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Prévia do material em texto

Fisiologia 
1 
 
Avaliação de Aspectos e 
Impactos Ambientais 
Sheila de Lira Franklin 
2ª
 e
di
çã
o 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
2 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira 
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva 
 
FICHA TÉCNICA 
Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado 
Texto: Sheila de Lira Franklin 
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes 
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói 
 
F834a Franklin, Sheila de Lira. 
Avaliação de aspectos e impactos ambientais / Sheila de Lira 
Franklin ; revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes. – 2. ed. – 
Niterói, RJ: UNIVERSO: Departamento de Ensino a Distância, 2018. 
129 p. : il. 
 
 
1. Impacto ambiental - Avaliação. 2. Impacto ambiental - 
Métodos. 3. Licenciamento ambiental. 4. Legislação ambiental. 5. 
Sistema nacional do meio ambiente (SISNAMA). 6. Estudo de 
impacto ambiental (EIA). 7. Monitorização ambiental. 8. Ensino à 
distância. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. Título. 
 
CDD 363.7 
Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 
 
Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC 
pelo conteúdo do texto formulado. 
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
3 
 
 
Palavra da Reitora 
 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio 
dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço 
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio 
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se 
responsável pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo 
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora. 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
4 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
5 
 
Sumário 
 
Apresentação da disciplina ..................................................................................................07 
Plano da disciplina .................................................................................................................09 
Unidade 1 – Introdução sobre avaliação de aspectos e impactos ambientais .......11 
Unidade 2 - Legislação aplicável ao processo de licenciamento ambiental e a 
avaliação de impactos ambientais. ....................................................................................31 
Unidade 3- Diagnose ambiental .........................................................................................49 
Unidade 4 – Introdução ao estudo de metodologias empregadas na avaliação de 
aspectos e impactos ambientais.........................................................................................69 
Unidade 5 – Métodos de AIA II ............................................................................................85 
Unidade 6 – Análise de estudos de impactos ambientais e etapa de 
acompanhamento de EIA. ....................................................................................................101 
Considerações Finais .............................................................................................................119 
Conhecendo o autor ..............................................................................................................120 
Referências ...............................................................................................................................121 
Anexos.......................................................................................................................................123 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
6 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
7 
 
Apresentação da disciplina 
 
Prezado aluno, o livro de Avaliação de aspectos e impactos ambientais 
abordará as técnicas clássicas de levantamento de dados ambientais que, ao longo 
de décadas, vêm contribuindo para obtenção de uma análise ambiental detalhada 
e multidisciplinar. A utilização conjunta dessas metodologias tem sido responsável 
por uma identificação mais precisa de aspectos e possíveis impactos ambientais 
facilitando ações proativas no âmbito da proteção ambiental e da sustentabilidade 
ambiental. 
Nas últimas décadas, os processos de licenciamento ambiental têm crescido 
no país de forma vertiginosa, o que torna indispensável na área ambiental, a 
discussão sobre as ferramentas a serem utilizadas na construção do diagnóstico 
ambiental são temas de grande relevância na área ambiental. 
Esperamos contribuir para sua formação acadêmica proporcionando uma 
visão crítica do modelo de licenciamento ambiental vigente no país e a ampliação 
de seus conhecimentos sobre a avaliação de aspectos e impactos ambientais. 
O material didático divide-se em seis unidades. A primeira aborda relevantes 
conceitos empregados na área de avaliação de impactos, bem como a classificação 
dos impactos ambientais, agendas 21 e papel multidisciplinar na avaliação 
ambiental. A segunda apresenta a legislação aplicável ao processo de 
licenciamento ambiental e a avaliação de impactos ambientais como instrumento 
da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA).A terceira unidade apresenta técnicas de estudo e levantamento de dados 
para elaboração de estudos de impactos ambientais. A quarta unidade traz uma 
introdução sobre a utilização de métodos de avaliação de impactos ambientais, 
abordando as seguintes metodologias: Definição de métodos de AIA, Metodologia 
Ad hoc, Metodologia de listagens, Network, Overlay Mapping e Projeção de 
cenários. 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
8 
A quinta unidade fala das seguintes metodologias: Método Battelle, Modelos 
de Simulação, Estatísticas Oficiais, Métodos de avaliação desenvolvidos para 
empresas. No sexto capítulo veremos os principais problemas identificados por 
especialistas ambientais em relação à elaboração EIA/RIMA’s e as etapas de 
acompanhamento das atividades potencialmente impactantes ao meio ambiente. 
Sucesso! 
 
 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
9 
 
Plano da Disciplina 
 
Prezado aluno, 
Uma nova etapa se inicia. Nesta disciplina, você irá estudar sobre avaliação de 
aspectos e impactos ambientais, bem como as metodologias empregadas no 
processo. Os temas abordados neste livro foram criteriosamente selecionados 
possibilitando aos leitores a correlação teórico-prático na área de avaliação de 
aspectos e impactos ambientais. Este livro oferece uma síntese das principais 
ferramentas investigativas para uma boa análise ambiental, o que torna a obra um 
guia técnico para estudantes e profissionais da área ambiental. 
Unidade 1: Introdução sobre avaliação de aspectos e impactos 
ambientais. 
Nesta unidade, serão estudadas diferentes definições e conceitos empregados 
em avaliação de aspectos e impactos ambientais, bem como as classificações de 
impactos, o papel das agendas 21 e das equipes multidisciplinares nos estudos de 
impactos ambientais. 
Objetivo: apresentar a classificação dos impactos ambientais, as agendas 21 e 
o papel das equipes multidisciplinares na avaliação de impactos ambientais. 
Unidade 2: Legislação aplicável ao processo de licenciamento ambiental e 
a avaliação de impactos ambientais. 
Nesta unidade, será abordada a legislação aplicável ao processo de avaliação 
de impactos ambientais e ao processo de licenciamento ambiental no Brasil. 
Objetivo: apresentar a estrutura no SISNAMA, caracterizar o processo de 
licenciamento ambiental e suas etapas e discutir sobre os mecanismos de 
participação pública nos processos de EIA. 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
10 
 
Unidade 3: Diagnóstico ambiental. 
A unidade apresenta técnicas de estudo e levantamento de dados para 
elaboração de planejamento de diagnóstico ambiental. 
Objetivo: apresentar o papel do diagnóstico, bem como as ferramentas e 
etapas do diagnóstico ambiental. 
Unidade 4: Introdução ao estudo de metodologias empregadas na 
avaliação de aspectos e impactos ambientais. 
Nesta unidade, você vai conhecer os seguintes métodos de AIA: Metodologia 
Ad hoc, Metodologia de listagens, Network, Overlay Mapping e a Projeção de 
cenários. 
Objetivo: apresentar as metodologias descritas e discutir sobre sua 
aplicabilidade. 
Unidade 5: Métodos de AIA II. 
Nesta unidade, serão apresentados os seguintes métodos investigativos: 
Matrizes de Interações, Matriz de Leopold, Metodologias Quantitativas, Métodos de 
avaliação de AIA desenvolvidos para empresas, Estatísticas oficiais e Modelos de 
Simulação. 
Objetivo: caracterizar os diferentes as diferentes metodologias de AIA acima 
descritas. 
Unidade 6: Análise de estudos de impactos ambientais e etapa de 
acompanhamento de EIA. 
Nesta unidade, você terá a oportunidade de conhecer um pouco sobre o 
processo de análise dos estudos de impactos ambientais e sobre a etapa de 
acompanhamento de processos de licenciamento ambiental. 
Objetivo: abordar falhas comumente identificadas em estudos de impactos 
ambientais; apresentar os métodos de realização de monitoramento ambiental e 
discutir sobre os critérios necessários para a elaboração de um plano de 
monitoramento com vistas à redução dos impactos e sustentabilidade ambiental. 
Bons estudos! 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
11 
 
1 Introdução Sobre Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais. 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
12 
 
Nesta unidade, serão estudadas diferentes definições e conceitos empregados 
em avaliação de aspectos e impactos ambientais, bem como as classificações de 
impactos, o papel das agendas 21 e das equipes multidisciplinares nos estudos de 
impactos ambientais. A partir daí poderemos entender melhor suas consequências 
à biodiversidade e a qualidade de vida no planeta e sua relevância à área das 
ciências ambientais e ao desenvolvimento sustentável. 
 
Objetivos da unidade: 
 Apresentar conceitos relevantes na área de avaliação de aspectos e 
impactos ambientais; 
 Levantar a classificação de impactos ambientais apresentando exemplos 
de sua aplicabilidade; 
 Identificar a agenda 21 como um importante instrumento para realização 
de avaliação de impactos ambientais; 
 Apresentar um breve histórico sobre os primeiros estudos de impactos 
ambientais realizados no Brasil 
Plano da unidade: 
 Meio ambiente X impactos ambientais 
 Impacto ambiental: conceitos, classificação e aplicações. 
 Aspectos ambientais 
 Evolução da avaliação de impactos no mundo 
 Agenda 21 e sua colaboração na avaliação de impactos ambientais 
 Equipes multidisciplinares na construção de avaliação de impactos 
ambientais 
 Primeiras Avaliações de Impactos Ambientais no Brasil 
 
Bons estudos! 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
13 
 
Meio ambiente X impactos ambientais 
 
Para compreendermos o significado de impactos ambientais, temos que, 
inicialmente, relembrar o conceito de meio ambiente. 
Segundo a legislação nacional CONAMA n. 6938, de 31 de agosto de 1981, 
entende-se por meio ambiente o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida 
em suas múltiplas formas. Logo, os componentes do planeta Terra incluindo solo, 
água e ar, todas as camadas da atmosfera, todas as formas de matéria orgânica e 
inorgânica e organismos vivos, sistemas naturais em interação que incluam os 
componentes já mensurados fazem parte do meio ambiente. E um impacto a 
qualquer desses componentes é considerado impacto ambiental. 
Os impactos ambientais, na maioria das vezes, causam depleção de recursos 
naturais e a perda da qualidade do meio ambiente. A avaliação de impactos 
ambientais busca aperfeiçoar as atividades humanas, levando a compreensão dos 
limites de saturação do meio ambiente. 
A avaliação de impactos ambientais, de acordo com a constituição nacional, é 
um instrumento da política nacional de meio ambiental, estabelecida pela 
resolução CONAMA 6938, de 31 de abril de 1981. Sendo ela requisitada como parte 
obrigatória dos processos de licenciamentos ambientais. 
A poluição é entendida como uma condição do entorno dos seres vivos (água, 
solo e ar) que lhes possa ser danosa. As causas da poluição ambiental estão 
vinculadas às atividades humanas. 
A poluição está associada a alterações das propriedades físicas, químicas ou 
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia 
resultante de atividades humanas, que direta ou indiretamente: 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
14 
 
 Seja nociva ou ofensiva à saúde, a segurança e ao bem-estar das 
populações; 
 Crie condições inadequadas de uso do meio ambiente, para fins 
domésticos, agropecuários, industriais, públicos, comerciais, recreativos e 
estéticos; 
 Ocasione danos à fauna, à flora, ao equilíbrio ecológico e às propriedades; 
 Não esteja em harmonia com os arredores naturais. 
 
A poluição e os impactos ambientais estão relacionados a ações humanas. No 
entanto,não são todos os impactos ambientais que trazem prejuízos ao meio 
ambiente. 
 
Impacto ambiental: conceitos, classificação e aplicações 
 
Entende-se por impacto ambiental qualquer alteração das propriedades: 
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por atividades humanas 
que afetem a saúde, a segurança e o bem-estar, as atividades sociais e econômicas, 
a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos 
recursos ambientais. 
Também pode ser compreendido como o resultado da perturbação ao meio 
ambiente induzido por ações antrópicas. É importante ressaltar que nem todo 
impacto ambiental é negativo. 
A redação da ISO 14001 define impactos ambientais como qualquer 
modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em 
parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização. 
Em relação às variações dos impactos ambientais, estes poderão ser 
classificados quanto ao/à: 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
15 
 
 Valor: positivo ou negativo/ benéfico ou adverso 
 Ordem: diretos ou indiretos 
 Dinâmica: temporário, cíclico ou permanente 
 Espaço: local, regional, global 
 Horizonte Temporal: curto, médio ou longo prazo 
 Plástica: reversível ou irreversível 
 
Em relação às variações dos impactos ambientais, estes poderão ser 
classificados em relação a variados aspectos. 
Um impacto positivo traz benefícios ao meio ambiente ou a algum de seus 
componentes. Um exemplo de impacto positivo associado a um empreendimento 
é a geração de renda. 
 A simples instalação de um empreendimento em uma dada região aquece a 
economia local, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população. 
A construção de uma fábrica, por exemplo, pode levar a uma região 
asfaltamento, iluminação pública e acesso a saneamento básico. O que gera 
melhoria de vida para a população de entorno. 
Os impactos positivos das atividades humanas estão relacionados a aspectos 
sócio econômicos, tais como: geração de renda, lazer, cultura, saneamento básico, 
iluminação, projetos de assistência social, entre outros. 
 Já os impactos adversos são muito mais extensos, como por exemplo: a 
geração de um polo industrial em uma determinada região, pode comprometer a 
qualidade do ar, impactar o trânsito das cidades circunvizinhas e da cidade, 
comprometer a qualidade dos corpos hídricos, do solo e até mesmo ser 
responsável por aumento no custo de vida na região, da arrecadação de impostos, 
da violência, entre outros. 
A avaliação de impactos ambientais pode ser compreendida como um 
conjunto de metodologias aplicadas por uma equipe multidisciplinar com a 
finalidade de analisar a viabilidade ambiental de projetos, planos e programas e 
fundamentar, com base científica, uma decisão a respeito da situação. 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
16 
O propósito da Avaliação de impactos é, portanto, avaliar as consequências de 
atividades que possam causar alterações a um ou mais componentes do meio 
ambiente atuando no campo da prevenção, correção ou mitigação de impactos. 
Através das orientações de equipe multidisciplinar na área ambiental é 
possível prever os impactos que uma determinada atividade ou projeto poderá 
acarretar ao meio ambiente, em diferentes etapas dos processos, tais como na 
execução de uma obra, após a implementação de um novo processo industrial 
(como a substituição de um antigo maquinário por um mais moderno) e até 
mesmo após a finalização de uma atividade industrial, que pode deixar no 
ambiente um passivo ambiental, capaz de provocar contaminação contínua de 
solos e corpos hídricos, por exemplo. 
A avaliação de impactos ambientais pode ser aplicada a diversos tipos de ação: 
tais como: projetos de tratamento das águas e esgotos, plano de desenvolvimento 
urbano, expansão de uma planta industrial, projeto de ecoturismo, entre outros. 
As medidas preventivas evitam impactos ambientais. Já as mitigadoras não 
devolvem as condições originais de um ambiente que sofreu alteração associada à 
atividade antrópica, mas minimizam, ou seja, remediam as consequências dos 
impactos ambientais. 
As medidas mitigadoras são as práticas mais empregadas nos planos de 
gestão ambiental que buscam alternativas para compensação ambiental. 
Já, as medidas corretivas, por serem mais onerosas, infelizmente não são 
comumente empregadas como alternativas de controle ambiental. 
O que devemos ter em mente é que, na avaliação de impactos ambientais, as 
medidas preventivas devem prevalecer sob as mitigadoras e corretivas. 
 O que reduz gastos com eventuais acidentes ambientais e todas as 
consequências legais que estes acidentes geram às empresas e ao meio ambiente. 
Muitas vezes, os impactos são adversos e irreversíveis, acarretando em perda da 
biodiversidade. 
Esta classificação de impactos ambientais é indispensável na avaliação de 
impactos ambientais, porque envolve diferentes níveis de comprometimento 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
17 
ambiental, auxiliando na compreensão da extensão dos danos associados a 
atividades humanas. 
Vamos ver um caso e analisar a classificação de impactos ambientais? 
Em 29 de março de 2013, ocorreu um acidente de grandes proporções em 
Minas Gerais que ficou conhecido como acidente de Cataguases. A empresa é 
situada no município de Cataguases, na Zona da Mata mineira. A Indústria 
Cataguases de Papel despejou cerca de 1,2 bilhão de litros de dejetos químicos, no 
Rio Pomba, um dos maiores afluentes da porção média do Paraíba do Sul. Vale 
ressaltar que a bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul abrange uma área de 
57.000km2 e banha os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde 
deságua. 
O chorume lançado no Rio Pomba atingiu rapidamente a calha principal do 
Rio Paraíba do Sul e, consequentemente, 39 municípios da Zona da Mata e oito 
cidades do Norte Fluminense que, juntos, possuíam naquela época uma população 
estimada em 600.000 habitantes. 
O desastre ambiental afetou os ecossistemas aquáticos e as populações que 
moravam ao redor dos Rios Pomba e Paraíba do Sul. Muitas atividades econômicas 
dependem desses sistemas aquáticos. A pesca foi uma atividade muito prejudicial 
pelo acidente, impactando famílias e o comércio. A poluição atingiu o oceano e, a 
lixívia também contaminou matas ciliares e os sedimentos dos rios. 
Este caso envolveu, portanto, impactos de valores adversos ao meio ambiente. 
Com impactos diretos e indiretos, visto que implica em consequências que foram 
observadas, imediatamente, após o acidente (corte no abastecimento de água, por 
exemplo) e impactos indiretos (queda no turismo). 
O caso implicou em impactos temporários, visto que a natureza é capaz de 
retornar as condições originais por meio de intervenção humana, segundo dados 
técnicos da perícia ambiental realizada após o acidente. A maior parte dos 
contaminantes foi sedimentada nos leitos dos rios atingidos. A degradação deste 
material é lenta, porém passível de reconstituição por mecanismos de 
biorremediação. 
Quanto ao espaço atingido pelo acidente, verificamos proporções que 
atingiram mais de um estado. Se houvesse atingido apenas um município seria 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
18 
classificado como local. O acidente atingiu todo o sudeste e, então, atingiu 
proporções regionais. Caso houvesse causado contaminação a todo o Brasil, como 
o acidente de Chernobyl com radiação nuclear na Ucrânia (1986) que atingiu toda a 
Europa e também outros continentes, seria considerado global. 
O impacto causou consequências a curto, médio e longo prazo, devendo ser 
analisado de acordo com a situação. Vejamos: 
Curto prazo: o corte de distribuição de água em Cataguazes foi normalizado 
em menos de um mês. 
Médio prazo: interrupção das atividades de pesca. 
Longo prazo: a plena recuperação dos ecossistemasaquáticos afetados, com a 
reintrodução dos espécimes de pescado na região do rio Pompa. 
Considerando ainda os impactos acima descritos, podemos classificar os 
impactos como reversíveis para o cenário socioeconômico e ambiental. 
A classificação de impactos ambientais é indispensável em estudos de 
impactos ambientais, o que permite avaliar a extensão dos danos ambientais. 
 
Aspectos ambientais 
 
Conforme amplamente discutido na disciplina de Auditoria e Perícia 
Ambiental, o termo aspecto ambiental está atrelado à linguagem da ISO 
14001/2004. 
Os aspectos ambientais são elementos das atividades, produtos ou serviços de 
uma organização que podem interagir com o meio ambiente causando impactos 
ambientais. Portanto, a análise desses aspectos é permitida pelo controle 
ambiental e conhecimento dos processos de trabalho com suas múltiplas etapas, 
identificando máquinas, processos e o que possa dentro do contexto, causar 
impactos ao meio ambiente de ordem benéfica ou adversa. 
A avaliação de impactos e aspectos ambientais é realizada da mesma forma. A 
exemplo, se uma empresa possui tanques subterrâneos de combustível para 
atender a sua frota veicular (exemplo uma distribuidora de eletricidade), um dos 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
19 
aspectos ambientais pode ser considerado o tanque subterrâneo. O vazamento 
dos tanques subterrâneos, devido à corrosão, pode causar graves impactos 
ambientais. 
Outro importante aspecto ambiental (ainda considerando as distribuidoras de 
eletricidade) são os antigos transformadores. Eles vêm sendo gradativamente 
substituídos, os antigos possuem, em sua composição, bifenilas policloradas – 
PCB’s. O óleo ascarel devido às suas propriedades químico-físicas foi largamente 
empregado, incluindo a fabricação de transformadores. Desde o final dos anos 70, 
foi proibida a comercialização e fabricação de produtos com PCB’s. No entanto, 
todos os transformadores em bom estado de conservação ainda são usados. À 
medida que são substituídos, constituem um passivo ambiental de 
responsabilidade das distribuidoras de eletricidade. 
Podemos, então, considerar os transformadores como aspectos ambientais 
associados a possíveis impactos ambientais, tais como contaminação do solo, água 
e ar, além de sua associação a sérios impactos a cadeia alimentar, devido sua 
persistência no meio ambiente e seus efeitos tóxicos. 
A avaliação de aspectos ambientais está associada à política da ISO 14001, e 
ainda que não seja exigida na legislação ambiental nacional, é indispensável ao 
controle ambiental, pois orienta a detecção de fontes potenciais de impactos 
ambientais. 
 
Recuperação do meio ambiente 
A recuperação do meio ambiente envolve, na maioria das situações, a 
aplicação de técnicas de manejo, visando tornar o ambiente degradado apto para 
um uso produtivo, desde que sustentável. Também pode ser compreendido na 
linguagem da ecologia como o retorno de uma área às condições existentes antes 
da degradação. 
Para a recuperação de uma área perturbada por ações antrópicas podemos 
utilizar medidas corretivas ou simplesmente abandonar a área impactada. A 
primeira linha de medidas é a mais adequada, pois a recuperação espontânea é 
lenta e dependendo dos danos e atividades que causaram os mesmos, se faz 
necessário à utilização de recursos tecnológicos de ponta. 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
20 
São modalidades de recuperação: a remediação, a reabilitação, a restauração e 
a revitalização. 
A remediação, como já mencionado, minimiza os danos causados por ações 
antrópicas. A reabilitação constitui uma prática de recuperação onde pode se 
reintroduzir elementos da fauna ou flora a áreas anteriormente impactadas por um 
empreendimento. Exemplo: para a construção de uma barragem de hidrelétrica, 
algumas espécies são retiradas evitando a morte de animais e perda de vegetação 
singular (endêmica da região). Após a obra, esses exemplares são reintroduzidos 
em áreas próximas. 
A revitalização contempla projetos que não, necessariamente, trarão ao 
ambiente os mesmos elementos ao meio ambiente. 
Exemplo: uma região foi fortemente degradada por atividade de extração de 
minérios. O ambiente é perturbado de forma irreversível uma vez que atividades 
de mineração utilizam explosivos e modificam o meio ambiente, não sendo 
passível de recuperação plena (restauração). Se antes esta área era habitável por 
determinados animais, estes serão afugentados. A forma de recuperação poderá 
ser a revitalização da área, com a construção de condomínios de casas populares, 
por exemplo. 
A recuperação de uma área impactada dependerá das características do 
ecossistema perturbado, podendo ou não ser passível de recuperação plena. A 
capacidade de alguns ecossistemas retornarem ao seu estado original, após serem 
impactos por ações humanas dar-se o nome de resiliência. 
Em caso de simples abandono da área degradada existem duas situações que 
podem ocorrer: a recuperação espontânea (lenta ou gradual) ou a descontinuidade 
da degradação. 
Um exemplo de ambiente capaz de se autorrecuperar da poluição associada 
às atividades humanas é a Baía de Guanabara. Evidências científicas apontam que 
uma vez cessadas as emissões de esgotos clandestinos na Baía, o ecossistema teria 
plena capacidade de se regenerar em poucos anos. 
 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
21 
 
Evolução da avaliação de impactos no mundo 
 
A avaliação de impactos ambientais começou a ser cobrada legalmente no 
final da década de 60. O primeiro país que criou uma política de proteção ao meio 
ambiente foi os EUA, que aprovou em 1969, a National Enviroment Policy Act, EIS – 
Enviroment Impact Statement. Na América do Norte, os primeiros países a 
adotarem a AIA, depois dos EUA foram Canadá (1973), Nova Zelândia (1973) e 
Austrália (1974). 
Já, na década de 70, a ocorrência de Conferência de Estocolmo em 1972, serviu 
para divulgar a primeira política de proteção ambiental. Outros países 
desenvolvidos, seguindo o exemplo dos EUA, passaram a adotar modelos 
semelhantes. É necessário ressaltar que o processo de criação de leis de proteção 
ao meio ambiente teve, nos países desenvolvidos, origem devido à pressão 
popular, movida por consciência da população da perda de qualidade ambiental 
associada ao processo de industrialização e urbanização. 
Em países em desenvolvimento, o processo está associado à exigência de 
órgãos internacionais tais como BID, BIRD e ONU e de multinacionais e outros 
órgãos de fomento ao desenvolvimento, que passaram a cobrar uma postura 
ecologicamente correta dos países, em troca de financiamentos internacionais, 
possíveis investimentos no Brasil e parcerias entre blocos econômicos. 
Durante a década de 80, a aderência ocorreu na maioria dos países em 
desenvolvimento através da implantação de leis ambientais, que exigem 
preparação previa de estudos de impactos ambientais. 
Os motivos da implementação da avaliação de impactos ambientais estão 
associados à criação de leis ambientais. 
Deve-se a maior difusão das ideias relacionadas à avaliação de impactos 
ambientais à Conferência das Nações Unidas – ECO 92, resultando na elaboração 
de inúmeros protocolos, acordos, convenções, visando à preservação do Planeta 
Terra para as gerações futuras; tais como a criação das agendas 21 para iniciar a 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
22 
implantação do desenvolvimento sustentável e a criação do protocolo de Kyoto, 
entre outros. 
O processo de avaliação de impactos ambientais tem como principais 
objetivos propor medidas preventivas, mitigadoras e corretivas ao meio ambiente, 
assim como contribuir com ferramentas e técnicas para o monitoramento 
ambiental, avaliando a viabilidade de projetos e facilitando a gestão ambiental de 
futuros empreendimentos, visando à promoção do desenvolvimento sustentável.Agenda 21 e sua colaboração na avaliação de impactos 
ambientais 
 
Podemos conceituar agenda 21 como um documento que passou a ser 
elaborado seguindo uma estrutura que foi determinada na Conferência Eco 92. No 
documento são discutidos eixos temáticos padronizados. Um exemplo: 
indicadores de desenvolvimento humano. 
A criação das agendas 21 ocorreu durante a Eco 92, e discutiu compromissos 
para a sustentabilidade ambiental, por este motivo recebeu o nome de agenda 21. 
A agenda 21 é, portanto, um documento que engloba informações relevantes 
sobre aspectos físicos, químicos, bióticos e antrópicos de uma dada região, o 
documento orienta ações de desenvolvimento sustentável apontando 
potencialidades, fragilidades, pontos que precisam ser melhorados. 
São exemplos de fragilidades: a redução de violência urbana, índices de 
criminalidade, a ampliação das redes de esgoto e água tratada, a erradicação de 
doenças, o aumento de renda per-capita da região, acesso à informações sobre 
acesso à educação, saúde, cultura e lazer entre outros. 
Existem agendas locais, regionais e globais. Isto é, cada município tem sua 
agenda, cada estado, cada país e também existem metas globais a serem atingidas, 
de interesse coletivo. 
 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
23 
 
Equipes multidisciplinares na construção de avaliação de 
impactos ambientais 
 
A avaliação de impactos ambientais é complexa e abrange detalhamentos de 
diferentes ciências tais como engenharia de produção, cartográfica, engenharia 
florestal, geologia, geografia, biologia, direito ambiental, engenharia sanitária e 
ambiental, antropologia, sociologia e serviço social, entre outros. 
O que possibilita uma visão mais abrangente dos impactos ambientais, 
tornando a análise completa. Não sendo possível um único especialista realizar um 
estudo de impactos ambientais de maneira isolada. 
 
Primeiras Avaliações de Impactos Ambientais no Brasil 
 
Os primeiros estudos ambientais foram preparados para projetos de 
hidrelétricas (anos 70), o que não impediu impactos da usina hidrelétrica do 
Tucuruí, construção da Transamazônia, acidentes industriais diversos, crescimento 
da poluição nos centros urbanos, entre outros. 
A aderência do modelo no Brasil ocorre com a inclusão da AIA na lei federal n. 
6938/81, como um instrumento de política nacional do meio ambiente. 
Os estudos sobre impactos ambientais e as avaliações de impactos ambientais 
tornaram-se mais complexos, graças à multidisciplinaridade e aos avanços das 
ciências que corroboram para o desenvolvimento do diagnóstico ambiental e pela 
construção do arcabouço legal, que, nas últimas décadas, tem se tornado mais 
completo, envolvendo a criação de inúmeros instrumentos de política ambiental 
brasileira, através dos quais, é cobrado um maior comprometimento das empresas 
em relação ao meio ambiente. Isto será discutido no capítulo 2. 
Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em 
contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e 
consulte sempre a biblioteca do seu polo. 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
24 
 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
25 
 
Exercícios – Unidade 1 
 
1. Em que consiste a Avaliação do Impacto Ambiental (AIA)? 
a) Instrumento de apoio ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas 
para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais. 
b) Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental e criação de 
unidades de conservação, que condicionam e orientam a elaboração de 
estudos de impacto ambiental. 
c) Instalação de equipamentos e criação ou absorção de tecnologia, 
voltados para a melhoria da qualidade ambiental. 
d) Instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, de grande 
importância para a gestão institucional de planos, programas e projetos, 
em nível federal, estadual e municipal. 
e) N.D.R.A. 
 
2. As Agendas 21 Nacionais têm como objetivo principal definir os parâmetros 
estratégicos para o desenvolvimento sustentável. Assinale a opção que não 
corresponde a um dos eixos temáticos da Agenda 21 Brasileira, a(s): 
a) Agricultura sustentável. 
b) Redução das desigualdades sociais. 
c) Infraestrutura e integração regional. 
d) Mudanças climáticas. 
e) Cidades sustentáveis. 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
26 
3. No processo de licenciamento ambiental de empreendimentos e de 
atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou 
potencialmente poluidoras, o Termo de Referência é um instrumento orientador 
do(a): 
a) Formulário de solicitação de abertura de processo. 
b) Cadastro técnico federal. 
c) Estudo ambiental. 
d) Projeto básico do empreendimento. 
e) Audiência pública 
 
4. O objetivo central da Agenda 21 é: 
 
a) Cada nação é responsável por seu desenvolvimento e pela solução dos 
problemas ambientais por ela causados. 
b) Os problemas ambientais globais serão mais bem equacionados se as 
diferentes nações pensarem em conjunto e não individualmente. 
c) Os problemas ambientais globais devem ser resolvidos pelas nações mais 
ricas, já que elas são, em grande parte, as responsáveis por eles. 
d) Os problemas ambientais globais serão melhor equacionados se cada 
país solucionar seus próprios problemas ambientais. 
e) Não é responsabilidade das nações pobres resolver questões ambientais 
globais, pois elas não dispõem de recursos financeiros para essa tarefa. 
 
5. Sobre a avaliação de impactos ambientais e o licenciamento ambiental 
assinale a opção correta: 
a) O licenciamento ambiental de um gasoduto não pode ser de 
competência do órgão ambiental federal, porque não causa impactos 
significativos a uma região do país. 
b) Licenciamento ambiental de atividades potencialmente causadoras de 
degradação ambiental abrange a avaliação de impactos ambientais, o 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
27 
que pode ser feito por meio da elaboração de Estudo Prévio de Impacto 
Ambiental. 
c) Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) é exigível para as atividades 
potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental, e o 
Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA) para as demais. 
d) O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é elaborado pelo órgão ou entidade 
ambiental competente para o licenciamento ambiental, devendo ser 
custeado pelo empreendedor. 
e) N.D.R.A 
 
6. É um exemplo de impacto ambiental cíclico, o(a): 
a) Desmatamento de extensas áreas levando à desertificação 
b) Fenômeno da inversão térmica nas grandes cidades 
c) Impacto visual causada pela instalação de indústrias 
d) Erosão de encosta ou de talude rodoviário 
e) Extinção de espécies da fauna na área de influência direta 
 
7. O que é importante levar em consideração para a realização de uma boa 
análise de impactos ambientais? 
a) Para analisar os impactos ambientais de um projeto e de suas alternativas 
são necessários, dentre outros aspectos, a identificação e o 
estabelecimento das relações do tipo causa-condição-efeito. 
b) Analisar fatores físicos e antrópicos. 
c) Realizar uma análise superficial das condições ambientais da área a ser 
impactada pelo empreendimento. 
d) Realizar estudo detalhado de aspectos e impactos ambientais na cadeia 
de produção. 
e) A boa análise envolve redução de custos e aumento de lucros para a 
empresa. 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
28 
8. Quanto aos aspectos ambientais marque a opção correta: 
a) A expressão ‘aspecto ambiental’ mantém uma intrínseca relação com os 
impactos ambientais, visto que o impacto gera o aspecto ambiental. 
b) Aspectos ambientais são elementos das atividades, produtosou serviços 
de uma organização que podem interagir com o meio ambiente 
causando impactos ambientais. 
c) Não é possível levantar nenhum aspecto ambiental associado a uma 
atividade antes da instalação de um empreendimento. 
d) A análise de aspectos ambientais dentro de uma empresa é permitida 
pelo controle ambiental e conhecimento dos processos de trabalho com 
suas múltiplas etapas, identificando máquinas e processos. 
 
9. Na avaliação de impactos ambientais existem 3 tipos básicos de medidas 
que comumente são empregadas como alternativas de controle ambiental. Qual é 
a mais utilizada e qual é a mais adequada? Justifique a resposta. 
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 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
29 
 
10. Correlacione multidisciplinaridade ao desenvolvimento de estudos de 
impactos ambientais. 
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30 
 
 
 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
31 
 
2 
Legislação Aplicável ao 
Processo de Avaliação de 
Impactos Ambientais e ao 
Processo de Licenciamento 
Ambiental no Brasil 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
32 
 
Neste capítulo será abordada a legislação aplicável ao processo de avaliação 
de impactos ambientais e ao processo de licenciamento ambiental no Brasil. 
 
Objetivos da unidade: 
 Apresentar a estrutura no SISNAMA 
 Caracterizar o processo de licenciamento ambiental e suas etapas 
 Discutir sobre os mecanismos de participação pública nos processos de 
EIA 
 
Plano da unidade: 
 O SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente 
 Participação pública na tomada de decisões em processo de 
licenciamento ambiental 
 O processo de licenciamento ambiental 
 
Bons estudos! 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
33 
 
O SISNAMA - Sistema Nacional de Meio Ambiente 
 
Conforme discutido na disciplina de auditoria e perícia ambiental, a aderência 
da AIA no Brasil dentro do contexto legal ocorreu com a criação da 1ª lei ambiental 
nacional, que incluiu a AIA na lei federal n. 6938/81, como um instrumento de 
política nacional do meio ambiente. 
AIA é um processo estruturado de procedimentos estabelecidos por lei, 
documentado por um parecer técnico e elaborado por uma equipe 
multidisciplinar, que tem como principal objetivo analisar a viabilidade ambiental 
de um empreendimento fundamentando uma decisão a respeito de 
empreendimento que pode ser positiva ou negativa. 
Dependendo do país, estado ou município, a AIA será produto de diferentes 
conjuntos de aspectos legais, administrativos e políticos. 
No Brasil, de acordo com a lei federal n. 6.938/81, “Tem como objetivo a 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida 
visando assegurar no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos 
interesses de segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana...”. 
Alguns princípios a serem adotados seriam: a educação ambiental, a ação 
governamental, o incentivo à pesquisa, o controle de atividades potencialmente 
impactantes, a proteção de áreas degradadas, a preservação de áreas 
representativas, critérios e padrões qualidade ambiental, a imposição ao poluidor 
de recuperar e indenizar áreas degradadas entre outros. 
A Lei Federal n. 6938, de 31 de agosto de 1981 estabelece a Política Nacional 
do Meio Ambiente – PNMA e o SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente, 
determinando as competências de cada esfera governamental. 
De acordo com a PNMA, o SISNAMA é legalmente composto pela junção de 
tais elementos: 
 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
34 
 Órgão Superior - Conselho de Governo; 
 Órgão Consultivo e Deliberativo - Conselho Nacional do Meio Ambiente - 
CONAMA; 
 Órgão Central - Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da 
Amazônia Legal - MMA; 
 Órgão Executor - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis - IBAMA; 
 Órgãos Seccionais - órgãos ou entidades da Administração Pública Federal 
e, ou, Estaduais. 
 Órgãos Locais - órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo 
controle e fiscalização das atividades mencionadas no item anterior, 
respeitadas às respectivas jurisdições. 
O desenvolvimento da política nacional de meio ambiente no Brasil 
estabelece, como partes integrantes dos instrumentos da PNMA a AIA, o 
licenciamento ambiental e o estudo de impacto ambiental. 
 
Participação pública na tomada de decisões em processo 
de licenciamento ambiental 
 
A Resolução Conama 09, de 03 de dezembro de 1987, dispõe sobre as 
audiências públicas. As audiências públicas constituem o mecanismo legal de 
participação popular nos processos de AIA. Através da etapa de consulta pública. 
No Brasil, a população não tem poder de veto sobre processos de 
licenciamento potencialmente impactantes. 
No entanto, através da participação em audiências públicas, os 
empreendedores têm a obrigação legal de informar a população sobre o projeto 
de empreendimento, bem como os impactos benéficos e adversos relacionados ao 
mesmo, esclarecendo possíveis dúvidas. 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
35 
Sabe-se que, na área ambiental, os impactos adversos prevalecem sobre os 
impactos benéficos, trazendo prejuízos ao meio ambiente. Por outro lado, existe a 
necessidade contínua de crescimento econômico de um país, o que tem feito com 
que o trâmite dos processos de licenciamento seja simplificado em prol do avanço 
econômicode uma nação. 
Em nome do desenvolvimento, por exemplo, são liberadas obras com 
impactos previsíveis de danos irreversíveis ao meio ambiente, envolvendo perda 
de biodiversidade, destruição de patrimônio histórico e cultural, o que tem tornado 
alguns processos de licenciamento bastante demorados e questionáveis. 
A concessão da licença da hidrelétrica Belo Monte, é exemplo de atividade 
altamente impactante. Ao traçarem o curso das águas, para construção da 
barragem, o projeto previa mudanças de curso de água, que impactariam 
populações ribeirinhas, populações indígenas (situação fundiária), inundando, 
inclusive, cemitérios indígenas cujo valor histórico e afetivo, é incalculável, pois 
envolve perda de patrimônio da humanidade, por ser considerado sítio 
arqueológico. 
Grandes projetos como este, são repensados, onerosos, com necessidade de 
mudança de projeto, incluindo a preservação dos bens públicos e também pela 
necessidade de manejo humano/ reassentamento humano. 
Os impactos ambientais adversos quase sempre prevalecem sobre os 
benéficos, os quais se associam ao desenvolvimento de indústrias, arrecadação de 
impostos, crescimento da economia. 
O que faz necessário a constante ação dos órgãos ambientais competentes na 
gestão dos projetos, cobrando através de monitoramento, fiscalização, auditorias e 
perícias ambientais, pareceres técnicos os mais completos possíveis, visando 
reduzir riscos de impactos adversos ao meio ambiente. 
Nos estudos de impacto ambiental, no entanto, o discurso sempre aponta que 
os fins justificam os meios, ou seja, que os benefícios são superiores aos impactos 
adversos, o que nem sempre é correto sobre o ponto de vista ambiental. 
A participação popular em audiências públicas pode levantar 
questionamentos sobre determinada obra, fazendo com que os analistas 
ambientais ligados aos órgãos ambientais responsáveis pelos processos de 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
36 
licenciamento, solicitem maiores esclarecimentos, mudanças nos planos de gestão 
ambiental, nas ações de monitoramento ambiental, realização de melhoria dos 
EIAS/RIMAS, ou ainda suspensão das licenças prévia, de instalação ou operação. 
Por lei, o empreendedor realiza consultas públicas, por meio de audiências 
públicas, como parte integrante do processo de concessão da licença ambiental. 
Tendo como principal objetivo esclarecer, aos interessados, os objetivos do 
empreendimento, bem como seus impactos positivos e negativos e formas de 
controle e mitigação dos danos ambientais. 
 As situações nas quais ocorrem audiências são as seguintes: 
 Sempre que julgar necessário; 
 Quando for solicitado por entidade civil; 
 Pelo Ministério Público; 
 Quando for solicitado por cinquenta ou mais cidadãos. 
 
O Processo de Licenciamento Ambiental 
 
A Resolução CONAMA 237 de 19 de dezembro de 1997, regulamenta os 
aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio 
Ambiente. 
Ainda de acordo com a lei, os órgãos ambientais expedirão as seguintes 
licenças: 
 Licença prévia (LP) – concedida na fase preliminar do planejamento do 
empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção, 
atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e 
condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação. 
 Licença de instalação (LI) – autoriza a instalação do empreendimento ou 
atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas 
e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais 
condicionantes determinados para a operação. 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
37 
 Licença de operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou 
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta 
das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e 
condicionantes determinados para a operação. 
As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de 
acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade. 
As licenças possuem diferentes prazos de validade, sendo de no máximo 05 
anos para LP, no máximo de 06 para LI, e entre 04-10 anos, a LO. Sabendo que a 
renovação da LO deve ocorrer com antecedência mínima 120 dias antes o término 
do prazo validade. 
Após o processo de licenciamento ambiental ser concluído, é necessária a 
realização do acompanhamento, que envolve a fiscalização dos órgãos ambientais 
competentes através de inspeções e auditorias. O acompanhamento ambiental 
também deve ser realizado pelas empresas através de auditorias, visando obter a 
máxima qualidade ambiental. 
No Brasil, através do estudo de impacto ambiental é cobrada, legalmente, a 
avaliação de impactos ambientais. Que deve ocorrer durante todo o ciclo de vida 
de um empreendimento. 
Na fase de sua idealização, durante a fase de funcionamento e até mesmo 
depois de cessadas as atividades, já que muitos processos podem deixar passivos 
ambientais e o risco de contaminação ambiental ou a contaminação ambiental 
propriamente dita no local. 
Os estudos de impacto ambiental são atividades científicas e técnicas que 
envolvem as seguintes etapas: diagnóstico ambiental, identificação, previsão e 
medição, interpretação e valoração, definição de medidas mitigadoras e programas 
de monitoramento. 
No Brasil quem é responsável por custear o EIA é o empreendedor. Cabendo 
aos órgãos ambientais analisarem tecnicamente o documento para a liberação das 
licenças prévia, de instalação e de operação de uma atividade econômica 
potencialmente impactante ao meio ambiente. 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
38 
O termo de referência para elaboração do EIA/RIMA 
O termo de referência visa orientar o proponente para o correto cumprimento 
das exigências do processo de licenciamento ambiental. É elaborado pelo órgão 
ambiental competente e reúne informações para fins de instrução para elaboração 
do EIA/RIMA. 
O proponente deve cumprir os requisitos descritos no Termo de Referência 
para obtenção da licença ambiental. 
 
A elaboração do EIA/RIMA 
O processo de construção do EIA envolve ainda a elaboração do relatório de 
Impacto Ambiental (RIMA), que consubstancia o conteúdo do EIA de forma clara e 
concisa e em linguagem acessível à população, esclarecendo os impactos 
negativos e positivos causados pelo empreendimento em questão. 
O RIMA que é um resumo do EIA, deve ser elaborado de forma objetiva e 
adequada à compreensão por pessoas leigas. 
Sendo que, cópias do RIMA devem ser colocadas à disposição de entidades e 
comunidades interessadas. 
Quem determina a necessidade da apresentação do EIA é o órgão ambiental 
responsável pelo processo de licenciamento ambiental. 
Dependendo da magnitude dos impactos a competência cabe ao IBAMA, aos 
órgãos ambientais estaduais ou as secretarias municipais de meio ambiente. 
Caberá ao IBAMA a análise técnica quando os impactos ambientais forem 
globais, ou seja, afetarem mais de um estado. 
Caberá aos órgãos estaduais quando os impactos afetarem mais de um 
município e as secretarias municipais de meio ambiente, quando os impactos 
afetarem bairros. 
Ainda é necessário informar que, se dentro de um município uma obra puder 
potencialmente impactar uma área de preservação ambiental, por exemplo, caberá 
ao órgão ambiental estadual o processo de licenciamento ambiental. 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
39 
O PCA/RCA denominado Plano de Controle Ambiental acompanhado do 
Relatório de Controle Ambiental é exigido para empreendimentos e, ou, atividades 
que não tenham grande capacidade de gerar impactos ambientais. 
O Relatório de Controle Ambiental (RCA) é o documento exigido em caso de 
dispensa do EIA/RIMA. No documento devem ser identificados as não 
conformidades efetivas ou potenciais decorrentes da instalação e daoperação do 
empreendimento para o qual está sendo requerida a licença orientando a tomada 
de decisão. 
O Plano de Controle Ambiental (PCA) é o documento por meio do qual o 
empreendedor apresenta os planos e projetos capazes de prevenir e/ou controlar 
os impactos ambientais em todas as etapas do empreendimento e para não 
conformidades identificadas. O PCA é sempre necessário, independente da 
exigência ou não de EIA/Rima, sendo solicitado durante a LI. 
Porém, a estruturação dos documentos possui escopo semelhante aos do 
EIA/RIMA, no entanto, não são demandados altos níveis de especificidade em suas 
elaborações. 
Seguem alguns exemplos de atividades que dependem da realização de EIA 
 Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento 
 Ferrovias 
 Portos e terminais de petróleo e produtos químicos 
 Aeroportos 
 Oleodutos, gasodutos e minerodutos, entre outros. 
Para nortear os empreendedores sobre quais tipos de atividades devem 
apresentar estudos de impacto ambiental existem legislações federais, estaduais e 
municipais que devem ser consultadas e pesquisadas, durante etapa de 
planejamento do empreendimento, para obtenção das licenças ambientais. 
A lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, foi alterada pela Lei 10.165, de 27 de 
dezembro de 2000. Foi incorporada a política vários critérios, dentre os quais se 
destaca a criação da taxa de controle e fiscalização ambiental TCFA, cujo fato 
gerador é o exercício regular do poder de política conferido ao IBAMA para 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
40 
controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de 
recursos naturais, a ser paga pelas empresas trimestralmente. Com valores fixados 
de acordo com o tamanho da empresa, área de atuação e grau de poluição 
associado. 
De acordo com a lei, a classificação por grau de poluição é a seguinte: 
 ALTO – extração e tratamento de minerais, indústria de metalurgia, 
indústria de celulose, indústria de couros e peles, indústria química, 
transporte, terminais, depósitos e comércio. 
 MÉDIO – uso de recursos naturais, serviços de utilidade. 
 PEQUENO – turismo, indústrias de produtos de matéria plástica, indústrias 
diversas, indústria de borracha, indústria de produtos alimentares e 
bebidas, indústria de fumo. 
 
Qualquer que seja o EIA, ele deve seguir uma estrutura de eixos temáticos, os 
quais devem ser abordados. 
Estes são: 
 Informações do projeto, sua apresentação e objetivos. 
 Informações gerais com denominação oficial do empreendimento. 
 Informações sobre a empresa e responsáveis técnicos. 
 Dados sobre a empresa de consultoria ambiental contratada para 
elaborar o estudo de impacto. 
 Informações sobre local de construção. 
 Cronograma de execução do projeto. 
 Impactos benéficos e adversos do empreendimento. 
 Informações sobre a obra e etapas. 
 Legislação ambiental. 
 Planos e programas governamentais. 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
41 
 Análise das alternativas locacionais e técnicas. 
 Alternativas da não instalação do empreendimento. 
 Análise da área de influência (região afetada pelo empreendimento). 
 Análise ambiental (meio físico, químico, biótico e antrópico). 
 Programas de controle ambiental 
 Sistema de gestão ambiental 
 Conclusões 
 Informações sobre equipe técnica 
 
Temos no Brasil diferentes órgãos ambientais que responsáveis por avaliar 
tecnicamente as solicitações de licenças ambientais. Seguem as referências de 
órgãos ambientais na esfera federal, estadual e municipal em diferentes regiões do 
país. 
 
Órgãos Nacionais 
CONAMA - Conselho Nacional do Meio AmbienteI BAMA - Inst. Bras. do Meio Amb. 
e dos Recursos Naturais Renováveis Região 
Centro-Oeste 
FEMAGO - Fundação Estadual do Meio Ambiente - GO 
SEMA - Secretaria de Meio Ambiente - MS 
Região Nordeste 
CRA - Centro de Recursos Ambientais - BA 
SEMACC - Super. Estadual de Meio Ambiente - CE 
IDEMA - Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente - RN 
ADEMA - Administração Estadual do Meio Ambiente - SE 
 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
42 
Região Norte 
SECTAM - Secret. Exec. de Ciência, Tecnol. e Meio Ambiente - PA 
 
Região Sudeste 
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - SP 
FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente – MG 
INEA – Instituto Estadual de Meio Ambiente - RJ 
Região Sul 
IAP - Instituto Ambiental do Paraná - PR 
FATMA - Fundação do Meio Ambiente - SC 
FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental – RS 
 
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Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
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Exercícios – Unidade 2 
 
1.Sobre o licenciamento ambiental, o estudo prévio de impacto ambiental e o 
relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA), assinale a alternativa INCORRETA. 
a) São instrumentos da política nacional de meio ambiente. 
b) O licenciamento ambiental é um procedimento complexo por envolver 
vários órgãos e ao qual se deve dar publicidade. 
c) A competência para exigir o EIA/RIMA é sempre do órgão público 
estadual ou distrital, sendo que o órgão público federal ou o municipal 
somente podem exigi-lo em caráter supletivo. 
d) Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão 
responsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante, 
respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental. 
e) N.D.R.A. 
 
2. Em relação ao licenciamento ambiental, é correto afirmar que: 
a) uma licença de operação não pode ser cancelada, pois já produziu seus 
efeitos. 
b) O cumprimento do termo de referência para preparação do pedido de 
licença pelo empreendedor é de responsabilidade do órgão licenciador. 
c) a realização de audiência pública é condição necessária para expedição de 
qualquer licença ambiental que necessite da elaboração de EIA/RIMA. 
d) um empreendimento pode ser licenciado em mais de um nível de 
competência, concomitantemente, a depender da extensão do dano. 
e) somente o ente federado licenciador pode fiscalizar e aplicar sanções 
administrativas em relação ao empreendimento licenciado. 
 
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3.Sobre o Licenciamento Ambiental e EIA/RIMA, marque a alternativa 
CORRETA: 
a) A primeira Licença a ser requerida é a de Instalação. 
b) Para o Licenciamento Ambiental, será exigido Estudo Prévio de Impacto 
Ambiental e respectivo Relatório de Impacto ao Meio Ambiente – 
EIA/RIMA, caso o empreendimento se enquadre nas hipóteses assim 
previstas em Resoluções CONAMA ou ainda caso o empreendimento 
possa apresentar significativo impacto ambiental. 
c) O EIA/RIMA é exigido pelo Órgão Ambiental competente para o 
licenciamento somente após o deferimento da Licença de Instalação. 
d) Informações falsas ou enganosas incluídas pela equipe multidisciplinar 
no EIA/RIMA caracterizam crime previsto expressamente na Lei 6938/81. 
e) N.D.R.A 
 
4.O tipo de licença ambiental, expedida na fase preliminar do planejamento 
do empreendimento, destinada, entre outras finalidades, a atestar a sua viabilidade 
ambiental e a estabelecer as condições para a sua instalação denomina- se: 
a) auditoria ambiental. 
b) licença prévia. 
c) relatório ambiental preliminar. 
d) licença de instalação. 
 
5.De acordo com a Resolução nº 237/1997 do CONAMA, é correto afirmar que: 
a) O licenciamento é obrigatório somente para as atividades arroladas no 
anexo da Resolução nº 237/1997. 
b) O licenciamento não consubstancia o exercício dopoder de polícia. 
c) O licenciamento pode ser realizado por meio de uma única licença que 
agregue a concepção, instalação e operação do empreendimento. 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
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d) Os prazos máximos de vigência para as licenças prévia, de instalação e de 
operação são distintos. 
e) O órgão ambiental não pode, por decisão motivada, modificar licenças já 
concedidas. 
 
6.Analise as afirmativas a seguir: 
I. Compete aos órgãos ambientais estaduais o licenciamento ambiental de 
atividades localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados. 
 
II. O Estudo Prévio de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório de 
Impacto Ambiental (EIA/Rima) devem ser exigidos e apresentados antes 
da concessão da Licença Prévia, fase do licenciamento ambiental em que 
é analisada a localização e viabilidade ambiental do projeto. 
III. As audiências públicas realizadas no âmbito dos procedimentos de 
licenciamento ambiental destinam-se a fornecer informações sobre o 
projeto e seus impactos ambientais, bem como a possibilitar a discussão 
e o debate sobre o Relatório de Impacto Ambiental. As críticas e 
sugestões manifestadas durante as audiências públicas vinculam a 
decisão do órgão ambiental competente a respeito da concessão da 
licença ambiental ou do seu indeferimento. 
Assinale: 
a) se somente a afirmativas I estiver correta. 
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
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7.Representa o órgão deliberativo da Política Nacional do Meio Ambiente: 
a) CONAMA. 
b) IBAMA. 
c) FATMA. 
d) FAEMA. 
e) SISNAMA 
 
8.A Resolução n.º 237/1997 do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
estabeleceu roteiro mínimo a ser observado nos processos de licenciamento 
ambiental, composto de etapas, entre as quais se inclui a: 
a) Apresentação da proposta de plano de monitoramento ambiental da 
emissão de efluentes. 
b) Apresentação da proposta de plano de manejo da área vizinha ao 
empreendimento. 
c) Emissão de parecer técnico conclusivo e, conforme o caso, de parecer 
jurídico. 
d) Assinatura de termo de ajuste de conduta proposto em audiência 
pública. 
e) Redação do termo de referência circunstanciado, acompanhado de laudo 
pericial, se for o caso. 
 
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9.O que é TCFA e qual lei a aborda? 
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10.No Brasil, como pode se dar a participação pública na tomada de decisões 
relativas a processos de licenciamentos ambientais? 
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3 Diagnóstico Ambiental 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
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Nesta unidade serão discutidas as técnicas de estudo e levantamento de 
dados que orientam a elaboração de estudos de impactos ambientais. Faremos 
uma análise sobre os métodos de investigação de dados necessários em avaliação 
de estudos de impactos ambientais dos meios físico, biótico, químico e antrópico 
dentro de uma visão multidisciplinar que busca coletar informações qualitativas e 
quantitativas sobre o meio ambiente em áreas que serão atingidas por 
empreendimentos potencialmente impactantes. 
 
Objetivos da unidade: 
 Apresentar o papel do diagnóstico ambiental na avaliação de impactos 
ambientais 
 Apresentar ferramentas utilizadas no processo de investigação de 
impactos ambientais. 
 Discutir sobre as etapas de elaboração do diagnóstico ambiental e 
estratégias que orientam o planejamento de levantamento de dados 
ambientais. 
Plano da unidade: 
 O levantamento de dados ambientais na construção de estudos de 
impactos ambientais 
 O planejamento do diagnóstico ambiental 
 Indicadores de impactos ambientais 
 Principais modelos de previsão de impactos 
 Diagnose ambiental como um instrumento norteador de Tomada de 
Decisão 
 Temas para construção de indicadores ambientais 
 
Bons estudos! 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
51 
 
O levantamento de dados ambientais para construção de 
estudos de impactos ambientais 
 
Entende-se diagnóstico ambiental como a etapa do processo de AIA que 
implica na descrição sistemática do meio físico, químico, biótico e antrópico 
através da utilização de múltiplas ferramentas, a fim de obter informações que 
permitam correlacionar os diferentes fatores que compõe o meio ambiente, para 
obtenção de uma melhor compreensão acerca da vulnerabilidade do ambiente a 
determinados empreendimentos. 
A diagnose ou diagnóstico ambiental possibilita a obtenção de informações 
necessárias para a identificação e previsão dos impactos. 
É fundamental compreender que em estudos ambientais deve–se buscar a 
multidisciplinaridade a fim de se obter um diagnóstico detalhado das condições 
ambientais. 
A definição de programas de gestão ambiental (medidas mitigadoras, 
compensatórias, programas de monitoramento e demais componentes de um 
plano de gestão ambiental integrante de um EIA). 
O estabelecimento de uma base de dados para futura comparação com real 
situação, em caso de implementação de um projeto. 
Para a realização de um diagnóstico ambiental é necessário planejamento de 
estudos de impacto ambiental, bem como a definição clara e precisa de sua 
abrangência (escopo). 
Estudos de impactos ambientais podem ser extensos e complexos, o que 
envolve planejamento de custos, equipe e identificação de métodos de 
investigação e seleção dos tópicos relevantes de pesquisa. 
Para realizar um bom diagnóstico de impactos ambientais é necessário 
levantar novos dados e não somente a realização de compilação de dados já 
existentes. 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
52 
É necessário observar que cada empreendimento apresenta suas 
peculiaridades e que, dependendo da área a ser investigada, existem muitas fontes 
confiáveis de pesquisa que poderão ser utilizadas no levantamento de dados. 
 Alguns exemplos são: artigos científicos, teses de doutorado, dissertações de 
mestrado, informações retiradas de sites oficiais ligados ao governo e livros. 
Dentre as múltiplas aplicações do diagnóstico ambiental podemos citar a 
prevenção, a proteção, a atuação como indicativos das mudanças e condições 
naturais do meio ambiente, o controle do avanço dasações antropogênicas, o 
auxilio nas tomadas de decisão, a mitigação e o monitoramento. 
O planejamento do diagnóstico ambiental envolve a definição do objetivo da 
pesquisa, a obtenção de consenso entre diferentes vertentes (institucional, técnico 
cientifico e comunidade), meios de implementação (recursos humanos e 
financeiros), comprometimento, engajamento de instituições e técnicos, 
mobilização de recursos financeiros. 
Delimitação da área, área de influência (área institucional, bacia hidrográfica e 
impactos na esfera global, regional ou local. 
Exemplo: acidente com rompimento de barragem de rejeitos da mineradora 
Samarco, ano 2015. A tragédia avançou municípios e atingiu o estado de Espírito 
Santo. 
Se o acidente atingisse apenas o município de Mariana, em Minas Gerais, seria 
considerado local, como ultrapassou divisa do estado tem impactos regionais. 
Foi necessário, nessa situação, realizar o mapeamento da extensão da 
contaminação e monitorar a bacia hidrográfica, bem como o percurso da lama em 
direção ao oceano. 
Quanto maior a área de influência que uma dada atividade possa 
potencialmente impactar, maiores os cursos empregados com diagnóstico 
ambiental e com a avaliação de impactos ambientais tornando o processo mais 
oneroso. 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
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O planejamento do diagnóstico ambiental 
 
Para a realização de um diagnóstico ambiental é indispensável o 
planejamento do mesmo. Nesta etapa, alguns questionamentos devem ser 
realizados com a finalidade de reduzir o tempo gasto no levantamento de dados e 
os custos orçamentários previstos no projeto. Seguem alguns questionamentos 
que orientam o planejamento do diagnóstico ambiental. 
1. Quais as informações necessárias? 
2. Quais são as suas finalidades? 
3. Como serão coletadas? 
4. Onde serão coletadas? 
5. Durante quanto tempo, com qual frequência e em que épocas do ano 
serão coletadas? 
 
Constituem algumas ferramentas utilizadas na diagnose ambiental: SIG’s, 
Cartografia, Estudos geológicos, Referências IBGE e Modelos matemáticos. Os 
métodos serão detalhados no capítulo seguinte. 
A diagnose ambiental, quando bem detalhada, reduz chances de erros na 
previsão de riscos ambientais. 
 As principais funções da previsão de impactos são: estimar a magnitude dos 
impactos; fornecer informações para a etapa seguinte, avaliação da importância 
dos impactos; prognosticar a situação futura do ambiente com o projeto em 
análise; comparar e selecionar alternativas; fornecer subsídios para a definição de 
medidas mitigadoras. 
O diagnóstico ambiental envolve trabalho de campo, para reconhecimento da 
situação real, coleta e análise de dados e posterior avaliação dos dados coletados e 
elaboração do relatório final. 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
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As informações contidas em um diagnóstico ambiental devem expressar suas 
relações causais com o meio ambiente. Sendo necessário o agrupamento de 
informações de diversas ordens. O diagnóstico ambiental realiza levantamento de 
dados primários e secundários. 
Dados secundários são levantados nos mais variados órgãos e instituições, 
simples trabalhos de pesquisa. 
Os dados primários são levantados em campo, através do uso de 
metodologias orientadas para responder uma pergunta sobre o meio ambiente ou 
para testar uma hipótese não respondida pelas informações da análise secundária. 
O planejamento da previsão de impactos envolve a escolha de métodos a 
serem adotados, a escolha de indicadores, a definição de como fazer a previsão 
(escolher materiais e métodos), a necessidade de justificativas das razões da 
escolha, ou seja, o nível de detalhamento adotado; a calibração e validação do 
método; a aplicação do método e obtenção de resultados, bem como sua análise e 
interpretação. 
Ao final da pesquisa, deve-se ainda comunicar eventuais limitações ou 
impasses ocorridos durante os levantamentos e realizar a indicação das fontes 
bibliográficas que deram suporte ao levantamento. 
 
Indicadores de impactos ambientais 
 
Os indicadores de impactos ambientais são parâmetros representativos de 
processos ambientais ou do meio ambiente (ou seja, sua situação em um dado 
momento, local ou região). 
Pirâmide de informações 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
55 
 
Conforme é possível observar, os dados primários, cuja obtenção é mais 
complexa e cara, constituem a base das avaliações ambientais. 
São metodologias para o levantamento de dados primários, a inquirição 
(questionários que são desenvolvidos baseando-se em respostas que precisam ser 
encontradas), observação, avaliação ecológica rápida, amostragem de campo, que 
podem ser complementados com fotografia e filmagem, evidenciando o estado de 
conservação da área de entorno antes da instalação de empreendimentos na 
região. 
Como exemplos de metodologia para levantamento de dados múltiplos, 
existem as listagens (check list), a utilização de matrizes, redes de interação, entre 
outros que serão abordados nos capítulos 4 e 5. 
Já, para a coleta de dados secundários, podemos utilizar INVENTÁRIO – 
levantamento sistemático pré-definido de coleta de dados de cada indicador com 
gráficos ou diagramas. ESTATÍSTICAS OFICIAIS – informações compostas de 
elementos numéricos sobre o indicador ambiental, com regularidade temporal. 
 
 Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 
56 
 
Principais modelos de previsão de impactos 
 
 Modelos matemáticos; 
 Comparação e extrapolação de resultados; 
 Experimentos de laboratório e de campo; 
 Simulações e modelos análogos (físicos e digitais). 
 
Escolhido o modelo de previsão ele será adotado e passará por julgamento de 
especialistas quanto suas incertezas e erros de previsão. Utilizaremos, para efeitos 
didáticos, uma importante atividade antrópica: a mineração. Podemos enumerar 
como impactos associados às atividades de mineração: 
 Perda de Biodiversidade (desmatamentos e redução de número ou 
extinção de espécies vegetais e animais); 
 Poluição atmosférica; 
 Poluição dos recursos hídricos superficiais; 
 Poluição do lençol freático e/ou aquíferos confinados; 
 Poluição dos solos; 
 Erosão; 
 Assoreamento; 
 Desertificação; 
 Perigo à saúde pública 
 
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57 
 
Podemos citar como outros danos ambientais associados a atividades de 
mineração: 
 Danos sociais e econômicos (doenças crônicas; populações desalojadas); 
 Desemprego; 
 Decadência econômica; 
 Perda de arrecadação com turismo; 
 Contaminação dos mananciais de abastecimento de água; 
 Tanques ou depósitos de resíduos tóxicos; 
 Lagoas de decantação; 
 Pilhas de estéril; 
 Áreas de rejeito; 
 Áreas contaminadas (solo; biota; águas superficial e subterrânea); 
 Descaracterização das paisagens (beleza cênica); 
 Áreas fortemente degradadas. 
 
Como detalhado, existem uma série de informações que precisam ser 
levantadas em um diagnóstico ambiental. 
Como exemplos de estudos necessários, para a investigação de impactos 
potenciais e limitações ao meio físico, podemos citar: 
 Geotecnia - (capacidade de suporte dos terrenos; suscetibilidade à 
erosão/ movimentos de massa; escavabilidade e drenagem dos solos; 
rugosidade do relevo; aptidão para obras civis e disposição de resíduos 
sólidos); 
 Recursos Hídricos - (disponibilidade e distribuição sazonal de águas 
superficiais; potencial e vulnerabilidade dos aquíferos; qualidade de 
águas e fontes de poluição); 
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 Agropecuária - (fertilidade natural dos solos; aptidão agrícola); 
 Turismo - (áreas de beleza cênica para Geoecoturismo); 
 Mineração - (potencial mineral; cadastro de atividades mineiras); 
 Planejamento - (instituições públicas; ONG’s; comitês de bacias 
hidrográficas; empresas privadas; e sociedade);

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