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Direito das Obrigações
Direito da Responsabilidade (Universidade Lusíada do Porto)
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Direito da Responsabilidade (Universidade Lusíada do Porto)
Descarregado por Beatriz Silva (beatrizsilva1520@outlook.pt)
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ANO LETIVO 2019/2020
2º SEMESTRE - 2º ANO
DIREITO DAS 
OBRIGAÇÕES
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ÍNDICE
I - Definição das Obrigações e a definição legal de obrigação...........................................................................3
→ Definição de obrigação..............................................................................................................................3
→ Objeto e características do Direito das Obrigações...................................................................................3
II - Princípios gerais do Direito das Obrigações..................................................................................................3
→ Princípio da Autonomia Privada................................................................................................................3
A liberdade contratual e os seus conteúdos..............................................................................................3
→ Princípio da restituição do enriquecimento injustificado.............................................................................3
→ Princípio do ressarcimento dos Danos......................................................................................................4
→ Princípio da responsabilidade patrimonial.................................................................................................4
→ Princípio da pontualidade..........................................................................................................................4
→ Princípio da boa fé.....................................................................................................................................4
III - Distinção entre Direitos de Crédito e Direitos Reais e direitos de gozo........................................................5
1 - Distinção entre Direitos de Crédito e Direitos Reais..................................................................................5
2 - Direitos pessoais de gozo.........................................................................................................................5
IV - Características da obrigação........................................................................................................................6
V - Objeto da Obrigação: a prestação................................................................................................................6
1 - Conceito de Prestação..............................................................................................................................6
2 - Requisitos da Prestação...........................................................................................................................6
2.1 - Possibilidade física e legal................................................................................................................6
2.2 - Licitude.............................................................................................................................................. 7
Consta dos artigos 280º/1º e 294º de onde resulta que o objeto negocial não pode ser contrário a 
qualquer disposição que tenha carácter injuntivo. As normas injuntivas constituem um importante limite 
à autonomia privada, impondo a nulidade dos negócios que as contrariem..............................................7
2.3 - Determinabilidade.............................................................................................................................7
2.4 - Não contrariedade à ordem pública e aos bons costumes................................................................7
VI - Modalidades de Obrigações.........................................................................................................................7
1 - Obrigações Naturais (arts. 402º a 404º)....................................................................................................7
2- Classificação dos tipos de obrigações.......................................................................................................7
2.1 - Prestação de Coisa e de Facto.........................................................................................................7
2.2 - Prestações Fungíveis e Infungíveis...................................................................................................8
Prestações fungíveis são aquelas em que a prestação deva ser realizada por outrem que não o 
devedor, podendo assim este fazer-se substituir num cumprimento (art.767º/1º).....................................8
2.3 - Prestações Instantâneas Duradouras ..............................................................................................8
2.4 - Prestações de resultado e prestações de meios...............................................................................8
2.5 - Prestações determinadas e prestações indeterminadas...................................................................8
2.6 - Obrigações pecuniárias...................................................................................................................11
2.7 - Obrigações de juros (559º e ss)......................................................................................................11
VII - Classificação das fontes das obrigações..................................................................................................12
A)CONTRATOS .......................................................................................................................................... 12
C) GESTÃO DE NEGÓCIOS.......................................................................................................................19
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Aula Teórica da unidade curricular Direito das Obrigações
I - Definição das Obrigações e a definição legal de obrigação
→ Definição de obrigação
O artigo 397º nos define a própria figura da obrigação como “o vínculo jurídico por virtude do qual uma 
pessoa fica adstrita para com outra à realização de uma prestação”. Desta definição resulta que as 
obrigações são situaçõesjurídicas que têm por conteúdo a vinculação de uma pessoa em relação a outra 
à adoção de uma determinada conduta em benefício desta.
→ Objeto e características do Direito das Obrigações
O direito das obrigações assume-se como o ramo do Direito Civil que constitui o Direito privado comum. 
Por esse motivo goza das características do Direito Privado: a liberdade e a igualdade. Em princípio, os 
sujeitos das relações obrigacionais têm os mesmos poderes e são livres de fazer tudo o que não se 
encontre abrangido por uma proibição. Pelo contrário, o Direito Público rege-se pelas características da 
autoridade e da competência. Uma das partes tem só por si o poder de provocar modificações na esfera 
jurídica alheia e só pode praticar os atos para os quais a lei lhes atribui competência.
II - Princípios gerais do Direito das Obrigações
→ Princípio da Autonomia Privada
Entre os princípios fundamentais do Direito das Obrigações temos, em primeiro lugar, a autonomia privada.
Em sentido literal, a expressão “autonomia privada” consiste na possibilidade que alguém tem em 
estabelecer as suas próprias regras. 
A autonomia privada é a possibilidade de alguém estabelecer os efeitos jurídicos que se irão repercutir na 
sua esfera jurídica.
A autonomia privada consiste assim num espaço de liberdade, já que, desde que sejam respeitados certos
limites, as partes podem livremente desencadear os efeitos jurídicos que pretendem.
A autonomia privada é a liberdade de produção reflexiva de efeitos jurídicos, na medida em que os efeitos 
jurídicos produzidos irão repercutir-se na esfera dos sujeitos que os produzem. No entanto, essa produção 
reflexiva de efeitos jurídicos depende da utilização de um instrumento jurídico específico: negócio jurídico.
- A liberdade contratual e os seus conteúdos
Ambas as partes estão de acordo em relação aos efeitos jurídicos produzidos,estabelecendo assim, 
através de duas declarações negociais harmonizadas entre si, uma disciplina jurídica comum com 
repercussão nas respectivas esferas jurídicas. Esta autovinculação de cada uma das partes é sempre, 
segundo a doutrina fundamental do contrato, um ato de liberdade, considerando-se que o contrato se 
baseia sempre na livre determinação de cada uma das partes, uma vez que exige o consenso de 
ambas para se poder formar (art.232º). A liberdade contratual é a possibilidade conferida pela ordem 
jurídica de cada uma das partes de autorregular, através de um acordo mútuo, as suas relações para 
com a outra, por ela livremente escolhida, em termos vinculativos para ambas (art.406º/1º). A liberdade 
contratual é a parte mais importante da autonomia privada, enquanto princípio fundamental do Direito 
das Obrigações.
A liberdade contratual admite tradicionalmente a liberdade de celebração, a liberdade de seleção do tipo
negocial, a liberdade de estipulação e a liberdade de extinção.
→ Princípio da restituição do enriquecimento injustificado
Este princípio encontra-se hoje formalmente consagrado na norma do art.473º/1, consistindo por isso 
num princípio em forma de norma. Assim, genericamente, sempre que alguém obtenha um enriquecimento
à custa de outrem sem causa justificativa tem que retribuir aquilo com que injustamente se locupletou.
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→ Princípio do ressarcimento dos Danos
Sempre que exista uma razão de justiça, da qual resulte que o dano deva ser suportado por outrem, 
que não o lesado, deve ser aquele e não este a suportar o dano. A transferência do dano do lesado para 
outrem opera-se mediante a constituição de uma obrigação de indemnização, através da qual se deve 
reconstituir a situação que existiria se não tivesse ocorrido o evento lesivo (art.562º).
Em muitas situações ocorre um fenômeno que se denomina de imputação de danos. Ocorre a 
imputação de danos quando a lei considera existir, não apenas um dano injusto para o lesado, mas 
também uma razão de justiça que justifica que esse dano seja transferido para outrem. A situação de 
alguém estar numa situação que o Direito considera mais adequada à suportação do dano do que aquele 
que o sofreu é denominada responsabilidade civil (art.483º e ss). A sua transferência para o património do 
responsável efetua-se mediante a constituição de uma obrigação de indemnização.
Tradicionalmente, a única imputação que poderia servir de base à responsabilidade civil consistia na 
culpa do lesante. A consequência dessa formulação é a de que o lesado não teria direito a qualquer 
indemnização, a menos que demonstrasse a culpa do lesante (art.487º/1º). O rigor do regime foi, no 
entanto, atenuado através da consagração de sucessivas presunções de culpa, por meio das quais o 
lesado era dispensado desse ónus (arts. 491º, 492º e 493º).
Posteriormente, foi-se desenvolvendo a ideia de que a imputação de danos poderia mesmo dispensar a 
culpa do lesante, tendo que indenizar os danos abrangidos por essa esfera de riscos. Surge assim, a 
responsabilidade pelo risco, que se tem vindo a assumir como uma outra grande categoria de 
responsabilidade civil, embora entre nós continue a ser restrita às hipóteses na lei (art.483º/2º).
→ Princípio da responsabilidade patrimonial
Consiste na possibilidade de o credor, em caso de não cumprimento, executar o património do devedor 
para obter a satisfação dos seus créditos.
O recurso aos tribunais faz-se normalmente, enquanto a prestação é possível, para exigir essa mesma 
prestação. É o que se denomina de ação de cumprimento (art.817). Caso, porém, a realização da 
prestação já não seja possível em virtude do fato imputável ao devedor, o credor poderá reclamar um 
direito à indemnização. É o que sucede nos casos de incumprimento definitivo (art.798º e 808º) e de 
impossibilidade culposa do cumprimento (art.801º). O direito à indemnização já não se identifica com o 
direito de crédito inicial, tendo um fundamento diferente: a responsabilidade civil pelos danos causados 
pelo ilícito obrigatório que consiste na frustração do direito de crédito.
→ Princípio da pontualidade
Em regra, as prestações devem ser pontualmente cumpridas. Existem algumas exceções como é o 
caso de contratos de consumo, contratos à distância, ao domicílio, de seguro, etc. Nos contratos de 
consumo há muita pressão para a celebração, e por isso, há possibilidade de depois de celebrar deixar de 
cumprir, havendo, portanto uma quebra deste princípio (14 dias para revogar/extinguir este contrato).
→ Princípio da boa fé
Pode falar-se de boa fé num sentido subjetivo, definindo-a como a ignorância de usar a lesar os direitos 
alheios, sendo esse o sentido da referência à posse de boa fé no artigo 1260º. Num sentido objetivo ou 
normativo, definindo-a como regra de conduta. É esse o sentido da referência à boa fé nos termos dos 
artigos 227º, 239º, 334º, 437º e 762º/2º e é esse o sentido que primacialmente nos interessa em Direito 
das Obrigações. 
Efetivamente, a obrigação consiste no dever de adotar uma conduta em benefício de outrem. Está 
assim em causa o vínculo obrigacional às regras de comportamento que, adequadamente respeitadas, 
proporcionarão a satisfação do direito de crédito mediante a realização da prestação pelo devedor, sem 
que daí resultem danos para qualquer das partes.
No âmbito do Direito das Obrigações, o princípio da boa fé objetiva encontra-se essencialmente 
plasmado e cinco institutos: a responsabilidade pré-contratual (art.227º/1); a integração dos negócios 
(art.239º); o abuso de direito (art.334º); a resolução ou modificação dos contratos por alteração das 
circunstâncias (art.437º/1); a complexidade das obrigações (art.762º/2º).
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III - Distinção entre Direitos de Crédito e Direitos Reais e direitos de gozo
1 - Distinção entre Direitos de Crédito e DireitosReais
A distinção essencial que se deve estabelecer entre os direitos de créditos e direitos reais consiste no critério 
do objeto: os direitos reais são direitos sobre coisas, enquanto os direitos de crédito são direitos a prestações,
ou seja, direitos a uma conduta do devedor.
a) O direito de crédito distingue-se dos direitos reais em virtude da sua relatividade estrutural. O direito 
de crédito assenta numa relação, o que implica que tenha que ser exercido contra o devedor. O direito real 
não assenta em qualquer tipo de relação, porque se exerce diretamente sobre a coisa, podendo ser oposto a 
toda e qualquer pessoa (oponibilidade erga omnes do direito real). O direito de Crédito é um direito relativo 
pelo que a sua oponibilidade a terceiros é limitada, só podendo ocorrer em certas circunstâncias. Ao 
contrário, a oponibilidade do direito real a terceiros é plena.
b) O direito real estabelece uma vinculação tal com a coisa que dela já não pode ser separado - está é a 
denominada Inerência, que caracteriza os direitos reais. A Inerência tem em sua manifestação dinâmica que 
é a sequela, a qual significa que o titular de um direito real pode perseguir a coisa onde quer que ela se 
encontre. Ora significa que, apesar de existir uma série de transações, se alguém demonstrar a titularidade 
de um direito real sobre a cousa, pode exercê-lo. É isto que denomina-se de Sequela - o direito real persegue
a coisa onde quer que ela se encontre e pode sempre ser exercido. Pelo contrário, o direito de crédito não 
tem esta característica, no caso se alguém tem o direito a uma prestação e o devedor aliena o objeto da 
mesma, o credor já não pode exigir. Só lhe resta pedir uma indemnização ao devedor por ter impossibilitado 
culposamente a prestação.
c) Outra distinção é a denominada prevalência, que, no seu sentido amplo, significa a prioridade do 
direito real primeiramente constituído sobre posteriores constituições (salvo as regras do registo) e a maior 
força dos direitos reais sobre os direitos de crédito.
 Não é possível constituir sucessivamente dois direitos reais incompatíveis sobre o mesmo objeto. Assim,
se alguém vender o mesmo objeto duas vezes a pessoas diferentes prevalecerá a primeira alienação, ou em 
caso de bens sujeitos a registo, a que primeiro for registada. Esta característica não existe nos direitos de 
crédito, não se hierarquizam entre si pela ordem de constituição, antes concorrem em pé de igualdade sobre 
o património do devedor que, se não for suficiente, é rateado para se efetuar o pagamento proporcional a 
todos os credores (artigo 604º,n1º do CC).
Efetivamente, os direitos reais têm mais força do que os direitos de crédito, pelo que, no caso de um 
conflito entre um direito real e um direito de crédito, prevalecerá o direito real.
Em conclusão, a distinção entre os direitos de crédito e os direitos reais baseia-se numa diferença de objeto. 
Os direitos de créditos são direitos sobre prestações, os direitos reais são direitos sobre coisas. Em 
consequência os direitos de crédito possuem as características da mediação do devedor, da relatividade, de 
uma oponibilidade a terceiros limitada, ausência de inerência e a não hierarquização entre si. Pelo contrário, 
os direitos reais são direitos imediatos, absolutos, plenamente oponíveis a terceiros, inerentes a uma coisa, 
dotados de sequela e hierarquizáveis entre si, na medida em que a constituição de um direito implica a perda 
de legitimidade para posteriormente constituir outro.
2 - Direitos pessoais de gozo
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IV - Características da obrigação
A obrigação tem três principais características: a patrimonialidade tendencial, a mediação e a relatividade.
- A patrimonialidade tendencial significa que as obrigações têm geralmente natureza patrimonial.
- A mediação significa que o credor necessita da colaboração do devedor para exercer o seu direito, 
efetivamente, o crédito é um direito à prestação, ou seja, um direito a uma conduta do devedor, pelo 
que o credor necessita que o devedor realize essa conduta.
- A relatividade significa que a obrigação se estrutura numa relação entre o credor e o devedor. 
Consequentemente, só o devedor tem o dever de prestar e só o credor tem o direito de exigir o 
cumprimento.
Da relatividade resulta que em princípio só o devedor deve ser responsabilizado em caso de violação 
do direito de crédito, porque é só dele que o credor pode exigir que satisfaça a prestação.
V - Objeto da Obrigação: a prestação
1 - Conceito de Prestação
O conceito de prestação está previsto no artigo 397º do código civil, do qual resulta que a prestação 
consiste na conduta que o devedor se obriga a desenvolver em benefício do credor. A realização da 
prestação considera-se como cumprimento, importando a extinção da obrigação, por força do artigo 762º, nº 1
CC.
Nos termos do artigo 398º, nº1, a prestação pode tanto consistir na ação como numa omissão, ou seja o 
que caracteriza a obrigação é a circunstância de determinada pessoa se encontrar adstrita a realizar uma 
específica conduta, positiva ou negativa, no interesse de outra, também determinada ou determinável. Essa 
conduta é designada por prestação. 
De acordo com o artigo 398º, nº2, estabelece um requisito suplementar, referindo-nos que a prestação, 
embora não necessite de de ter valor pecuniário, deve corresponder a um interesse do credor, digno de 
proteção legal, como exemplo, a publicação de um pedido de desculpas ou de um desmentido em caso de 
difamação ou lesão da intimidade da vida privada.
Conforme ensina LARENZ, o interesse do credor deve ser entendido meramente como o interesse 
jurídico em receber a prestação, não os interesses pessoais e económicos que ela lhe pode proporcionar.
2 - Requisitos da Prestação
Nos termos do artigo 398º as partes têm a faculdade de determinar o seu conteúdo dentro dos limites da lei. A
prestação tem assim que respeitar certos requisitos legais para a sua constituição. Consequentemente, se a 
obrigação resultar de um negócio jurídico, a prestação está naturalmente sujeita às regras relativas ao objeto 
negocial, que constam do artigo 280º, tendo como consequência a nulidade do negócio se a prestação 
desrespeitar alguns desses limites.
2.1 - Possibilidade física e legal
Nos termos do artigo 280º/1º, a impossibilidade da prestação produz a nulidade do negócio jurídico, podendo 
essa impossibilidade ser física (ex:levantar 500kg com as mãos) ou legal (ex: vender verbalmente um imóvel).
Esta regra vem a ser repetida no artigo 401º/1º, mas os nº 2 e 3 estabelecem algumas restrições a essa 
solução.
Efetivamente, para que a impossibilidade da prestação produza a nulidade do negócio jurídico, é necessário 
que ela constitua uma impossibilidade originária (401º/1º). Se a prestação vem a tornar-se 
supervenientemente impossível, após a constituição do negócio, este não é nulo. A obrigação é que se vai 
extinguir por força do artigo 790º.
O artigo 401º/2º admite, porém, casos em que a prestação é originalmente impossível, mas a validade do 
negócio não é afetada. Serão os casos em que o negócio é celebrado para a hipótese de a prestação se 
tornar possível ou em que o negócio é sujeito a condição suspensiva ou a termo inicial e , no momento da sua
verificação, a prestação já se tornou possível. É assim, admissível a celebração de negócios para a 
eventualidade de a prestação se tornar possível, o que abrange situações como a prestação de coisa 
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absolutamente futura (art.399º), caso em que o devedor fica obrigado a exercer as diligências necessárias 
para que o credor adquira essa coisa (art.880º/1º).
2.2 - Licitude
Consta dos artigos 280º/1º e 294º de onde resulta que o objeto negocial não pode ser contrárioa qualquer
disposição que tenha carácter injuntivo. As normas injuntivas constituem um importante limite à 
autonomia privada, impondo a nulidade dos negócios que as contrariem.
A ilicitude do negócio pode ser de resultado ou de meios, consoante o negócio vise objetivamente um 
resultado ilícito ou se proponha alcançar um resultado lícito, através de meios cuja utilização é proibida por 
lei. Em ambos os casos o artigo 280º/1º considera o negócio nulo.
2.3 - Determinabilidade
Esta regra resulta do artigo 280º, que estabelece a nulidade do negócio jurídico cujo objeto seja 
indeterminado. Deve, porém, estabelecer-se que indeterminável não deve ser confundido com indeterminado,
já que a obrigação pode constituir-se estando ainda a prestação indeterminada, desde que ela seja 
determinável.
Em caso de indeterminação da prestação, aplica-se à situação o artigo 400º que refere que a determinação 
da prestação pode ser confiada a uma ou a outra das partes ou a terceiros; mas que, deve ser feita segundo 
os juízos de equidade se outros critérios não tiverem sido estabelecidos.
Caso, porém, não resulte do negócio qualquer critério que permita realizar a determinação da prestação ele 
terá que ser considerado nulo por indeterminável (art.280º/1º), não podendo o artigo 400º servir para suprir 
essa nulidade.
2.4 - Não contrariedade à ordem pública e aos bons costumes
A prestação não pode ser contrária à ordem pública e aos bons costumes nos termos do artigo 280º/2º. À 
semelhança do que acontece com a ilicitude, também apenas o fim subjetivo das partes pode ser contrário à 
ordem pública ou aos bons costumes. Nesse caso, o negócio só será nulo, se o fim for comum a ambas as 
partes (art.281º).
VI - Modalidades de Obrigações
1 - Obrigações Naturais (arts. 402º a 404º)
O que a caracteriza é a não exigibilidade judicial da prestação, resumindo-se a sua tutela jurídica a 
possibilidade de o credor conservar a prestação espontaneamente realizada, a que se refere o artigo 403º. 
Como consequência exclui-se a possibilidade de repetição do indevido, referido nos artigo 476º, salvo no 
caso de o devedor não ter capacidade para realizar a prestação.
Assim, se o devedor tiver capacidade para realizar a prestação e a efetuar espontaneamente, ou seja, 
sem qualquer coação, artigo 403º/2º, já não pode pedir a restituição do que prestou, mesmo que tivesse 
convencionado, por erro, da coercividade do vínculo.
As obrigações naturais não podem ser convencionadas livremente pelas partes no exercício da sua 
autonomia privada, uma vez que uma convenção nesse sentido equivaleria à renúncia do credor de poder 
exigir o cumprimento. Só poderá constituir-se com base na disposição do artigo 402º, que se refere aos 
deveres de ordem moral ou social que correspondem a um dever de justiça, como exemplo o jogo de 
aposta (art. 1245º).
2- Classificação dos tipos de obrigações
2.1 - Prestação de Coisa e de Facto
Prestação de coisa, são aqueles cujo objeto consiste na entrega de uma coisa.
Prestação de fato são aqueles que consistem em realizar uma conduta de outra ordem, como hipótese de 
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alguém se obriga a cuidar de um jardim.
2.2 - Prestações Fungíveis e Infungíveis
Prestações fungíveis são aquelas em que a prestação deva ser realizada por outrem que não o devedor, 
podendo assim este fazer-se substituir num cumprimento (art.767º/1º).
Prestações infungíveis são aquelas em que a prestação em que só o devedor pode realizar a prestação, não 
sendo permitida a sua realização por terceiros (art.767º/2º). O mesmo preceito refere os casos em que a 
prestação é infungível: quando a substituição do devedor no cumprimento prejudica o credor (infungível 
natural), ou quando se tenha acordado expressamente que a prestação só pode ser realizada pelo devedor 
(infungível convencional). A fungibilidade da prestação é, assim, a regra geral, pelo que o devedor pode em 
princípio fazer-se substituir no cumprimento.
2.3 - Prestações Instantâneas Duradouras 
Prestações instantâneas são aquelas cuja execução ocorre num único momento (ex:entrega da coisa no 
contrato de compra e venda - 879º,b)). Não têm o conteúdo e extensão delimitados em função do tempo.
Prestações duradouras são aquelas cuja execução se prolonga no tempo, em virtude de terem por conteúdo 
ou um comportamento prolongado no tempo, em virtude de terem por conteúdo ou um comportamento 
prolongado no tempo ou uma repetição sucessiva de prestações isoladas por um período de tempo.
As prestações instantâneas fracionadas são aquelas em que o seu montante global é dividido em várias 
frações, a realizar sucessivamente (ex: pagamento do preço na venda a prestações). Estas não podem ser 
confundidas com as prestações duradouras periódicas.
Nas prestações fraccionadas está-se perante uma única obrigação cujo objeto é dividido em frações, com 
vencimentos intervalados, pelo que há sempre uma definição prévia do seu montante global e o decurso do 
tempo não influi no conteúdo e extensão da prestação, mas apenas no seu modo de realização.
Nas prestações periódicas, verifica-se uma pluralidade de obrigações distintas, embora emergente de um 
vínculo fundamental que sucessivamente as origina, pelo que, por definição, não pode haver qualquer fixação
inicial do seu montante global, já que o decurso do tempo que determina o número de prestações que é 
realizado.
2.4 - Prestações de resultado e prestações de meios
Nas prestações de resultado o devedor vincular-se-ia efetivamente a obter um resultado determinado, 
respondendo por incumprimento se esse resultado não fosse realizado.
Nas prestações de meios o devedor não estaria obrigado á obtenção do resultado, mas apenas a atuar com a
diligência necessária para que esse resultado seja obtido.
Assim, por exemplo, enquanto que o transportador estaria obrigado a entregar a coisa transportada num lugar
e tempo determinado (de resultado), o médico estaria apenas obrigado a desenvolver os seus melhores 
esforços para que a cura do doente seja obtida (de meios).
2.5 - Prestações determinadas e prestações indeterminadas
Resultante dos artigos 280º e 400º a prestação, enquanto objeto da obrigação, não necessita de se encontrar 
determinada no momento da conclusão do negócio, bastando que seja determinável.
As prestações determinadas são aquelas em que a prestação se encontra completamente determinada no 
momento da constituição da obrigação.
As prestações indeterminadas são aquelas em que a determinação da prestação ainda não se encontra 
realizada, pelo que essa determinação terá que ocorrer até ao momento do cumprimento.
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 - Obrigações genéricas (art-539º e ss)
 O artigo 539º define as obrigações genéricas como aquelas em que o objeto da prestação se encontra 
apenas determinado quanto ao género. Isto significa que a prestação se encontra determinada apenas 
por referência a uma determinada quantidade, peso ou medida de coisas dentro de um género, mas 
não está ainda concretamente determinado quais os espécimes daquele género que vão servir para o 
cumprimento da obrigação. Exemplos serão a obrigação de entrega de vinte garrafas de vinho ou de 
dez quilos de maçãs. Há a referência quanto ao género (vinho e maçãs) e à quantidade (20 garrafas de 
vinho e 10 kg de maçãs) mas ainda não estão concretizadas quais as unidades com que o devedor 
deverá cumprir a obrigação.
O facto da obrigação ser genérica, implica naturalmente que tenha que ocorrer um processo de 
individualização dos espécimes dentro do género. É a denominada escolha que, nos termos do artigo 
400º, pode caber a ambas as partes ou a terceiros.
Nos termos do artigo 539º a regra é a da escolha cabe ao devedor, referindo o artigo 542º as hipóteses 
excepcionais de a escolha couberao credor ou terceiro. 
A indeterminação inicial da obrigação genérica coloca o problema da averiguação do momento em que 
tem lugar a transferência de propriedades sobre as coisas que vão servir para o cumprimento da 
obrigação, o que tem importância para os efeitos de risco, uma vez que é a de que o risco de 
perecimento da coisa correm por conta do proprietário (art.796º). Ora, na obrigação genérica a 
transferência da propriedade não pode ocorrer no momento da celebração do contrato, conforme resulta
genericamente do artigo 408º/1º, relativamente às coisas determinadas. Efetivamente, um direito real só
pode ter por objeto coisas corpóreas e determinadas. Há sempre então que determinar a prestação 
para se obter a transferência da propriedade, referindo o artigo 408º,nº2, que essa transferência se 
opera quando a coisa é determinada com conhecimento de ambas as partes.
Efetivamente, a transferência da propriedade e a transferência do risco a ela associada, ocorre no 
momento da concentração da obrigação, ou seja, quando a obrigação passa de genérica a específica, 
não se exigindo que essa concentração seja conhecida por ambas as partes.
Segundo a teoria da entrega, a concentração da obrigação genérica só ocorreria com o cumprimento da
obrigação, só nesse momento se efetua a transferência do risco para o credor.
Consequentemente, qualquer perecimento da coisa que ocorresse anteriormente a esse momento 
correria por conta do devedor.
A nossa lei consagrou relativamente à concentração da obrigação, como regra geral, a teoria da entrega
de Jhering.
Essa solução resulta do artigo 540º que, ao referir que enquanto a prestação for possível com coisas do
género estipulado não fica o devedor exonerado pelo facto de terem perecido aquelas com que se 
dispunha a cumprir. Efetivamente, se o devedor continua a ter que entregar as coisas do mesmo 
gênero, isso significa que a obrigação genérica ainda não se concentrou, pelo que essa concentração 
apenas ocorre, regra geral, com o cumprimento. É esse, também o momento da transferência da 
propriedade sobre as coisas objeto da obrigação genérica, já que, em face do artigo 408º,nº2, a 
transmissão da propriedade sobre as coisas genéricas exige a sua concentração, que normalmente 
apenas ocorre mediante a entrega pelo devedor (art.540º).
A lei admite, porém, no artigo 541º certos casos em que, embora cabendo a escolha ao devedor, a 
obrigação se concentra antes do cumprimento. São eles:
a) O acordo das partes;
b) O facto de o género se extinguir a ponto de restar apenas uma;
c) O facto de o credor incorrer em mora;
d) A promessa de envio referida no artigo 797º.
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 - As obrigações alternativas
 As obrigações alternativas consistem em modalidades de prestação indeterminadas, que se 
caracterizem por existirem duas ou mais prestações de natureza diferente, mas em que o devedor se 
exonera com a mera realização de uma delas que, por escolha, vier a ser designada (art.543º). Assim, 
se o devedor se obrigar a entregar ao credor o barco X ou o automóvel Y, cumpre a obrigação se 
entregar qualquer um destes objetos. As duas prestações encontram-se em alternativa, mas apenas 
uma é concretizável através de uma escolha. Na falta de determinação em contrário, a escolha pertence
ao devedor (art.543º,nº2), mas pode também competir ao credor ou a terceiro (art.549º). Assim, apesar 
de existirem duas ou mais prestações, o devedor tem apenas uma obrigação e o credor apenas um 
direito de crédito.
Não é permitida ao devedor a posterior revogação da escolha efetuada, uma vez que, após a realização
da escolha, ele só se exonera efetuando a prestação escolhida. A escolha é igualmente irrevogável 
quando compete a terceiro ou ao credor, por força da remissão do artigo 549º para o artigo 542º.
Se, porém, alguma das partes não realizar a escolha no tempo devido, a lei prevê a devolução desta 
faculdade à outra parte (542º,nº2), ainda que sob critérios diferentes. Se a escolha couber ao credor, e 
ele não o fizer, a escolha passa imediatamente a competir ao devedor. Se a escolha couber ao devedor,
a devolução da escolha ao credor ocorre apenas na fase de execução, tendo o credor, na fase 
declarativa, que obter uma condenação em alternativa através da formulação de um pedido alternativo.
A impossibilidade causal é aquela que não é imputável a nenhuma das partes, vem referida no artigo 
545º. Uma vez que a prestação ainda está indeterminada, por não ter ocorrido escolha, a propriedade 
sobre qualquer dos objetos da obrigação alternativa ainda não se transmitiu para o credor, pelo que o 
risco pelo perecimento casual de alguma das prestações corre por conta do devedor. Assim, se o 
devedor se comprometeu a entregar ao credor o carro X ou o barco Y e este último naufraga em virtude 
de um temporal, é o devedor que tem que suportar esse prejuízo, devendo entregar ao credor o carro X.
Diferentemente acontece com a impossibilidade imputável a uma das partes. Temos que verificar a 
quem pertence a escolha, já que a impossibilidade de uma das prestações pode afetar a escolha que a 
outra parte pretende fazer, quando esta lhe pertence. 
- O artigo 546º refere o caso de impossibilidade de ser imputável ao devedor, neste caso, se a escolha 
lhe competir, ele deve efetuar uma das prestações possíveis. 
Se a escolha competir ao credor, ele pode exigir uma das prestações possíveis, ou exigir indemnização 
pelos danos de não ter sido realizada a prestação que se tornou impossível, ou resolver o contrato nos 
termos gerais.
- Se a impossibilidade for imputável ao credor, aplica-se o disposto do artigo 547º, considera-se a 
obrigação como cumprida. Esta é a solução lógica, pois, o devedor não tinha a faculdade de escolher e 
a atitude do credor, ao impossibilitar culposamente uma das prestações, deve ser equiparada à situação
de ele a escolher. Se a escolha pertencer ao devedor, a obrigação também se considera cumprida, a 
menos que o devedor prefira realizar outra prestação e ser indemnizado pelos danos que tenha sofrido.
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2.6 - Obrigações pecuniárias
Correspondem às obrigações que têm dinheiro por objeto, visando proporcionar ao credor o valor que as 
respectivas espécies monetárias possuem. Estes dois requisitos são cumulativos.
2.7 - Obrigações de juros (559º e ss)
Caracterizam-se por corresponderem à remuneração da cedência ou do diferimento da entrega de coisas 
fungíveis por um certo lapso de tempo.
A lei caracteriza os juros como frutos civis (art.212º,nº2) uma vez que são frutos de coisas fungíveis, 
produzidos periodicamente em virtude de uma relação jurídica. Essa relação jurídica consiste na cedência 
das coisas fungíveis com obrigação de restituição de outro tanto do mesmo género ou no diferimento da sua 
entrega, sendo o juro calculado em função do lapso de tempo correspondente à utilização do capital. Os juros
representam assim, uma prestação devida como compensação ou indemnização pela privação temporária de 
uma quantidade de coisas fungíveis denominada capital e pelo risco de reembolso desta.
A obrigação de juros aparece, por isso, como uma obrigação que se constitui tendo como referência uma 
outra obrigação e constitui economicamente um rendimento desse mesmo capital. São, no entanto, duas 
obrigações distintas, já que, a partir do momento em que se constitui, o crédito de juros adquire autonomia 
em relação ao crédito de capital, podendo qualquer deles ser cedido ou extinguir-se sem o outro (561º).
Podem distinguir-se juros legais e convencionais:
- os juros legais encontram-se referidos no artigo 559º,nº1 que atualmente remete a fixação da taxa 
para diploma avulso, e são aqueles que são aplicáveis sempre que haja normas legais que 
determinem a atribuiçãode juros em consequência do diferimento na realização de uma prestação 
(como no artigo 806º), funcionando ainda supletivamente sempre que as partes estipulem a atribuição 
de juros sem determinarem a sua taxa ou quantitativo (559º,nº1).
- Os juros convencionais são aqueles em que a taxa ou quantitativo é estipulada pelas partes. A lei, no
entanto, coloca alguns limites é liberdade de estipulação das partes nesta sede, na medida em que 
prevê, no artigo 1146º, estendido a todas as obrigações de juros pelo artigo 559º-A, a qualificação 
como usuários de quaisquer juros anuais que excedem os juros legais de 3% ou 5%, conforme exista 
ou não garantia real (1146º,nº1), sendo apenas permitido a cobrança de juros superiores são 
respetivamente elevados a 7 % e 9%. Assim, as partes estão impedidas de estipular juros que 
ultrapassem esses limites e, caso o façam, a lei determina, em derrogação ao artigo 292º, a fixação 
dos juros nesses momentos máximos, ainda que tenha sido outra a vontade dos contraentes.
Pode distinguir-se juros remuneratórios, compensatórios, moratórios e indemnizatórios:
- Os juros remuneratórios têm uma finalidade remuneratória, corresponde ao preço do empréstimo do 
dinheiro. O credor priva-se do capital por tê-lo cedido ao devedor por meio de mútuo, exigindo uma 
remuneração por essa cedência (1145º,nº1);
- os juros compensatórios destinam-se a proporcionar ao credor um pagamento que compense uma 
temporária privação do capital, que ele não deveria ter suportado (480º e 1167º,c));
- Os juros moratórios têm uma natureza indemnizatória dos danos causado pela mora, visando 
recompensar o credor pelos prejuízos sofridos, em virtude do retardamento no cumprimento da 
obrigação pelo devedor (806º);
- Os juros indemnizatórios são aqueles que se destinam a indemnizar os danos sofridos por outro 
facto praticado pelo devedor (ex: o incumprimento da obrigação).
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Capítulo II - Da constituição das obrigações
VII - Classificação das fontes das obrigações
A classificação, tal como nos aparece definida no artigo 397º, constitui um efeito jurídico. Ora, qualquer 
efeito jurídico tem sempre na sua origem um facto que o desencadeia. Relativamente à obrigação, as 
categorias de factos jurídicos que produzem a constituição do vínculo obrigacional são denominadas na 
doutrina por fontes das obrigações. 
O nosso código não apresentou qualquer sistematização científica das fontes das obrigações, optando 
antes por efetuar sua mera enumeração nos artigos 405º e ss. Sendo elas:
a) Contratos;
b) Negócios unilaterais;
c) Gestão de negócios;
d) Enriquecimento sem causa;
e) Responsabilidade civil.
A) CONTRATOS 
Normalmente o contrato possui apenas duas partes, e por isso, é designado por negócio jurídico bilateral. 
Pode, porém, o contrato ter cariz multilateral, quando tem mais de duas partes, como sucede no contrato de 
sociedade (980º).
→ Classificação dos contratos quanto à forma
Do artigo 219º resulta que o princípio geral é o da desnecessidade de qualquer forma especial para a 
celebração do contrato, admitindo-se que as declarações das partes podem ser exteriorizadas por qualquer 
meio. São por esse motivo excepcionais todas as disposições que exigem, sob pena de nulidade, a adoção 
de uma forma especial para a declaração negocial (220º), o que tem como consequência a proibição da sua 
aplicação analógica.
→ Classificação dos contratos quanto ao modo de formação
Devem distinguir-se entre os contratos reais quoad constitutionem e os contratos consensuais. Os contratos 
quoad constitutionem são aqueles cuja celebração exige a tradição ou entrega da coisa de que são objeto. Os
contratos consensuais são aqueles em que essa entrega é dispensada.
→ Classificação dos contratos quanto aos efeitos
Os contratos obrigacionais reconduzem-se à criação de direitos de crédito e obrigações, sendo a sua eficácia 
sobre a esfera jurídica das partes imediatamente. Os contratos reais colocam um problema particular, uma 
vez que pode suceder que a sua eficácia não seja imediata, o que sucede sempre que não estejam 
preenchidos, no momento da celebração do contrato, os requisitos necessários para que o contrato dê origem
a uma situação jurídica de natureza real. A regra geral, é a de que a transmissão dos direitos reais sobre 
coisa determinada corre por mero efeito do contrato (art.408º,nº1). Daqui resulta a importante consequência 
de que o adquirente da coisa, sendo considerado proprietário a partir do momento da celebração do contrato, 
sofre o risco da sua perda ou deterioração a partir desse momento (art.796º,nº1). É de notar, no entanto, que 
esta transmissão da propriedade no momento da celebração do contrato apenas corre relativamente a coisas 
que já possuam os requisitos necessários sobre elas ser constituído um direito real, que só pode incidir sobre 
coisas presentes, determinadas e autónomas de outras coisas. Se as coisas ainda não possuem esses 
requisitos, como sucede se o contrato tiver por objeto coisas futuras, indeterminadas, frutos naturais ou partes
componentes e integrantes, refere-nos o artigo 408º,nº2 que a transmissão da propriedade é diferida para um 
momento posterior ao da celebração do contrato.
No entanto, a transferência da propriedade continua a realizar-se por efeito do contrato, já que, embora não 
ocorra no momento da sua celebração, continua a ser consequência direta dele, e não de qualquer outro 
segundo ato, a praticar pelo alienante, que o nosso sistema dispensa totalmente.
→ A cláusula de reserva de propriedade 
A compra e venda a crédito apresenta-se como um negócio que envolve riscos elevados para o vendedor, 
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pois a celebração do contrato acarreta para ele a mudança de uma situação de proprietário de um bem para a
de um mero credor comum, sem qualquer garantia especial, nem sequer sobre o bem vendido.
A lei para facilitar a transmissão dos bens e evitar que esta seja revertida, vem, através do artigo 886º, retirar 
ao vendedor a possibilidade de resolução do contrato por incumprimento da outra parte (art.801º,nº2), a partir 
do momento em que ocorra a transmissão da propriedade e da entrega da coisa.
Em virtude dessas consequências gravosas, tornou-se comum, nos contratos de compra e venda a crédito, a 
celebração de uma cláusula de reserva de propriedade. A reserva de propriedade vem referida no artigo 409º,
podendo ser definida como a convenção pela qual o alienante reserva para si a propriedade da coisa, até ao 
cumprimento total ou parcial das obrigações da outra parte, ou até à verificação de qualquer outro evento 
(409º,nº1). A cláusula de reserva de propriedade implica assim que, por acordo entre vendedor e comprador, 
a transmissão da propriedade fique diferida para o momento do pagamento integral do preço. A função desse 
acordo não é, porém permitir ao vendedor continuar do gozo sobre o bem, mas apenas defender o vendedor 
das eventuais consequências do não cumprimento do comprador.
Efetivamente, a conservação da propriedade no vendedor até ao pagamento integral do preço impede os 
credores do comprador executarem o bem, podendo o vendedor reagir contra essa execução através de 
embargos de terceiros (342º CPC).No caso, porém, de ser declarada insolvência do comprador, a cláusula de
reserva de propriedade não será oponível em relação à massa insolvente, a menos que tenha sido estipulada
por escrito, até ao momento da entrega da coisa.
Por outro lado, em caso de incumprimento por parte do comprador, o vendedor continua a poder resolver o 
contrato nos termos do artigo 801º,nº2, uma vez que a exclusão desse direito pelo artigo 886º só se verifica 
se tiver ocorrido a transmissão da propriedade da coisa. No entanto, em caso de venda a prestações,o artigo
934º exclui imperativamente a possibilidade de resolução do contrato se o comprador faltar ao pagamento de 
uma única prestação e esta não exceder a oitava parte do preço.
→ Classificação dos contratos sinalagmáticos e não sinalagmáticos
São denominados sinalagmáticos ou não sinalagmáticos consoante originem obrigações recíprocas para 
ambas as partes, ficando assim ambas simultaneamente na posição de credores e devedores, ou não 
originem essas obrigações.
→ Classificação dos contratos entre onerosos e gratuitos
O contrato diz-se oneroso quando implica atribuições patrimoniais para ambas as partes e gratuito quando 
implica atribuições patrimoniais para apenas uma delas. Assim, a compra e venda é um contrato oneroso, 
porque ambas as partes realizam contribuições patrimoniais, abdicando o comprador do preço e o vendedor a
coisa. Pelo contrário, a adoção e o comodato são contratos gratuitos, porque só uma das partes realizarão 
atribuições patrimoniais. certos contratos como o mútuo, o mandato e o depósito podem ser tanto onerosos 
como gratuitos.
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❖ Contrato promessa
→ Noção e regime aplicável. O princípio da equiparação
De acordo com a definição prevista no artigo 410º,nº1, o contrato-promessa é a convenção pela qual alguém 
se obriga a celebrar novo contrato. Estamos perante um contrato preliminar de outro contrato que, por sua 
vez, se designa de contrato definitivo. O contrato- promessa caracteriza-se especificamente pelo seu objeto, 
uma obrigação de contratar, a qual pode ser relativa a qualquer outro contrato. 
As partes comprometem-se à celebração de um contrato definitivo, assumindo uma obrigação nesse sentido. 
Essa obrigação tem por objeto a emissão de uma declaração negocial, podendo por isso ser caracterizada 
como uma prestação de facto jurídico.
O contrato-promessa pode assim qualificar-se como um contrato preliminar que tem por objeto a celebração 
de um outro contrato, o contrato prometido.
Constitui, no entanto, uma convenção autónoma deste, uma vez que se caracteriza normalmente por ter 
eficácia meramente obrigacional, mesmo que o contrato definitivo tenha eficácia real.
Apesar desta autonomia, a lei não deixou de sujeitar, em princípio, o contrato-promessa ao mesmo regime 
do contrato definitivo (art.410º,nº1). É o que se denomina de princípio da equiparação. Efetua-se uma 
extensão ao regime do contrato definitivo ao contrato-promessa, sujeitando-se, em princípio, às mesmas 
regras que vigoram para o contrato definitivo.
O princípio da equiparação é, no entanto, objeto de duas importantes exceções (art.410º,nº1):
a) As disposições relativas à forma
A forma do contrato-promessa não é necessariamente a mesma que o contrato definitivo, o que 
permite que ao contrato-promessa seja atribuída uma forma menos solene do que a que seria exigida 
para o contrato definitivo.
b) As disposições que pela sua razão de ser não devam considerar-se extensivas ao contrato-promessa
Esta implica o afastamento de todas as disposições relativas ao contrato-promotido, justificadas em 
função da configuração deste, e que não harmonizem com a natureza do contrato-promessa.
Assim, por exemplo, o artigo 879º refere-nos os efeitos da compra e venda, sendo que nenhum 
desses efeitos pode ser estendido em relação ao contrato-promessa, já que dele apenas resulta a 
obrigação de celebrar o contrato definitivo (art.410º,nº1). Da mesma forma, a venda de bens alheios 
seja nula sempre que o vendedor careça de legitimidade para a realizar (892º), o contrato-promessa 
de venda de bens alheios é válido já que, estando em causa a mera obrigação de contratar, não se 
exige em relação ao promitente-vendedor qualquer requisito de legitimidade.
Para além disso, se não é possível vender simultaneamente o mesmo bem a duas pessoas, já não há 
qualquer obstáculo à celebração de dois contratos-promessa incompatíveis sobre o mesmo bem, uma 
vez que há apenas a constituição de dois direitos de crédito, os quais não se hierarquizam entre si 
pela data da constituição, mas antes concorrem simultaneamente sobre o património do devedor 
(604º,nº1).
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→ Modalidades do contrato-promessa
O contrato-promessa pode ser classificado em contrato-promessa unilateral ou bilateral, consoante apenas 
uma das partes se vincule à celebração do contrato futuro ou essa vinculação ocorre para ambas as partes.
→ Forma do contrato-promessa
A forma contrato-promessa é um dos campos não abrangidos pelo princípio da equiparação de regime com o 
contrato definitivo (art.410º,nº1). O contrato-promessa segue o regime geral, que se baseia precisamente na 
liberdade de forma (art.219º).
Há, no entanto, uma importante exceção, nos termos do artigo 410º,nº2, o referido documento tem que ser 
apenas assinado pela parte que se vincula à celebração do contrato definitivo. Assim, se for unilateral, só terá
que ser assinado pelo promitente, apenas se exigindo a assinatura de ambos nos contratos-promessa 
bilaterais.
No artigo 410,nº3 exige-se ainda que o contrato-promessa, quando respeite ao referente artigo, o documento 
referido no nº1 seja acompanhado de reconhecimento presencial das assinaturas do promitente ou 
promitentes e de certificação, pela entidade que efetua o reconhecimento, da existência de licença de 
utilização ou construção. Neste caso, não se está perante uma exigência de forma, uma vez que não se 
revela por esta via qualquer vontade negocial, tratando-se antes de formalidades, exigidas para a validade 
plena do negócio. A exigência destas formalidades prendeu-se com a intenção de estabelecer um controle 
notarial por forma a evitar a sua celebração em casos de construção clandestina.
→ Transmissão dos direitos e obrigações emergentes do contrato-promessa
O artigo 412º vem esclarecer que os direitos e obrigações emergentes do contrato-promessa, que não sejam 
exclusivamente pessoais, se transmitem por morte aos sucessores das partes (nº1), ficando a transmissão 
por ato entre vivos sujeita às regras gerais (nº2). Em caso de morte de uma das partes, nada impede que o 
cumprimento da obrigação respetiva seja exigido dos herdeiros, ou seja, requerido pelos herdeiros do 
defunto. Caso, no entanto, as partes tenham celebrado contrato-promessa tomando em consideração 
especificamente a pessoa do outro contraente, a própria natureza da relação impedirá a transmissão por 
morte, ao abrigo do artigo 2025º.
→ A Execução Específica (art.830º)
No contrato-promessa os promitentes vinculam.se a uma prestação de facto jurídico. Esta é incoercível, não 
podendo o devedor ser coagido pela força a emitir a declaração negocial a que se obrigou. No entanto, a lei 
admite a execução específica desta obrigação, que consiste em o devedor ser substituído no cumprimento, 
obtendo o credor a satisfação do seu direito por via judicial. Neste caso, a execução específica consistirá em 
o tribunal emitir uma sentença que produza os mesmos efeitos jurídicos da declaração negocial que não foi 
realizada, operando-se assim a constituição do contrato definitivo. 
A referência legal “não cumprimento” deve ser entendida em sentido amplo, uma vez que para efeitos da 
execução específica é suficiente a simples mora, já que o credor mantém o interesse na prestação, 
exercendo o seu direito a ela. Aliás, a execução específica deixa se ser possível a partir do momento em que 
se verifique uma impossibilidade definitiva de cumprimento, como no caso de o bem que se prometeu já ter 
sido alienado a um terceiro, ou não ser possível obter a licença de utilização do imóvel.
Há três situações em que é expressamente excluída a execução específica:
a) A existência de convenção em contrário
A possibilidade de execução específica da obrigação de contratarnão se apresenta como um regime 
imperativo, pelo que as partes podem derrogá-lo através de convenção. Presume-se que tal sucede 
no caso de as partes constituírem sinal ou estipularem uma penalização para o incumprimento 
(830º,nº2), por se presumir que, nessa situação, o que as partes pretendem em caso de 
incumprimento é unicamente a obtenção da indemnização convencionada e não a execução 
específica. Esta presunção é, porém, ilidível por prova em contrário (350º,nº2), nada impedindo, que 
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as partes convencionem a aplicação dos dois regimes, cabendo nesse caso, ao credor optar pela 
alternativa que lhe for mais conveniente. Tal acontecerá, imperativamente, na situação prevista no 
artigo 830º,nº3, onde se determina que nas promessas a que se refere o artigo 410º,nº3 o direito à 
execução específica não pode ser afastado pelas partes. Nestas promessas, consequentemente, não 
podem as partes estipular convenções contrárias à execução específica, pelo que nunca será 
atribuído esse efeito à convenção de sinal ou cláusula penal.
b) A natureza do contrato-promessa é incompatível com a Execução Específica
c) A Execução Específica leva a um resultado contrário à lei
Se no caso temos uma promessa de venda de uma coisa que não é minha, a execução específica da 
mesma levaria a uma venda de bens alheios que é nula.
→ Articulação com o regime do sinal
A) Sinal e antecipação do cumprimento
O sinal consiste numa cláusula acessória dos contratos onerosos, mediante a qual uma das partes 
entrega à outra, por ocasião da celebração do contrato, uma coisa fungível, que pode ter natureza 
diversa da obrigação contraída ou a contrair.
O sinal funciona como fixação das consequências do incumprimento, uma vez que se a parte que 
constitui o sinal deixou de cumprir a sua obrigação, a outra parte tem o direito de fazer sua a coisa 
entregue. Se o não cumprimento partir de quem recebeu o sinal, tem este que o devolver em dobro 
(art.442º,nº2).
Pelo disposto do artigo 442º resulta que a entrega de quantias em dinheiro pelo promitente comprador 
ao promitente vendedor constitui presunção da estipulação de sinal por essa via, é isto mesmo que as 
quantias entregues sejam a título de antecipação ou princípio de pagamento do preço. Efetivamente, 
uma vez que a obrigação de pagamento do preço só surge com a celebração do contrato definitivo, a 
sua antecipação ou princípio de pagamento na fase do contrato-promessa tem por refeRÊncia uma 
obrigação ainda não existentes, o que não chega para ilidir a presunção de ter sido estipulado sinal.
No entanto, e uma vez que a lei considera ilidível esta presunção admite-se a produção de prova em 
sentido contrário (350º,nº2). Caso as partes venham a efetuar essa demonstração, a quantia entregue 
valerá como antecipação do cumprimento de uma obrigação futura, devendo a quantia entregue ser 
imputada na prestação devida, após constituição dessa obrigação, ou restituída em singelo quando a 
obrigação não se venha a constituir.
B) Funcionamento do sinal. O regime do art.442º
Se o incumprimeto for de quem constitui o sinal, este será perdido a favor da contraparte. Se for esta a
incumprir o contrato, terá que restituir o sinal em dobro. A lei não refere a hipótese de o incumprimento
ser imputável a ambas as partes, mas parece que neste caso a solução deverá ser a da restituição do 
sinal em singelo. Efetivamente, por força do artigo 442º,nº2, ambas as partes teriam nessa situação 
direito à indemnização da contraparte, pelo que essas obrigações se extinguiram por compensação 
(art.847º), ficando apenas subsistente à restituição do sinal em singelo.
Já no artigo 442º,nº2 deixa-se de se falar do funcionamento do sinal em geral para se falar do 
funcionamento do sinal no contrato-promessa. A lei prevê que, se houver tradição da coisa a que se 
refere o contrato-prometido, o promitente adquirente pode optar, em lugar da restituição do sinal em 
dobro, por receber o valor atual da coisa, ao tempo do incumprimento, com dedução do preço 
convencionado, acrescido do sinal em singelo e da parte do preço que tenha sido paga.
O artigo 442º nº3 trata-se de uma disposição igualmente exclusiva aos contratos-promessa, cuja 
redação se apresenta como algo defeituosa, uma vez que dela pareceria resultar que o contraente 
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não faltoso teria sempre a possibilidade de optar pela execução específica em alternativa ao sinal. 
Não é, porém, assim dado que, em face do artigo 830º, havendo sinal presume-se que as partes 
efetuam uma estipulação contrária à execução específica (830º,nº2), só podendo funcionar em 
alternativa, caso as partes consigam ilidir esta presunção, ou se trate da hipótese prevista no artigo 
830º,nº3, onde a execução específica é imperativa. O artigo 442º, nº3 quer simplesmente referir que a 
execução específica é possível, haja ou não tradição da coisa a que se refere o contrato-prometido.
Ora, em relação ao sinal em geral, a lei exige o incumprimento definitivo da obrigação, uma vez que 
seria uma sanção excessiva e desproporcionada que um simples atraso no cumprimento legitimou a 
outra parte a exigir as sanções correspondentes à perda do sinal ou à sua restituição em dobro.
Efetivamente, a única solução correta é assim exigir, para obtenção destes efeitos, a transformação 
da mora em incumprimento definitivo, por objetiva perda do interesse na prestação ou pela fixação de 
um prazo suplementar de cumprimento (artigo 808º).
A perda do sinal ou a restituição em dobro pressupõem o incumprimento definitivo (442º,nº2). A opção
pelo aumento do valor da coisa, na medida em que admite ainda um posterior cumprimento, pode 
ocorrer em caso de simples mora. Aliás, esta opção vem referida no art.442º,nº3 onde também se 
prevê a execução específica, cujo pressuposto é a mora.
C) Funções do Sinal
O sinal só poderá ser exigido em caso de incumprimento definitivo da obrigação pela outra parte, 
funcionando como pré-determinação das consequências desse incumprimento.
→ Atribuição do direito de retenção ao promitente que obteve a tradição da coisa
A situação do beneficiário da promessa de transmissão ou constituição de direito real, que obteve a tradição 
da coisa, a que se refere o contrato prometido é ainda complementada, em termos de garantia, com a 
retribuição do artigo 755º, f) de um direito de retenção sobre essa coisa, pelo crédito resultante do não 
cumprimento imputável à outra parte, nos termos do artigo 442º. O beneficiário deste tipo de promessas, que 
obteve a tradição da coisa, não tem assim apenas um direito de crédito à celebração do contrato prometido, 
mas também um direito real de garantia, oponível erga omnes, que justifica que possa conservar a posse da 
coisa até ver satisfeito o seu crédito.
O artigo 755º, f) não atribui direito de retenção, em caso de tradição da coisa, a todo e qualquer crédito 
resultante do não cumprimento imputável à outra parte, uma vez que, se assim fosse, não faria sentido a 
inclusão, no texto legal, da expressão “nos termos do artigo 442º”. Ora os créditos referidos nesta disposição 
são apenas a restituição do sinal em dobro e o direito ao aumento do valor da coisa, e não a indemnização 
geral por incumprimento prevista no art.798º.
Daqui resulta que o direito de retenção atribuído no artigo 755º, f) pressupõem além da tradição da coisa, a 
estipulação de sinal. Efetivamente, caso não tenha sido estipulado sinal, a tradição da coisa apresenta-se 
como um ato de mera tolerância, não havendo razão para penalizar o promitente vendedor, através da 
atribuição à parte contrária de uma garantia como o direito de retenção.
→ A eficácia real do contrato-promessa
A lei permite ainda atribuição de eficácia real ao contrato-promessa, no casode a promessa respeitar a bens 
imóveis ou móveis sujeitos a registo, e as partes declaram expressamente a atribuição de eficácia real e 
procedem ao seu registo (413º,nº1). 
O contrato-promessa com eficácia real está sujeito a uma forma mais solene, uma vez que é exigida escritura
pública ou documento particular autenticado, a menos que não seja exigida essa forma para o contrato-
promotido, caso em que basta um simples documento particular.
Cumpridos os requisitos, o contrato-promessa adquire eficácia real, o que significa que o direito à celebração 
do contrato definitivo prevalecerá sobre todos os direitos reais que não tenham registo anterior ao registo da 
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promessa com eficácia real. Neste caso, parece que o direito à celebração do contrato definitivo pode ser 
sempre exercido, mesmo que as partes decidam constituir sinal ou estabelecer penalizações para o 
incumprimento ou inclusivamente celebrar convenção contrária à execução específica.
❖ Pacto de preferência
→ Noção e qualificação jurídica
O pacto de preferência encontra-se previsto nos artigos 414º e seguintes. Constitui, à semelhança do 
contrato-promessa, o preliminar de outro contrato. Porém, ao contrário do que sucede no contrato-promessa, 
o obrigado à preferência não se obriga a contratar, mas apenas a escolher alguém como contraente, no caso 
de decidir contratar, se esse alguém lhe oferecer as mesmas condições que conseguiu negociar com um 
terceiro.
O pacto de preferência é assim a convenção pela qual alguém assume a obrigação de escolher outrem como 
contratante, nas mesmas condições negociais com terceiro, no caso de decidir contratar.
O pacto de preferência é um contrato unilateral, uma vez que apenas uma das partes assume uma obrigação,
ficando a outra livre de exercer ou não o seu direito.
→ Forma do pacto de preferência
O pacto de preferência encontra-se sujeito ao mesmo regime do contrato-promessa (415º), o que significa 
que, em regra geral, a sua validade não depende de forma especial, apenas se exigindo que o pacto de 
preferência conste de documento particular (410º,nº2). Uma vez que o pacto de preferência consiste num 
contrato unilateral, apenas terá que ser assinado pelo obrigado à preferência. Não se aplica ao pacto de 
preferência o artigo 410º,nº3, pelo que esse documento não estará em caso algum sujeito a formalidades.
→ A obrigação de preferência
A lei regula genericamente o regime da obrigação de preferência nos artigos 416º a 418º. É de notar que esse
regime é também aplicável em relação aos direitos legais de preferência, atentas as sucessivas remissões 
que são efetuadas para essas disposições (1409º,n2; 1091º,n4 e 1535º,n2).
Relativamnete à forma de cumprimeto da obrigação de preferência, ela encontra-se prevista no artigo 416º 
que resulta o seguintes:
 A forma adequada de cumprir a obrigação de preferência é efetuar uma comunicação para preferência. A 
lei não exige, porém, uma forma específica para essa comunicação, nem para o posterior exercício do 
direito, o que implica que ela possa ser inclusivamente verbal, ao abrigo do artigo 219º No entanto, não 
admira que as partes quase sempre optem por fazer estas comunicações por escrito, como forma de se 
precaver para a hipótese de posterior discussão judicial da questão. 
Parece claro que a comunicação da preferência tem que estabelecer por referência a existência de um 
contrato preferível, não podendo ser considerada como comunicação para preferência a emissão de 
propostas contratuais ou de convite a contratar. Assim, caso o titular da preferência rejeite uma proposta 
contratual ou convite a contratar perde, por isso, o seu direito de preferência, mesmo que o contrato 
preferível tenha exatamente o mesmo conteúdo que a proposta ou convite rejeitados. Se, no entanto, vier 
a ser celebrado o contrato em consequência dessa proposta ou convite, o direito de preferência extinguir-
se-á por inutilidade.
Parece claro que a comunicação para preferência não pode ser realizada logo que o obrigado se encontre 
na situação de querer vender. Exigir-se-á antes uma negociação com terceiro, com o qual sejam 
acordadas as cláusulas a comunicar, designadamente preço e condições de pagamento. A comunicação 
para preferência terá, porém, que ser efetuada antes da celebração de um contrato definitivo com referido 
terceiro, pois no caso contrário já teria ocorrido o incumprimento da obrigação de preferência. A lei 
estabelece que não basta indicar os elementos gerais do negócio, mas terão igualmente que ser 
comunicadas todas as estipulações particulares acordadas, que sejam relevantes para a decisão de 
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exercício de preferência. Efetivamente, a função do pacto de preferência é permitir que o titular da 
preferência possa optar por contratar com obrigado, em igualdade de condições com a s que este 
conseguiu numa negociação com um terceiro. Daí que, se a comunicação não indicar o nome de terceiro, 
não há qualquer hipótese de o titular da preferência verificar a veracidade das condições comunicadas, 
não fazendo qualquer sentido que ele fosse exercer a preferência nessa situação.Efetuada a comunicação 
o titular tem que exercer o seu direito no prazo de oito dias, salvo se o pacto de preferência o vincular a um
prazo mais curto ou mais longo.
C) GESTÃO DE NEGÓCIOS
Presente no art. 464º, e trata-se da prática de atos urgentes e necessários. 
Requisitos da gestão de negócios:
→ Não há autorização: ou porque o dono do negócio não estava em condições de prestar a
autorização (coma) ou porque não foi possível contactá-lo. 
→ Direção de negócio alheio (um assunto qualquer de outrem), como:
A) Prática de atos jurídicos, por exemplo: contratar. 
B) Prática de atos materiais, por exemplo: consertar um telhado. 
C) Proteger o bom nome, a honra, a imagem. 
→ Gestão tem de ser feita no interesse e por conta de outrem – gestão representativa (art.
471º): quando o gestor atua em nome do dono do negócio, isto é, o gestor atua em nome próprio para
produzir efeitos na esfera do dono do negócio. Se o gestor atuar no seu interesse não usamos as
regras da gestão de negócio:
A) Gestão regular: o dono do negócio tem de ressarcir o gestor das despesas que tenha
efetuado, dos juros e dos prejuízos que eventualmente tenha sofrido. 
B) Gestão irregular: o gestor apenas será ressarcido nos termos do enriquecimento sem causa.
Não respeita o interesse do dono do negócio.
✔ Quando há gestão regular o que acontece?
Aplica-se o art. 468º/1: quando se prova que a mesma foi feita em conformidade com o interesse e a vontade
real ou presumível do dono do negócio. E aplica-se o art. 469º quando há aprovação. 
✔ Quando há gestão irregular o que acontece?
Prova-se que não se teve em consideração o interesse e vontade do dono do negócio, logo este só responde
nos termos do enriquecimento sem causa. Há possibilidade do interesse do dono no negócio não
corresponder à sua vontade. Aqui, não havendo aprovação deve-se privilegiar o interesse do dono do
negócio. 
✔ Deveres do gestor (art. 465º) 
● Informar logo que possível o dono do negócio. 
● Prestar todas as informações necessárias. 
● Prestar contas e entregar-lhe tudo o que receber em seu nome. 
● Dar continuidade à gestão (art. 466º/1). 
✔ Responsabilidade do gestor (art. 466º)
Gestor responde pelos danos a que der causa por culpa sua pela gestão ou pausa da gestão (ver art. 437º - 
aferição da culpa em geral). No art. 466º/2 está presente a aferição da culpa em concreto. Já o art. 470º 
refere que, a gestão não dá lugar a remuneração a menos que o ato praticado corresponda a um ato 
profissional do gestor.
Aulas práticas da unidade curricular Direito das Obrigações1- CASO PRÁTICO
26.02.2020
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O automóvel de António foi furtado.
António fez anunciar que oferecia 250 euros a quem encontrasse o veículo.
5 dias depois, sem nada saber, Pedro encontrou o veículo um descampado. Não tendo conseguido entrar em
contacto com António, Pedro, para evitar mais danos, fez transportar o veículo para a sua casa, tendo gasto
nisso 150 euros. De imediato deu notícia do sucedido a António. Entretanto, António resolveu comprar outro
veículo a Daniel. Certo é, um mês depois, quando ia efetuar o registo a seu favor, constatou que o veículo tinha
sido também vendido há 3 dias atrás a Fernando, que entretanto já tinha registado a aquisição a seu favor.
a) direitos que assistem a Pedro
1 facto - Pedro encontrou o veículo.
Não existe nenhum contrato entre Pedro e António logo não temos como fonte da obrigação um contrato. Todavia temos
um negócio jurídico unilateral, previsto no artigo 457º - vigora o princípio da tipicidade. Este negócio é consubstanciado
do anúncio, por força do art.459º é no momento do anúncio que gera a relação obrigacional, ou seja António está
vinculado a entregar os 250 euros a Pedro. Ao qual o sujeito ativo denomina por credor e o sujeito passivo por devedor,
em que o devedor é António e o credor está indeterminado. 
No âmbito das obrigações é possível constituir relações jurídicas obrigacionais com o sujeito ativo indeterminado, sendo
este determinável - art.511º já o contrário não é possível. Ou seja, já têm de estar fixadas as condições de determinação
do sujeito ativo, ora no caso concreto os parâmetros de determinação estão presentes quando Pedro encontra o veículo
- Pedro adquire o direito de crédito de 250 euros.
2 facto - Quando Pedro encontra o automóvel, este facto deu um novo facto, também filtrado pelo artigo 459º, que leva à
modificação da relação jurídica obrigacional, ao qual o sujeito ativo deixa de estar indeterminado e passa a estar
determinado. Ou seja, quando o Pedro encontra o veículo ingressa na posição de credor, ora o sujeito ativo estava
indeterminado e passou a estar determinado, Pedro ficou titular do direito de crédito, significa que Antonio ficou adstrito
ao dever jurídico de prestar, vai ter que dar os 250 euros ao Pedro - prestação, objeto mediato da obrigação. 
A posição de Pedro está garantida pelo património do devedor - artigo 601º e se não houver cumprimento voluntário é
necessário efetivar coercitivamente o direito de crédito através do artigo 817º - ação creditória. 
Em primeira conclusão o Pedro tem direito a receber os 250 euros por força do artigo 459º.
3 facto - pagamento dos 150 euros
O artigo 459º não fundamenta o pagamento dos 150 euros, neste caso temos como fonte da obrigação a gestão de
negócios - artigo 464º.
Pedro viu o carro e levou o carro para casa dele, no interesse de António apesar de não estar autorizado, todavia essa
atuação de Pedro subsume à norma do artigo 464º, que é o mesmo que dizer que o Pedro atuou em gestão de negócios
- Pedro é o gestor do negócio e o António é o dono do negócio no sentido do interesse, Nos termos do artigo 468º o
Pedro terá direito a receber os 150 euros. Por aplicação destas normas constitui-se a obrigação de António pagar as
despesas que Pedro teve na gestão, isto é, os 150 euros.
Concluímos que Pedro tem direito a receber os 250 euros por aplicação do artigo 459º (negócio unilateral) e tem direito a
receber os 150 euros pelo instituto de gestão de negócios por aplicação do artigo 468º. 
b) direitos que assistem a António
1 facto - Furto do veículo- causa de danos
Esta situação por si só, enquadra-se na responsabilidade civil extracontratual pela prática de factos ilícitos - artigo 483º -
“aquele com dolo que violar o direito de outrem, fica obrigado a indemnizar pelos danos causados”. Assim António tem o
direito a ser indemnizado pelos danos causados por quem os praticou.
2 facto - António comprou um novo carro
Temos um contrato de compra e venda - tendo como fonte de obrigação o contrato - artigo 874º, 879º- efeitos
obrigacionais (relação obrigacional complexa) e efeitos reais 408ºn1. António por força da compra e venda adquiriu a
propriedade do automóvel e também adquiriu a obrigação da entrega do preço. O automóvel é coisa móvel sujeita a
registo, A não registou a sua aquisição, passando algum tempo Daniel vendeu o mesmo a Fernando que de imediato
registou - desta compra e venda existem efeitos obrigacionais mas não ocorre os efeitos reais porque a propriedade não
está na esfera jurídica de Daniel, logo este é um contrato de compra e venda de bens alheios, sendo nulo nos termos do
artigo…..
Quanto ao registo, a aquisição já está registada a favor de Fernando, por força dos artigo 5º, 6º e 7º do CRPredial, a
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posição jurídica que prevalece é a de Fernando por via das normas do CRP, ou seja não há uma aquisição derivada
temos uma aquisição fundada nas normas do registo.
António já tinha pago o preço - como não há normas diretamente ligadas à restituição do preço, podemos aplicar o
instituto do enriquecimento sem causa porque não temos mais normas para resolver a situação da restituição do preço,
por força do artigo 473º nasce a obrigação de ter que restituir ao António o preço que recebeu.
 # Se fosse um quadro, não há nada que saber, Daniel e Fernando tinham que se entender, o proprietário da jóia era A e
era o A que tinha que ficar com o quadro e se não tivesse, podia lançar mão à ação de reivindicação, artigo 1311º para ir
atrás da coisa.
 2- CASO PRÁTICO
1.03.2019
António prometeu vender a Bernardo, e este prometeu comprar, um determinado imóvel, pelo preço de 100.000
euros. Ficou convencionado que a escritura pública de compra e venda realizaria daqui a um mês.
10 dias depois de celebrado o contrato promessa, António vendeu aquele mesmo imóvel a Carlos.
Analise a posição jurídica de cada um dos intervenientes.
Para haver cumprimento do contrato promessa tem que acontecer o contrato de compra e venda. 
A celebração do contrato de compra e venda entre António e Carlos impede a realização do contrato de promessa entre
António e Bernardo, resulta responsabilidade civil contratual. 
Os direitos de créditos são por natureza relativos.
Assim, a principal característica dos direitos de créditos é a relatividade- na posição externa significa que credor só pode
exigir o cumrimento da obrigação ao devedor, isto é o poder que é conferido ao credor é dirigido ao devedor, ou seja os
direitos de crédito são oponíveis apenas pelo credor ao devedor. O credor pode apenas exigir o cumprimento e só o
devedor é que pode incumrir a obrigação. 
No plano externo da relatividade,............................................. 
 
3- CASO PRÁTICO
05.03.2020
A vendeu a B o imóvel X, pelo preço de 50.000 euros.
No dia seguinte, A vendeu o mesmo imóvel a C, pelo preço de 50.000 euros.
4 dias depois, A voltou a vender o mesmo imóvel a D, pelo preço de 50.000 euros. Sendo que, neste caso, a
venda foi por doc. particular redigido no computador de A.
Tendo em atenção que os três compradores pagaram de imediato o preço e que apenas C procedeu ao registo
do ato aquisitivo. 
Analise a situação enunciada tendo atenção os efeitos reais e obrigacionais.
Quid juris?
1 facto - A vende a B o imóvel X, pelo preço de 50.000 euros.
Temos um contrato de compra e venda sob o regime do artigo 874º, este contrato gera efeitos reais e efeitos
obrigacionais nos termos do artigo 879º. Quanto aos efeitos reais temos de ter em atenção às regras do artigo 408º, nº1,
ao qual o efeito real verifica-se por mero efeito do contrato, ou seja basta a celebração do contrato e, o direito de
propriedade

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