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Plantas que agem no sistema nervoso central

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Plantas que agem no sistema nervoso 
central
APRESENTAÇÃO
As plantas são uma fonte valiosa de metabólitos secundários, úteis para prevenir e tratar 
inúmeras doenças, incluindo as que acometem o sistema nervoso central (SNC). Vários estudos 
têm relatado, ao longo dos anos, o potencial das plantas medicinais em exercer ação 
antidepressiva, ansiolítica, sedativa, estimulante, anticonvulsivante, além de ações relacionadas 
à melhora da memória e das funções locomotoras.
Entre suas inúmeras potencialidades, as ações antidepressivas, ansiolíticas e estimulantes têm 
sido as mais exploradas do ponto de vista farmacológico.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você saberá mais sobre quais são as plantas mais usadas para 
essa finalidade, quais são os metabólitos secundários responsáveis por sua ação e de que forma 
eles agem no SNC.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Explicar de que forma o sistema nervoso central pode ser estimulado pelo uso de plantas 
medicinais.
•
Identificar os mecanismos de interferência de plantas medicinais causadoras de depressão 
no sistema nervoso central.
•
Associar a química de plantas medicinais ao estímulo e à depressão do sistema nervoso 
central.
•
DESAFIO
Em alguns casos, pacientes acabam sofrendo piora do seu estado de saúde devido ao uso de 
plantas medicinais e de seus derivados. Como profissional de saúde, é importante avaliar o uso 
dessas plantas e sua interação com outros tratamentos, com o objetivo de buscar a melhor 
alternativa para cada situação. 
Acompanhe o caso: 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Analisando o quadro de João, como você responderia:
a) Quais foram as prováveis substâncias envolvidas nessa grave interação planta-medicamento?
b) Explique detalhadamente o mecanismo de ação que levou a essa interação. Quais 
componentes presentes no extrato do Hipericum perforatum que podem estar envolvidos e de 
que forma eles propiciam esse tipo de interação?
INFOGRÁFICO
Os flavonoides estão presentes em quase todas as plantas terrestres, garantindo-lhes a proteção 
da cor e dos raios ultravioleta. As plantas medicinais usadas em virtude das propriedades 
terapêuticas de seus flavonoides normalmente são disponibilizadas para uso oral ou tópico.
Entretanto, após ingestão oral, como será que esses compostos conseguem ultrapassar a barreia 
hematencefálica e exercer ações centrais? Confira no Infográfico.
CONTEÚDO DO LIVRO
Você já deve ter ouvido relatos que envolvem o uso de plantas alucinógenas em rituais 
religiosos e indígenas, plantas que "davam superpoderes" aos que as manipulavam e conheciam 
seus efeitos. Embora não fossem usadas diretamente para fins terapêuticos, foram os relatos das 
suas ações que motivaram uma série de pesquisas na área farmacobotânica, cruciais para a 
elucidação de inúmeros metabólitos secundários com ação no sistema nervoso central.
Hoje, dispõe-se de uma série de medicamentos de origem vegetal, cujos componentes têm 
comprovada ação sobre neurotransmissores excitatórios e inibitórios responsáveis por manter o 
ser humano em equilíbrio psíquico e físico. 
No capítulo Plantas que agem no sistema nervoso central, da obra Farmacognosia aplicada, 
você vai conhecer quais são essas plantas, quais são seus constituintes majoritários e de que 
forma estes agem no sistema nervoso central. 
Boa leitura. 
FARMACOGNOSIA 
APLICADA 
Letícia Hoerbe Andrighetti 
Plantas que agem no 
sistema nervoso central
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Explicar de que forma o sistema nervoso central pode ser estimulado 
pelo uso de plantas medicinais.
 � Identificar os mecanismos de interferência de plantas medicinais 
causadores de depressão no sistema nervoso central.
 � Associar a química de plantas medicinais ao estímulo e à depressão 
do sistema nervoso central.
Introdução
Ao longo da existência humana, as plantas medicinais foram muito usadas 
para alterar nossos sentidos. A área da etnobotânica é extremamente rica 
em relatos de povos ancestrais que usavam plantas para “despertar os 
deuses que habitavam dentro do corpo” e propiciar experiências senso-
riais, manifestadas, principalmente, pela visão e audição. Hoje sabemos 
que essas experiências estão relacionadas à ação de diversos metabólitos 
secundários, sobretudo alcaloides, que exercem funções alucinógenas 
em nível de sistema nervoso central (SNC). Foi a partir da observação 
do uso empírico de plantas que “despertavam sentidos extracorpóreos”, 
estimulavam ou sedavam que a comunidade científica começou a estudar 
o potencial farmacológico de várias espécies vegetais, principalmente 
no tratamento de distúrbios relacionados à depressão e ao estímulo das 
funções do SNC.
Doenças do SNC normalmente estão relacionadas a desequilíbrios na 
produção, disponibilização, metabolização e ligação de neurotransmis-
sores a receptores pré e pós-sinápticos. Alterações em qualquer um ou 
em vários desses pontos normalmente levam a aumento ou diminuição 
significativos na concentração de neurotransmissores como serotonina, 
dopamina, norepinefrina e outros, acarretando estados patológicos de 
depressão e ansiedade, insônia e excitação observada em crises convul-
sivas, por exemplo. 
Neste capítulo você vai estudar uma das ações mais fascinantes das 
plantas medicinais: como elas podem estimular e deprimir funções de 
um sistema tão protegido quanto o SNC; de que forma certas plantas 
conseguem agir como antidepressivos, ansiolíticos e estimulantes; quais 
são os compostos do seu metabolismo secundário normalmente envol-
vidos nessas ações; e como interagem com moléculas do SNC a ponto 
de causar efeitos inibitórios e excitatórios centrais. 
1 Estímulo e depressão do SNC
O SNC consiste no encéfalo e na medula espinal. Sua principal função é 
integrar, processar e coordenar a chegada de estímulos sensitivos e a saída de 
estímulos motores, além de ser a sede de funções como inteligência, memó-
ria, aprendizado e emoções. Os neurônios são as células responsáveis pelas 
diversas funções essenciais do SNC: síntese, armazenamento, liberação e 
metabolização dos neurotransmissores são realizadas nos neurônios. Entre 
os neurônios, no espaço que chamamos de fenda sináptica, esses neuro-
transmissores exercem sua ação ao ligarem-se a receptores, gerando ações 
diversas (euforia, depressão, aprendizado, etc.) (MARTINI; TIMMONS; 
TALLITSCH, 2009).
As ações excitatórias do SNC são aquelas que geram estímulo positivo dos 
nossos sentidos e ações. São as ações que nos mantêm acordados, alertas, que 
nos dão impulso à fuga diante do perigo, ou então que nos mantêm persistentes, 
otimistas e aptos a realizar atividades diárias mesmo vivenciando contratempos 
e tristezas. As ações inibitórias do SNC, por outro lado, são responsáveis 
por atenuar as ações excitatórias. Os principais neurotransmissores com ação 
excitatória são a dopamina, a serotonina, a norepinefrina e o glutamato; por 
outro lado, o aminoácido ácido gama-aminobutírico (GABA) é um dos prin-
cipais neurotransmissores inibitórios (HILAL-DANDAN; BRUNTON, 2014). 
Quando há equilíbrio nas etapas de produção, liberação e metabolização 
desses neurotransmissores, e não há impedimentos na sua ligação a receptores 
específicos, temos o estado fisiológico normal, ou seja, saudável. Os estados 
excitação ou depressão (inibição) surgem diante do desequilíbrio em alguma(s) 
dessas etapas(s) e podem ser originados tanto por questões patológicas quando 
pelo uso de substâncias exógenas, incluindo diversos compostos de origem 
vegetal capazes de atuar em nível central. 
Plantas que agem no sistema nervoso central2
Plantas com ação excitatória
Plantas com ação excitatória são todas aquelas capazes de aumentar os níveis de 
neurotransmissores excitatórios, diminuir os níveis de neurotransmissores ini-
bitórios ou promover melhora da performancemental por outros mecanismos. 
Uma das plantas mais usadas desse grupo é o hipérico ou erva-de-são-joão 
(Hypericum perforatum L.). Essa planta vem sendo utilizada há mais de 2000 
anos, em função das suas diversas propriedades medicinais, no tratamento 
de neuralgia, ansiedade, depressão e como “neurotônico” (BUTTERWECK, 
2003). Vários estudos mostram que a ação antidepressiva do hipérico é superior 
à do placebo e se equivale a doses baixas de antidepressivos clássicos (tricí-
clicos e inibidores seletivos da recaptação de serotonina). Contudo, os testes 
realizados até o momento normalmente envolveram pacientes com depressão 
leve a moderada (MISCHOULON; RAPAPORT, 2018; ZIRAK et al., 2019). 
No Brasil, há inúmeras preparações à base de hipérico, que variam em 
termos de quantidade de componente ativo presente. Os medicamentos fi-
toterápicos registrados normalmente são disponíveis na forma de cápsulas 
contendo 100mg de extrato seco de Hypericum perforatum, padronizado 
em 0,3% de hipericinas totais expressos em hipericina (BRASIL, 2016). 
As cápsulas devem ser ingeridas com cerca de 200mL de água, geralmente 
quatro vezes ao dia (BRASIL, 2016). 
Conforme a concentração do extrato, as doses diárias variam de 300 a 
1800mg. Entre os efeitos adversos (EA) mais comuns estão boca seca, tontura 
e constipação. Além disso, os pacientes devem ser orientados a se protegerem 
do sol devido ao risco de reações de fotossensibilidade (Michoulon, 2018). 
Profissionais da saúde e pacientes devem estar atentos à possibilidade de 
interações medicamentosas potencialmente sérias entre o hipérico e outros 
medicamentos. 
Outro exemplo é a guaraná (Paullinia cupana). Suas sementes são usadas 
na forma de pó ou como medicamento fitoterápico, apresentado na forma de 
cápsulas contendo 250mg de extrato padronizado em cafeína. A cafeína, uma 
metilxantina, é o principal metabólito secundário do guaraná, responsável 
por sua ação psicoestimulante, redutora da fadiga física e mental (BRASIL, 
2014; BRASIL, 2016). 
3Plantas que agem no sistema nervoso central
Ginkgo biloba (Ginkgo biloba L.) e ginseng (Panax ginseng) também 
podem ser mencionadas aqui, dada sua capacidade de melhorar a perfor-
mance física e mental dos usuários. Os mecanismos envolvidos nessa ação 
não são completamente elucidados. O ginkgo, por exemplo, é rico em ter-
penos e flavonoides, que melhoram a circulação sanguínea cerebral e agem 
como estimulantes e neuroprotetores (PASSOS et al., 2009; BRASIL, 2016). 
O ginseng, por sua vez, age como adaptógeno, aumentando as defesas no 
organismo contra substâncias e fatores estressantes exógenos; paralelamente, 
é um estimulante físico e mental (WHO, 2010). 
Há também um grupo de plantas da família Solanaceae ricas em alcaloides 
tropânicos, responsáveis por ação intensa no SNC. A beladona (Atropa bella-
donna), o meimendro (Hyoscyamus niger) e a mandrágora (Mandragora 
officinarum) estão entre as mais conhecidas desta família. Usadas desde a 
antiguidade em cultos religiosos e rituais de “feitiçaria”, elas constituem a 
famosa tríade de “plantas mágicas”. 
A maioria dos seus efeitos centrais se deve à inibição da acetilcolina (ação 
antimuscarínica). Quando usadas em dose elevada ou tóxica, promovem 
estimulação central caracterizada pelas alucinações e delírios em que o su-
jeito percebe a realidade de forma diferente (ouve vozes de pessoas ausentes, 
enxerga animais e objetos inexistentes) e têm a sensação de “estar voando”. 
Depois dos efeitos estimulantes, passam a predominar os efeitos depressores, 
com sono profundo e amnésia. A escopolamina, a atropina e a hiosciamina 
são os alcaloides tropânicos presentes na beladona e responsáveis por esses 
efeitos centrais, além de vários outros em nível periférico (MARTINEZ; 
ALMEIDA; PINTO, 2009). 
No link a seguir você encontra um artigo no qual os autores 
fazem um interessante apanhado histórico do uso das 
plantas alucinógenas europeias e brasileiras, explicando 
de forma simples seus principais mecanismos de ação. 
https://qrgo.page.link/8hjR2
Plantas que agem no sistema nervoso central4
É muito importante observar que, atualmente, há vários medicamentos 
contendo alcaloides tropânicos e seus derivados, produzidos de forma sintética 
e usados para reduzir espasmos renais, brônquicos e do trato gastrintestinal e 
promover anestesia local (MARTINEZ; ALMEIDA; PINTO, 2009). 
Acompanhe na Quadro 1 as principais plantas com ação no SNC.
Plantas
Indicação 
terapêutica
Registro Referência
Erva-de-são- 
-joão, hipérico 
(Hypericum 
perforatum L.)
Antidepressivo 
leve a moderado
Fitoterápico 
de registro 
simplificado 
Butterweck 
(2003); 
Mischoulon e 
Rapaport (2018); 
Zirak et al. (2019); 
Brasil (2014); 
Brasil (2016)
Guaraná 
(Paullinia 
cupana Kunth)
Psicoestimulante Fitoterápico 
de registro 
simplificado
Brasil (2014); 
Brasil (2016)
Ginkgo biloba 
(Ginkgo biloba L.)
Tratamento 
de vertigens 
e zumbidos; 
estimulante e 
neuroprotetor
Fitoterápico Brasil (2014); 
Passos et al. 
(2009); Brasil 
(2016)
Ginseng (Panax 
ginseng)
Adaptógeno, 
estimulante 
físico e mental
Raiz, decocção Brasil (2019); 
WHO (2010)
Kava-kava (Piper 
methysticum 
G. Forst) 
Ansiolítico e 
hipnótico leve
Fitoterápico 
de registro 
simplificado 
Brasil (2014)
Valeriana
(Valeriana 
officinalis L.)
Sedativo 
moderado, 
hipnótico e 
ansiolítico leve 
Fitoterápico 
de registro 
simplificado 
Brasil (2014)
Quadro 1. Principais plantas com ação no SNC
(Continua)
5Plantas que agem no sistema nervoso central
Plantas
Indicação 
terapêutica
Registro Referência
Melissa, 
erva-cidreira
(Melissa 
officinalis L.)
Sedativo e 
hipnótico leve
Produto 
tradicional 
fitoterápico 
de registro 
simplificado
Brasil (2014); Brasil 
(2018); European 
Medicines 
Agency (2013)
Maracujá 
(Passiflora 
incarnata L.)
Sedativo e 
hipnótico leve
Produto 
tradicional 
fitoterápico 
de registro 
simplificado
Brasil (2016); 
Simões et al. 
(2017); Brasil 
(2014)
Quadro 1. Principais plantas com ação no SNC
(Continuação)
2 Plantas com ação inibitória
Agora iremos tratar daquelas plantas muito usadas por nossas avós e mães para 
“acalmar e ajudar a pegar no sono”. Trata-se de plantas cujos constituintes têm 
ação inibitória sobre o SNC. Melissa ou erva-cidreira, maracujá, valeriana e 
kava-kava são algumas das plantas tradicionalmente usadas como ansiolíticos 
e hipnóticos leves.
A melissa ou erva-cidreira (Melissa officinalis L.) é usada com base 
no uso tradicional (BRASIL, 2014) como auxiliar no tratamento de sinto-
mas da ansiedade e insônia leves e como antiespasmódico (BRASIL, 2018). 
As folhas da planta são empregadas in natura ou secas, para obtenção de chás 
(decoctos), ou ainda podem ser processadas visando à obtenção de medicamento 
fitoterápico à base de extratos aquosos ou alcoólicos equivalentes a derivados 
hidroxicinâmicos expressos em ácido rosmarínico (EUROPEAN MEDICINES 
AGENCY, 2013; BRASIL, 2018). Estudos recentes também têm investigado 
seu potencial de uso em doenças como Alzheimer; especificamente no caso do 
Alzheimer, seu óleo essencial tem mostrado reduzir a agitação e agressividade 
observadas em certos estágios da doença (MAHBOUBI, 2019). 
Plantas que agem no sistema nervoso central6
À semelhança da melissa, o maracujá (Passiflora incarnata L.) alivia 
sintomas de ansiedade leve e insônia (EUROPEAN MEDICINES AGENCY, 
2014; BRASIL, 2016; BRASIL, 2018; SIMÕES et al., 2017). Com base no uso 
tradicional (BRASIL, 2014; BRASIL, 2016; SIMÕES et al., 2017), as partes 
aéreas da Passiflora incarnata são utilizadas para obtenção de extratos secos, 
padronizados em flavonoides totais calculados como vitexina, disponíveis 
como comprimidos e solução. Por suas propriedades ansiolíticas e sedativas, 
recomenda-se cautela no uso em pessoas que precisam operar máquinas ou 
exercer atividades que demandam atenção. Não é recomendado o uso con-
comitante com bebidas alcoólicas, anti-histamínicos e outros fármacos com 
ação sedativa (para evitarsonolência e letargia excessivas). O uso prolongado 
e em altas doses também não é indicado (BRASIL, 2018). 
A valeriana (Valeriana officinalis L.) tem propriedades sedativa e hipnótica 
moderadas, também sendo usada em distúrbios de ansiedade. Suas raízes são 
usadas como droga vegetal (raiz seca triturada) ou para a obtenção de extra-
tos seco e hidroalcoólico, geralmente padronizados em ácidos valerênicos. 
A ação da valeriana está relacionada à presença dos ácidos valerênicos e de 
glutamina, que aumentam a disponibilidade de GABA (neurotransmissor com 
ações inibitórias) na fenda sináptica ao inibirem sua receptação neuronal. 
Normalmente, medicamentos fitoterápicos contendo valeriana são usados 
1 a 3 vezes ao dia, por tempo não muito prolongado. Há vários medicamentos 
disponíveis no mercado que combinam a Valeriana officinalis a outras plan-
tas (inclusive a Passiflora incarnata), visando a melhores efeitos sedativos 
(BRASIL, 2016; BRASIL, 2018). 
Nessa mesma linha de indicação está a kava-kava (Piper methysticum 
G. Forst), usada como droga vegetal, extratos equivalentes a 60–120mg de 
kavapironas ou extratos secos padronizados em um percentual predeterminado 
(30 a 70%) de kavapironas. 
3 Papel dos metabólitos secundários no 
estímulo e depressão central
Muitos dos aspectos já mencionados ao longo deste capítulo “fornecem pistas” 
sobre o papel dos metabólitos secundários em ações excitatórias e inibitórias 
do SNC. São metabólitos de diversas classes, que têm em comum a capacidade 
de atravessar a barreira hematoencefálica e exercer ações em nível central, 
embora, geralmente, também agem em nível periférico. 
7Plantas que agem no sistema nervoso central
O mecanismo pelo qual esses constituintes agem é bastante diverso. Como 
vimos, na maioria das preparações, eles estão presentes em extratos contendo 
vários outros componentes. Por essa razão, nem sempre é possível determinar 
qual metabólito é responsável por determinada ação. 
Veja, a seguir, a composição do medicamento fitoterápico Hipérico Herbarium®. 
As informações do fabricante do medicamento indicam que, em cada capsula há 
100mg de extrato, dos quais 0,3mg são hipericinas totais quantificadas em termos 
de hipericina. No entanto, também há hiperforina, flavonoides (rutina, quercetina, 
isoquercitrina, lueolina, miricetina e canferol), biflavonas (amentoflavona), xantonas 
e óleos voláteis que, mesmo em quantidade menor, contribuem para os efeitos da 
planta. Ou seja, não se pode atribuir o mecanismo de ação do hipérico a um único 
metabólito, mesmo que ele seja usado como “marcador” para quantificar os extratos.
Fonte: Adaptada de Hipérico herbarium (2019).
Da mesma forma, nem sempre está claro o mecanismo pelo qual os extratos 
exercem ações excitatórias ou inibitórias. Continuemos com o exemplo do 
hipérico. Em uma ampla revisão, Zirak et al. (2019) comentam os resultados 
de vários estudos realizados na tentativa de elucidar o mecanismo pelo qual 
o extrato do Hypericum perforatum exerce várias ações centrais. Os autores 
ponderam que esses extratos provavelmente não exercem ação antidepressiva 
Plantas que agem no sistema nervoso central8
por inibirem a monoamina oxidase (MAO), mas seus constituintes inibem 
a receptação de serotonina, dopamina e norepinefrina para o neurônio pré-
-sináptico. Com isso, aumentam a concentração desses neurotransmissores na 
fenda. Paralelamente, por mecanismos ainda não explicados, os constituintes 
do extrato parecem estimular receptores de serotonina. Vale lembrar que muitos 
dos antidepressivos sintéticos disponíveis do mercado hoje, como fluoxetina, 
por exemplo, agem dessa forma.
Acompanhe na Figura 1 o potencial mecanismo de ação do Hypericum 
perforatum em distúrbios depressivos.
Figura 1. Os metabólitos secundários presentes nos extratos de H. perforatum aumentam 
a concentração de neurotransmissores excitatórios na fenda sináptica e, aparentemente, 
estimulam receptores serotoninérgicos (pontos sinalizados com as setas verdes).
Fonte: Adaptada de Zirak et al., (2019). 
Vesícula
Terminação
nervosa
Elevação da Na+
intracelular
Receptores
5-HT S
Modulação dos
receptores de
serotinina
Fenda 
sináptica
Inibidores da
receptação
pré-sináptica
Transportador
envolvido com a
recaptação
MAO
Neurotransmissor
Membrana pré-sináptica
Mitocôndria
Monoaminas
degradadas
Inibidor da MAO
Na+ Na
+
Na+ Na
+
Na+
Na+
Na+
Na+Na+
Na+
Na+ Na+
Membrana pós-sináptica
9Plantas que agem no sistema nervoso central
O mecanismo de ação proposto para os constituintes presentes nas várias 
plantas abordadas ao longo deste capítulo pode ser conferido no Quadro 2.
Plantas
Substância(s) 
marcadora(s)
Mecanismo 
de ação
Referência
Erva-de-são-
joão, hipérico 
(Hypericum 
perforatum L.)
Hipericinas totais 
expressas em hipericina 
Inibição da 
receptação 
de serotonina, 
dopamina, 
norepinefrina 
e GABA.
Age em 
receptores 
serotoninérgicos 
por mecanismo 
não elucidado. 
Butterwick 
(2003); 
Mischoulon 
e Rapaport 
(2018); Zirak 
et al. (2019)
Guaraná 
(Paullinia 
cupana Kunth)
Metilxantinas expressas 
em cafeína
As metilxantinas 
inibem a 
fosfodiesterase, 
mobilizam cálcio 
intracelular 
e bloqueiam 
receptores de 
adenosina A1 e 
A2a, induzindo 
ao acúmulo 
de AMP.
Simões et 
al. (2017)
Ginkgo biloba 
(Ginkgo 
biloba L.)
Terpenolactonas 
— bilobalídeos
Ginkgolídeo B e 
bilobalídeo estão 
envolvidos com 
a estimulação 
central e a 
redução do 
tempo de sono 
por mecanismos 
ainda não 
elucidados.
Passos et 
al. (2009); 
Brasil (2016)
Quadro 2. Mecanismos de ação propostos em plantas com ação no SNC
(Continua)
Plantas que agem no sistema nervoso central10
Plantas
Substância(s) 
marcadora(s)
Mecanismo 
de ação
Referência
Ginkgo biloba 
(Ginkgo 
biloba L.)
Flavonoides 
— ginkgolídeos
Ginkgolídeo B e 
bilobalídeo estão 
envolvidos com 
a estimulação 
central e a 
redução do 
tempo de sono 
por mecanismos 
ainda não 
elucidados.
Passos et 
al. (2009); 
Brasil (2016)
Ginseng 
(Panax 
ginseng)
Saponinas triterpênicas 
— ginsenosídeos
Inibição do 
glutamato 
mediada por 
receptores 
NMDA. 
Brasil (2019). 
WHO (2010). 
Passos et 
al. (2009)
Kava-kava 
(Piper 
methysticum 
G. Forst) 
Kavalactonas Bloqueio da 
receptação de 
norepinefrina por 
três lactonas.
Brasil (2016)
Quadro 2. Mecanismos de ação propostos em plantas com ação no SNC
(Continua)
(Continuação)
11Plantas que agem no sistema nervoso central
Plantas
Substância(s) 
marcadora(s)
Mecanismo 
de ação
Referência
Valeriana
(Valeriana 
officinalis L.)
Valepotriatos, expressos 
em ácido valerênico
Inibição da 
enzima ácido 
γ-aminobutiríco 
transaminase, 
responsável pela 
inativação do 
GABA no SNC, 
e consequente 
aumento da 
atividade 
GABAérgica.
Passos et 
al. (2009)
Melissa, 
erva-cidreira
(Melissa 
officinalis L.)
Ácidos hidroxicinâmicos 
expressos em ácido 
rosmarínico 
Evidências 
sugerem que 
seus efeitos são 
mediados por 
ações no sistema 
GABAérgico.
Appel (2011)
Quadro 2. Mecanismos de ação propostos em plantas com ação no SNC
(Continua)
(Continuação)
Plantas que agem no sistema nervoso central12
Fonte: Adaptado de PubChem (c2020).
Plantas
Substância(s) 
marcadora(s)
Mecanismo 
de ação
Referência
Maracujá 
(Passiflora 
incarnata L.)
Flavonoides: di-C-
heterosídeos de 
flavonas, expressos 
em vitexina
Inibição da 
receptação de 
GABAA e GABAB.
Brasil (2016)
Imagem: 
PubChem 9
GABA: ácido gama-aminobutírico; AMP: adenosina monofosfato; 
NMDA: n-metil d-aspartato; SNC: sistema nervoso central.
Quadro 2. Mecanismos de ação propostos em plantas com ação no SNC
(Continuação)
Plantas com potencial terapêutico nos distúrbios do SNC vêm sendo, pro-
gressivamente, investigadas. Um dos aspectos interessantes da maioria das 
plantas que estudamos ao longo deste capítulo é que todas têm uma série de 
constituintes (metabólitos secundários) que, juntos, são responsáveis pela 
ação farmacológica específica. Isso significa que não podemos afirmar qual 
é aprincipal classe envolvida com os efeitos centrais. 
Veja, por exemplo, o caso dos extratos de hipérico: neles estão presentes 
antraquinonas/naftodiantronas (como hipericina e pseudo-hipericina), deriva-
dos floroglucinol (hiperforina), flavonoides (rutina, quercetina, entre outros), 
além de óleos voláteis, entre outros. Estima-se que cerca de 20% de todos os 
compostos presentes têm efeitos biológicos. Nesses extratos, a hipericina é 
considerada o composto responsável pelas atividades antidepressivas, embora 
não se possa desmerecer a atividade do seu derivado pseudo-hipericina, cuja 
concentração é duas a quatro vezes mais elevada do que a hipericina. Os flavo-
noides representam 2 a 4% do extrato e também têm propriedades terapêuticas 
relatadas. Uma questão interessante (ALVES et al., 2014).
13Plantas que agem no sistema nervoso central
Entre as plantas medicinais que exercem depressão do SNC, a situação é a 
mesma, ou seja, normalmente há um extrato rico em inúmeros componentes, 
entre os quais muitos têm ação. Nos extratos de Valeriana officinalis, por 
exemplo, há mais de 150 constituintes! Os sesquiterpenos de óleos voláteis 
representam cerca de 0,2 a 2,8% e incluem o ácido valerênico, principal 
composto envolvido na ativação de receptores GABAA. Por outro lado, aos 
iridoides monoterpênicos, como o valepotriato, atribui-se ações de supressão 
do ritmo de contração e de relaxamento muscular. Assim, embora sejam 
atribuídas as ações ansiolíticas da valeriana aos sesquiterpenos, acredita-se 
que é a ação sinérgica dos seus vários constituintes que produz as respostas 
clínicas de interesse (PATOČKA; JAKL, 2010).
ALVES, A. C. S. et al. Aspectos botânicos, químicos, farmacológicos e terapêuticos 
do hypericum perforatum L. Rev. Bras. Pl. Med., v. 16, nº. 3, p. 593–606, jul./set. 2014. 
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
-05722014000300017&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 1 mar. 2020.
BRASIL. Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira. Brasília: Anvisa, 2018. Dispo-
nível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259456/Suplemento+FFFB.
pdf/478d1f83-7a0d-48aa-9815-37dbc6b29f9a. Acesso em: 1 mar. 2020.
BRASIL. Memento fitoterápico: farmacopéia brasileira. Brasília: Anvisa, 2016. Disponível 
em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/2909630/Memento+Fitoterapico/
a80ec477-bb36-4ae0-b1d2-e2461217e06b. Acesso em: 1 mar. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instrução normativa nº 2 de 13 de maio de 2014. Publica a 
“Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a “Lista de produtos 
tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. Brasília, 2 maio 2014. Disponível 
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2014/int0002_13_05_2014.pdf. 
Acesso em: 1 mar. 2020
BRASIL. Plantas medicinais e fitoterápicos. 4. ed. São Paulo: Conselho Regional de Far-
mácia do Estado de São Paulo, 2019. Disponível em: http://www.crfsp.org.br/images/
cartilhas/PlantasMedicinais.pdf. Acesso em: 1 mar. 2020.
BUTTERWECK, V. Mechanism of action of St John's wort in depression: what is known? 
CNS Drugs, v. 17, nº. 8, p. 539–562, 2003.
EUROPEAN MEDICINES AGENCY. Community herbal monograph on melissa officinalis 
L., folium. 2013. Disponível em: https://www.ema.europa.eu/en/documents/herbal-
-monograph/final-community-herbal-monograph-melissa-officinalis-l-folium_en.pdf. 
Acesso em: 1 mar. 2020.
Plantas que agem no sistema nervoso central14
HILAL-DANDAN, R. BRUNTON, L. L. Manual de Farmacologia e Terapêutica de Goodman 
& Gilman. Porto Alegre: AMGH, 2014.
HIPÉRICO herbarium. 2019. Disponível em: https://herbarium.com.br/wp-content/
uploads/2019/09/bula-hip%C3%A9rico-herbarium.pdf. Acesso em: 1 mar. 2020.
MAHBOUBI, M. Melissa officinalis and rosmarinic acid in management of memory 
functions and Alzheimer disease. Asian Pacific Journal of Tropical Biomedicine, v. 9, nº. 2, 
p. 47–52, 2019. Disponível em: http://www.apjtb.org/article.asp?issn=2221-1691;year=2
019;volume=9;issue=2;spage=47;epage=52;aulast=Mahboubi. Acesso em: 1 mar. 2020.
MARTINEZ, S. T.; ALMEIDA, M. R.; PINTO, A. C. Alucinógenos naturais: um voo da Europa 
Medieval ao Brasil. Quím. Nova, v. 32, nº. 9, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422009000900047. Acesso em: 1 mar. 2020.
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2009.
MISCHOULON, D.; RAPAPORT, M. H. Current role of herbal and natural preparations. 
In: MACALUSO M., PRESKORN S. (ed.). Antidepressants: handbook of experimental 
pharmacology. Switzerland: Springer International Publishing AG, 2018. 
PASSOS, C. S. et. al. Terpenóides com atividade sobre o Sistema Nervoso Central (SNC). 
Rev. bras. farmacogn., v. 19, nº. 1, jan./mar. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/
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PATOČKA, J.; JAKL, J. Biomedically relevant chemical constituents of Valeriana Offi-
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jab/2010/01/02.pdf. Acesso em: 1 mar. 2020.
SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. Porto 
Alegre: Artmed, 2017. 
WHO. WHO monographs on medicinal plants commonly used in the Newly Independent 
States (NIS). 2010. Disponível em: https://apps.who.int/medicinedocs/documents/
s17534en/s17534en.pdf#page=149. Acesso em: 1 mar. 2020.
ZIRAK, N. et al. Hypericum perforatum in the treatment of psychiatric and neurode-
generative disorders: Current evidence and potential mechanisms of action. J. Cell. 
Physiol., v. 234, nº. 6, p. 1–13, jun. 2019. 
Leitura recomendada
APPLE, K. et al. Modulation of the g-aminobutyric acid (GABA) system by passiflora 
incarnata L. phytotherapy research. Phytother Res., v. 25, nº. 6, p. 838–843, jun. 2011. 
15Plantas que agem no sistema nervoso central
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sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Plantas que agem no sistema nervoso central16
DICA DO PROFESSOR
As plantas medicinais podem ser aplicadas com ação central de forma mais ampla, abrangendo 
doenças como Alzheimer, Parkinson, estados convulsivos de difícil manejo e outras patologias e 
sintomas que vêm despertando progressivo interesse, dado o aumento de sua incidência. 
Nesta Dica do Professor, confira de que forma os metabólitos secundários presentes nessas 
plantas agem no controle de doenças neuropsiquiátricas. 
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EXERCÍCIOS
1) Os constituintes químicos dessa planta são fitosteróis, heterosídeos cianogênicos, 
alcaloides indólicos, cumarinas e flavonoides como vitexina e apigenina. Seu uso é 
contraindicado a pacientes que já usam sedativos do sistema nervoso central. É 
correto afirmar que essa descrição se refere à seguinte planta medicinal:
A) boldo (Peumus boldus).
B) maracujá (Passiflora incarnata).
C) kava-kava (Piper metisticum).
D) valeriana (Valeriana oficinalis).
E) gengibre (Zingiber officinale).
2) “A Atropa belladonna está presente em diversos medicamentos registrados como 
fitoterápicos de uso tradicional, dadas sua ação ansiolítica leve e sua propriedade de 
causar miose.” Sobre essa afirmação, pode-se dizer:
A) Está correta, já que extratos de Atropa belladonna são registrados como fitoterápico de uso 
tradicional por causarem miose e sedação.
B) Está correta, dada a elevada quantidade de flavonoides tropânicos que causam miose após 
instilação ocular.
C) Está errada, porque aAtropa belladonna não exerce ações excitatórias, embora cause 
miose.
D) Está errada, porque a Atropa belladonna não é um medicamento fitoterápico de uso 
tradicional indicado como ansiolítico leve e causador de miose. 
E) Está correta, porque o uso da Atropa belladonna é bem relatado na literatura para 
contração pupilar.
3) Ayahuasca é uma palavra de origem indígena (aya = pessoa morta, alma, espírito; 
waska = corda, cipó ou vinho) que é traduzida do quíchua como cipó dos mortos, 
corda dos espíritos ou vinho dos mortos. Essa bebida é utilizada por vários grupos 
indígenas da Amazônia Ocidental com o objetivo de “ser instrumento de reencontro 
com os antepassados”. Sobre essa bebida, é correto afirmar:
A) Essa bebida é rica em saponinas sesquiterpênicas com ação alucinógena.
B) Os efeitos atribuídos a essa bebida não têm ação com metabólitos secundários presentes 
nas plantas usadas para seu preparo. 
C) Seus efeitos estão relacionados à ação central dos alcaloides harmalina, harmina e 
tetraidorharmina.
D) Seus efeitos alucinógenos devem-se à presença de mucilagens de ação central.
E) A Ayahuasca é registrada como fitoterápico de ação tradicional, dados os inúmeros relatos 
de suas ações no sistema nervoso central.
4) Extratos de Hypericum perforatum são amplamente usados na terapia antidepressiva. 
Do ponto de vista fitoquímico, esta é uma das plantas mais investigadas com 
finalidade medicamentosa. Sobre o hipérico, é correto afirmar:
A) É rico em ginkgoflavonoides e terpenolactonas. 
B) É rico em cumarinas, flavonoides e saponinas.
C) Não pode ser usado por via oral, dados os seus efeitos irritantes sobre a mucosa gástrica.
D) Uma de suas indicações é a prevenção dos sintomas de resfriados.
E) Seus extratos padronizados contêm hiperforina e hipericina.
5) O uso desse fitoterápico é desaconselhado a pacientes com agitação, ansiedade, 
insônia e pressão alta e não deve ser associado a bebidas que contenham 
metilxantinas, para não potencializar seus efeitos. Sobre essa descrição, assinale a 
alternativa correta:
A) Trata-se de um fitoterápico com ação depressora do sistema nervoso central.
B) Trata-se da Passiflora incarnata, indicada para minimizar insônia e ansiedade.
C) Com certeza é um fitoterápico que interage por mecanismos farmacocinéticos com 
substâncias contendo metilxantina.
D) Trata-se da Valeriana officinalis, rica em valepotriatos.
E) Trata-se da Paulinia cupana, rica em cafeína.
NA PRÁTICA
É muito comum, entre idosos, a prática da automedicação, visando a dormir melhor. As plantas 
medicinais e os fitoterápicos são os produtos mais usados por eles para essa finalidade. Um dos 
motivos para isso é o falso entendimento de que "o que é natural não faz mal".
Neste Na Prática, veja o que aconteceu com uma idosa de mais de 80 anos ao adicionar um 
fitoterápico à sua rotina medicamentosa e entenda o risco de combinar vários medicamentos, 
plantas e outros produtos na tentativa de dormir mais e melhor.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Memento fitoterápico
Confira, neste documento da Farmacopeia Brasileira, várias monografias sobre plantas com 
ação no sistema nervoso central.
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Avaliação do perfil de produção de fitoterápicos para o tratamento de ansiedade e 
depressão pelas indústrias farmacêuticas
Neste artigo, você encontrará dados que indicam como é a situação da produção de fitoterápicos 
para ansiedade e depressão atualmente.
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Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde (Renisus)
Neste site, você pode conferir de que forma as plantas medicinais vêm sendo gradualmente 
inseridas no Sistema Único de Saúde. Muitas plantas com ação central já vêm sendo 
incorporadas a serviços do SUS em vários municípios brasileiros.
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