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Crimes de Lavagem de Capital
(Lei 9.613/98, Lei 12.683/12)
O crime de lavagem de capitais, embora possua raízes em condutas praticadas há muito tempo, somente ganhou relevância com o recrudescimento do tráfico internacional de drogas que gerou um aumento significativo nas práticas de ocultação de bens e capitais oriundos deste. 
Em âmbito mundial, o primeiro instrumento normativo que continha um mandato de criminalização para conduta assemelhada à lavagem de dinheiro foi a “Convenção de Viena”, em 1988, responsável pela criação da Lei 9.613/98 e consequente tipificação da conduta. 
Lavagem de capitais é a conduta praticada com o fim de dar aparência de legalidade a bens, direitos ou valores oriundos de uma infração penal. 
Em 2012, a Lei 12.683 realizou significativas mudanças na lei anterior ( Lei 9.613/98) que não estava atendendo às expectativas.
 
Assim nos temos no artigo 1º desta nova lei a seguinte redação:
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Pena: reclusão de três a dez anos e multa.
A Lavagem de capitais é delito acessório que depende da existência de outro anterior. É inovação em relação à lei 9613/98 que apresentava rol taxativo de delitos antecedentes.
Condutas: “Ocultar” significa esconder a coisa, tirar de circulação e “dissimular” significa encobrir, tornar invisível.
Insta ressaltar que embora seja um crime acessório, o julgamento da lavagem de dinheiro não dependerá o julgamento do crime antecessor conforme se depreende da leitura do artigo 2º.
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: (...)
II - independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julgamento;
(...)
De igual maneira, não há necessidade de que o julgamento do crime de lavagem de capitais ocorra pelo mesmo juiz que julga o delito anterior. Porém, tal autonomia é relativa, uma vez que o juiz responsável pelo julgamento da lavagem de direito pode decidir pela reunião dos processos.
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
Objeto jurídico do crime de lavagem de capitais: Há controvérsia sobre qual seria bem jurídico tutelado. Pode-se citar 4 correntes:
- O bem jurídico é o mesmo do delito antecedente.
- Ordem socioeconômica.
- Administração da Justiça.
- O crime é pluriofensivo, de modo que o crime de lavagem tutela todos os bens jurídicos mencionados acima, e inclusive outros, como o patrimônio.
Usufruir dos valores obtidos pela prática de um delito não configura crime de lavagem de capitais (ex: o traficante que faz viagens, compra eletrônicos de luxo, etc.), podendo ser considerado mero exaurimento da atividade ilícita.
 
E no caso da compra de um imóvel pelo autor de crime haveria lavagem de capitais?
Obs: O STF entende que pratica lavagem de dinheiro o sujeito que recebe propina por meio de depósitos bancários fracionados, em valores que não atingem os limites estabelecidos pelas autoridades monetárias à comunicação compulsória dessas operações STF. 2ª Turma. AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, 29/5/2018. (Informativo 904). Porém, mero recebimento de valores em dinheiro não tipifica o delito de lavagem, seja quando recebido pelo próprio agente público, seja quando recebido por interposta pessoa.
Sujeito ativo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: O Estado.
A advocacia não representa imunidade para o crime de lavagem de capitais, assim o advogado que auxilia o autor de crime a dissimular a origem ou natureza de seu produto pode responder pelo crime.
No tocante aos honorários percebidos em razão dos serviços prestados na seara criminal, deve o advogado comunicar eventuais operações suspeitas? E sendo obrigado, responde por alguma infração criminal?
 
4
Art. 9º da Lei 9613/98, Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não: (...)
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações: (...) 
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, em operações:
Elemento subjetivo: É crime punido a título de dolo direto ou eventual, porém a figura descrita no artigo 1º, parágrafo 2º, permite apenas o dolo direto:
 
Art. 1º (...) § 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: (...)
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
Com relação ao crime de autolavagem, ou seja, aquele em que o próprio autor do crime antecedente é também responsável pela lavagem? 
“(...) Corrupção passiva e autolavagem: quando a ocultação configura etapa consumativa do delito antecedente - caso da corrupção passiva recebida por pessoa interposta - de autolavagem se cogita apenas se comprovados atos subsequentes, autônomos, tendentes a converter o produto do crime em ativos lícitos, e capazes de ligar o agente lavador à pretendida higienização do produto do crime antecedente” (STF, AP 694/MT , Rel. Min. Rosa Weber, 1ª T., j. 02/05/17). 
Teoria da cegueira deliberada: A teoria da cegueira deliberada é aplicável nos casos em que o agente deliberadamente se coloca num estado de ignorância quanto à infração penal, com o objetivo de evitar a responsabilidade criminal. 
Consumação: Com relação ao momento da consumação da lavagem de capitais existem duas vertentes. Uma delas afirma ser tal crime instantâneo de efeitos permanentes (assim a manutenção do bem seria mero desdobramento do delito), enquanto a segunda afirma ser crime permanente. Existe decisão do STF afirmando que a lavagem de capitais é crime permanente na modalidade ocultar.Cabe tentativa nos moldes do artigo 1º, parágrafo 3º da Lei 9.613/98.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.
Fases da Lavagem de Capitais: Tais fases foram elaboradas pelo GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional) que dividem o crime em: a) Fase da colocação que consiste na introdução do dinheiro ilícito no sistema financeiro. b) Fase de dissimulação, quando são realizadas diversas operações com o intuito de dificultar o rastreamento do dinheiro. c) Fase de integração que é aquela em que os bens são incorporados ao sistema econômico.
Não há necessidade da ocorrência das três fases para a consumação do delito.(STF)
 Lei 12.683/12, Art. 1º [...] 
§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal:
I - os converte em ativos lícitos;
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem:
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração penal;
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei. 
[...] 
§ 4o A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipecolaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.(Delação premiada)
Para a colaboração ser eficaz ela deverá preencher os seguintes requisitos: 
Apuração das infrações penais. 
Identificação dos autores, coautores e partícipes. 
Localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
Como consequência o juiz poderá reduzir a pena de 1/3 a 2/3 e aplicar o regime aberto ou semiaberto, deixar de aplicar a pena (perdão judicial) ou converter a qualquer tempo a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código
Penal:
I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de
boa-fé;
II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada. (...)
Crime de Organização Criminosa 
( Lei 9.034/95, Lei 12.694/12, Lei 12.850/13)
Conceitos:
Criminalidade organizada consiste em “um grupo estruturado de três ou mais pessoas que exista durante um certo período de tempo e que atue ajustadamente com o propósito de praticar um ou mais delitos graves tipificados [...] com fim de obter, direta ou indiretamente, um benefício econômico ou outro de ordem material” (Projeto de Convenção contra a delinqüência organizada transnacional da ONU, de 2000, art. 2bisa- Convenção de Palermo).
 Lei 12.694/12, Art. 2o Para os efeitos desta Lei, considera-se organização criminosa a associação, de 3 (três) ou mais pessoas, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de crimes cuja pena máxima seja igual ou superior a 4 (quatro) anos ou que sejam de caráter transnacional.
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A Lei 12.694/12 também trouxe a possibilidade de formação de um órgão colegiado de 1º grau, para processamento e julgamento dos crimes praticados por organizações criminosas, buscando assim evitar a personalização do processo:
Lei 12.694/12, Art. 1o Em processos ou procedimentos que tenham por objeto crimes praticados por organizações criminosas, o juiz poderá decidir pela formação de colegiado para a prática de qualquer ato processual, especialmente:
I - decretação de prisão ou de medidas assecuratórias;
II - concessão de liberdade provisória ou revogação de prisão;
III - sentença;
IV - progressão ou regressão de regime de cumprimento de
pena;
V - concessão de liberdade condicional;
VI - transferência de preso para estabelecimento prisional de
segurança máxima; e
VII - inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado.
§ 1o O juiz poderá instaurar o colegiado, indicando os motivos e as circunstâncias que acarretam risco à sua integridade física em decisão fundamentada, da qual será dado conhecimento ao
órgão correicional.
§ 2o O colegiado será formado pelo juiz do processo e por 2 outros juízes escolhidos por sorteio eletrônico dentre aqueles de competência criminal em exercício no primeiro grau de
jurisdição.
§ 3o A competência do colegiado limita-se ao ato para o qual foi convocado.
§ 4o As reuniões poderão ser sigilosas sempre que houver risco de que a publicidade resulte em prejuízo à eficácia da decisão judicial.
§ 5o A reunião do colegiado composto por juízes domiciliados em cidades diversas poderá ser feita pela via eletrônica.
§ 6o As decisões do colegiado, devidamente fundamentadas e firmadas, sem exceção, por todos os seus integrantes, serão publicadas sem qualquer referência a voto divergente de qualquer membro.
§ 7o Os tribunais, no âmbito de suas competências, expedirão normas regulamentando a composição do colegiado e os procedimentos a serem adotados para o seu funcionamento. 
Embora o conceito de organização criminosa tenha sido formulado em 2012, apenas no ano seguinte com a Lei 12.850/13 essa conduta passou a ser típica. Também houve nova formulação de conceito para esta:
Lei 12.850/13, Art. 1º - § 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
Importante ressaltar que o procedimento previsto nesta última lei não é exclusivo para o crime de organização criminosa.
§ 2o Esta Lei se aplica também:
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou
reciprocamente;
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. 
Crimes em espécie:
Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas
Consumação: É crime formal que se consuma com a prática de um dos verbos descritos no tipo. Para a maioria da doutrina é crime permanente que não admite tentativa, pois precisa estabilidade e durabilidade para sua configuração (Nucci).
1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa. (conduta equiparada)
Causa de aumento de pena:
Art. 2º [...] 
§ 2o As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização criminosa houver emprego de arma de fogo.
(...)	
§ 4o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
I - se há participação de criança ou adolescente;
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal;
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior;
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes;
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização.
Agravante
 Art. 2º[...]
 § 3o A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.
Art. 62, CP - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais Agentes. […]
Art. 2º.[...]
 
§ 5o Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual.
§ 6o A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 anos subsequentes ao cumprimento da pena.
É efeito automático que não precisa ser motivado pelo magistrado na sentença.
§ 7o Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão.
Questões
(Instituto AOCP, PC-PA, 2021) Assinale a alternativa correta segundo a Lei de “Lavagem” ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores(Lei nº 9.613/1998). 
A) pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nessa Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
B) No crime de lavagem de dinheiro, não se admite a tentativa. 
C) Para a apuração do crime de lavagem, admite-se a utilização da ação controlada, vedada a infiltração de agentes. 
D) A pena poderá ser reduzida até a metade e ser cumprida em regime aberto, se o autor colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais.
E) O processo e o julgamento dos crimes previstos nessa Lei são da competência da Justiça Federal. 
(FGV, PC-RN, 2021) A fim de obter informações sobre o funcionamento e identificar os demais integrantes de organização estruturalmente ordenada, contendo ao menos cinco membros, que praticava crimes de roubo de carga dentro do Estado do Rio Grande do Norte, a autoridade policial decidiu infiltrar um agente na referida organização. Diante de indícios que comprovavam as infrações e inexistindo outros meios para produção da referida prova, a realização de tal técnica de investigação por representação do delegado de polícia, prevista na Lei de Crime Organizado: 
A) será admitida, podendo ser realizada por prazo indeterminado;
B) não será admitida, pois o delegado de polícia não possui legitimidade para representação;
C) será admitida, respondendo o agente infiltrado por eventuais excessos praticados com desvio de finalidade da investigação;
D) será admitida, somente podendo o agente infiltrado abandonar a investigação mediante autorização judicial; 
E) não será admitida, pois a ausência de caráter transnacional da infração afasta a aplicação da Lei de Crime Organizado.
(FUNDEP, MPMG, 2021) A respeito do delito de lavagem de dinheiro, é INCORRETO afirmar: 
A ) A condenação pelo delito de lavagem de dinheiro não pressupõe a determinação da autoria do delito antecedente.
B ) O delito de lavagem de dinheiro pode ter por antecedente uma contravenção penal, pois o sistema brasileiro opera com o chamado rol aberto de infrações anteriores.
C )Se o agente participa do delito principal antecedente, a subsequente lavagem de dinheiro configura um post factum impunível.
D ) Na legislação brasileira, o delito de lavagem de dinheiro não é punível na modalidade culposa, sendo exigível o dolo em todas as modalidades típicas.
Gabarito: A, C, C
Crimes de Responsabilidade
(Lei 1.079/50)
Sanções para os crimes de responsabilidade:
a perda da função pública (impeachment).
a declaração de inabilitação, por cinco anos, para o exercício de função pública.
Mas o que são crimes de responsabilidade e qual sua diferença para os crimes comuns? Os crimes de responsabilidade são crimes próprios que só podem ser praticados por agentes políticos, uma vez que possuem relação à atividade desempenhada por esse. Eles se diferenciam dos crimes comuns que são aqueles que pode ser praticados por qualquer um, pois não há qualquer ligação entre tais crimes e o cargo ou função praticado pelo agente.
 
Sujeito ativo: A Constituição, através de um rol taxativo, prevê os seguintes agentes como sujeitos ativos dos crimes de responsabilidade:
O Presidente e o Vice-Presidente da República (arts. 52, inc. I - primeira parte - e 85 da CF). Interessante notar que o artigo por último citado tipifica algumas condutas consideradas crimes de responsabilidade, dentre as quais o ato do Presidente da República que atente contra a probidade administrativa (art. 85, inc. V, CF).
Os ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica (arts. art. 52, I - segunda parte - e 102, inc. I, “c”, da CF).
Os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União (art. 52, inc. II31, da CF).
Os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente (art. 102, inc. I, “c”, segunda parte, da CF).
Os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Constas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Constas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais (art. 105, I, “a”, da CF).
6) Os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral e os membros do Ministério Público da União (art. 108, inc. I, “a”, da CF). relacionados na Constituição Federal. Com efeito, analisando a citada lei infraconstitucional, podemos relacionar os seguintes agentes:
a)Presidente da República (art. 4º) 
b)Ministros de Estado (art. 13) 
c)Ministros do Supremo Tribunal Federal (art. 39) 
d)Presidentes de Tribunais Superiores ou não, que exercem cargo de direção ou equivalentes, no que diz respeito aos aspectos orçamentários (art. 39-A, § único) 
e)Procurador-Geral da República (art. 40) 
f)Advogado Geral da União (art. 40-A, parágrafo único, inc. II) 
7) Procuradores-Gerais do Trabalho, Eleitoral e Militar, aos Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal, e aos membros do Ministério Público da União e dos Estados, da Advocacia-Geral da União, das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, quando no exercício de função de chefia das unidades regionais ou locais das respectivas instituições (art. 40-A, parágrafo único, inc. II, do art. 40-A, da Lei nº 1.079/1950) 
8) Governadores e Secretários de Estado (art. 74 da Lei nº 1.079/19). (Embora não esteja previsto na CF existem decisões do STF que afirmam que esses respondem por algumas condutas tipificadas na lei).
É importante observar que não há na Constituição Federal ou na Lei nº 1.079/1950 previsão de que os parlamentares (senadores e deputados federais e estaduais e vereadores) possam praticar crime de responsabilidade. Sendo assim, também não estão tais agentes sujeitos ao processo de impeachment, isto é, às sanções da Lei nº 1.079/1950.
Em relação aos prefeitos municipais, não há na Lei nº 1.079/1950 – como também na Constituição Federal - previsão de que venham a responder por crimes de responsabilidade, o que é explicável do ponto de vista da legislação infraconstitucional, já que para esses agentes os citados atos estão previstos no Decreto-lei nº 201/1967, mais precisamente em seu art. 4º, sob a denominação de “infrações político-administrativas”, cujo processo e julgamento, como se sabe, caberá à respectiva Câmara Municipal.
Consequências da condenação: A consequência de uma condenação por crime de responsabilidade é a perda do cargo e inabilitação para o exercício de qualquer função pública por até cinco anos. Em outras palavras, além de ser afastado do cargo, o condenado não poderá se reeleger, prestar concursos ou exercer qualquer outra função no Estado por até cinco anos, a depender da sua sentença.
Como exemplo cita-se o processo de afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, no qual ela foi acusada, e condenada, pelo cometimento de crimes de responsabilidade, mais especificamente aqueles previstos no art. 10, número 4, e art. 11, número 2 da Lei nº 1.079/1950: “infringir patentemente, e de qualquer modo, dispositivo da lei orçamentária” e “abrir crédito sem fundamento em lei ou sem as formalidades legais”. 
Competência para julgamento: Em relação à competência para o processo e julgamento dos denominados crimes de responsabilidade, caberá ao Legislativo ou ao Judiciário, tudo a depender do sujeito ativo. Com efeito, em sendo os agentes os chefes dos executivos federal, estaduais e municipais, termos uma exceção ao monopólio do Poder Judiciário, vez que o julgamento caberá ao respectivo legislativo. Por exemplo, para o Presidente ou o Vice-Presidente da República o julgamentodos crimes de responsabilidade caberá o Senado (art. 52, inc. I, da CF), após a admissão da instauração do processo pela Câmara dos Deputados (art. 51, inc. I, da CF).
As modalidades de crimes de responsabilidade:
Lei 1.079/50, Art. 4º São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentarem contra a Constituição Federal, e, especialmente, contra:
I - A existência da União:
II - O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados;
III - O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais:
IV - A segurança interna do país:
V - A probidade na administração;
VI - A lei orçamentária;
VII - A guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos;
VIII - O cumprimento das decisões judiciárias (Constituição, artigo 89).
Os capítulos que se seguem descrevem cada um desses incisos e apontam que são os agentes políticos que por esses podem responder como, por exemplo, no artigo 9 da Lei 1.079/50:
Art. 9º São crimes de responsabilidade contra a probidade na administração:
1 - omitir ou retardar dolosamente a publicação das leis e resoluções do Poder Legislativo ou dos atos do Poder Executivo;
2 - não prestar ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas relativas ao exercício anterior;
3 - não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição ;
4 - expedir ordens ou fazer requisição de forma contrária às disposições expressas da Constituição ;
5 - infringir no provimento dos cargos públicos, as normas legais;
6 - Usar de violência ou ameaça contra funcionário público para coagí-lo a proceder ilegalmente, bem como utilizar-se de suborno ou de qualquer outra forma de corrupção para o mesmo fim;
7 - proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decôro do cargo.
Questão
(CONTEMAX, Prefeitura de Passira-PE, 2020) Crime de responsabilidade, que a rigor não é crime, mas sim ato de inteiro conteúdo político, pode ser cometido, dentre outras pessoas, pelos Chefes do Poder Executivo dos entes federativos nacionais. Além de outras legislações, essas aplicadas em diversos âmbitos federativos, a Carta Política de 1988 elenca uma série de hipóteses que serão consideradas crime de responsabilidade. A partir de tal informação, defina qual das assertivas abaixo não expõe, literalmente de acordo com a Carta Magna, um dos atos trazidos pela CRFB/88 como crime de responsabilidade: 
A) atos contra a probidade na administração. 
B) atos contra a lei orçamentária. 
C) atos contra a segurança interna do País. 
D) atos contra a existência da União. 
E) atos contra a regularidade institucional.
(FGV, PC-RN, 2021)Pedro, na época em que era Chefe do Poder Executivo Federal, foi condenado em um processo por crime de responsabilidade, daí decorrendo a aplicação da sanção de inabilitação para o exercício de função pública. A sanção sofrida por Pedro: 
A ) restringe a cidadania em suas acepções ativa e passiva;
B) equivale à proibição de contratar com o Poder Público;
C) acarreta restrições mais amplas que a inelegibilidade;
D) se identifica com a perda da função pública;
E) acarreta a suspensão dos direitos políticos.
Gabarito: E, C

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