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Alan W. Watts Mitologia Ocidental, Dissolução e Transformação Filósofo britânico-américano, que através de suas análises desenvolveu uma interpretação que foi capaz de fundir a filosofia oriental para o público ocidental. O mesmo inicia sua tese em Mitologia Ocidental, Dissolução e Transformação, com uma crítica ao fato da monarquia política ser o modelo, a imagem e semelhança do universo segundo a civilização ocidental, segundo o mesmo, manter essa idéia traria problemas para os cidadãos dos Estados Unidos, por esperar que essa forma de governo seja a melhor opção. Esse pensamento traria consigo uma convicção oprimida na qual uma pessoa não poderia se opor a nenhum tipo de pensamento ou decisão oposta ao estabelecido pela monarquia, “ninguém podia se opor em sã consciência a lutar numa guerra, a não ser que declarasse solenemente acreditar que recebia ordens de um Ser Supremo” (Watts), nesse caso, o Presidente. O termo Ser Supremo, que corresponde simplesmente a Deus, usado por teólogos de diversas religiões com esse mesmo significado, não torna-se somente limitado a cristãos etc, é enfatizado o fato da dificuldade que os budistas e taoístas enfrentavam pelo falo de não acreditarem em um Ser Supremo nesse sentido, Alan Watts buscava adverte-los que essa expressão era usada somente como um termo vago, sem definição de crença, apesar que havia questionamentos sobre a questão das necessidades da igreja serem definidas por seculares, a existência de ateus entre os povos e também a defesa sobre todos acreditarmos que exista alguém ou alguma coisa em algum outro lugar, com a ideia de que não havia a possibilidade de existir um ser denominado ateu, por acreditar na existência de um ser soberano, ao qual devemos ser adeptos. O filósofo acreditava que o senso comum da população americana era baseada em uma teoria que defendia a fundação do universo com base nas antigas monarquias despóticas encontradas no Oriente próximo, ou seja, o poder absoluto encontra-se nas mãos de uma única autoridade capaz de comandar. Diferentemente da tradição judaica/cristã que acredita na fundação do universo de forma construída, criada por uma divindade, com uma força sobrenatural e espiritual capaz de governar a terra, a qual devemos prestar obediência, implica ainda que a criação do homem seria algo também feito de forma criada, “criação em cerâmica", ao manter essa ideia, o autor busca citar o livro de Gênesis, livro o qual retrata o ínicio de tudo, a criação e começo da vida na terra, com o fato do surgimento do homem advindo do barro, algo qual levaria a crianças questionarem seus pais “como foi que me fizeram?”, sendo natural que uma criança educada com base no que foi ensinado aos povos no mundo ocidental tenha esse questionamento sobre a sua origem, diferente de uma criança criada e educada com base em outras culturas, que jamais questionaria seu surgimento dessa forma, mas sim “como foi que eu cresci?”, ou seja, o questionamento sobre o surgimento da vida para criança baseia-se na educação que recebe de seus pais. “A matéria é uma espécie de coisa básica que só toma forma com a intervenção da energia espiritual. Esta tem sido uma questão básica para todo o nosso pensamento — o problema da relação entre matéria e mente.” (Watts), como seria possível a mente influenciar a matéria? Se um espírito é capaz de atravessar qualquer parede se quer, sem mover um tijolo, e um espírito que habita o corpo de um ser é capaz de realizar movimentos de diversos membros que o compõem? São perguntas provocadas por um pensamento ocidental, pelo fato dessa forma de pensamento realizar a distinção entre a matéria bruta considerada não-inteligente e o espírito ativo inteligente. Ou seja, no Ocidente acredita-se que o homem necessita realizar uma espécie de imposição sobre determinado material, como por exemplo, para que algo seja formado, como uma caixa de madeira, o homem necessita modificar o estado natural da matéria a ser usada, para que seja realizado o que seu espírito deseja. O real jamais é buscado de forma individual, mas sempre é inserido na mente, por pessoas que ousaram pesquisar anteriormente, dessa forma acreditamos no que ouvimos e vemos, para a ciência ocidental entender a natureza é descobrir qual a matéria básica utilizada, e qual projeto há na mente daquele que busca suas matérias para fabricar produtos a fim de consumi-los. Ou seja, tudo o que acontece no mundo, o que somos e de onde viemos segue um padrão, um padrão o qual define nossos comportamentos, ao pesquisarmos sobre algo encontramos primeiramente o padrão do que já foi estabelecido, a partir daí buscamos mais e mais, e no fundo novamente tudo se repete, “(...) e qualquer coisa que pudesse ser considerada como componente do nosso corpo está sempre de passagem.” (Watts). A imagem de Deus consiste em um ser pai, influenciador, capaz de nos vigiar e saber de todos os nossos passos, a fim de reconhecer o que seria o certo ou errado, por muitos anos essa idéia teve bastante influência sobre os cristãos e etc, porém com o passar do tempo, a mesma teve que ser abandonada, pelo fato de que ninguém quer se sentir observado por um ser o qual pode julgar de forma autoritária, por mais que suas observações sejam benéficas, desta forma o pensamento em relação à forma autoritária do cuidado de Deus sobre o ser humano encerra-se, sendo criado um novo modelo de criação do universo, seguindo o que já havia sido passado de acordo com a Sagrada Escritura e tradição cristã durante os séculos XVIII e XIX. A ciência ocidental baseia-se nas palavras descritas pelos profetas que ouviram a palavra do Senhor e que sabiam o que de fato aconteceria, se de fato pudéssemos entender a palavra de Deus, conseguiríamos descrever e predizer o futuro, porém a única certeza que possuímos é da morte, e que a mesma vem como consequência de todos os atos praticados em vida, o autor convida o leitor a pensar e questionar sobre a vida após a morte, “você é capaz de acreditar na ressurreição do corpo?”, o espírito jamais seria capaz de dominar a matéria, pois tudo o que criamos e cultivamos voltam a ser de fato o que antes eram, do pó viemos, ao pó voltaremos, a esperança é que no fim, o espírito vencerá a morte e tornara-se mais forte e capaz de realizar um milagre a favor da matéria, a fim de torná-la imortal. “Há muito poucas pessoas religiosas no mundo ocidental, porque a maioria delas não acredita realmente no cristianismo, ainda que sejam Testemunhas de Jeová. Mas acreditam que devem acreditar e se sentem muito culpadas quando não acreditam” (Watts), a partir dessa afirmação Alan Watts busca enfatizar a idéia de que o que acreditamos deve ser de fato anunciado, da forma correta, se uma pessoa pertencente a religião que segue as Testemunhas de Jeová não ter a convicção de que o que pregam é realmente o correto, de nada vale a busca pela “evangelização”, por esse motivo o autor leva a refletirmos que se os Testemunhas de Jeová realmente acreditassem no que pregam, os mesmos evangelizariam de forma alarmante através de programas de televisão, jornais, revistas e até mesmo nas ruas, pregando aquilo que admitem ser o correto. A partir das informações contidas em suas afirmações em relação ao que somos e o que acreditamos nos leva a compreensão que Watts acredita que não viemos ao mundo, mas saímos do mundo, assim como um filho que acaba de nascer do ventre de sua mãe, e que nossa inteligência não se torna benéfica em um ambiente que não nos propõe o exercício da mente. David L. Miller Orestes, Mito e Sonho como Catarse Em sua participação David L. Miller apresenta o tema Orestes, integrante da mitologia antiga e também da tragédia grega, como exemplo como exemplar dos interesses contemporâneos. O mesmo busca explorar o conceito de catarse e também qual o papel do mito e do sonho nos métodos usados em tratamentos psicoterápicos catárticos. O autor cita William Hamilton, filósofo escocês que descreve o homem pós-cristão como um ser com complexo orestiano, mas o que de fato seria um homem comessa definição? Segundo William Hamilton, Rollo May e William Lynch, seria um homem capaz de realizar qualquer ato para conseguir fazer acontecer algo que tanto deseja, sendo capaz de afirmar sua responsabilidade a todo custo, assumir seus erros. Mas afinal, quem foi Orestes? Filho de Agamémnon, rei de Argos e de Micenas, sua maior vontade era de vingar a morte de seu pai, que foi morto por sua própria mãe, um homem capaz de enfrentar qualquer dificuldade para realizar sua vontade e foi exatamente isso que fez, o mesmo assassinou sua mãe e pôde vingar-se, o mesmo jamais negou sua responsabilidade sobre tal ato, o mesmo não sentiu remorso pelo que fez, por esse motivo o autor utiliza o termo catarse (ato de liberar um sentimento ou emoção reprimida provocada por um trauma), em outros sentidos de acordo com a psicologia tradicional, catarse significa “terapia”, na teologia ocidental tradicional “salvação”, e por último na teoria tradicional do drama, a palavra tem o significado de “purgação”, sendo classificados em religião e drama. Kátharsis: a Metáfora Nesse termo, o autor apresenta as sete imagens metafóricas de Kátharsis, onde consta diversos significados e como eram representados e utilizados por cada filósofo em suas obras ou em seu cotidiano, o mesmo busca concluir suas observações em relação as sete imagens explicando-as em somente duas únicas representações , catarse por subtração, divisão ou separação, podendo ser explicada com o ato de retirar o que está estragado entre o que ainda serve, aquilo que é indesejável é separado do que é desejável, e também catarse por adição ou complementação, sendo explicada pela combinação de agentes a fim de se obter um resultado positivo, trazendo consigo o estabelecer de uma harmonia desejada “o trabalho de transformação purgativa se completa na unificação da adição”, sendo para o autor, esse o significado do termo Kátharsis. Catarse (Terapia) na Psicologia: Freud e Jung Psicologia profunda, clarificação por Sigmund Freud e inteireza por Jung. Trata-se de um processo terapêutico com a finalidade de libertar e purificar a mente humana, desse modo, o autor busca exemplificar a catarse de acordo com a forma que cada médico a utilizava, a catarse era dividida em duas formas de tratamento, na qual baseava-se o seu resultado final na interpretação que cada especialista tinha a respeito do que era informado por seus pacientes, daí a divisão da psicologia para a realização da interpretação de cada sonho, para Freud os sonhos tinham um significado e eram considerados como um sintoma doentio, causado por um trauma, um drama situado no passado, na qual a interpretação final desses sonhos consistem em um conflito pessoal antigo que não foi resolvido, a cura seria encontrada no motivo pelo qual resultou determinado sonho. A perspectiva de Jung era diferente, o mesmo acreditava que os sonhos tinham um significado, mas não seria algo relacionado a alguma doença, e sim apontaria algo relacionado ao seu futuro, suas interpretações eram baseadas no otimismo, com uma visão sempre levada ao futuro. Para que a catarse seja concluída é necessário que o paciente não oculte nada sobre seus sonhos, pois é necessário que o conteúdo inconsciente seja totalmente passado para o consciente, assim o laudo médico seria entregue com as informações corretas. Conclui-se que a Catarse dentro da Psicoterapia contemporânea apresenta dois caminhos, correspondentes a uma recordação composta pelo esclarecimento da história do passado como significado atual, segundo Freud. E na visão de Jung como uma unificação de experiências vividas em visão da completude, transformação. Catarse (Salvação) na Teologia: Heilsgeschichte e Escatologia Purgação espiritual adquirida através da confissão, a celebração do ritual da salvação como Heilsgeschichte, a história sagrada, baseia-se no ato de seguir o que lhe foi ensinado, o autor cita um acontecimento bíblico que descreve de fato o que o mesmo deseja esclarecer “meu pai, ele fez isso e aquilo. Depois, ele tornou-se uma nação e nós fizemos isso e aquilo. Por fim, nós chegamos aqui e agora eu faço isso e aquilo.” Em busca de defender sua tese o autor cita passagens bíblicas em Primeiros Coríntios, Isaías e também Mateus, ambas possuem uma semelhança, pois retratam a catarse espiritual como uma visão poética e não como uma recordação antiga, confissão ou explicação de algum ritual, um modelo de interpretação semelhante ao de Jung, representa a catarse como uma metáfora ou paradigma capaz de purificar e reconstruir, fazer nascer de si um novo ser, dentro dessa idéia a catarse é tratada como uma palavra profética ou salvadora capaz de unir o homem a Deus. Há duas perspectivas para o termo catarse dentro da teologia que pode ser freudiana e junguiana; sendo que as perspectivas de salvação podem consideradas heilsgeschichtlich ou escatológicas, essa perspectiva retrata os modos freudianos e heilsgeschichtlich, de forma análoga e apresentam um esclarecimento relacionado a separação, enquanto os modos junguiano e escatológico quanto a salvação são análogos, apresenta completude, transformação e unificação. O autor conclui que “a catarse é um duplo drama da psique”. Catarse (Purgação) no Drama: Visão Aristotélica e não-aristotélicas A visão Aristotélica em relação a Catarse no drama, está ligada diretamente a purificação, a liberação de emoções, também considerada análoga, sendo que o mesmo utiliza o método de esclarecimento como o meio para se chegar a catarse. Aristóteles acreditava que através da representação teatral do drama e da tragédia, a catarse era alcançada pelo telespectador no momento em que o mesmo se depara com uma situação desesperadora que provoca um sentimento de piedade, pelo que o ator está vivenciando em determinado instante, dessa forma o mesmo é purgado, liberando assim seus sentimentos. Já as perspectivas não-aristotélicas adotam uma visão divergente, por acreditar que a função do drama está relacionada a teologização escatológica e Jungianas sobre a terapia, na qual significa que o drama é um sonho que complementa a vida atual do telespectador, ou seja, algo que traz uma relação significativa para o futuro do mesmo, “O drama não é um espelho refletindo e esclarecendo a situação trágica, pelo menos não é só isso”, o mesmo traz significados que se unificam com a vida atual do homem. É possível tornar esclarecedor os princípios interpretativos de cada perspectiva através da aplicação do termo catarse em peças teatrais específicas, para exemplificar o autor cita peças teatrais como ao Rei Lear, de Shakespeare para representar a catarse em concepção aristotélica, na qual o significado dramático é perdido de acordo com a captação de um momento dramático visto de forma crítica, o telespectador encontra o significado dramático somente quando encontra o clímax do desenrolar da ação, após perceber que o padrão dramático presente tem relação com o seu padrão pessoal, por outro lado a peça a Tempestade, também de Shakespeare apresentavam-se explicação não-aristotélica, pois são apresentadas metáforas que possuem significado total, a qual não é considerada como imitação das ações humanas, a catarse é representada por completude e transformação. “A diferença entre aristotélico e não-aristotélico se aprofunda quando se pensa na situação humana, característica apresentada no drama ritual mimético, por um lado, e nas peças líricas poéticas, por outro.” Um sumário Orestiano O sumário nada mais é do que uma explicação rápida de determinado assunto, de acordo com o sumário orestiano, o homem possui um duplo dilema que pode ser curado com a psicologia, sendo que há teologias e dramas para salvá-lo e purgá-lo de tal. A catarse dentro desse dilema corresponde a separação e esclarecimento e também como unificação e completude, o autor cita a história de Orestes, no momento em que o mesmo recebe uma ameaça em O coro das Fúrias. Nesta citação torna-se clara a presença de hubris e erinus considerados símbolos da conjuntura trágica do homem, orestes acaba sendotomado não pelo orgulho mas pela fúria, nesse contexto utiliza-se “Orestes possui hubris e é possuído por erinus”, a hubris seria então o defeito do herói no drama mimético, erinus seria o defeito nas peças líricas poéicas, a psicologia de Orestes é escatológica e aplicada de forma igualitária na interpretação de Freud e Jung, o autor apresenta a história de Orestes como uma obra que desafia a separabilidade das funções relacionadas a religião, a psicologia ou do drama, mas também de duas bases da catarse. Para finalizar, Miller cita o mito de Orestes, a visão unificada a uma imagem de total realidade a qual é vivenciada pelo mesmo de acordo com algumas proposições que são capazes de afirmar sua tese. “O mito e o sonho de Orestes são catalisadores que transformam as psicologias, teologias e teorias tradicionais do drama numa metáfora de significado total. É a nossa metáfora da catarse.” (Miller) O problema das Perspectivas Parciais O mito, o sonho e o drama de Orestes, em sua interpretação referente a Catarse, traz consigo dúvidas sobre a viabilidade das categorias utilizadas nessa interpretação, Miller busca continuar a manter a interpretação já apresentada no decorrer da leitura, a fim de investigar sua verdadeira função. A catarse é definida (interpretada) por meio da distinção entre as perspectivas opostas a religião, psicologia e no drama, sendo que qualquer das perspectivas separadas de seu oposto, não representa uma verdadeira catarse. Dentro desse tema o autor busca com base nos sintomas de orestes (orgulho e fúria), explicar através de sua interpretação os sintomas trágicos de uma análise intelectual, sem que a salvação por meio da doutrina de Atena seja inclusa. Dentro dessa perspectiva, catarse é evidentemente falsa. Ao citar um poema escrito por Nemerov “Paraclio, Musa da História” chega a conclusão que “a interpretação é o salão seguinte ao sonho” (Miller), dessa forma pode ser considerada como uma divisão de idéias a qual possui o objetivo de explicar e esclarecer, a catarse como uma visão somada a uma re-visão. Um sonho: Experiência criada a partir de um conjunto de imagens, pensamentos ou fantasias que são apresentadas à mente durante o sono, a interrupção adulterada reencontra a catarse na sabedoria original. Ao citar Eugene Field o autor chega a conclusão que as crianças são capazes de reconhecer a alegria do drama na realidade do sonho. John F. Priest Mito e Sonho na Escritura Hebraica Mito, capaz de explicar e demonstrar por meio de ações a origem de tais coisas, não se trata de uma realidade independente, pois a partir das condições históricas e étnicas de uma determinada cultura o mesmo sofre evoluções. O autor acredita que a definição do termo mito encontra-se na dúvida, na qual a mesma determinará ou afetará a conclusão obtida através da leitura do presente ensaio, porém essa definição não necessariamente deve ser considerada por todos, os Hebreus não adotaram a forma de construir a história com base em “só um falava e agia”, por mais que desde o começo demonstravam forte vocação para o monoteísmo, estudiosos acreditavam que existiam diversas definições sobre o termo Mito, assim a mais formulada das definições seria que o mito é uma forma de expressão precisa de forma universal dentro do desenvolvimento inicial da inteligência humana, quando a intervenção dos deuses aplicavam eventos inexplicáveis, há também um terceiro entendimento sobre o que é o mito, adotado por diversos filósofos, com base no entendimento adquirido através de investigações sobre a natureza do mito e também do ritual que realizavam no Oriente Próximo, mesmo com as modificações causadas pela mudança da cultura, propósito e função do mito, o mesmo apresentava-se de forma uniforme, a fim de sustentar a vida do ser humano em um mundo onde o homem não poderia controlá-lo e nem compreendê-lo totalmente. “Os mitos se referem a certos problemas práticos e urgentes da vida diária", tais necessidades eram atendidas quando o mito era utilizado como um ritual associado a tais precisões, o mito e o ritual eram fundidos a ponto de serem indivisíveis, porém quando o ritual cessou, o mito despiu-se de seu poder e também a sua força original, tornando-se apenas uma forma literária. O autor cita Campbell, e o que o mesmo diz a respeito de definições anteriores sobre o mito, o mesmo acredita que o mito trata-se da expressão e resposta do homem em relação ao encontro do mesmo com a realidade, para assegurar sua própria existência. Os Israelitas estavam completamente dispostos a abandonar a harmonia existente entre a natureza, pelo fato da mesma possuir a possibilidade de criar uma relação harmoniosa transcendente, que expressava mitologicamente como a vontade de Deus. “Os sonhos são resultado de excesso de ocupação” (Koheleth). O autor busca relações entre o Oriente próximo e o Antigo Testamento, ao estudar sobre o Oriente Próximo, o mesmo chegou a conclusão de que os sonhos em seu papel principal era responsável por fornecer mensagens com significados ao mundo numênico, com manifestações diretas da deidade ou como uma forma de prever algum acontecimento futuro, no Antigo Testamento os sonhos é menos um fenômeno psicológico do que uma história religiosa ou tradição dos antigos povos, o qual em sua principal preocupação é descrever o que Deus diz e faz com relação às questões humanas. “O significado e os valores essenciais da humanidade deviam ser conhecidos dentro das dimensões da vida terrena e da existência histórica”. (Priest). Amos N. Wilder Mito e Sonho na Escritura Cristã Ao explorar as camadas mais profundas da criatividade, torna-se possível averiguar que o ser humano não possui capacidade alguma de renovar a vida ou criar um novo mito, “ A compreensão dos legados do passado é mais completa diante de suas vicissitudes no presente”. As escrituras contidas no Novo Testamento apresentam uma longa história dogmática, segundo o autor, levar em consideração que o mito trata-se de um termo flexível no qual inclui a mitopoese e dramatizações herdadas da existência da representação do mundo, é possível afirmar que a escritura cristã está repleta disso. A palavra sonho possui maior diversidade de significados do que a palavra mito. Ao citar a passagem bíblica que diz a respeito de Jesus andar sobre as águas, o autor considera que essa passagem possui uma interessante afirmação segundo seus conceitos de levitação, as quais são representações advindas de experiências atribuídas pelo Espírito de Deus, as escrituras cristãs são responsáveis por disponibilizar a estudiosos uma vasta fonte de informações sobre os sonhos, visões e meios que se relacionam a revelação e sabedoria, a mesma também apresenta uma continuidade de seus mythos presentes desde a antiguidade, acredita-se que para conhecer o modo de vida determinada sociedade ou povo, é preciso conhecer sua cultura, entrar em seus mitos, sonhos, folclore e arte, os primeiros mitos e sonhos descritos na escritura cristã apresenta raízes arcaicas e relação direta com antigas epifanias. As artes modernas refletem uma desapropriação significativa de legados simbólicos, aplaudindo de forma imediata a percepção atomística sem interpretação. O judaísmo e o paganismo no primeiro século passavam por uma mudança radical, de fato essa transformação trouxe um misto de criatividade, de ambos os lados. O autor faz algumas citações a respeito do Impulso Mitopoéico (esmaecido e anomia), responsável pela explosão do mito escatólogico cristão,e também sua capacidade de realizar uma construção de comunidades no mundo desorganizado do helenístico, as fabulações gnósticas nesse período concentra-se na em um fenômeno paralelo a sua relação com a anomia helenística apresentada pelo filósofo Hans Jonas. “A morte de Jesus, como sugere um famoso poema de Allen Tate (The Cross), ofuscou tudo o mais e inevitavelmente conduziu a uma situação que lembra uma guerra de mitos, embora fosse um conflito ainda limitado a Israel.”. Em relação ao Impulso Mitopoéico e Autoridade Social, há citaçõesa respeito da criação dos mitos no desenvolvimento do cristianismo, o qual enfrenta o problema de colapso entre os mitos mais antigos, entrando em conflito com a autoridade existente. O conflito existente entre o mito primitivo cristão e o paganismo ao conflito cristão com o judaísmo, é representado por um conflito com a lei judaica, considerado altamente delicado e controverso, no nível imaginário, pode-se caracterizar Jesus como quem reordenou os legados simbólicos de Israel, e também os legados míticos, o mesmo estabeleceu novas prioridades, saltando para o início, a criação do mundo. “ O mesmo apelo radical a arquétipos mais antigos, que ocasionou o conflito com a fé paterna, tornou possível um encontro efetivo com o universo de símbolos do mundo gentio. O mito e o sonho presentes nas origens judaica e cristã de acordo com seu contexto, torna-se único em relação à experiência social do homem em sua vida histórica. Norman O. brown Dafne ou Metamorfose Capítulo repleto de citações, conceitua-se Metamorfose como a origem e desenvolvimento da cultura humana, Dafneforia (Dafne), trata-se de uma cerimônia, na qual Dafne é carregada como um coro das virgens caracterizada pela presença de um pau de oliveira com ramos de louro e flores de todos os tipo, no topo há uma bola cheia de fitas vermelhas, menor que a bola que encontra-se na parte superior, a parte inferior da peça é coberta com um pano de cor açafrão (alaranjada), a bola no topo retrata o sol, a bola do meio significa a lua e as bolas menores são como as estrelas, e as fitas vermelhas simbolizam o ciclo do ano, o responsável por carregar Dafne é caracterizado como apoio, que possui cabelos soltos e coroa dourada na cabeça, com vestimentas brilhantes (túnica) até os pés. Stanley Romaine Hopper Mito, Sonho e Imaginação Friedrich Schelling, fala da "libertação que acompanhou a consciência" quando os gregos efetuaram a "diferenciação da representação dos deuses", observa que essa diferenciação foi o que deu à Grécia seus primeiros poetas e também trouxeram uma história dos deuses plenamente desenvolvida. Uma declaração incomum porém pertinente ,visto que uma crise mundial e histórica (dos deuses) é situada exatamente nos poetas e através deles. E ainda, no reconhecimento igualmente claro de que foi essa mesma diferenciação dos deuses que trouxe a consciência helênica. Atualmente vive-se uma "crise de consciência mitológica" parecida, ou seja, uma crise de imaginação. Certamente essa crise está intimamente ligada aos poetas e artistas por suas obras serem aparentemente estranhas, pelo visto anti-heróicas e anti míticas. A priori, deve-se reconhecer a natureza radical dessa crise da imaginação. Aparentemente à concordância sobre, de certa forma geral, concernente a perda da proteção das estruturas de mito outrora aceitas. O recesso da referência mítica ou metafórica pode ser observado em todos os níveis. Atualmente, Mazda é conhecido como uma lâmpada elétrica; o espírito Mercúrio é um nome de automóvel, e Pégaso é reconhecido hoje em qualquer lugar, mas sob o disfarce reducionista de "Cavalo Vermelho Voador". A política ficou "comportamental", a filosofia é positivista, a educação se volta para o computador, as ideologias e tecnologias abundam, o próprio pensamento é técnico, e o discurso teológico parece um motor. Mesmo na contramão das tendências racionalistas dos intelectuais, qualquer estudante de cultura comparada pode ver que a consciência do mito é de fato o elo que liga os homens e os conecta ao "insondável mistério" de onde surgiram. Ao mesmo tempo, faremos bem em não identificar a consciência do mito com as formas de uma consciência. O que experimentamos hoje é a falência de uma imagem do mundo e a quebra dos símbolos que funcionavam dentro dessa imagem."profunda com nosso ego cartesiano ainda operativo. Não parece muito animador ouvir que as obras de arte brotam do centro de lama primai anterior à nossa existência. No entanto, refletindo melhor, vale notar que a consciência mitológica está em plena ação aqui. O que parece invisível é que o mesmo se aplica a nossa retenção da divisão cartesiana sujeito-objeto, onde o tempo do mundo como imagem persiste e segrega o ego do mundo dos objetos. É uma situação ao mesmo tempo contraditória e paradoxal, pois em nossa época estamos vivendo uma inesperada renovação da consciência mitológica na literatura. Essas renovações estão aparecendo tanto em formas estranhas como em formas simples, mas, sejam elas estranhas ou simples, é essencial observar que são renascimentos com uma diferença. Algumas implicações. Primeiramente, a alegoria aparece como pseudomito quando comparada às metáforas radicais da visão arquetípica. Uma comparação mais pertinente a essa questão pode ser vista entre a Tiny Alice de Edward Albee e o uso de figuras míticas feitas por T. S. Eliot em The Waste Land. Uma complicação que é na verdade uma segunda implicação da imanência radical da consciência mitológica voltada para dentro, para os arquétipos que estão no inconsciente. É o que se poderia chamar de ironia residual de toda afirmação estética. Tem a ver com o mistério do "insondável mistério", que é sempre mais do que qualquer dos nomes atribuídos a isso pela imaginação criativa. O que é verdade para o artista é verdade também para o filósofo.''Cada filósofo esconde também uma filosofia; cada opinião é também um lugar de espreita, cada palavra é também uma máscara.” Vale registrar como as implicações da inversão da consciência do mito em nossa época nos conduziram através da metáfora radical, enquanto consciência do mito arquetípico, até o fenômeno da ironia residual em que a completude conceituai colide com a demanda por uma totalidade existencial e, assim, nos traz às franjas do sonho, o lado de baixo, por assim dizer, de nossas projeções míticas. Deus não é teólogo. Nem um metafísico. Já se disse que ele é um artista, um construtor, um poeta. Mas essa linguagem é difícil, pelo menos no cenário da crise da consciência mitológica que percorremos. A linguagem teológica, ainda abrindo caminho na questão de o que o mundo ''significa" numa época que pressupõe "uma mudança radical em todas as formas que existiam no antigo plano", terá de encarar seu dilema. Como o jovem oriental que, estando no mercado, foi perguntar ao monge o caminho para a cidade. Todos em volta riram, pois ele já estava lá. Assim também nós precisamos apenas deixar o Ser ser (deixar Deus tomar conta de nós). E então tudo se transforma: o que foi projetado nas imagens mitológicas dualistas retorna à psique profunda e nos sustenta como uma Presença lá. Joseph Campbell Temas Mitológicos na Arte e na Literatura Criativa É confiável afirmar, que a presença das mitologias entre nós, trazem algumas características específicas para as pessoas, como, reconciliação com seus próprios pensamentos e consciência, uma fórmula para a imagem da existência do universo, validar e manter uma ordem social. Joseph Campbell descreve a mitologia como detentora de quatro funções básicas: a mística, a cosmológica, a sociológica, e a pedagógica. Desde pequenos, somos ensinados a seguir algo, seja uma religião, seja um mito, dentre as milhares de outras possibilidades possíveis. Portanto, a mitologia acaba por se tornar responsável pela maneira a qual o indivíduo acredita na ordem natural de tudo e todos, e em como ele se comporta diante da sociedade. Sendo assim, uma das principais funções da mitologia, é moldar, e dar uma maneira de viver, através de conhecimentos passados desde seu nascimento, até a sua morte. Criando um seguidor de sua maneira de pensar, e o submetendo à fé no que o mesmo decidiu acreditar. Na visão de Joseph, é claro notar, que seus pensamentos o direcionam ao fato da cosmológica e social, terem sido as mais modificadas com o tempo. Com a evolução do mundo e do conhecimento humano, algumas crenças perderam forças e algumas até mesmo pararam de existir. Para que certos mitos sejam aceitos, eles necessitam ter base científica, e estarem de acordoaos contextos atualizados do mundo. Ele afirma também, que atualmente, vários dos acontecimentos escritos baseados em ocorridos passados, não seriam aceitos na atualidade, pois tratavam-se de causas sociais conhecidas pelos seres humanos, e inadequadas a sociedade em que vivemos. Na ciência moderna, não existe uma verdade descoberta, pois sempre que algo novo é criado, é necessário que sejam feitos testes e revisões para provar sua eficácia, e de acordo com o tempo que se passa, precisam ser atualizados. Não existem fundações fixas, as quais o homem poderia se firmar. Sendo assim, não é necessário nem mesmo, a procura de aventuras e descobertas, pois as mesmas é que chegam até você, através das mudanças do universo em que habitamos. Na dimensão da psicologia, nos aprofundamos no fato de cada ser vivo existente ser único, pois mesmo sendo da mesma raça ou espécie, todos são incrivelmente diferentes. Como por exemplo; E uma história, quando um guerreiro entra em uma trilha para segui-la, ele está a seguir o caminho de outra pessoa, pois o seu ainda é desconhecido pelos demais, e até mesmo ele próprio. Em qualquer que seja o sistema, a qual a pessoa escolherá seguir, existirá uma forma de viver, a qual deverá ser seguida, graças às suas crenças. Caso o indivíduo acabe por falhar, e errar em algum momento de sua vida, é possível que o ocorrido desencadeia perguntas como “Como devo agir ?” ou “Como faço para voltar a acertar?” Nesse momento, crescerá dentro de si, uma sensação de deslocamento, ou imitação de outros, como se estivesse vivendo a vida de um outro alguém. Já por outro lado, existe a forma autêntica de viver, seguir algo em que você pode aprender sua maneira diferente de viver, mas sem deixar de ser único, como foi criado para ser. A falta de especificação e a grande utilização de palavras repetidas, têm causado grandes problemas, pois sempre que faladas, são associadas ao significado mais conhecido, enquanto que os seus outros sentidos, são completamente esquecidos, e até mesmo, desconhecidos. Uma maneira de melhor compreender este problema, é pensar em três figuras mitológicas, que possuem o mesmo nome, ou maneira de ser chamado, no entanto, com histórias, ideias e maneiras, completamente diferentes entre si. Se notarmos, mesmo em diferentes locais, as histórias contadas, possuem algumas semelhanças, principalmente em relação a criação do mundo. Nos três exemplos utilizados pelo autor, a principal correspondência se vem ao fato de que em todas, a nossa linhagem nasceu do, ou como prefere dizer, da mãe terra, e logo em seguida, os animais e sua companheira são criados, com o intuito de povoar a terra. Já na mitologia Grega, a história da criação dos pares, por assim dizer, é diferente em relação aos humanos, que já teriam nascido juntos, mas foram separados, e destinados a passar a vida atrás de sua metade, em outros lugares, conhecida como alma gêmea. Apesar de terem fatos em comum, todos falam sobre histórias e modos diferentes, mas por possuírem a palavra suprema em comum, causam uma certa confusão na hora de sua proclamação, isso trás a nós, duas maneiras de interpretação, todas as mitologias e religiões, nascem uma da outra, ou realmente de um ser divino maior que todos, possuinte do mesmo nome, e cada história, contém um pouco de verdade. No entanto, existe a possibilidade, de que duas das situações citadas, sejam consideradas apenas fatos simbólicos, isto é; Não ocorreram de verdade, mas são utilizados para nos explicar de maneira metafórica, ocorridos do passado, diferente da situação bíblica, que deixa claro em suas histórias, que aquilo de fato ocorreu em tempos atrás. Mais um fato interessante, que demonstra a conformidade entre sistemas, é a utilização de uma figura protetora em dos templos budistas no Japão, isso nos lembra o início da história bíblica, no Jardim do Éden, quando após pecar contra Deus, Adão e Eva são expulsos, e impedidos por um anjo da espada flamejante, de retornar aos campos do paraíso. A resposta para a famosa pergunta “o que é arte” certa vez, foi respondida pelo artista James Joyce, que a partir de seu livro, representou o significado de arte própria, e imprópria, a arte própria é “estática” e a imprópria “cinética”. Dessa maneira, o mesmo se refere aos tipos de arte que incitam o desejo, ou o ódio pelo objeto apresentado. Como por exemplo; a finalidade de um anúncio é promover o desejo, já de um romance de crítica social, é incitar o ódio as desigualdades, injustiças e etc. Outro livro, do mesmo autor, nos mostra passo a passo, como funciona o processo de fuga do mito tradicional, para a modelagem de um mito pessoal. Usando como referência, algumas histórias conhecidas por nós, foi capaz de demonstrar o uso de metáforas, para representar acontecimentos “reais”. Logo nos voltamos aos protagonistas de tais livros, podemos notar que suas ações, são vindas dos sentimentos de seus heróis, mas ocasionalmente, podemos observar também a existência de uma base semelhante entre os dois exemplos aqui utilizados. Ambos eram imensamente instruídos nos temas acadêmicos da sua época. Graças a isso, eles podiam compreender de melhor forma, os pensamentos de seus próprios pensamentos, deste modo, enriquecendo sua história, e os tornando verdadeiras obras-primas dos mitos contemporâneos. Carl Jung, ao analisar a estrutura da psique, nos apresentou quatro funções psicológicas: o pensamento, a sensação, o sentimento e a intuição. O sentimento, é o guia interior para o valor. No entanto, todos os seus julgamentos estão relacionados às circunstâncias externas. Mais tarde, Jung revela e se aprofunda, nas diversas camadas de nossa natureza. Estas são; a memória, os componentes subjetivos de nossas funções conscientes, os afetos e emoções e as invasões e possessões, nas quais os componentes do inconsciente invadem o campo consciente e tomam o controle. Ira Progoff Sonho desperto e mito vivo Os Mitos e sonhos, são uma maneira intuitiva de compreender a natureza da existência humana. Se antes, os tais eram considerados acontecimentos reais por meio da religião, na atualidade, eles sofreram mudanças significativas, chegando a serem até mesmo, desprezados pela raça humana. No entanto, os mesmos vêm se restaurando com o tempo, e novamente se tornando a base do conhecimento, sobre a verdadeira razão pela qual existimos, sendo procurados, até mesmo, para explicar várias situações do cotidiano. O título, ao contrário do imaginado, não tem como referência, mostrar o contrário de "sonho adormecido" Mas sim de se aprofundar na grandeza da dimensão do verdadeiro sonho. Não está falando sobre a condição física de estar dormindo, mas sim sobre a condição simbólica da palavra. Uma perspectiva da experiência humana como um todo. Sonhar, vem do fato de; pensarmos nos termos simbólicos de nossa história, que podem ser experiências, percepções intuitivas e até mesmo a imaginação. Ao sonhar, o suficiente para uma experiência pessoal ser sentida na profundidade certa, ela toca algo mais fundo na existência humana, o processo de sonhar, naturalmente se desloca do nível pessoal, para o nível do mito, dando assim, a oportunidade para o indivíduo experimentar sua vida pessoal, em contextos mais significativos e amplos. Sigmund Freud, estabeleceu uma relação específica do inconsciente com os conteúdos reprimidos da personalidade. No entanto, essa concepção dos sonhos, possuía uma limitação. O primeiro a oferecer uma resposta e notar um problema, foi Carl Jung, que aceitou a proposta de Freud, mas viu ali, uma maneira de se aprofundar nela. Em sua concepção reformulada da visão de Freud, Jung dividiu o inconsciente em dois níveis, o primeiro, o nível da superfície, ele chamou de inconsciente pessoal, já o segundo, o mais profundo, deu o nome de inconsciente coletivo. De acordo com Freud, a nossa Psique, tem como objetivo, trazer um equilíbrio interno, buscando diminuir a ansiedade, e fazer acordos psíquicos com nossas próprias mentes. O mesmo, nos detalha abertamente, sobre como identificar umapessoa realmente criativa, e sobre como sua criatividade é acionada, através de seus próprios pensamentos e sonhos. Como por exemplo; uma pessoa realmente criativa, possui extrema facilidade em ir e vir de seu nível interno para o externo, e vice-versa, podendo assim, sempre que precisar, voltar ao seu inconsciente em busca de novos elementos para a inspiração, os trazendo para fora, e os tornando reais. Mais a frente, é citado o grande cineasta, Ingmar Bergman que falou abertamente sobre seu principal critério de sucesso ao fazer seus filmes. Quando o indivíduo vai em busca de uma nova obra cinematográfica para assistir, ele está procurando uma maneira de se sentir mais próximo aos seus sonhos, essa é a melhor maneira de se comunicar com seus telespectadores através da arte. “Como um sonho, você não precisa entendê-lo (...) Você só tem que reconhecê-lo”. Bergman, é um ótimo exemplo de pessoa criativa e visionária, pois foi capaz de viajar sob seu nível externo, para transformar sonhos em uma realidade espiritual, as modificando ao ponto de fazê-las se tornar uma obra de arte em forma de filmes e curtas. Rollo May Psicoterapia e o Daimônico A idéia do daimônico geralmente significa algumas coisas: desde um demônio e demoníaco, motivadas por uma força ou fantasia espiritual e inspiradas. Como termo psicológico, passou a representar uma força elementar que contém um impulso irreprimível para a individuação. Como termo literário, também pode significar a agitação dinâmica que existe em nós, tudo o que nos força para o desconhecido, levando a autodestruição e / ou descoberta de si mesmo. Sexo e Eros, a fúria e o ódio, a ânsia de poder. Quando seu poder se extravia e um elemento ligado a uma instância psíquica, se apossa de toda a personalidade, aí temos a “possessão daimôniaca”, termo histórico tradicional usado para diagnosticar a psicose. Historicamente, o homem só adquire poder sobre o daimônico por meio da palavra. O daimônico, é um impulso cego, e quando acionado, costuma deixar o ser humano sem consciência de seus próprios atos. O indivíduo não se importa com o momento, ou com quem ele é, tudo que no momento o importa, é levar qualquer moça para a cama, saciando seu desejo, sendo do consentimento da mesma, ou não. No filme do doutor Prince, um rapaz com problemas de impotência sexual, se veste com as roupas da mão, e dança como se fosse ela. A impotência sexual, ou disfunção erétil, como também é conhecida, é um tema delicado para os homens. Embora cerca de 25 milhões de indivíduos, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, sofram com a patologia, falar no assunto ainda é complicado. As questões envolvidas vão muito além da saúde física. A condição surge por volta dos 40 anos, mas em condições excepcionais, jovens também podem desenvolver a doença. Apesar de temida, a impotência não é permanente tampouco inevitável, como muitos pensam. A palavra, possui grande poder quando o assunto é a terapia, pois sem dúvida, é o artifício mais utilizado nessa área. A primeira pessoa tratada pela terapia da palavra se chamava Bertha Pappenheim, mas ela ficou conhecida como Anna O. Foi assim que os médicos Josef Breuer e Sigmund Freud a chamaram na hora de narrar o caso clínico que gerou a psicanálise. Anna O. sofria de alucinações histéricas, sonambulismo e se recusava a beber água. Já levava 6 semanas ingerindo somente a água de frutas quando os sintomas começaram a desaparecer – sempre após falar em voz alta sobre o que a atormentava. “Depois de ter desabafado energicamente a raiva que ficara dentro dela, pediu para beber e bebeu sem inibição uma grande quantidade de água, acordando da hipnose com o copo nos lábios. Com isso, o distúrbio desapareceu para sempre”, escreveram os dois no livro Estudos sobre a Histeria, de 1895. Owen Barfield Sonho, Mito e a Dupla Visão Filosófica Em seu aspecto mais primitivo, a mente está intimamente ligada às emoções. Esse aspecto inferior, descrito no capítulo anterior como Manas inferior, é, inicialmente, escravo de nossos instintos e desejos. É conduzido unicamente como um serviço que encontra ”desculpas lógicas” para justificar a busca e a obtenção da satisfação dos desejos de nossa pessoa. Mas à medida que se desenvolve, a mente passa a perceber que satisfazer os desejos leva invariavelmente a apegos e sofrimentos, e passa a exercer gradual controle sobre o desejo, até que culmina com o total domínio sobre ele. Em nosso corpo astral, os pensamentos são “coisas definidas”, objetos conhecidos como “formas-pensamento” que podem ser transferidos para outrem ou visualizados de forma clarividente. Essa posição é plenamente aceita como verdadeira na filosofia oriental. Tais “formas-pensamento” são bolhas amarelas e brilhantes, de tamanho e formas variáveis, que contém outras cores superpostas que emanam do nível emocional. A expansão da consciência envolve a ampliação das percepções sobre si mesmo e em relação ao universo. Através dela, uma pessoa deixa de viver no modo automático e abre seus olhos para entender seus sentimentos, emoções e as reações que eles geram em seus pensamentos e comportamentos. Além de passar a se atentar para a energia que emana e atrai através de suas ideias e atitudes. Resumidamente, expandir a consciência é desfrutar ao máximo da extraordinária aventura que é viver. A natureza humana deve então ser abordada por estes três métodos, visto que o ser humano pertence aos três domínios correspondentes a eles. Ele pertence ao mundo físico e está sujeito às leis e estruturas deste mundo, e em cada momento da vida humana muito da atividade do ser humano é calculável, tal como as reações químicas, biológicas, psicológicas e sociológicas, bem como a sua existência como um corpo em movimento no espaço físico. Não é somente justificável, mas necessário que a fim de governar o corpo e a alma humanos o conhecimento destes elementos calculáveis deve ser tão extenso quanto for possível. Richard A. Underwood Mito, Sonho e Vocação da Filosofia Contemporânea Durante o Iluminismo, no fim da modernidade, havia uma crença comum de que o avanço das ciências, das técnicas e do conhecimento aliados à popularização desse conhecimento por meio da educação, trariam o avanço moral da sociedade. O positivismo de Auguste Comte permanece, de certo modo, numa linha iluminista, mas acrescenta a necessidade de um conhecimento estritamente científico e de uma rigorosa ordem social para o avanço social. O atual desafio da filosofia, é criar em sua fala, uma nova alternativa, em relação ao modo o qual vemos e pensamos sobre certo assunto. Nietzsche passou a vida tentando transformar a filosofia de monólogo aprendido, em palavra primária, no entanto, acabou enlouquecendo em meio a tentativa. A verdadeira filosofia, tem como objetivo iluminar, mas muitas vezes, pode ser a causadora de muitas dúvidas. Entre os muitos ensinamentos em relação à verdadeira maneira de se filosofar, estão disponíveis para nós, segredos os quais talvez, tornem nossa compreensão mais ampla. São eles: Aprender a prestar a atenção, Aprender a reagir de maneira diferente ao que é comum para outros. E por último, e até mesmo o mais profundo segredo da filosofia, é descobrir coisas que não são o que parecem ser. O filósofo é considerado um sábio, sendo aquele que reflete sobre essas questões e busca o conhecimento através da filosofia. Dependendo do conhecimento desenvolvido, a filosofia possui uma gama de correntes e pensamentos. Como exemplos temos: filosofia cristã, política, ontológica, cosmológica, ética, empírica, metafísica, epistemológica. a atitude filosófica faz parte da vida de todos os seres humanos que questionam sobre sua existência e também sobre o mundo e o universo. A Filosofia surgiu no ser humano quando ele saiu de sua zona de conforto e foi capaz de enxergar, enfrentar e problematizar as questões mal resolvidas do mundo, estabelecendo uma atividade desafiadora. Nesse sentido, podemos dizer que ela surgiu em um momento de crise, em que nossa atitude passiva de observador do sensocomum ficou em escanteio e nossa atividade e curiosidade tomaram as rédeas do conhecimento. Resumo Geral Joseph Campbell, nos apresenta as diferentes funções da mitologia, na vida do ser humano. Explicando como de fato cada uma delas funciona, e se aprofundando nas modificações que elas trazem em nossa vida, de acordo com a frequência a qual nos questionamos sobre nossa existência e origem. Na visão de Joseph, é claro notar, que seus pensamentos o direcionam ao fato da cosmológica e social, terem sido as mais modificadas com o tempo. Com a evolução do mundo e do conhecimento humano, algumas crenças perderam forças e algumas até mesmo pararam de existir. Para que certos mitos sejam aceitos, eles necessitam ter base científica, e estarem de acordo aos contextos atualizados do mundo. Ele afirma também, que atualmente, vários dos acontecimentos escritos baseados em ocorridos passados, não seriam aceitos na atualidade, pois tratavam-se de causas sociais conhecidas pelos seres humanos, e inadequadas a sociedade em que vivemos. Carl Jung, ao analisar a estrutura da psique, nos apresentou quatro funções psicológicas: o pensamento, a sensação, o sentimento e a intuição. O sentimento, é o guia interior para o valor. No entanto, todos os seus julgamentos estão relacionados às circunstâncias externas. Mais tarde, Jung revela e se aprofunda, nas diversas camadas de nossa natureza. Estas são; a memória, os componentes subjetivos de nossas funções conscientes, os afetos e emoções e as invasões e possessões, nas quais os componentes do inconsciente invadem o campo consciente e tomam o controle. Sigmund Freud, estabeleceu uma relação específica do inconsciente com os conteúdos reprimidos da personalidade. No entanto, essa concepção dos sonhos, possuía uma limitação. O primeiro a oferecer uma resposta e notar um problema, foi Carl Jung, que aceitou a proposta de Freud, mas viu ali, uma maneira de se aprofundar nela. Em sua concepção reformulada da visão de Freud, Jung dividiu o inconsciente em dois níveis, o primeiro, o nível da superfície, ele chamou de inconsciente pessoal, já o segundo, o mais profundo, deu o nome de inconsciente coletivo. De acordo com Freud, a nossa Psique, tem como objetivo, trazer um equilíbrio interno, buscando diminuir a ansiedade, e fazer acordos psíquicos com nossas próprias mentes. Deste modo, logo somos levados à ideia do Daimônico. May, nos explica, como um pensamento intuitivo, pode afetar na hora da tomada de decisões, trazendo logo depois ao indivíduo, consequências, e diversas vezes o arrependimento. Por ser um impulso cego, o daimônico costuma deixar o ser humano sem consciência, e tudo que no momento o importa, é o prazer sexual, procurando maneiras de saciar seus desejos, levando qualquer moça para a sua cama, sendo de consentimento da mesma, ou não. A expansão da consciência envolve a ampliação das percepções sobre si mesmo e em relação ao universo. Através dela, uma pessoa deixa de viver no modo automático e abre seus olhos para entender seus sentimentos, emoções e as reações que eles geram em seus pensamentos e comportamentos. Além de passar a se atentar para a energia que emana e atrai através de suas ideias e atitudes. Resumidamente, expandir a consciência é desfrutar ao máximo da extraordinária aventura que é viver. Sendo assim, para evitar tais acontecimentos, a palavra foi o artifício mais utilizado, se tornando a base da verdadeira terapia. O atual desafio da filosofia, é criar em sua fala, uma nova alternativa, em relação ao modo o qual vemos e pensamos sobre certo assunto. Nietzsche passou a vida tentando transformar a filosofia de monólogo aprendido, em palavra primária, no entanto, acabou enlouquecendo em meio a tentativa. A verdadeira filosofia, tem como objetivo iluminar, mas muitas vezes, pode ser a causadora de muitas dúvidas.
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