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Nervos cranianos - Tortora - 14a Ed.

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Nervos cranianos 
Anatomia, fisiologia e fisiopatologia 
 
 
 
 
 
 
Referência: Tortora, Gerard J. Princípios de anatomia e 
fisiologia / Gerard J. Tortora, Bryan Derrickson; tradução 
Ana Cavalcanti C. Botelho... [et al.]. – 14. ed. – Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
20.
21.
22.
14.8
•
Quais ondas cerebrais estão relacionadas com o estresse emocional?
CORRELAÇÃO CLÍNICA | Lesões encefálicas
As lesões encefálicas estão geralmente associadas a traumatismos cranianos e em parte são consequências do deslocamento e da distorção do tecido nervoso no
momento do impacto. Pode ocorrer dano adicional aos tecidos quando se restaura o uxo sanguíneo normal após um período de isquemia (redução de uxo
sanguíneo). A elevação súbita do nível de oxigênio produz um grande número de radicais livres (moléculas de oxigênio carregadas com um elétron não pareado).
Células encefálicas em recuperação após um AVE ou uma parada cardíaca também liberam radicais livres. Estas substâncias são danosas, pois alteram a estrutura do
DNA celular e das enzimas e modi cam a permeabilidade da membrana plasmática. Lesões encefálicas também podem ser secundárias a hipoxia (baixo nível de
oxigênio celular).
Vários graus de lesões encefálicas são descritos por termos especí cos. Concussão é uma lesão caracterizada por um quadro súbito, porém temporário, de perda
de consciência (de minutos a horas), distúrbios na visão e alterações no equilíbrio. Ela é causada por um traumatismo direto na cabeça ou quando há uma
desaceleração súbita da cabeça (como acontece em um acidente automobilístico) e é a lesão encefálica mais comum. Na concussão, não existem lesões encefálicas
óbvias. Sinais sugestivos de concussão incluem cefaleia, sonolência, náuseas e/ou vômitos, perda de concentração, confusão ou amnésia pós-traumática.
Contusão encefálica é o tipo de lesão traumática na qual ocorre o extravasamento de sangue de vasos microscópicos. Ela geralmente está associada a
concussões. Em uma contusão, pode haver ruptura da pia-máter, permitindo a entrada de sangue no espaço subaracnóideo. A área mais frequentemente atingida é o
lobo frontal. Geralmente as contusões encefálicas causam perda imediata de consciência (que dura não mais que cinco minutos), perda de re exos, interrupção
transitória da respiração e diminuição da pressão sanguínea. Os sinais vitais normalmente se estabilizam em alguns segundos.
Laceração é um corte no encéfalo, em geral secundário a fraturas cranianas ou a ferimentos por arma de fogo. Em uma laceração, ocorre ruptura de grandes
vasos sanguíneos, o que gera sangramentos no encéfalo e no espaço subaracnóideo. Possíveis consequências desse quadro incluem hematomas encefálicos (coleções
de sangue, geralmente coagulado, que comprimem o tecido encefálico), edema e elevação da pressão intracraniana. Se o hematoma for pequeno, ele pode não
causar maiores danos e eventualmente será reabsorvido. Caso seja grande, pode ser necessária a sua remoção cirúrgica. O edema diminui ainda mais o já limitado
espaço que o encéfalo ocupa na cavidade craniana, além de causar cefaleias muito intensas. O tecido encefálico também pode sofrer necrose (morte celular) devido
ao edema. Se o edema for su cientemente grave, pode provocar a formação de uma hérnia do encéfalo pelo forame magno e levar à morte.
 TESTE RÁPIDO
Compare as funções das áreas sensitivas, motoras e associativas do córtex cerebral.
O que é lateralização hemisférica?
Qual é o valor diagnóstico de um EEG?
Nervos cranianos
 OBJETIVO
Identificar os nervos cranianos pelo seu nome, número e tipo e relatar a função de cada um.
1.
2.
23.
24.
25.
•
Os doze pares de nervos cranianos têm esse nome porque se originam no encéfalo, dentro da cavidade craniana, e passam
através  de  vários  forames  do  crânio.  Assim  como  os  31  pares  de  nervos  espinais,  eles  integram  a  parte  periférica  do
sistema  nervoso  (SNP).  Cada  nervo  craniano  tem  um  número  –  indicado  por  um  numeral  romano  –  e  um  nome.  Os
números  indicam a ordem, de  anterior para  posterior,  na qual os  nervos  se  originam no encéfalo. Os nomes designam a
distribuição ou a função dos nervos.
Três  nervos  cranianos  (I,  II  e  VIII)  contêm  axônios  de  neurônios  sensitivos  e  são,  portanto,  chamados  de  nervos
sensitivos especiais.  Na  cabeça,  eles  são  exclusivos  e  estão  associados  aos  sentidos  especiais  do  olfato,  da  visão  e  da
audição, respectivamente. Os corpos celulares da maioria dos nervos sensitivos estão localizados em gânglios situados fora
do encéfalo.
Cinco  nervos  cranianos  (III,  IV,  VI,  XI  e  XII)  são  classificados  como  nervos motores,  pois  eles  contêm  apenas
axônios de neurônios motores quando deixam o tronco encefálico. Os axônios que  inervam músculos esqueléticos são de
dois tipos:
Axônios  motores  branquiais  inervam  músculos  esqueléticos  que  se  desenvolvem  a  partir  dos  arcos  faríngeos
(branquiais)  (ver  a  Figura 14.28).  Estes  neurônios  deixam  o  encéfalo  por meio  de  nervos  cranianos mistos  e  pelo
nervo acessório.
Axônios  motores  somáticos  inervam  músculos  esqueléticos  que  se  desenvolvem  a  partir  dos  somitos  da  cabeça
(músculos dos olhos e da língua). Estes neurônios saem do encéfalo por meio de cinco nervos cranianos motores (III,
IV, VI, XI e XII). Axônios motores que  inervam músculos  lisos, músculos cardíacos  e glândulas são chamados de
axônios motores autônomos e fazem parte da divisão autônoma do sistema nervoso.
Os quatro nervos cranianos restantes (V, VII, IX e X) são nervos mistos – contêm axônios de neurônios  sensitivos
que entram no encéfalo e de neurônios motores que deixam o encéfalo.
Cada  nervo  craniano  é  detalhado  nas  Expos  14.A  a  14.J.  Embora  os  nervos  cranianos  sejam  mencionados
unitariamente em relação ao tipo, localização e função, lembre­se de que eles são estruturas pareadas.
A Tabela 14.4 apresenta um resumo dos componentes e das principais funções dos nervos cranianos.
CORRELAÇÃO CLÍNICA | Anestesia dentária
O nervo alveolar inferior, ramo do nervo mandibular, supre todos os dentes de uma metade da mandíbula; ele é geralmente anestesiado em procedimentos
dentários. O mesmo procedimento anestesiará o lábio inferior porque o nervo mentual é um ramo do nervo alveolar inferior. Como o nervo lingual passa muito perto
do nervo alveolar inferior próximo ao forame mentual, ele frequentemente é anestesiado ao mesmo tempo. Para anestesiar os dentes superiores, as terminações
nervosas alveolares superiores, que são ramos do nervo maxilar, são bloqueadas por meio da inserção de uma agulha abaixo da túnica mucosa. A solução anestésica é
então lentamente in ltrada nas raízes dos dentes que serão tratados.
 TESTE RÁPIDO
Como os nervos cranianos recebem seus nomes e números?
Qual é a diferença entre um nervo craniano sensitivo especial, motor e misto?
Cite brevemente a função de cada nervo craniano.
EXPO 14.A Nervo olfatório (I) (Figura 14.17)
 OBJETIVO
Identificar onde termina o nervo olfatório (I), os forames por onde passam, e sua função.
O nervo olfatório é totalmente sensitivo; ele contém axônios que conduzem impulsos nervosos relacionados com o olfato
(Figura 14.17). O epitélio olfatório ocupa a parte superior da cavidade nasal, cobrindo a face inferior da lâmina cribriforme
e  se  estendendo  inferiormente  ao  longo  da  concha  nasal  superior.  Os  receptores  olfatórios  do  epitélio  olfatório  são
neurônios bipolares. Cada um apresenta um dendrito sensível a odores que  se projeta de um  lado do corpo celular e um
axônio não mielinizado que se projeta do outro lado. Feixes de axônios de receptores olfatórios passam por cerca de vinte
26.
forames  olfatórios  na  lâmina  cribriforme  do  etmoide,  em  cada  lado  do  nariz.  Estes  cerca  de  quarenta  feixes  de  axônios
formam os nervos olfatórios direito e esquerdo.
Os  nervos  olfatórios  terminam  no  encéfalo  em  massas  pares  de  substância  cinzenta  conhecidascomo  bulbos
olfatórios,  duas  projeções  do  encéfalo  que  repousam  sobre  a  lâmina  cribriforme. Nos  bulbos  olfatórios,  as  terminações
axônicas  fazem sinapse  com os dendritos  e corpos  celulares dos próximos neurônios da via olfatória. Os  axônios destes
neurônios formam os tratos olfatórios, que se estendem posteriormente a partir dos bulbos olfatórios (Figura 14.17). Os
axônios dos tratos olfatórios terminam na área olfatória primária, localizada no lobo temporal.
 TESTE RÁPIDO
Onde está localizado o epitélio olfatório?
Figura 14.17 Nervo olfatório (I).
O epitélio olfatório está localizado na face inferior da lâmina cribriforme e nas conchas nasais superiores.
Onde terminam os axônios dos tratos olfatórios?
CORRELAÇÃO CLÍNICA | Anosmia
A perda do sentido do olfato, chamada anosmia, pode ser causada por infecções da túnica mucosa do nariz, lesões nas quais ocorre fratura da lâmina cribriforme do
etmoide, lesões na via olfatória ou no encéfalo, meningite, tabagismo ou uso de cocaína.
•
27.
EXPO 14.B Nervo óptico (II) (Figura 14.18)
 OBJETIVO
Identificar o destino do nervo óptico (II) no encéfalo, o forame por onde passa para sair do crânio, e sua função.
O nervo óptico (II)  é  totalmente  sensitivo:  ele contém axônios que  conduzem os  impulsos nervosos  relacionados com a
visão  (Figura  14.18).  Na  retina,  os  bastonetes  e  os  cones  iniciam  os  sinais  visuais,  transmitindo­os  para  as  células
bipolares, que enviam estes sinais para células ganglionares. Os axônios de todas as células ganglionares da retina de cada
olho se unem para formar o nervo óptico, que passa pelo forame óptico. Cerca de 10 mm atrás do bulbo do olho, os dois
nervos ópticos se cruzam e formam o quiasma óptico. No quiasma, os axônios da metade medial de cada olho cruzam para
o  lado  oposto;  os  axônios  da  metade  lateral  permanecem  no  mesmo  lado.  Posteriormente  ao  quiasma,  estes  axônios
reagrupados formam os tratos ópticos. A maioria dos axônios dos tratos ópticos  termina no núcleo geniculado  lateral do
tálamo. Lá eles fazem sinapse com neurônios cujos axônios se estendem até a área visual primária no lobo occipital (área
17 na Figura 14.15). Uns poucos axônios passam pelo núcleo geniculado lateral e se projetam para os colículos superiores
do mesencéfalo e para núcleos motores do tronco encefálico, onde fazem sinapse com neurônios motores que controlam os
músculos extrínsecos e intrínsecos do bulbo do olho.
 TESTE RÁPIDO
Descreva a sequência de células nervosas que processam os impulsos visuais na retina.
Figura 14.18 Nervo óptico (II).
Na sequência, os sinais visuais são transmitidos dos bastonetes e cones para células bipolares, e então para
células ganglionares.
Onde termina a maioria dos axônios dos tratos ópticos?
CORRELAÇÃO CLÍNICA | Anopsia (anopia)
Fraturas da órbita, lesões ao longo da via visual, doenças do sistema nervoso (como a esclerose múltipla), tumores hipo sários, ou aneurismas cerebrais (dilatação
dos vasos sanguíneos devido ao enfraquecimento de suas paredes) podem causar defeitos nos campos visuais e perda de acuidade visual. A cegueira secundária a um
defeito em um ou ambos os olhos é chamada de anopsia.
•
EXPO 14.C
Nervos oculomotor (III), troclear (IV) e abducente (VI)
(Figura 14.19
 OBJETIVO
Identificar a origem dos nervos oculomotor (III), troclear (IV) e abducente (VI), no encéfalo, os forames pelos quais
saem do crânio, e suas funções.
Os nervos oculomotor, troclear e abducente são nervos cranianos que controlam os músculos responsáveis pelo movimento
dos  bulbos  dos  olhos.  Todos  são  nervos  motores  e,  quando  saem  do  encéfalo,  contêm  apenas  axônios.  Os  axônios
sensitivos  dos  músculos  extrínsecos  do  bulbo  do  olho  começam  seu  curso  em  direção  ao  encéfalo  em  cada  um  destes
nervos, mas eles acabam se unindo ao ramo oftálmico do nervo trigêmeo. Os axônios sensitivos não chegam ao encéfalo
pelos  nervos  oculomotor,  troclear  ou  abducente.  Os  corpos  celulares  dos  neurônios  sensitivos  unipolares  se  situam  no
núcleo  mesencefálico  e  entram  no  encéfalo  pelo  nervo  trigêmeo.  Estes  axônios  transmitem  impulsos  nervosos  dos
músculos extrínsecos do bulbo do olho relacionados com a propriocepção – a percepção dos movimentos e da posição do
corpo independente da visão.
O nervo oculomotor (III)  tem  seu núcleo motor  localizado na parte anterior do mesencéfalo. Este nervo  se projeta
anteriormente e se divide em ramos superior e inferior, ambos os quais passam pela fissura orbital superior em direção à
órbita (Figura 14.19A). Os axônios do ramo superior inervam os músculos reto superior (músculo extrínseco do bulbo do
olho)  e  o  levantador  da  pálpebra  superior. Os  axônios  do  ramo  inferior  suprem os músculos  reto medial,  reto  inferior  e
oblíquo  inferior  –  todos  músculos  extrínsecos  do  bulbo  do  olho.  Estes  neurônios  motores  somáticos  controlam  os
movimentos do bulbo do olho e da pálpebra superior.
O  ramo  inferior  do  nervo  oculomotor  também  supre  axônios motores  parassimpáticos  dos músculos  intrínsecos  do
bulbo  do  olho,  formados  por  músculos  lisos.  Dentre  eles  estão  os  músculos  ciliares  do  bulbo  do  olho  os  músculos
circulares  (músculo  esfíncter  da  pupila)  da  íris.  Os  impulsos  parassimpáticos  se  propagam de  um  núcleo mesencefálico
(núcleo oculomotor acessório) para o gânglio ciliar, um centro de transmissão sináptica para os dois neurônios motores da
parte  parassimpática  da  divisão  autônoma  do  sistema  nervoso.  A  partir  do  gânglio  ciliar,  alguns  axônios  motores
parassimpáticos  se  projetam para o músculo  ciliar,  responsável pelo  ajuste da  lente para  a visão de objetos  próximos do
observador (acomodação). Outros axônios motores parassimpáticos estimulam os músculos circulares da íris a se contrair
quando uma luz intensa estimula o olho, causando diminuição do tamanho da pupila (constrição).
Figura 14.19 Nervos oculomotor (III), troclear (IV) e abducente (VI).
O nervo oculomor (III) é o que inerva a maior parte dos músculos extrínsecos do olho.
28.
Que ramo do nervo oculomotor (III) inerva o músculo reto superior? Qual é o menor nervo craniano?
O nervo  troclear  (IV)  é  o  menor  dos  doze  nervos  cranianos  e  o  único  que  emerge  da  face  posterior  do  tronco
encefálico. Os neurônios motores somáticos se originam de um núcleo mesencefálico (núcleo troclear), e os axônios deste
núcleo cruzam para o lado oposto quando deixam o encéfalo por sua face posterior. A seguir, o nervo circunda a ponte e sai
pela  fissura  orbital  superior  em direção  à órbita. Estes  axônios motores  somáticos  inervam o músculo  oblíquo  superior,
outro músculo extrínseco do bulbo do olho que controla sua movimentação (Figura 14.19B).
Neurônios  do  nervo  abducente  (VI)  se  originam  em  um  núcleo  pontino  (núcleo  abducente).  Os  axônios  motores
somáticos  se  projetam  deste  núcleo  em  direção  ao músculo  reto  lateral,  um músculo  extrínseco  do  bulbo  do  olho,  pela
fissura orbital  superior  (Figura 14.19C). O  nervo  abducente  tem  esse  nome  porque  é  responsável  pela  abdução  (rotação
lateral) do bulbo do olho.
 TESTE RÁPIDO
Qual é a relação funcional entre os nervos oculomotor (III), troclear (IV) e abducente (VI)?
CORRELAÇÃO CLÍNICA | Estrabismo, ptose e diplopia
Lesões do nervo oculomotor (III) causam estrabismo (condição na qual os olhos não conseguem se xar no mesmo objeto, pois um dos olhos pode estar voltado
medial ou lateralmente), ptose (queda) da pálpebra superior, dilatação da pupila, movimentação do bulbo do olho para baixo e para longe do lado afetado, perda da
acomodação para a visão em curta distância, e diplopia (visão dupla).
Lesões do nervo troclear (IV) também podem gerar estrabismo e diplopia.
Em lesões do nervo abducente (VI), o bulbo do olho afetado não consegue se mover lateralmente além da linha média e se mantém deslocado medialmente.
Isto tambémcausa estrabismo e diplopia.
Entre as causas de lesões dos nervos oculomotor, troclear e abducente estão traumas cranioencefálicos, compressão por aneurismas e lesões da ssura orbital
superior. Indivíduos com lesões nestes nervos são obrigados a inclinar a cabeça em várias direções para manter o bulbo do olho afetado no plano frontal adequado.
EXPO 14.D Nervo trigêmeo (V) (Figura 14.20)
•
29.
 OBJETIVO
Identificar a origem do nervo  trigêmeo  (V), descrever os  forames pelos quais saem do crânio cada um dos seus
três principais ramos, e explicar a função de cada ramo.
O nervo trigêmeo (V) é um nervo craniano misto e o maior dos nervos cranianos. Ele emerge a partir de duas raízes na
face  anterolateral  da  ponte.  A  grande  raiz  sensitiva  apresenta  uma  protuberância  conhecida  como  gânglio  trigeminal
(semilunar), localizado em uma fossa na face interna da parte petrosa do temporal. O gânglio contém corpos celulares da
maior parte dos neurônios sensitivos primários. Os neurônios da raiz motora, menor, se originam em um núcleo pontino.
Como  indica  seu  nome,  o  nervo  trigêmeo  apresenta  três  ramos:  oftálmico, maxilar  e mandibular  (Figura 14.20).  O
nervo oftálmico,  o menor  dos  ramos,  passa  pela  órbita  na  fissura  orbital  superior. O nervo maxilar  tem  um  tamanho
intermediário entre os  ramos oftálmico e mandibular e passa pelo forame  redondo. O nervo mandibular, o maior ramo,
passa pelo forame oval.
Os  axônios  sensitivos  do  nervo  trigêmeo  transmitem  impulsos  nervosos  de  tato,  dor  e  sensações  térmicas  (calor  e
frio). O  nervo  oftálmico  contém  axônios  sensitivos  da  pele  da  pálpebra  superior,  da  córnea,  das  glândulas  lacrimais,  da
parte  superior  da  cavidade  nasal,  da  parte  lateral  do  nariz,  da  fronte  e  da metade  anterior  do  escalpo.  O  nervo maxilar
contém  axônios  sensitivos  da  túnica  mucosa  do  nariz,  do  palato,  de  parte  da  faringe,  dos  dentes  superiores,  do  lábio
superior e da pálpebra inferior. O nervo mandibular contém axônios dos dois terços anteriores da língua (não relacionados
com a gustação), da bochecha e sua túnica mucosa, dos dentes inferiores, da pele sobre a mandíbula e anterior à orelha e da
túnica mucosa do assoalho da boca. Os axônios sensitivos dos três ramos entram no gânglio trigeminal, onde seus corpos
celulares  estão  localizados,  e  terminam  em  núcleos  pontinos.  O  nervo  trigêmeo  também  recebe  axônios  sensitivos  de
proprioceptores  (receptores  que  fornecem  informações  sobre  a  posição  e  os  movimentos  do  corpo)  localizados  nos
músculos da mastigação e extrínsecos do bulbo do olho; no entanto, os corpos celulares destes neurônios estão localizados
no núcleo mesencefálico.
Os  neurônios  motores  branquiais  do  nervo  trigêmeo  fazem  parte  do  nervo  mandibular  e  suprem  músculos  da
mastigação (masseter, temporal, pterigoide medial, pterigoide lateral, o ventre anterior do músculo digástrico e o músculo
milo­hióideo, bem como os músculos  tensor do véu palatino no palato mole e  tensor do tímpano na orelha média). Estes
neurônios motores controlam princiapalmente os movimentos mastigatórios.
 TESTE RÁPIDO
Quais são os três ramos do nervo trigêmeo (V) e qual destes ramos é o maior?
Figura 14.20 Nervo trigêmeo (V).
Os três ramos do nervo trigêmeo deixam o crânio pela fissura orbital superior, pelo forame redondo e pelo forame
oval.
Qual é o tamanho do nervo trigêmeo em relação aos demais nervos cranianos?
CORRELAÇÃO CLÍNICA | Neuralgia do trigêmeo
A neuralgia (dor) transmitida por um ou mais ramos do nervo trigêmeo (V), causada por in amações ou lesões, é chamada de neuralgia do trigêmeo (tic
douloureux). A dor é lancinante, dura entre alguns segundos e um minuto, e é causada por qualquer coisa que pressione o nervo trigêmeo ou seus ramos. Ela ocorre
quase exclusivamente em pessoas acima dos 60 anos de idade e pode ser o primeiro sinal de uma doença que provoque lesão dos nervos, como o diabetes, a
esclerose múltipla ou a de ciência de vitamina B12. Lesões do nervo mandibular podem causar a paralisia dos músculos da mastigação e a perda das sensibilidades
tátil, térmica, dolorosa e proprioceptiva da parte inferior da face.
•
30.
EXPO 14.E Nervo facial (VII) (Figura 14.21)
 OBJETIVO
Identificar as origens do nervo facial (VII), o forame pelo qual ele sai do crânio, e sua função.
O nervo facial (VII) é um nervo craniano misto. Seus axônios sensitivos se projetam a partir dos calículos gustatórios dos
dois  terços  anteriores  da  língua,  entrando  no  temporal  para  se  unir  ao  nervo  facial.  Deste  ponto,  os  axônios  sensitivos
passam pelo gânglio geniculado, grupo de corpos celulares de neurônios sensitivos do nervo facial dentro do temporal, e
terminam na ponte. A partir da ponte, os axônios de estendem até o tálamo, e dali para áreas gustativas do córtex cerebral
(Figura  14.21).  A  parte  sensitiva  do  nervo  facial  também  apresenta  axônios  da  pele  do  meato  acústico  externo  que
transmitem sensações táteis, álgicas e  térmicas. Além disso, propriceptores de músculos da face e do escalpo transmitem
informações, por meio de seus corpos celulares, para o núcleo mesencefálico.
Os axônios dos neurônios motores branquiais se originam de um núcleo pontino e saem pelo forame estilomastóideo
para  inervar músculos da orelha média, da  face, do escalpo e do pescoço.  Impulsos nervosos que se propagam por estes
axônios  causam  a  contração  dos  músculos  da  mímica  facial,  bem  como  do  músculo  estilo­hióideo,  ventre  posterior  do
músculo digástrico e músculo estapédio. O nervo facial inerva mais músculos do que qualquer outro nervo do corpo.
Axônios  de  neurônios  motores  percorrem  ramos  do  nervo  facial  e  se  terminam  em  dois  gânglios:  o  gânglio
pterigopalatino e o gânglio submandibular. Por meio de transmissões sinápticas nos dois gânglios, os axônios motores
parassimpáticos  se  projetam  para  as  glândulas  lacrimais  (que  secretam  as  lágrimas),  as  glândulas  nasais,  as  glândulas
palatinas, as glândulas sublinguais e as glândulas submandibulares (estas duas últimas produtoras de saliva).
 TESTE RÁPIDO
Por que o nervo facial (VII) é considerado o principal nervo motor da cabeça?
Figura 14.21 Nervo facial (VII).
O nervo facial (VII) é responsável pela contração dos músculos da mímica facial.
Onde se originam os axônios motores do nervo facial?
CORRELAÇÃO CLÍNICA | Paralisia de Bell
Lesões do nervo facial (VII) por doenças como infecções virais (herpes-zóster) ou bacterianas (doença de Lyme) causam a paralisia de Bell (paralisia dos músculos
faciais), bem como perda de gustação, diminuição da salivação e perda da capacidade de fechar os olhos, mesmo durante o sono. Este nervo também pode ser lesado
por traumatismo, tumores e AVE.
•
31.
EXPO 14.F Nervo vestibulococlear (VIII) (Figura 14.22)
 OBJETIVO
Identificar a  origem do nervo vestibulococlear  (VIII),  o  forame pelo qual  ele sai do  crânio,  e  as  funções de cada
ramo.
O nervo vestibulococlear (VIII) era antigamente conhecido como nervo acústico ou auditivo. Ele é um nervo sensitivo e
tem  dois  ramos,  o  vestibular  e  o  coclear  (Figura  14.22).  O  ramo  vestibular  transmite  impulsos  relacionados  com  o
equilíbrio e o ramo coclear, com a audição.
Na orelha interna, os axônios sensitivos do ramo vestibular se projetam a partir dos canais semicirculares, do sáculo e
do  utrículo  para  os  gânglios  vestibulares,  onde  os  corpos  celulares  destes  neurônios  estão  localizados  (ver  a  Figura
17.21B),  e  se  terminam  nos  núcleos  vestibulares  da  ponte  e  do  cerebelo. Alguns  axônios  sensitivos  também  entram  no
cerebelo via pedúnculo cerebelar inferior.
Os axônios sensitivos do ramo coclear se originam no órgão espiral (órgão de Corti), localizado na cóclea. Os corpos
celulares  destes  neurônios  se  situam  no  gânglio  espiral  da  cóclea  (ver  a  Figura  17.21B).  A  partir  daí,  os  axôniosse
projetam até núcleos bulbares e terminam no tálamo.
O nervo vestibulococlear contém algumas fibras motoras. No entanto, em vez de  inervarem tecidos musculares,  elas
modulam as células ciliadas da orelha interna.
 TESTE RÁPIDO
Quais são as funções de cada um dos dois ramos do nervo vestibulococlear (VIII)?
Figura 14.22 Nervo vestibulococlear (VIII).
O ramo vestibular do nervo vestibulococlear (VIII) transmite impulsos relacionados com o equilíbrio, enquanto o
ramo coclear envia impulsos responsáveis pela audição.
Que estruturas são encontradas nos gânglios vestibular e espiral da cóclea?
•
32.
CORRELAÇÃO CLÍNICA | Vertigem, ataxia, nistagmo e zumbido
Lesões do ramo vestibular do nervo vestibulococlear (VIII) podem causar vertigem (sensação subjetiva de que o próprio corpo ou o ambiente estão rodando), ataxia
(descoordenação muscular) e nistagmo (movimentos involuntários rápidos do bulbo do olho). Lesões do ramo coclear podem causar zumbido ou surdez. Tais lesões
podem ser secundárias a condições como traumatismo, tumores ou infecções da orelha interna.
EXPO 14.G Nervo glossofaríngeo (IX) (Figura 14.23)
 OBJETIVO
Identificar a origem do nervo glossofaríngeo (IX), o forame pelo qual deixa o crânio, e sua função.
O nervo glossofaríngeo (IX) é um nervo craniano misto (Figura 14.23). Os axônios sensitivos deste nervo se originam (1)
dos  calículos  gustatórios  do  terço  posterior  da  língua;  (2)  de  proprioceptores  de  alguns músculos  de  deglutição  que  são
inervados  pela  parte  motora;  (3)  de  barorreceptores  (receptores  de  pressão)  do  seio  carótico  que  monitoram  a  pressão
sanguínea; (4) de quimiorreceptores (receptores que monitoram os níveis sanguíneos de oxigênio e de gás carbônico) nos
glomos caróticos, situados próximo das artérias carótidas (ver a Figura 23.26), e nos glomos paraórticos, localizados perto
do arco da aorta  (ver a Figura 23.26); e  (5) da orelha externa para  transmitir  impulsos  táteis, álgicos e  térmicos  (calor e
frio). Os corpos celulares destes neurônios sensitivos estão localizados nos gânglios superior e  inferior. A partir destes
gânglios, os axônios sensitivos passam pelo forame jugular e terminam no bulbo.
Os axônios dos neurônios motores do nervo glossofaríngeo partem de núcleos bulbares e saem do crânio pelo forame
jugular. Os  neurônios motores branquiais  inervam o músculo  estilofaríngeo,  que  auxilia  na  deglutição,  e  os  axônios  dos
neurônios  motores  parassimpáticos  estimulam  a  secreção  de  saliva  pela  glândula  parótida.  Os  corpos  celulares  pós­
ganglionares dos neurônios motores parassimpáticos situam­se no gânglio ótico.
 TESTE RÁPIDO
Quais outros nervos cranianos inervam a língua?
Figura 14.23 Nervo glossofaríngeo.
Os axônios sensitivos do nervo glossofaríngeo suprem os calículos gustatórios.
Por qual forame o nervo glossofaríngeo (IX) sai do crânio?
CORRELAÇÃO CLÍNICA | Disfagia, aptialia e ageusia
Lesões do nervo glossofaríngeo causam disfagia, ou di culdade para engolir; aptialia, ou diminuição da secreção de saliva; perda de sensibilidade na
garganta/faringe; e ageusia, ou perda do paladar. Tais lesões podem ser secundárias a traumas ou tumores.
O re exo faríngeo (do engasgo) é uma contração rápida e intensa dos músculos faríngeos. Com exceção da deglutição normal, este re exo serve para
prevenir engasgos ao não permitir a entrada de objetos indesejados na faringe. Ele é disparado pelo contato de um objeto com o palato, com a parte posterior da
língua, com a área ao redor das tonsilas, e com a parte posterior da faringe. A estimulação de receptores nestas áreas gera informações sensitivas que são enviadas ao
encéfalo pelos nervos glossofaríngeo (IX) e vago (X). As informações motoras que voltam por estes mesmos nervos causam a contração dos músculos faríngeos.
Pessoas que apresentem um re exo faríngeo hiperativo têm di culdade em engolir comprimidos e são muito sensíveis a vários procedimentos médicos e dentários.
EXPO 14.H Nervo vago (X) (Figura 14.24)
 OBJETIVO
•
33.
Identificar a origem do nervo vago (X), o forame pelo qual sai do crânio, e sua função.
O nervo vago (X) é um nervo craniano misto que passa pela cabeça e pelo pescoço até o tórax e o abdome (Figura 14.24).
Ele tem este nome devido a sua ampla distribuição no corpo. No pescoço, ele é medial e posterior à veia jugular interna e à
artéria carótida comum.
Os axônios sensitivos do nervo vago se originam da pele da orelha externa para enviar informações sensitivas táteis,
álgicas e térmicas; de alguns receptores gustativos na epiglote e na faringe; e de proprioceptores em músculos do pescoço e
da  faringe.  Além  disso,  este  nervo  apresenta  axônios  sensitivos  derivados  de  barorreceptores  no  seio  carótico  e  de
quimiorreceptores nos glomos paraórticos. A maior parte dos neurônios sensitivos se origina de receptores da maioria dos
órgãos  situados nas cavidades  torácica e abdominal,  transmitindo  sensações  (como fome, plenitude  e desconforto) destes
órgãos. Os corpos celulares destes neurônios sensitivos estão  localizados nos gânglios superior e  inferior;  seus axônios
então passam pelo forame jugular e terminam no bulbo e na ponte.
Os  neurônios motores  branquiais,  que  percorrem  uma  curta  distância  junto  com  o  nervo  acessório,  se  originam  de
núcleos  bulbares  e  suprem  músculos  da  faringe,  da  laringe  e  do  palato  mole  que  são  utilizados  na  deglutição,  na
vocalização  e  na  tosse.  Historicamente  estes  neurônios  motores  foram  chamados  de  nervo  acessório  craniano,  mas,  na
verdade, estas fibras pertencem ao nervo vago (X).
Os  axônios  de  neurônios  motores  parassimpáticos  do  nervo  vago  se  originam  de  núcleos  bulbares  e  inervam  os
pulmões,  o  coração,  glândulas  do  trato  gastrintestinal  (TGI)  e  músculos  lisos  das  vias  respiratórias,  do  esôfago,  do
estômago,  da  vesícula  biliar,  do  intestino  delgado  e  de  boa  parte  do  intestino  grosso  (ver  a  Figura  15.3).  Os  axônios
motores parassimpáticos estimulam a  contração dos músculos  lisos do TGI, para auxiliar na motilidade deste  trato,  e na
secreção das glândulas digestórias; ativam músculos  lisos das vias  respiratórias para diminuir  seu calibre; e diminuem a
frequência cardíaca.
 TESTE RÁPIDO
Qual é a origem do nome do nervo vago?
Figura 14.24 Nervo vago (X).
O nervo vago (X) tem uma ampla distribuição – está presente na cabeça, no pescoço, no tórax e no abdome.
Qual é a localização do nervo vago (X) na região cervical?
CORRELAÇÃO CLÍNICA | Neuropatia vagal, disfagia e taquicardia
Lesões do nervo vago (X), secundárias a doenças como traumas ou tumores, causam neuropatia vagal, ou interrupção no envio das sensações de vários órgãos das
cavidades torácica e abdominal; disfagia, ou di culdade em engolir; e taquicardia, ou aumento da frequência cardíaca.
•
34.
EXPO 14.I Nervo acessório (XI) (Figura 14.25)
 OBJETIVO
Identificar a origem do nervo acessório  (XI) na medula espinal, os  forames pelos quais ele entre e depois sai do
crânio, e sua função.
O nervo acessório (XI) é um nervo craniano branquial (Figura 14.25). Historicamente ele foi dividido em duas partes: um
nervo acessório craniano e um nervo acessório medular. Atualmente classifica­se o nervo acessório craniano como parte do
nervo vago (X) (ver a Expo 14.H). O “antigo” nervo acessório medular é o que discutiremos nesta Expo. Seus neurônios
motores  se  originam  dos  cornos  anteriores  dos  primeiros  cinco  segmentos  da  parte  cervical  da  medula  espinal.  Seus
axônios  deixam  a  medula  espinal  lateralmente,  unindo­se  mais  adiante;  sobem  pelo  forame  magno,  e  então  saem  pelo
forame  jugular  junto  com  os  nervos  vago  e  glossofaríngeo.  O  nervo  acessório  transmite  impulsos  motores  para  os
músculos esternocleidomastóideo e trapézio com o objetivo de coordenar os movimentos da cabeça. Os axônios sensitivos
deste nervo, derivados de proprioceptores dos músculos esternocleidomastóideoe trapézio, começam seu curso em direção
ao encéfalo no nervo acessório; entretanto, eles acabam deixando este nervo para se  juntar a nervos do plexo cervical. A
partir do plexo cervical, estes axônios entram na medula espinal por meio das raízes posteriores dos nervos cervicais; seus
corpos celulares estão localizados nos gânglios sensitivos destes nervos. Na medula espinal, os axônios então ascendem em
direção a núcleos bulbares.
 TESTE RÁPIDO
Onde se originam os axônios motores do nervo acessório (XI)?
Figura 14.25 Nervo acessório.
O nervo acessório deixa o crânio pelo forame jugular.
•
Como o nervo acessório (XI) se distingue dos demais nervos cranianos?
CORRELAÇÃO CLÍNICA |
Paralisia dos músculos
esternocleidomastóideo e trapézio
Se o nervo acessório é lesado por doenças como traumatismos, tumores ou AVE ocorre a paralisia dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio. Nesta
condição, o indivíduo não consegue elevar os ombros e tem di culdade em realizar a rotação da cabeça.
EXPO 14.J Nervo hipoglosso (XII) (Figura 14.26)
 OBJETIVO
Identificar a origem do nervo hipoglosso (XII), o forame pelo qual deixa o crânio, e sua função.
O nervo hipoglosso (XII) é um nervo craniano motor. Seus axônios motores somáticos se originam de um núcleo bulbar
35.
(núcleo do nervo hipoglosso),  saem do bulbo pela sua face anterior, e passam pelo canal do nervo hipoglosso para então
inervar  os músculos  da  língua  (Figura 14.26).  Estes  axônios  conduzem  impulsos  nervosos  relacionados  com  a  fala  e  a
deglutição. Os axônios sensitivos não voltam para o encéfalo pelo nervo hipoglosso. Em vez disso, os axônios sensitivos
que  se originam de proprioceptores de músculos da  língua, embora comecem seu curso  em direção ao encéfalo no nervo
hipoglosso, deixam o nervo para  se  juntar  a nervos espinais cervicais e  terminam no bulbo, entrando na parte central do
sistema nervoso pelas raízes posteriores dos nervos espinais cervicais.
 TESTE RÁPIDO
Em que parte do encéfalo está situada o núcleo do nervo hipoglosso?
Figura 14.26 Nervo hipoglosso (XII).
O nervo hipoglosso (XII) sai do crânio pelo canal do nervo hipoglosso.
Quais são as importantes funções motoras relacionadas com o nervo hipoglosso (XII)?
CORRELAÇÃO CLÍNICA | Disartria e disfagia
Lesões do nervo hipoglosso (XII) podem causar di culdades na mastigação; disartria (di culdade para falar); e disfagia. A protrusão da língua provoca seu
deslocamento para o lado lesado, que se torna atro ado. Entre as causas de lesão do nervo hipoglosso estão traumas, tumores, AVE, esclerose lateral amiotró ca
(ELA, também conhecida nos EUA como doença de Lou Gehrig) ou infecções do tronco encefálico.
TABELA 14.4 Resumo dos nervos cranianos.
NERVO CRANIANO COMPONENTES PRINCIPAIS FUNÇÕES
Olfatório (i) Sensitivo especial Olfação.
Óptico (II) Sensitivo especial Visão.
Oculomotor (III) Motor  
  Somático Movimentação dos bulbos dos olhos e da pálpebra superior.
  Motor (autônomo) Ajuste da lente para visão a curtas distâncias (acomodação). 
Constrição da pupila.
Troclear (IV) Motor  
  Somático Movimentação dos bulbos dos olhos
Trigêmeo (V) Misto  
  Sensitivo
Motor (branquial)
Sensações táteis, álgicas e térmicas do escalpo, face e cavidade oral (incluindo
dentes e dois terços anteriores da língua).
Mastigação e controle da musculatura da orelha média.
Abducente (VI) Motor  
  Somático Movimentação dos bulbos dos olhos.
Facial (VII) Misto  
  Sensitivo Gustação nos dois terços anteriores da língua. 
Sensações táteis, álgicas e térmicas da pele do meato acústico externo.
  Motor (branquial) Controle dos músculos da mímica facial e da musculatura da orelha média.
  Motor (autônomo) Secreção de lágrimas e saliva.
14.9
•
Vestibulococlear (VIII) Sensitivo especial Audição e equilíbrio.
Glossofaríngeo (IX) Misto  
  Sensitivo Gustação no terço posterior da língua. 
Propriocepção de alguns músculos mastigatórios. 
Monitoramento da pressão sanguínea e dos níveis de oxigênio e gás carbônico
no sangue.
  Motor (branquial) Sensações táteis, álgicas e térmicas da pele da orelha externa e da faringe
superior.
  Motor (autônomo) Auxilia na deglutição. 
Secreção de saliva.
Vago (X) Misto  
  Sensitivo Gustação na epiglote. 
Propriocepção dos músculos da faringe e da laringe. 
Monitoramento da pressão sanguínea e dos níveis de oxigênio e gás carbônico
no sangue. 
Sensações táteis, álgicas e térmicas da pele da orelha externa.
  Motor (branquial) Sensibilidade de órgãos torácicos e abdominais.
  Motor (autônomo) Deglutição, vocalização e tosse. 
Motilidade e secreção de órgãos do sistema digestório. 
Constrição das vias respiratórias. 
Diminuição da frequência cardíaca.
Acessório (XI) Motor  
  Somático Movimentação da cabeça e do cíngulo do membro superior.
Hipoglosso (XII) Motor  
  Somático Fala, tratamento do alimento, e deglutição.
Desenvolvimento do sistema nervoso
 OBJETIVO
Descrever como ocorre o desenvolvimento das várias partes do encéfalo.
O desenvolvimento do sistema nervoso começa na terceira semana de gestação a partir de um espessamento do ectoderma
conhecido como placa neural (Figura 14.27). A placa se dobra para dentro e forma um sulco longitudinal, o sulco neural.
As  margens  elevadas  da  placa  neural  são  chamadas  de  pregas  neurais.  À  medida  que  o  desenvolvimento  progride,  as
pregas neurais ficam mais altas e se encontram para formar um tubo – o tubo neural.
Três camadas de células se diferenciam a partir da parede que envolve o tubo neural. As células da camada marginal
ou  externa  formam  a  substância branca  do  sistema  nervoso.  As  células  da  camada do manto  ou  média  dão  origem  à
substância cinzenta. As células da camada ependimária  ou  interna  formam o  revestimento  do  canal  central  da medula
espinal e os ventrículos encefálicos.

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