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1 ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA 1 1. Sumário 1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 3 1.1- METODOLOGIA .......................................................................... 5 2. ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA .............................................. 6 3. VAGINOSES BACTERIANAS ...................................................... 10 4. CANDIDÍASE VULVOVAGINAL .................................................... 14 1. 12 - CONCLUSÃO ............................................................................ 39 2 1. NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 1. INTRODUÇÃO No contexto da assistência integral a saúde da mulher, a consulta com a Enfermagem Ginecológica, vem demonstrando-se como um espaço privilegiado, para que se possa estabelecer um diálogo claro entre o enfermeiro e as usuárias dos serviços públicos de saúde no Brasil, para que se levantem as reais necessidades ginecológicas, psicológicas e sociais das inúmeras brasileiras que buscam por tal atendimento.16 Tal consulta visa não somente prestar um atendimento voltado para os aspectos biológicos das mulheres, mas sim inter-relacionar esses com os aspectos sociais e psicológicos, garantindo desta forma que a assistência prestada seja interdisciplinar, inovadora, transformadora e integral. Toda mudança requer um tempo mínimo para ser aceita e incorporada á pratica dentro da assistência Ginecológica, e mudar um paradigma reducionista aplicado à saúde das mulheres, onde neste campo por séculos as mulheres somente tinham seus sistemas genitais e suas mamas examinadas, requer do profissional de Enfermagem que vêm demonstrado habilidades teóricas e praticas para tal transformação, bastante estudo, pesquisas, conhecimento das leis relacionadas ao seu exercício profissional, e domínio das principais políticas públicas brasileiras voltadas para este segmento populacional.16 Um dos procedimentos que emergem urgência para ser compreendido e mudado na prática assistencial diz respeito à realização do exame citopatológico de rotina conhecido popularmente como exame de papanicolau. Os Enfermeiros e demais profissionais de saúde como um todo em nosso país limitam a assistência ginecológica apenas a este procedimento, não estabelecendo nenhum vinculo efetivo destas mulheres aos serviços de saúde. Cabe ressaltar que este procedimento é somente uma das etapas que compõem a atenção em ginecologia.16 Assistir integralmente as mulheres de forma digna, humanizada, inovadora, etransformadora exige de todos os profissionais de saúde, bastante treinamento para que deixemos de lado quando estamos diante de uma cidadã todos os nossos valores, morais e preconceitos e saibamos trabalhar de forma ética temas polêmicos e permeados de tabus dentro da perspectiva de atenção a saúde da 4 mulher,relacionadas à violência sexual e doméstica, o abortamento e suas interfaces, a prática sexual vivida pelas mulheres fora de suas relações estáveis, entender e respeitar asnovas dinâmicas de famílias dentro das relações homo- afetivas, problematizar asquestões das vulnerabilidades das mulheres frente asDST/HIV/aids, compreender eorientar sobre os efeitos do uso e abuso do álcool e outras drogas pelas mulheres , e principalmente desconstruir os papeis sociais atribuídos a homens e mulheres sob a óptica das desigualdades de gêneros dentro da nossa sociedade.16 Todos estes temas trazidos muitas das vezes pelas mulheres dentro da consulta de Enfermagem Ginecológica mostram para nos profissionais de saúde a complexidade do atendimento, e reforça a nossa teoria de que somente um atendimento pautado no levantamento minucioso das demandas sociais,psicológicas e biológicas, bem como entender suas interfaces e relações serão capazes de garantir a aplicabilidade do conceito de integralidade da assistência preconizado a décadas pelo SUS, e que entretanto até hoje encontramos dificuldade em compreende-lo e colocá-lo em prática. 16 O acesso aos serviços de saúde para esta parcela da população, apesar de todos os avanços já conquistados através da Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher ainda constituem um grave problema de saúde pública no Brasil, e estratégias para a transformação desta realidade, deve fazer parte das ações dos enfermeiros que prezem por uma assistência ginecológica pautada nos princípios norteadores do Sistema Único de Saúde.16 O Enfermeiro, dentro da consulta de Enfermagem Ginecológica, busca respeitar cada mulher diante de suas singularidades, especificidades e ciclos de vida, garantindo as mesmas que suas demandas biológicas, sociais e muita das vezes psicológicas sejam atendidas e solucionadas, respeitando sempre a autonomia das usuárias frente ao seu processo de saúde e doença.16 5 1.1- METODOLOGIA Para a construção deste material, foi utilizada a metodologia utilizada de pesquisa bibliográfica, com o intuito de proporcionar um levantamento de maior conteúdo teórico a respeito dos assuntos abordados. Através de pesquisa bibliográfica em diversas fontes, o estudo se desenvolve com base na opinião de diversos autores, concluindo que a formação e a motivação são energias que conduzem a atividade humana para o alcance dos objetivos de excelência na prestação de serviços públicos e podem também se converter nos principais objetivos da gestão de pessoas no setor público e no fundamento de sua existência. A pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de informações e conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais bibliográficos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e dados. Entende-se por pesquisa bibliográfica a revisão da literatura sobre as principais teorias que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é o que chamamos de levantamento bibliográfico ou revisão bibliográfica, a qual pode ser realizada em livros, periódicos, artigo de jornais, sites da Internet entre outras fontes. 6 2. ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA Conhecendo as etapas da Consulta de Enfermagem Ginecológica e seus desdobramentos: O acolhimento da mulher pelo profissional de enfermagem é de suma importância para o sucesso da consulta de enfermagem em ginecologia, pois é através desta prática que o profissional de saúde que presta o cuidado, estabelece seus laços de confiança e empatia juntamente com a mulher que busca pelo serviço de saúde, garantindo desta forma que as consultas subseqüentes se realizem de forma ativa e resolutiva, podendo elaborar á curto, médio e longo prazo ações de prevenção, promoção e tratamento á saúde da mulher.16 Promover o acolhimentoe fornecer as informações deve ser prática de todos os profissionais de uma equipe de saúde e devem estar presentes de forma transversal durante todo o contato com a mulher. Mais do que um dos passos do atendimento, o acolhimento é uma prática educativa que deverá refletir a qualidade da relação profissional de saúde/usuária na perspectiva de construção de novo modelo de atendimento. Para isso os profissionais deverão estar devidamente sensibilizados e capacitados para incorporar o acolhimento e a orientação como prática cotidiana da assistência.9 O acolhimento humanizado pautado no respeito, e na valorização das diferenças e das singularidades de cada mulher é a primeira etapa e uma das principais ações dentro da prática assistencial dos enfermeiros que prestam o atendimento ginecológico.16 Durante o atendimento é de grande relevância dentro da saúde da mulher que o enfermeiro conheça a idade, a renda, a religião, a naturalidade, a profissão, a sexarca, a menarca, os tipos de parcerias sexuais, a freqüência das atividades sexuais, o uso ou não dos métodos contraceptivos, a rede social e familiar da mulher dentre outros, pois todos estes aspectos interferem diretamente no processo de saúde e doença das usuárias.16 Cabe ressaltar que é a partir destes dados que poderemos traçar estratégias de saúde mais eficazes para as mulheres, pois conhecendo, por exemplo, a cor/raça das mulheres poderemos esperar que algumas patologias sejam mais ou menos freqüentes em determinada mulher, bem como no que tange ao quesito 7 idade poderemos identificar em qual etapa do seu ciclo de vida encontra-se a usuária, trabalhando juntamente com ela as especificidades de cada uma dessas fases.16 Entretanto cabe lembrar que durante o atendimento a cor/raça deve ser autodeclarada pela mulher segundo as categorias estabelecidas pelo IBGE, e não mais auto-assinaladaspelos profissionais de saúde. 16 Uma vez estabelecida à confiança entre o profissional de saúde/mulher, através do acolhimento e da garantia do sigilo e da confidencialidade das informações relatadas pelas usuárias durante os atendimentos, o enfermeiro deve promover sempre que possível o aconselhamento, pois este instrumento tem-se tornado de grande valia no que tange ao processo ensino- aprendizagem no campo da Enfermagem Ginecológica.16 O Aconselhamento é um processo de escuta ativa, individualizado e centrado na usuária. Pressupõe a capacidade de estabelecer uma relação de confiança entre os interlocutores, visando ao resgate dos recursos internos das clientes para que ela mesma tenha possibilidade de reconhecer-se como sujeito de sua própria saúde e transformação. 16 O aconselhamento, por ser uma prática que oferece as condições necessárias para a interação entre as subjetividades, isto é, a disponibilidade mútua de trocar conhecimentos e sentimentos, permite a superação da situação de conflito. 7 As Desigualdades de gêneros na perspectiva da Consulta de Enfermagem Ginecológica. Em toda a assistência prestada as usuárias no Setor de Enfermagem Ginecológica devem ser trabalhadas pelos Enfermeiros as questões de gênero, pois se sabe que as desigualdades sociais no que tange aos papeis atribuídos aos homens e mulheres dentro de nossa sociedade, interferem diretamente na forma como as mulheres lidam, previnem ou tratam determinados agravantes em seus estados de saúde e doença.16 8 As relações desiguais de poder, salários e a dependência econômica de muitas mulheres em relação aos seus parceiros íntimos as tornam vulneráveis a diversas doenças, sobretudo as sexualmente transmissíveis.16 O impacto biológico, social e psicológico deste viés da saúde feminina merece destaque é deve ser priorizado pelo enfermeiro durante todo seu atendimento, sendo que é função deste profissional de saúde promover a cidadania e garantir os direitos humanos deste segmento populacional.16 As desigualdades nas relações de gênero prejudicam a discussão em torno de uma prática sexual mais segura. As mulheres vivem em uma situação de vulnerabilidade em virtude da submissão ao parceiro, e estes se expõem mais, por acreditarem serem fortes,imunes à doença e terem a infidelidade como fato natural.1 Estudos como o de Barbosa,2 demonstram que, para as mulheres, é mais difícil a negociação de uso do preservativo durante as relações sexuais. Elas deixam de se proteger, porque não se percebem sob o risco de infecção, porque delegam aos companheiros a tarefa de tomaras decisões no que se refere ao preservativo, porque até pouco tempo atrás negociar sexo era tarefa exclusiva de prostitutas, ou ainda porque precisam se submeter à vontade de parceiros que se negam a se proteger, entre outros motivos. As mulheres recusam-se a tomar a decisão ou mesmo solicitar o uso do condom, por medo de colocar em risco o seu casamento e, às vezes, sua sobrevivência. A tentativa de negociação pode ser traduzida como infidelidade feminina e podem-se agravar quando associada a fatores como parceiros fixos, baixa renda e baixa escolaridade.11 Tendo-se em vista que as questões de gênero podem colocar em risco a saúde feminina frente as DST/HIV/aids cabe ao enfermeiro reforçar em suas ações cotidianas a co-responsabilidade dentro das relações afetivas, bem como fomentar a autonomia destas usuárias frente ao sexo seguro, incentivando o uso de métodos de prevenção supostamente controlados pelas mulheres, onde se destaca o condom feminino.16 9 Mediante ao exposto acima, torna se necessário que as questões de gênero não sejam trabalhadas somente dentro dos consultórios de enfermagem ginecológica, pois esta problemática é multifatorial e depende da colaboração de outros setores da sociedade.16 Acrescenta-se a necessidade de incorporação da dimensão gênero, também em espaços sociais, tais como família, escola e igreja. 12 Atenção aos corrimentos vaginais e as DST. O Corrimento vaginal é uma das afecções mais comuns na idade fértil e um dos principais motivos de consulta ginecológica em atenção primária em saúde, uma vez que acomete cerca de um terço de todas as mulheres e praticamente metade das gestantes. O corrimento vaginal patológico pode se caracterizar-se pela presença de ardência e/ou prurido vulvovaginal, dispareunia, disúria e eliminação de secreções de diferentes colorações e com odor fétido. 13 .A vaginose bacteriana é a causa principal de descarga vaginal anormal, afetando entre 10 a 15% de mulheres em idade fértil, seguidas da candidíase e trichomoníase. 15 É de extrema importância para o Enfermeiro, o conhecimento do que é considerado fluxo vaginal normal e patogênico. As Leucorréias podem ser consideradas um grave problema de saúde pública, já que, podem indicar a presença de DST ou representar uma “porta de entrada” para as mesmas, além de provocar desconforto e vergonha nas mulheres que a apresentam.16 As DST estão entre os problemas de saúde pública mais comum em todo o mundo. Entre suas conseqüências estão à infertilidade feminina e masculina, a transmissão vertical da mãe para o filho, determinando perdas gestacionais ou doenças congênitas e o aumento do risco para infecção pelo HIV. 10 Diante desta situação e sabendo se que tanto as leucorréias patológicas quanto as DST são um grave problema de saúde pública, afetando cada dia mais mulheres em nosso país,o profissional de Enfermagem encontra-se respaldado na lei do Exercício Profissional3 n. 7.498 de 25 de Junho de 1986 e regulamentada pelo Decreto n. 94.406, de 8 de Junho de 1987 para prescrever todos os medicamentos preconizados no Manual de Controle das Doenças Sexualmente 10 Transmissíveis do Ministério da Saúde de 2006 para o tratamento das leucorréias patológicas e de todas as doenças sexualmente transmissíveis presentes neste documento.16 Cabe destacar que o atendimento de umaDST, não é apenas uma ação curativa; é também uma ação preventiva da transmissão e do surgimento de outras complicações e para facilitar o diagnóstico precoce e tratamento imediato, propõe- se o uso da abordagem sindrômica, que se baseia resumidamente em fluxogramas de condutas, que são instrumentos que irão auxiliar os profissionais de saúde em sua tomada de decisão. 10 3. VAGINOSES BACTERIANAS O corrimento vaginal é a principal queixa ginecológica das pacientes que procuram a atenção médica. O diagnóstico do corrimento genital na rotina de atendimento diária do ginecologista, seja na rede pública de saúde, seja na clínica privada, não é fácil. Muitos aspectos modificam a sintomatologia e o aspecto do corrimento vaginal, fazendo com que o diagnóstico, na maioria das vezes, torne-se um procedimento complexo. Apesar destes conhecimentos, a hipótese diagnóstica é freqüentemente elaborada quase exclusivamente por uma anamnese superficial acompanhada eventualmente de exame especular despretensioso.35 A vaginose bacteriana (VB) é definida como uma síndrome na qual há um aumento maciço de germes anaeróbios, em substituição aos Lactobacillus produtores de peróxido de hidrogênio, que leva ao aparecimento de um corrimento vaginal de pequena intensidade e com mau odor. 24 Portanto, é um conjunto de sinais e sintomas de origem polimicrobiana no qual há um sinergismo entre Gardnerellavaginalis e outras bactérias anaeróbias, particularmente espécies de Mobiluncus e Bacteroides. 24 Fisiopatologia As mulheres na fase reprodutiva têm seu equilíbrio vaginal mantido às custas dos lactobacilos que se constituem de 80% a 95% dos microorganismos presentes na vagina. Os lactobacilos produtores de ácido lático, peróxido de hidrogênio, entre uma série de outras substâncias, têm efeito protetor contra os patógenos estranhos 11 ao meio vaginal, limitando o crescimento de microorganismos potencialmente nocivos ao equilíbrio do ecossistema vaginal. Essas substâncias são responsáveis pela manutenção do pH vaginal em níveis normais entre 3,5 a 4,5. 31 A VB é caracterizada pela diminuição do número de lactobacilos aeróbios produtores de peróxido de hidrogênio e pelo aumento na concentração de microorganismos anaeróbios, tais como: Peptostreptococcus, Bacteroides sp., Gardnerellavaginalis, Mobiluncus sp. e Micoplasmahominis. 32-34 A proliferação exacerbada destes microorganismos induz a um decréscimo no número de lactobacilos produtores de peroxidase que tem efeito virucida e também impede a ativação local do linfócito T CD4, favorecendo a mulher a ficar mais suscetível a ser infectada pelo vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV). 32-34 Bactérias mais freqüentes encontradas no conteúdo vaginal normal Organismos facultativos Bastonetes Gram-positivos Espécie Lactobacillus Espécie Corynebacterium Cocos Gram-positivos Staphylococcusepidermidis Staphylococcus aureus Streptococcus grupo D Streptococcus β-hemolíticos Outras espécies estreptocócicas Organismos Gram-negativos Escherichia coli Espécie Klebsiella Outras espécies 12 Organismos anaeróbicos Cocos Gram-positivos Espécie Peptococcus Espécie Peptostreptococcus Cocos Gram-negativos Espécie Veillonella Bastonetes Gram-positivos Espécie Lactobacillus Espécie Bifidobacterium Espécie Clostridium Espécie Eubacterium Espécie Propionibacterium Bastonetes Gram-negativos Espécie Bacteroides Diagnóstico clínico e laboratorial As características clínicas inerentes ao processo fornecem alguns subsídios para o diagnóstico. A queixa mais freqüentemente encontrada na VB é a de odor desagradável que piora após o coito e no período Peri-menstrual. 35 Esta exacerbação ocorre devido à volatilização de aminas aromáticas, na presença de sêmen e do sangue menstrual. O odor fétido é mais acentuado após as relações sexuais e ao final da menstruação, pois a alcalinização da vagina pelo esperma ou sangue menstrual reage com substâncias produzidas pelos microorganismos anaeróbios liberando aminas voláteis (putrescina e cadaverina) com odor semelhante a “peixe podre”.35 O corrimento vaginal, entretanto, costuma ser discreto, homogêneo, escasso, podendo ainda apresentar coloração variada: esbranquiçada, 13 acinzentada ou amarelada (Figura 1). O prurido estará ausente em quase todos os casos em que não haja outra infecção concomitante.35 Figura 1: Tratamento O tratamento e o controle da VB visam a restabelecer o equilíbrio da microbiota vaginal, mediante a redução da população de germes anaeróbios e um possível incremento dos Lactobacillus produtores de peróxido de hidrogênio. Os derivados imidazólicos ainda se constituem na primeira opção terapêutica. O metronidazol é o antibiótico e antiparasitário de primeira linha da família dos nitroimidazólicos. O metronidazol é ativo para praticamente todos os anaeróbios. O metronidazol é totalmente absorvido por via oral, sendo amplamente difundido no plasma, sistema nervoso central, bile, brônquios, líquido peritoneal e órgãos intra- abdominais. 35 O metronidazol também atravessa a barreira placentária e o leite materno. O metronidazol é extensivamente metabolizado pelo fígado na forma de cinco metabólitos oxidativos e eliminado pela urina e fezes. 35 A meia-vida do metronidazol é de 6 a 10 horas. A dose recomendada para a vaginose bacteriana é de 400mg de 12 em 12 horas, durante sete dias ou 2g em dose única, de mais fácil adesão, embora para os casos de VB recorrente o tratamento prolongado pareça ser mais eficiente. Existe ainda a opção do 14 metronidazol via vaginal também por sete dias. A eficácia das duas vias para a VB parece ser semelhante. 36 As contra-indicações para a utilização deste produto são limitadas ao primeiro trimestre de gravidez e à hipersensibilidade a esta droga. As interações e reações adversas do metronidazol já foram bem estudadas. O metronidazol combinado ao álcool e ao dissulfiram pode causar desordens psiquiátricas, como delírio agudo e confusão mental. 35 As reações adversas mais freqüentes são dor epigástrica, náuseas e vômitos. Pode ser acompanhado menos freqüentemente por pancreatites, hepatites, urticária, cefaléia, convulsões, tonturas e choque anafilático. 35 Existem ainda outros derivados nitroimidazólicos mais potentes, como o tinidazol e o secnidazol, com indicações e efeitos colaterais semelhantes ao metronidazol, sendo utilizados na VB não complicada na dose única de 2g, com índices de cura semelhantes. 35 A clindamicina 300mg via oral a cada 12 horas ou vaginal (creme 2%), uma vez à noite, durante 3 dias ou o tiafenicol – 2,5g ao dia via oral durante dois dias pode ser uma alternativa para pacientes com vulvovaginites intensas ou recorrentes e/ou em pacientes imunodeprimidas, portadoras de VB associada a Mobiluncus (VB tipo II), sendo tão eficaz quanto o tratamento prolongado com o metronidazol, com uma tolerância bem maior. 37 4. CANDIDÍASE VULVOVAGINAL CVV é um distúrbio ocasionado pelo crescimento anormal de fungos do tipo leveduras na mucosa do trato genital feminino. Trata-se de uma infecção de vulva e vagina, causada por leveduras comensais que habitam a mucosa vaginal bem como a mucosa digestiva e respiratória. 38 Essas leveduras podem-se tornar patogênicas quando o sítio de colonização do hospedeiro passa a ser favorável ao seu desenvolvimento. 38Estão muito bem adaptadas ao corpo humano, por isso podem colonizá-lo sem produzir sinais de doença em condições de normalidade fisiológica. 39Colonizam as mucosas de 15 todos os seres humanos no decorrer ou pouco depois do nascimento, havendo sempre o risco de infecção endógena.40 A CVV é causada por fungos leveduriformes; a maioria deles pertencentes ao gênero Candida.38 Oitenta por cento a 90% dos casos são devidosa C. albicans; 10% a 20%, a outras espécies chamadas não-C. albicans (C. tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. parapsilosis, C. pseudotropicalis, C. lusitaniae). C. glabrata é a segunda espécie em freqüência nas CVV(43, 44, 46, 48). Porém, leveduras de outros gêneros também podem causar essa infecção: Saccahromycescerevisiae, Rhodutorula sp. e Trichosporon sp.(41, 45, 47) Figura 2: Candidiase vaginal Essa infecção caracteriza-se por prurido, ardor, dispareunia e pela eliminação de um corrimento vaginal em grumos, semelhante à nata de leite. Com freqüência, a vulva e a vagina encontram-se edemaciadas e hiperemiadas, algumas vezes acompanhadas de ardor ao urinar e sensação de queimadura. 50 As lesões podem-se estender por períneo, região perianal e inguinal.49 O corrimento, que geralmente é branco e espesso, é inodoro e, quando depositado nas vestes a seco, tem aspecto farináceo. Em casos típicos, nas paredes vaginais e no colo uterino aparecem pequenos pontos branco-amarelados. Os sintomas se intensificam no período pré-menstrual, quando a acidez vaginal aumenta. 51 A principal fonte de leveduras vaginais é o trato gastrointestinal, através de um processo chamado transmissão endógena. Elas são veiculadas para a vagina por auto-inoculação, onde se adaptam e se desenvolvem. 52 16 A transmissão sexual também é aceita, o que torna a CVV uma doença sexualmente transmissível (DST). Através da ação de enzimas como proteases e hidrolases, as leveduras que chegam à vagina penetram no seu epitélio superficial, ali permanecendo albergadas e podendo causar distúrbios imediatos ou constituir reservatório para reinfecções posteriores.52 Transmissão A transmissão da candidíase ocorre por meio de contato com mucosas e secreções em pele de portadores ou doentes, contato sexual, água contaminada, transmissão vertical durante o parto normal. 54 A relação sexual não é considerada a principal forma de transmissão, pois Candida spp. pode fazer parte da flora endógena em até 50% das mulheres assintomáticas.53 São também associados com uso de roupas justas e/ou sintéticas, doenças alérgicas, prurido, leucorreia e eritema. 55 Entretanto, observaram que 80% das participantes diagnosticadas com CVV usavam roupas íntimas feitas de tecido de algodão, consideradas ideais para evitar a infecção. 55 Tratamento Usualmente a candidíase vulvovaginal é tratada com derivados imidazólicos tópicos ou sistêmicos.56 Recomenda-se Isoconazol (nitrato), uso tópico sob a forma de creme vaginal durante sete dias ou óvulos em dose única. Como segunda alternativa, Tioconazol, pomada ou óvulo em dose única. Outros medicamentos são eficazes como Clotrimazol, Miconazol, Terconazol ou Nistatina em aplicação tópica. 54 A resistência aos antifúngicos tem representado um grande desafio para a clínica médica, frente às dificuldades observadas no tratamento da candidíase. Este aumento de resistência pode ser decorrente do uso de terapias seletivas com doses inadequadas ou devido ao uso crescente desses medicamentos na profilaxia de infecções fúngicas, o que pode levar à resistência clínica. 57 17 Assim, o uso inadequado de medicamentos e tratamento empírico pode explicar a resistência intrínseca aos azólicos de algumas espécies de Candida não- albicans, tais como C. glabrata, C. papapsilosis, C. tropicalis e C. guilliermondii. 58 O aumento de Candida não-albicans tem sido observado em episódios de recorrência e, também, relacionado à automedicação. A erradicação de C. albicans pode causar uma seleção de espécies como C. glabrata, resistentes a diferentes antifúngicos.59 5 - TRICOMONÍASE É uma vulvovaginite bem frequente, causada por um protozoário flagelado, o trichomonasvaginalis, que é unicelular, parasitando mais a genitália feminina que masculina. 35 Segundo Prof. Luc Montaignier, uma em três mulheres, no período de vida sexual ativa, teve, tem ou terá uma tricomoníase. A tricomoníase é essencialmente sexual, devendo chamar o(s) parceiro(s) para consulta e tratamento conjunto, diminuindo o número de recidivas, quando os parceiros são tratados.35 Nota-se que é uma infecção cervicovaginal, com o colo uterino apresentando microulcerações que dão um aspecto de morango ou framboesa, entretanto é uma cervicocolpite acometendo o epitélio escamoso e não a mucosa glandular primeiramente, na maioria das vezes. 35 No entanto é possível haver infecção endocervical glandular, assim como nas glândulas de Skene e Bartholin e na uretra. O processo inflamatório é muito intenso. Podendo veicular outros agentes infecciosos bacterianos e viróticos. 35 18 Figura 3: Não há impedimento para o flagelado sobreviver em meio ácido, no entanto, a transudação inflamatória das paredes vaginais eleva o pH para 6,7 a 7,5, e neste meio alcalino, pode surgir variada flora bacteriana patogênica, inclusive anaeróbica, estabelecendo-se a vaginose bacteriana associada, que libera as aminas com odor fétido, além de provocar as bolhas na descarga vaginal purulenta. 35 Vale ressaltar que por causa da resposta inflamatória muito intensa, há muitas evidências de que a tricomoníase resulta em alterações nucleares e halos inflamatórios celulares, que podem alterar a citologia oncótica, com resultados de lesões intra-epiteliais escamosas60, que desaparecem após a cura da tricomoníase. A trichomonasvaginalis foi descrita em 1836, por Alfred Donné, e publicada em uma revista da Academia de Ciências de Paris como “micróbio observado nas matérias purulentas genitais femininas e masculinas”, até que dois anos após ficou evidente que esta espécie habitava a vagina e, eventualmente passava pela uretra ou outras mucosas glandulares. O ser humano é seu único hospedeiro natural e trata-se de parasita extracelular que produz dióxido de carbono e hidrogênio, que reage com o oxigênio disponível, produzindo um ambiente anaeróbico, propício à sua produção. 35 Ela se alimenta de fungos, bactérias e eritrócitos, por fagocitose, para obter suas vitaminas essenciais. “Ela percebe” substâncias tóxicas e foge, como, por exemplo, as do metronidazol. 35 19 Infecta ambos os sexos, e estima-se que em torno de 5% da população haja infecção por este protozoário. Existe a transmissão não sexual, mais rara, pois o organismo pode sobreviver por algumas horas em toalhas úmidas ou roupas íntimas infectadas. Quando há contato com mulher infectada, após 48h, 70% dos parceiros 31 adquirem a infecção na parte interna do prepúcio, glande e/ ou uretra, até próstata. 35 Estudos mostram que a tricomóniase altera a ecologia vaginal intensamente, podendo provocar vaginose bacteriana e facilitar a aquisição de HIV por alteração da flora. Talvez o fato de produzir colpite com microerosões facilite ainda mais este evento, funcionando como doença ulcerativa genital. 35 Como o pH alcalino é fundamental para este parasita, existe relação inversa entre a colonização por fungos e o nível de desequilíbrio da flora causado pela tricomoníase, e, também pela vaginose bacteriana. Estas estão intimamente associadas, enquanto a associação delas com fungos não é comum. 35 6- CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO ( CTA) Define-se que o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) tem como objetivo apresentar estratégias para o aconselhamento e o diagnóstico de HIV, sífilis e hepatites B e C, juntamente aos demais serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), que realizam um atendimento de promoção, prevenção e equidade aos usuários. 61 Entende-se, que o papel do enfermeiro no CTA é de fundamental importância para as pessoas que buscam este serviço. Pontua-se que o trabalho realizado no CTA se estrutura no aconselhamento antes e após a testagem sorológica, tramando, assim, uma teia de assistencialismo que não se perde durante o processo de confirmação sorológicado cliente, além da dinâmica de serviço fundamentado na acessibilidade, gratuidade, anonimato e confidencialidade, agilidade, resolutividade e aconselhamento, sendo, também, de extrema importância que a equipe multidisciplinar seja muito bem treinada e saiba orientar os seus clientes.18 20 Consideram-se infecções sexualmente transmissíveis (IST) um grave problema de saúde pública, no Brasil e em todo o mundo, fazendo com que, principalmente, os países em desenvolvimento sofram um grande impacto socioeconômico. Salienta-se que, desde 1996, com a disponibilização gratuita da terapia antirretroviral (TARV) para o tratamento de pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), se observou a redução em 49% da taxa de mortalidade pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) e a diminuição das admissões hospitalares, confirmando, assim, a eficácia da terapia.19 Avalia-se que, devido aos bons resultados e ao aumento da expectativa e qualidade de vida proporcionada pela TARV, as infecções HIV/hepatite B (HBV), HIV/hepatite C (HCV) e HIV/Treponema pallidum (sífilis) se tornaram importantes fatores para a morbimortalidade entre indivíduos soropositivos. 19 Publicou-se, em 28 de abril de 2011, a Lei n° 12.401, que altera diretamente a Lei nº 8.080, de 1990, dispondo sobre a assistência terapêutica e a incorporação de tecnologias em saúde no âmbito do SUS. Define-se, por esta lei, que o Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (CONITEC), tem como atribuições a incorporação, a exclusão e a alteração de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição ou alteração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.20 Ressalta-se que os Protocolos Clínicos eDiretrizes Terapêuticas (PCDT) são documentos que visam a garantir o melhor cuidado de saúde possível diante do contexto brasileiro e dos recursos disponíveis no Sistema Único de Saúde. Nota-se que podem ser utilizados como materiais educativos aos profissionais de saúde, auxílio administrativo aos gestores, regulamentação da conduta assistencial, perante o Poder Judiciário, e para a explicitação de direitos aos usuários do SUS.20 Observa-se, que a investigação da presença de coinfecção pelo HBV, HCV e sífilis em HIV positivos é de extrema importância para a saúde pública, com isso, podem ser feitas a tomada de decisão e a distribuição dos recursos públicos necessários para a prevenção e tratamento. 19 Defende-se que os resultados desta investigação podem ser de suma importância para a avaliação da carga de hepatites virais e sífilis em pessoas 21 vivendo com HIV/Aids e realizar medidas preventivas para grupos vulneráveis à coinfecção. 19 Constata-se, que o tratamento das IST’s deve ser realizado em unidades de atenção primária, por meio da abordagem sindrômica, estratégia recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS) do Brasil. Possibilitam-se, com essa estratégia, prever o diagnóstico precoce e realizar o tratamento imediato das pessoas acometidas, evitando perdas, sequelas e a transmissão de doenças. 61 Permite-se, assim, a realização do atendimento mesmo em locais de difícil acesso, onde há poucos recursos, situação que ocorre normalmente nos países em desenvolvimento. 21 Pontua-se, que os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) são serviços de saúde que, em parceria com os demais serviços do Sistema Único de Saúde, trabalham para elaborar estratégias importantes na promoção da equidade de acesso ao aconselhamento e ao diagnóstico do HIV, das hepatites B e C e da sífilis. 22 Tem-se, como objetivo, atuar, também, na prevenção dessas e das demais infecções sexualmente transmissíveis (IST), favorecendo segmentos populacionais em situação de maior vulnerabilidade, com respeito aos direitos humanos, à voluntariedade e à integralidade da atenção, sem restrições territoriais.22 7- HIV Salienta-se, que há estudos para a formação de um movimento forte para a construção de uma nova narrativa sobre o tratamento do HIV e uma nova meta definitiva e ambiciosa, porém, alcançável: até 2020, 90% de todas as pessoas vivendo com HIV saberão que têm o vírus; até 2020, 90% de todas as pessoas com infecção pelo HIV diagnosticada receberão terapia antirretroviral ininterruptamente e, até 2020, 90% de todas as pessoas recebendo terapia antirretroviral terão supressão viral. 61 22 Postula-se que, quando esta meta for alcançada, pelo menos, 73% de todas as pessoas vivendo com HIV no mundo terão supressão viral, uma estatística três vezes maior que as atuais estimativas.24 Avalia-se que o progresso ocorrido nas áreas mais afetadas do mundo, o leste e o sul da África, tem sido impressionante. 61 Registra-se que, com a aceleração do tratamento em combinação com as intervenções de prevenção existentes, as mortes relacionadas à Aids diminuíram quase pela metade nos últimos seis anos, e novas infecções diminuíram em cerca de 1,1 milhão para cerca de 790 mil, uma redução de 29%. 61 Verifica-se que o progresso da região é comparável ao da América Latina e, se for sustentado, ambas alcançarão, provavelmente, os objetivos junto à Europa e América do Norte, que já atingiram o objetivo de 2020.25 Constata-se, que o Brasil é o país que apresenta o maior número de casos da síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) na América Latina, com os primeiros casos registrados no início da década de 80. 61 Compreende-se que a doença passou a ser reconhecida como um fenômeno social, após a desmistificação da ideia de que acometia somente grupos restritos de risco, como, por exemplo, os homossexuais e os hemofílicos.26 Ressalta-se que a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a sua manifestação clínica em fase avançada, ou síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids), ainda são consideradas um problema de saúde pública de grande relevância na atualidade, em função do seu caráter pandêmico e da sua transcendência. Nota-se que os indivíduos infectados pelo HIV, sem tratamento, evoluem para uma grave disfunção do sistema imunológico, à medida que vão sendo destruídos os linfócitos T CD4+, entre as principais células alvo do vírus. 61 23 Figura 4: Acesso Google em 02/07/2020 10:37hs https://www.google.com/search?q=hiv&tbm Reforça-se que a história natural dessa infecção vem sendo alterada, consideravelmente, pela terapia antirretroviral (TARV), iniciada no Brasil em 1996, resultando no aumento da sobrevida dos pacientes, mediante a reconstituição das funções do sistema imunológico e a redução de doenças secundárias.27 Aponta-se, que o HIV-1 e HIV-2 são retrovírus da família Lentiviridae, pertencentes ao grupo dos retrovírus citopáticos e não oncogênicos, necessitando, para se multiplicar, de uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela transcrição do ácido ribonucleico (RNA) viral para uma cópia do ácido desoxirribonucleico (DNA), que pode, então, se integrar ao genoma do hospedeiro. 27 Verifica-se que o HIV pode ser transmitido por via sexual, pelo sangue (via parenteral e de mãe para filho) e pelo leite materno e, desde o momento de aquisição da infecção, o portador do HIV é transmissor. Sabe-se que a transmissão pode ocorrer mediante: relações sexuais desprotegidas; utilização de sangue ou seus derivados não testados ou não tratados adequadamente; recepção de órgãos ou sêmen de doadores não testados; reutilização e compartilhamento de seringas e agulhas e acidente ocupacional durante a manipulação de instrumentos perfurocortantes contaminados com sangue e secreções de pacientes. 27 24 Comprova-se que o período de incubação e o tempo entre a infecção pelo HIV e o aparecimento de sinais e sintomas da fase aguda, denominada síndrome retroviral aguda (SRA), é deuma a três semanas, e o período de latência após a infecção aguda, o tempo de desenvolvimento de sinais e sintomas da Aids é, em média, de dez anos. Contrapõe-se, entretanto, que os sinais e sintomas de imunodeficiência associada à infecção pelo HIV, não Aids, podem aparecer com tempo de latência variável após a infecção aguda. 27 Podem-se considerar, no Brasil, o público gay e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), as mulheres profissionais do sexo, travestis, transexuais e pessoas que usam drogas como populações-chave. 27 Relata-se que, uma vez agravada a imunodepressão, o portador da infecção pelo HIV apresenta infecções oportunistas (IO), causadas por microrganismos não considerados usualmente patogênicos, ou seja, não capazes de desencadear doenças em pessoas com o sistema imune normal; no entanto, microrganismos normalmente patogênicos também podem, eventualmente, causar IO. Confirma-se que, porém, nessa situação, as infecções necessariamente assumem um caráter de maior gravidade ou agressividade, para serem consideradas oportunistas.27 Refere-se o teste rápido, ao teste de HIV que deve ser realizado em local que permite fornecer o resultado durante o período de atendimento do cliente, como durante a consulta médica, atendimento em Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), atendimento em domicílio, atendimento em unidade de testagem móvel, em organização não governamental, entre outros. Orienta-se que, assim que é diagnosticado como portador da infecção pelo HIV, o indivíduo deve ser encaminhado de imediato para um atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do SUS ou para um Serviço de Assistência Especializada (SAE).27 Pode-se obter a amostra de sangue por punção da polpa digital ou por punção venosa em tubo contendo anticoagulante. Prefere-se o sangue coletado por punção digital porque permite a testagem na presença do cliente, proporcionando um resultado de imediato e preciso.27 Definem-se as hepatites virais como doenças causadas por diferentes tipos de vírus hepatotrópicos que têm as suas características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas, e os mais relevantes são os vírus A (HAV), B (HBV), C (HCV), 25 D (HDV) e E (HEV). Pontua-se que esses vírus são pertencentes, especificamente, às seguintes famílias: Picornaviridae, Hepadnaviridae, Flaviviridae, Deltaviridae e Hepeviridae.27 Especifica-se que a hepatite B é considerada suscetível aos indivíduos com perfil sorológico HBsAg, anti-HBc e anti-HBs negativos, concomitantemente. 27 Define-se a imunidade adquirida naturalmente pela presença do anti-HBc e anti-HBs reagentes. Percebe-se que o anti-HBc pode ser o único indicador da imunidade natural detectável, pois, com o tempo, os níveis de antiHBs podem se tornar indetectáveis. Salienta-se que a vacina contra a hepatite B induz a formação de anti-HBs isoladamente.27 Constata-se que a hepatite C é suscetível aos indivíduos com perfil sorológico anti-HCV negativo. Aponta-se que o cliente infectado pelo vírus C apresenta a sorologia anti-HCV reagente por um período indefinido, porém, esse padrão não distingue se houve a resolução da infecção ou se o mesmo se tornou portador crônico. Alerta-se que ainda não existe vacina para a hepatite C. 27 Afirma-se que, assim que o indivíduo entra em contato com o vírus, ele desenvolve a hepatite aguda assintomática ou sintomática. Entende-se que esse quadro agudo pode ocorrer na infecção por qualquer um dos vírus e possui os seus aspectos clínicos e virológicos limitados aos primeiros seis meses. Verifica-se que o período prodrômico ou pré-ictérico ocorre após o período de incubação do agente etiológico e anteriormente ao aparecimento da icterícia. 27 Descreve-se que os sintomas são inespecíficos: anorexia; náuseas; vômitos; diarreia ou, raramente, constipação; febre baixa; cefaleia; mal-estar; astenia e fadiga; aversão ao paladar ou olfato; mialgia; fotofobia; urticária; artralgia ou artrite e exantema papular ou maculopapular. 27 Revela-se que, com o aparecimento da icterícia, há uma diminuição dos sintomas prodrômicos. Observa-se que, na fase de convalescência, há o desaparecimento da icterícia. Constata-se que a recuperação completa ocorre após algumas semanas, mas a fraqueza e o cansaço podem persistir por vários meses.27 26 Postula-se, que a hepatite B pode ser detectada por meio de testes rápidos ou laboratoriais. Identifica-se o HBsAg (antígeno de superfície do HBV) como o primeiro marcador da infecção, detectável em torno de 30 a 45 dias após a infecção, e pode permanecer detectável por até 120 dias nos casos de hepatite aguda. Caracterizase, se continuar por mais de seis meses, a infecção crônica. 27 Compreende-se que o Anti-HBcIgM é um marcador de infecção recente que, geralmente, surge 30 dias após o aparecimento do HBsAg, e é encontrado no soro até 32 semanas após a infecção. Aponta-se que o Anti-HBc Total é a expressão que se refere a um teste capaz de detectar anticorpos anti-HBc das classes IgG e IgM. Confere-se imunidade ao HBV pelo Anti-HBs (anticorpos contra o antígeno de superfície do HBV) quando presente nos títulos adequados (pelo menos, 10UI/mL). 27 Pontua-se que o seu surgimento, normalmente, está associado ao desaparecimento do HBsAg, atuando como um indicador de cura e imunidade, e está presente isoladamente em pessoas que tomaram a vacina contra o HBV. 27 Define-se que o HBV DNA é o material genético do vírus. Corresponde-se a sua quantificação à carga viral circulante no indivíduo. Ressalta-se que, por ser um indicador direto da presença do vírus, pode ser usado como teste confirmatório no diagnóstico da infecção pelo HBV.27 Pode-se detectar, em relação à hepatite C, o Anti-HCV (anticorpo contra o HCV) por meio do teste rápido ou teste sorológico laboratorial. Trata-se do marcador que indica o contato prévio com o vírus. Identifica-se na infecção aguda ou crônica e no paciente curado, não diferenciando, portanto, a fase da doença. Registra-se que, após a infecção, esse marcador demora de oito a 12 semanas para ser detectado, mantendo-se reagente indefinidamente. 27 Utiliza-se o HCV RNA (RNA do HCV) para comprovar a presença do vírus, e pode ser detectado entre uma a duas semanas após a infecção. Salienta-se que, quando não detectado, pode indicar a cura ou resposta sustentada ao tratamento.27 27 8- SÍFILIS Define-se a sífilis como uma infecção bacteriana sistêmica, de evolução crônica, causada pelo Treponema pallidum. Verifica-se que, quando não tratada, progride ao longo de muitos anos, sendo classificada como sífilis primária, secundária, latente recente, latente tardia e terciária. Considera-se o T. pallidum como uma bactéria gram-negativa, do grupo das espiroquetas, de alta patogenicidade.27 Apura-se que o modo de transmissão pode ser sexual, vertical ou sanguíneo, sendo que a transmissão sexual é a principal. Reconhece-se que os sítios de inoculação do T. pallidum são, em geral, os órgãos genitais, podendo ocorrer, também, manifestações extragenitais (lábios, língua e áreas da pele com solução de continuidade). 27 Aponta-se que a transmissão vertical pode ocorrer durante toda a gestação, resultando, muitas vezes, em graves danos para o feto ou para a criança. Observa- se que o período de incubação dura de dez a 90 dias e apresenta uma média de 21 dias a partir do contato sexual infectante.27 Alerta-se que a transmissibilidade da sífilis adquirida requer a presença de lesões (cancro duro, condiloma plano, placas mucosas, lesões úmidas); em gestantes, a sífilis pode ser transmitida para o concepto (transmissão vertical) por via transplacentária, em qualquer fase da gestação, sendo a maior probabilidade de infecção na fase primária e a menor, na fase latente.28 Sabe-se que a doença pode ou não ter expressão clínica logo após a infecção, sendoimportante que o profissional saiba conduzir a investigação laboratorial após a suspeita de risco de infecção pelo HIV. Considera-se imprescindível, além disso, conhecer os conceitos de janela epidemiológica e soroconversão.27 Define-se a janela epidemiológica como o tempo decorrido entre a infecção e o aparecimento ou detecção de um marcador da infecção; a duração desse período depende do tipo do teste. 27 Denomina-se soroconversão o período que denota o processo de desenvolvimento de anticorpos contra um patógeno específico.27 28 Relata-se que o indicado, em média, para o período de janela imunológica, é de 30 dias, pois, nele, a maioria dos indivíduos apresentará resultados positivos nos conjuntos de testes diagnósticos para a detecção da infecção pelo HIV. 27 Postula-se que, em caso de suspeita de infecção pelo HIV, uma nova amostra deverá ser coletada 30 dias após a data da coleta. Descreve-se que os objetivos do tratamento são melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida, pela redução da carga viral e reconstituição do sistema imunológico.27 Entende-se que a sífilis é uma infecção bacteriana de caráter sistêmico, curável e exclusiva do ser humano, causada pelo T. pallidum, uma bactéria gram- negativa do grupo das espiroquetas, descoberta em 1905. 27 Estabelece-se que todos os profissionais de saúde devem estar aptos a reconhecer as manifestações clínicas da sífilis, assim como a interpretar os resultados dos exames laboratoriais, que desempenham um papel fundamental no controle da infecção e permitem a confirmação do diagnóstico e o monitoramento da resposta ao tratamento.28 Figura 5: Acesso Google em 02/07/2020 10:37hshttps://www.google.com/search?q=SIFILIS+primaria 29 Figura 6: Acesso Google em 02/07/2020 10:37hshttps://www.google.com/search?q=SIFILIS+secundaria Figura 7: Acesso Google em 02/07/2020 10:37hs https://www.google.com/search?q=SIFILIS+terciaria Identifica-se a penicilina como um dos medicamentos que podem ser utilizados para o tratamento da sífilis. Devem-se seguir os pacientes em intervalos mais curtos, a cada 60 dias; no caso das gestantes, devem ser avaliadas mensalmente, com o teste não treponêmico, considerando a detecção da possível indicação de retratamento devido à possibilidade de falha terapêutica.28 30 9- HEPATITE B Ressalta-se que a hepatite viral B é uma infecção de transmissão parenteral, predominantemente, pela via sexual. Reforça-se que a transmissão vertical também pode ocorrer, ocasionando uma evolução desfavorável, com maior chance de cronificação. 28 Acrescenta-se que, diferentemente da hepatite viral A, as infecções causadas pelo HBV são habitualmente anictéricas em mais de dois terços das pessoas infectadas.28 Estima-se que aproximadamente 5% a 10% das pessoas infectadas se tornam portadoras crônicas do HBV (do inglês Hepatitis B Virus). Calcula-se que cerca de 20% a 25% dos casos crônicos de hepatite B que apresentam replicação do vírus evoluem para a doença hepática avançada. Notase que a infecção pelo HBV também é condição para o desenvolvimento da hepatite D, causada pelo vírus Delta.28 Revela-se que o HBV apresenta uma elevada infectividade e permanece viável durante um longo período quando fora do corpo (por exemplo, em uma gota de sangue). Recomenda-se a vacinação contra a hepatite B para todas as pessoas, independentemente da idade e/ou condições de vulnerabilidade (Nota Informativa nº 149/2015 – CGPNI/DEVIT/SVS/MS). Indica-se, para as áreas endêmicas, como a região Norte, a realização de sorologia para hepatite B prévia e a vacinação das pessoas suscetíveis.28 Afirma-se que, apesar da progressão da cobertura vacinal e do acesso ampliado às orientações para a prevenção das IST's, ainda há um crescente número de diagnósticos de hepatite B, com aproximadamente dez mil novos casos detectados e notificados anualmente. 28 Soma-se esse índice ao número expressivo de portadores já diagnosticados e em acompanhamento, elevando o impacto da doença no território brasileiro.28 31 10- HEPATITE C Conhece-se a hepatite C como uma infecção de transmissão principalmente parenteral. Marca-se a história natural do HCV pela evolução silenciosa; muitas vezes, a doença é diagnosticada décadas após a infecção, e os sinais e sintomas são comuns às demais doenças parenquimatosas crônicas do fígado, manifestando-se apenas em fases mais avançadas. Compõe-se o tratamento para a hepatite C por medicamentos antivirais por um longo período de tempo, até que o corpo do paciente esteja totalmente livre do vírus.28 10.1 - Planejamento Familiar, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos. O Planejamento familiar e os Direitos Sexuais e Reprodutivos têm como principal objetivo dentro da consulta de Enfermagem Ginecológica a orientação das mulheres quanto ao direito de ter ou não ter filhos, a liberdade em decidir quantos filhos querem e em que momento da vida realizará, bem como garantir as mesmas o exercício pleno de sua sexualidade, independente de sua cor, estado civil, idade, condição física, orientação sexual.16 Cabe ao enfermeiro também as orientações as usuárias sobre todos os métodos contraceptivos e de prevenção as DST/HIV/aids e Hepatites virais existentes na rede do SUS, e não compete a nenhum profissional de saúde privilegiar um método em relação ao outro, pois este deve ser escolhido de acordo com a realidade de cada usuária, e sua decisão e autonomia respeitada, cabendo ao enfermeiro e demais profissionais de saúde apenas a garantia, o acesso e o esclarecimento em relação a cada insumo.16 As atividades educativas devem ser desenvolvidas com o objetivo de oferecer à clientela os conhecimentos necessários para a escolha e posterior utilização do método anticoncepcional mais adequado, assim como propiciar o questionamento e reflexão sobre os temas relacionados com a prática da anticoncepção, inclusive a sexualidade. 8 32 Estimular as mulheres a conhecer a fisiologia e funcionamento de seu corpo é de suma importância para as ações do Planejamento Familiar e dos Direitos Sexuais e Reprodutivos e devem fazer parte em todas as etapas da consulta de enfermagem em ginecologia. Considerando que a aids vem se tornando uma das principais causas de morte entre as mulheres jovens, é fundamental que se estimule a prática da dupla proteção, ou seja, a prevenção simultânea das DST, inclusive a infecção pelo HIV/aids e a gravidez indesejada.Isso pode se traduzir no uso do preservativo masculino e feminino ou na opção de utilizá-los em associação a outro método anticoncepcional da preferência do individuo ou casal. 8 Podemos dizer que no ano de 1996 com a aprovação de um projeto de lei no Brasil ocorreu um marco histórico em todas as ações que regulamentam o planejamento familiar.16 A Lei n.9.263, de 12 de janeiro de 1996, estabelece que todas as instâncias gestoras do SUS, em todos os seus níveis, estão obrigadas a garantir a mulher, ao homem ou ao casal,em toda a sua rede de serviços, assistência a concepção e contracepção como parte das demais ações que compõem a assistência integral à saúde.4 11 - ENDOMETRIOSE Nos últimos anos, tem crescido a necessidade de formular e implantar ações que proporcionasse uma prática ativa, consciente, comprometida com a prevenção e promoção em saúde, proporcionando qualidade de vida ao sujeito assistido, bem como à família; mas como um sistema dinâmico, mas que contribuísse como um todo para que a equipe de enfermagem colocasse em prática seu plano de cuidados com a mulher e sua família.62 A endometriose é uma doença que acomete as mulheres em sua fase reprodutiva, trazendo como consequência uma má qualidade de vida para a população feminina. Bem como desconfortos, o que pode ocasionar comprometimento psíquico, fisiológico,conjugal e social. 62 33 Como podemos perceber nos estudos de Ribeiro et al. (2004) que apontam para uma grande importância de um diagnóstico e tratamento eficaz para as mulheres nesta faixa etária, proporcionando uma atenção especial afim de que essas jovens vivam sem o desconforto causado pela doença, sem comprometer a reprodução, suas atividades diárias e laborais. 62 A prevalência da Endometriose na população feminina varia de 5 a 15 %, chegando até 60% se estudarmos apenas pacientes com infertilidade. Mulheres com endometriose têm 20 vezes mais chances de serem inférteis (Muse, Wilson, 1982; Koninckx, 1994). 62 A endometriose é uma doença que afeta a mulher em idade reprodutiva, sendo caracterizada por implante e crescimento de tecido endometrial (glândulas e/ou estroma) fora da cavidade uterina. Tem sido observada em 5 a 10% das pacientes submetidas a laparotomias ginecológicas, 20 a 50% das mulheres com infertilidade1 e 60 a 70% das portadoras de dor pélvica crônica. 64 Esta afecção pode cursar com uma grande diversidade de manifestações clínicas. Podemos encontrar desde pacientes oligo ou assintomáticas até quadros de dor pélvica intensa, sintomas decorrentes de lesão em órgãos não reprodutivos e infertilidade. 62 Os sintomas associados a esta doença geram repercussão em todos os aspectos na vida de suas portadoras, devendo-se dispensar especial atenção a todas as queixas. 65 O tratamento deve ser individualizado, considerando sempre os sintomas da paciente e o impacto da doença e do tratamento sobre a qualidade de vida. Uma equipe multidisciplinar especializada deve ser (sempre que possível) envolvida, na tentativa de fornecer um tratamento capaz de abranger todos os aspectos bio- psico-sociais da paciente.62 Tratamento da infertilidade associada à endometriose Em casais normais a fecundidade varia de 0,15 a 0,20 por mês, declinando com a idade. 66A fecundidade mensal de mulheres inférteis com endometriose é significativamente menor, e varia de 0,02 a 0,15. Alguns estudos relatam que 20 a 50% das mulheres inférteis têm endometriose e 30 a 50% das mulheres com 34 endometriose são inférteis, sugerindo um possível papel da endometriose na etiopatogênese da infertilidade. 62 Nos casos de endometriose moderada e severa, em que geralmente se identifica comprometimento morfológico da anatomia pélvica, é clara a associação entre esta afecção e a infertilidade subseqüente, embora uma demonstração clara de relação causal ainda não tenha sido estabelecida. Nos casos de doença mínima e leve, em que não se observa alteração mecânica no trato reprodutivo, esta associação torna-se ainda mais controversa. Contudo, alguns estudos têm evidenciado menores taxas de fecundidade mesmo neste grupo de pacientes (0,024 e 0,019), quando comparadas com mulheres férteis normais (0,15 a 0,20 )68, 69 Tratamento clínico medicamentoso Alguns ensaios clínicos randomizados e controlados (RCT) demonstraram que a administração de danazol, progestágenos ou agonistas do (GnRHa) não foi efetiva no tratamento da infertilidade associada a endometriose mínima ou leve. 74 Alguns estudos sugerem haver aumento nas taxas de gestação se uma supressão ovariana prolongada, com GnRHa, for realizada antes do ciclo de reprodução assistida (RA). 74 Uma recente revisão da Cochrane sugere que a administração de análogos de GnRH por um período de 3 a 6 meses antes de fertilização in vitro (FIV) ou injeção intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI) em mulheres com endometriose aumenta em quatro vezes a probabilidade de gravidez clínica.74 Dados sobre os efeitos potencialmente adversos desta abordagem terapêutica na mãe ou no feto ainda não estão disponíveis. 74 Tratamento cirúrgico Os objetivos principais da cirurgia em pacientes com endometriose é retirar a maior quantidade de tecido possível e restabelecer a anatomia normal da pelve. O manejo delicado do tecido e a hemostasia meticulosa são fundamentais para evitar a formação de novas aderências e focos endometrióticos.75 35 A ablação de lesões endometrióticas, associada àadesiólise, para melhorar a fertilidade nos casos de endometriose mínima e leve é efetiva se for comparada com a laparoscopia diagnóstica apenas. 76 Durante a realização de laparoscopia diagnóstica em paciente infértil se for identificada presença de endometriose mínima ou leve, deve-se proceder à ablação cirúrgica das lesões e adesiólise. A conduta a seguir, seja indicação de procedimento de RA ou expectante, deve considerar entre outros, fatores como idade da paciente, tempo de infertilidade, tipo e resultados de tratamentos prévios, presença ou não de fator masculino associado. 62 A avaliação da indicação cirúrgica deve considerar, entre outros, fatores como idade da paciente e presença de outras causas de infertilidade associadas. Apesar da controvérsia, não recomendamos adiar a indicação de procedimentos de RA a pacientes inférteis com idade > 35 anos em prol da conduta expectante devido à redução no potencial reprodutivo inerente ao avanço na idade. 62 Endometriomas Uma revisão recente da Cochrane, para determinar a técnica cirúrgica mais efetiva no tratamento de endometriomas, ablação ou exérese da cápsula, avaliou dois estudos randomizados sobre o manejo laparoscópico de endometriomas com diâmetro. 62 Dois RCT foram incluídos na análise. Os resultados demonstraram que a exérese laparoscópica da cápsula estava associada à diminuição tanto na taxa de recorrência do endometrioma (OR = 0,41; IC95% = 0,18-0,93) como na necessidade de reintervenção (OR = 0,21; IC95% = 0,05-0,79), além do aumento na taxa de gravidez espontânea (avaliada 12 a 24 meses após a abordagem cirúrgica) em mulheres com subfertilidade documentada (OR = 5,21; IC95% = 2,04- 13,29). 81 Independentemente da técnica cirúrgica utilizada, recomenda-se enviar para análise anatomopatológica parte da cápsula do endometrioma para confirmar o diagnóstico clínico e excluir a presença de malignidade (risco estimado de malignização de 0,7%). 81 36 Segundo a última publicação da Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE)18, a exérese laparoscópica de endometriomas com diâmetro > 4 cm melhora a fertilidade, caracterizada pelo aumento nas taxas de gestação espontânea após a intervenção cirúrgica, se comparada à drenagem e coagulação da pseudocápsula 20,21, estando ao mesmo tempo associada a um menor risco para recorrência do cisto. 82 Contudo, acreditamos que a adoção de tratamento cirúrgico como abordagem exclusiva para infertilidade associada à endometriose requer individualização do caso, como foi mencionado anteriormente. Tecnologias de reprodução assistida A realização de estimulação ovariana controlada com citrato de clomifeno ou gonadotrofinas, associada à inseminação intra-uterina, melhora a fertilidade em pacientes com endometriose mínima e leve. Sugerimos que esta conduta seja adotada, considerando a idade da paciente (preferencialmente < 35 anos), exclusão de fator masculino severo e de falha em tentativas similares prévias, ressaltando-se as taxas esperadas de fecundidade por ciclo (0,09 a 0,13). 83,84 Tratamento de endometriose associada à dor pélvica O uso de terapia medicamentosa para endometriose é baseado no fato de que a endometriose responde a hormônios. Duas condições fisiológicas, gravidez e menopausa, estão freqüentemente associadas à resolução da dor provocada pela endometriose. 62 Os análogos farmacológicos destas condições são os progestágenos e contraceptivos orais combinados, que levam a condições hormonais semelhantes à vista durante a gravidez, e os androgênios e GNRHa, que promovem supressão do estrogênio endógeno. Segundo as evidências documentadas a seguir, pode-se concluir que o tratamento clínico medicamentoso para dor pélvica associadaàendometriose é altamente eficaz, com taxas de sucesso que variam de 80 a 100% de melhora e um intervalo livre dos sintomas que pode chegar a dois anos. As drogas hormonais investigadas - acetato de medroxiprogesterona (AMP), gestrinona, COC, danazol e GnRHa mostram-se igualmente efetivas no alívio da dor. Contudo, os efeitos 37 adversos apresentados e os custos são diferenciados e devem ser levados em consideração quando da escolha terapêutica. 80 Tratamento cirúrgico da endometriose associada à dor pélvica Uma avaliação adequada da eficácia das diferentes técnicas cirúrgicas utilizadas na abordagem da endometriose associada à dor pélvica fica dificultada pelo pequeno número de trabalhos randomizados e controlados existentes. Dependendo da gravidade da doença encontrada, a prática ideal consiste em realizar o diagnóstico e a exérese cirúrgica dos focos de endometriose no mesmo ato operatório. Assim, recomenda-se obter o consentimento livre e esclarecido no pré-operatório, abrangendo caracterização do procedimento que poderá ser realizado, complicações possíveis e taxas de sucesso. Não há dados concretos que justifiquem a prescrição de tratamento hormonal antes da cirurgia, para melhorar as taxas de sucesso na abordagem cirúrgica. 80 O tratamento pós-operatório com danazolGnRHa por seis meses, após a cirurgia, reduz a dor associada a endometriose e posterga a recorrência da doença, quando comparado com placebo ou conduta expectante. Contudo, o tratamento pós-operatório com COC parece não ser tão efetivo. 80 O tratamento cirúrgico pode ser dividido em duas categorias, conservador ou radical, sendo o conservador o que preserva a fertilidade da paciente e o radical aquele que leva à histerectomia e à salpingooforectomia bilateral. Este é erroneamente considerado como tratamento definitivo para endometriose, pois cursa com taxas de recidiva da dor pélvica crônica em até 10% dos casos68. 80 Por esta razão, parece impróprio considerá-lo definitivo. Contudo, caso a histerectomia e a salpingooforectomia bilateral tenham sido realizadas em pacientes jovens, recomenda-se prescrever terapia de reposição hormonal, cujo melhor regime ainda não está bem estabelecido. Desta forma, deve-se individualizar a prescrição, considerando a relação risco-benefício da terapia de reposição hormonal para cada caso particular.80 38 Tratamento laparoscópico A destruição das lesões por coagulação, fulguração ou vaporização ou a exérese das lesões superficiais mostram resultados semelhantes quanto à melhora na dor pélvica associada à endometriose. 85 Em um estudo prospectivo e controlado, demonstrou-se que a destruição das lesões endometrióticas tem efeito benéfico, quando comparada apenas com laparoscopia, sem a destruição das lesões. 86Resultado semelhante foi encontrado por Abbott et al. (2004)87, mostrando que as lesões superficiais devem ser sempre destruídas. O Enfermeiro deve compreender o que é a endometriose e os tipos de tratamento para uma abordagem eficiente das pacientes durante a consulta de enfermagem. Com o intuito de conduzir a paciente para os profissionais responsáveis pelo diagnóstico e tratamento. Contribuindo para uma melhor qualidade de vida da paciente. Durante a realização do planejamento familiar ou mesmo na consulta de enfermagem deverá ser oferecido aos usuários os testes rápidos, para detecção de doenças sexualmente transmissíveis. Os resultados deverão ser entregues para os pacientes após orientação sobre os tratamentos. O acompanhamento da realização do tratamento e a busca ativa dos casos faltosos,deverão ser de responsabilidade da equipe de saúde, sendo o enfermeiro responsável por coordenar o trabalho da equipe. . 39 1. 12 - CONCLUSÃO Todas as orientações em saúde e as ações de prevenção, promoção e tratamento a saúde da mulher realizada pelos Enfermeiros no Setor de Enfermagem Ginecológica, são realizadas e estão respaldadas segundo as normas técnicas e manuais do Ministério da Saúde. Os Enfermeiros envolvidos com a assistência ginecológica devem prezar sempre pela autonomia das usuárias nestes serviços de saúde e garantir as mesmas o acesso universal aos demais serviços de saúde do SUS. É promovendo a arte do acolhimento e do aconselhamento em ginecologia que encontraremos maneiras mais eficazes de lutar por uma saúde mais justa, digna e mais próxima das reais demandas das inúmeras cidadãs brasileiras que buscam por este cuidado. Conclui-se, de acordo com os dados estudados, que as infecções sexualmente transmissíveis estão presentes na população em geral e que o CTA Itinerante pode contribuir para identificar novos casos e, consequente-mente, para que sejam encaminhados para o tratamento o mais precoce- mente possível, propiciando benefícios pessoais e de saúde pública e levando a um prognóstico favorável. Avalia-se, também, com base nos estudos apresentados, que uma pessoa vivendo com HIV, que tenha a carga viral suprimida de forma sustentada, não apresenta riscos de transmissão do HIV. Defende-se que este conhecimento tem o potencial para alterar as percepções negativas em torno da doença, colaborando, assim, para a minimização do estigma relativo ao vírus. Entende-se que, quanto mais PVHIV tiverem o diagnóstico realizado, fizerem o tratamento adequadamente e apresentarem a sua carga viral indetectável, mais perto se chegará do fim da epidemia. Cabe destacar que apesar de antigo o campo da ginecologia dentro da Enfermagem, muito tem que ser feito e conquistado por estes profissionais, que demonstram habilidades praticas e cientificas para o cuidado integral, inovador e 40 transformador dentro da área da saúde da mulher respeitando as especificidades e singularidades de cada mulher. Para promover a saúde das mulheres é necessário um olhar mais amplo, valorizando seus aspectos sociais e psicológicos e não reduzindo a assistência somente aos aspectos biológicos, é necessário valorizar suas subjetividades, seu histórico de vida e suas demandas psicossociais. 41 13 - REFERÊNCIAS 1. ANDRADE, L. S. A trajetória de atendimento dos pacientes masculinos em um ambulatório de DST: relato de experiências. Humanid.Cienc.Soc,Fortaleza, v. 4, n. 2, p. 37-42, 2002. 2. BARBOSA, R. M. Negociação sexual ou sexo negociado. Poder gênero e sexualidade em tempos de AIDS. In: BARBOSA, R. M.; PARKER, R. (Org.). 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