Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DEFINIÇÃO Identificação dos instrumentos úteis ao desenvolvimento da pesquisa. Características dos trabalhos acadêmicos mais recorrentemente utilizados. Estruturação e componentes do artigo científico. Características específicas dos trabalhos de conclusão: monografias, dissertações e teses. PROPÓSITO Compreender os diferentes tipos de trabalhos acadêmicos, com suas características comuns e nuances, bem como quando se espera que cada um seja utilizado no decorrer de uma pesquisa, algo fundamental para o desenvolvimento do pesquisador. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os conceitos e as funções do fichamento, do resumo e das resenhas acadêmicas MÓDULO 2 Reconhecer os artigos científicos por meio de sua estrutura e de seus conteúdos MÓDULO 3 Identificar as expectativas com relação às monografias, dissertações e teses com base em suas definições INTRODUÇÃO O mundo acadêmico pode ser caracterizado pela produção de conhecimento, mas não qualquer um: o saber elaborado neste meio demanda metodologias, regras e critérios bem definidos. Chamamos tal saber de conhecimento científico e podemos apontar, pelo menos, duas aplicações para ele. Por um lado, o conhecimento científico contribui para o desenvolvimento da sociedade como um todo, seja na esfera social, seja nas esferas econômica, cultural etc. Assim, sua contribuição vai desde a análise dos problemas que afetam a sociedade até o desenvolvimento de produtos que possam melhorar a qualidade de vida da população, como as vacinas, por exemplo. Por outro lado, o conhecimento científico serve de base para sua própria renovação dentro da comunidade acadêmica, o que, por sua vez, levará à reprodução do processo de criação de novos conhecimentos. É para esta segunda aplicação que voltaremos nossas atenções a partir de agora. NO ENTANTO, DE QUE MANEIRA PODEMOS ATESTAR A CONFIABILIDADE DO CONHECIMENTO GERADO A PARTIR DA EXECUÇÃO DE UMA PESQUISA? De acordo com Mueller (2000), essa confiança provém da divulgação dos resultados obtidos e de sua aprovação por outros acadêmicos da área, ou seja, os chamados “pares”. Somente assim, determinado estudo passa a usufruir do status de saber confiável. O processo pelo qual as conclusões de uma pesquisa passam até serem consideradas aceitáveis pela comunidade acadêmica é chamado de sistema de comunicação científica. A capacidade de redigir trabalhos acadêmicos segundo esse sistema é uma das competências que se espera do pesquisador. Porém, como veremos a seguir, os trabalhos não são iguais. Não são produzidos da mesma maneira, nem com as mesmas finalidades, embora seja comum se inter-relacionarem. MÓDULO 1 Identificar os conceitos e as funções do fichamento, do resumo e das resenhas acadêmicas Autor: fizkes / Fonte: Shutterstock FICHAMENTO Múltiplo e bastante diversificado, o fichamento pode ser de várias modalidades. É possível que esteja voltado à reunião apenas de citações presentes em um texto ou ser redigido exclusivamente para reunir comentários realizados pelo pesquisador, por exemplo. Igualmente, o pesquisador é capaz de produzir fichas temáticas. Assim, é possível juntar, em somente um documento, as posições de diversos autores sobre determinado tema. Contudo, voltaremos nossas atenções para o tipo mais comumente utilizado, conhecido como fichamento de leitura. O fichamento é um instrumento de grande valia para o desenvolvimento de uma pesquisa. Ele é ainda mais útil quando se tem por objetivo produzir um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): monografia, dissertação ou tese. Afinal, a pesquisa, seja ela da área do conhecimento que for, demanda do investigador o conhecimento sobre a bibliografia produzida acerca do assunto estudado. Todo trabalho acadêmico conta, em algum momento, com uma revisão bibliográfica. É um item obrigatório por demonstrar, em linhas gerais, o que já foi produzido sobre determinado assunto, destacando, assim, que a pesquisa desenvolvida é necessária. Apenas com conhecimento do que já foi produzido, dá para perceber lacunas e realizar uma investigação com perspectiva original. Porém, a contribuição do fichamento não termina aí. Ele também auxilia com os referenciais teóricos e as metodologias. Enfim, praticamente tudo o que é lido e útil para o trabalho a ser realizado pode ser fichado. A necessidade de se elaborar fichas vem, por um lado, da quantidade de artigos, livros, trabalhos de conclusão etc. reunidos em um levantamento bibliográfico que o estudioso se vê compelido a ler. Nesse sentido, o fichamento acaba sendo uma consequência que preserva o tempo do estudioso (MEDEIROS, 2006), uma vez que não precisa ficar retornando ao texto completo a todo momento. Por outro lado, o fichamento surge da corriqueira demanda pela consulta a obras guardadas em bibliotecas ou arquivos. Eco (2007) afirma que o cenário ideal seria aquele onde teríamos todas as obras que precisássemos ao longo do desenvolvimento de um trabalho dentro de casa, mas esta não é a realidade. Em alguns casos – ou mesmo em muitos, dependendo da investigação realizada –, javascript:void(0) as obras sequer podem ser emprestadas. Em tais circunstâncias, o fichamento funciona como uma espécie de substituto para o texto cujo acesso não é tão fácil. De maneira sucinta, essa ferramenta pode ser compreendida como uma compilação dos tópicos importantes de determinado texto. Os benefícios decorrentes de sua prática são vários. Ao fichar um trabalho acadêmico, o pesquisador consegue reunir em um único documento – cujo tamanho é sensivelmente menor que o original – informações que, espera-se, serão úteis a ele ao longo de toda a pesquisa. Além de identificar a obra fichada e sintetizar seu conteúdo, esses dados podem englobar citações, análises, comentários ou críticas, por exemplo (GIL, 2002; MARCONI; LAKATOS, 2017). Assim, segundo Lima (2015), os efeitos práticos de tal iniciativa são: evitar releituras de textos já lidos – e fichados –, bem como facilitar a subsequente utilização das informações em um trabalho escrito. Por essas razões, Eco (2007) considera a prática do fichamento indispensável ao ofício da investigação acadêmica. A construção – “como fazer” –, porém, é diversificada. Isso é assim porque não há uma maneira única de elaborar um fichamento. O que podemos constatar é que alguns componentes são mais mencionados pelos autores que se ocuparam do assunto e, por isso, podem ser tratados como itens obrigatórios. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO Material reunido pelo investigador que serve de base para o estudo que está sendo realizado Nesse sentido, Hühne (1995 apud LIMA, 2015) propõe um modelo “compacto” de fichamento, composto por cinco itens básicos: 01 02 03 04 05 01 Referência bibliográfica do texto a ser fichado. 02 Resumo indicativo. 03 Citações consideradas mais importantes para a pesquisa. 04 Comentários ou críticas. 05 Ideias ou problemas deixados em aberto no texto. Desses cinco quesitos, os três primeiros precisam, necessariamente, estar presentes: referência bibliográfica, resumo e citações. A ausência de algum desses elementos acarretaria a descaracterização do fichamento. Cabe, portanto, algumas palavras sobre tais itens. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA A referência bibliográfica é o primeiro ponto a ser registrado no fichamento. Ela tem uma dupla serventia: por um lado, identifica a ficha (a que obra ela se dedica); por outro, antecipa a necessidade futura que o pesquisador terá de produzir a listagem com as referências utilizadas em seus trabalhos acadêmicos. Por isso, como enfatiza Hühne (1995 apud LIMA, 2015), as referências devem ser feitas de acordo com a norma NBR 6023 (ABNT, 2018). RESUMO O segundo tópico obrigatório é o resumo. Apesar de Hühne (1995 apud LIMA, 2015) apontar o tipo indicativo, Lima (2015) defende que o quesito seja uma escolha de quem está fichando. Como veremos no próximo item, o resumo (indicativo ou informativo) deve apresentar concisamente: As ideias do autor daobra. O objeto. A metodologia. Os critérios. As conclusões alcançadas. O pesquisador decidirá como cada aspecto será tratado. Não podemos esquecer que o fichamento é um instrumento auxiliar da pesquisa. Portanto, é de uso eminentemente pessoal. CITAÇÃO O terceiro elemento que não pode faltar, segundo Lima (2015), é a citação, que deve ser produzida de acordo com a norma NBR 10520 (ABNT, 2002). Neste momento, transcrevemos para o fichamento aqueles trechos que julgamos ser fundamentais para a compreensão das ideias do autor apresentadas em um texto acadêmico. RESUMO O resumo é, provavelmente, a modalidade mais disseminada dentre aquelas que compõem o gênero textual acadêmico. Ele se faz presente desde o começo da trajetória do pesquisador e nunca mais o abandona. O resumo pode ser realizado para: 01 A apresentação de uma comunicação em algum congresso – as inscrições costumam, quase em sua totalidade, cobrar um resumo do que será apresentado. 02 A redação de um artigo científico – a maioria dos periódicos científicos exige do autor um resumo sobre o texto encaminhado. 03 A produção de um trabalho de conclusão – em que o resumo também é um componente obrigatório. A presença praticamente universal do resumo, em consequência da demanda por seu emprego, encontra explicação naquele que é seu objetivo final: proporcionar, em poucas palavras, uma visão ampla e suficientemente informativa sobre o conteúdo da obra resumida. Há duas formas de se alcançar esse objetivo nos seguintes textos: TEXTO DE PRÓPRIA AUTORIA Nestes casos, somos impelidos a sintetizar as informações que são mais comumente exigidas em um trabalho acadêmico. Em outras palavras, tratando-se do resumo de um texto pertencente ao gênero acadêmico, espera-se que ele informe determinada gama de aspectos. Nesse sentido, Medeiros (2006) e Severino (2002) destacam alguns dos itens que costumeiramente são esperados, já mencionados antes, como: objeto tratado, objetivo(s), metodologia(s), critérios adotados e conclusões alcançadas. O resumo precisa ser capaz de proporcionar ao leitor subsídios para que este decida se vale a pena ou não ler o texto completo. TEXTO DE AUTORIA ALHEIA Aqui, embora o objetivo final seja o mesmo, o resumo é, primordialmente, um esforço de leitura e interpretação feito sobre outro trabalho. Trata-se da “apresentação concisa e, frequentemente, seletiva do texto, destacando-se os elementos de maior interesse e importância, isto é, as principais ideias do autor da obra” (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 74). Severino (2002, p. 131) afirma que o “resumo do texto é, na realidade, uma síntese das ideias, e não das palavras do texto”. Em outros termos, resumir é fazer uma exposição concisa e seletiva das ideias presentes em determinado texto. Assim, para além daqueles itens destacados anteriormente, Medeiros (2006) acrescenta a necessidade de o resumo também apresentar a articulação de ideias, isto é, como elas são dispostas e conectadas dentro do texto. Esse tipo de resumo é mais comum de ser feito quando produzimos uma resenha, como veremos no próximo tópico. Podemos perceber, portanto, que a redação de um resumo não é tarefa das mais fáceis. Visando facilitar esse procedimento, várias iniciativas foram e vêm sendo adotadas. Estas visam, sobretudo, padronizar a maneira de redigir um resumo. Nesse sentido, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) elaborou, em 2003, uma norma voltada exclusivamente para o resumo: a NBR 6028. Em linhas gerais, essa norma define resumo como “apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento” (ABNT, 2003b, p. 1) e o classifica em três tipos: indicativo, informativo e crítico. Cada um deles representa um grau de aprofundamento. Além disso, a referida norma ocupa-se, ainda, em indicar algumas orientações – chamadas de regras gerais de apresentação – sobre a construção do resumo. Por fim, determina os tamanhos: 01 02 01 Resumos de artigos científicos – de 100 a 250 palavras. 02 Resumos de trabalhos de conclusão e de relatórios técnico-científicos – de 150 a 500 palavras Essa norma tem servido de base para as reflexões de diversos autores interessados na temática. Por exemplo, Marconi e Lakatos (2017) apontam que os resumos chamados de indicativos são aqueles que se referem apenas às partes principais do texto, descrevendo sua natureza, forma e finalidade. Esses resumos não dispensam a consulta ao texto completo. Outra maneira de mencionar esse tipo é intitulando-o resumo descritivo. Com relação ao resumo informativo, Pereira (2013) pondera que sua aparência lembra a de um pequeno trabalho, e que sua apresentação pode ser estruturada ou não estruturada. Ambas possuem o mesmo conteúdo, variando apenas na forma. Autor: Dmitry Dorodniy / Fonte: Shutterstock No primeiro caso (apresentação estruturada), o resumo é constituído de partes precedidas por subtítulos, que costumam ser designados, de modo padronizado, pelo veículo de publicação – os periódicos científicos são os mais comuns – e remetem, quase sempre, àqueles aspectos esperados de um resumo de texto do gênero acadêmico: objetivo(s), metodologia(s), conclusões etc. No segundo caso (apresentação não estruturada), todas as informações são dispostas em texto corrido. Em tese, o resumo informativo dispensa a necessidade de consulta do texto completo. Já o resumo crítico será visto mais adiante – trata-se da resenha. Confira, a seguir, dois exemplos de resumos: EXEMPLO 1 Estudo realizado sobre redações de vestibulandos da FUVEST. Examina os textos com base nas novas tendências dos estudos da linguagem, que buscam erigir uma gramática do texto, uma teoria do texto. São objeto de seu estudo a coesão, o clichê, a frase feita, o “não texto” e o discurso indefinido. Parte de conjecturas e indagações, apresenta os critérios para a análise, as informações sobre o candidato, o texto e farta exemplificação. Resumo indicativo. Fonte: MEDEIROS,2006, p. 153-154. Crise na linguagem: a redação no vestibular. São Paulo: Mestre Jou, 1981. EXEMPLO 2 Examina 1.500 redações de candidatos a vestibulares (1978), obtidas da FUVEST. O livro resultou de uma tese de doutoramento apresentada à USP em maio de 1981. Objetiva caracterizar a linguagem escrita dos vestibulandos e a existência de uma crise na linguagem escrita, particularmente desses indivíduos. Escolheu redações de vestibulandos pela oportunidade de obtenção de um corpus homogêneo. Sua hipótese inicial é da existência de uma possível crise na linguagem e, por meio do estudo, estabelecer relações entre os textos e o nível de estruturação mental de seus produtores. Entre os problemas, ressaltam-se a carência de nexos, de continuidade e quantidade de informações e a ausência de originalidade. Também foram objeto de análise condições externas, como família, escola, cultura, fatores sociais e econômicos. Um dos critérios de análise é a utilização do conceito de coesão. A autora preocupa-se, ainda, com a progressão discursiva, com o discurso tautológico, as contradições lógicas evidentes, o nonsense, os clichês, as frases feitas. Chegou à conclusão de que 34,8% dos vestibulandos demonstram incapacidade de domínio dos termos relacionais; 16,9% apresentam problemas de contradições lógicas evidentes. A redundância ocorreu em 15,2% dos textos. O uso excessivo de clichês e frases feitas aparece em 69% dos textos. Somente em 40 textos, verificou-se a presença de linguagem criativa. Às vezes, o discurso estrutura-se com frases bombásticas, pretensamente de efeito. Recomenda a autora que uma das formas de combater a crise estaria em se ensinar a refazer o discurso falho e a buscar a originalidade, valorizando o devaneio. Fonte: Resumo informativo. Medeiros (2006, p. 138-139). ROCCO, Maria Thereza Fraga. Crise na linguagem: a redação no vestibular. São Paulo: Mestre Jou, 1981. Autor: Lamai Prasitsuwan / Fonte: Shutterstock Um último ponto, mas não menos importante, diz respeito ao empregodas palavras-chave. De acordo com Curty e Boccato (2005), elas representam o conteúdo do texto e devem ser registradas logo abaixo do resumo. Quando nos referimos a resumos inseridos em artigos, as palavras-chave tornam-se elemento obrigatório e contribuem para a indexação do trabalho nas bases de dados. Sua quantidade varia, mas, geralmente, restringe-se a três. Outra característica que pode oscilar é a liberdade para sua escolha. Em determinadas áreas, como as Ciências da Saúde, as palavras-chave – chamadas de descritores – são de uso controlado, ou seja, há uma lista já pronta, e o autor escolhe aquelas que mais interagem com seu trabalho. Na área de Humanidades, a seleção das palavras-chave fica a critério do próprio autor. Apenas a quantidade é predeterminada (PEREIRA, 2013). Autor: ZoFot / Fonte: Shutterstock RESENHAS ACADÊMICAS Embora de natureza completamente distinta, a resenha acadêmica cumpre uma função que é semelhante ao papel do fichamento, ou seja, busca-se poupar o tempo do pesquisador. Essa necessidade é uma das consequências do fenômeno chamado explosão bibliográfica. O objetivo principal da resenha é proporcionar ao leitor uma quantidade suficiente de informações para que este possa, de maneira embasada, decidir sobre a leitura – ou não – do texto completo. Nesse sentido, Severino (2002) observa que a resenha auxilia o estudioso no processo de seleção das leituras que deverão ser feitas, seja para o desenvolvimento da investigação, seja para a subsequente produção dos trabalhos acadêmicos. Em outras palavras, a resenha serve para poupar o investigador de leituras desnecessárias – para sua pesquisa – e, com isso, otimizar seu tempo. EXPLOSÃO BIBLIOGRÁFICA De acordo com Mueller (2000), entende-se por essa expressão o aumento da quantidade, em grande velocidade, do número de trabalhos acadêmicos produzidos ao redor do javascript:void(0) mundo. Este não é um fato recente – teve início em fins do século XVII –, mas o advento da internet e sua difusão no início do século XXI deu maior intensidade ao processo. Com a rapidez com que o conhecimento se renova, aparece a dificuldade de atualização ou o acompanhamento das novidades relacionadas ao saber científico por parte do pesquisador ou do interessado em geral. EXPLOSÃO BIBLIOGRÁFICA De acordo com Mueller (2000), entende-se por essa expressão o aumento da quantidade, em grande velocidade, do número de trabalhos acadêmicos produzidos ao redor do mundo. Este não é um fato recente – teve início em fins do século XVII –, mas o advento da internet e sua difusão no início do século XXI deu maior intensidade ao processo. Com a rapidez com que o conhecimento se renova, aparece a dificuldade de atualização ou o acompanhamento das novidades relacionadas ao saber científico por parte do pesquisador ou do interessado em geral O QUE É UMA RESENHA? DE ACORDO COM A NBR 6028 (ABNT, 2003B), TRATA-SE DA MODALIDADE DE RESUMO CHAMADA RESUMO CRÍTICO, CUJA DEFINIÇÃO CONSISTE NA ANÁLISE CRÍTICA DE DETERMINADO TEXTO REALIZADA POR UM ESPECIALISTA. PORÉM, TAL ACEPÇÃO NÃO É SUFICIENTEMENTE ESCLARECEDORA A PONTO DE RESPONDER A NOSSA PERGUNTA SATISFATORIAMENTE. DESSE MODO, CABE IDENTIFICAR COMO ALGUNS AUTORES A CARACTERIZAM. Marconi e Lakatos (2017) entendem a resenha como uma descrição pormenorizada do conteúdo de um texto, na qual o resenhista resume, critica e formula um juízo de valor sobre a obra. No entanto, a resenha também deve ser entendida como uma redação técnica dotada de sequências textuais que não se restringem à descrição, mas também englobam narração e dissertação. Como afirmamos antes, a finalidade das resenhas é possibilitar a seu leitor elementos para que consiga, de maneira fundamentada, decidir se a leitura do texto completo lhe é pertinente ou não (SEVERINO, 2002). Por isso mesmo, elas configuram uma modalidade específica de trabalho acadêmico, estando presentes no sistema de comunicação científica. Podemos encontrá-las, com relativa frequência, publicadas em seções especialmente destinadas a elas nos periódicos científicos. Porém, não são todas as revistas acadêmicas que publicam resenhas. NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO “Estruturalmente, [a resenha] descreve as propriedades da obra (descrição física da obra), relata as credenciais do autor, resume a obra, apresenta suas conclusões e metodologia empregada, bem como expõe um quadro de referências em que o autor se apoiou (narração) e, finalmente, apresenta uma avaliação da obra e diz a quem a obra se destina (dissertação).” Fonte:: MEDEIROS, 2006, p. 153-154. javascript:void(0) javascript:void(0); QUAIS SÃO AS SUAS VARIAÇÕES? DO MESMO MODO QUE PODEMOS ENCONTRAR DIFERENTES TIPOS DE RESUMOS E FICHAMENTOS, AS RESENHAS TAMBÉM PODEM SER CATEGORIZADAS. EMBORA NÃO HAJA UNANIMIDADE ENTRE OS AUTORES SOBRE ISSO, OPTAMOS PELA POSIÇÃO DE MEDEIROS (2006), QUE INDICA A EXISTÊNCIA DE DUAS MODALIDADES: A DESCRITIVA E A CRÍTICA. RESENHA DESCRITIVA Segundo Fiorin e Savioli (2003, p. 426), redigir uma resenha descritiva significa “fazer uma relação das propriedades de um objeto, enumerar cuidadosamente seus aspectos relevantes, descrever as circunstâncias que o envolvem”. Nesse tipo de resenha, prevalece, evidentemente, a sequência textual da descrição. Porém, é possível encontrar também partes narrativas. De acordo com esses autores, o objeto resenhado pode ser tanto um acontecimento quanto textos ou outras obras culturais. Os estudiosos do assunto salientam, ainda, que o principal a ser observado é que toda resenha descritiva é seleção. Isso decorre do fato de as características e conjunturas que circundam o objeto serem múltiplas, tornando inviável descrever cada uma delas. Em outros termos, impossível não é. MAS A RESENHA NÃO BUSCA POUPAR O TEMPO DO ESTUDIOSO? A DESCRIÇÃO PORMENORIZADA DE TODOS OS ELEMENTOS VAI CONTRA TAL PRERROGATIVA, POR ISSO A NECESSIDADE DE SELECIONAR ASPECTOS. ESSA SELEÇÃO DEVE SER FEITA LEVANDO EM CONTA OS OBJETIVOS DO RESENHISTA, COMO TAMBÉM QUE TIPOS DE LEITOR PRETENDE ALCANÇAR. RESENHA CRÍTICA Já a resenha crítica, conforme Medeiros (2006) aponta, caracteriza-se pelo acréscimo de elementos dissertativos àqueles que já constam na resenha descritiva. Em outras palavras, nessa modalidade, aparece, para além das descrições, considerações que defendem determinado ponto de vista sobre o objeto e que são sustentadas por argumentos ou dados. Por isso, esse autor enfatiza que o leitor demanda um posicionamento por parte do resenhista, que precisa ser claro, uma vez que incidirá diretamente sobre os pontos considerados positivos e negativos da obra resenhada. Nesse sentido, os elogios e as críticas tecidas precisam ser bem ponderados pelo resenhista, pautados em argumentos ou dados, como já salientamos, devendo sempre estar circunscritos à obra e jamais se estender aos autores. Marconi e Lakatos (2017) observam, ainda, que o resenhista também está proibido de, por quaisquer motivos, deturpar o pensamento do autor. Por essas razões, espera-se que uma resenha crítica seja elaborada por um especialista na área, pois é desejado que ele possua certas características, como (SALVADOR, 1980, p. 139 apud MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 282): ETAPA 01 ETAPA 02 ETAPA 03 ETAPA 04 ETAPA 05 ETAPA 06 01 Conhecimento completo da obra. 02 Competência na matéria. 03 Capacidade de juízo de valor. 04 Independência de juízo. 05 Correção e urbanidade. 06 Fidelidade ao pensamento do autor. Um último ponto importante são os elementos que constituem a resenha, como vemos na tabela a seguir: Itens de uma resenha Componentes Referência bibliográfica • Autor(es). • Título e subtítulo. • Elementos de imprensa (local, editora e data). • Número de páginas. Credenciais do autor • Informações gerais. • Papel exercido no meio científico/acadêmico. Conhecimento (conteúdo) • Resumo das ideias principais. • Tema. • Abordagem. Conclusão do autor • Presença ou não de conclusões e quais foram.• Local em que aparecem (a cada capítulo ou reunidas no final da obra). Quadro de referências do autor • Teoria que embasou o texto. • Metodologia utilizada. Apreciação • Avaliação da obra – como se insere nas correntes científicas, filosóficas ou culturais, e perante as circunstâncias culturais, socioeconômicas e históricas. • Mérito da obra – contribuição dada ao campo, presença de ideias originais, novas abordagens etc. • Estilo – concisão, objetividade, clareza, precisão, coerência etc. • Forma – organização lógica, sistematizada, equilíbrio entre as partes. • Indicação da obra – público-alvo (estudantes, especialistas, público em geral etc.). Estrutura de resenha crítica Fonte: Marconi & Lakatos (2017, p. 282) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Esta também pode ser a estrutura de uma resenha descritiva, desde que se exclua o último item da tabela (Apreciação). VÍDEO Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre os processos de fichamento. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. OS RESUMOS SÃO UMA IMPORTANTE FERRAMENTA NA PRODUÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS. ELES AJUDAM O PESQUISADOR A ACESSAR AS INFORMAÇÕES QUE MAIS CORRIQUEIRAMENTE PROCURAM EM UM TEXTO. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA UMA CARACTERÍSTICA NÃO EXIGIDA DE QUEM FAZ O RESUMO: A) Capacidade de síntese. B) Apresentação de informações como metodologia, critérios e conclusões. C) Organização. D) Críticas ou comentários. 2. EM UMA RESENHA DESCRITIVA, A SELEÇÃO DEVE SER REALIZADA PELO RESENHISTA DE ACORDO COM: A) A afinidade entre suas ideias e as ideias do autor da obra. B) As possibilidades de descrever todos os aspectos relacionados a um objeto. C) Os objetivos da resenha, como a quem pretende alcançar. D) O tipo de objeto resenhado. GABARITO 1. Os resumos são uma importante ferramenta na produção de trabalhos acadêmicos. Eles ajudam o pesquisador a acessar as informações que mais corriqueiramente procuram em um texto. Assinale a alternativa que apresenta uma característica não exigida de quem faz o resumo: A alternativa "D " está correta. Não se espera que um resumo apresente críticas, comentários ou quaisquer outros juízos de valor. O resumo deve ocupar-se do fornecimento – organizado e sintético – de informações úteis ao pesquisador, como metodologia, critérios e conclusões, entre outros possíveis, de determinado texto. Críticas ou comentários podem ser encontrados tanto nos fichamentos quanto nas resenhas acadêmicas. Isso foi explicado quando apresentamos a estrutura básica proposta para o fichamento, na primeira parte deste módulo, e quando discorremos sobre a resenha crítica, na parte final. 2. Em uma resenha descritiva, a seleção deve ser realizada pelo resenhista de acordo com: A alternativa "C " está correta. O resenhista fará a seleção necessária de acordo com seus objetivos, e estes estão diretamente associados ao público-alvo. A redação de uma resenha independe da concordância, por parte do resenhista, com as ideias presentes na obra resenhada. Além disso, em uma resenha descritiva, é inevitável fazer seleções, uma vez que o objeto resenhado sempre possuirá, independentemente de sua tipologia, grande quantidade de características e circunstâncias que o rodearão. Isso impedirá a produção de uma síntese total que seja satisfatória para uma resenha. MÓDULO 2 Reconhecer os artigos científicos por meio de sua estrutura e de seus conteúdos Autor: PolyPloiid / Fonte: Shutterstock ARTIGO CIENTÍFICO Como vimos, a correta produção e utilização de fichamentos, resumos e resenhas acadêmicas pode contribuir bastante para o andamento de uma investigação. Com o emprego desses instrumentos, o estudo avança, e o pesquisador começa a se deparar com considerações mais completas em relação ao objeto analisado. É a partir deste momento que, habitualmente, toma forma um tipo bastante específico de trabalho acadêmico: o artigo científico. Um dos objetivos de tal modalidade consiste na divulgação dos resultados de uma pesquisa, mesmo parciais, isto é, cujo estudo ainda esteja em andamento. Contudo, o registro de resultados não é a única motivação que pode levar o pesquisador a produzir um artigo. As razões para isso podem ser várias. Elas podem surgir em consequência das demandas da pesquisa que vem sendo realizada ou para discutir uma questão antiga, mas de forma inovadora. O artigo pode servir, ainda, para refutar um erro ou ponto controverso para o qual outros pesquisadores não tenham dado a devida atenção. Sua concepção também pode ser vinculada a questões de ordem prática. É assim, por exemplo, quando os resultados obtidos ainda não são robustos o suficiente para justificar a redação de um livro, ou quando, no decorrer da investigação, o estudioso se depara com pontos relevantes, mas secundários. O artigo científico pode ser uma opção para apresentar tais pontos, uma vez que eles não aparecerão muito no trabalho completo. Este é o caso, por exemplo, de aspectos que javascript:void(0) atravessam, mas não são o objeto principal de um Trabalho de Conclusão de Curso. ARTIGO CIENTÍFICO “Trabalhos breves, porém completos, que tratam de uma questão científica. Apresentam o resultado de estudos ou pesquisas e distinguem-se dos diferentes tipos de trabalhos científicos pela sua reduzida dimensão e conteúdo.” Fonte: Marconi & Lakatos (2017, p. 276). ATENÇÃO Quando falamos “artigo científico”, podemos passar a impressão de que estamos nos referindo a algo único, o que não é o caso. As características dos artigos são múltiplas e variam não apenas entre as diferentes áreas do conhecimento, mas também no interior de uma mesma área. Isso é assim porque os objetivos por trás de cada artigo, bem como seus conteúdos, estão diretamente vinculados às escolhas tomadas pelo investigador em sua pesquisa ou ao estágio em que ela se encontra. Devemos levar em conta que aqui também não há unanimidade na classificação e delimitação de um artigo. Assim, há autores que chegam a apresentar sete tipos diferentes de artigos, caso de Curty e Boccato (2005): 01 02 03 04 05 06 07 01 Artigo científico. 02 Artigo original. 03 Artigo de revisão. 04 Artigo de atualização. 05 Relato de caso clínico. 06 Nota prévia. 07 Comunicação. Contudo, como a própria autora Boccato (2006) observa, muitas daquelas modalidades apresentadas são subitens de outras. Seja como for, para os fins deste módulo, podemos nos ater à classificação proposta pela norma NBR 6022 da ABNT: 1 ARTIGO CIENTÍFICO Parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento. ARTIGO DE REVISÃO Parte de uma publicação que resume, analisa e discute informações já publicadas. 2 3 ARTIGO ORIGINAL Parte de uma publicação que apresenta temas ou abordagens originais. Fonte: ABNT (2003a, p. 2). Cabe uma observação a partir das definições apresentadas por essa norma. Podemos reparar que não há, de fato, uma ruptura entre o artigo científico e o artigo original. Pelo contrário, com a exceção dos artigos de revisão, espera-se que todos os outros produzidos na atualidade sejam originais. Já abordamos, no módulo 1, o fenômeno da explosão bibliográfica e das dificuldades que dela decorrem. Nesse sentido, não há razão para a produção de trabalhos que não sejam originais – a não ser os já mencionados de revisão. É nessa linha que Boccato (2006) se situa ao indicar apenas dois tipos de artigo: o original (que se divide em subitens) e o de revisão. Outro ponto relevante que precisamos destacar é a possível confusão gerada pelas nomenclaturas. Isso ocorre porque o termo artigo científico pode ser aplicado em dois sentidos, designando tanto a totalidade de artigos quanto uma tipologia específica, que, como vimos, constitui uma parte dentro da categoria “artigo original” ao lado de outras modalidades. Por isso, não estranhe quandose deparar com textos que tratem o artigo de revisão como artigo científico, porque, afinal, é isso mesmo! ESTRUTURA DOS ARTIGOS ELEMENTOS OBRIGATÓRIOS E OPCIONAIS Seja original, seja de revisão, o artigo científico precisa apresentar uma gama de elementos obrigatórios. Outros componentes, opcionais, podem vir a ser acrescentados. A já mencionada norma NBR 6022 (ABNT, 2003a) apresenta quais são esses elementos compulsórios. A utilização dos opcionais dependerá das normas indicadas pelos periódicos científicos ou dos congressos que publicarão os textos em seus anais. É preciso ficar atento! As categorias opcionais sempre se somarão às essenciais, mas nunca as substituirão. A estrutura do artigo também deve respeitar uma ordem de apresentação. Assim, os componentes dividem-se, tradicionalmente, em elementos: 01 02 03 01 Pré-textuais. 02 Textuais. 03 Pós-textuais. Consideradas essas questões, os itens que compõem um artigo científico são os seguintes: Partes Componentes Obrigatórios Opcionais Elementos pré- textuais • Título e subtítulo (se houver). • Autor(es). • Resumo no idioma em que o texto • Informações sobre o(s) autor(es). está redigido. • Palavras-chave. Elementos textuais • Introdução. • Desenvolvimento. • Conclusão. Elementos pós-textuais • Título e subtítulo (se houver) em língua estrangeira. • Versão do resumo do texto em língua estrangeira. • Palavras-chave em língua estrangeira. • Referências bibliográficas. • Glossário. • Apêndice(s). • Anexo(s). Título: Itens de artigos científicos Fonte: Adaptado de ABNT, Norma 6022, 2003. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Os componentes obrigatórios pós-textuais que aparecem em vários periódicos como elementos pré-textuais são: 01 02 03 01 Título e subtítulo (se houver) em língua estrangeira. 02 Versão do resumo do texto em língua estrangeira. 03 Palavras-chave em língua estrangeira. Nesses casos, o leitor depara-se com o título no idioma do texto seguido pelo título em língua estrangeira. O mesmo acontece com o resumo e as palavras-chave, que são seguidos pelas versões traduzidas para outro idioma. Já com relação aos elementos opcionais, o pré-textual informações sobre o(s) autor(es) é bastante difundido, constando junto ao nome do autor ou em nota. Enquanto isso, os pós-textuais podem se fazer presentes, sobretudo o(s) apêndice(s) e o(s) anexo(s), embora não sejam tão comuns assim nos artigos científicos. O glossário é ainda mais raro de aparecer. É mais fácil localizá-los em trabalhos de conclusão ou em livros. Autor: everything possible / Fonte: Shutterstock CONTEÚDO Embora os elementos pré-textuais e pós-textuais sejam importantes em um artigo científico, são os elementos textuais (conteúdo) que exercem a função de carro-chefe da publicação. Por isso, são necessários ao pesquisador atenção e cuidado na hora de redigi-lo. Isso decorre de alguns fatores, como a forma de estruturar o conteúdo, que, dependendo da área, pode variar, e também o tipo de conteúdo a se registrar. Cabe um olhar mais atento sobre as peculiaridades referentes a esses dois pontos. Em primeiro lugar, temos a estruturação do texto dentro do artigo. Desde já, destacamos que não é comum haver um controle rígido sobre como deve acontecer por parte dos periódicos e dos anais de eventos. Afinal, cada área do conhecimento já espera que o artigo seja redigido de determinada maneira. É algo subentendido. EXEMPLO Um artigo original na área das Ciências da Saúde é, desde a década de 1980, habitualmente dividido em quatro partes, a saber: introdução, métodos, resultados e discussão (PEREIRA, 2012). Na área de Humanidades, por sua vez, o texto é arquitetado conforme apresentado pela norma NBR 6022 (ABNT, 2003a), isto é, dividido em: introdução, desenvolvimento e conclusão. Embora a estrutura seja diferente, os elementos que constituem cada parte não o são. Assim, tanto em um quanto no outro, é esperado que haja a apresentação da metodologia utilizada, das conclusões alcançadas ou que conste uma argumentação, por exemplo. As diferenças, nesses casos, ocorrem por conta das especificidades de cada área, e não devido à maneira como são organizadas. Em segundo lugar, há a questão do tipo de conteúdo a constar. Aqui, cabe retomar a tipologia dos artigos. Vimos que estes se distinguem em original e de revisão. Como já sabemos, o artigo original é composto de várias modalidades. EXEMPLO Um texto pode se dedicar a fazer relatos de casos clínicos ou atualizar as informações de determinada especialidade, como são comuns nas Ciências da Saúde (BOCCATO, 2006). EM OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO, COMO NAS CIÊNCIAS HUMANAS, QUAIS AS VARIAÇÕES POSSÍVEIS DO CONTEÚDO? Em geral, quando atentamos para a História e suas áreas correlatas, os artigos produzidos visam, na maioria das vezes, realizar análises sobre determinado objeto ou mesmo de um aspecto dele. Contudo, as maneiras como essas análises podem ser feitas são múltiplas e não possuem contornos bem definidos. Assim, é mais vantajoso ocuparmo-nos aqui das informações e dos elementos que, geralmente, constam no conteúdo de tais artigos. Nesse sentido, reunimos, na tabela a seguir, aqueles que julgamos serem os dados e as orientações mais relevantes que o conteúdo de um texto produzido na área de História deve conter: Partes do conteúdo Componentes Introdução Visão de conjunto de: • Tema – que deve se desdobrar na delimitação do assunto. • Problema. • Hipótese(s). • Objetivo(s). • Corpus documental – é necessário identificar as fonte(s) analisada(s) e como foram levantadas. • Perspectiva teórico-metodológica – também pode ser feita no desenvolvimento. • Vinculação com uma pesquisa maior – se houver. • Forma de estruturação do texto. Desenvolvimento Apresentação da perspectiva teórico-metodológica – quando não constar na introdução. Análise e argumentação – as seguintes questões podem ajudar a desenvolvê-la: • O que a documentação analisada diz sobre o problema levantado? • O que os autores dizem? javascript:void(0) • O que os autores dizem faz sentido quando confrontado com o que a documentação diz? Conclusão Considerações (parciais ou finais) correspondentes ao(s) objetivo(s) e à(s) hipótese(s). É o momento de finalizar o texto, apresentando as conexões entre a análise/pesquisa e o tema estudado, e de retomar as ideias principais. Título: Componentes de conteúdo de artigos científicos Fonte: Adaptado de ABNT (2003ª). Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal FONTE(S) Em outras áreas do conhecimento, o item “fontes” também pode ser chamado de “dados” Do mesmo modo, tais apontamentos também podem ser úteis a outras áreas das Humanidades. Outros pontos podem ser acrescidos, mas um texto com esses componentes contemplará, de maneira satisfatória, os principais requisitos esperados em um artigo pertencente a tal área. Cabe, aqui, uma reflexão sobre o item “vinculação com uma pesquisa maior”. Como vimos, uma das motivações para a escrita de um artigo pode ser redigir sobre um ponto secundário da pesquisa realizada pelo estudioso ou ser parte constitutiva daquela, mas que ainda não é completa o suficiente para ser registrada em um trabalho de conclusão, por exemplo. Autor: ZoFot / Fonte: Shutterstock Há também os casos de uma investigação individual que está vinculada a outra maior, geralmente desenvolvida coletivamente. Nessas situações, é indicado situá-las brevemente no início do trabalho. O artigo de revisão consiste em uma grande discussão bibliográfica que tem por objetivo, como o nome sugere, proporcionar uma revisão de determinado segmento da literatura científica. Os componentes apresentados na tabela anterior também podem valer para esses artigos. Há, inclusive, componentes ali que não só podem, como devem aparecer nesses trabalhos. Sãoos casos, por exemplo, de: 1 TEMA O artigo de revisão deve ser circunscrito a um tema. METODOLOGIA Aqui entendida como os critérios para a seleção da bibliografia utilizada: Por que, dentro de tal tema, estas obras foram escolhidas? Outras ficaram de fora? Quais? Por quê? 2 3 AUTORIA DE TAIS MATERIAIS Quem escreveu, quando e com quais motivações. CONSIDERAÇÕES Balanço sobre o que foi produzido até aqui acerca do tema, bem como apontamento das lacunas existentes, ou seja, os pontos que ainda carecem de estudos por parte da comunidade científica. 4 Autor: PIC SNIPE / Fonte: Shutterstock ESTILO E CITAÇÕES Há outros dois pontos que estão diretamente relacionados com a parte do conteúdo, mas tratam da forma como é apresentado. São eles: o estilo e as citações. Para que o texto produzido seja reconhecido como pertencente ao gênero acadêmico, ele deve, além de atender às observações que fazemos ao longo deste módulo, cumprir com certas exigências no que tange à forma da redação. Marconi e Lakatos (2017) apontam que adjetivos supérfluos, explicações inúteis e rodeios – ou seja, digressões desnecessárias – devem ser evitados. Do mesmo modo, gírias e apelidos, a não ser em casos muito específicos e diretamente atrelados ao objeto da pesquisa, também devem ser deixados de lado no momento de escrever um texto acadêmico. ESTILO O estilo com que se deve redigir tais textos é consenso entre os autores ocupados com a metodologia científica. Nesse sentido, espera-se que o pesquisador dote o artigo de: Concisão. Objetividade – isto é, evitar aquelas digressões. Precisão – ir direto ao ponto, sem muitos preâmbulos, a menos que sejam necessários para a compreensão. Correção ortográfica. Uso do vocabulário correto. Volpato (2007) sugere, ainda, o uso de palavras simples e frases curtas, que se redijam na ordem direta. Um texto escrito atentando para esses quesitos é capaz de expressar suas ideias com clareza. O objetivo de toda escrita, inclusive a acadêmica, é proporcionar um texto no qual os diversos itens lá reunidos se apresentem como um todo coerente para o leitor. CITAÇÕES As citações são elementos imprescindíveis a um texto do gênero acadêmico. Podemos afirmar, inclusive, que, sem elas, não há um trabalho científico, porque qualquer pesquisa realizada não começa “do nada”. Ela parte de algum ponto do conhecimento já desenvolvido pela comunidade científica. Se tal investigação vai aprofundar ou buscar refutar tal conhecimento, isso é outra história. O que importa é que o estudo terá como ponto de partida outros já realizados, exceto em casos cujo objeto investigado não tenha sido alvo do interesse de nenhum pesquisador antes, mas, mesmo aqui, o uso da literatura científica relacionada é fundamental. TODA PESQUISA É, NO FUNDO, UM TRABALHO COLETIVO. A PESQUISA NÃO SE INICIA E SE EXTINGUE NO TRABALHO REALIZADO PELO ESTUDIOSO. COMO AFIRMAMOS NO INÍCIO DESTE MÓDULO, SEUS FRUTOS SERVIRÃO DE BASE PARA NOVAS INVESTIGAÇÕES, NAS QUAIS SERÃO CITADOS. De modo bastante sucinto, a finalidade da citação é conferir o devido crédito ao autor do qual se utiliza uma ideia, um método, uma teoria ou outra informação qualquer. ATENÇÃO Sua falta, quando nos valemos de dados retirados de terceiros, configura plágio. As consequências disso podem resultar desde a não publicação de um artigo à cassação de um título obtido, quando isso é verificado em um trabalho de conclusão. Em certos casos, sobretudo nos estudos envolvendo a produção de patentes, pode virar uma questão judicial. Por isso, seja em um artigo científico, seja em outro trabalho acadêmico qualquer, é esperado do pesquisador que sua produção interaja com o conhecimento científico que já foi e está sendo produzido, e que confira o crédito a quem de direito é devido. Atentando para a importância desse quesito, a ABNT conta com uma norma exclusiva para citações: a NBR 10520 (ABNT, 2002). Lá, encontramos as diferentes maneiras de fazer a citação no corpo do texto. A citação pode ser direta e indireta. CITAÇÃO DIRETA A citação direta acontece quando reproduzimos fidedignamente – isto é, usando as palavras do próprio autor – algum trecho de outra obra. Trata-se da transcrição. CITAÇÃO INDIRETA Já a citação indireta ocorre quando expressamos as ideias de outro pesquisador com as nossas próprias palavras. A norma NBR 10520 (ABNT, 2002) contém as regras de apresentação para cada tipo de citação. Contudo, adentrar nesse ponto fugiria ao propósito deste módulo. Algumas indicações, porém, podem ser dadas. É o caso, por exemplo, das fornecidas por Matos (1985). Este autor aponta oito princípios para citar, que reproduzimos a seguir: 1 Cite com um propósito bem claro, definido, relevante. Seja parcimonioso (como cientista) e breve como citador. 2 3 Atribua às suas citações um valor razoável. Faça citações integradas ao seu próprio texto. 4 5 Cite diretamente da fonte, quando tal procedimento der mais força à sua argumentação do que a estratégia da paráfrase (dizer em suas próprias palavras). Cite com exatidão. 6 7 Traduza as citações em língua estrangeira, para facilitar o “processamento” de seus leitores. Identifique sempre o(s) autor(es) transcrito(s) ou mencionado(s). 8 ATENÇÃO Sempre que houver traduções, registre o original, em língua estrangeira, na nota de rodapé. É uma maneira que o leitor tem de se certificar de que a tradução foi feita corretamente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS As referências bibliográficas consistem no elemento pós-textual mais importante de um artigo. São nelas que os dados referentes às citações empregadas ao longo do texto são registrados. O lugar onde se situam pode variar. Elas podem aparecer nas notas de rodapé das páginas, conforme vão sendo mencionadas no corpo do texto, bem como em uma listagem após o fim, na qual se reúnem todas as referências citadas no trabalho. Uma vez mais, isso dependerá das normas de publicação dos periódicos científicos ou dos anais de determinado congresso. Há, ainda, aqueles que exigem em ambos os lugares: javascript:void(0) durante e depois. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS “Maneira pela qual o autor presta a quem lê uma satisfação quanto à sua seriedade e competência, permitindo, assim, a localização de documentos no todo ou em partes, segundo normas específicas.” Fonte: Curty & Boccato (2005, p. 66). QUAL A RAZÃO PARA SE REGISTRAR AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS? ELAS SÃO APENAS O COMPLEMENTO NECESSÁRIO DAS CITAÇÕES? Ao registrar as referências bibliográficas das obras mencionadas ao longo do texto, o pesquisador permite que o leitor refaça seus passos. Com isso, quem está lendo o texto consegue constatar se as informações utilizadas foram realmente retiradas de onde o investigador disse que as retirou, e, principalmente, se tais ideias foram aplicadas corretamente. Portanto, esta parte serve para pôr à prova a qualidade do trabalho acadêmico. Sua utilização não se restringe aos artigos. Elas devem constar também nos Trabalhos de Conclusão de Curso e nas resenhas acadêmicas, por exemplo. Por essas razões, como vimos, sugere-se registrá-las nos fichamentos preparados ao longo do percurso de pesquisa. COMO AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SÃO FEITAS? Basta seguir outra norma produzida pela ABNT: a NBR 6023 (2018). Nela, encontramos orientações para fazer os registros bibliográficos de vasta gama de materiais: livros, artigos, anais de congressos, jornais, leis, filmes, trilhas sonoras, materiais iconográficos, sites etc. ATENÇÃO Uma referência feita incorretamente pode inviabilizar a possibilidade de o leitor chegar ao texto e acabar comprometendo aquela que é sua razão de existir. VÍDEO Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre o processo de desenvolvimento de artigos científicos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ABEMOS QUE OS ARTIGOS – COMO FONTE OU PRODUTO – SÃO CRIAÇÕES DAS MAIS COMUNS E PRESENTES NA VIDA ACADÊMICA DE TODO PESQUISADOR. EXATAMENTE POR ISSO, É IMPORTANTE IDENTIFICARAS ESPECIFICIDADES DE CADA UM DELES. O ARTIGO ORIGINAL DEDICA-SE, PRINCIPALMENTE, A: A) Apresentar os resultados alcançados no decorrer da pesquisa. B) Compilar os dados coletados em uma investigação. C) Desenvolver novas teorias ou metodologias. D) Extinguir a necessidade de novas pesquisas sobre o assunto. 2. A DISPOSIÇÃO DE ALGUNS ITENS NO ARTIGO PODE VARIAR, DEPENDENDO DAS NORMAS DE PUBLICAÇÃO DE UM PERIÓDICO OU DOS ANAIS DE ALGUM CONGRESSO. TER CLAREZA DISSO OFERECE CONDIÇÕES AO PESQUISADOR PARA A REALIZAÇÃO EFETIVA DESSE PRODUTO. É UM EXEMPLO DE ITEM QUE PODE APARECER EM UM LUGAR OU OUTRO DO ARTIGO: A) Resumo no idioma do texto. B) Citações. C) Anexo. D) Título em idioma estrangeiro. GABARITO 1. abemos que os artigos – como fonte ou produto – são criações das mais comuns e presentes na vida acadêmica de todo pesquisador. Exatamente por isso, é importante identificar as especificidades de cada um deles. O artigo original dedica-se, principalmente, a: A alternativa "A " está correta. Como vimos no início deste módulo, é a necessidade de comunicar e testar os resultados obtidos com o andamento da pesquisa que impulsiona o investigador a redigir um artigo e submetê-lo à avaliação de seus pares. O artigo não consiste em um inventário. É preciso apontar o problema, a(s) hipótese(s), o(s) objetivo(s), argumentar em favor de cada um etc. O desenvolvimento de teorias ou metodologias é consequência do desenvolvimento avançado de uma pesquisa. É isso que se espera em Trabalhos de Conclusão de Curso. Além disso, os artigos servem para contribuir com o surgimento ou avanço de outros estudos. 2. A disposição de alguns itens no artigo pode variar, dependendo das normas de publicação de um periódico ou dos anais de algum congresso. Ter clareza disso oferece condições ao pesquisador para a realização efetiva desse produto. É um exemplo de item que pode aparecer em um lugar ou outro do artigo: A alternativa "D " está correta. Tanto o resumo na língua em que o texto é redigido quanto as citações e o anexo possuem lugares determinados dentro do artigo, que não são alterados. Nesse sentido, o resumo no idioma do texto é um elemento pré-textual, devendo aparecer antes do texto em si. Já as citações compõem os elementos textuais, podendo estar presentes na introdução, no desenvolvimento ou mesmo na conclusão. Por fim, o anexo, quando existir, deve ser colocado após o texto, uma vez que se trata de um elemento pós-textual. Elementos como “título em idioma estrangeiro”, “resumo em idioma estrangeiro” ou “palavras-chave em idioma estrangeiro” podem constituir elementos pós-textuais, como define a ABNT, ou pré-textuais, como habitualmente é empregado no âmbito dos periódicos científicos da área de Humanas. Discorremos sobre esse ponto quando identificamos os elementos obrigatórios e opcionais de um artigo. MÓDULO 3 : Identificar as expectativas com relação às monografias, dissertações e teses com base em suas definições Autor: GaudiLab / Fonte: Shutterstock TRABALHOS DE CONCLUSÃO No primeiro módulo, discorremos sobre fichamentos, resumos e resenhas – ferramentas que, como vimos, auxiliam e acompanham o pesquisador desde seus primeiros passos na investigação. Logo depois, voltamos nossas atenções para os artigos científicos, que consistem na etapa intermediária do desenvolvimento do estudo, uma vez que são responsáveis por divulgar os resultados, muitas vezes parciais, de determinada pesquisa. Então, finalmente, alcançamos a etapa em que se faz necessária a produção de um trabalho específico, capaz de sistematizar a própria investigação ou, pelo menos, aqueles pontos fundamentais que possibilitaram sua realização: os trabalhos de conclusão. Estes podem ser considerados os desfechos de tudo aquilo que viemos discutindo até aqui. Como acontece nos outros trabalhos acadêmicos que apresentamos, sua natureza também pode variar. Neste sentido, Rey (1978 apud MARCONI; LAKATOS, 2017) aponta aqueles que seriam os três tipos mais comuns de trabalhos científicos: 1 OBSERVAÇÕES OU DESCRIÇÕES ORIGINAIS De fenômenos da natureza, espécies, estruturas etc. TRABALHOS EXPERIMENTAIS Que submetem o objeto analisado às condições de controle exercidas pela experiência. 2 3 TRABALHOS TEÓRICOS Caracterizados pelo estudo ou pela síntese de conhecimentos que proporcionam novos conceitos, apresentação de hipóteses, teorias etc. Seja qual for a modalidade, há elementos que se deve esperar de todo trabalho de conclusão. Afinal: “[…] QUALQUER QUE SEJA A FORMA DO TRABALHO CIENTÍFICO, É PRECISO RELEMBRAR QUE TODO TRABALHO DESTA NATUREZA TEM POR OBJETIVO INTRÍNSECO A DEMONSTRAÇÃO, O DESENVOLVIMENTO DE UM RACIOCÍNIO LÓGICO. ELE ASSUME SEMPRE UMA FORMA DISSERTATIVA, OU SEJA, BUSCA DEMONSTRAR, MEDIANTE ARGUMENTOS, UMA TESE, QUE É UMA SOLUÇÃO PROPOSTA PARA UM PROBLEMA. FATOS LEVANTADOS, DADOS DESCOBERTOS POR PROCEDIMENTOS DE PESQUISA E IDEIAS AVANÇADAS SE ARTICULAM JUSTAMENTE COMO PORTADORES DE RAZÕES COMPROVADORAS DAQUILO QUE SE QUER DEMONSTRAR. E É ASSIM QUE A CIÊNCIA SE CONSTRÓI E SE DESENVOLVE”. Fonte: Severino (2002, p. 149). De acordo com Marconi e Lakatos (2017), esses trabalhos precisam, ainda, funcionar como um modelo ou, pelo menos, fornecer subsídios para outras pesquisas. Já Salvador (1980 apud MARCONI; LAKATOS, 2017) destaca que as informações registradas devem possibilitar a outro pesquisador: 01 02 03 01 Reproduzir os procedimentos, de modo que obtenha os resultados apontados. 02 Avaliar as conclusões indicadas a partir das observações registradas. 03 Examinar se as análises e o raciocínio lógico empregados pelo autor para alcançar os resultados foram feitos corretamente. Há uma constatação fundamental decorrente do que foi apresentado até aqui: os trabalhos de conclusão, assim como a maioria dos trabalhos acadêmicos, não consistem em uma produção particular e de compreensão restrita àquele que o redigiu. Pelo contrário, suas respostas – e os caminhos percorridos para se chegar até elas – devem servir a outros pesquisadores, de modo a contribuir efetivamente para o avanço do conhecimento científico. Quando tal trabalho é produzido no âmbito de uma instituição de ensino com vistas à obtenção de um título, é comum receber nomes específicos. Autor: fotoinfot / Fonte: Shutterstock Assim, se sua produção ocorre ao final de uma graduação, como requisito para a obtenção de grau, costumamos chamá-la de Trabalho de Conclusão de Curso ou monografia. Caso seja resultado de uma investigação realizada durante o mestrado, cujo objetivo do pesquisador é obter o título de mestre, então o trabalho produzido é conhecido como dissertação. Agora, se for fruto de uma pesquisa desenvolvida ao longo de um doutorado, para receber o título de doutor, então estamos falando de uma tese. Um ponto que merece ser destacado quanto às terminologias utilizadas é a confusão no emprego de cada um desses termos. Não raro, encontramos referências como “tese de mestrado”, por exemplo. Uma explicação para esses casos pode ser encontrada no fato de que a associação entre monografia e graduação, dissertação e mestrado, tese e doutorado, costumeiramente adotada no Brasil, não é de uso universal. Assim, enquanto a palavra tese é empregada de forma generalizada na Grã-Bretanha, o vocábulo dissertação é difundido nos Estados Unidos e na Europa continental (CAMPELLO, 2000). Esses tratamentos chegaram até aqui por diversos caminhos, dois deles principais: 01 Pela leitura de bibliografia estrangeira, que aponta tal uso. 02 Pela própria formação do pesquisador, que pode tê-la realizado, em determinada etapa, em algum desses outros lugares. Mesmo no Brasil, onde há um consenso sobre o emprego dos termos, alguns autores atentam para as nuances existentes em meio a tal classificação. Severino (2002), por exemplo, observa que todos os referidos trabalhos são exemplos de monografias científicas, isto é, são caracterizados pela unidadee pela delimitação temática, além da profundidade da análise dispensada ao objeto em estudo. Medeiros (2006) segue pela mesma linha. Além de corroborar com as posições de Severino (2002) no que tange ao caráter englobante das monografias, destaca que tanto dissertações quanto teses consistem em textos dissertativos, nos quais pode haver a defesa de uma ou mais teses. O autor ainda pontua que seria mais adequado chamar as dissertações de monografias para obtenção do grau de mestre e as teses de monografias para obtenção do grau de doutor. Isso sem se esquecer das monografias redigidas nas graduações para bacharelado e licenciatura. Este problema é apenas o reflexo de outro, mais complicado, que é estabelecer a diferenciação entre monografias, dissertações e teses. Como podemos observar, o ponto de tensão incide, principalmente, sobre os trabalhos produzidos no âmbito da pós-graduação. Isso decorre de sua própria natureza. Segundo Severino (2002), a pós-graduação foi criada com o escopo de proporcionar as condições necessárias para a produção de pesquisas rigorosas nas mais distintas áreas do conhecimento científico. Por conseguinte, a exigência sobre o pós-graduando é ainda maior em termos de disciplina, rigor, domínio sobre métodos e procedimentos etc. Espera-se, com isso, que tal pesquisador possa ser capaz de desenvolver um texto que contemple, a um só tempo, tais características. Esses atributos são esperados tanto nos níveis de mestrado quanto de doutorado. Em consequência disso, a tarefa de encontrar os limites que caracterizam esses trabalhos torna-se bem complexa. A necessidade de tantas qualidades semelhantes finda por suscitar desencontros na hora de estabelecer quais delas as distingue. EXEMPLO Por exemplo, um ponto controverso diz respeito à questão da presença da originalidade. Por um lado, Medeiros (2006) sustenta que todos os trabalhos de conclusão precisam ser inéditos e originais. Por outro, Severino (2002) considera a originalidade uma demanda estritamente vinculada à produção de uma tese, o que seria, inclusive, um dos fatores para diferenciá-la da dissertação. DIANTE DE TAL QUADRO, NO QUAL PARECE ESTAR TUDO MISTURADO, COMO DIFERENCIAR OS TRABALHOS PRODUZIDOS NOS DISTINTOS NÍVEIS DE FORMAÇÃO? 1. PRIMEIRO CRITÉRIO O primeiro consiste na classificação pelo grau de ênfase com que as dimensões teórica, metodológica e empírica são abordadas em cada trabalho. Esse grau varia de acordo com cada nível de formação. Assim, em uma monografia, espera-se a introdução aos métodos de pesquisa e de escrita; nas dissertações, a capacidade de formular problemáticas e hipóteses, bem como utilizar adequadamente os conceitos; nas teses, a ênfase reside em maior aprofundamento teórico, que seja capaz de gerar reflexões de maior densidade. 2. SEGUNDO CRITÉRIO O segundo critério é a diferenciação segundo o grau de autonomia esperado no momento da elaboração dos trabalhos de conclusão. Nesse sentido, o nível de autonomia observado para a produção dos trabalhos varia de acordo com o estágio no qual é produzido. 3. TERCEIRO CRITÉRIO Outro ponto a destacar é a atuação do orientador em cada caso. Assim, ao desenvolver uma monografia, o pesquisador iniciante estaria situado no campo da heteronomia, ou seja, não se espera que seu trabalho apresente nenhuma autonomia, sendo acompanhado de perto pelo orientador, que cumpre a função de tutor. 4. QUARTO CRITÉRIO Na confecção da dissertação de mestrado, por sua vez, o estudioso deve realizar um progressivo distanciamento com relação ao estágio da heteronomia, dando os primeiros passos rumo à autonomia. Aqui, as intervenções do orientador são reduzidas: seu papel se restringe a apenas orientar. 5. QUINTO CRITÉRIO Enfim, de uma tese de doutorado, deseja-se, da parte do pesquisador, plena autonomia na elaboração da proposta, na construção do trabalho, nas questões teórico-metodológicas etc. A função do orientador, nesses casos, é a de um interlocutor. Entendemos que esses critérios são os mais indicados para avaliar os trabalhos de conclusão hoje em dia. Como veremos a seguir, a estrutura e os conteúdos de cada um não variam tão significativamente de um para outro. Desse modo, a adoção de quaisquer critérios rígidos e estritamente objetivos não seria capaz de caracterizar e, principalmente, de diferenciar monografias, dissertações e teses. ESTRUTURA DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO Assim como nos demais trabalhos acadêmicos que apresentamos nos módulos anteriores, a ABNT também conta com uma normativa para elaborar trabalhos de conclusão: a NBR 14724 (ABNT, 2011). De acordo com essa norma, a organização de monografias, dissertações e teses depreende uma estrutura bastante similar à dos artigos científicos, mas com uma diferença: nos trabalhos de conclusão, há uma parte externa e outra interna. EXTERNA A parte externa é composta pela capa e, opcionalmente, pela lombada. INTERNA Já a parte interna engloba componentes que também constatamos nos artigos, isto é, os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. Há também, no âmbito dos trabalhos de conclusão, os itens que são considerados obrigatórios, enquanto outros, opcionais, podem ser acrescidos de acordo com os objetivos do autor. Autor: Lipik Stock Media / Fonte: Shutterstock MONOGRAFIA As monografias de graduação são os trabalhos de conclusão mais difundidos no meio acadêmico brasileiro, e, talvez, até no mundo. Como já afirmamos, elas também são chamadas de Trabalhos de Conclusão de Curso e costumam ser exigidas pela maioria dos cursos como contrapartida para a obtenção do grau de bacharel ou licenciado. É, portanto, uma etapa pela qual a maioria dos profissionais em atividade já passaram. Dependendo do curso e da instituição de ensino, pode-se exigir que o concluinte apresente sua monografia para uma banca de professores, que tecerão comentários e críticas, além de perguntas sobre o trabalho. O grau só é obtido mediante a aprovação nesse processo. Essa arguição é chamada de defesa de monografia. No entanto, tal procedimento é mais comum na pós-graduação – defesa de dissertação e defesa de tese –, na qual é uma etapa indispensável para a obtenção dos graus conferidos. Um dado curioso chama a atenção sobre as monografias. Embora seja uma exigência que, habitualmente, impõe-se ao aluno no fim da graduação, o Trabalho de Conclusão de Curso é o momento em que acontece, de fato, a iniciação à pesquisa (NEVES, 1996; MARCONI; LAKATOS, 1992). Cabe, então, desde já, a pergunta: O QUE É MONOGRAFIA? A norma NBR 14724 define monografia como: “DOCUMENTO QUE APRESENTA O RESULTADO DE ESTUDO, DEVENDO EXPRESSAR CONHECIMENTO DO ASSUNTO ESCOLHIDO, QUE DEVE SER OBRIGATORIAMENTE EMANADO DA DISCIPLINA, MÓDULO, ESTUDO INDEPENDENTE, CURSO, PROGRAMA E OUTROS MINISTRADOS”. Fonte: ABNT (2011, p. 4). De maneira complementar, Severino (2002) e Marconi e Lakatos (2017) apontam que também se deve levar em consideração três fatores, os quais devem estar presentes em todos os trabalhos de conclusão: unidade temática, problema e metodologia. Além disso, nas monografias, o enfoque está na qualidade da análise, e não na quantidade de páginas. ATENÇÃO As formas como os elementos textuais da monografia são estruturadas também é uma questão fundamental para que os propósitos do trabalho de conclusão possam ser plenamente satisfeitos. DISSERTAÇÃO O mestrado consiste na primeira etapa dentro da pós-graduação, excetuando-se as especializações. Por isso, está situado em um meio termo no que tange à formação do pesquisador. Em outras palavras, o mestrando é aquele que já concluiu uma graduação, tendo, muito provavelmente, escrito uma monografia. Porém, ainda não chegou, em sua área de formação, à etapa do doutorado. No ponto em que se encontra, para obter o título de mestre, esse pesquisador precisará redigir uma dissertação e defendê-la na chamada defesa de dissertação. De acordo com a norma NBR 14724, dissertação é o: ESPECIALIZAÇÕESEsta modalidade de pós-graduação, também conhecida como lato sensu, não confere grau a seu concluinte. “DOCUMENTO QUE APRESENTA O RESULTADO DE UM TRABALHO EXPERIMENTAL OU EXPOSIÇÃO DE UM ESTUDO CIENTÍFICO RETROSPECTIVO, DE TEMA ÚNICO E BEM DELIMITADO EM SUA EXTENSÃO, COM O OBJETIVO DE REUNIR, ANALISAR E INTERPRETAR INFORMAÇÕES. DEVE EVIDENCIAR O CONHECIMENTO DE LITERATURA EXISTENTE SOBRE O ASSUNTO E A CAPACIDADE DE SISTEMATIZAÇÃO DO CANDIDATO”. javascript:void(0) Fonte: ABNT (2011, p. 2). Nesse sentido, por um lado, espera-se que o texto apresente maior aprofundamento com relação àqueles pontos típicos da monografia, como a metodologia, por exemplo. Por outro, deseja-se que conte com aspectos próprios de uma tese, como uma reflexão mais sólida e embasada sobre o problema levantado. Marconi e Lakatos (2017) compreendem a dissertação como um estudo teórico e reflexivo, que requer que os dados sejam sistematizados, ordenados e interpretados. Esse estudo deve, ainda, apresentar uma metodologia própria. Contudo, tal característica não deve ser confundida com a simples reprodução de textos produzidos por terceiros. Como Severino (2002) destaca, a dissertação precisa ser propositiva, e não apenas expositiva. As dissertações também podem ser divididas em mais de um tipo quanto ao conteúdo. Medeiros (2006) e Salvador (1980 apud MARCONI; LAKATOS, 2017) identificam a existência de dois tipos de trabalho: o expositivo e o argumentativo. TRABALHO EXPOSITIVO No trabalho expositivo, o autor realiza grande levantamento de materiais – das mais diversas fontes – relacionados ao tema da pesquisa. O que é avaliado aqui é a capacidade para coletar e organizar tudo o que foi reunido. TRABALHO ARGUMENTATIVO Já o trabalho argumentativo exige a interpretação das ideias apresentadas e um posicionamento por parte do autor. Os argumentos servem de sustentação tanto à interpretação quanto à posição adotada pelo pesquisador. No que diz respeito à forma, também há mais uma classificação aplicável às dissertações: elas também podem ser categorizadas de acordo com a maneira que resolvem proceder. Nesse sentido, Medeiros (2006) aponta que há três “movimentos” que uma dissertação pode adotar: para fora, para dentro e “zigue-zague”. No movimento para fora, o texto parte de algo próximo, específico, e vai em direção ao geral, em um processo tipicamente indutivo. Em outras palavras, procede do particular para o universal. No movimento para dentro, o sentido vai na direção oposta, ou seja, trata-se de uma dedução. Aqui, o ponto de partida é uma generalização qualquer. Avança-se até alcançar um caso específico. Por fim, no chamado “zigue-zague”, o autor utiliza contraposições e comparações tanto de ideias quanto de fatos e contextos. TESE As teses são trabalhos de conclusão produzidos com vistas à obtenção de dois títulos: DOUTOR Grau que se conquista após a conclusão de um curso de doutorado. LIVRE DOCENTE Grau de titulação acadêmica mais alto a que se pode chegar (apenas pesquisadores que já tenham o título de doutor podem consegui-lo). Assim como a dissertação, para a obtenção de tais títulos, exige-se o rito chamado defesa de tese. As teses consistem em um grande esforço de sistematização de uma pesquisa em um trabalho acadêmico. Espera-se do investigador que está concluindo esta etapa que seja capaz de proporcionar uma descoberta ou contribuição significativa para a ciência (MEDEIROS, 2006). Por isso, alguns autores afirmam que se deve esperar a originalidade apenas em uma tese de doutorado. ORIGINALIDADE Como frisa Severino (2002), para sustentar sua posição, originalidade nada tem a ver com novidade, mas, sim, com um retorno às origens. De acordo com o autor: javascript:void(0) “[...] [explicita-se], assim, um esclarecimento original ao assunto, até então não percebido. A descoberta original lança novas luzes sobre o objeto pesquisado, superando seja o desconhecimento, seja, então, a ignorância”. Fonte: Severino (2002, p. 148). A tese é descrita pela NBR 14724 como: “DOCUMENTO QUE APRESENTA O RESULTADO DE UM TRABALHO EXPERIMENTAL OU EXPOSIÇÃO DE UM ESTUDO CIENTÍFICO DE TEMA ÚNICO E BEM DELIMITADO. DEVE SER ELABORADO COM BASE EM INVESTIGAÇÃO ORIGINAL, CONSTITUINDO-SE EM REAL CONTRIBUIÇÃO […]”. Fonte: ABNT (2011, p. 4). Para além da definição técnica, Marconi e Lakatos (2017) destacam que é esperado que tais trabalhos contemplem três pontos em especial. O primeiro deles é que sejam precisos, ou seja, os dados apresentados precisam ser exatos, sem erros ou inconstâncias. O segundo é a exaustão: a tese deve exaurir o assunto ao qual se dedica. Por fim, o terceiro aspecto diz respeito à clareza, isto é, a tese precisa ser inteligível e transparente. Você se lembra do que vimos no início deste módulo? O trabalho de conclusão é feito para o outro, e não para si mesmo. VÍDEO Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre o processo de desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. INDEPENDENTEMENTE DE SUA MODALIDADE, OS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO, GERALMENTE, COSTUMAM ASSUSTAR O PESQUISADOR NESTA FASE DE SEU PROCESSO ACADÊMICO. É CLARO QUE, SEM NECESSIDADE DE PÂNICO, DEVEMOS ESTAR ATENTOS A ALGUNS PONTOS ESSENCIAIS. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO APRESENTA UM DESSES PONTOS: A) Permitir a outro pesquisador reproduzir os procedimentos nele realizados. B) Contribuir para o desenvolvimento de outras pesquisas. C) Desenvolver o trabalho em linguagem clara e simples. D) Apresentar resultados de uma pesquisa ainda em andamento. 2. DEVIDO AOS DISTINTOS ENTENDIMENTOS DE CADA AUTOR, UM FATOR CONSEGUE GERAR DESENCONTROS NO MOMENTO DE SE DELIMITAR O QUE SÃO MONOGRAFIAS, DISSERTAÇÕES E TESES. QUE FATOR É ESSE? A) A divisão dos elementos textuais em introdução, desenvolvimento e conclusão. B) A questão do nível de autonomia esperado. C) A demanda para que o trabalho seja original. D) O seguimento das normas da ABNT. GABARITO 1. Independentemente de sua modalidade, os Trabalhos de Conclusão de Curso, geralmente, costumam assustar o pesquisador nesta fase de seu processo acadêmico. É claro que, sem necessidade de pânico, devemos estar atentos a alguns pontos essenciais. Assinale a alternativa que não apresenta um desses pontos: A alternativa "D " está correta. Apresentar os resultados de uma pesquisa em andamento, ou seja, conclusões ainda parciais, é esperado em artigos científicos, e não em trabalhos de conclusão. Nestes, espera-se o registro dos resultados relativos a uma pesquisa. Todos os demais pontos apresentados são essenciais a um trabalho de conclusão. 2. Devido aos distintos entendimentos de cada autor, um fator consegue gerar desencontros no momento de se delimitar o que são monografias, dissertações e teses. Que fator é esse? A alternativa "C " está correta. Como vimos, a originalidade é ponto conflitante entre os autores consultados. Enquanto, para uns, ela deve estar presente em todos os trabalhos de conclusão, para outros, é uma exigência que deve ser circunscrita às teses de doutorado. A divisão do texto em introdução, desenvolvimento e conclusão é esperada em todos os trabalhos, não influenciando no processo de classificação dos trabalhos de conclusão. A verificação do nível de autonomia serve justamente como um dos mecanismos adotados para superar o problema da delimitação, não contribuindo para possíveis confusões. Além disso, espera-se que todos os trabalhos sejam realizados obedecendo às orientações das normas da ABNT. CONCLUSÃO Autor: jakkaje879 / Fonte: Shutterstock CONSIDERAÇÕES FINAIS Esperamos que você tenha percebido a importância de darmos atenção a toda estrutura necessária à organização de um trabalho acadêmico. Se, de um lado, isso permite que os pesquisadores comuniquem os resultados de suas investigações, de outro, possibilita que se atualizem sobre os avanços alcançados por seus pares. Porém, para que isso aconteça, é imprescindível que os resultadosde suas pesquisas sejam registrados de alguma maneira coerente e que permitam tal compreensão. Estamos nos referindo aos trabalhos acadêmicos: artigos científicos, livros, resenhas, trabalhos de conclusão (monografias, dissertações e teses). Finalizamos, então, com a palavra de duas autoras que muito nos ajudaram no itinerário percorrido neste tema, esperando que tenhamos contribuído com sua formação: “A ELABORAÇÃO DE UM TEXTO DE FORMA BEM ESTRUTURADA, COM SUAS CITAÇÕES E REFERÊNCIAS SEGUINDO REGRAS ESTABELECIDAS POR UMA NORMA, CONFERE A ELE UM CARÁTER DE CIENTIFICIDADE E CONFIABILIDADE, FUNDAMENTAL PARA A SERIEDADE DO TRABALHO PROPOSTO”. Fonte: Curty & Boccato (2005, p. 96). AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: Informação e documentação – Artigo em publicação periódica científica impressa – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003a. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação – Referências – Elaboração. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: Informação e documentação – Resumo – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003b. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação. 3. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. BOCCATO, V. R. C. Metodologia da pesquisa bibliográfica na área odontológica e o artigo científico como forma de comunicação. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 265-274, 2006. CAMPELLO, B. S. Teses e dissertações. In: CAMPELLO, B. S.; CENDÓN, B. V.; KREMER, J. M. (org.). Fontes de informação para pesquisadores e profissionais. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2000. CURTY, M. G.; BOCCATO, V. R. C. O artigo científico como forma de comunicação do conhecimento na área de Ciência da Informação. Revista Perspectivas em Ciências da Informação, Belo Horizonte, v. 10, n. 1, p. 94-107, 2005. ECO, U. Como se faz uma tese em Ciências Humanas. 13. ed. Lisboa: Editorial Presença, 2007. FIORIN, J. L; SAVIOLI, F. P. Para entender o texto: leitura e redação. 16. ed. São Paulo: Ática, 2003. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. LIMA, M. H. T. de F. Sobre fichamento: dicas práticas. Rio de Janeiro: Academia.edu, 2015. MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017. MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1992. MATOS, F. G. de. O cientista como citador. Ciência e Cultura, Campinas, v. 37, n. 12, p. 42-44, 1985. MEDEIROS, J. B. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MUELLER, S. P. M. A ciência, o sistema de comunicação científica e a literatura científica. In: CAMPELLO, B. S.; CENDÓN, B. V.; KREMER, J. M. (org.). Fontes de informação para pesquisadores e profissionais. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2000. NEVES, M. de S. Monografias, dissertações e teses: apontamentos para o início de uma discussão. Anos 90, Porto Alegre, n. 5, 1996. PEREIRA, M. G. Estrutura do artigo científico. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 21, n. 2, p. 351-352, 2012. PEREIRA, M. G. O resumo de um artigo científico. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 22, n. 4, p. 707-708, 2013. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002. VOLPATO, G. L. Como escrever um artigo científico. Anais da Academia Pernambucana de Ciência Agrária, Recife, v. 4, p. 97-115, 2007. EXPLORE+ Levando em conta que saber escrever de maneira clara e inteligível é uma demanda imposta a qualquer pesquisador, para aprofundamento da produção textual, indicamos as seguintes leituras: Argumentação, de José Luiz Fiorin. Escrita e práticas comunicativas, de Ingedore Villaça Koch & Vanda Maria Elias. Escrever melhor: guia para passar os textos a limpo, de Dad Squarisi & Arlete Salvador. CONTEUDISTA André Rocha de Oliveira CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
Compartilhar