autor, ciência militar 
e defesa estão no campo das ciências sociais. 
 
2.2 MÉTODOS CIENTÍFICOS 
 
Para que um conhecimento possa ser considerado científico, faz-se 
necessário identificar as operações mentais e as técnicas que permitam a sua 
verificação, ou seja, determinar o método que possibilitechegar ao conhecimento. 
Assim, Gil (1999) define método científico como um conjunto de procedimentos 
intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento. 
 
 
28 
 
Lakatos e Marconi (2000) descrevem o desenvolvimento histórico do método, 
relatando que a preocupação em descobrir e explicar a natureza existe desde os 
primórdios da humanidade. 
Nas ciências militares, assim como em outras ciências, o método é 
fundamental para o desenvolvimento de uma pesquisa e sua escolha se dá de 
acordo com a proposta de trabalho do pesquisador. 
A adoção de um ou de outro método depende, portanto: 
a) da natureza do objeto de pesquisa; 
b) dos recursos materiais disponíveis; 
c) do nível de abrangência do estudo; e 
d) sobretudo, do pesquisador. 
Nesse sentido, vários sistemas de classificação podem ser adotados. 
Segundo Gil (1999), que apresenta uma classificação semelhante a outros autores 
como Trujillo, Ferrari (1982) e Lakatos (1992), há dois grandes grupos: os métodos 
de abordagem que proporcionam as bases lógicas da investigação científica; e os 
métodos de procedimentos que esclarecem acerca dos procedimentos técnicos a 
serem empregados. 
 
2.2.1 Os métodos de abordagem 
 
Os métodos de abordagem esclarecem acerca dos procedimentos lógicos 
que deverão ser seguidos no processo de investigação científica dos fatos da 
natureza e da sociedade; são métodos desenvolvidos a partir de elevado grau de 
abstração, que possibilitam ao pesquisador decidir acerca do alcance de sua 
investigação, das regras de explicação dos fatos e da validade de suas 
generalizações. 
Podem ser incluídos neste grupo os métodos: dedutivo, indutivo, 
hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico. Cada um deles vincula-se a 
uma das correntes filosóficas que se propõem a explicar como se processa o 
conhecimento da realidade. O método dedutivo relaciona-se ao racionalismo, o

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