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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA BAHIA ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR DA BAHIA CURSO SUPERIOR DE BOMBEIRO MILITAR RIVELINO DE MOURA SILVA – MAJ QOBM/Comb, AIRTON SANSÃO SOUSA – MAJ QOBM/Comb. PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO CONTINUADA DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO PIAUÍ Simões Filho – BA 2021 RIVELINO DE MOURA SILVA – MAJ QOBM/Comb, AIRTON SANSÃO SOUSA – MAJ QOBM/Comb. PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO CONTINUADA DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO PIAUÍ Projeto de Pesquisa apresentado como requisito para apresentação de trabalho de conclusão de Curso Superior de Bombeiro Militar na Academia de Bombeiros Militar do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia. Instrutor: Maribel Fernandes R Santana. Orientador: Lucivando Ribeiro Martins. Linha de Pesquisa: 2 - Segurança Contra Incêndio e Pânico, 7 - Busca e Salvamento, Combate a Incêndio e 12 - Gestão Social. Simões Filho – BA 2021 Autorizo a reprodução e divulgação total parte deste trabalho, por meio convencional ou eletrônico para fins de estudos e pesquisa, desde que citada a fonte. S725p Silva, Rivelino de Moura Programa de Capacitação Continuada do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí / Rivelino de Moura Silva, Airton Sansão Sousa, Teresina, 2021. 115 fls.: il. Color. Trabalho de Conclusão de Curso — Academia de Bombeiros Militar, Curso Superior de Bombeiros Militar - CSBM 2020, Simões Filho, 2021. Orientador: Lucivando Ribeiro Martins 1 Capacitação. 2. Continuada. 3 Qualificação. I. Silva, Rivelino de Moura II. Título. CDD: 350 CDU: 3.35.356-3 Ficha Catalográfica feita pelos autores Dedicamos a Deus pelo dom das nossas vidas, a nossas famílias pelo total apoio nessa caminhada vitoriosa. Dedicamos também em especial a nossas esposas e filhas pelo incondicional apoio durante todo esse tempo. Enfim, muitíssimo obrigado a todos. AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus pelo dom das nossas vidas, a nossas famílias, aos meus novos amigos feitos durante o Curso Superior de Bombeiros, realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, nos ajudando nos entendimentos de normas de outro estado, e com certeza continuamos amigos após o término do curso. Nossos agradecimentos ainda aos instrutores que sabiamente nos repassaram um aprendizado novo, nos proporcionaram uma caminhada até o momento direcionando a um aprendizado para um primeiro curso na forma Ead, em especial a Doutorando Maribel Fernandes R Santana que sabiamente nos ensinou a ver novas formas de metodologias na educação superior. Agradeço ainda a instituição Corpo de Bombeiros Militar da Bahia pelo respeito que teve em receber alunos oficiais de outros estados, demonstrando uma forma de referência no ensino de qualidade demonstrado durante esses oito meses de aula, a todos que fazem o CBMBA muitíssimo obrigado, e em especial ao Sr. Cel Francisco Teles, hoje ex-comandante. Por fim, e não menos importante agradeço incondicionalmente a nosso orientador Dr. Lucivando Ribeiro Martins, pela disposição em colaborar, pela compreensão e por ter confiado na nossa capacidade para chegarmos até aqui. Obrigado a todos sem vocês não seria possível a realização desse sonho, concluir um Curso Superior de Bombeiros Militar. “A única maneira de fazer um bom trabalho é amando o que você faz. Se você ainda não encontrou, continue procurando. Não se desespere. Assim como no amor, você saberá quando tiver encontrado”. (Steve Jobs) RESUMO Este estudo trata de investigar a necessidade de implantação de um Programa de Capacitação Continuada, como um tipo de formação que possa contribuir para a efetividade de respostas dos Bombeiros Militares do Estado do Piauí à população piauiense. Proporcionando uma contribuição para mudanças na prática de atendimento, ou melhoria no atendimento, e ainda em uma perspectiva pessoal e profissional a todos os integrantes do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí - CBMEPI. Pois com o surgimento de novas tecnologias, novos conceitos e novas experiências, a qualificação e formação e continuada nada mais é do que uma formação complementar. A formação continuada é considerada um direito para os profissionais que lecionam em qualquer estabelecimento de ensino, bem como para os profissionais de serviços essenciais, como é o caso dos Bombeiros Militares. De maneira que é extremamente importante para o professor e instrutor, quanto para o aluno estar pronto para atuar no mercado de trabalho. É necessário atualizar seus conhecimentos para que você possa desempenhar melhor suas competências. Com um conceito civil de formação continuada que entrou em vigor em 1996, quando foi implementada a lei de Diretrizes e Bases da Educação. Esta lei visa valorizar e orientar a formação do profissional da educação. No meio militar veio a ser implementada com o surgimento da Senasp, com uma matriz curricular de formação para todo o Brasil. A partir dessa necessidade surgiu a ideia do presente trabalho de conclusão do Curso Superior de Bombeiros, realizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Bahia. Palavra-chave: Capacitação. Continuada. Formação. ABSTRATIC This study seeks to investigate the need to implement a Continuing Training Program, as a type of training that can contribute to the effectiveness of responses by the Military Firefighters of the State of Piauí to the population of Piauí. Providing a contribution to changes in service practice, or improvement in service, and in a personal and professional perspective to all members of the Military Fire Brigade of the State of Piauí - CBMEPI. Because with the emergence of new technologies, new concepts and new experiences, qualification and continuous training is nothing more than complementary training. Continuing education is considered a right for professionals who teach at any educational establishment, as well as for professionals of essential services, as is the case with Military Firefighters. So it is extremely important for the teacher and instructor, as well as for the student to be ready to work in the job market. It is necessary to update your knowledge so that you can better perform your skills. With a civil concept of continuing education that came into force in 1996, when the Law of Directives and Bases of Education was implemented. This law aims to value and guide the training of education professionals. In the military, it came to be implemented with the emergence of Senasp, with a curricular matrix of training for the whole of Brazil. From this need arose the idea of the present work to conclude the Superior Course for Firefighters, carried out by the Military Fire Brigade of the State of Bahia. Keyword: Training. Continued. Formation. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Logomarca do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí ............... 13 Figura 2 - Vista aérea do quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí .................................................................................................... 18 Figura 3 - Instrução de Salvamento em Altura realizado pelo 2º BBM/CBMEPI ....... 20 Figura 4 -Logomarca do Programa desenvolvida pela dupla de Of. Als. CSBM ....... 46 Figura5 - Gráfico da Questão 07 .............................................................................. 61 Figura 6 - Gráfico da Questão 08 .............................................................................. 62 Figura 7 - Gráfico da Questão 09 .............................................................................. 62 Figura 8 - Gráfico Questão 10 ................................................................................... 63 Figura 9 - Gráfico da Questão 11 .............................................................................. 63 Figura 10 - Gráfico da Questão 12 ............................................................................ 64 Figura 11 - Gráfico da Questão 13 ............................................................................ 64 file:///D:/Rivelino/Documents/CSBM%20CBMBA/TCC/TCC%20Completo.docx%23_Toc66051569 file:///D:/Rivelino/Documents/CSBM%20CBMBA/TCC/TCC%20Completo.docx%23_Toc66051572 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13 1.1 Justificativa ...................................................................................................... 14 1.2 Formulação do problema ................................................................................ 15 1.3 Objetivos ........................................................................................................... 16 1.3.1 Objetivo geral. .................................................................................................. 16 1.3.2 Objetivos específicos........................................................................................ 16 1.4 Hipóteses .......................................................................................................... 17 2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 18 2.1 Exemplos de Programas de Capacitação e Implantação continuada. ........ 18 2.2 O processo de ensino apendizagem. ............................................................. 20 2.3 Da educação. .................................................................................................... 22 2.3.1 A educação como processo ............................................................................. 23 2.3.2 A educação como fator existencial e cultural. .................................................. 24 2.3.3 A evolução da educação no mundo ................................................................. 25 2.3.4 Do enquadramento do ensino militar ................................................................ 26 2.4 Matriz Curricular Nacional e suas estratégias. .............................................. 28 2.4.1 Educação em Serviços de Segurança Pública e Defesa Social. ...................... 31 2.4.2 A educação nos Corpos de Bombeiros do Brasil. ............................................ 32 2.4.3 Breve histórico do CBMEPI. ............................................................................. 33 2.4.4 Nossos Heróis. ................................................................................................. 34 2.4.5 Evolução do CBMEPI. ...................................................................................... 35 2.5 Efetivo atual do CBMEPI. ................................................................................. 38 2.6 O Ensino. .......................................................................................................... 39 2.6.1 Definição de ensino. ......................................................................................... 39 2.6.2 O ensino técnico-profissional bombeiro militar. ................................................ 40 2.7 A Educação e o Ensino no CBMEPI. .............................................................. 40 2.7.1 As ferramentas de ensino do CBMEPI. ............................................................ 41 2.7.2 Do treinamento ................................................................................................. 42 2.7.3 A formação do profissional Bombeiro Militar. ................................................... 43 2.7.4 A qualificação técnico-profissional no CBMEPI. ............................................... 43 2.8 Da capacitação continuada. ............................................................................ 44 3 O PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO CONTINUADA. ....................................... 46 3.1 Atividades do Programa de Capacitação Continuada. ................................. 47 3.2 Do adestramento da tropa. .............................................................................. 47 3.3 A avaliação dos processos de ensino aprendizagem. .................................. 49 3.4 A avaliação da capacitação continuada. ........................................................ 51 3.5 O conceito de eficiência e eficácia. ................................................................ 52 3.6 Metodologia da Pesquisa. ............................................................................... 54 3.6.1 Classificação da pesquisa ................................................................................ 55 3.7 Pesquisa documental e bibliográfica. ............................................................ 58 3.7.1 Pesquisa de campo. ......................................................................................... 58 3.7.2 Amostra da pesquisa. ....................................................................................... 58 3.8 Procedimento de coleta de dados. ................................................................. 59 4 PESQUISA E ANÁLISE DOS RESULTADOS. .................................................. 60 5 DISCUSSÃO ....................................................................................................... 66 5.1 Estudo dos objetivos ....................................................................................... 66 5.2 Conceitos da educação no processo de ensino aprendizagem .................. 66 5.3 Conhecer o Programa de Capacitação Continuada a ser aplicado ao efetivo operacional do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí – CBMEPI. ..... 67 5.4 Avaliar o aproveitamento do Programa de Capacitação Continuada pelo efetivo operacional do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí – CBMEPI. ................................................................................................................... 67 5.5 Resultado da Hipótese 1: ................................................................................ 70 5.6 Resultado da Hipótese 2: ................................................................................ 71 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 72 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS. ........................................................................ 76 GLOSSÁRIO ............................................................................................................. 77 APÊNDICE ................................................................................................................ 79 APÊNDICE A - Questionário da pesquisa. ............................................................ 79 APÊNDICE B - PROPOSTA DE EMENTA PARA O PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO CONTINUADA. .............................................................................. 82 13 1 INTRODUÇÃO Durante muito tempo, a formação inicial foi considerada suficiente para a preparação do indivíduo relativamente a toda vida profissional. Entretanto, o avanço do conhecimento, das novas tecnologias nos últimos anos, e o seu inter-relacionamento com o desempenho profissional trouxeram à tona a necessidadede atualização e de aperfeiçoamento constante e continuado dos que atuam na educação, e mais ainda para aqueles que salvam vidas. Rodrigues e Esteves (1993, p. 41) asseveram que: A formação não se esgota na formação inicial, devendo prosseguir ao longo da carreira, de forma coerente e integrada, respondendo às necessidades de formação sentidas pelo próprio e Às do sistema educativo, resultantes das mudanças sociais e/ou do próprio sistema de ensino. A complementação e atualização de conhecimentos técnico-profissionais repassados durante o processo de formação básica do profissional bombeiro militar é uma necessidade recorrente da política de ensino do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí CBMEPI. Após o curso de formação é necessário que o profissional Bombeiro Militar tenha a oportunidade de rever, atualizar e aprimorar seus conhecimentos técnico-profissionais por intermédio de uma ferramenta administrativa gerencial e operacional, que execute uma capacitação continuada dos bombeiros militares, para uma qualificação dos serviços prestados pelo CBMEPI. A política de ensino do CBMEPI prevê o direcionamento do ensino em duas modalidades: ensino de formação profissional básica e ensino de direcionado a formação para promoção. Este ensino compreende os cursos de formação, especialização, habilitação e aperfeiçoamento dos Oficiais e Praças da corporação, buscando a galgar postos e graduações, com tempos de interstícios pré-determinados em lei. Figura 1 – Logomarca do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí Fonte: Site do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí. 14 Não confundir os cursos de especialização com as ferramentas de capacitação continuada destinadas a manutenção do ensino, pois o objetivo dos cursos de especialização é o de preparar o profissional bombeiro militar para a realização de determinada atividade (operacional e administrativa) específica do elenco de ações do serviço operacional do CBMEPI. Enquanto os processos de ensino aprendizagem, adotados na capacitação continuada, visam atender as necessidades da atualização dos conhecimentos repassados na formação básica, agregando valores e novas técnicas de ações, com busca a técnica e tática com eficiência e eficácia. A política de ensino do CBMEPI deverá instituir por meio de um Programa de Capacitação Continuada, um processo de revitalização das atividades de ensino ao efetivo da corporação. Os serviços do CBMEPI, comumente denominado de serviços operacionais, não adotam qualquer programa que sirva de modelo de estudo na implementação desses mecanismos de manutenção do ensino, pois essa ferramenta visa complementar, atualizar e aprimorar os conhecimentos adquiridos durante os cursos de formação, especialização, habilitação e aperfeiçoamento dos Oficiais e Praças da corporação. A presente pesquisa propõe realizar uma avaliação da necessidade de implantação de um Programa de Capacitação Continuada no CBMEPI, verificar a influência das ferramentas de ensino técnico-profissional no programa e sua influência nos procedimentos de adestramento da tropa para o serviço operacional da instituição, desenvolvendo desta forma a produção de elementos para discussão do problema objeto da pesquisa. 1.1 Justificativa A avaliação da necessidade de implantação de um processo de ensino- aprendizagem empregando uma atividade educacional denominada neste trabalho de Programa de Capacitação Continuada. Evidencia a importância dessa ferramenta de ensino, bem como dos processos de ensino aprendizagem, que compõem seus fundamentos, para a manutenção e retroalimentação do ensino técnico-profissional dos bombeiros militares que atuam no serviço operacional da corporação. Conhecer o Programa de Capacitação Continuada é de fundamental importância para a gestão do ensino na corporação, todos os profissionais que trabalham no serviço operacional devem estar cientes das diretrizes e meios disponíveis para a execução dos 15 treinamentos e instruções, com previsão elaborada para um período determinado de ações e instrução da instituição para um ano no mínimo. As ferramentas do ensino técnico-profissional adotadas em programa de capacitação continuada são de extrema importância para o entendimento da dinâmica na capacitação do ensino na corporação. A fim de realizar uma delimitação da proposta de estudo do presente trabalho, direciona-se o foco de investigação para o corpo humano de bombeiros militares de uma unidade que trabalhem no serviço operacional, com a necessidade de do emprego de um Programa de Capacitação Continuada e que necessitem estarem atualizados em técnicas e táticas novas para prestação do serviço constitucional da corporação Corpo de Bombeiro Militar. órgão responsável pela proteção de vidas e patrimônio, por deparar-se com diferentes cenários de incêndios, necessita dominar técnicas e táticas e adaptar-se as novas situações a que é submetido. Nesta premissa, a pesquisa direcionou o estudo para a implantação de um Programa de Capacitação Continuada, avaliando a eficiência e eficácia. De posse dessas informações pode-se traçar um perfil de um programa e os resultados permitirão mensurar o grau de aproveitamento dos processos de ensino aprendizagem utilizados na capacitação da tropa, hoje dispensado ao efetivo do serviço operacional na Corporação, deixando a segundo e/ou até terceiro plano este método de acompanhamento pós-ensino dos Bombeiros Militares. 1.2 Formulação do problema O problema alvo da presente pesquisa é decorrente da seguinte questão: Qual a Necessidade de implantação de um Programa de Capacitação Continuada no CBMEPI? Com este questionamento, o presente trabalho de pesquisa pretende diagnosticar o grau de necessidade de implantação de um Programa de Capacitação Continuada no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí, por parte do Comandante Geral e dos profissionais que são submetidos às instruções e demais mecanismos aplicados na metodologia de ensino empregado no CBMEPI. Se as ferramentas de ensino técnico-profissional adotadas por Programa de Capacitação Continuada para o CBMEPI atendem ao complemento, atualização e aprimoramento dos conhecimentos científico-operacionais adquiridos na formação básica dos profissionais das diversas unidades da Corporação. Se o Programa de Capacitação 16 Continuada prepara os profissionais do CBMEPI, para o desempenho das atividades operacionais e se promove a correção de falhas nas ações e operações da unidade. 1.3 Objetivos Os objetivos são traçados mediante o investimento no treinamento de combate a incêndio, resgate, busca e salvamento e APH, e posterior aplicação no atendimento às ocorrências torna-se condição indispensável para atender as expectativas da sociedade. Deve-se ainda considerar que este serviço está intimamente ligado, ou mesmo, trata-se da própria missão da instituição, qual seja, “Vidas alheias e riquezas salvar”. O insucesso reflete em perda de vidas e materiais. (Lema dos Corpo de Bombeiros Militares do Brasil). No Brasil, diversas organizações têm discutido sobre a importância da retroalimentação das informações obtidas após os incêndios com a finalidade de reavaliar procedimentos, condições de segurança do trabalho, sistemas de prevenção contra incêndio e pânico, bem como reformulação de leis e decretos. Desta forma, faz-se necessário o estudo que promova constantemente avaliações das condições atuais de administração dos sistemas institucionais ou que proponham a necessidade de se complementar, aperfeiçoar e viabilizar os sistemas já existentes, na tentativa de operacionalizá-los, para o fim a que se destinam. 1.3.1 Objetivo geral. Desenhar uma proposta de capacitação continuada para o CBMEPI, avaliando a necessidade de implantação, a eficiência e eficácia de um Programa de Capacitação Continuadana visão dos profissionais do serviço operacional do CBMEPI. 1.3.2 Objetivos específicos a. Pesquisa diagnostica para implantação de formação continuada b. Desenhar Proposta com treinamentos específicos de formação e qualificação continuada; c. Elaborar minuta do Programa de Capacitação Continuada, aproveitamento os conhecimentos profissionais e continuando já existente. 17 1.4 Hipóteses A implantação de um Programa de Capacitação Continuada atenderá satisfatoriamente as necessidades operacionais de adestramento e treinamento dos profissionais do CBMEPI. A formação inicial, não deve acabar em uma cerimônia, mais sim, deve ser continuada, organizados para preparar para a vida produtiva e social do indivíduo. No caso do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí, deve ser promovida para a inserção e reinserção de todos da corporação no trabalho operacional institucional. Isso inclui cursos de capacitação profissional, aperfeiçoamento e atualização profissional para Bombeiros de todos os postos e graduações. Devendo abranger cursos especiais, de livre oferta, abertos a todos, além de cursos de qualificação profissional integrados aos itinerários formativos do dia a dia. No que tange ao nosso estudo, podemos contextualizar que esperamos encontrar na pesquisa, por experiencia, por resultados das entrevistas que, deve ser implantado o quanto antes uma forma de atualização de informação aos Bombeiros Miliares do CBMEPI. 18 2 REVISÃO DE LITERATURA Figura 2 - Vista aérea do quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí Fonte: Arquivo pessoal Of. Al. Maj. Rivelino de Moura Silva. Esta revisão de literatura buscou por meio de conceitos formulados por autores da área de atuação dos Corpos de Bombeiros Militar do Brasil e da análise das leis que regem o CBMEPI, abordar conteúdos relativos aos serviços desempenhados pelos Corpos de Bombeiros Militar, uma retroalimentação, contextualização sobre o tema, suas definições e conceitos, a fundamentação legal para um o sistema programado de instrução para o CBMEPI, o histórico de coleta e análise de dados obtidos em diversas ocorrências no estado, conceitos de dados, informação e conhecimento dos autores, e exposição sobre sistema de informação. 2.1 Exemplos de Programas de Capacitação e Implantação continuada. Os exemplos de Programas de Capacitação Continuada implantado em outras instituições que funciona desde o ano de 1996, com a nomenclatura de reciclagem. Naquela época era atribuição da Seção de Ensino da então, 2ª Companhia Independente de Emergência Médica (CIEM) do CBMDF, reciclar o efetivo executante do serviço de APH no Distrito Federal, conforme relatos do comandante na ocasião e arquivos da Companhia. A partir do final da década de noventa, começou a ser 19 empregado o termo Programa de Capacitação Continuada, desde então existe o pensamento de capacitar anualmente todo o efetivo. Hoje o pensamento de Capacitação continuada serve para todas as áreas da instituição, objetivando sempre um serviço de qualidade, partindo de uma boa formação. O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo por meio de Procedimentos Técnicos de Análise de Conduta Operacional (PTAC-Op) detectou a necessidade de implementar um sistema de instrução e avaliação centralizado, com a finalidade de treinar individualmente e coletivamente sua tropa para melhoria dos seus serviços. Por meio do PTAC-Op foi possível detectar, mediante dados estatísticos e estudos de casos, que acidentes poderiam ser evitados caso tivessem sido observados os procedimentos operacionais padrão e fundamentos de bombeiros. Assim, o comando padronizou os procedimentos operacionais e por meio de uma diretriz expedida pelo Chefe de Operações, equivalente ao Chefe da 3ª Seção do EMG, implementou um programa de treinamento a todos os militares do Corpo de Bombeiros da Grande São Paulo. Tal programa teve a finalidade de prever a padronização da rotina de todas as Unidades de bombeiros, apresentar todo o efetivo operacional para treinamento pré-estabelecido, difundir amplamente os manuais fundamentais, manuais técnicos e procedimentos operacionais padrão em vigor, formar uma unidade de doutrina a todo efetivo, promover condicionamento físico ideal para execução dos serviços, evitar acidentes de trabalho e orientar os bombeiros a buscarem continuamente o aprimoramento profissional individual. O programa prevê cinquenta e três conhecimentos obrigatórios, que todos os militares devem possuir para a execução do serviço de forma padronizada. Tais conhecimentos são repassados de forma harmônica e planejada durante o período de um ano de treinamento. Os militares que não conseguem ser aprovados são submetidos novamente ao treinamento, sem prejuízo do serviço. O programa estabelece as obrigações de todos os envolvidos no processo de instrução, bem como banca de avaliação, normas de segurança da instrução, tabela de pontuação dos exercícios. O acompanhamento da instrução é feito por meio de relatórios diários de passagem de serviço, em livro próprio, no qual são relatados apenas fatos relativos à instrução. Esses relatórios são subsídios ao comando e instrumentos de averiguação por parte do Estado-Maior. Aliado a este trabalho de coleta de dados, estudo de casos e planejamento de instrução, o comando através do centro de informática, elaborou um sistema de tabulação de dados, que abordasse 20 todo o ciclo de inserção, processamento e análise de dados, dos eventos de bombeiros. O desafio da instituição é a revisão do modelo de dados de ocorrências que levem à reestruturação dos registros de eventos de bombeiros e sua terminologia, aperfeiçoando a qualidade, a confiabilidade das informações e o desenvolvimento do mapeamento do serviço operacional do serviço de bombeiros no território do estado, relacionando seus indicadores quantitativos e qualitativos de atendimento com as demandas exigidas pela população. Desta forma, o sistema possui dez relatórios padronizados e que devem ser obrigatoriamente preenchidos diariamente no próprio sistema. O objetivo da instituição dentre outros é melhorar a qualidade dos serviços por meio de direcionamento da capacitação profissional, treinamento, desenvolvimento de novas técnicas, aperfeiçoamento dos procedimentos operacionais padronizados. 2.2 O processo de ensino apendizagem. Figura 3 - Instrução de Salvamento em Altura realizado pelo 2º BBM/CBMEPI Fonte: Arquivo pessoal Of. Al. Maj. BM Rivelino de Moura Silva Para Catapan (1996, p.38) a definição do processo de ensino aprendizagem é o "Conjunto de ações e estratégias que o educando, considerado individual ou 21 coletivamente, realiza, contando para tal, com a gestão facilitadora e orientadora do professor, para atingir os objetivos propostos”. Segundo o autor, o processo de ensino-aprendizagem desenvolve-se de três maneiras: presencial, não presencial ou mista, utilizando para esse fim ambientes educacionais como escolas, centros de formação, ambientes virtuais empresas e comunidades urbanas e rurais (grifo nosso). O processo de ensino-aprendizagem está centrado no educando e dá ênfase tanto ao método quanto ao conteúdo. O Processo de ensino-aprendizagem compreende a organização do ambiente educativo, a motivação dos participantes, a definição do plano de formação, o desenvolvimento das atividades de aprendizagem e a avaliação do processo e do produto. Constitui essencialmente o trabalho escolar, cujo produto são os conhecimentos construídos, os conhecimentos dominados e as habilidades. (CATAPAN, 1996, p.38). O processo de ensino-aprendizagem compreende a organização do ambiente educativo, a motivação dos participantes, a definição do plano de formação, o desenvolvimentodas atividades de aprendizagem e a avaliação do processo de ensino. Entende-se por processos de ensino aprendizagem como o conjunto de ações e estratégias empregadas ao aluno, individual ou em grupo, visando a mudança de comportamento em proveito do desenvolvimento da instituição. O processo de ensino aprendizagem no Corpo de Bombeiros deve ocorrer desde o planejamento e organização dos cursos e estágios na corporação, bem como das instruções e treinamentos dispensados aos profissionais bombeiros militares nas diversas formas de metodologias de ensino e instrução. A preocupação com a dinâmica das instruções, o desempenho do instruendo nas atividades de cunho prático, o aproveitamento das correções nas falhas da metodologia aplicada e a avaliação dos professores e instrutores são apenas uma parte da aplicação dos princípios dos processos de ensino aprendizagem no seio do CBMEPI. O ensino no CBMEPI se caracteriza por uma abordagem técnico-profissional de caráter militar, agregando em sua essência o elenco das ações que compõem o leque das atividades do serviço operacional do profissional bombeiro militar. Nos primórdios da corporação Corpo de Bombeiros, a principal atividade era apenas dedicada a extinção de incêndios. Nos dias atuais, a ampla gama de ações que compõem as atividades do Corpo de Bombeiros impõe que os conhecimentos técnico- profissionais sejam inseridos durante toda a passagem do profissional pela corporação, conforme consta no Artigo 144 da CF de 1988. 22 A Segurança pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos para a preservação da ordem pública, exercida pelas Policias Militares e Civis, o Policiamento ostensivo e preservação da ordem pública, e aos Corpos de Bombeiros, que além das atribuições constantes em Lei, as ações de combate a incêndio, busca e salvamento, incumbe ainda ações de Defesa Civil. (CF, 1988. Art. 144). O principal objetivo do ensino técnico-profissional bombeiro militar é de preparar um agente público, tanto para a realização das atividades operacionais, típicas do serviço bombeiro militar, como para o exercício do cargo público na administração governamental. Sendo assim, considera-se que rol de atividades exercidas pelo CBMEPI desdobra-se em duas grandes vertentes: Atividade fim (Combate a incêndio, Resgate, Busca e Salvamento) e atividade meio (Vistorias, Análise de Projeto e Prevenção) (Maj. Rivelino de Moura). Essa atividade fim compreende o elenco de ações que caracterizam o serviço operacional, ou seja, todas as atividades empregadas no socorro prestado pelo CBMEPI junto à comunidade. Em outra perspectiva, a atividade meio compreende a gestão de todos os recursos materiais e humanos destinados a realização do apoio administrativo, bem como da logística, das finanças, da comunicação social, do serviço técnico e compreende também o planejamento do ensino. Desta forma, o efetivo da corporação bombeiro militar é dividido em: Bombeiros Militares que trabalham nas unidades operacionais e bombeiros militares que trabalham na administração. A presente pesquisa inicia sua busca bibliográfica na abordagem das definições de processos de ensino aprendizagem e demais ferramentas da educação. Segundo Cabral (2004, p.12), “o ensino bombeiro militar feito com investimento e planejamento proporciona ao sistema condições necessárias para valorização profissional do educador, bem como dos alunos”. Num mundo cada vez mais globalizado, onde há a necessidade de um profissional polivalente, as constantes mudanças tecnológicas de equipamentos operacionais, exigem dos militares um conhecimento desta evolução, para que os mesmos venham a utilizá-los com eficiência no trabalho. Sendo assim, é importante ter a competência para aprender, repensar a aprender, dominando e atualizando os conhecimentos exigidos, assim como é preciso ser flexível para assimilar novos conhecimentos. (Cabral. 2004, p. 12). 2.3 Da educação. O conceito de educação está diretamente ligado a construção dos saberes necessários a formação do próprio homem. Ao longo da vida, o homem adquire a 23 capacidade de discernimento e das ações que precisa para o convívio social, moldando assim o seu caráter e sua reputação como membro efetivo do grupo. Para Pinto (2007. P.30) a educação possui um significado restrito e outro amplo. No significado restrito, a educação está diretamente ligada ao contexto da pedagogia clássica, de caráter sistematizado e convencional. Está intrinsecamente ligado às fases da vida de um indivíduo enquanto ser socialmente incluído em determinado tipo de grupo social. São os conhecimentos que o indivíduo recebe, por seus pais e principalmente por membros de sua comunidade, durante as fases da infância e da juventude do ser humano que irão formá-lo como membro participante e atuante. Já no seu sentido amplo e autêntico, o autor trata a educação como uma relação com a existência humana em todos os seus aspectos. A educação é o processo pelo qual a sociedade forma seus membros à sua imagem e em função de seus interesses. Por consequência a formação do homem, ou seja, o processo pelo qual a sociedade atua constantemente sobre o desenvolvimento do ser humano no intento de integrá-lo no modo de ser social vigente e de conduzi-lo a aceitar a buscar os fins coletivos. (PINTO, 2007, p. 30). 2.3.1 A educação como processo A educação como processo, desde os primórdios, o homem vem passando por contínuos processos de educação. Desde o advento da roda e do manuseio do fogo o homem passa por um constante processo de aprendizagem. Portanto, o conceito de educação pode estar ligado aos processos de formação do homem como indivíduo, do homem como ser que passa por constantes mudanças, e do homem como um ser que participa de uma sociedade que passa por processos de constante aprendizado e por isso educa a si e a outros, ao longo de sua jornada. A educação é um processo, portanto é o decorrer de um fenômeno (a formação do homem) no tempo, ou seja, é um fator histórico. Todavia, é histórico em duplo sentido: primeiro, no sentido de que represente a própria história individual de cada ser humano; segundo, no sentido de que está vinculada â fase vivida pela comunidade em sua contínua evolução. Sendo um processo, desde logo se vê que não pode ser racionalmente interpretada com os instrumentos da lógica formal, mas somente com as categorias da lógica dialética. (PINTO, 2007, p. 30). Segundo Cabral (2004, p.16) “a educação transforma e traz modificações necessárias nos seres humanos. Oportuniza o conhecimento, assegura-lhes a segurança profissional e um bem estar na sociedade”. 24 A educação como processo assegura a transferência de toda a cultura de um povo e que liberta pelo saber quando somada ao estímulo para um pensar e agir empreendedor, pode acelerar, em muito, a construção de uma nação mais justa, que assegure vida digna a seus cidadãos. (Edição Sebrae, 2001 apud CABRAL,2004. P.16). 2.3.2 A educação como fator existencial e cultural. Os educadores afirmam que a escola é para o aluno a segunda casa. A instituição escolar é responsável pela educação, pelo ensino e pela aprendizagem. Possui uma participação fundamental no papel de repassar ao indivíduo os ensinamentos necessários para se comportar socialmente e aprender sobre os principais fatos e acontecimentos da sociedade em geral. Para Hoffmann (2000. P.30) “a educação tem como principal finalidade preparar o indivíduo para o exercício da cidadania e sua qualificação para as ocupações no trabalho”. Ou seja, seu acesso a maneiras de sua iniciação a uma posição dentro de seu grupo social. Refere-se ao modo como (por si mesmo e pelas ações exteriores que sofre) o homem se faz ser homem. A educação configura o homem em toda sua realidade. Pode-se dizer (em outra versão da definição) que é o processo pelo qual o homemadquire sua essência (real, social e não metafísica). É o processo constitutivo do ser humano. (PINTO, 2007, p. 30). A partir dessas considerações, queremos justificar a importância dessa discussão sobre a natureza pedagógica da formação Bombeiro Militar, que pode oferecer elementos úteis para a construção de um sistema de educação, no cenário atual, sem termos que abdicar de uma raiz ontológica que foi esquecida e deve voltar à pauta de uma reflexão pedagógica: a educação como um dinamismo com significado existencial da consciência no ato de transcender a si mesma; que constrói sua dinâmica mediante as decisões e ações tomadas pelo sujeito em suas relações com um mundo de significados e valores; uma educação que, em última análise, atinge sua finalização na responsabilização pessoal. A educação abrange principalmente os processos de ensinar e aprender, tais processos emglobam o contexto familiar, escolar, social e profissional. Esse fenômeno é observado em quaisquer tipos de comunidades ou grupos sociais constituídos. Educação implica diretamente em formação social, ou seja, são os conhecimento necessários para a criação de hábitos para construção de comportamentos nos indivíduos. Tais comportamentos visam habilitar os indivíduos a conviverem em perfeita harmonia com seus grupos sociais. 25 Refere-se à sociedade como um todo. É determinada pelo interesse que move a comunidade a interagir todos os seus membros à forma social vigente (relações econômicas, instituições, usos, ciências, atividades, etc.). É o procedimento pelo qual a sociedade se reproduz a si mesma ao longo de sua duração temporal. (PINTO, 2007, p. 30). A educação parte do princípio de que todos os indivíduos são responsáveis por ensinar e educar a corporação de acordo com os valores e costumes da sociedade de cada instituição a que pertence. A educação é uma ferramenta para assimilação, manutenção e perpetuação dos conhecimentos adquiridos pelos membros de todos os grupos sociais. O repasse de conhecimentos é feito de forma transcendental, dos membros mais velhos e mais experientes aos mais jovens e em fase de socialização. Neste contexto são transmitidos de geração a geração os conhecimentos necessários ao perfeito convívio familiar e social. Não somente os conhecimentos, crenças e valores, mas também os métodos utilizados pela totalidade social para exercer sua função educativa e dependem do grau cultural da comunidade. A educação é a transmissão da cultura em todos os seus aspectos. O método pedagógico é função da cultura existente. O saber é o conjunto dos dados da cultura que se têm tornado socialmente conscientes e que a sociedade é capaz de expressar pela linguagem. Nas sociedades iletradas não existe saber gratificante conservado pela escrita, contudo, há transmissão pela prática social, pela via oral e, portanto, há educação. (CABRAL, 2007, p. 30). É por meio da educação, ou seja, da dose de conhecimentos que podemos explicar a participação de figuras históricas na mudança de rumo que a humanidade sofreu ao longo de sua jornada na terra. 2.3.3 A evolução da educação no mundo A história da educação confunde-se em muitos momentos com a própria história do homem em seu contexto social e participativo nas principais mudanças. As primeiras formas de educação são aquelas observadas no comportamento do homem primitivo, o qual para sobreviver, produziu ferramentas e inventou técnicas de caça, além é claro da produção e manuseio do fogo. Tais formas primitivas de comportamento perdurou por toda a Era do Fogo através dos ensinamentos que eram repassados de geração em geração. Podemos afirmar então que estes são os primeiros registros de um processo de eniso aprendizagem, logo um sistema de educação. 26 Na idade média, a educação era privilégios de poucos, quem possuisse um livro era considerado além de um homem culto, um homem rico. Pois os livros eram feitos de materiais de difícil reprodução. A evolução da educação no mundo ocorreu em conformidade com os preceitos de socialização e endoculturação até atingir a prática da educação formal. Entende-se como educação formal a as atividades desenvolvida nos espaços das escolas, que vai da educação infantil aos cursos de pós-graduação. A educação exercida com a inserção do individuo no manuseio de ferramentas e recursos técnicos e de instrumentos e ferramentas tecnológicas dá-se o nome de Educação Tecnológica. Educação profissional é aquela que prepara o indivíduo para o exercício de determinado Ofício (profissão), habilitando-o a exercer uma atividade laboral, ou seja, promove sua aceitação no mercado de trabalho. 2.3.4 Do enquadramento do ensino militar A educaçao no Brasil acontece de várias formas e leva em consideração a diversidade cultural e econômica dos estados da federação. No âmbito nacional, a educação é regulada pela Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, chamada de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Em seu artigo 83 aborda o ensino militar como um ramo da educação nacional que possui legislação específica. A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece: Art. 83. O ensino militar é regulado em lei específica, admitida a equivalência de estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas de ensino (Carneiro, 2008. p199). Desde 1997 a SENASP1 vem investindo na formação dos profissionais da área de segurança pública, inicialmente com cursos sobre Direitos Humanos em parceria com o Comitê da Cruz Vermelha Internacional; (DECRETO LEI nº 7443, Diário Oficial da União de 23 de fevereiro de 2017. Brasília – DF). Em dezembro de 1999, após um processo de elaboração conjunta com profissionais de todos os estados lançou as bases curriculares para os cursos de 1 Senasp - A Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) - Decreto nº 5.834, de 6 de julho de 2006, é um órgão público superior de nível federal, vinculado ao Ministério da Justiça. Ela é responsável pela política de segurança pública no país https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93rg%C3%A3o_p%C3%BAblico https://pt.wikipedia.org/wiki/Minist%C3%A9rio_da_Justi%C3%A7a_(Brasil) https://pt.wikipedia.org/wiki/Seguran%C3%A7a_p%C3%BAblica https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil 27 formação dos profissionais da área de segurança pública. Este documento trazia uma série de orientações para o currículo de formação, uma proposta de grade de disciplina e um conjunto de ementas. Neste mesmo período e nos anos subsequentes a SENASP estruturou um programa de treinamento com vários cursos ofertados. Em março 2004, com a necessidade de inserir novas questões na agenda de formação, a SENASP realizou o primeiro encontro da Matriz Curricular e lançou o referido o documento intitulado Matriz Curricular Nacional2. Um conjunto de orientações para subsidiar as ações formativas dos centros de formação policiais e bombeiros. De acordo com o gestor da Rede Nacional de Educação a Distância (Rede Ead) em Sergipe, delegado Jorge Ribeiro, dado o conjunto de fatores favoráveis, os países do Mercosul também aderiram à Rede e, a partir do próximo ciclo, os seus operadores de segurança pública também estarão matriculados e trocando experiências com policiais brasileiros. “Isso é uma demonstração clara da qualidade dos nossos cursos”, avaliou Ribeiro. “São mais de quarenta cursos disponíveis da Rede Senasp, além de outros 25 cursos da Rede DtCom, estes relacionados com Gestão Pública (Talk Show: Desenvolvimento da Excelência em Gestão Pública etc.), Gestão Corporativa (Inglês Básico...) e Autodesenvolvimento (Português Instrumental II: A Reforma Ortográfica e outros). No total, são oferecidos mais de 40 cursos. A partir de uma grade da Senasp com os seguintes cursos: Integração das Normas Internacionais de Direitos Humanos na Área de Segurança Pública, Filosofiados Direitos Humanos Aplicada à Atuação Policial, Direitos Humanos e Atividade Policial, Tópicos em Psicologia Relacionados à Segurança Pública, Aspectos Jurídicos da Abordagem Policial, Termo Circunstanciado, Emergencista Pré-Hospitalar II, Conflitos Agrários, Democracia Participativa, todos com 60 horas. Os interessados devem ficar atentos, pois alguns cursos exigem pré-requisitos. No cenário de mudanças permanentes a educação destaca-se como processo de compreensão do contexto e de construção de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e fortalecimento de atitudes para agir sobre o presente e o futuro. 2 Matriz Curricular Nacional - Matriz curricular nacional para ações formativas dos profissionais da área de segurança pública / Secretaria Nacional de Segurança Pública, - Brasília : Secretaria Nacional de Segurança Pública, 2014. 28 Em relação ao processo de formação, capacitação e desenvolvimento dos profissionais de segurança pública não poderiam ser diferentes; atreladas à eficácia organizacional o investimento no capital humano e a valorização profissional se tornam imprescindíveis para superar os desafios existentes, com a finalidade de uma unidade em todos os Estados da Federação. 2.4 Matriz Curricular Nacional e suas estratégias. Segundo a Secretaria Nacional de Segurança Nacional do Ministério da Justiça, a Matriz Curricular Nacional é um referencial nacional para as atividades de formação em Segurança Pública que fomenta a reflexão e orientação, garantindo a coerência das políticas de melhoria da qualidade da Educação em Segurança Pública, bem como de desempenho profissional e institucional. Fundamentada numa concepção mais abrangente e dinâmica de currículo, ela propõe instrumentos que permitam orientar práticas formativas e situações de trabalho em Segurança Pública, proporcionando a unidade na diversidade, a partir do diálogo entre Eixos Articuladores e Áreas Temáticas. Os Eixos Articuladores estruturam o conjunto dos conteúdos formativos, em que foram definidos por sua pertinência na discussão da Segurança Pública e por envolverem problemáticas sociais atuais e urgentes, enfrentadas pelos por seus profissionais, considerados de abrangência nacional. As Áreas Temáticas contemplam os conteúdos indispensáveis à formação do profissional da segurança pública, isto é, devem convergir para capacitá-los no exercício de sua função: - A compreensão do exercício da atividade de Segurança Pública como prática da cidadania; - O posicionamento crítico, responsável e construtivo nas diferentes situações sociais; - A percepção dos agentes transformadores da realidade social e histórica do país; - O conhecimento e valorização da diversidade que caracteriza a sociedade brasileira; - O conhecimento e domínio das diversas técnicas ao uso da força e da arma de fogo; 29 - O desenvolvimento do autoconhecimento dos profissionais da segurança pública; - A utilização de diferentes linguagens, fontes de informação e recursos tecnológicos que norteiam a atuação dos profissionais da área de segurança pública. A Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP, criada pelo Decreto nº 2.315, de 4 de setembro de 1997, foi decorrente de transformação da antiga Secretaria de Planejamento de Ações Nacionais de Segurança Pública – SEPLANSEG. A SEPLANSEG foi criada no Governo Fernando Henrique Cardoso através da MP 813, de 1º de janeiro de 1995 - mais tarde Lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998. Dos Departamentos que a compunham inicialmente, o Departamento de Entorpecentes migrou para a Secretaria Nacional Anti-Drogas, com o advento da Lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998, transformando-se em Subsecretaria de Prevenção e Recuperação; o Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN passou à subordinação do Secretário Executivo do Ministério da Justiça, a partir de 17 de outubro de 1997, de acordo com o Decreto nº 2.351, e o Departamento de Polícia Rodoviária Federal também passou a ser subordinado à Secretaria Executiva do Ministério da Justiça, pelo Decreto nº 2.802, de 13 de outubro de 1998. Da união desses órgãos traçou-se as estratégias para a implementação da MCN são: 1. Pactuação com os Entes da Federação: a pactuação é um exercício permanente em razão da peculiaridade de cada local e instituição, bem como pelos diferentes níveis de processo de Educação em Segurança Pública dos Parceiros. 2. Criação de um Grupo da MCN: A Secretaria Nacional de Segurança Pública criou mediante Portaria (Decreto nº 2.315, Diário Oficial da União de 4 de setembro de 1997) um grupo representativo por Instituição e Região para estudar, refletir e propor adequações à Matriz. Esse grupo é formado por policiais civis, militares e corpo de bombeiros. As propostas foram apresentadas e discutidas em Encontros/Reuniões com todos os representantes Estaduais. Desta forma, a SENASP legitima o processo de construção e pactuação da política de formação adotada. 3. Elaboração das Diretrizes de implementação: O documento da Diretriz traz referências e princípios e mostra como trabalhar os eixos ético, legal e técnico, pertinentes ao ensino do profissional da área de segurança pública, num Estado Democrático de Direito; faz referência ao conceito de integração trabalhado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública na área da formação, recomendando a 30 criação de uma Coordenação (ou outra denominação) de Ensino, única e integrada, que ficará responsável pelo planejamento de ensino, execução e acompanhamento das ações de educação e propõe a adoção de um núcleo comum (Malha Curricular). 4. Elaboração da Malha Curricular: é composto por disciplinas que congreguem conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, cujo objetivo é a garantia de unidade de pensamento e ação dos profissionais da área de segurança pública. Foram consideradas as especificações dos quadros de profissionais da área de Segurança Pública descritos na Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho. Além disso, trabalha com o Mapa de Competências favorecendo a identificação de conteúdo conceituais (Leis, teorias e princípios), conteúdos procedimentais (habilidades técnicas, administrativas, interpessoais, políticas e conceituais, traduzidas em métodos, técnicas e procedimentos) e conteúdos atitudinais (valores, crenças, atitudes e normas), possibilitando um equilíbrio entre os conteúdos propostos. É importante ressaltar que as ementas das disciplinas da malha curricular foram elaboradas por profissionais da área de segurança pública indicados pela Unidade Federativa para participarem de um processo de seleção com base numa ficha cadastral e um sistema de pontuação. 5. Elaboração do Documento Matriz Curricular em movimento: este documento é um guia didático-metodológico que tem por objetivo apresentar idéias e sugestões de estratégias e ações - com base nos princípios e fundamentos da Matriz Curricular Nacional - que possam subsidiar o gestor, técnico ou professor que atua nos Centros de Ensino de Formação dos Profissionais de Segurança Pública na reflexão da prática pedagógica, no planejamento e na execução das ações formativas. 6. Realização de Oficinas Regionais: tem como objetivo conhecer e analisar os currículos e projetos educacionais que estão sendo desenvolvidos nas Academias e Centros de Formação em relação a MCN, mediante relato de experiência; análise junto aos Parceiros das Diretrizes Pedagógicas e da Malha Curricular apresentada pela SENASP; Discutir Direitos Humanos como tema transversal. A Matriz Curricular em Movimento é um guia didático-metodológico que tem por objetivo apresentar ideias e sugestões de estratégias e ações - com base nos princípios e fundamentos da Matriz Curricular Nacional - que possam subsidiar gestores, técnicos ou professores que atuam nos Centros de Ensino de Formaçãodos http://200.238.112.36/capacitacao/arquivos/MatrizCurricular2007.pdf 31 Profissionais de Segurança Pública na reflexão da prática pedagógica, no planejamento e na execução das ações formativas. Através da utilização da expressão "em movimento” espera-se que as idéias e sugestões possam provocar um movimento, no sentido de mobilização mental (reflexões); mobilização de pessoas e mobilização estratégico-política. Espera-se também que todo este movimento chegue as salas de aula, contribuindo para a excelência da formação do profissional de segurança pública. Nos dias 15 e 16 de abril de 2005, em Brasília, o MJ/SENASP realizou o II encontro da Matriz Curricular Nacional, com representantes das Unidades Federativas, onde após análise, discussão, complementações e observações foram aprovadas as Diretrizes para as atividades formativas para os profissionais da área de segurança pública no âmbito do Sistema Único de Segurança Pública - SUSP e a Grade de Disciplinas do Núcleo Comum para a Matriz Curricular Nacional. Dando continuidade a esta ação, o MJ/SENASP realiza, à distância, até 12/10 o processo de elaboração das ementas e orientações didáticas para oferta dessas disciplinas nos currículos das ações formativas do ensino policial e de bombeiros, no âmbito das orientações da Matriz Curricular Nacional. O objetivo deste encontro virtual é contar com a colaboração dos profissionais que trabalham na área de segurança pública para elaboração das ementas das disciplinas que compõe a Matriz Curricular Nacional. O processo de elaboração das ementas das disciplinas da Matriz Curricular iniciou-se no mês de agosto/2005 com a seleção dos currículos enviados para a SENASP pelos estados. (www.portal.mj.gov.br). De acordo com a publicação da Senasp, existem dezenove Unidades da Federação que utilizam a Matriz como referencial. São elas: Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. 2.4.1 Educação em Serviços de Segurança Pública e Defesa Social. Para a Senasp do Ministério da Justiça, a Matriz Curricular Nacional configura- se numa estratégia para promover a integração das academias e demais instituições de ensino das polícias e corpos de bombeiros, garantindo a transversalidade e http://www.portal.mj.gov.br/ 32 interdisciplinaridade temática, as especificidades dos diferentes segmentos de segurança pública, justiça criminal e órgãos periciais e defesa social, sem prescindir das especificidades locais e regionais. E essa comunidade foi criada para colaborar com o processo de construção dos planos de disciplinas selecionadas para compor a Matriz Nacional, em atenção ao ensino policial e de bombeiros do País. A Matriz Curricular Nacional também teve como referência as competências inseridas na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) que é o documento normalizador do reconhecimento, da nomeação e da codificação dos títulos e conteúdo das ocupações do mercado de trabalho brasileiro. É ao mesmo tempo uma classificação enumerativa e uma classificação descritiva. Classificação enumerativa: codifica empregos e outras situações de trabalho para fins estatísticos de registros administrativos, censos populacionais e outras pesquisas domiciliares. Inclui códigos e títulos ocupacionais e a descrição sumária. Ela também é conhecida pelos nomes de nomenclatura ocupacional e estrutura ocupacional. Classificação descritiva: inventaria detalhadamente as atividades realizadas no trabalho, os requisitos de formação e experiência profissionais e as condições de trabalho. 2.4.2 A educação nos Corpos de Bombeiros do Brasil. A educação nas corporações Bombeiro Militar tem sua história baseada na própria história político-social do país. Iniciou-se no Rio de Janeiro, que então era a capital do país, por ato do Imperador Dom Pedro II (Patrono dos Bombeiros Brasileiros) foi instituído a criação do Corpo de Bombeiro Provisório da Corte em 2 de julho de 1856, através do Decreto Nº 1.755, originando os serviços de extinção de incêndio no Brasil, aproveitando a experiência de integrantes do Arsenal de Marinha nas ações de combate a incêndio em navios e constituiu, com esses, o primeiro contigente daquela unidade de bombeiros.(www.bombeiros.sp.gov.br). O Ministério da Justiça elaborou o Decreto Imperial nº 1.775, assinado por sua majestade, o Imperador Dom Pedro II, e promulgado em 2 de julho de 1856, criando o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte. Em 30 de abril de 1860, mediante o Decreto nº 2.587 a sua subordinação passou para a jurisdição do Ministério da Agricultura. http://www.mtecbo.gov.br/busca.asp http://www.bombeiros.sp.gov.br/ 33 Em 19 de junho de 1895, criou-se o serviço médico social da Corporação. No período em que foi instalada a enfermaria, os medicamentos passaram a ser fornecidos para os oficiais, praças e seus familiares. Fez público em 1 de junho de 1913, pelo Boletim do Comando do Corpo de Bombeiros da Capital, o início da substituição do galopar dos cavalos pelo ronco dos motores dos carros de bombeiros. Em 2 de abril de 1954, foi instituído o Dia do Bombeiro Militar, pelo então Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Getúlio Vargas, referendado pelo Ministro da Justiça e Negócios Interiores, Exmo. Sr. Tancredo Neves. (www.bombeiros.sp.gov.br) 2.4.3 Breve histórico do CBMEPI. Em 18 de julho de 1944, através do Decreto Lei n.º 808, foi criada a Seção de Bombeiros da Força Policial do Piauí, sob o comando do Cel. PM Evilásio Gonçalves Vilanova, então Comandante Geral da Força Policial do Piauí, sendo nomeado como primeiro comandante da Seção o 2º Ten. PM Joaquim de Araújo Farias (18/09/1944 a 25/07/1945), com um efetivo de trinta e três homens, seguido pelos seguintes comandantes até os dias atuais: Maj PM José Valdinar de Oliveira Lopes (07/09/1968 a 08/08/1984), Ten Cel PM Luiz Tadeu Novais de Menezes (09/08/1984 a 24/04/1986), Cel QOPM Lucimar Alves de Almeida (25/04/1986 a 19/11/1996), Cel QOPM Raimundo Brasil LUSTOSA (20/11/1996 a 15/04/1998), Cel QOBM Francisco Cícero Silva de Souza (16/04/1998 a 27/11/2001), Cel QOPM Francisco Barbosa da Mota (28/11/2001 a 31/12/2010), Cel QOBM/Comb. Manoel Bezerra dos Santos (01/01/2017), Cel QOBM/Comb. Antonio da Cruz de Oliveira, Cel QOBM/Comb. Carlos Frederico Macedo Mendes e o atual Comandante Cel QOBM/Comb. Demetrius Rodrigues do Rêgo. À organização inicial do Corpo de Bombeiros do Estado do Piauí deu-se caráter rigorosamente militar, porém, sem a imprescindível autonomia, pois a Seção era subordinada à força policial (brilhante e tradicional unidade, com fins diversos), o que perdura até os dias atuais. A Seção ficou ocupando uma parte do prédio onde funcionava o então, Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Piauí, na Praça http://www.bombeiros.sp.gov.br/ 34 Pedro II3. À época foi requisitado o material necessário para a formação e funcionamento da Seção, que era composta de três viaturas equipadas na fábrica “Itaúma” do Estado de São Paulo, adaptadas para o serviço de bombeiros, com capacidade para três mil litros d'água, bombas centrífugas de jatos contínuos e mangueiras de 2.1/2 polegadas. Foram adquiridos, também na época, uma bomba manual portátil “O elite”, uma escada prolongável com dois lances, uma escada de assalto com três lances, uma escada de gancho, uma bomba cisterna manual e ainda um extintor de espuma marca “Fomait”. Para o translado das citadas viaturas de São Paulo à Teresina, partiram com destino àquele Estado, Joaquim de Araújo Farias (futuro Cmt da Seção), acompanhado de três motoristas civis: Antônio Aleixo Amorim, Lourival Aleixo e Francisco Bezerra Pinho. As viaturas foram transportadas de São Pauloà Pirapora (MG) por estrada de ferro; de Pirapora (MG) à Remanso (BA), por via fluvial; e de Remanso (BA) à Teresina (PI), via terrestre, apesar das estradas encontrarem-se em péssimo estado, em decorrência do pleno período de chuvas. Joaquim de Araújo Farias comandou a Seção até 25 de julho de 1945, quando ocupava então o posto de 1º Tenente. Por falta de meios e com o passar de alguns anos, a Seção perdeu as condições de exercer suas atividades normais. Nada poderá ter maior naturalidade para o serviço operacional de bombeiros, em se falando dos serviços de bombeiros, no seu ligeiro histórico, do que se fazer resenhas dos incêndios atendidos desde o início da organização. Poderíamos incluir em anexo a este trabalho, pormenorizada relação dos incêndios de grandes proporções lavrados desde 1944 até os dias atuais. Porém, relataremos apenas alguns dos muitos pedidos de socorro feitos e atendidos pelas suas prontidões. (o que significa “prontidão” e o que o fez escolher o termo): 2.4.4 Nossos Heróis. A prontidão de serviço teve muitas vezes, alguns de seus componentes feridos. Houve ainda, falecimentos de praças consequentes a absorção excessiva de humanidade, ferimentos recebidos, etc. Não foram raros, simultaneamente, casos patentes de atos heroicos na prática de virtudes profissionais. 3 Atual Centro de Artesanato de Teresina. 35 Simplicidade da vida, em se falando dos serviços de bombeiros, no seu ligeiro histórico, do que se fazer resenhas dos atendimentos de ocorrências desde o início da organização, pormenorizando os grandes incêndios lavrados desde 1944 até os dias atuais, não vamos citar, pois podemos deixar de citar alguns dos nossos grandes heróis do fogo. 2.4.5 Evolução do CBMEPI. Cogitou-se, já em 1977, a descentralização dos socorros. Porém, não sendo possível por falta de condições do Estado. Um ano depois, o Governo assinava convênio com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO) através do Comandante Geral da Polícia Militar, a fim de que Bombeiros militares prestassem serviços de proteção contra incêndios no Aeroporto de Teresina, ficando a citada empresa na obrigação de contribuir para o aquartelamento e os meios para a consecução dos objetivos. O primeiro convênio foi assinado e publicado no Diário Oficial nº 143 de 31 de julho de 1978. Hoje, a Seção de Contra Incêndio do Aeroporto de Teresina (SCI/SBTTE), conta com quarenta e quatro homens e cinco viaturas: um Ataque Rápido (AR/II) com capacidade para mil e duzentos litros d’água; cento e cinquenta litros de espuma e cem quilos de Pó Químico Seco, equipada com material operacional moderno. Possui ainda dois Ataques Pesados (AP/I) METZ, com capacidade de três mil litros d’água e quatrocentos e quarenta litros de espuma química, uma ambulância, um limpa-pistas e modernas instalações. O Corpo de Bombeiros começa seu verdadeiro processo de descentralização com a aprovação da Lei n.º 4.355, de 30 de julho de 1990, que dispõe sobre a fixação do efetivo da Polícia Militar do Piauí e dá outras providências, publicado em Diário Oficial do estado de n.º 153, datado de 15 de agosto do mesmo ano, quando, além de haver ampliado o efetivo do Corpo de Bombeiros para novecentos e trinta homens, foram criados de acordo com o art. 4º,no 1º Grupamento de Incêndio, com sede em Teresina, três Sub grupamentos de Incêndio (SGI), destacados nas cidades de Parnaíba, Piripiri e Santa Filomena e a Seção de Combate a Incêndio, destacada no Aeroporto de Teresina (SCI/SBTE). Em 03 de agosto de 1990, era instalado na cidade de Parnaíba, sendo governador do estado do Piauí à época, Alberto Tavares Silva, contando com um 36 efetivo inicial de 26 (vinte e seis) bombeiros militares, o 2º Subgrupamento de Incêndio do 1º Grupamento de Incêndio (2º SGI/1º GI). A mesma Lei, em seu Art. 5º, criou o 2º Grupamento de Incêndio do Corpo de Bombeiros, na zona leste de Teresina, que passou a dispor de quatro Sub grupamentos de Incêndio, instalados nas cidades de Floriano, Picos e Corrente, além de um na capital do estado, e, através de seu parágrafo único, destacou também, seis Seções de Busca e Salvamento (SBS) para as cidades constantes dos artigos 4º e 5º. Um grande passo se deu com a instalação do 1º Grupamento de Incêndio 1º (GI), criado sob o Decreto Lei nº 3.529, de 20 de outubro de 1977, sendo estruturado com a publicação do Boletim Interno do CB nº 104, de 05 de junho de 1978, em Quartel próprio, localizado na rua David Caldas n.º 281, cruzamento com rua São Pedro, centro desta capital, em 28 de fevereiro de 1997, através da Portaria do Comando Geral da PMPI de n.º 029/97. O terceiro passo se deu com a instalação do 2º Grupamento de Incêndio (2º GI), em sua sede atual, no bairro Dirceu Arcoverde, também no ano de 1997. Ainda em 17 de outubro de 1997, foi instalado no Corpo de Bombeiros, o Grupamento de Socorros de Emergência (GSE), hoje comandado por Oficial intermediário, formado na área de saúde (odontologia pela UFPI), tendo como Subcomandante, outro Oficial intermediário, formado em enfermagem pela UFPI com Especialização em Saúde Pública e Saúde da Família. Desde a criação do Corpo de Bombeiros, que na força era apenas uma seção de bombeiros, socorros, tanto de incêndio como de Salvamento eram prestados por uma única viatura ABT 01. Até 1972, quando foram adquiridas duas viaturas marca Gurgel, para o Salvamento, composta por duas guarnições para viaturas que foram chamadas de ASSP Terrestre e ASSP aquática, onde na mesma havia uma lancha com motor de popa e um dos mais modernos aparelhos de escafandria no país. Em 13 de abril de 1972, a sede do Corpo de Bombeiros foi transferido para um local próprio. Até o início de 1973 o salvamento era chamado de Pelotão de Salvamento (atual GBS). O grupamento de busca e salvamento (GBS) estava instalado no prédio do Comando Geral, situado na Avenida Miguel Rosa nº 3515, bairro Piçarra, quando foi transferido em 21 de abril de 1998, para o bairro Acarape, na rua Espírito Santo, s/nº sendo posteriormente no dia 05 de julho de 2000, quando foi inaugurado a nova sede na Avenida Maranhão (na região da Prainha), sob o comando do Cap. QOBM Antônio da Cruz de Oliveira, às margens do Rio Parnaíba, próximo a Centro Administrativo, 37 com ampla área e com rápido acesso para atendimento ás ocorrências de salvamento aquático. A Desvinculação do Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Piauí, deu-se através da Lei n° 5.2764, de 23 de dezembro de 2002, sancionada pelo então Governador Hugo Napoleão do Rego Neto, no comando do Coronel QOBM Francisco Barbosa da Mota, autor da proposta que desvinculou o Corpo de Bombeiros da Policia Militar e deu outras providências, prevendo a inserção da Instituição na composição organizacional do Estado, de dispositivos de regimento administrativo da Corporação e relacionados ao direito de permanência do exercício das funções em respectiva corporação até a definição em lei sobre a matéria, verbis: Art. 1º - Para efeito do disposto no art. 156 e seu inciso III da Constituição do Estado do Piauí o Corpo de Bombeiros Militar fica desvinculado da Policia Militar do Piauí, de acordo com o constante na presente lei. Art. 3º - O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí passa a integrar a composição organizacional do Poder Executivo Estadual como órgão da Administração Direta, subordina diretamente ao Governador do Estado, nos termos do § 1º, art. 158 da Constituição Estadual Art. 5º. Fica assegurado, a oficiais e praças PM’s que atualmente servem no Corpo de Bombeiros o direito a permanecer exercendo suas funções até que a matéria seja definida em lei. Observe-se que esta mesma lei de desvinculação disciplinou através do parágrafo único do Art. 4º- ver anexo I, o prazo de cento e vinte dias para elaboração e envio ao Governo do Estado das legislações específicas necessárias aos Bombeiros Militares do Estado do Piauí, verbis: Art. 4º - Até que sejam aprovadas leis específicas o Corpo de Bombeiros Militar reger-se-á pela legislação da Policia Militar do Piauí. Parágrafo único – O Comandante do Corpo de Bombeiros Militar deverá no prazo de cento e vinte dias, a contar da data de publicação da presente Lei, encaminhar ao Governador do Estado, os necessários projetos de leis específicos. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí é uma Corporação cuja missão primordial consiste na execução de atividades de defesa civil, prevenção e combate a incêndios, buscas, salvamentos e socorros públicos no âmbito do estado do Piauí, participante dos órgãos de segurança pública, de acordo com o Art. 144 da CF, mesmo desvinculado da PMPI a quase 20 ainda não produziu as legislações necessárias para a expansão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piaui. De um total de 224 municípios a instituição está instalado em 4 cidades, a saber: Teresina (Capital), Parnaíba, Picos e Floriano. 4 Lei n° 5.276, de 23 de dezembro de 2002 – Lei que desvinculou o CBMEPI da PMPI. 38 2.5 Efetivo atual do CBMEPI. O efetivo do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí é o menor entre todas as instituições do pais, com uma defazagem de quase de 80% do constante em Lei de Fixação de Efetivo5 - Lei Ordinária Nº 5.949 de 17/12/2009. Tabela 1- Quadro de oficiais bombeiros militares combatentes Posto ou Graduação Fixado Existente Coronel 04 04 Tenente Coronel 10 10 Major 17 15 Capitão 25 00 1º Tenente 28 00 2º Tenente 30 25 Total 114 54 Fonte: Diretoria de Pessoal do CBMEPI. II - Quadro de oficiais bombeiros militares da Saúde Posto ou Graduação Fixado Existente Tenente Coronel 1 0 Major 1 0 Capitão 2 0 1º Tenente 2 0 2º Tenente 6 0 Total 12 0 Fonte: Diretoria de Pessoal do CBMEPI. III - Quadro de oficiais bombeiros militares Engenheiros Posto ou Graduação Fixado Existente Tenente Coronel 1 0 Major 1 0 Capitão 2 0 1º Tenente 2 0 2º Tenente 2 0 Total 08 02 Fonte: Diretoria de Pessoal do CBMEPI. IV - Quadro de oficiais bombeiros militares do Quadro Auxiliar Posto ou Graduação Fixado Existente Capitão 12 12 1º Tenente 22 22 2º Tenente 33 33 Total 67 67 Fonte: Diretoria de Pessoal do CBMEPI. 5 Lei de Organização Básica e Fixação de Efetivo do CBMEPI - Lei Ordinária Nº 5.949 de 17/12/2009 Dispõe sobre a Organização Básica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí e dá outras providências. http://legislacao.pi.gov.br/legislacao/default/detalhe/14667 http://legislacao.pi.gov.br/legislacao/default/detalhe/14667 39 V - Quadro das praças Posto ou Graduação Fixado Existente Aspirante a Oficial 0 0 Sub tenente 55 55 1º Sargento 100 18 2º Sargento 130 11 3º Sargento 170 35 Cabo 280 48 Soldado 478 63 Total 1.203 230 Fonte: Diretoria de Pessoal do CBMEPI. VI - Quadro de oficiais e praças do CBMEPI em 2021 Posto ou Graduação Fixado Existente Oficiais 201 123 Praças 1241 230 Total 1.442 353 Fonte: Diretoria de Pessoal do CBMEPI. 2.6 O Ensino. Podemos definir a educação nas corporações de bombeiros como sendo o conjunto de ações e de hábitos forjados no seio da caserna, do convívio de instituições de carater militar, pois o indivídio é inserido em um conjunto de regras e de normas provenientes da conduta baseada nos pilares do militarismo: Hierarquia e disciplina. Tais preceitos regem sua conduta tanto do que diz respeito ao cunho profissional como no contexto social, pois o militar facilmente é reconhecido por sua postura, seu modo de se expressar, de vestir-se, de reagir a certos incômodos e principalmente no seu modo de tratar com respeito aqueles que demonstrem autoridade. Todos esses atributos fazem do convívio na caserna um modo de educação bastante observado e elogiado por todos os ramos da sociedade. É portanto uma forma de educação, talvez a mais eficiente, eficaz e efetiva. 2.6.1 Definição de ensino. O conceito de ensino se confunde com conceito de educação. Como foi abordado anteriormente a educação é a transmissão de conhecimento para o indivíduo com o objetivo de inseri-lo em um contexto social: Uma escola é criada para realizar o ensino. O primeiro requisito é saber ensinar. Para isso necessita dominar os conteúdos que integram o programa e saber transmiti-los, o que, além dos conhecimentos dos métodos e a técnica 40 mais adequados em função do conteúdo a ser apresentado e do perfil dos alunos. (BARRETO LIMA, 2007. P.43). Já o ensino pode-se definir como o processo de aprendizagem que levará o indivíduo a aquisição de conhecimentos. Neste panorama, o ensino tem um caráter intencional, pois propicia ao indivíduo escolher o ramo de conhecimento específico para agregação de determinado grupo de conhecimento. Este pode ter o objetivo de formar o indivíduo para uma certificação, diplomação ou habilitação de determinado ofício, podendo ser melhor entendido como sendo a ação e o efeito de ensinar (instruir, doutrinar e amestrar com regras ou preceitos). 2.6.2 O ensino técnico-profissional bombeiro militar. Entende-se por ensino técnico-profissional militar o leque de atividades de ensino voltada a execução de tarefas relacionadas a atividade prática. Também conhecido como ensino técnico operacional. O ensino técnico-profissional militar reporta principalmente às instruções da formação profissional básica e aos treinamentos operacinais destinados ao adestramento do bombeiro militar. 2.7 A Educação e o Ensino no CBMEPI. No CBMEPI o órgão responsável por regulamentar e normatizar, bem como de baixar as diretrizes de ensino é a Diretoria de Ensino e Instrução. A execução do ensino ocorre em conformidade com as diretrizes emanadas pelo planejamento de metas do comando geral. Tendo seu controle durante todo processo desde o planejamento até a classificação final dos alunos através de instrumentos previstos pela Diretoria de Ensino e Instrução. A estrutura de Ensino e Instrução do CBMEPI está prevista na Lei que dispões sobre a Organização Básica do Cropo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí (Regulamento da LOB – RLOB), que se encontra para regulamentação. Art. 19. A 3ª Seção (BM/3) é responsável pelo planejamento, coordenação e controle de todas asa tividades de formação, aperfeiçoamento, habilitação, capacitação e especialização, nos diferentes níveis de ensino da Corporação, a qual será dirigida pelo Diretor de Ensino e Instrução. Parágrafo único. A 3ª Seção (BM/3) está estruturada da seguinte forma: I – Diretoria de Ensino; II – Gerência de Ensino; III – Coordenação de Instrução; IV – Seção de Curso. (Lei 5949, pag. 3, 2017) 41 A Diretoria de Ensino do CBMEPI (DEI), levantamento feito junto as publicações de editais e Boletins gerais do CBMEPI, prestou a informação dos cursos ocorridos durante os últimos 10 (dez) anos, que foram realizados de cunho para formação, ou obrigatórios para elevação de graduação ou postos, a saber: Nos anos de 2010 e 2017, Curso para operador de Plataforma Hidráulica de Resgate, curso destinado exclusivamente aos operadores voluntários para trabalharem na APR, três Cursos de formação de soldados, que ingressam na instituição, com duração em média de oito meses; quatro Cursos de habilitação a cabos, com duração de três meses; quatro Cursos de habilitação a sargentos, com duração em média de três meses; e três Cursos de habilitação a oficiais QOA, com duração de seis meses6. A instituição está há oito anos sem formar oficiais em academias de formação de oficiais, o que vai prejudicar o futuro da instituição, pois para este quadro de bombeiros, não foi disponibilizados curso para aperfeiçoamento, além dos cursos obrigatórios para promoção,
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