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Problema 5 - IST´s

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Ana Isabel Freitas
Módulo 2
Problema 5: Um sonho de criança
-Objetivos:
	1.Conhecer o Programa de Saúde do Adolescente.
	2.Detalhar as principais IST´s (agente etiológico, transmissão, tratamento, sintomas, medidas profiláticas).
	3.Pontuar os exames laboratoriais que detectam as IST´s (como funcionam).
	4.Esclarecer as ações do programa DST/AIDS.
	5.Buscar os efeitos do preconceito no paciente com AIDS.
-Conclusões:
	1. Em cumprimento a Constituição promulgada em 5 de outubro de 1988, o Ministério da Saúde oficializou o Programa do Adolescente e apresenta as suas Bases Programáticas através da Coordenação Materno-Infantil (COMIN). 	A adolescência, faixa etária entre 10 e 19 anos, é o período da vida caracterizado por intenso crescimento e desenvolvimento, que se manifesta por transformações anatômicas, fisiológicas, psicológicas e sociais. 
	A importância demográfica desse grupo, e sua vulnerabilidade aos agravos de saúde, bem como as questões econômicas e sociais, nas suas vertentes de educação, cultura, trabalho, justiça, esporte, lazer e outros, determinam a necessidade de atenção mais específica e abrangente. Os adolescentes brasileiros têm, como cidadãos, direito à saúde, e é dever do Estado possibilitar esse acesso de forma universalizada, hierarquizada e regionalizada, dentro dos preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS).
	Dessa forma, o Ministério da Saúde define objetivos, diretrizes e estratégias para o Programa "Saúde do Adolescente" (PROSAD) que tem a finalidade de promover, integrar, apoiar e incentivar práticas nos locais onde será feita a implantação e onde essas atividades já vêm sendo desenvolvidas, seja nos estados, municípios, universidades, organizações não-governamentais e outras instituições. Deve interagir com outros setores no sentido da promoção da saúde, da identificação dos grupos de risco, detecção precoce dos agravos, tratamento adequado e reabilitação dos indivíduos dessa faixa etária, sempre de forma integral, multisetorial e interdisciplinar.
	As ações básicas propostas pelo PROSAD fundamentam-se numa política de promoção de saúde, identificação de grupos de risco, detecção precoce dos agravos, tratamento adequado e reabilitação. Deverá planejar e desenvolver práticas educativas e participativas que permeiem todas as ações dirigidas aos adolescentes, assegurando apropriação por parte destes de conhecimentos necessários a um maior controle de sua saúde.
	 O sistema de referência e contra-referência deverá ser entendido de forma mais ampla, incluídos, além dos níveis secundários e terciários, o estímulo e o encaminhamento a centros culturais, organizações comunitárias e outros, com o objetivo final da promoção da saúde. 
	É fundamental colaborar com as áreas afins na implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente nos níveis federal, estadual e municipal, atuando junto com os conselhos dos direitos e os conselhos tutelares.
	Para o alcance dessas diretrizes, foram definidos os seguintes objetivos:
 – Promover a saúde integral do adolescente favorecendo o processo geral de seu crescimento e desenvolvimento, buscando reduzir a morbi-mortalidade e os desajustes individuais e sociais; 
– Normatizar as ações nas áreas prioritárias do Programa; 
– Estimular e apoiar a implantação e/ou implementação dos programas estaduais e municipais, na perspectiva de assegurar ao adolescente um atendimento adequado às suas características respeitando as particularidades regionais e a realidade local;
 – Promover e apoiar estudos e pesquisas multicêntricas relativas à adolescência;
 – Estimular a criação de um sistema de informação e documentação dentro de um sistema nacional de saúde, na perspectiva da organização de um centro produtor, coletor e distribuidor de informações sobre a população adolescente;
 – Contribuir com as atividades intra e interinstitucionais nos âmbitos governamentais e não-governamentais, visando à formulação de uma política nacional para a adolescência e juventude, a ser desenvolvida nos níveis federal, estadual e municipal, norteadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
	Para as áreas prioritárias programadas, faz-se necessário o desenvolvimento de atividades estratégicas relativas aos seguintes itens:
1–Incentivar a implantação e implementação das ações de atenção integral aos adolescentes, dentro dos preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS); 
2–Discutir e adequar às realidades locais, as normas estabelecidas; 
3–Incentivar a ampliação de cobertura, de maneira que as ações básicas dirigidas a esse grupo populacional estejam disponíveis para todos; 
4–Apoiar os esforços no sentido do aperfeiçoamento dos sistemas de referência; 
5–Assessorar, sempre que solicitado, os grupos estaduais e/ou municipais na elaboração de programas e conteúdos técnicos de capacitação de recursos humanos; 
6–Promover ações nas interfaces educação, cultura, esporte, lazer, trabalho e justiça; 
7–Promover a participação dos adolescentes em ações educativas que permitam a esse grupo reconhecer-se como a si próprio e ao seu contexto familiar, comunitário e cultural, assim como permitir aos pais, educadores e sociedade o conhecimento da adolescência; 
8–Incentivar fóruns de debates sobre os direitos dos adolescentes propiciando a criação de canais de expressão dos jovens; 
9–Promover atividades de supervisão do programa e intercâmbio de experiências, objetivando homogeneizar e aprimorar o mesmo; 
10–Avaliar, sistematicamente, o Serviço de Assistência à Saúde do Adolescente, através de indicadores institucionais, da criação de mecanismos próprios à comunidade e dos adolescentes.
	Em relação a saúde reprodutiva, o Programa da Saúde do Adolescente diz: Os adolescentes estão em uma fase de identificação de sua feminilidade/masculinidade, por vezes podendo sofrer consequências indesejáveis na prática de sua sexualidade, tais como: gravidez precoce não desejada, falta de conhecimento e/ou uso indevido de métodos contraceptivos, aborto, vitimização, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e traumas psicossociais. 
	O adolescente ainda não é contemplado com programas eficazes em relação à saúde reprodutiva, como podemos verificar pelos dados estatísticos disponíveis que, embora não tenham uma abrangência nacional, já demonstram ser alarmantes.
	Em nível mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde, adolescentes de 15 a 19 anos tornam-se mães de cerca de 15 milhões de crianças, anualmente. No Brasil, o nível de fecundidade de mulheres até 19 anos aumentou entre 1970 a 1980; incremento notável ocorreu nas adolescentes menores de 15 anos, embora se tenha conhecimento sobre a queda que a fecundidade vem manifestando no total das mulheres. As complicações da gravidez, parto e puerpério estão entre as dez principais causas de óbito das adolescentes brasileiras, sendo a sexta causa nas adolescentes de 15 a 19 anos, juntamente com as doenças do aparelho respiratório.
	Em relação à anticoncepção, pesquisas nos mostram que 55% das adolescentes solteiras e sexualmente ativas no Brasil nunca haviam usado nenhum método contraceptivo; número que sobe para 79% nas áreas rurais. Entre as casadas 48% usam algum método contraceptivo.
	É importante ressaltar que no processo de saúde reprodutiva a atenção deverá contemplar os adolescentes do sexo masculino. Considerando a importância dos aspectos informativos no desenvolvimento dessa atividade, recomenda-se ao uso de metodologias educativas como: adolescente informando ao seu próprio grupo, formação de multiplicadores, intercâmbio com a equipe de saúde interdisciplinar e outras que possibilitem o conhecimento de todos os aspectos relacionados com a saúde reprodutiva.
	
	2. AIDS: HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. HIV é umretrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esse vírus compartilha algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune.
	Na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV - tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de 3 a 6 semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebido.
	A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático.
	Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4 - glóbulos brancos do sistema imunológico - que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.
	A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber ou não seguir o tratamento indicado pelos médicos, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. 
	Como o HIV, vírus causador da aids, está presente no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno, a doença pode ser transmitida de várias formas:
· Sexo sem camisinha - pode ser vaginal, anal ou oral.
· De mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação - também chamado de transmissão vertical.
· Uso da mesma seringa ou agulha contaminada por mais de uma pessoa.
· Transfusão de sangue contaminado com o HIV.
· Instrumentos que furam ou cortam, não esterilizados.
	Janela imunológica é o intervalo de tempo decorrido entre a infecção pelo HIV até a primeira detecção de anticorpos anti-HIV produzidos pelo sistema de defesa do organismo. Na maioria dos casos a duração da janela imunológica é de 30 dias. Porém, a duração desse período pode alterar dependendo da reação do organismo do indivíduo frente a infecção e do tipo do teste (quanto ao método utilizado e sensibilidade).
	A Profilaxia Pós-Exposição, ou simplesmente PEP, é um tratamento com terapia antirretroviral (TARV) por 28 dias para evitar a sobrevivência e a multiplicação do vírus HIV no organismo de uma pessoa. Ela é indicada às pessoas que podem ter tido contato com o vírus em alguma situação, tais como:
- Violência sexual
- Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha);
- Acidente ocupacional (com instrumentos pérfuro-cortantes ou em contato direto com material biológico)
	Para funcionar, a PEP deve ser iniciada logo após a exposição de risco, em até 72h. A pessoa deve procurar imediatamente um serviço de saúde que realize atendimento de PEP assim que julgar ter estado em uma situação de contato com o HIV. É importante observar que a PEP não serve como substituta à camisinha. Muito pelo contrário: o uso de preservativos masculinos e femininos são ainda a principal e mais eficiente maneira de se evitar o HIV. Não deixe jamais de utilizar camisinha e se proteger em toda relação sexual
	Geralmente, a PEP consiste na ingestão de uma pílula em uma dose diária única, mas, a depender da avaliação do (a) profissional de saúde que o (a) atender, o indivíduo pode ser orientado a seguir outra combinação de medicamentos, o que pode significar precisar tomar mais de um medicamento por dia. O mais importante é ter em mente que o tratamento, independentemente da quantidade diária de pílulas, não deve ser interrompido durante os 28 dias de tratamento, e tomado conforme prescrito pelo médico. 
Isso é muito importante, pois, caso você não siga as orientações que recebeu de seu médico, o tratamento pode falhar e, dessa forma, não impedirá que o vírus sobreviverá e se reproduza em seu organismo, o que fará com que você contraia o HIV.
	A Profilaxia Pré-exposição (PrEP) ao vírus da imunodeficiência humana, o HIV, é uma estratégia de prevenção que envolve a utilização de um medicamento antirretroviral (ARV), por pessoas não infectadas, para reduzir o risco de aquisição do HIV através de relações sexuais. O medicamento ARV irá bloquear o ciclo da multiplicação desse vírus, impedindo a infecção do organismo.
	Há duas formas principais de PrEP: a PrEP Oral em forma de comprimido e a PrEP Tópica em forma de gel. Os resultados iniciais dos ensaios clínicos de PrEP Oral indicam que essa estratégia de prevenção pode ser extremamente útil para a mudança de cenário necessária no combate a infecção pelo vírus HIV.
	A PrEP Oral baseia-se no uso de medicamentos ARV para a prevenção da aquisição do HIV e sua eficácia parcial foi demonstrada entre homens que fazem sexo com homens (HSH) e heterossexuais. Intervenções de prevenção biomédica, como a PrEP, têm um grande potencial, especialmente se combinadas a testagem anti-HIV ampliada (mensal ou trimestral), diagnóstico e vinculação ao tratamento daqueles identificados como infectados pelo HIV.
	Doença Inflamatória Pélvica (DIP): É uma síndrome clínica, que ocorre quando a gonorreia e a infecção por clamídia não são tratadas, atingindo os órgãos sexuais internos da mulher, como útero, trompas e ovários, e causando inflamações.
 	Essa infecção pode ocorrer por meio de contato com as bactérias após a relação sexual desprotegida. A maioria dos casos ocorre em mulheres que tem outra IST, principalmente gonorreia e infecção por clamídia não tratadas. Entretanto também pode ocorrer após algum procedimento médico local (inserção de Dispositivo Intra-Uterino (DIU), biópsia na parte interna do útero, curetagem). O uso da camisinha masculina ou feminina é a melhor forma de prevenção.
 	Dentre os sintomas temos: Dor na parte baixa do abdômen (no “pé da barriga” ou baixo ventre) e durante a relação sexual; dor abdominal e nas costas; febre, fadiga e vômitos.
	Em relação ao diagnóstico e tratamento na presença de qualquer sinal ou sintoma de DIP, recomenda-se procurar imediatamente um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado.Em casos mais graves, é necessária internação hospitalar para uso de antibiótico por via venosa.
	Linfogranuloma venéreo (LGV): É uma infecção crônica causada pela Chlamydia trachomatis, que atinge os órgãos genitais e os gânglios da virilha. É popularmente conhecida como “mula”.
 	A transmissão ocorre pelo sexo desprotegido com uma pessoa infectada. Por isso, recomenda-se sempre o uso da camisinha masculina ou feminina e o cuidado com a higiene íntima após a relação sexual.
 	Os sintomas são os seguintes: feridas nos órgãos genitais (pênis, vagina, boca, ânus e colo do útero) que, muitas vezes, não são percebidas e desaparecem sem tratamento. Entre uma a seis semanas após a ferida inicial, surge um inchaço doloroso (caroço ou íngua) na virilha, que, se não for tratado, rompe-se, com a saída de pus. Pode haver sintomas por todo o corpo, como dores nas articulações, febre e mal-estar. Quando não tratada adequadamente, a infecção pode agravar-se, causando elefantíase (acúmulo de linfa no pênis, escroto e vulva).
 	Em relação ao diagnóstico, na presença de qualquer sinal ou sintoma dessas IST, recomenda-se procurar um serviço de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento com antibiótico adequado.As parcerias sexuais também precisam sertratadas.
	Tricomoníase: É uma infecção causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. A transmissão ocorre pelo sexo desprotegido com uma pessoa infectada. Por isso, é preciso sempre usar camisinha masculina ou feminina e cuidar da higiene íntima após a relação sexual. Pode atingir o colo do útero, a vagina, a uretra e o pênis.	
	Seus sintomas são: dor durante a relação sexual; ardência e dificuldade para urinar; coceira nos órgãos sexuais; corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, bolhoso.
 	Em relação ao diagnóstico, na presença de qualquer sinal ou sintoma de tricomoníase, recomenda-se procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado.
As parcerias sexuais devem ser tratadas, ainda que não apresentem sinais e sintomas.
	Cancro mole (cancroide): É causado pela bactéria Haemophilus ducreyi, sendo mais frequente nas regiões tropicais. Transmite-se pela relação sexual com uma pessoa infectada sem o uso da camisinha masculina ou feminina.
	Seus sintomas são: feridas múltiplas e dolorosas de tamanho pequeno com presença de pus, que aparecem com frequência nos órgãos genitais (ex.: pênis, ânus e vulva); podem aparecer nódulos (caroços ou ínguas) na virilha.
	Em relação ao diagnóstico, ao se observar qualquer sinal e sintoma de cancro mole, a recomendação é procurar um serviço de saúde. O tratamento deverá ser prescrito pelo profissional de saúde.
	Donovanose: é uma IST crônica progressiva, causada pela bactéria Klebsiella granulomatis. Acomete preferencialmente a pele e mucosas das regiões da genitália, da virilha e do ânus. Causa úlceras e destrói a pele infectada. É pouco frequente, ocorrendo na maioria das vezes em climas tropicais e subtropicais. A transmissão ocorre pelo sexo desprotegido com uma pessoa infectada. Por isso, recomenda-se sempre o uso da camisinha masculina ou feminina.
	Seus sintomas são: após o contágio, aparece uma lesão que se transforma em ferida ou caroço vermelho; não dói e não tem íngua; a ferida vermelha sangra fácil, pode atingir grandes áreas e comprometer a pele ao redor, facilitando a infecção por outras bactérias.
	Em relação ao diagnóstico: na presença de qualquer sinal ou sintoma dessas IST, recomenda-se procurar um serviço de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento com antibiótico adequado.
	Herpes genital: é causado por um vírus, transmitido pela relação sexual com uma pessoa infectada sem o uso da camisinha. O herpes genital é transmitido por meio de relação sexual (oral, anal ou vaginal) sem camisinha masculina ou feminina com uma pessoa infectada.Em mulheres, durante o parto, o vírus pode ser transmitido para a criança se a gestante apresentar lesões por herpes. Por ser muito contagiosa, a primeira orientação a quem tem herpes é uma maior atenção aos cuidados de higiene: lavar bem as mãos, não furar as bolhas, evitar contato direto das bolhas e feridas com outras pessoas, não aplicar pomadas no local sem recomendação profissional. 
 	Após o contágio, os sinais e sintomas podem aparecer em média após seis dias e geralmente são: pequenas bolhas agrupadas que se rompem e tornam-se feridas dolorosas no pênis, ânus, vulva, vagina ou colo do útero. Essas feridas podem durar, em média, de duas a três semanas e desaparecem. Formigamento, ardor, vermelhidão e coceira no local, além de febre, dores musculares, dor ao urinar e mal-estar. Os sinais e sintomas podem reaparecer, dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, menstruação, exposição prolongada ao sol, traumatismo ou uso de antibióticos.
 	Em relação ao diagnóstico, na presença de qualquer sinal ou sintoma de herpes genital, recomenda-se procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. A infecção tem tratamento e os seus sinais e sintomas podem ser reduzidos, mesmo que não haja cura (a pessoa permanece com o vírus).
	Condiloma acuminado (Papilomavírus Humano - HPV): O condiloma acuminado, causado pelo HPV, é também conhecido por verruga anogenital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista. Atualmente, existem mais de 200 tipos de HPV, alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e ânus. A principal forma de transmissão do HPV é por via sexual, que inclui contato oral-genital e genital-genital. Embora de forma mais rara, o HPV pode ser transmitido durante o parto ou, ainda, por determinados objetos.
	Seus sintomas são: verrugas não dolorosas, isoladas ou agrupadas, que aparecem nos órgãos genitais; irritação ou coceira no local; o risco de transmissão é muito maior quando as verrugas são visíveis; as lesões podem aparecer no pênis, ânus, vagina, vulva (genitália feminina), colo do útero, boca e garganta; o vírus pode ficar latente no corpo: a lesão muitas vezes aparece alguns dias ou anos após o contato; as manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e pessoas com imunidade baixa.
	Em relação ao diagnóstico, na presença de qualquer sinal ou sintoma da infecção pelo HPV, recomenda-se procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado.
A realização periódica do exame preventivo de câncer de colo uterino é uma medida de prevenção.
	Gonorreia e infecção por Clamídia: São IST causadas por bactérias (Neisseria gonorrhoeae e Clamídia trachomatis, respectivamente). Na maioria das vezes estão associadas, causando a infecção que atinge os órgãos genitais, a garganta e os olhos. Essas infecções quando não tratadas, podem causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. A transmissão é sexual e o uso da camisinha masculina ou feminina é a melhor forma de prevenção.
	Seus sintomas são: dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), corrimento amarelado ou claro, fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual; a maioria das mulheres infectadas não apresentam sinais e sintomas; os homens podem apresentar ardor e esquentamento ao urinar, podendo haver corrimento ou pus, além de dor nos testículos.
	Em relação ao diagnóstico, na presença de qualquer sinal ou sintoma dessas IST, recomenda-se procurar um serviço de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento com antibiótico adequado.As parcerias sexuais devem ser tratadas, ainda que não apresentem sinais e sintomas.
 	Conjuntivite Neonatal: há possibilidade de transmissão no parto vaginal e a criança pode nascer com conjuntivite, que leva à cegueira se não for prevenida ou tratada adequadamente.Deve-se aplicar colírio nos olhos do recém-nascido na primeira hora após o nascimento (ainda na maternidade) para prevenir a conjuntivite (oftalmia) neonatal.
 	Infecção pelo HTLV: É causada pelo vírus T-linfotrópico humano (HTLV), que atinge as células de defesa do organismo, os linfócitos T. O HTLV foi o primeiro retrovírus humano isolado (no início da década de 1980) e é classificado em dois grupos: HTLV-I e HTLV-II.A transmissão do HTLV ocorre pela relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, compartilhamento de seringas e agulhas durante o uso de drogas e da mãe infectada para o recém-nascido (também chamado de transmissão vertical), principalmente pelo aleitamento materno.
 	Seus sintomas são: a maioria das pessoas infectadas pelo HTLV não apresentam sinais e sintomas durante toda a vida. Dos infectados pelo HTLV, 10% apresentarão algumas doenças associadas a esse vírus, entre as quais podem-se citar: doenças neurológicas, oftalmológicas, dermatológicas, urológicas e hematológicas (ex.: leucemia/linfoma associada ao HTLV).
	Em relação ao tratamento, ele é direcionado de acordo com a doença relacionada ao HTLV. A pessoa deverá ser acompanhada nos serviços de saúde do SUS e, quando necessário, receber seguimento em serviços especializados para diagnóstico e tratamento precoce de doenças associadas ao HTLV.
 	Sífilis: é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentarvárias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, ou da mãe infectada para a criança durante a gestação ou o parto.O uso correto e regular da camisinha masculina ou feminina é uma medida importante de prevenção da sífilis. O acompanhamento da gestante durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita.
	Seus sintomas são divididos pelo tipo de sífilis:
Sífilis primária
· Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio.
· Não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.
Sífilis secundária
· Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento da ferida inicial e após a cicatrização espontânea.
· Manchas no corpo, principalmente, nas palmas das mãos e plantas dos pés.
· Não coçam, mas podem surgir ínguas no corpo.
Sífilis latente – fase assintomática
· Não aparecem sinais ou sintomas.
· É dividida em sífilis latente recente (menos de um ano de infecção) e sífilis latente tardia (mais de um ano de infecção).
· A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
Sífilis terciária
· Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção.
· Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
	Em relação ao diagnóstico, o teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. O TR de sífilis é distribuído pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DDAHV/SVS/MS), como parte da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica dessa IST. 
	Quando o TR for utilizado como triagem, nos casos positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico.Em caso de gestante, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultado do segundo teste.
	O tratamento de escolha é a penicilina benzatina, mas recomenda-se procurar um profissional de saúde para diagnóstico correto e tratamento adequado, dependendo de cada estágio.
	Sífilis congênita: é uma doença transmitida de mãe para criança durante a gestação. São complicações dessa forma da doença: aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e/ou morte ao nascer.Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado for positivo, tratar corretamente a mulher e sua parceria sexual, para evitar a transmissão vertical.
	Seus sintomas são: pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis pode ser fatal.
	Em relação ao diagnóstico, deve-se avaliar a história clínico-epidemiológica da mãe, o exame físico da criança e os resultados dos testes, incluindo os exames radiológicos e laboratoriais.
	O tratamento deve ser indicado por um profissional da saúde e iniciado o mais rápido possível. No caso das gestantes, é importante que o tratamento seja feito com a penicilina benzatina, pois este é o único medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical. A parceria sexual também deverá ser testada e tratada para evitar a reinfecção da gestante.
	Caso de nascimento, se a criança nascer com sífilis congênita, ela deve ficar internada para tratamento por 10 dias, necessitando realizar uma série de exames antes de receber alta.
	3. Os testes para diagnóstico da infecção por HIV são produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz, do Ministério da Saúde, e realizados gratuitamente nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em outras unidades das redes pública de saúde, incluindo um grande número de maternidades. 
	Teste Elisa: é o mais realizado para diagnosticar a doença. Nele, profissionais de laboratório buscam por anticorpos contra o HIV no sangue do paciente. Se uma amostra não apresentar nenhum anticorpo, o resultado negativo é fornecido para o paciente. Caso seja detectado algum anticorpo anti-HIV no sangue, é necessária a realização de outro teste adicional, o teste confirmatório. São usados como testes confirmatórios, o Western Blot, o Teste de Imunofluorescência indireta para o HIV-1 e o imunoblot. Isso porque, algumas vezes, os exames podem dar resultados falso-positivos em consequência de algumas doenças, como artrite reumatoide, doença autoimune e alguns tipos de câncer.
	Nesse caso, faz-se uma confirmação com a mesma amostra e o resultado definitivo é fornecido ao paciente. Se o resultado for positivo, o paciente será informado e chamado para mais um teste com uma amostra diferente. Esse é apenas um procedimento padrão para que o mesmo não tenha nenhuma dúvida da sua sorologia.
	Independentemente do resultado do exame, positivo ou negativo, o paciente é encaminhado ao aconselhamento pós-teste – conversa com o profissional do CTA ou do posto de saúde que orienta sobre prevenção, tratamento e outros cuidados com a saúde.
	O Elisa é feito com uma placa de plástico que contém proteínas do HIV absorvidas ou fixadas nas cavidades em que cada amostra de soro ou plasma (que são frações do sangue) será adicionada. Após uma sequência de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio de leitura óptica, em um equipamento denominado leitora de Elisa.
	Teste Western Blot: de custo elevado, o Western Blot é confirmatório, ou seja, indicado em casos de resultado positivo no teste Elisa. Nele, os profissionais do laboratório procuram fragmentos do HIV, vírus causador da aids.
Para a realização do Western Blot, utiliza-se uma tira de nitrocelulose em que serão fixadas proteínas do HIV. O soro ou plasma do paciente é adicionado, ficando em contato com a tira de nitrocelulose. Depois da adição de vários tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio de leitura visual, pelo profissional do laboratório.
	Teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1: também confirmatório, o teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1 permite detectar os anticorpos anti-HIV. Nele, o soro ou plasma do paciente é adicionado a uma lâmina de vidro que contém células infectadas com o HIV, fixadas nas cavidades. Após uma sequência de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio da leitura em um microscópio de imunofluorescência.
	Teste rápido: possui esse nome, pois permitem a detecção de anticorpos anti-HIV na amostra de sangue do paciente em até 30 minutos. Por isso, pode ser realizado no momento da consulta. Os testes rápidos permitem que o paciente, no mesmo momento que faz o teste, tenha conhecimento do resultado e receba o aconselhamento pré e pós-teste. 
	Clamídia:A bacterioscopia da secreção uretral e coloração por Gram não tem boa sensibilidade, mas pode afastar a hipótese de clamídia quando da  ausência de diplococos em secreção uretral. A contagem de PMN auxilia no diagnóstico. O diagnóstico definitivo da C. Trachomatis é feito por cultura celular, por imunofluorescência direta, Elisa ou PCR (Polimerase Chain Reaction).
	Corrimentos vaginais (Tricomoníase, candidíase, vaginose): A avaliação dos corrimentos vaginais deve envolver arealização do teste de pH (com fita), reação ao KOH ("sniff test") para a percepção de odor característico e a microscopia a fresco do conteúdo vaginal (hifas ou micélios birrefringentes semelhantes a um caniço e esporos de leveduras, na candidíase; de microorganismos flagelados móveis, na tricomoníase; e de clue-cells e/ou a ausência de lactobacilos, na vaginose).
	Cancro mole: Bacterioscopia com pesquisa do Haemophilus ducreyi.
	Donovanose:Biópsia de lesão. Deve sempre ser afastada a hipótese de neoplasia.
	Gonorreia: A bacterioscopia da secreção uretral é um bom método pela técnica do Gram: evidencia a presença de diplococos Gram  (negativos no interior de polimorfonucleares) e o aumento no número de leucócitos polimorfonucleares (PMN). O diagnóstico pode ser feito por meio de cultura da secreção do colo uterino (melhor opção) ou da bexiga (endocervical) ou pela constatação do gonococo (bacteria causadora da doença).
Cultura: utiliza-se o meio seletivo de Thayer-Martim ou da uretra.
	Herpes: A anamnese e o exame físico são os meios fundamentais para o diagnóstico da infecção herpética. O diagnóstico laboratorial tem suas limitações e não se justifica como rotina. Podem ser utilizados cultura celular, biópsia ou sorologia, porém nem sempre estão disponíveis.
	HPV: O diagnpóstico das lesões vegetantes é clínico. A biópsia de lesão ou de área suspeita pode ser realizado para auxiliar decisões mais difíceis. O diagnóstico definitivo da infecção pelo HPV é feito pela identificação da presença do DNA viral por meio de testes de hibridização molecular (hibridização in situ, PCR, Captura Híbrida). As lesões cervicais, subclínicas, são geralmente detectadas pela citologia oncótica, devendo ser avaliadas pela colposcopia e biópsias dirigidas.
	Linfogranuloma venéreo: Exame sorológico (fixação de complemento).
	Sífilis: O diagnóstico laboratorial da sífilis é baseado em exames de microscopia e exames sorológicos.
	Microscopia: A identificação do agente causador, o Treponema pallidum, pode ser realizada com uma coleta adequada de material nas lesões recentes (fases primária e secundária) pela técnica de microscopia em campo escuro ou pela Imunofluorescência direta, podendo observar-se as bactérias vivas e móveis.
Sorologias:
· Sorologia não treponêmica: VDRL e RPR.
· Sorologia treponêmica: FTA-abs, MHA-Tp ou TPHA, ELISA.
	Na sífilis congênita, além dos exames acima, devem ser solicitados também o hemograma completo, raio X de ossos longos e exame do líquido céfalo-raquidiano ou líquor (LCR) para análise da celularidade, proteínas e a realização do VDRL. O VDRL do recém-nascido enquadrado na definição de caso deve ser realizado com sangue colhido de veia periférica, e não de cordão umbilical. Os exames treponêmicos podem ser reagentes até o 18º mês de vida, em razão da transferência passiva de anticorpos maternos, e raramente são utilizados para a definição diagnósticas em crianças até essa idade.
	Na sífilis congênita o comprometimento de vários órgãos e sistemas propõe que seja realizado o diagnóstico diferencial com exame de sangue para detectar a presença de organismos patogênicos e outras infecções congênitas, tais como rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus e, infecção generalizada pelo vírus do herpes simples e malária. Lesões mais tardias poderão ser confundidas também com sarampo, catapora, escarlatina, entre outras. As sorologias devem ser solicitadas as treponêmicas e as não treponêmicas.
 	Teste Rápido para Sífilis: O teste rápido para sífilis é um teste imunocromatográfico, treponêmico, de uso único para detecção de anticorpos específicos para Treponema pallidum. Pode ser realizado com amostra de sangue total, soro ou plasma.
	Dentro da proposta de ampliação do acesso ao diagnóstico, o teste rápido para sífilis é utilizado em situações especiais e como triagem.
	 De acordo com o fluxograma, obtendo-se resultado reagente no teste rápido para sífilis, há a necessidade de coletar amostra por punção venosa e encaminhar para o laboratório para que o Fluxograma Laboratorial para Pesquisa de Sífilis seja realizado (Portaria nº 3.242). Em situações específicas, em caráter de exceção, há a recomendação de tratamento somente com resultado do teste rápido reagente.
	4. Objetivos do Programa gerais:
	1. Fortalecer a efetividade e eficiência do Programa Brasileiro de DST e HIV/Aids e garantir sua sustentabilidade a médio e longo prazos; 
	2. Reduzir a incidência de DST e HIV 
	3. Melhorar a qualidade de vida das pessoas que estão vivendo com HIV/aids. 
	Objetivos do Programa específicos:
	 1. Expandir a qualidade e acesso às ações de atenção e prevenção; 
	 2. Reduzir a discriminação e o preconceito, e fortalecer os direitos humanos relacionados à epidemia de HIV/aids e outras DST;
	 3. Aumentar a efetividade das ações por meio do desenvolvimento e incorporação de tecnologias estratégicas;
	 4. Descentralizar o financiamento e a gestão aos estados e municípios; 	5. Promover processos de gestão com base em desempenho e resultados. 
	Principais linhas de ação do Programa:
	(a) expansão da cobertura e qualidade das intervenções; 
	(b) descentralização do financiamento e gerência das atividades do Programa Nacional de DST e Aids para estados e municípios, dentro da atual política do incentivo; 
	(c) fortalecimento e melhor direcionamento da gestão do Programa com a criação de uma efetiva capacidade de monitoramento e avaliação (M&A) e com a utilização de instrumentos gerenciais baseados no desempenho, enfocando intervenções de melhor custo-efetividade; 
	(d) introdução de inovação tecnológica e melhoria da tecnologia existente na área de tratamento e prevenção; 
	(e) garantia dos direitos humanos, e redução da discriminação e do estigma associados ao HIV/aids.
	O direcionamento e a orientação principal do PAM são voltados para os objetivos gerais e específicos do Projeto, buscando-se, desta forma, organizar as ações tendentes a produzir os resultados e os impactos previstos, assim como as suas metas. A matriz lógica de programação do PAM também agrega e consolida as metas em áreas de atuação e áreas temáticas. As ações/atividades se utilizam dos insumos necessários para sua realização, e concorrem para a execução das metas, que promovem o alcance dos resultados e impactos. As metas previstas são, de modo geral, descritas dentro da sistemática “SMART”, como uma orientação geral e permitindo assim a possibilidade de seu monitoramento.
	5. Um estudo realizado com pessoas em tratamento de aids no Brasil mostra que elas sofrem mais com problemas relacionados à interação social do que com a ação do vírus no organismo. 65 % dos entrevistados avaliam seu estado de saúde como bom ou ótimo. O índice é cerca de dez pontos percentuais maior que o da população geral - a diferença persiste mesmo após padronização por sexo e faixa etária. A comparação com portadores de outra doença crônica ou de longa duração surpreende ainda mais. Apenas 27% (um percentual duas vezes menor) desses outros pacientes classificam sua própria saúde como boa ou ótima. Os números fazem parte da pesquisa Percepção da qualidade de vida e do desempenho do sistema de saúde entre pacientes em terapia antirretroviral no Brasil. Na fase de análise, os dados também foram comparados aos da Pesquisa Mundial de Saúde, feita pela OMS em 2003.
	A pesquisa foi realizada, pela Fundação Oswaldo Cruz, em 2008, com 1260 pessoas em tratamento antirretroviral. Contou com financiamento da USAID e o apoio do Ministério da Saúde. Seus resultados são representativos de toda a população em tratamento antirretroviral, atualmente em cerca de 200 mil pessoas.
	A boa percepção do próprio estado de saúde entre as pessoas com AIDS contrasta com problemas sociais e psicológicos enfrentados por elas. Nesse ponto, a situação de quem está em tratamento com o coquetel antiaids é pior do que a população geral. Entre as mulheres soropositivas, 33% afirmaram ter grau intenso ou muito intenso de tristeza ou depressão e 47% grau intenso ou muito intenso de preocupação e/ou ansiedade.Entre os homens, o índice é um pouco menor - 23% e 34%, respectivamente.
	A Pesquisa Mundial de Saúde fez a mesma pergunta para a população geral e constatou que apenas 15% declararam sentir um grau intenso ou muito intenso de tristeza ou depressão. Preocupação e ansiedade na população geral também foram menores - 23% para o total (28% entre as mulheres e 17% entre os homens).
	Esses resultados indicam que, apesar de mais da metade das pessoas auto avaliarem bem sua saúde, uma boa parte ainda não superou os traumas psicológicos causados pelo diagnóstico de HIV/AIDS. 'O sentimento de tristeza e depressão pode ser explicado pela falta de apoio social, pelo sentimento de discriminação, pelo sentimento de solidão, entre outros, que diferenciam as pessoas com aids da população geral', afirma a coordenadora da pesquisa, Célia Landmann.
	Em relação ao estado de saúde, o que se percebe é que o impacto do diagnóstico é tão forte, que após o início do tratamento e a melhora das condições imunológicas, as pessoas se sentem saudáveis novamente. 'Quando fazemos a pergunta, elas acabam por comparar a situação atual ao momento do diagnóstico, o que faz com que boa parte dos pacientes respondam que atualmente sua saúde é excelente ou boa', explica o pesquisador Paulo Borges, que defendeu doutorado na Fiocruz como parte da pesquisa.
	Estigma e preconceito - A pesquisa também identificou os impactos positivos e negativos do diagnóstico da AIDS entre os participantes do estudo. Desses, 38% afirmaram não ter tido nenhum ganho e 43,5% disseram ter, depois do diagnóstico, melhor assistência à saúde. Outros 18,6% afirmaram ter maior suporte social. 
	Entre as perdas, a mencionada pelo maior número de pessoas foi a piora das condições financeiras (36,5%), seguida da aparência física (33,7%). Entre todos esses aspectos, o único relacionado diretamente ao HIV é a piora na aparência física. Todas as outras dependem também de questões sociais.
	O sentimento de depressão referido pelos pacientes é bastante associado a boa parte dos problemas citados acima, bem como ao sentimento de solidão. Na avaliação de Célia Landmann, a preocupação e ansiedade relatadas podem estar associadas ao medo da morte.
	Aspectos socioeconômicos - No que se refere às condições socioeconômicas, os resultados do estudo indicam um nível melhor de educação entre os pacientes de AIDS quando comparados à população brasileira. Porém, apesar disso, a distribuição de renda é semelhante. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-2006), divulgada na época do estudo com soropositivos, cerca de 67% da população brasileira com 18 anos ou mais, têm rendimento mensal menor que dois salários mínimos (incluindo todas as fontes de renda), proporção semelhante à encontrada entre os pacientes de AIDS (69%).
	Os resultados mostram também que a proporção de pacientes homens que não trabalham (55%) é bem maior do que a da população geral masculina (21%, conforme a PNAD-2006).
	Na avaliação de Paulo Borges, isso é um reflexo da dificuldade que essas pessoas têm de conseguir emprego e manter-se nele. Elas - conta Borges - costumam ir ao serviço de saúde uma vez por mês, para obter os medicamentos e serem consultados e, na maioria das vezes, perdem muito tempo com isso. 'É difícil explicar no trabalho, sem revelar seu estado sorológico, que será necessário faltar uma vez por mês. Até mesmo os pacientes que estão no mercado de trabalho relatam essa dificuldade', diz.
	Além disso, ainda existe muito preconceito e discriminação em relação ao HIV, pois mais de 20% dos entrevistados perderam o emprego após o diagnóstico.
	Em relação à situação de trabalho, no total, 58% não trabalham atualmente (55% entre os homens e 62% entre as mulheres).
	Entre os pacientes homens, aposentadoria por doença (31,3%), incapacidade (14,7%) e recebimento de auxílio doença (24,6%) foram os principais motivos alegados para não estarem trabalhando.
	Entre as mulheres, 28% são donas de casa, 15,4% são aposentadas pela doença, 11% relataram incapacidade para o trabalho e 15,4% recebem auxílio doença.
 Fatores que impactam a boa avaliação do estado de saúde
	Os pesquisadores que conduziram o estudo desenvolveram um modelo estatístico para verificar os principais fatores associados à autoavaliação do estado de saúde como excelente ou boa.
	De acordo com a análise, fatores sociais como escolaridade e renda impactam positivamente. Quem tem ensino fundamental completo ou mais tem 70% mais chance de ter boa avaliação do que quem tem ensino fundamental incompleto. Quem pertence às classes sociais A e B tem duas vezes mais chance de ter boa avaliação que os das classes D ou E. 
	Por outro lado, estar aposentado por motivo de doença, incapacitado para o trabalho ou recebendo auxílio doença diminui em 55% a chance de ter boa autoavaliação do estado de saúde.
	No que diz respeito à resposta ao tratamento, efeitos colaterais ou reações adversas e presença de sintomas impactam negativamente a boa autoavaliação. Quem relata ter tido sintomas da aids tem 40% menos chance de ter boa autoavaliação.
	Ter iniciado o tratamento a partir de 2007 também é um fator negativo para a boa autoavaliação. Provavelmente, esses pacientes ainda não recuperaram seu sistema imunológico devido ao pouco tempo de tratamento e ainda estejam sofrendo com os efeitos colaterais do início do tratamento e do diagnóstico recente.
	Essa última constatação reforça a necessidade da ampliação da testagem anti-HIV. Quanto mais precoce é o diagnóstico, maiores são as chances de os soropositivos terem sobrevida mais longa e de maior qualidade.

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