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1 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Com certificado online 120 horas Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva Atayane Gomes Ferreira 1 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva Atayane Gomes Ferreira 120 horas Com certificado online SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4 1.1 TECNOLOGIA NA ÁREA DA ENFERMAGEM ......................................................... 6 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) ....................... 8 2.1 ETAPAS DA SAE ......................................................................................................... 11 2.1.1 Histórico de Enfermagem ........................................................................................... 11 2.1.1 Diagnóstico de Enfermagem ...................................................................................... 11 2.1.3 Planejamento .............................................................................................................. 12 2.1.4 Intervenções de Enfermagem ..................................................................................... 12 2.1.5 Avaliação de Enfermagem.......................................................................................... 13 AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ... 14 3.1 SISTEMA NEUROLÓGICO ........................................................................................ 15 3.1.1 Avaliação do Nível de Consciência ............................................................................ 15 3.1.2 Avaliação das Pupilas ................................................................................................. 18 3.1.3 Avaliação da Função Motora ...................................................................................... 19 3.1.4 Sedação ....................................................................................................................... 20 3.2 SISTEMA CARDIOVASCULAR ................................................................................ 22 3.2.1 Débito Cardíaco .......................................................................................................... 23 3.2.2 Pressão Arterial........................................................................................................... 24 3.2.3 Frequência Cardíaca ................................................................................................... 24 3.2.4 Monitorização da Pressão Venosa Central (PVC) ...................................................... 25 3.3 SISTEMA RESPIRATÓRIO ........................................................................................ 26 3.3.1 Pressão Parcial de Oxigênio (PAO2) ......................................................................... 26 3.3.2 Oximetria de Pulso ..................................................................................................... 27 3.3.3 Suporte Ventilatório ................................................................................................... 27 3.4 SISTEMA GASTROINTESTINAL .............................................................................. 28 3.4.1 Exame Físico Gastrointestinal .................................................................................... 28 3.5 SISTEMA ENDÓCRINO/METABÓLICO E RENAL ................................................ 29 3.5.1 Balanço Hídrico .......................................................................................................... 29 3.5.2 Controle Glicêmico Na UTI ....................................................................................... 30 AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 31 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 35 Atualização Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva 4 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 01 INTRODUÇÃO O modelo de atenção à saúde que conhecemos na unidade de terapia intensiva (UTI), historicamente, teve início com Florence Nightingale, que se baseou nos conceitos de triagem e vigilância contínua como determinantes do processo de cuidar. Em 1954 ocorreu a guerra da Criméia no qual Inglaterra, França e Turquia declaram guerra à Rússia. Os soldados vinham à óbito pelas condições precárias, porém a taxa de mortalidade foi reduzida com intervenções de cuidados mais complexos e especializados. Os pacientes foram classificados de acordo com o grau de gravidade, onde os mais graves ficassem próximos à enfermagem com monitorização contínua. O avanço das práticas assistenciais rudimentares para práticas baseadas em conhecimento e evidência científica contribuiu para o aumento da sobrevida e dos resultados positivos na assistência prestada, implicando na resolutividade dos problemas que afligiam o paciente crítico e que antes não podiam ser tratados. Dessa forma, o objetivo básico da unidade de terapia intensiva é recuperar ou dar suporte às funções vitais dos pacientes em um ambiente físico e psicológico adequado. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um local com equipamentos de tecnologia de ponta, destinada a pacientes que necessitam de cuidados complexos e monitorização continua. Caracterizada por ser um ambiente inóspito, com ruídos, alarmes, iluminação constante, realização de procedimentos invasivos e movimentação de profissionais torna-se ainda mais depressor e estressor ao paciente. A vivência em UTI possibilita-nos afirmar que essas unidades possuem algumas características próprias, como: a convivência diária dos profissionais e dos sujeitos doentes com as situações de risco; a ênfase no conhecimento técnico-científico e na tecnologia para o atendimento biológico, com vistas a manter o ser humano vivo; a constante presença da morte; a ansiedade, tanto dos sujeitos hospitalizados quanto dos familiares e trabalhadores de saúde; as rotinas, muitas vezes, rígidas e inflexíveis; e a rapidez de ação no atendimento. Unidade 1 - Introdução 5 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). As UTIs são unidades complexas, destinadas ao atendimento de pacientes graves, que demandam espaço físico específico, recursos humanos especializados e instrumental tecnológico avançado, o que as tornam unidades de alto custo. Consequentemente, por causa dessa complexidade, surge a necessidadede profissionais cada vez mais competentes, que integrem organização, planejamento, trabalho em equipe, conhecimento científico, liderança, comunicação, relacionamento interpessoal, promoção de cuidados, ensino e pesquisa, com otimização de recursos e uma assistência especializada de qualidade e segura. Os enfermeiros de cuidados intensivos estão impactando a UTI através de sua assistência aos pacientes críticos. Estes enfermeiros são especialmente treinados para fornecer assistência aos pacientes críticos e assegurar os cuidados ideais para o paciente na UTI e sua família. Embora a prática de enfermagem de cuidados intensivos varie ao redor do mundo, existem similaridades em relação às competências necessárias para trabalhar em UTI. Para o julgamento clínico, a enfermagem se alicerça em modelos de prática, como o Processo de Enfermagem (PE), estruturado em cinco etapas interrelacionadas e recorrentes: Histórico de enfermagem: coletar dados relevantes pertinentes a saúde ou situação do paciente em estado agudo ou crítico. Diagnóstico de enfermagem: analisar os dados de avaliação para determinar o diagnóstico e as questões de cuidado. Identificação de resultados: especificar os resultados para o paciente ou sua situação. Planejamento de enfermagem: desenvolver um plano que prescreva intervenções para atingir resultados. Implementação: executar o plano, coordenar a prestação de cuidados e empregar estratégias com o objetivo de promover a saúde e um ambiente seguro. Avaliação de enfermagem: avaliar o progresso na direção dos resultados desejados. Estas fases têm por finalidade identificar as necessidades do indivíduo, planejar uma estratégia de atuação, traçar os objetivos a serem alcançados, intervir sobre a situação e avaliar os resultados de seu trabalho. A avaliação de enfermagem, por sua vez, constitui-se no ponto crucial para a excelência na oferta de cuidados em saúde quando realizada de forma criteriosa e detalhada, pois analisa todo o processo de planejamento e execução do trabalho da enfermagem, bem como, a resposta do indivíduo frente a essas intervenções. Portanto, vai ao encontro das práticas de cuidado seguras, eficientes e em constante aprimoramento. Diante dessa realidade, a avaliação de enfermagem no paciente crítico é de vital importância para a detecção de necessidades do indivíduo, para a tomada de decisão clínica e para a execução de intervenções seguras e efetivas a indivíduos com problemas complexos. O cuidado de enfermagem se dá, nesse conturbado ambiente de aparelhagens múltiplas, desconforto, impessoalidade, falta de privacidade, dependência da tecnologia, Atualização Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva 6 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). isolamento social, dentre outros. A UTI é totalmente diferente de outras unidades de internação e, sobretudo, do ambiente residencial do sujeito doente e seus familiares. Para desempenhar um cuidado humanizado ao paciente além dos procedimentos técnicos, atividades administrativas, gerenciais e burocráticas, o enfermeiro deve focalizar seu olhar nos aspectos psíquicos, espirituais e emocionais do ser humano. Obter conhecimentos e utilizá-los em intervenções corretas é parte de sua responsabilidade, que deve manter-se sempre atualizada para que haja uma atuação mais eficaz no cuidado do paciente, visando a diminuição dos riscos, complicações e morte. Segundo AMIB (2004) a humanização é um conjunto que engloba: o ambiente físico, o cuidado dos pacientes e seus familiares e as relações entre a equipe de saúde. As interações dentro da UTI visam tornar efetiva a assistência ao indivíduo doente, considerando-o como um todo bio-psico-socio-espiritual. A humanização em UTI onde se presta cuidados a pacientes críticos, os profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros, necessitam utilizar a tecnologia aliada a empatia, a experiência e a compreensão do cuidado prestado fundamentado no relacionamento interpessoal terapêutico, a fim de promover um cuidado seguro, responsável e ético em uma realidade vulnerável e frágil. Na prática assistencial o enfermeiro deve ter consciência de que a tecnologia deve- se tornar aliada e não vilã, tornando o cuidado prestado ao paciente o mais humanizado possível de forma holística, ou seja, tratando-o como um todo, mas de forma singular. Como é ele que está à frente da equipe de enfermagem, deve ter um senso crítico em relação ao instrumental tecnológico, fazendo de forma responsável e racional. Supervisionando constantemente o trabalho de sua equipe, proporcionando educação e conhecimento para que melhor seja prestado a assistência. 1.1 TECNOLOGIA NA ÁREA DA ENFERMAGEM Em meio as inovações tecnológicas, é um desafio para o enfermeiro e a equipe de enfermagem associar cuidado humanizado e tecnologia. A unidade de terapia intensiva (UTI) caracteriza-se pela tecnologia de ponta, possuindo um arsenal de equipamentos do qual oferece suporte e monitorização constante aos pacientes em estado crítico. No campo da saúde, a tecnologia não se opõe ao toque humano, mas se configura como agente e objeto desse toque. Tendo como finalidade tornar cada vez mais eficiente a atividade humana através da produção ou aperfeiçoamento das tecnologias, que direta e/ou indiretamente, estão a serviço do cuidado. Em uma Unidade de Terapia Intensiva é fundamental coexistir um arsenal tecnológico e uma equipe comprometida com o cuidado, porém estabelece-se uma incógnita se é possível tornar o cuidado humanizado diante de novas tecnologias. Na área da enfermagem a tecnologia é dividida em leve, levedura e dura: Unidade 1 - Introdução 7 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Tecnologia leve: que se expressa como o processo de produção da comunicação, das relações, de vínculos que conduzem ao encontro do usuário com necessidades de ações de saúde. Tecnologia levedura: incluindo os saberes estruturados representados pelas disciplinas que operam em saúde, a exemplo da clínica médica, odontológica, epidemiológica, entre outras. Tecnologia dura: representada pelo material concreto como equipamentos, mobiliário tipo permanente ou de consumo. Vale ressaltar que as três categorias estão inter-relacionadas e fazem parte da prática do cuidado, exigindo que nos estabelecimentos de saúde essas diversas tecnologias sejam constantemente contempladas para satisfazer as necessidades dos usuários. Para determinar o impacto da tecnologia na assistência de enfermagem precisa-se compreender que é necessário o equilíbrio entre o uso da tecnologia e papel desempenhado pelo enfermeiro, já que são realidades construídas socialmente. Se são socialmente construídos, o enfermeiro precisa: estabelecer novas relações; buscar harmonia entre o cuidado e a tecnologia, enxergando o indivíduo além dos equipamentos. A utilização das tecnologias pela enfermagem determinou repercussões no trabalho dos enfermeiros diante do redimensionamento do espaço para o cuidar, onde passaram a ter que assistir o paciente, ao mesmo que tempo que dominar os vários tipos de tecnologias. Sendo importante conhecer o impacto que isso determina para a prestação do cuidado integral e de qualidade Atualização Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Pacientena Terapia Intensiva 8 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 02 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) A unidade de terapia intensiva se destina ao tratamento de pacientes em estado crítico, dispondo de uma infraestrutura própria, recursos materiais específicos e recursos humanos especializados que, através de uma prática assistencial segura e contínua, busca o restabelecimento das funções vitais do corpo. A enfermagem se utiliza de um modelo de processo de trabalho que sistematiza a assistência e direciona o cuidado, permitindo segurança do usuário do sistema de saúde e dos profissionais: a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE. A nomenclatura tal como é conhecida e divulgada hoje (SAE) não é o único modo de ser chamada. De acordo com o contexto inserido, finalidade e área a que se destinam podem encontrar outras terminologias, como: Processo de Enfermagem, Processo de Cuidado, Metodologia do Cuidado, Processo de Assistir, Consulta de Enfermagem. A relevância está em compreender que todas essas terminologias assinalam a aplicação de um método científico para o planejamento das ações de enfermagem. Embora o Conselho Federal de Enfermagem tenha tornado obrigatória a implementação da SAE, reforçando a importância e necessidade de se planejar a assistência de enfermagem, a Resolução COFEN nº 272/2002, art. 2º, afirma que a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE deve ocorrer em toda instituição da saúde, pública e privada, o que contribuiu para que as coordenações de enfermagem convocassem os profissionais a repensar o processo e adequar a instituição às normas estabelecidas. A SAE é conceituada como um método de prestação de cuidados para a obtenção de resultados satisfatórios na implementação da assistência, com o objetivo de reduzir as complicações durante o tratamento, de forma a facilitar a adaptação e recuperação do paciente. Ela representa o instrumento de trabalho do enfermeiro com objetivo de identificar Unidade 2 – Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) 9 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). as necessidades do paciente apresentando uma proposta ao seu atendimento e cuidado, direcionando a Equipe de Enfermagem nas ações a serem realizadas. Trata-se de um processo dinâmico e que requer na prática conhecimento técnico-científico. A sistematização da assistência de enfermagem, enquanto processo organizacional é capaz de oferecer subsídios para o desenvolvimento de métodos/metodologias interdisciplinares e humanizadas de cuidado. Porém ainda existem várias dificuldades para sua execução, que envolvem não apenas a deficiência de recursos, mas a forma como o profissional se apropria do conhecimento. O conhecimento é, sem dúvida, um dos valores de grande importância para o agir profissional do enfermeiro, uma vez que confere aos profissionais segurança na tomada de decisões relacionadas ao paciente, à sua equipe e às atividades administrativas da unidade. Isso se reflete na equipe de enfermagem, haja visto que esta tem o enfermeiro como um condutor. Assim, a iniciativa para assumir condutas e atitudes está intimamente relacionada ao conhecimento que o profissional possui, pois este dá para os enfermeiros a certeza de estarem agindo da maneira mais correta e adequada. A exigência para o enfermeiro exercer seu papel com resultados satisfatórios é ter conhecimento, habilidades e atitudes, gerando como consequência competência para executar as atividades que lhe são pertinentes e que, ao mesmo tempo, torne sua equipe apta para as tarefas que devem realizar. A autonomia do enfermeiro na prática da Sistematização da Assistência de Enfermagem está no seu agir de forma livre, na tomada de decisão baseada no conhecimento técnico e científico, na responsabilidade profissional, nas relações interpessoais e institucionais estabelecidas e na conquista do valor da sociedade em seu trabalho. A SAE é um caminho de autonomia para a profissão por representar uma metodologia de assistência reconhecida pelos enfermeiros, por permitir uma aproximação do enfermeiro junto ao paciente, tanto no momento da sua elaboração quanto na prestação do cuidado, e por exigir conhecimento científico, responsabilidade profissional e compromisso com o exercício profissional. Executar a SAE requer que os profissionais de enfermagem redescubram o seu papel junto ao paciente. O interesse em realizar as ações com compromisso ético, moral e com responsabilidade, independente dos desafios que o cotidiano impõe na atuação profissional, contribui para uma prática autônoma. O enfermeiro muitas vezes se encontra diante de uma prática voltada para a burocracia em sua rotina diária, incorporando atividades de forma mecanizada, com perda de estímulo e motivação, o que o torna vulnerável. A questão do papel social do enfermeiro está identificada na Sistematização da Assistência de Enfermagem que se faz necessária para a avaliação crítica da pertinência e relevância do trabalho de enfermagem frente ao atendimento das necessidades de saúde. A autonomia do enfermeiro ao praticar a SAE está no seu papel social, no cuidado que realiza ao paciente, nas orientações que faz para a equipe de enfermagem ao realizar a assistência, no atendimento à integralidade e individualidade do ser humano e nos resultados verificados pela instituição sobre o seu trabalho. A Sistematização da Assistência de Enfermagem vem sendo utilizada em algumas instituições de saúde como uma metodologia assistencial por meio do Processo de Atualização Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva 10 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Enfermagem (PE), o qual pode ser entendido como a aplicação prática de uma teoria de enfermagem na assistência aos pacientes. As metodologias de cuidado, sejam quais forem as suas denominações, representam, atualmente, uma das mais importantes conquistas no campo assistencial da enfermagem. O profissional imbuído nesse processo necessita, entretanto, ampliar e aprofundar, continuamente, os saberes específicos de sua área de atuação, sem esquecer o enfoque interdisciplinar e/ou multidimensional. O Processo de Enfermagem requer conhecimento teórico, experiência prática e habilidade intelectual; e indica um conjunto de ações executadas face ao julgamento sobre as necessidades da pessoa, família ou coletividade humana, em determinado momento do processo saúde e doença. A aplicação da SAE envolve mais do que uma sequência de passos a serem seguidos, requerendo do profissional maior familiaridade dos diagnósticos de enfermagem e sensibilidade para adequar as necessidades do cliente às condições de trabalho. Os enfermeiros desejam praticar todas as fases da SAE, planejando, investigando, diagnosticando e avaliando as intervenções. Entretanto, não conseguem, por encontrarem no percurso uma série de fatores que distanciam a teoria da prática, desmotivando o profissional que, apesar de reconhecer sua relevância,não a experimenta de fato. E ainda, o processo é dito como implantado, mas o que se percebe é uma forma parcial de se trabalhar, com a realização de uma ou outra etapa. No entanto, alguns desafios fazem parte da trajetória de construção da SAE nas instituições: o conhecimento, o número de enfermeiros nos serviços, o envolvimento deles com o processo, a valorização por parte da administração da instituição, bem como os indicadores de resultado da assistência. Ao mesmo tempo, realizar este processo requer do profissional base científica, conhecimento, habilidades e atitudes pautadas no compromisso ético, na responsabilidade e no assumir o cuidar do outro. A SAE contribui para organizar o cuidado, tornando possível a operacionalização do Processo de Enfermagem e, dessa forma, dando visibilidade à contribuição da Enfermagem no âmbito da atenção à saúde, em qualquer ambiente onde a prática profissional ocorra, seja em instituições prestadoras de serviços de internação hospitalar, ou em serviços ambulatoriais, escolas, associações comunitárias, fábricas, domicílios, entre outros. A SAE e o Processo de Enfermagem, regulamentados na Resolução COFEN nº 358/2009, representam uma necessidade colocada cada vez mais frequentemente pelos serviços de saúde, considerando a importância, pertinência e necessidade de sua implantação nos diferentes ambientes em que os profissionais da Enfermagem atuam. Assim, o processo de enfermagem, propriamente dito, emergiu com o objetivo de organizar o serviço de enfermagem hospitalar, ou seja, garantir a autonomia profissional através de uma sistematização das ações de enfermagem. Portanto, é um modo de exercer a profissão com autonomia baseada nos conhecimentos técnico-científicos no qual a categoria vem se desenvolvendo nas últimas décadas. Unidade 2 – Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) 11 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 2.1 ETAPAS DA SAE Se os enfermeiros necessitam diagnosticar e tratar respostas humanas reais e potenciais, esta deve ser a principal força motriz que os conduz no trabalho diário: o enfermeiro cuida. No entanto, o foco deste cuidado está nos seres humanos e nas suas respostas diante de um desequilíbrio real ou potencial de saúde. Esforços ininterruptos devem ser realizados para diagnosticar essas respostas humanas, levantar intervenções que cuidem delas e avaliar se foram satisfatórias. Este conjunto de ações sistemáticas dá origem ao Processo de Enfermagem. A SAE configura-se, portanto, um método de organização e operacionalização da assistência, tendo como pilares as etapas do processo de enfermagem e permitindo o alcance de resultados clínicos pelos quais o enfermeiro é responsável. A SAE possibilita a implementação do processo de enfermagem na prática, e é instrumentalizada por tecnologias de uniformização da linguagem, protocolos de cuidados, sistemas de registro e modelos de gestão. A seguir serão descritas as etapas da SAE. 2.1.1 Histórico de Enfermagem O histórico de enfermagem marca o início do processo de enfermagem, momento em que ocorre a coleta de informações sobre o paciente. Essas informações devem vir de dados pregressos sobre o estado de saúde-doença, hábitos de vida, exame físico, informações laboratoriais e exames de imagem relevantes. Destaca-se que o histórico de enfermagem (anamnese e exame físico), dispara as demais etapas da SAE e, por sua vez, desencadeia a assistência de enfermagem ao indivíduo. Sabe-se que por meio da anamnese o profissional de saúde identifica problemas, determina os diagnósticos, planeja e implementa a assistência. Além disso, essa etapa permite estabelecer vínculos de confiança com o paciente e família, o que possibilita o reconhecimento e avaliação dos aspectos biopsicossociais e espirituais, favorecendo o cuidado individualizado, holístico, humanizado e com embasamento científico. Um ponto importante na construção dos instrumentos do histórico ou de coleta de dados na enfermagem é que estes não sejam estruturados puramente em sistemas orgânicos, pois isso refletiria o agrupamento de informações apenas na perspectiva biomédica, e, na enfermagem, as respostas humanas não são apenas de natureza objetiva. 2.1.1 Diagnóstico de Enfermagem O diagnóstico é a segunda etapa do processo de enfermagem e pode ser considerado uma fonte de conhecimento científico para a profissão, tornando-se fundamental para o planejamento da assistência ao paciente. Esta etapa é válida quando representa realmente o problema inferido pelos enfermeiros. Atualização Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva 12 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). O diagnóstico resulta da análise, do agrupamento e da interpretação dos dados coletados no histórico, identificando a situação de saúde/doença dos indivíduos internados e resultando em um cuidado de enfermagem individual e integral, fundamentado no conhecimento científico. Trata-se de uma conclusão sobre as necessidades, as preocupações ou os problemas de saúde do paciente e/ou a decisão de agir (ou não). Os diagnósticos de enfermagem podem ser classificados em três tipos: Reais ou atuais De risco De bem-estar ou de promoção da saúde Os diagnósticos reais ou atuais traduzem uma experiência atual do paciente. Esses diagnósticos devem estar sempre acompanhados das características definidoras que são indicadores clínicos no paciente e dos fatores relacionados do diagnóstico. Os diagnósticos de risco representam uma resposta humana com alta probabilidade de acontecer. Por ser uma condição que ainda não se instalou, não deve haver características definidoras, apenas o fator ou fatores que estão gerando esse risco. Os diagnósticos de bem-estar são julgamentos clínicos sobre as vantagens que o paciente apresenta para aumentar o potencial de sua saúde, deve vir acompanhada das características definidoras. 2.1.3 Planejamento Após chegar a um ou mais diagnósticos centrais, é comum direcionar o pensamento para as intervenções que se deseja implementar. No entanto, primeiramente é necessário planejar estas intervenções tendo como foco o resultado esperado. O planejamento da assistência de enfermagem garante a responsabilidade, junto ao cliente assistido, uma vez que este processo nos permite diagnosticar as necessidades do cliente, fazer a prescrição adequada dos cuidados e, além de ser aplicado à assistência, pode nortear tomada de decisões em diversas situações vivenciadas pelo enfermeiro enquanto gerenciador da equipe de enfermagem, promovendo a autonomia da profissão. Dessa forma, o enfermeiro então deve elencar as intervenções que ele considera de impacto para o caso. Planejamento coerentes e fundamentados geram intervenções com mais chances de sucesso na assistência. 2.1.4 Intervenções de Enfermagem Uma intervenção é qualquer tratamento, baseado no julgamento clínico e no conhecimento, realizado por um enfermeiro para melhorar os resultados obtidos pelo paciente. Se um diagnóstico está errado ou impreciso, as intervenções serão ineficazes e consumirão tempo e energia desnecessários. Unidade 2 – Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) 13 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Pacientena Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Das intervenções derivam as atividades ou ações que podem ou não ser implementadas pelos enfermeiros. Muitas delas podem ser prescritas para que a execução seja feita por técnicos, familiares, cuidadores ou pelo próprio paciente. O levantamento inicial de um conjunto de intervenções de enfermagem com base nos diagnósticos do primeiro encontro constrói o plano de cuidados de enfermagem. 2.1.5 Avaliação de Enfermagem A avaliação de enfermagem é o último passo do processo de enfermagem, sendo crucial para analisar a eficácia das intervenções. O objetivo principal é reexaminar o paciente nos focos de maior prioridade para determinar se os resultados esperados foram alcançados. O enfermeiro deve estipular a frequência das avaliações de enfermagem, registrando- as sob forma de evolução até que haja ausência do diagnóstico previamente levantado. O registro da evolução de enfermagem conecta a etapa do histórico até a alta do paciente, porém vale ressaltar que em todo o momento o raciocínio diagnóstico e o planejamento estão ocorrendo, porque a cada avaliação a condição do paciente pode se transformar, havendo ou não a necessidade de mudança das intervenções. Atualização Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva 14 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 03 AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA O trabalho da enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é complexo e, como tal, comporta inúmeras necessidades para o desenvolvimento do cuidado. A dinâmica entre os profissionais, a condição crítica dos pacientes e a utilização de inúmeras tecnologias demandam da enfermagem conhecimentos de ordens diversas, potencializando a assistência prestada e maximizando processos efetivos de trabalho e cuidado. O enfermeiro de uma Unidade de Terapia Intensiva atua em ambiente com alta tecnologia, e uma rotina complexa que exige capacitação para assumir emergências frente a um paciente, e, para isso, torna-se de extrema importância um conhecimento da patologia e da história do paciente, para possibilitar uma conduta mais acertada. Situando-se a UTI no nível mais complexo da hierarquia dos serviços hospitalares, apresenta a necessidade de organização e estruturação da assistência de enfermagem, de maneira a contribuir positivamente para a qualidade das ações e segurança do paciente e da equipe multiprofissional. Vale ressaltar que o paciente em cuidados críticos ocasionalmente apresenta disfunções do tipo: Traumatismo Cranioencefálico (TCE) grave, morte encefálica em potencial doação de órgãos, hemorragia intracraniana, estado de mal convulsivo, obstrução de vias aéreas, troca de gases prejudicada, instabilidade hemodinâmica (arritmias, insuficiência coronariana aguda, tamponamento cardíaco, Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)), hepatite fulminante, pancreatite aguda grave, Hemorragia Digestiva Alta (HDA), Insuficiência Renal Aguda (IRA), pós- operatório instável, politraumatismo, intoxicação exógena em risco de vida, grande queimaduras, entre outros agravos. É de fundamental importância que o enfermeiro de terapia intensiva realize uma avaliação rigorosa e atenta do paciente, desde a listagem dos problemas pregressos, a história Unidade 3 –Avaliação de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva 15 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). de problemas observados da doença atual e sua evolução, bem como, a avaliação diária e a cada turno dos sistemas orgânicos (neurológico, cardiovascular, respiratório, gastrointestinal, metabólico, renal, hematológico e psicossocial). 3.1 SISTEMA NEUROLÓGICO O objetivo da monitorização neurológica é a prevenção ou o diagnóstico precoce dos eventos que podem desencadear lesões cerebrais secundárias ou agravar as lesões existentes. O paciente neurológico exige percepção aguda e acompanhamento vigilante da parte da enfermagem. A monitorização neurológica é uma avaliação e acompanhamento de dados fornecidos por aparelhagem técnica das alterações do sistema nervoso e é a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) o local destinado para este tipo de monitorização. Estas unidades possuem espaço físico específico, recursos humanos especializados e instrumentais tecnológicos avançados que permitem o melhor controle de pacientes com alterações neurológicas. Monitorizar pacientes com alterações neurológicas é um grande desafio para toda a equipe, mas é através dela que se obtêm dados confiáveis e necessários para a intervenção. O enfermeiro deve estar atento, pois cuidados inadequados podem piorar o quadro geral do paciente, agravando o quadro neurológico, podendo levar à morte. A equipe deve estar capacitada para atender as necessidades desse tipo de paciente, um paciente crítico que exige vigilância constante, e aplicando as intervenções necessárias para a sua recuperação. A avaliação neurológica é fundamental para a identificação do diagnóstico e planejamento das intervenções; quando administrada minuciosamente, fornece subsídios importantes sobre a abordagem da vítima. O reconhecimento destas alterações é de responsabilidade do enfermeiro que assiste ao paciente, para que seja avaliado o efeito que tal disfunção tem sobre a vida diária do paciente e sua capacidade de autocuidado, determinando corretamente um plano de cuidado efetivo. Dentro deste contexto, cabe ao enfermeiro conhecer as alterações que podem ocorrer em seu paciente para poder agir corretamente, pois grande parte da assistência de enfermagem baseia-se em observação constante e avaliação correta. A avaliação de enfermagem da condição neurológica incorpora o monitoramento do nível de consciência, a reação pupilar, as funções motoras e a observação dos sinais vitais, entre outros. 3.1.1 Avaliação do Nível de Consciência Entre as alterações neurológicas mais comuns em UTI está a alteração do nível de consciência, que pode abranger desde a sonolência ao coma. É útil classificar em subcategorias o paciente com alterações da consciência, segundo o estágio em que se encontra (ver Tabela 1). A consciência é a capacidade de reconhecimento do próprio indivíduo e do ambiente que o cerca, sendo dependente da integridade da ativação e do conteúdo da própria consciência. Atualização Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva 16 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). O nível da consciência é um dos cinco parâmetros da avaliação neurológica. É um dos aspectos importantes que deve ser valorizado na avaliação do paciente com distúrbio neurológico, uma vez que determina alterações no estado da função cerebral. As decisões terapêuticas dependem de uma avaliação precisa do estado de consciência. Por meio da avaliação, o profissional poderá determinar alterações do quadro clínico do paciente,realizar intervenções e prevenir complicações. O enfermeiro de UTI, enquanto integrante da equipe multiprofissional em saúde, possui papel fundamental na atenção aos usuários vítimas de acometimentos neurológicos. Além de todas as práticas inerentes ao profissional inserido neste setor hospitalar, o cuidado ao paciente neurológico requer atenção específica à manutenção de parâmetros neurológicos (consciência, sensibilidade e motricidade) e fisiológicos diversos (pressão sanguínea, saturação de oxigênio, pressão de perfusão cerebral), na perspectiva de prevenção ou tratamento precoce de lesões encefálicas secundárias ao traumatismo em ato. Com isso, a avaliação neurológica desses sujeitos torna-se um elemento imprescindível no cotidiano das práticas de enfermagem em UTI. Nas últimas décadas, uma variedade de instrumentos para avaliação do nível de consciência foi desenvolvida em forma de escala para padronizar a avaliação da evolução clínica de pacientes graves e a comunicação entre os membros das equipes de saúde. Entretanto, nenhuma escala substitui um exame clínico e neurológico detalhado. Uma escala é um instrumento importante para avaliação do nível de consciência, porém não deve ser considerada como uma avaliação neurológica completa. A Escala de Coma de Glasgow (ECG) é uma maneira simples e efetiva de avaliação do nível de consciência, que auxilia na avaliação seriada de forma organizada, e não em avaliações subjetivas e individuais, não devendo ser considerado um exame neurológico completo. Além dela, também se deve contemplar a avaliação das funções pupilar, motora, sensitiva, cerebelar e dos nervos cranianos, constituindo, assim, uma avaliação completa da função neurológica. A ECG se baseia nas melhores respostas do paciente a estímulos, atribuindo-se valores numéricos a estas. Através da avaliação do nível de consciência determina-se o estado funcional do cérebro. Nessa escala avaliam-se três parâmetros: abertura ocular (AO), melhor resposta verbal (MRV) e melhor resposta motora (MRM). Para cada parâmetro dá-se uma pontuação (Figura 1), sendo quinze (15) a pontuação mais alta e três (03) a mais baixa, indicando o coma grave e/ou profundo. Ao ser aplicada a escala, o paciente precisa estar hemodinamicamente estável e com parâmetros respiratórios regulares, pois hipotensão e hipóxia podem alterar a pontuação. Uma queda de dois pontos na escala deve ser investigada e sempre associada a outros itens, como reação das pupilas e sinais vitais. A ECG somente deve ser aplicada em pacientes sem sedação; nos pacientes sedados deve ser utilizada uma escala específica (por exemplo, Escala RASS ou Escala de Ramsay). Unidade 3 –Avaliação de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva 17 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). TABELA 1. NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA Nível de consciência Características Consciente Indivíduo ativo Responde aos mínimos estímulos, e na ausência destes está desperto Perceptível ao meio Letargia ou sonolência Lento ou hesitante ao falar Responde apropriadamente ao estímulo tátil e verbal Pode apresentar confusão diante de problemas complexos Estado confusional agudo ou delirium Sintomas de início agudo, de caráter flutuante com intervalos de lucidez Pode apresentar: intenção aos estímulos, diminuição da concentração, pensamento desorganizado e incoerente, desorientação de lugar e tempo Durante a noite, pode apresentar agitação psicomotora Obnubilação Sonolento, necessita ser estimulado com estímulo auditivo mais intenso e estímulo tátil Responde com uma ou duas palavras Pode responder a comandos simples Estupor ou torpor Sonolento, não responsivo ao estímulo verbal e ao toque, necessita de estimulação dolorosa Apresenta resposta com sons incompreensíveis e/ou abertura ocular Pode apresentar movimentos inespecíficos à estimulação dolorosa (decorticação ou desecebração) Coma Não interage com o meio e aos estímulos externos Permanece com os olhos fechados Apresenta apenas respostas de reatividade Atualização Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva 18 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). FIGURA 1. ESCALA DE COMA DE GLASGOW 3.1.2 Avaliação das Pupilas O exame da pupila reflete a estabilidade dos conteúdos intracranianos e deve constar na anamnese realizada pelo enfermeiro na admissão do paciente e diariamente, a fim de identificar disfunções presentes no sistema nervoso, detectar situações de risco de morte e avaliar o efeito dessa disfunção na vida diária do paciente. No exame da pupila, devem ser observados o diâmetro, formato, simetria e reflexo fotomotor direto e consensual. A respeito da reação pupilar, esta deve ser rápida e simétrica. Em ambas as pupilas deve ocorrer uma reação constritiva, mesmo naquela não diretamente estimulada pela luz, a qual se dá o nome de consensual ou reflexo indireto da luz. Esta reação é avaliada nos dois olhos e permite distinguir o déficit visual resultante de lesão do nervo óptico do déficit por doença central. Em um olho que possui lesão do nervo, a estimulação direta da luz não provoca reação pupilar, porém, no olho sadio esta estimulação ocasiona a resposta do olho lesado. Unidade 3 –Avaliação de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva 19 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Com relação ao tamanho, a apresentação de tamanho médio e pupilas fixas, em que se evidencia uma leve dilatação e constrição rítmica, indicam lesão em nível de mesencéfalo. Já as lesões em nível de ponte ou em paciente que fazem uso de medicações oculares selecionadas e/ou de opiáceos, as pupilas se apresentam na forma de um ponto, chamadas então de puntiformes. Em uma anisocoria, onde uma pupila está dilatada e fixa, geralmente há lesão do terceiro par de nervos ópticos. O aumento de 1mm no diâmetro de uma ou ambas as pupilas podem indicar disfunção neurológica e deve ser prontamente investigado. Para realizar a medida do diâmetro da pupila, pode-se utilizar uma escala linear milimetrada, a medida por comparação por meio de uma escala impressa com uma sequência de círculos com tamanhos de 1 a 9mm (figura 2) ou pupilômetro digital. FIGURA 2. ESCALA PARA AVALIAÇÃO DE TAMANHO DA PUPILA 3.1.3 Avaliação da Função Motora A avaliação da função motora inclui a análise da força e da coordenação motora e repercute na indicação da presença de problemas potenciais nas vias de neurônio motor ou no cerebelo. Usualmente feita para realização da Escala de Coma de Glasgow, o estímulo motor é iniciado verbalmente. Na ausência de resposta, avalia-se que o paciente está incapaz de executar comandos verbais, desta maneira aplica-se um estímulo doloroso a fim de evocar a resposta motora. No paciente em coma, é importante que o enfermeiro avalie as respostas motoras inapropriadas, as respostas em decorticação, descerebração ou ausência de resposta motora ao estímulo doloroso. Na postura de decorticação,o paciente apresenta os membros superiores aduzidos, os cotovelos, punhos e dedos flexionados e o pé em flexão plantar. Os membros inferiores permanecem em rotação interna. Os pacientes em postura de decorticação apresentam lesões funcionais dos hemisférios cerebrais ou do tálamo. Na postura de descerebração, os membros superiores estão em adução, mas com extensão dos cotovelos e pronação dos antebraços. Os punhos e dedos ficam flexionados e os pés em flexão plantar. Os pacientes com postura de descerebração apresentam lesões na altura da ponte ou diencéfalo. Atualização Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva 20 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). A ausência de respostas ou repostas fracas indicam uma disfunção extensa do tronco cerebral. O paciente comatoso pode ainda apresentar outras inadequações na resposta, tais como as contrações tônicas (contrações musculares consistentes), e as clônicas (alternância de espasticidade e relaxamento muscular). 3.1.4 Sedação Dentre as principais situações em que se faz administração de sedativos, encontram-se: inadaptação à ventilação mecânica, agitação psicomotora grave, tratamento da hipertensão intracraniana, restauração da temperatura corpórea, redução do metabolismo, tranquilidade e conforto, e, regularidade do sono. Recomenda-se que a sedação em paciente criticamente doente e agitado seja iniciada somente depois de se proporcionar analgesia adequada e tratar as causas com potencial de reversão. O sedativo ideal deve possuir o mínimo efeito depressor dos sistemas respiratório e cardiovascular e não deve interferir no metabolismo de outras drogas, que podem apresentar como efeitos colaterais, hipotensão, além de sonolência. Frente as propriedades dos fármacos sedativos, a monitorização e avaliação do nível de sedação são parâmetros importantes para assegurar a efetividade ao paciente, além de permitir o ajuste ideal das doses e auxiliar na avaliação da evolução neurológica. Esta avaliação conta com a análise dos sinais vitais, observação clínica e aplicação de escalas de sedação. Há muitas escalas de sedação. Uma análise recente das propriedades psicométricas de 11 escalas conclui que a Escala de Agitação-Sedação de Richmond (RASS, do inglês Richmond Agitation-Sedation Scale) (Tabela 2) e a Escala de Agitação-Sedação (SAS, do inglês Sedation- Agitation Scale) são as ferramentas de avaliação de sedação mais válidas e confiáveis utilizadas em pacientes adultos de UTI. A RASS, desenvolvida e validada para avaliar ansiedade e agitação de pacientes em cuidados intensivos, consiste em 10 pontos, com quatro níveis de agitação-ansiedade (+4 a +1), um nível em que o paciente está tranquilo e alerta (0, que seria o nível ótimo) e cinco níveis de sedação (-1 a -5). Os protocolos de analgesia e sedação são escolhidos em consenso pela equipe multidisciplinar das unidades e normatizam o uso de analgésicos e sedativos, de tal forma que os profissionais de enfermagem, apoiados na avaliação rotineira da dor e da agitação/ansiedade do paciente mediante o uso das escalas, mantém os pacientes em seu nível ótimo, sem dor e com sedação consciente (RASS de 0 a -2). Unidade 3 –Avaliação de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva 21 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). TABELA 2 ESCALA DE AGITAÇÃO-SEDAÇÃO DE RICHMOND (RASS) Outro instrumento amplamente utilizado para a monitorização do nível de sedação do paciente é a escala de Ramsay (Tabela 3), a qual deve ser anotada junto aos demais parâmetros avaliados pela equipe. TABELA 3 ESCALA DE SEDAÇÃO DE RAMSAY ESCALA DE RAMSAY ACORDADO 1 Ansioso e/ou agitado 2 Cooperativo, orientado e tranquilo 3 Obedece a comandos DORMINDO 4 Tranquilo, pronta resposta a percussão glabelar ou estímulo sonoro 5 Resposta lentificada a percussão glabelar ou estímulo sonoro 6 Sem resposta ESCALA DE RASS +4 Combativo Ansioso, violento +3 Muito agitado Tenta retirar os cateteres e os tubos +2 Agitado Movimentos frequentes, desadaptado do respirador + 1 Ansioso Inquieto, mas sem comportamento violento nem movimentos excessivos 0 Alerta e tranquilo -1 Sonolento Desperta ao som da voz, mantém os olhos abertos por mais de 10 segundos -2 Sedação leve Desperta ao som da voz, não mantém os olhos abertos por mais de 10 segundos -3 Sedação moderada Move-se, abre os olhos ao ser chamado, não direciona o olhar -4 Sedação profunda Não responde à voz, abre os olhos por estimulação física -5 Sedação muito profunda Não há resposta à estimulação física Atualização Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva 22 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 3.2 SISTEMA CARDIOVASCULAR As doenças cardiovasculares (DCV) são consideradas doenças crônico-degenerativas, nas quais se incluem as neoplasias, doenças respiratórias crônicas e diabetes mellitus. Tendo como característica a etiologia múltipla, associada a deficiências e incapacidades funcionais, que são potencializadas por fatores socioeconômicos, culturais e ambientais, estes são determinantes na limitação da qualidade de vida da população e na magnitude da morbimortalidade destas doenças. A evolução clínica para as doenças cardiovasculares, geralmente, é lenta, relacionada a uma multiplicidade de fatores de risco, que, quando não tratada, acarreta complicações sérias para saúde, sendo algumas delas de caráter permanente. É importante destacar o ônus gerado por estas doenças à sociedade, principalmente relacionado aos agravos das doenças cerebrovasculares, doença arterial coronária, insuficiências cardíaca e renal crônicas e doença vascular de extremidades. A associação de fatores predisponentes e evidentes a um diagnóstico de enfermagem torna-se útil para determinar clareza e assertividade na conduta de cuidados da enfermagem, bem como auxilia a enfermeira na comunicação aos demais membros da equipe sobre a sua atuação multi e interdisciplinar. Além disso, a previsão dos diagnósticos de enfermagem contribui para a construção de futuros protocolos de cuidados à população em estudos e comparativos entre as mesmas populações em outros estudos e cenários. A monitorização hemodinâmica de fundamental importância no tratamento do paciente crítico e inclui a avaliação da pressão arterial, da pressão venosa central (PVC), dentre outros métodos que avaliam o contorno do pulso arterial, da ecocardiografia e do Doppler esofagiano. Essas ferramentas são particularmente úteis nos pacientes com instabilidade hemodinâmica, especialmente se fornecem informações adicionais não obtidas por intermédio do exame clínico ou métodos mais simples, se forem interpretadas corretamente, se resultarem em mudança na terapêutica e se essa alteração na terapêutica beneficiar o paciente. Desta maneira, fornece informações qualitativas e quantitativas com a finalidade de se reconhecer precocemente as possíveis alterações hemodinâmicas,a fim de estabelecer uma terapia adequada imediatamente. Para a realização da monitorização hemodinâmica básica recomenda-se como componentes os seguintes parâmetros: Frequência Cardíaca (FC), diurese, ECG contínuo, Saturação Arterial de Oxigênio (SpO2), PAM não-invasiva, Frequência Respiratória (FR), temperatura, PVC e PAM invasiva. Os sinais vitais são, portanto, parâmetros indispensáveis no acompanhamento do paciente crítico, pois, valores anormais indicam um alerta de gravidade. Para o paciente crítico a monitorização contínua de parâmetros é essencial para a realização de um diagnóstico fidedigno que norteie e aperfeiçoe a terapêutica. A meta primária do tratamento do paciente gravemente enfermo é a garantia de oxigenação adequada aos tecidos e órgãos, especialmente em situações em que o débito cardíaco é insuficiente para carrear oxigênio para as células devido as alterações no volume intravascular (pré-carga) ou quando há alterações na resistência vascular sistêmica (pós-carga), ou ainda, em alterações da contratilidade cardíaca. Além disto, a monitorização hemodinâmica pode estar indicada para se avaliar o equilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio. Diante de toda a complexidade desse tipo de monitorização e tecnologia existente hoje em dia, a enfermeira deve incorporar os dados hemodinâmicos para fazer sua avaliação clínica Unidade 3 –Avaliação de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva 23 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). com resolutividade. Para tanto, necessita compreender acerca da anatomia e fisiologia cardiopulmonares, dos componentes e funcionamentos dos sistemas de monitoração, das justificativas para as intervenções direcionadas a aumentar o Débito Cardíaco (DC) e o equilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio, e as complicações potenciais. Dessa forma, é importante compreender as respostas do indivíduo ao acometimento/doença cardiovascular, considerando a necessidade emergente de autonomia e garantia do exercício profissional da enfermagem baseada em evidências, associando os sintomas e sinais clínicos comumente conhecidos na prática clínica cardiológica em fenômenos, ações e resultados de enfermagem. 3.2.1 Débito Cardíaco Débito cardíaco (DC) é definido como a quantidade de sangue ejetada pelo coração por minuto. Pode ser avaliado à beira do leito utilizando cateter de Swan-Ganz, ou verificado por meio de cateterismo cardíaco direito ou ecocardiograma. Essa medida pode ser obtida através da fórmula DC = quantidade de sangue ejetado a cada contração ventricular × frequência cardíaca. Os valores normais variam entre 4 e 5 L/min. Uma outra forma utilizada para estimar o baixo débito é a verificação da pressão proporcional de pulso (PPP); costuma ser avaliada em forma de índice por meio da seguinte fórmula: (PAS – PAD) / PAS, onde PAS é a pressão arterial sistólica e PAD, a pressão arterial diastólica. Consideram-se os valores de PPP inferiores a 0,25 como preditores de baixo débito cardíaco. Sendo a função cardíaca a de suprir sangue e oxigênio a todos os tecidos, à medida que variam as necessidades metabólicas do organismo, o DC deve obrigatoriamente variar. Durante a sístole, o ventrículo esquerdo deve gerar pressão suficiente para superar a Resistência Vascular Sistêmica (RVS) e ejetar o volume sanguíneo suficiente para a perfusão. A avaliação do DC, de acordo com Morton e Fontaine (2011), deve sempre estar baseada na análise dos seus determinantes: a FC e o volume sistólico, que engloba a pré e pós-carga e a contratilidade cardíaca. As variações do DC fornecem apenas informações globais, portanto, necessita ser avaliado através dos componentes que o alteram. Referem ainda que a elevação da FC é geralmente uma resposta compensatória a estímulos externos ou a um estado hipovolêmico e pode provocar um aumento no DC. Nos casos em que a taquicardia é resultante de estímulos externos, as condições a serem avaliadas são a dor, febre, estresse e estados hipermetabólicos. Contudo, essa elevação da FC pode também diminuir o DC em decorrência da diástole encurtada e do tempo de enchimento diminuído dos ventrículos. A bradicardia pode estar associada a um DC e pressão arterial baixos quando o paciente se encontra assintomático. Para estes, a pré-carga é influenciada principalmente pelo volume sanguíneo total. Por exemplo, se o paciente apresenta hipovolemia ou um retorno venoso diminuído, irá apresentar possivelmente uma pré-carga diminuída. Já a pós-carga, para os autores supracitados, é definida como a impedância ou a resistência à ejeção de sangue dos ventrículos para pequena e grande circulação. Assim, é afetada por fatores que alterem as condições da valva semilunar e a resistência vascular. Um Atualização Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva 24 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). aumento na pós-carga ocorre no uso de alguns medicamentos, na hipotermia e na resposta vascular compensatória ao choque cardiogênico, e pode ocasionar uma diminuição do DC. Já uma redução na pós-carga pode aumentar o DC se associada à vasodilatação, a qual diminui a resistência vascular. As etiologias da vasodilatação que originam o aumento do débito são os estados sépticos e reações alérgicas e anafiláticas. 3.2.2 Pressão Arterial A pressão arterial é definida como a força que o sangue exerce sobre a parede dos vasos e sua medida compõe um dos procedimentos mais frequentemente utilizados na medicina, tomando como alicerce a premissa de que uma pressão arterial normal produz uma perfusão adequada aos tecidos. Pode ser avaliada de maneira não invasiva – constitui a inserção de um manguito nos membros superiores; ou invasiva – utilizando a canulação de uma artéria. A monitorização invasiva da pressão arterial média (PAM) é feita através da cateterização arterial conectada a um sistema de monitoração de pressão. Os sítios mais comuns para a inserção dos cateteres são as artérias radial e femoral, sendo a primeira considerada de primeira escolha, porque sua utilização tem ocasionado menor número de complicações. Nos pacientes críticos, recomenda-se a colocação de uma linha arterial quando houver necessidade do uso de medicações intravenosas, como noradrenalina e nitroprussiato de sódio, com o intuito de aumentar ou diminuir a pressão arterial ou nos casos em que se antecipa a necessidade da coleta frequente de sangue. A pressão arterial sistêmica reflete a condição geral da circulação e está associada ao volume de sangue corpóreo e as condições do sistema circulatório. Portanto, depende da contratilidade cardíaca, do tônus vasomotor das artérias e arteríolas, do DC e do próprio volume sanguíneo. 3.2.3 Frequência Cardíaca Consiste em uma variável cardiorrespiratória inespecífica. Os valores normais para o adulto variam de 60 a 100 batimentos por minuto (bpm). Variações abaixo de 60 e acima de 100 bpm correspondem a bradicardia e taquicardia, respectivamente. A frequência cardíaca (FC) deve ser avaliada no início do exame físico ou junto com o exame cardiovascular. Costumam-se utilizar os pulsos radial, braquial ou carotídeo para tal verificação. O avaliador deve ficar em frente ao paciente e comprimir a artéria escolhida com o dedo indicador e médio; depois, deve-se proceder acontagem dos batimentos cardíacos por um minuto. Em terapia intensiva faz-se uso de monitores multiparamétricos, os quais permitem a visualização do valor numérico da FC, bem como, do traçado eletrocardiográfico (ECG) continuamente, na derivação precordial previamente selecionada. Uma elevação dos batimentos além de 100 por minuto pode indicar déficit no fluxo sanguíneo e no volume sanguíneo. Unidade 3 –Avaliação de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva 25 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Quanto mais rápida a FC, maior a hipovolemia ou o déficit cardíaco. Pode haver aumento da FC na infecção, ansiedade, estresse, febre, dor e mal-estar. Uma bradicardia pode indicar isquemia e bloqueio do nodo sinoatrial, doenças cardíacas arterioscleróticas ou fluxo sanguíneo coronariano insuficiente. A avaliação do ritmo do pulso também é importante, pois, indica arritmias, as quais para uma melhor análise necessitam do exame ECG e outros métodos diagnósticos específicos. 3.2.4 Monitorização da Pressão Venosa Central (PVC) Denomina-se PVC a pressão que o sangue exerce na veia cava superior, que é equivalente à pressão que ela exerce no átrio direito. Seus valores são uma resultante da interação entre débito cardíaco e a volemia do paciente, de maneira que alterações de qualquer um desses parâmetros pode mudar o valor da PVC. Por outro lado, a análise isolada da PVC não é suficiente para se concluir sobre o débito cardíaco e a volemia. Desta maneira, a PVC indica a capacidade do lado direito do coração de lidar com a sobrecarga de volume, e, assim é seguramente uma medida eficaz para a avaliação de volume sanguíneo e, consequentemente, para reposição hídrica. Para a monitorização da PVC é necessária a presença de um cateter venoso central na junção da veia cava superior com o átrio direito, através da punção na veia jugular ou subclávia. Vale ressaltar que a análise da PVC como indicador de volemia deve ser realizada através da resposta à infusão de líquidos, a fim de avaliar o desempenho cardíaco frente ao desafio hídrico. Baixos valores de PVC indicam um estado hipovolêmico, sendo frequentemente necessária a reposição de líquidos. A terapêutica com reposição hídrica deve resultar em um aumento da PVC. O uso de vasodilatadores e o estado séptico também podem ocasionar uma PVC diminuída. Altos valores de PVC podem ser ocasionados por uma gama de fatores interrelacionados. As causas mais comuns para o aumento da PVC são a insuficiência ventricular direita e a ventilação mecânica. A pressão intratorácica é aumentada com a ventilação mecânica, especialmente com o uso do Parâmetro da Pressão Expiratória Positiva (PEEP). A PEEP aumenta o diâmetro torácico e por isso desloca o mediastino e o miocárdio. Desta maneira provoca uma elevação das pressões intravasculares, o que impede o retorno venoso e prejudica o DC. A monitorização da PVC está indicada quando há dúvida sobre o estado volêmico do paciente e cuja correção interfira na evolução clínica do mesmo. As condições em que a avaliação da PVC está indicada são: choque, desconforto respiratório grave, insuficiência renal aguda, sepse grave e acidente com alto risco cirúrgico e submetido à cirurgia de grande porte. No entanto, algumas situações inerentes ao paciente de terapia intensiva modificam a avaliação da PVC, pois, interferem na medida do volume de enchimento do coração esquerdo: anormalidades no ventrículo direito, anormalidades no ventrículo esquerdo, uso da ventilação mecânica e uso de drogas vasoativas. Atualização Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva 26 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). As complicações inerentes a monitorização da PVC são: infecção no sítio de inserção do cateter ou no próprio cateter e formação de trombos com variados tamanhos. A presença de um trombo amortece a onda de pressão e impede a infusão de líquidos e a coleta de amostras sanguíneas. O paciente pode apresentar edema no braço, dor no pescoço e distensão da veia jugular, embolia gasosa em decorrência do ar que entra no sistema durante a manipulação. A hipotensão súbita devido ao DC diminuído por ser a primeira indicação desse problema. É importante garantir a integridade do sistema e obter e garantir dados fidedignos da PVC a fim de se obtenha uma correta interpretação e utilização das informações. A PVC deve sempre ser analisada juntamente a outras observações clínicas, tais como a ausculta pulmonar, FC e FR, ECG, distensão das veias do pescoço e o débito urinário. 3.3 SISTEMA RESPIRATÓRIO A avaliação do sistema respiratório, por meio do exame físico, deve ser desenvolvida através da inspeção, palpação, percussão e ausculta. Além disso, é importante estar atento a presença de sinais como: dispnéia, dor torácica, produção de escarro e tosse, pois denunciam a apresentação de doença respiratória. As avaliações subsequentes, por sua vez, devem se pautar na monitorização das trocas gasosas e da mecânica respiratória, a fim de determinar a presença e a magnitude das alterações fisiopatológicas do paciente crítico e orientar as intervenções terapêuticas. 3.3.1 Pressão Parcial de Oxigênio (PAO2) Para realizar a monitorização da oxigenação e da ventilação dos pacientes críticos, utilizam-se exames como a gasometria arterial (GSA), a oximetria de pulso, a fração inspirada de oxigênio (FiO2) e o cálculo de índice de oxigenação (PaO2 / Fi O2) para promover tal avaliação. A GSA é a análise dos gases arteriais indicada para a identificação das alterações do equilíbrio acidobásico, da oxigenação e da ventilação pulmonar. Nesse exame, são verificados os valores de potencial de hidrogênio (pH), da pressão parcial de gás carbônico (PaCO2), da pressão parcial de oxigênio (PaO2), da base bicarbonato (HCO3) e da saturação da oxi- hemoglobina (SaO2). Ao realizar o exame de gasometria, é necessário verificar a fração inspirada de oxigênio (FiO2) e a PaO2 não deve ser analisada isoladamente, pois quando associada ao alto fluxo de oxigênio, ela é insatisfatória, devendo sua análise estar associada ao cálculo do índice de oxigenação, que é a relação entre a PaO2 e a FiO2. Unidade 3 –Avaliação de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva 27 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 3.3.2 Oximetria de Pulso A oximetria de pulso é um método não invasivo, seguro, simples, de baixo custo, que determina a Saturação Arterial de Oxigênio (SaO2). Dentre seus principais usos pode-se citar a regulagem da Fração Inspirada de Oxigênio (FiO2) em pacientes sob VM. É preciso ressaltar que algumas situações clínicas e não-clínicas interferem na leitura precisa, como: baixa perfusão tecidual (hipotensão e/ou choque), icterícia, presença de campo magnético, luz ambiente, uso de esmaltes, entre outros. As principais regiões do corpo indicadas para o posicionamento do dispositivo são as extremidades digitais das mãos e dos pés, o lobo da orelha, o septo ou asa do nariz, artelhos e bochecha; e nos recém-nascidos,na região palmar, no dorso da mão ou no braço, com material macio e confortável. O rodízio de posição é altamente recomendado e sua frequência de troca será determinada de acordo com a condição clínica do paciente. 3.3.3 Suporte Ventilatório Quando um paciente é incapaz de manter as trocas gasosas de forma adequada ou apresenta obstrução de vias aéreas é indicado um suporte ventilatório, seja ele invasivo ou não invasivo. A VM não invasiva é a pressurização das vias aéreas sem a necessidade de uma via aérea artificial (intubação orotraqueal, intubação nasofaríngea ou traqueostomia), utilizando-se máscaras faciais. Ainda quanto ao tipo de ventilação, têm-se também a modalidade invasiva, indicada quando a angústia respiratória pode evoluir para falência respiratória. Tendo como objetivo a manutenção das trocas gasosas, o alívio do trabalho da musculatura respiratória ou reversão da fadiga respiratória, redução do consumo sistêmico de oxigênio, redução da PIC e a estabilização da parede torácica. A intubação orotraqueal é uma técnica que consiste na passagem de um tubo flexível dotado de um manguito através da boca (intubação orotraqueal) ou nariz (nasotraqueal) e laringe até chegar à traqueia, com o propósito de manter a via aérea permeável no processo de ventilação. Os cuidados do paciente com via aérea artificial incluem, entre outros: Higiene bucal: diminui o risco de pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV). Alternar a fixação e os pontos de apoio do tubo traqueal periodicamente. A posição ideal do tubo endotraqueal é no centro da cavidade oral porque diminui a incidência de lesões nas comissuras bucais. Identificar no tubo, com marcador, o número que se encontra no nível da arcada dentária. Verificar alternadamente a pressão do balonete de oxigênio do tubo endotraqueal. Atualização Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva 28 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Comprovar posicionamento do tubo: primeiro ausculta epigástrio, e se ele não gorgolejar descarta-se inicialmente a localização no estômago; depois, se ausculta a região anterior esquerda e a direita. Se não se ausculta murmúrio vesicular no pulmão esquerdo, mas sim no direito, pode ter ocorrido deslocamento do tubo ao brônquio fonte direito. Nesse caso, deve-se retirar o tubo dois centímetros e fazer uma nova comprovação. Aspirar secreções quando necessário. 3.4 SISTEMA GASTROINTESTINAL Para os pacientes da terapia intensiva existe um alto nível de estresse associado a longa permanência no leito e a dificuldade de alimentação para os quais o organismo responde com um intenso catabolismo de proteínas para o fornecimento de energia que promove a depleção nutricional. Além disso, outros fatores, como: idade avançada, condição socioeconômica e até mesmo o tratamento hospitalar podem intensificar a agressão ao estado nutricional. O déficit proteico-calórico é uma das características do paciente crítico pelo alto catabolismo, em decorrência da acentuada resposta inflamatória, expondo-o a maior risco para infecções e retardo na cicatrização. Ainda, são necessários cuidados de enfermagem mais complexos em virtude do longo período de hospitalização. Sabe-se que a terapia nutricional precoce e adequada é essencial para a promoção da saúde e manutenção da imunidade, portanto, o enfermeiro deve correlacionar e integrar os sinais e sintomas a fim de avaliar a eficácia do tratamento. Vale salientar que a preocupação de proporcionar um suporte nutricional eficaz depende de esforços da equipe multiprofissional. A atuação do enfermeiro é considerada de grande importância pelo fato de ser um dos profissionais que permanece o tempo todo ao lado do paciente, permitindo fornecer uma ampla variedade de informações que auxiliarão no planejamento de cuidados multiprofissional. Conforme mencionado, a instalação de suporte nutricional precoce e uma avaliação eficiente são essenciais para a boa evolução do paciente gravemente enfermo. Assim, a avaliação do sistema gastrointestinal e do estado nutricional desses pacientes deve compreender o exame físico de abdome e aparência geral, avaliação da presença e possíveis causas de diarreia e/ou constipação, avaliação do tipo de ingesta nutricional e o resultado de exames laboratoriais. 3.4.1 Exame Físico Gastrointestinal O exame físico do sistema gastrointestinal inclui a avaliação da cavidade oral, da garganta, do abdome (que inclui fígado, vesícula biliar e pâncreas) e do reto. A observação da aparência geral também auxilia na análise das condições nutricionais, visto que alguns distúrbios nutricionais se manifestam na pele e mucosas. Unidade 3 –Avaliação de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva 29 Este material é parte integrante do curso online "Avaliação Clínica de Enfermagem Aplicada ao Paciente na Terapia Intensiva" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Acrescentam que o exame físico do abdome é preferencialmente feito em decúbito dorsal com os joelhos levemente fletidos para reduzir a tensão na parede abdominal. A ordem para sua execução consiste em inspeção, ausculta percussão e palpação. Sendo a percussão e palpação precedidas pela ausculta a fim de não haver alterações na frequência e qualidade dos sons intestinais pela mobilização. Inspeção: avaliar a tensão e o brilho da pele do abdome, verificando a presença de áreas de coloração anormal, erupções, equimoses, petéquias, lesões, cicatrizes e veias proeminentes ou dilatadas. Ausculta: avaliar a motilidade intestinal, os vasos e órgão intestinais. A ausência de sons pode estar associada a peritonite ou íleo paralítico. Percussão: identificar a presença de ar, gás e líquidos, o tamanho e a localização dos órgãos abdominais. Palpação: avaliar a parede abdominal quanto ao tamanho, condição e consistência dos órgãos abdominais, além da presença de massas abdominais e de dor. 3.5 SISTEMA ENDÓCRINO/METABÓLICO E RENAL A avaliação endócrino/metabólica e renal do paciente criticamente enfermo deve compreender um minucioso exame físico, uma investigação da história patológica pregressa e o uso de medicamentos, visto que, o sistema renal-metabólico desempenha inúmeras funções de interferência direta ou indireta sobre todos os demais sistemas. Vale ressaltar que os exames laboratoriais são de fundamental importância, pois propiciam o diagnóstico de anormalidades percebidas ao exame físico, de forma a orientar as condutas terapêuticas e a rápida intervenção médica e de enfermagem. Outra abordagem de destaque ao paciente renal é a prevenção de infecções do trato urinário, com íntima relação às práticas de cateterismo vesical de demora em terapia intensiva, caracterizando uma infecção urinária iatrogênica. 3.5.1 Balanço Hídrico A manutenção de um equilíbrio de líquidos adequado é vital para a saúde. A ingestão insuficiente ou a perda excessiva de líquidos podem levar à desidratação, que pode afetar a função cardíaca e renal, bem como o equilíbrio eletrolítico. Em terapia intensiva um criterioso controle dos distúrbios hidroeletrolíticos é fundamental na detecção de disfunções renais e na prevenção de estados hipervolêmicos ou hipovolêmicos. O registro do balanço hídrico (BH) faz parte da prática habitual da enfermagem. É a relação existente entre a ingestão e as perdas corporais. Para realizar o cálculo do equilíbrio Atualização Avaliação
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