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MODELO PROJETO DE PESQUISA

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS - CCHL
LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA
PROJETO DE PESQUISA
Criminalidade e medo: o processo de urbanização da região da Rua 100 em Timon - MA
Matheus da Silva Assunção
Teresina - PI
2021
SUMÁRIO
1. Apresentação ………………………………………………………………… 3
2. Problematização …………………..…………………………………………. 5
3. Objetivos …………………………………....……………………………….. 6
4. Referencial teórico ……………………………………..……………………. 7
5. Metodologia e fontes ...…………………………………....……………...…. 10
6. Cronograma…………………….……………………………………………. 11
7. Bibliografia ……………………………………………………………....….. 12
2
1. APRESENTAÇÃO
A pesquisa tem como objeto a Rua 100 que durante o texto será apresentada por “Região da Rua 100”, pois o objetivo é estudar a ocupação dos bairros acerca da Rua 100. 
A cidade de Timon, apesar de não ser um grande centro urbano, possui área territorial de grandes cidades com 1.7163,220 de quilômetros quadrados e se encontra como a quarta maior cidade em nível populacional do Maranhão com 155.460 habitantes segundo o censo do IBGE de 2010. Timon também compõe a Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina (decreto Nº 10.129 de 25 de novembro de 2019) como a segunda maior cidade do grupo. Esses números nos servem para mostrar a importância econômica de Timon para o estado do Maranhão e para a região a qual faz parte.
O interesse em estudar a criminalidade na cidade de Timon se dá por dois motivos: os poucos trabalhos acadêmicos acerca da criminalidade na cidade timonense e minha vivência dentro da Rua 100, onde cresci e moro até hoje. 
O período a ser estudado terá o ponto de partida no ano de 1980. O ano corresponde a uma consequência de um fenômeno de crescimento urbano a nível nacional sob o comando de Juscelino Kubitschek (1956 - 1961), o país adotou um plano econômico desenvolvimentista com o fortalecimento da indústria, atraindo a população rural para a cidade. Esse fenômeno atinge a cidade de Timon que sofreu seu primeiro processo de desenvolvimento urbanístico em 1960. Timon até então contava apenas com seu pequeno polo habitacional no centro da cidade. 
Em 1980 Timon recebe uma população urbana inadequada para sua estrutura urbana com o deslocamento de famílias da zona rural para a região urbana. Esse crescimento é apresentado no censo do IBGE de 2010 que mostra que a população urbana de Timon em 1970 era de aproximadamente 16 mil habitantes, já no ano de 1980 houve um salto para 55 mil habitantes. Foram feitas obras para suprir essa demanda de pessoas, no entanto, apenas uma pequena parcela da população se beneficiou com a população sem condições de comprar casas e terrenos no centro sendo lançadas para pontos distantes. 
Timon tornou-se uma cidade mal distribuída que não oferecia o básico para toda a população, como saneamento, pavimentação e serviços públicos essenciais (educação e saúde). A má distribuição fez surgir regiões periféricas, dentre elas a Rua 100 que corresponde aos bairros Parque Piauí, Bela Vista, Parque União, Flores e Centro Operário.
Tendo apresentado um pouco sobre a construção da cidade de Timon e da Região da Rua 100, o interesse em estudar o processo de ocupação da Região da Rua 100 e a criminalidade na cidade de Timon se dá por dois motivos: os poucos trabalhos acadêmicos acerca da violência na cidade timonense e minha vivência dentro da mesma cidade e ter crescido rodeado de ambientes tidos como perigosos. 
2. PROBLEMATIZAÇÃO
A problematização deste trabalho partiu da observação que tive durante o ano de 2018 e 2019 quando trabalhava na cidade de Teresina e era obrigado a utilizar transporte de aplicativo durante a noite para retornar a minha casa, que se localiza na Região da Rua 100. Durante o trajeto era comum o motorista comentar o meu destino final com “na rua 100?” e outras expressões de preocupação. Quando questionados sobre a expressão eles respondiam que ali era muito perigoso e não “rodavam” dentro da cidade de Timon para evitar corridas nesta região por medo.
Como morador desta região há mais de vinte anos eu não havia percebido, até então, como a Rua 100 era vista por pessoas que não moravam nela. Com esse novo conhecimento obtido comecei a me questionar o motivo da Região da Rua 100 ser considerada um lugar perigoso. Este trabalho então se dedicará a responder esse questionamento através do processo de ocupação e construção do espaço urbano de Timon e desta região.
3. OBJETIVOS
Esta pesquisa tem como objetivo geral construir por meio de pesquisa documental o processo de construção do espaço geográfico e social da região da Rua Cem em Timon, e a partir deste estudo entender os motivos que levaram à região ao estigma de lugar violento e perigoso. 
Objetivos Específicos:
1. Organizar documentos e descrever o processo de urbanização da região da Rua Cem em Timon.
2. Entender os motivos que levaram a região ao estigma de lugar violento e perigoso. 
3. Identificar quais os impactos sociais causados na vida dos moradores da região vivendo com o medo da violência causada pela criminalidade.
4. Entender as relações sociais da comunidade com regiões vizinhas e com a cidade de Teresina.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
Para dar continuidade a esse estudo foi necessário recorrer aos estudos da geografia, primeiro para explicar o que seria a urbanização. A urbanização é o processo de tornar urbano um espaço geográfico, ou seja, diminuir a proporção de pessoas que moram no campo construindo assim o que chamamos de cidades. Temos então que “a cidade é a expressão mais contundente do processo de produção da humanidade, sob a égide das relações desencadeadas pela formação econômica social e capitalista”. (Carlos, 2001, p. 25-26).
SOUSA (2014, p. 74) completa dizendo que “a concepção de urbano transcende a noção de concentração do processo produtivo e se assenta na ideia de um processo de produção, num determinado momento histórico que representa também um modo de vida: de consumir, de pensar, de sentir”. A cidade então não é um fenômeno finalizado, mas sim um processo contínuo de transformações.
O Brasil entrou tardiamente no processo de urbanização e passou a maior parte de sua existência no sistema agrário. É apenas em meados do século XVIII que a urbanização se desenvolve e os grandes fazendeiros começam a ter a casa na cidade como a mais importante e retorna as fazendas apenas no período de colheita (SANTOS, 2008. p. 21-22).
A urbanização no Brasil, assim como em todo espaço geográfico, tem seus objetivos, como explica CARLOS (2001) “o modo de ocupação de determinado lugar da cidade se dá a partir da necessidade de realização de determinada ação, seja de produzir, consumir, habitar ou viver" isso se dá pela necessidade do homem de produzir seu meio de subsistência. Dessa forma CARLOS (2001) conclui que a divisão social das cidades não se dá pelo acaso, mas de acordo com as condições financeiras e necessidades:
À parcela de menor poder aquisitivo da sociedade restam as áreas centrais, deterioradas e abandonadas pelas primeiras, ou ainda a periferia, logicamente não arborizada, mas aquela em que os terrenos são mais baratos, devido à ausência de infraestrutura, à distância das 'zonas privilegiadas' da cidade, onde há possibilidades da autoconstrução - da casa realizada em mutirão. Para aqueles que não têm nem essa possibilidade, o que sobra é a favela, em cujos terrenos, em sua maioria, não vigoram direitos de propriedade. (CARLOS 2001, p. 48-49).
Esse processo não é diferente em Timon. Podemos confirmar a colocação de Souza no texto de SANTOS (2007) quando apresenta a situação do bairro Parque União, um dos bairros que correspondem à Região da Rua 100:
No Bairro Parque União, em Timon, não havia nem mesmo iluminação pública. Alguns moradores colocavam postes de madeira nas ruas por conta própria e faziam ligações clandestinas (gambiarras). Por conta disso, à noite, as ruas ficavam quase às escuras, iluminadas apenas pelas luzes das casas e/ou pelas lamparinas das residências que ainda não tinhamfeito a ligação elétrica, o que denota o descompromisso da administração pública vigente na época. (SANTOS 2007, p.30).
O texto de SANTOS (2007) conta com o relato de moradores que viviam em Timon na década de 1950 a 1980, e retrata de forma oral o processo de urbanização da cidade. 
A exclusão da população com menor poder aquisitivo do centro da cidade de Timon pode ter sido o principal fator para a criação do estigma violento atribuído à região da Rua 100, visto que o local passou a ser ocupado por pessoas em subemprego, desempregadas e muitas em situação de pobreza extrema.
O conceito de marginalização aqui empregado é utilizado tal como COELHO (1978) que define a população marginal como “aquela constituída pelos que se encontram em situação de desemprego, subemprego ou pobreza”.
Surge nessa análise inicial o questionamento: o processo de urbanização de Timon foi responsável por criar uma classe marginalizada que com o tempo seria excluída de gozar dos privilégios da cidade?
A urbanização, marginalização e criminalidade têm uma relação próxima e são temas bastantes estudados na academia. A relação entre a urbanização e a marginalização está diretamente ligada, como afirma COELHO (1978):
Ao associarmos marginalidade a tamanho urbano pode-se esperar que desemprego, subemprego e pobreza tenham comportamento diverso. A concentração do emprego nos centros metropolitanos regionais e nos seus anéis circundantes, onde se localizam as cidades de portes médio e grande, sugere que o grau relativo de subutilização da mão-de-obra urbana diminui à medida que decresce o tamanho urbano; os contingentes de desempregados tendem a se deslocar para as metrópoles regionais e para os seus anéis urbanos. Mas, dado que nos centros urbanos maiores a renda média é mais alta, a pobreza relativa decresce com o aumento do tamanho urbano. (COELHO, 1978, p. 141).
Em relação à violência ele continua:
Quanto à criminalidade, numerosos estudos e estatísticas oficiais de diferentes países comprovam seu caráter urbano. Mas observe-se que este não é um fenômeno unitário; rigorosamente não há crime, mas crimes com etiologia diversa e com incidência variável segundo a área. (COELHO, 1978, p. 142).
Os estudos sobre os crimes e a criminalidade são vastos e a grande maioria tenta responder, sem sucesso, a origem desse fenômeno. Os termos apesar de parecidos, possuem significados distintos: criminalidade se refere ao fenômeno em sua dimensão mais ampla, enquanto crime é o fenômeno em sua singularidade (FAUSTO, 1984).
O fato é que ainda não podemos afirmar a causa da marginalização e se esta é o motivo das altas taxas de crimes que levaram a Região da Rua 100 ao estigma de violência.
5. METODOLOGIA E FONTES
Para o desenvolvimento do presente projeto de pesquisa serão utilizadas estratégias de pesquisa exploratória com o objetivo de analisar através da documentação, tais como, leis e decretos, produzida pelo município de Timon para compreender como ocorreu a ocupação da região da rua 100. Também serão feitas pesquisas de amostragens do IBGE para comparar a ocupação urbana da cidade de Timon com o aumento das taxas de criminalidade. A partir destes conhecimentos buscaremos entender o processo de estigmatização de lugar violento da Região da Rua 100.
Serão analisadas ainda reportagens sobre as práticas de sociabilidade dos timonenses presentes nos veículos de imprensa da cidade de Teresina encontrados na hemeroteca do Arquivo Público do Piauí. O objetivo é conhecer a sociabilização dos moradores de Timon com a cidade de Teresina. Nesses mesmos jornais buscarei matérias que registrem a violência na cidade de Timon que intensificaram a estigmatização de Timon pelos teresinenses.
Fontes
 Jornais veiculados na época de estudo encontrados na hemeroteca do Arquivo Público do Piauí, leis municipais e códigos de postura de Timon, dados de censo do IBGE.
6. CRONOGRAMA
	
	jun
	jul
	ago
	set
	out
	nov
	dez
	jan
	fev
	mar
	abr
	mai
	Revisão bibliográfica
	X
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	Entrega projeto de pesquisa
	
	
	
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	Coleta de dados
	
	
	
	
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	Análise de dados coletados
	
	
	
	
	
	
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	Escrita da monografia
	
	
	
	
	
	
	
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	Entrega 1º capítulo
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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	Defesa
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
7. BIBLIOGRAFIA
BRETAS, Marcos Luiz. A guerra das ruas: povo e polícia na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1997.
BRITO, Thiago Oliveira da Silva. Zaratustra Yáscara Douglas: a construção da fama de um “mito do crime” (Timon, 1968-1992). Dissertação (mestrado) - Centro de Ciências Humanas e Letras, da Universidade Federal do Piauí. p. Teresina - PI: 2012
CARLOS, A. F. A. A cidade. 6.ed. São Paulo: Contexto, 2001
COELHO, E. C. Criminalização da marginalidade e a marginalização da criminalidade. Revista de Administração Pública, v. 12, n. 2, p. 139-161, abril-junho 197
FAUSTO, Boris. Crime e cotidiano: a criminalidade em São Paulo (1880 - 1924). São Paulo: Brasiliense, 1984.
GOFFMAN, Erving. Estigma: Nota sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.
MATOS JUNIOR, Clodomir Cordeiro de. Violência Cidadania e Medo: experiências urbanas em Fortaleza. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Centro de Humanidades. Fortaleza, p. 137. 2008.
SANTOS, Milton.A urbanização brasileira. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
SANTOS, Raimundo Nonato Lima dos. História, Memória e Identidade na cidade de Timon na década de 1980. Dissertação (mestrado) - Mestrado em História do Brasil da Universidade Federal do Piauí. Teresina, p. 111. 2007.
SOUSA, Teresinha de Jesus dos Santos. O município de Timon (MA) dos anos 1980 a 2013: sociedade e espaços rurais em transformação. Recife - PE: O autor, 2014.

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