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Volume 51 | Out. 2020 41 Monitoramento dos casos de arboviroses urbanas transmitidas pelo Aedes Aegypti (dengue, chikungunya e zika), semanas epidemiológicas 1 a 38, 2020 Sumário 1 Monitoramento dos casos de arboviroses urbanas transmitidas pelo Aedes Aegypti (dengue, chikungunya e zika), semanas epidemiológicas 1 a 38, 2020 19 Síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), temporalmente associada à Covid-19 24 Informe semanal sarampo – Brasil, semanas epidemiológicas 1 a 39, 2020 28 Vigilância laboratorial de sarampo Coordenação-Geral de Vigilância das Arboviroses do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis (CGARB/DEIDT/SVS); Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde (CGLAB/DAEVS/SVS).* Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde SRTVN Quadra 701, Via W5 – Lote D, Edifício PO700, 7º andar CEP: 70.719-040 – Brasília/DF E-mail: svs@saude.gov.br Site: www.saude.gov.br/svs Versão 1 8 de outubro de 2020 As informações sobre dengue e chikungunya apresentadas neste boletim são referentes às notificações ocorridas entre as semanas epidemiológicas (SE) 1 e 38 (29/12/2019 a 19/09/2020), disponíveis no Sinan Online. Os dados de Zika foram consultados do Sinan Net até a SE 36 (29/12/2019 a 05/09/2020). As análises apresentadas nesse boletim epidemiológico foram elaboradas com enfoque na sazonalidade das arboviroses urbanas, que corresponde ao período de alta pluviosidade e temperatura. Esse padrão de sazonali- dade exige a intensificação no controle dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, alertas à população e na organização dos serviços de saúde. Os dados epidemiológicos foram analisados em dois recortes: período da sazonalidade (janeiro a junho de 2020: SE 1 a 26) e fora da sazonalidade (julho a setembro de 2020: SE 27 a 38), e de acordo com o porte populacio- nal dos municípios (<100 mil hab., 100 a 499 mil hab., 500 a 999 mil hab. e > 1 milhão de hab.). Situação Epidemiológica, 2020 Até a SE 38, foram notificados 931.903 casos prováveis (taxa de incidência de 443,5 casos por 100 mil habitantes) de dengue no país. Nesse período, a região Centro-Oeste apresentou a maior incidência com 1.168,2 casos/100 mil habitantes, seguida das regiões Sul (929,1 casos/100 mil habitantes), Sudeste (340,2 casos/100 mil habitantes), Nordeste (249,8 casos/100 mil habitantes) e Norte (107,6 casos/100 mil habitantes) (Tabela 1). A distribuição dos casos prováveis de dengue no Brasil, por semanas epi- demiológicas de início dos sintomas, demonstra que, até a SE 11, a curva epidêmica dos casos prováveis no ano corrente ultrapassa o número de casos do mesmo período para o ano de 2019. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 2 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Boletim Epidemiológico ISSN 9352-7864 ©1969. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. Editores responsáveis: Arnaldo Correia de Medeiros, Daniela Buosi Rohlfs, Eduardo Macário, Gerson Pereira, Lauricio Monteiro Cruz, Breno Leite Soares (SVS) Produção: Alexandre Magno de Aguiar Amorim, Aedê Cadaxa, Fábio de Lima Marques, Flávio Trevellin Forini, Sueli Bastos (GAB/SVS) Projeto gráfico/diagramação: Fred Lobo, Sabrina Lopes (GAB/SVS) Fonte: Sinan Online (banco de dados atualizado em 21/09/2020). Dados sujeitos à alteração. *Dados referentes a SE 38. Figura 1 Curva epidêmica dos casos prováveis de dengue, por semanas epidemiológicas de início de sintomas, Brasil, 2019 e 2020* 2019 2020 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 C as os P ro vá ve is ( n) Semana Epidemiológica No entanto, a partir da SE 12, observa-se uma diminui- ção dos casos prováveis em relação ao ano de 2019. Esta redução pode ser atribuída à mobilização que as equipes de vigilância epidemiológica estaduais estão realizando diante do enfrentamento da emergência da pandemia do coronavírus (covid-19), o que pode estar ocasionando atraso ou subnotificação das arboviroses. Outro fator importante que pode estar associado ao contexto da pandemia é o receio da população de procurar atendimento em uma unidade de saúde. Vale destacar também que os dados ainda estão em proces- so de atualização e digitação no Sinan Online podendo contribuir para uma subnotificação dos casos nesse período (Figura 1). No período de janeiro a junho (SE 1 a SE 26), ocorreram 93,6% dos casos de dengue (872.607 casos prováveis com taxa de incidência de 415,2 casos/100 mil habitantes). Neste cenário, destacam-se os estados do Paraná, São Paulo, Ceará, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal (Tabela 2, Figura 2A). Entre as SE 27 a SE 38, foram notificados 6,4% dos casos prováveis no país (59.296 casos prováveis com taxa de incidência de 28,2 casos por 100 mil habitantes). Os esta- dos que apresentaram maiores taxas de incidência foram Rio Grande do Norte, Bahia, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Sergipe, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Goiás e o Distrito Federal (Tabela 3, Figura 2B). Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 3 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Sobre os dados de chikungunya, até a SE 38, foram notificados 71.698 casos prováveis (taxa de incidência de 30,0 casos por 100 mil habitantes) no país. As regiões Nordeste e Sudeste apresentam as maiores taxas de incidência, 87,7 casos/100 mil habitantes e 12,5 casos/ 100 mil habitantes, respectivamente (Tabela 1; Figura 3). Figura 2 Distribuição da taxa de incidência de dengue por município, Brasil, SE 1 a 26 (A) e SE 27 a 38 (B) de 2020 Fonte: Sinan Online (banco de dados atualizado em 21/09/2020). Dados sujeitos à alteração. A B Fonte: Sinan Online (banco de dados atualizado em 21/09/2020). Dados sujeitos à alteração. *Dados referentes a SE 38. Figura 3 Curva epidêmica dos casos prováveis de chikungunya, por semanas epidemiológicas de início de sintomas, Brasil, 2019 e 2020* 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 C as os P ro vá ve is ( n) Semana Epidemiológica 2019 2020 Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 4 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Figura 4 Distribuição da taxa de incidência de chikungunya por município, Brasil, SE 1 a 26 (A) e SE 27 a 38 (B) de 2020 Fonte: Sinan Online (banco de dados atualizado em 21/09/2020). Dados sujeitos à alteração. A B Até a SE 26, ocorreram 81% das notificações por chikungunya (58.075 casos prováveis com taxa de incidência de 27,6 casos/100 mil habitantes). Destacam-se os estados: Bahia; Rio Grande do Norte; Sergipe; Paraíba; Ceará; Alagoas; Espírito Santo; e Rio de Janeiro (Tabela 4, Figura 4A). No período entre as SE 27 a SE 38, foram notificados 19% dos casos prováveis de chikungunya no país (13.622 casos prováveis com taxa de incidência de 6,5 casos/100 mil habitantes). Os municípios com maiores taxas de incidência concentram-se nos estados: Bahia; Rio Grande do Norte; Sergipe; Paraíba; Ceará; Pernambuco; São Paulo; Minas Gerais; Paraná; Mato Grosso; Goiás; e o Distrito Federal (Tabela 5, Figura 4B). Com relação aos dados de zika, até a SE36, foram notifi- cados 6.705 casos prováveis no país (taxa de incidência 3,2 casos por 100 mil habitantes). A região Nordeste apresentou a maior taxa de incidência (8,6 casos/ 100 mil habitantes), seguida das regiões Centro-Oeste (3,5 casos/100 mil habitantes) e Norte (2,0 casos/100 mil habitantes) (Tabela 1, anexo). O estadoda Bahia concen- tra 49,7% dos casos de zika do país (Tabela 1, Figura 5). Observa-se uma tendência de redução de casos, assim como acontece com outras arboviroses urbanas, no período a partir da SE27. Entretanto, a Bahia apresenta casos ao longo de todas as semanas epidemiológicas do ano de 2020, quando 54,8% (2.985 casos prováveis) dos casos de zika estão concentrados da SE15 a SE26. A concentração de casos nesse período para estados da Região Nordeste é esperada, pois a sazonalidade dessa região ocorre de abril a junho (Figura 5). Até o momento, foram notificados 597 casos prováveis de Zika em gestantes, sendo 186 casos confirmados. Os estados com maior quantitativo de casos confirmados foram Espírito Santo (39 casos), Pará (36 casos), Bahia (23 casos), Mato Grosso (21 casos) e Rio de Janeiro (13 casos). Até a SE 26, foram registrados 81,2% dos casos prováveis de zika (5.445 casos prováveis com taxa de incidência de 2,6 casos/100 mil habitantes). Destacam-se os estados Amazonas, Bahia, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Maranhão, Pernambuco, Ceará, Mato Grosso e Rio de Janeiro (Tabela 6, Figura 6A). No período entre as SE 27 a SE 36, ocorreram 18,8% das notificações por zika (1.260 casos prováveis com taxa de incidência de 0,6 casos/100 mil habitantes). Os muni- cípios com maiores taxas de incidência concentram-se nos estados: Amazonas; Bahia; Rio Grande do Norte; Alagoas; Sergipe; Paraíba; Ceará; Pernambuco; Mara- nhão; e São Paulo (Tabela 7, Figura 6B). Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 5 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Figura 6 Distribuição da taxa de incidência de zika por município, Brasil, SE 1 a 26 (A) e SE 27 a 38 (B) de 2020 Fonte: Sinan Online (banco de dados atualizado em 21/09/2020). Dados sujeitos à alteração. A B Casos graves e óbitos Até a SE 38, foram confirmados 763 casos de dengue grave (DG) e 8.727 casos de dengue com sinais de alarme (DSA) (Figura 7A). Ressalta-se que 475 casos de DG e DSA permanecem em investigação. Com relação aos óbitos por dengue, foram confirmados 492, sendo 405 (82,3%) por critério laboratorial e 87 (17,9%) por clínico-epidemiológico (Tabela 8, Figura 7B). Observa-se que 95,7% (471) dos óbitos confirmados ocor- reram entre as SE 1 e 26 e estão concentrados nos estados da região Sul (Paraná), Sudeste (São Paulo) e Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal) (Tabe- la 6, Figura 5A). Nesse período permanecem em investiga- ção 175 óbitos, e estão distribuídos, em sua maioria, entre os estados da região Sudeste (Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal), região Nordeste (Bahia, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Mara- nhão), região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e região Norte (Roraima) (Tabela 8; Figura 8A). Fonte: Sinan Net (banco de dados atualizado em 30/09/2020). Dados sujeitos à alteração. *Dados referentes a SE 36. Figura 5 Curva epidêmica dos casos prováveis de zika, por semanas epidemiológicas de início de sintomas, Brasil, 2019 e 2020* 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 C as os P ro vá ve is ( n) Semana Epidemiológica 2019 2020 Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 6 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 No período da SE 27 a 38 foram confirmados 21 óbitos (4,3%) e 47 permanecem em investigação. Os óbitos estão concentrados na região Sudeste (São Paulo e Minas Gerais), região Nordeste (Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia), região Sul (Paraná) e região Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal) (Tabela 8; Figura 8B). A faixa etária acima de 60 anos concentra 57,5% dos óbi- tos confirmados por dengue (283 óbitos). Observa-se uma distribuição semelhante em ambos os sexos. Destaca-se que a taxa de letalidade por dengue foi maior entre os idosos a partir dos 60 anos e, dentro dessa categoria, os mais acometidos foram aqueles com 80 anos ou mais. Em relação à chikungunya, até a SE 26, foram confirma- dos 15 óbitos (88,2%) por critério laboratorial, distri- buídos nos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Mato Grosso. Permanecem em investigação 12 óbitos por chikungunya (Tabela 9, Figura 9A). No período da SE 27 a 38 foram confirmados dois óbitos (11,8%) nos estados do Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Per- manecem em investigação 13 óbitos por chikungunya no país (Tabela 9, Figura 9B). Até o momento, não houve registro de óbitos confirma- dos por Zika vírus no país. 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 D .S .A + D G Semana Epidemiológica 2019 2020 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio JUnho Julho Agosto Setembro Ó b it o s Mês início dos sintomas Confirmados Em investigação A B Fonte: Sinan Online (banco de dados atualizado em 21/09/2020). Dados sujeitos à alteração. Figura 7 Distribuição dos casos graves de dengue (dengue grave (DG) + dengue sinais de alarme (D.S.A)) (A) e óbitos (B), Brasil, SE 1 a 38 de 2020 Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 7 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Com relação à vigilância e controle do vetor Aedes aegypti no período, destacam-se: as discussões de estratificação de áreas de risco para arboviroses; as reuniões para monitoramento de resistência a inseticidas; além de capacitações de profissionais de todas as unida- des federadas para a utilização de novos inseticidas. Figura 8 Distribuição dos óbitos confirmados e em investigação de dengue, Brasil, SE 1 a 26 (A) e SE 27 a 38 (B) de 2020 Fonte: Sinan Online (banco de dados atualizado em 21/09/2020). Dados sujeitos à alteração. A B Figura 9 Distribuição dos óbitos confirmados e em investigação de chikungunya, Brasil, SE 1 a 26 (A) e SE 27 a 38 (B) de 2020 Fonte: Sinan Online (banco de dados atualizado em 21/09/2020). Dados sujeitos à alteração. A B Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 8 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Dados laboratoriais Entre as semanas epidemiológicas 1 e 38 de 2020, foram testadas 284.116 amostras para diagnóstico de dengue, considerando os métodos de Sorologia, Biologia Mole- cular e Isolamento Viral. Os exames de Biologia Molecular e Isolamento Viral, em que é possível detectar o sorotipo DENV, corres- ponderam a 9,22% das amostras testadas no período (22.885/284.116). Desse total, foi possível realizar a soro- tipagem em 54,06% das mostras (12.373/22.885). O DENV-2 foi o sorotipo predominante em 81,9% das amostras testadas no país no período analisado (9.623/11.736). Nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Pará, Tocantins, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal e Rio Grande do Sul foi possível detectar a circulação de dois sorotipos (DENV 1 e 2). Nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul houve detecção viral de três sorotipos (DENV 1, 2 e 4) e em São Paulo houve a detecção dos quatro sorotipos (DENV 1, 2, 3 e 4) (Figura 10A). Até o momento, não existe informação sobre identifica- ção do sorotipo circulante de DENV no estado do Amapá (Figura 10A). Em relação a sorologia (IgM) para dengue no período analisado, o Brasil apresentou 38,0% de positividade sorológica, ou seja, dos 261.231 exames sorológicos realizados no período, 99.337 tiveram resultados reagentes para dengue. As unidades federadas do Paraná (63,9%), Rio Grande do Sul (47,4%), São Paulo (44,06%), Distrito Federal (45,3%) e Minas Gerais (43,6%) apresentaramos maiores percentuais de positividade, superiores aos valores do Brasil. Em relação à detecção viral de chikungunya no Brasil, o vírus Chikungunya (CHIKV) foi identificado nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Figura 10B). Para o vírus Zika (ZIKV), a detecção viral foi positiva nos estados do Amazonas, Rondônia, Roraima, Pará, Paraíba, Sergipe, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Figura 10C). Figura 10 Identificação de sorotipos DENV (A), CHIKV (B) e ZIKV (C), por unidade federada, SE 1 a 38, 2020 Fonte: Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB). Dados atualizados em 21/09/2020. A B C Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 9 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Ações realizadas Realizada a distribuição para os estados de 75.848 kg do larvicida Pyriproxyfen, 187.550 litros do adulticida CIELO® e 1.311 Kg do adulticida Fludora® (residual preconizado para pontos estratégicos). Cabe ressaltar que, não há desabastecimento de inseticida no Ministério da Saúde e que toda distribuição é baseada no cenário epidemiológico. No entanto diante do enfrentamento da emergência da pandemia do coronavírus (covid-19), a logística dos insumos estratégicos ficou prejudicada, gerando possíveis atrasos na distribuição dos inseticidas. Capacitação de profissionais para uso do inseticida CIELO® para o controle de Aedes aegypti. Lançamento da Campanha de Combate ao Aedes aegypti 2020/2021. Ativação do Centro de Operações de Emergência de Arboviroses (COE Arbo) durante o período sazonal das arboviroses 2019/2020. Realização de videoconferências, a partir de março, com os estados sobre o cenário epidemiológico das arboviroses. Elaboração da Nota Informativa N° 8/2020 – CGARB/ DEIDT/SVS/MS que orienta sobre as recomendações aos Agentes de Combate a Endemias (ACE) para adequação das ações de vigilância e controle de zoonoses frente à atual situação epidemiológica referente ao Coronavírus (covid-19). Elaboração da Nota Informativa N°13/2020 – CGARB/DEIDT/SVS/MS que orienta sobre recomendação de suspensão temporária do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa e LIA) do ano de 2020 em decorrência da pandemia causada pelo Coronavírus (covid-19). Encerramento do Centro de Operações de Emergência de Arboviroses (COE Arbo), (junho). Reunião virtual “Monitoramento da Resistência a inseticidas 2020-2021” com representantes das 26 unidades federadas e mais o Distrito Federal, capitais, municípios de fronteira, CONASS e CONASEMS (julho). Realização da reunião virtual Programa ArboAlvo: metodologias de estratificação de áreas de risco para arboviroses urbanas para apresentação das metodologias desenvolvidas para o mapeamento das áreas de risco para arboviroses urbanas e divulgação do curso EAD para os profissionais dos municípios sentinelas (setembro). Assinatura do termo de cooperação técnica entre o Ministério da Saúde, Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a organização World Mosquito Program (WMP) sobre o Projeto Wolbachia. O evento marca também o início da soltura dos mosquitos Aedes aegypti – inoculados com a bactéria Wolbachia – em Belo Horizonte/MG (outubro). Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 10 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Anexos Tabela 1 Número de casos prováveis e taxa de incidência (/100 mil hab.) de dengue, chikungunya até a SE 38, e zika até a SE 36 por região e unidade federada, Brasil, 2020 região/uF Dengue Se 38 Chikungunya Se 38 Zika Se 36 Casos incidência (casos/100 mil hab.) Casos incidência (casos/100 mil hab.) Casos incidência (casos/100 mil hab.) Norte 19.823 107,6 710 3,9 369 2,0 Rondônia 3.527 198,5 81 4,6 1 0,1 Acre 5.367 608,5 36 4,1 12 1,4 Amazonas 4.753 114,7 27 0,7 58 1,4 Roraima 555 91,6 8 1,3 6 1,0 Pará 3.481 40,5 460 5,3 251 2,9 Amapá 50 5,9 8 0,9 2 0,2 Tocantins 2.090 132,9 90 5,7 39 2,5 Nordeste 142.560 249,8 50.049 87,7 4.924 8,6 Maranhão 2.525 35,7 184 2,6 134 1,9 Piauí 2.099 64,1 164 5,0 14 0,4 Ceará 22.985 251,7 1.032 11,3 240 2,6 Rio Grande do Norte 6.779 193,3 5.195 148,1 531 15,1 Paraíba 5.647 140,5 1.345 33,5 134 3,3 Pernambuco 18.067 189,0 3.248 34,0 318 3,3 Alagoas 2.074 62,1 136 4,1 140 4,2 Sergipe 1.856 80,7 2.519 109,6 74 3,2 Bahia 80.528 541,4 36.226 243,6 3.339 22,4 Sudeste 300.627 340,2 19.671 12,5 760 0,9 Minas Gerais 82.076 387,7 2.329 11,0 393 1,9 Espírito Santo1 7.297 181,6 13.219 328,9 97 2,4 Rio de Janeiro 4.475 25,9 3.561 20,6 131 0,8 São Paulo 206.779 450,3 562 1,2 139 0,3 Sul 278.517 929,1 559 1,9 83 0,3 Paraná 262.664 2.297,2 409 3,6 23 0,2 Santa Catarina 11.909 166,2 100 1,4 34 0,5 Rio Grande do Sul 3.944 34,7 50 0,4 26 0,2 Centro-Oeste 190.376 1.168,2 709 4,4 569 3,5 Mato Grosso do Sul 51.571 1.855,7 194 7,0 68 2,4 Mato Grosso 33.908 973,1 312 9,0 412 11,8 Goiás 60.088 856,2 82 1,2 51 0,7 Distrito Federal 44.809 1.486,1 121 4,0 38 1,3 brasil 931.903 443,5 71.698 30,0 6.705 3,2 Fonte: Sinan Online (banco de dados de 2020 atualizado em 21/09/2020). Sinan Net (banco de dados de Zika de 2020 atualizado em 30/09/2020). 1Dados consolidados do Sinan Online e e-SUS Vigilância em Saúde atualizado em 25/08/2020. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (população estimada em 01/07/2019). Dados sujeitos à alteração. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 11 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Ta be la 2 Nú m er o de ca so s p ro vá ve is e t ax a d e i nc id ên cia (/ 10 0 m il ha b. ) d e de ng ue , S E 1 a 38 , p or p or te p op ul ac io na l, B ra sil , 2 02 0 Po rte p op ul ac io na l uF Mu ni cíp io Ja ne iro Fe ve re iro Ma rç o ab ril Ma io Ju nh o Ju lh o ag os to Se te m br o* Ca so s a cu m ul ad os (S e 1 a 38 ) in cid ên cia ac um ul ad a (/ 10 0 m il ha b. ) Po pu la çã o Po pu la çã o <1 00 m il ha b. PR Ira ce m a do O es te 1.3 11 ,2 9.9 65 ,0 9.5 71 ,7 1.4 86 ,0 39 3,4 43 ,7 0, 0 0, 0 0, 0 52 1 22 .77 1,0 2.2 88 PR Sa nt a In ês 10 .15 0, 4 10 .33 8, 3 1.0 02 ,5 37 5,9 62 ,7 0, 0 0, 0 0, 0 0, 0 35 0 21 .92 9,8 1.5 96 PR Sa nt o An tô ni o do C ai uá 6. 62 6, 3 7.9 13 ,7 2.0 06 ,8 1.0 98 ,1 11 3,6 37 ,9 0, 0 0, 0 0, 0 47 0 17 .79 6, 3 2.6 41 PR Ita ún a do S ul 1.5 70 ,7 7.3 29 ,8 5.9 33 ,7 1.7 80 ,1 24 4,3 69 ,8 0, 0 34 ,9 69 ,8 48 8 17 .0 33 ,2 2.8 65 PR Ica ra ím a 53 1,4 4.2 89 ,0 6. 40 1,8 3.8 58 ,8 1.5 30 ,9 15 1,8 50 ,6 25 ,3 12 ,7 1.3 32 16 .8 52 ,2 7.9 04 Po pu la çã o de 10 0 a 49 9 m il ha b. PR Fo z d o Ig ua çu 53 2,2 2.5 45 ,1 3.2 64 ,2 1.0 72 ,6 13 1,9 39 ,8 22 ,4 80 ,5 65 ,4 20 .0 47 7.7 54 ,2 25 8. 53 2 PR Ca m bé 28 4,4 1.2 96 ,3 2.4 07 ,7 1.5 92 ,0 69 1,8 11 3,6 60 ,1 63 ,8 49 ,7 6. 98 8 6. 55 9,5 10 6. 53 3 SP Ca ta nd uv a 2.3 34 ,6 2.4 70 ,0 89 4,5 27 0, 8 14 9,3 36 ,1 32 ,0 36 ,1 22 ,2 7.6 11 6. 24 5,6 12 1.8 62 PR Um ua ra m a 33 1,7 1.4 22 ,6 2.4 11 ,3 1.0 21 ,0 40 2,5 55 ,6 10 ,8 17 ,0 13 ,4 6. 34 3 5.6 85 ,9 11 1.5 57 MT Si no p 1.6 51 ,8 1.4 02 ,8 59 9,3 22 3,1 39 6, 5 17 9,0 67 ,1 30 ,8 0, 7 6. 50 8 4.5 51 ,2 14 2.9 96 Po pu la çã o de 50 0 a 99 9 m il ha b. PR Lo nd rin a 70 7,2 2.2 91 ,2 2.4 64 ,8 1.2 79 ,9 58 5,0 12 7,3 63 ,4 65 ,6 37 ,0 43 .42 2 7.6 21 ,5 56 9.7 33 SP Ri be irã o Pr et o 46 0, 5 92 3,7 68 1,1 27 2,6 14 8, 7 36 ,5 16 ,9 20 ,8 11 ,118 .0 88 2.5 71 ,9 70 3.2 93 SC Jo in vil le 1,5 30 ,3 16 5,0 48 2,2 59 5,0 16 5,3 35 ,6 3,2 2,4 8. 74 1 1.4 80 ,4 59 0. 46 6 GO Ap ar ec id a de G oi ân ia 28 1,9 25 4,6 23 3,3 18 2,0 20 5,6 15 0, 3 92 ,4 48 ,3 0, 3 8. 37 6 1.4 48 ,7 57 8.1 79 MS Ca m po G ra nd e 34 1,7 47 9,1 24 6, 9 13 7,4 89 ,2 51 ,9 50 ,6 16 ,7 0, 3 12 .6 68 1.4 13 ,9 89 5.9 82 Po pu la çã o > 1 m ilh ão h ab . DF Br as íli a 88 ,1 18 7,1 28 1,4 35 9,8 36 0,1 11 3,4 56 ,8 30 ,9 8, 3 44 .8 09 1.4 86 ,1 3.0 15 .26 8 GO Go iâ ni a 10 9,4 13 6, 5 13 7,3 96 ,7 10 2,2 13 1,3 10 5,1 36 ,1 5,5 13 .0 40 86 0,1 1.5 16 .11 3 CE Fo rta le za 17 ,0 52 ,1 58 ,9 53 ,9 52 ,9 40 ,7 35 ,6 30 ,7 6, 6 9.3 02 34 8, 5 2.6 69 .34 2 SP Ca m pi na s 22 ,3 53 ,2 79 ,3 71 ,6 62 ,2 29 ,2 5,8 10 ,4 7,2 4.1 10 34 1,3 1.2 04 .0 73 BA Sa lva do r 43 ,9 49 ,5 46 ,9 60 ,8 60 ,2 25 ,3 12 ,1 6, 2 2,2 8. 82 3 30 7,2 2.8 72 .34 7 Fo nt e: Si na n On lin e (b an co d e da do s d e 20 20 a tu al iza do e m 21 /0 9/ 20 20 ). In st itu to B ra sil ei ro d e Ge og ra fia e Es ta tís tic a (IB GE ) ( po pu la çã o es tim ad a em 0 1/ 07 /2 01 9) . D ad os su je ito s à a lte ra çã o. *D ad os re fe re nt es a té a S E 3 8. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 12 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Tabela 3 Número de casos prováveis e taxa de incidência (/100 mil hab.) de dengue, SE 27 a 38, por porte populacional, Brasil, 2020 Porte populacional uF Município Casos acumulados Se 27 a 38 incidência acumulada Se 27 a 38 População População <100 mil hab. RN Japi 87 1.721,1 5.055 BA Tanquinho 106 1.338,7 7.918 MT Araguaiana 39 1.258,1 3.100 PB Pedra Branca 46 1.210,2 3.801 PB Vista Serrana 44 1.158,5 3.798 População de 100 a 499 mil hab. BA Paulo Afonso 701 595,2 117.782 PR Paranaguá 670 432,4 154.936 BA Jequié 603 386,6 155.966 CE Iguatu 253 246,8 102.498 SP Presidente Prudente 564 246,6 228.743 População de 500 a 999 mil hab. PR Londrina 946 166,0 569.733 GO Aparecida de Goiânia 815 141,0 578.179 PE Jaboatão dos Guararapes 683 97,3 702.298 SE Aracaju 551 83,9 657.013 BA Feira de Santana 446 72,5 614.872 População > 1 milhão hab. GO Goiânia 2.225 146,8 1.516.113 DF Brasília 2.898 96,1 3.015.268 CE Fortaleza 1.945 72,9 2.669.342 MG Belo Horizonte 1.016 40,4 2.512.070 PE Recife 503 30,6 1.645.727 Fonte: Sinan Online (banco de dados de 2020 atualizado em 21/09/2020). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (população estimada em 01/07/2019). Dados sujeitos à alteração. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 13 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Ta be la 4 Nú m er o de ca so s p ro vá ve is e t ax a d e i nc id ên cia (/ 10 0 m il ha b. ) d e ch ik un gu ny a, S E 1 a 38 , p or p or te p op ul ac io na l, B ra sil , 2 02 0 Po rte p op ul ac io na l uF Mu ni cíp io Ja ne iro Fe ve re iro Ma rç o ab ril Ma io Ju nh o Ju lh o ag os to Se te m br o* Ca so s a cu m ul ad os (S e 1 a 38 ) in cid ên cia ac um ul ad a (/ 10 0 m il ha b. ) Po pu la çã o Po pu la çã o <1 00 m il ha b. BA Ui ba í 7,2 7,2 1.5 12 ,2 5.8 25 ,6 4.4 35 ,8 33 8, 4 11 5,2 7,2 14 ,4 1.7 03 12 .26 3,3 13 .8 87 RN Vi ço sa 0, 0 23 2,8 1.8 04 ,4 7.1 59 ,5 58 2,1 0, 0 0, 0 0, 0 0, 0 16 8 9.7 78 ,8 1.7 18 RN Ti ba u 0, 0 73 ,1 48 ,7 1.5 83 ,0 1.9 24 ,0 73 0, 6 82 8,1 26 7,9 0, 0 22 4 5.4 55 ,4 4.1 06 BA Pr es id en te D ut ra 0, 0 19 ,8 13 ,2 20 4,7 1.9 21 ,8 1.1 35 ,9 71 9,9 20 4,7 6, 6 64 0 4.2 26 ,7 15 .14 2 BA Ita nh ém 10 ,3 30 ,9 10 3,1 62 8, 7 1.6 69 ,7 35 0, 4 10 ,3 15 ,5 0, 0 54 7 2.8 18 ,9 19 .40 5 Po pu la çã o de 10 0 a 49 9 m il ha b. ES Vi tó ria 53 8, 8 40 8, 7 34 5,8 33 6,1 25 7,1 62 ,7 32 ,0 26 ,8 0, 3 7.2 72 2.0 08 ,3 36 2.0 97 ES Ca ch oe iro d e Ita pe m iri m 14 8, 3 19 5,2 20 3,4 22 8, 3 10 9,1 24 ,9 7,7 8, 6 1,0 1.9 36 92 6, 4 20 8. 97 2 RN Mo ss or ó 0, 3 9,4 40 ,7 90 ,8 22 1,6 16 7,5 14 5,9 12 1,4 26 ,2 2.4 50 82 3,9 29 7.3 78 BA Al ag oi nh as 3,3 4,0 9,9 58 ,0 13 9,2 17 0, 8 21 0, 4 56 ,1 1,3 99 0 65 3,1 15 1.5 96 BA Si m õe s F ilh o 6, 0 9,7 44 ,7 13 4,7 25 9,0 71 ,4 9,7 8, 9 0, 0 73 1 54 4,0 13 4.3 77 Po pu la çã o de 50 0 a 99 9 m il ha b. BA Fe ira d e Sa nt an a 34 ,2 49 ,9 46 ,0 98 ,9 21 3,1 13 5,3 71 ,6 23 ,6 2,8 4.1 52 67 5,3 61 4.8 72 SE Ar ac aj u 0, 5 0, 5 0, 6 0, 9 6, 4 32 ,6 83 ,7 67 ,9 7,6 1.3 18 20 0, 6 65 7.0 13 RJ Ca m po s d os G oy ta ca ze s 85 ,3 67 ,0 17 ,9 2,8 3,5 2,2 0, 6 0, 0 0, 0 91 0 17 9,3 50 7.5 48 ES Se rra 19 ,3 24 ,3 27 ,4 40 ,6 35 ,6 10 ,4 8,1 6, 8 1,2 89 9 17 3,7 51 7.5 10 PB Jo ão P es so a 7,3 2,5 3,2 1,7 5,2 8, 5 13 ,3 10 ,6 0, 6 42 9 53 ,0 80 9.0 15 Po pu la çã o > 1 m ilh ão h ab . BA Sa lva do r 21 ,2 28 ,2 33 ,0 63 ,5 10 0, 4 52 ,5 25 ,2 11 ,6 2,1 9.7 01 33 7,7 2.8 72 .34 7 PE Re cif e 1,5 1,3 0, 7 0, 8 6,1 21 ,3 26 ,9 9,7 0, 3 1.1 27 68 ,5 1.6 45 .72 7 RJ Ri o de Ja ne iro 5,0 2,4 2,0 0, 8 0, 4 0, 3 0, 6 0, 4 0,1 81 0 12 ,1 6. 71 8. 90 3 CE Fo rta le za 0, 5 0, 7 1,0 0, 7 1,2 1,3 1,5 1,2 0, 2 22 7 8, 5 2.6 69 .34 2 AL Ma ce ió 0, 2 0, 2 0, 2 0, 9 1,4 0, 2 0, 3 0, 6 0, 2 42 4,1 1.0 18 .94 8 Fo nt e: Si na n On lin e (b an co d e da do s d e 20 20 a tu al iza do e m 21 /0 9/ 20 20 ). In st itu to B ra sil ei ro d e Ge og ra fia e Es ta tís tic a (IB GE ) ( po pu la çã o es tim ad a em 0 1/ 07 /2 01 9) . D ad os su je ito s à a lte ra çã o. *D ad os re fe re nt es a té a S E 3 8. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 14 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Tabela 5 Número de casos prováveis e taxa de incidência (/100 mil hab.) de chikungunya, SE 27 a 38, por porte populacional, Brasil, 2020 Porte populacional uF Município Casos acumulados Se 27 a 38 incidênciaacumulada Se 27 a 38 População População <100 mil hab. RN Tibau 45 1.096,0 4.106 RN Serra do Mel 124 1.038,7 11.938 BA Ibipitanga 149 999,9 14.902 BA Presidente Dutra 141 931,2 15.142 BA Gavião 35 784,2 4.463 População de 100 a 499 mil hab. BA Paulo Afonso 382 324,3 117.782 RN Mossoró 873 293,6 297.378 BA Alagoinhas 406 267,8 151.596 SE Nossa Senhora do Socorro 271 147,6 183.628 PE Cabo de Santo Agostinho 139 67,1 207.048 População de 500 a 999 mil hab. SE Aracaju 1.318 159,2 657.013 BA Feira de Santana 4.152 97,9 614.872 PB João Pessoa 429 24,6 809.015 ES Serra 899 16,0 517.510 PE Jaboatão dos Guararapes 190 15,1 702.298 População > 1 milhão hab. BA Salvador 9.701 38,9 2.872.347 PE Recife 1.127 36,9 1.645.727 CE Fortaleza 227 3,0 2.669.342 RJ Rio de Janeiro 810 1,1 6.718.903 AL Maceió 42 1,1 1.018.948 Fonte: Sinan Online (banco de dados de 2020 atualizado em 21/09/2020). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (população estimada em 01/07/2019). Dados sujeitos à alteração. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 15 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Ta be la 6 N úm er o de ca so s p ro vá ve is e t ax a d e i nc id ên cia (/ 10 0 m il ha b. ) d e z ik a, S E 1 a 36 , p or p or te p op ul ac io na l, B ra sil , 2 02 0 Po rte p op ul ac io na l uF Mu ni cíp io Ja ne iro Fe ve re iro Ma rç o ab ril Ma io Ju nh o Ju lh o ag os to Se te m br o* Ca so s a cu m ul ad os (S e 1 a 38 ) in cid ên ciaac um ul ad a (/ 10 0 m il ha b. ) Po pu la çã o Po pu la çã o <1 00 m il ha b. AL Pi nd ob a 0, 0 0, 0 0, 0 0, 0 0, 0 0, 0 34 3,9 65 3,4 10 3,2 32 1.1 00 ,4 2.9 08 BA Pe dr ão 0, 0 0, 0 13 ,6 12 2,5 47 6, 4 0, 0 0, 0 0, 0 0, 0 45 61 2,5 7.3 47 BA Se ab ra 0, 0 0, 0 11 ,3 16 7,8 19 9,6 61 ,2 63 ,5 2,3 2,3 22 4 50 8, 0 44 .0 91 BA Ri ac hã o do Ja cu íp e 3,0 3,0 3,0 65 ,8 20 9,4 13 4,6 23 ,9 20 ,9 0, 0 15 5 46 3,6 33 .43 6 RN Fe rn an do Pe dr oz a 0, 0 32 ,7 0, 0 65 ,5 32 ,7 13 1,0 98 ,2 98 ,2 0, 0 14 45 8, 4 3.0 54 Po pu la çã o de 10 0 a 49 9 m il ha b. BA Vi tó ria d a Co nq ui st a 0, 6 4,1 29 ,0 71 ,1 90 ,8 28 ,7 16 ,4 2,6 0, 0 83 1 24 3,3 34 1.5 97 RN Mo ss or ó 0, 0 0, 3 0, 7 3,7 12 ,8 29 ,3 18 ,5 27 ,6 2,0 28 2 94 ,8 29 7.3 78 MT Ta ng ar á da S er ra 19 ,3 23 ,1 9,6 2,9 4,8 1,9 0, 0 0, 0 0, 0 64 61 ,7 10 3.7 50 BA Pa ul o Af on so 0, 0 0, 0 0, 0 2,5 1,7 14 ,4 8, 5 0, 0 0, 0 32 27 ,2 11 7.7 82 PA Sa nt ar ém 8, 2 8, 9 6, 6 1,3 0, 7 0, 0 0, 3 0, 0 0, 0 79 25 ,9 30 4.5 89 Po pu la çã o de 50 0 a 99 9 m il ha b. BA Fe ira d e Sa nt an a 0, 5 0, 8 1,1 1,8 1,5 0, 8 0, 2 0, 2 0, 0 42 6, 8 61 4.8 72 PB Jo ão P es so a 0, 4 0, 2 0, 0 0,1 0, 6 1,2 0, 9 1,2 0, 0 38 4,7 80 9.0 15 SE Ar ac aj u 0, 0 0, 0 0, 0 0, 0 0, 6 0, 2 2,1 0, 5 0, 2 23 3,5 65 7.0 13 RN Na ta l 0,1 0, 5 0,1 0, 0 0, 3 0, 3 0, 2 0, 5 0, 0 18 2,0 88 4.1 22 RJ Ni te ró i 0, 4 0, 2 0, 4 0, 0 0, 4 0, 2 0, 0 0, 2 0, 0 9 1,8 51 3.5 84 Po pu la çã o >1 m ilh ão h ab . BA Sa lva do r 2,9 2,1 1,8 1,8 4,5 1,9 0, 4 0, 0 0, 0 44 4 15 ,5 2.8 72 .34 7 MA Sã o Lu ís 1,8 1,4 0, 7 0, 2 0, 4 0,1 0, 2 0, 4 0, 0 56 5,1 1.1 01 .8 84 PE Re cif e 0, 2 0,1 0, 0 0, 0 0,1 0, 7 2,1 1,8 0, 0 81 4,9 1.6 45 .72 7 AM Ma na us 0, 2 0, 6 0, 2 0, 0 0,1 0, 5 0, 3 0,1 0, 0 46 2,1 2.1 82 .76 3 CE Fo rta le za 0, 0 0, 0 0, 0 0,1 0, 4 0, 7 0, 6 0, 3 0, 0 55 2,1 2.6 69 .34 2 Fo nt e: Si na n On lin e (b an co d e da do s d e 20 20 a tu al iza do e m 30 /0 9/ 20 20 ). In st itu to B ra sil ei ro d e Ge og ra fia e Es ta tís tic a (IB GE ) ( po pu la çã o es tim ad a em 0 1/ 07 /2 01 9) . D ad os su je ito s à a lte ra çã o. *D ad os re fe re nt es a té a S E 3 6. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 16 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Tabela 7 Número de casos prováveis e taxa de incidência (/100 mil hab.) de zika, SE 27 a 36, por porte populacional, Brasil, 2020 Porte populacional uF Município Casos acumulados Se 27 a 38 incidência acumulada Se 27 a 38 População População <100 mil hab. AL Pindoba 32 1.100,4 2.908 PB Vista Serrana 10 263,3 3.798 BA Gavião 11 246,5 4.463 RN Fernando Pedroza 6 196,5 3.054 RN São Rafael 12 146,3 8.202 População de 100 a 499 mil hab. RN Mossoró 143 48,1 297.378 BA Vitória da Conquista 65 19,0 341.597 SE Nossa Senhora do Socorro 16 8,7 183.628 BA Paulo Afonso 10 8,5 117.782 PE Petrolina 21 6,0 349.145 População de 500 a 999 mil hab. SE Aracaju 18 2,7 657.013 PB João Pessoa 17 2,1 809.015 RN Natal 6 0,7 884.122 BA Feira de Santana 2 0,3 614.872 SP São José dos Campos 2 0,3 721.944 População > 1 milhão hab. PE Recife 63 3,8 1.645.727 CE Fortaleza 63 3,8 1.645.727 MA São Luís 22 0,8 2.669.342 AM Manaus 6 0,5 1.101.884 BA Salvador 10 0,5 2.182.763 Fonte: Sinan Online (banco de dados de 2020 atualizado em 30/09/2020). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (população estimada em 01/07/2019). Dados sujeitos à alteração. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 17 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Tabela 8 Número de óbitos confirmados e em investigação de dengue, até a Semana Epidemiológica 38, por região e unidade federada, Brasil, 2020 Dengue Se 38 região/uF Óbitos confirmados Se 1 a 26 Óbitos em investigação Se 1 a 26 Óbitos confirmados Se 27 a 38 Óbitos em investigação Se 27 a 38 Norte 12 1 2 1 Rondônia 3 0 0 0 Acre 3 0 1 0 Amazonas 5 0 1 0 Roraima 0 1 0 0 Pará 1 0 0 1 Amapá 0 0 0 0 Tocantins 0 0 0 0 Nordeste 27 30 5 22 Maranhão 3 0 1 0 Piauí 0 0 0 0 Ceará 8 0 2 4 Rio Grande do Norte 5 2 1 2 Paraiba 3 1 0 2 Pernambuco 1 15 0 7 Alagoas 0 0 1 0 Sergipe 0 0 0 0 Bahia 7 12 0 7 Sudeste 132 83 5 12 Minas Gerais 10 45 1 3 Espirito Santo 1 9 0 0 Rio de Janeiro 6 0 0 0 São Paulo 115 29 4 9 Sul 190 3 2 3 Paraná 184 3 2 2 Santa Catarina 0 0 0 1 Rio Grande do Sul 6 0 0 0 Centro-Oeste 110 58 7 9 Mato Grosso do Sul 37 2 2 0 Mato Grosso 17 3 1 0 Goiás 15 53 1 9 Distrito Federal 41 0 3 0 Total 471 175 21 47 Fonte: Sinan Online (banco de dados de 2020 atualizado em 21/09/2020. Dados sujeitos à alteração. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 18 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 *Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses (CGARB/DEIDT/SVS): Amanda Coutinho de Souza, Camila Ribeiro Silva, Danielle Bandeira Costa de Sousa Freire, João Marcelo de Souza Teixeira, João Lucas Mendonça Dilly Alves, Josivania Arrais de Figueiredo, Juliana Chedid Nogared Rossi, Larissa Arruda Barbosa, Noely Fabiana Oliveira de Moura, Priscila Leal Leite e Sulamita Brandão Barbiratto e Tatiana Mingote Ferreira de Azara. Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB/DAEVS/SVS): Emerson Luiz Lima Araújo. Voltar ao início Tabela 9 Número de óbitos confirmados e em investigação de chikungunya, até a Semana Epidemiológica 38, por região e unidade federada, Brasil, 2020 Chikungunya Se 38 região/uF Óbitos confirmados Se 1 a 26 Óbitos em investigação Se 1 a 26 Óbitos confirmados Se 27 a 38 Óbitos em investigação Se 27 a 38 Norte 0 0 0 0 Rondônia 0 0 0 0 Acre 0 0 0 0 Amazonas 0 0 0 0 Roraima 0 0 0 0 Pará 0 0 0 0 Amapá 0 0 0 0 Tocantins 0 0 0 0 Nordeste 11 9 1 13 Maranhão 2 0 0 0 Piauí 0 0 0 0 Ceará 2 0 0 0 Rio Grande do Norte 2 0 1 0 Paraiba 2 1 0 1 Pernambuco 0 4 0 2 Alagoas 0 0 0 0 Sergipe 0 0 0 0 Bahia 3 4 0 10 Sudeste 3 3 1 0 Minas Gerais 0 1 0 0 Espirito Santo 2 0 0 0 Rio de Janeiro 1 2 1 0 São Paulo 0 0 0 0 Sul 0 0 0 0 Paraná 0 0 0 0 Santa Catarina 0 0 0 0 Rio Grande do Sul 0 0 0 0 Centro-Oeste 1 0 0 0 Mato Grosso do Sul 0 0 0 0 Mato Grosso 1 0 0 0 Goiás 0 0 0 0 Distrito Federal 0 0 0 0 Total 15 12 2 13 Fonte: Sinan Online (banco de dados de 2020 atualizado em 21/09/2020. Dados sujeitos à alteração. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 19 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), temporalmente associada à Covid-19 Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde (CGPNI/DEIDT/SVS); Coordenação-Geral de Emergências em Saúde Pública do Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública da Secretaria de Vigilância em Saúde (CGEMSP/DSASTE/SVS)* Contextualização Durante pico da pandemia da covid-19 no continente europeu, em abril de 2020, houve alertas em diferentes países sobre a identificação de uma nova apresentação clínica em crianças, possivelmente associada com à infec- ção pelo SARS-CoV-2 (vírus causador da covid-19), definida posteriormente como Multisystem inflammatory syndrome in children (MIS-C)1-3, traduzido para o português como síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P). Diante da emergência, em 24 de julho de 2020, o Minis- tério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS), implantou o monitoramento nacional da ocorrência da SIM-P temporalmente associada à covid-19, por meio da notificação em formuláriopa- dronizado, disponível online, no endereço eletrônico https://is.gd/simpcovid.4 A implantação dessa notificação justifica-se visto que os fatores de risco, a patogênese, o espectro clínico, o prog- nóstico e a epidemiologia da SIM-P são pouco conhecidos e por se tratar de uma doença emergente potencialmente associada à covid-193,5-9. Definição de caso Trata-se de uma doença multissistêmica com amplo espectro de sinais e sintomas, caracterizada por febre persistente acompanhada de um conjunto de sintomas que podem incluir gastrointestinais – com importante dor abdominal – conjuntivite, exantema (rash cutâ- neo), erupções cutâneas, edema de extremidades, hipotensão, dentre outros. Os sintomas respiratórios não estão presentes em todos os casos. Há importan- te elevação dos marcadores inflamatórios e o quadro clínico pode evoluir para choque e coagulopatia6-11. Embora tenha o quadro clínico bastante semelhante à síndrome de Kawasaki completa ou incompleta, a SIM-P geralmente ocorre em crianças mais velhas, com alterações evidentes dos marcadores inflamatórios e importante disfunção cardíaca6,10,11. A maioria dos casos relatados apresentam exames laboratoriais que indicam infecção atual ou recente pelo SARS-CoV-2 (por biologia molecular ou sorologia) ou vínculo epidemiológico com caso confirmado para covid-193,5,7,10. A definição de caso adotada pelo Ministério da Saúde para notificação e monitoramento dos casos segue conforme Quadro 1. A notificação individual da SIM-P deverá ser realizada de forma universal, isto é, por qualquer serviço de saúde ou pela autoridade sanitária local ao identificar indivíduo que preencha a definição de caso, por meio do preenchimento da notificação diretamente no formulário online https://is.gd/simpcovid, em até 24 horas. Casos no Brasil Até a Semana Epidemiológica (SE) 39, que compreende período até 26 de outubro de 2020, foram confirmados 410 casos da SIM-P temporalmente associada à covid-19 em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, com registro de 28 óbitos (letalidade de 6,8%). A maioria dos casos foram registrados em crianças e adolescentes do sexo masculino (52,7%), 37,8% dos casos ocorreram na faixa etária de 0 a 4 anos e 32,9% na faixa etária de 5 a 9 anos. Dentre os óbitos, 53,6% (n=15) foram em crianças de 0 a 4 anos (Tabela 1). Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 20 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 QuaDrO 1 Definição de caso para síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica temporalmente associada à Covid-19 Definição de caso preliminar Caso que foi hospitalizado ou óbito com: • Presença de febre elevada (considerar o mínimo de 38oC) e persistente (≥ 3 dias) em crianças e adolescentes (entre 0 e 19 anos de idade). E • Pelo menos dois dos seguintes sinais e sintomas: - Conjuntivite não purulenta ou erupção cutânea bilateral ou sinais de inflamação mucocutânea (oral, mãos e pés); - Hipotensão arterial ou choque; - Manifestações de disfunção miocárdica, pericardite, valvulite ou anormalidades coronárias (incluindo achados do ecocardiograma ou elevação de Troponima/NT-proBNP); - Evidência de coagulopatia (por TP, TTPa, D-dímero elevados); - Manifestações gastrointestinais agudas (diarreia, vômito ou dor abdominal). E • Marcadores de inflamação elevados, VHS, PCR ou procalcitonina, entre outros. E • Afastadas quaisquer outras causas de origem infecciosa óbvia de inflamação, incluindo sepse bacteriana, síndromes de choque estafilocócica, ou estreptocócica. E • Evidência de Covid-19 (biologia molecular, teste antigênico ou sorológico positivos) ou história de contato com caso de Covid-19. Comentários adicionais: Podem ser incluídos crianças e adolescentes que preencherem critérios totais ou parciais para a síndrome de Kawasaki ou choque tóxico, com evidência de infecção pelo SARS-CoV-2. Fonte: Adaptado pelo Ministério da Saúde, com base na definição de caso da OPAS/OMS (WHO/2019-nCoV/MIS_Children_CRF/2020.2), validada pela Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Cardiologia e Instituto Evandro Chagas. NT-proBNP - N-terminal do peptídeo natriurético tipo B; TP – Tempo de protrombina; TTPa – Tempo de tromboplastina parcial ativada; VHS – Velocidade de hemossedimentação; PCR – Proteína C-reativa. Tabela 1 Casos da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica temporalmente associada à Covid-19, identificadas em crianças e adolescentes, segundo evolução, por sexo e faixa etária, por unidade federada de notificação, Brasil 2020 uF Distribuição por faixa etária e sexo Total*0-4 5-9 10-14 15-19 evolução Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Acre N 0 0 0 0 1 0 0 0 1 Óbitos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Alagoas N 5 6 3 3 2 3 0 0 22 Óbitos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Amapá N - - - - - - - - - Óbitos - - - - - - - - - Amazonas N - - - - - - - - - Óbitos - - - - - - - - - Bahia N 4 2 8 6 0 7 0 2 29 Óbitos 0 0 0 1 0 0 0 0 1 Ceará N 9 7 9 9 14 7 0 3 58 Óbitos 0 0 0 0 2 0 0 0 2 Distrito FederalA N 9 3 4 7 6 7 1 1 38 Óbitos 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Espírito Santo N 1 0 3 1 1 1 0 0 7 Óbitos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Continua Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 21 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Conclusão uF Distribuição por faixa etária e sexo Total*0-4 5-9 10-14 15-19 evolução Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Goiás N - - - - - - - - - Óbitos - - - - - - - - - Maranhão N 0 1 0 0 0 2 0 0 3 Óbitos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Minas Gerais N 4 9 3 6 1 1 0 0 24 Óbitos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Mato Grosso do Sul N - - - - - - - - - Óbitos - - - - - - - - - Mato Grosso N 1 1 0 2 1 0 0 0 5 Óbitos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pará N 15 10 2 5 2 4 0 0 38 Óbitos 4 1 0 0 1 0 0 0 6 Paraíba N 2 0 1 3 1 0 0 0 7 Óbitos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 PernambucoB N 5 2 3 4 3 5 0 0 22 Óbitos 1 0 0 0 1 0 0 0 2 PiauíC N 2 1 1 1 1 1 0 0 7 Óbitos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Paraná N 2 0 1 2 1 3 1 1 11 Óbitos 0 0 0 1 1 0 1 0 3 Rio de Janeiro N 10 13 7 8 2 5 2 0 47 Óbitos 1 4 0 0 0 0 1 0 6 Rio Grande do Norte N 3 2 1 3 0 2 0 1 12 Óbitos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Rondônia N - - - - - - - - - Óbitos - - - - - - - - - Roraima N - - - - - - - - - Óbitos - - - - - - - - - Rio Grande do Sul N 2 1 2 1 1 3 0 0 10 Óbitos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Catarina N 1 1 2 0 2 3 1 0 10 Óbitos 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Sergipe N - - - - - - - - - Óbitos - - - - - - - - - São Paulo N 6 12 12 12 5 5 1 2 55 Óbitos 0 1 1 0 1 1 0 0 4 Tocantins N - - - - - - - - - Óbitos - - - - - - - - - braSil N 82 73 62 73 44 60 6 10 410 Óbitos 9 6 1 2 6 1 3 0 28 A08 casos são residentes de Goiás; B01 caso residente do Alagoas e 01 residente do Piauí; C03 casos residentes do Maranhão. *Dados preliminares, sujeitos a alterações. Fonte: CGPNI/DEIDT/SVS/MS. Casos reportados pelas Secretarias da Saúde dos Estados e do Distrito Federal, notificados até 26/09/2020 (SE39). Atualizados em 01/10/2020. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 22 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Foram 19 unidades federadas notificantes, das quais 11 possuem registro de óbitos pelo agravo, confirmado primeiro óbito da Paraíba (Tabela 1). Na SE 39, os estados do Acre, Espírito Santo, Pernambuco e Rio Grande do Sul informaram que não houve novos casos confirmados em relação à semana anterior. Ressalta-se que os dados estão apresentados por UF de notificação. A maior concentração de casos notificados encontra-se nos estados do Ceará e São Paulo, seguidos do Rio de Janeiro, Distrito Federal e Pará (Figura 1). Fonte: CGPNI/DEIDT/SVS/MS. Casos reportados pelas Secretarias da Saúde dos Estados e do Distrito Federal, notificados até 26/09/2020 (SE 39). Atualizados em 01/10/2020. Figura 1 Distribuição dos casos da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica temporalmente associada à covid-19, por unidade federada de notificação, Brasil 2020 1 a 10 casos 11 a 20 casos 21 a 30 casos31 a 40 casos 41 a 50 casos 51 ou mais casos Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 23 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Referências 1. NHS. NHS London: COVID-19 and Paediatric Shock (26.04.2020). 2020. Disponível em: https://saude. shortcm.li/rxbxAA. 2. PROMED-MAIL. Undiagnosed pediatric inflammatory syndrome (05): Europe, USA, COVID-19 assoc. (18/05/2020). 2020. Disponível em: https:// promedmail.org/. 3. OMS. Multisystem inflammatory syndrome in children and adolescents temporally related to COVID-19. 2020. Disponível em: https://saude.shortcm.li/LT9LzV. 4. Ministério da Saúde. Nota Técnica N. 16/2020 CGPNI/ DEIDT/SVS/MS: Orientações sobre a notificação da Síndrome Inflamatória Multissistêmica (SIM-P) temporalmente associada à COVID-19. OFÍCIO CIRCULAR Nº 133/2020/SVS/MS de 24 de julho de 2020. 5. Sociedade Brasileira de Pediatria. Nota de Alerta: Síndrome inflamatória multissistêmica em crianças e adolescentes provavelmente associada à COVID-19: uma apresentação aguda, grave e potencialmente fatal. Departamentos Científicos de Infectologia (2019-2021) e de Reumatologia (2019-2021), 20 de maio de 2020. 6. VERDONI, L. et al. An outbreak of severe Kawasaki-like disease at the Italian epicentre of the SARS-CoV-2 epidemic: an observational cohort study. The Lancet, 2020. ISSN 0140-6736. Disponível em: https://saude. shortcm.li/LxPNjG. Acesso em: 2020/05/26. 7. RIPHAGEN, S. et al. Hyperinflammatory shock in children during COVID-19 pandemic. The Lancet, v. 395, n. 10237, p. 1607-1608, 2020. ISSN 0140-6736. Disponível em: https://saude.shortcm.li/78LAAI. Acesso em: 2020/05/26. 8. Feldstein LR, Rose EB, Horwitz SM, Collins JP, Newhams MM, Son MBF, et al. Multisystem Inflammatory Syndrome in U.S. Children and Adolescents. N Engl J Med. 2020 Jul 23;383(4):334–46. 9. Gruber C, Patel R, Trachman R, Lepow L, Amanat F, Krammer F, et al. Mapping Systemic Inflammation and Antibody Responses in Multisystem Inflammatory Syndrome in Children (MIS-C) [Internet]. Pediatrics; 2020 Jul [cited 2020 Jul 27]. Available from: https:// saude.shortcm.li/ateQxq. 10. CDC – Centers for Disease Control and Prevention. COVID-19–Associated Multisystem Inflammatory Syndrome in Children — United States, March–July 2020. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2020;69. 11. Safadi MAP, Silva CA. The challenging and unpredictable spectrum of COVID-19 in children and adolescents. Rev Paul Pediatr. 2020. doi. org/10.1590/1984-0462/2020/38/2020192. *Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis (CGPNI/DEIDT/SVS): Caroline Gava, Sandra Maria Deotti Carvalho, Francieli Fontana Sutile Tardetti Fantinato. Coordenação-Geral de Emergências em Saúde Pública do Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública (CGEMSP/DSASTE/SVS): Laís de Almeida Relvas Brandt, Danielle Cristine Castanha da Silva. Voltar ao início Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 24 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Informe semanal sarampo – Brasil, semanas epidemiológicas 1 a 39, 2020 Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis (CGPNI/DEIDT/SVS); Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde (CGLAB/DAEVS/SVS).* Sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, trans- missível e extremamente contagiosa. É uma doença grave, principalmente em crianças menores de cinco anos de idade, pessoas desnutridas e imunodeprimidas. A transmissão do vírus ocorre de forma direta de pessoas doentes ao espirrar, tossir, falar ou respirar próximo a pessoas sem imunidade contra o vírus do sarampo, evidenciando a importância da vacinação, conforme recomendações do Ministério da Saúde. Este informe tem por objetivo apresentar a atualização semanal sobre o cenário do sarampo no país. Situação epidemiológica do sarampo no Brasil O Brasil registrou casos de sarampo em 21 unidades federadas (Figura 1). Dessas, 16 unidades federadas interromperam a cadeia de transmissão do vírus, e cinco mantém o surto ativo, a saber: Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Amapá. No Brasil, entre as semanas epidemiológicas 1 a 39 de 2020 (29/12/2019 a 26/09/2020), foram notificados 16.074 casos de sarampo, confirmados 8.169 (50,8%), descartados 7.449 (46,3%) e estão em investigação 456 (2,8%) (Figura 2). Figura 1 Casos confirmados de sarampo por unidade da federação, Brasil, semanas epidemiológicas 1 a 39, 2020 0 1 – 50 51– 300 301 – 1.000 > 1.000 N° de casos confirmados Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde/MS. Atualização em 05/10/2020. Dados sujeitos a alterações. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 25 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde/MS. Atualização em 05/10/2020. Dados sujeitos a alterações. Figura 2 Distribuição dos casos de sarampo por semana epidemiológica do início do exantema e classificação final, Brasil, semanas epidemiológicas 1 a 39, 2020 Confirmados por laboratório (5.365) Confirmados por clínico epidemiológico (2.804) Descartados (7.449) Em investigação (456) Semana epidemiológica de início do exantema 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 N ú m er o d e ca so s Os estados do Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina concentram o maior número de casos confirmados de sarampo, totalizando 7.912 (96,9%) casos (Tabela 1). Os óbitos por sarampo ocorreram nos estados do Pará 5 (71,4%), Rio de Janeiro 1 (14,3%) e São Paulo 1 (14,3%), (Tabela 1). Tabela 1 Casos confirmados e óbitos por sarampo por unidade da federação, Brasil, semanas epidemiológicas 1 a 39, 2020 iD uF Confirmados Óbitos N % N % 1 Pará 5.287 64,7 5 71,4 2 Rio de Janeiro 1.320 16,2 1 14,3 3 São Paulo 818 10,0 1 14,3 4 Paraná 377 4,6 0 0,0 5 Santa Catarina 110 1,3 0 0,0 6 Amapá 91 1,1 0 0,0 7 Rio Grande do Sul 37 0,5 0 0,0 8 Pernambuco 34 0,4 0 0,0 9 Minas Gerais 21 0,3 0 0,0 10 Maranhão 17 0,2 0 0,0 11 Goiás 8 0,1 0 0,0 12 Sergipe 8 0,1 0 0,0 13 Bahia 7 0,1 0 0,0 14 Ceará 7 0,1 0 0,0 15 Mato Grosso do Sul 7 0,1 0 0,0 16 Rondônia 6 0,1 0 0,0 17 Distrito Federal 5 0,1 0 0,0 18 Amazonas 4 0,0 0 0,0 19 Alagoas 3 0,0 0 0,0 20 Mato Grosso 1 0,0 0 0,0 21 Tocantins 1 0,0 0 0,0 Total 8.169 100,0 7 100,0 Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde/MS. Atualização em 05/10/2020. Dados sujeitos a alterações. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 26 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Vigilância laboratorial A vigilância laboratorial do sarampo no Brasil é monitorada através da realização dos exames pela Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (RNLSP). Os LACEN realizam tanto a sorologia para diagnóstico laboratorial do sarampo quanto o diagnóstico diferencial, sendo o ensaio de ELISA a metodologia oficial adotada para o diagnóstico laboratorial do sarampo, devido a sua sensibilidade e especificidade. O LRN-Fiocruz realiza além da sorologia, a reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa (RT-PCR) e isolamento viral, sendo este último o método mais específico para determinação do genótipo e linhagem do vírus responsável pela infecção. Devido ao atual cenário epidemiológico do sarampo no país, com o objetivo de interromper a circulação viral, para dar celeridade ao processo de encerramento dos casos suspeitos e otimização de recursos (humanos, transporte de amostras e insumos), é recomendada a adoção de estratégias e condutas, frente aos resultados de sorologia e biologia molecular liberados pelos LACEN, nos estados onde já há surto estabelecido (Figura 3). As recomendações abaixo se aplicam apenas enquanto perdurar o surto desarampo em determinado município ou estado. Após a interrupção do surto, deverão ser seguidos os fluxos preconizados pelo Guia de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Fonte: CGLAB/DAEVS/SVS. Figura 3 Estratégias a serem adotadas em municípios em situações de surto para o diagnóstico de sarampo. Brasil, 2020 Sorologia (EliSa) rT-PCr (Critérios para envio de amostras para Fiocruz) ¡ Resultado de sorologia igM reagente para sarampo: confirmar o caso; ¡ Resultado de igg reagente para sarampo: caso não tenha história de vacinação, coletar S2 e avaliar o aumento de títulos de IgG por pareamento das amostras. ¡ Enviar amostras dos 3 primeiros casos supeitos que estao diretamente relacionados ao caso índice; ¡ Enviar amostras dos 3 casos suspeitos que ocorreram em uma nova localidade ou municipio; ¡ A cada dois meses, enviar três novas amostras de casos da mesma localidade ou município onde os casos que iniciaram o surto foram confirmados. As amostras coletadas com suspeitas de sarampo para diagnóstico por Biologia Molecular, que se enquadrem nos critérios demonstrados (Figura 3), deverão ser en- caminhadas para o LRN (Fiocruz/RJ) com a identificação na ficha de notificação e na amostra descrevendo para qual critério se enquadram. No cumprimento da estratégia de coleta para situação de surto, também deverá ser observado a lista de exceções abaixo. Então, mesmo em surto ativo deverá ser mantido a coleta de amostras de sangue (soro) para realizar sorologia e amostras biológicas para realizar RT-PCR, de acordo com as orientações prévias contidos no Guia de Vigilância em Saúde (2019): Primeiros 10 casos suspeitos (de uma localidade sem casos confirmados); 3 a 4 casos suspeitos pertencentes a uma nova cadeia de transmissão; Em novos municípios com caso confirmado pela sorologia; Histórico de vacina tríplice ou tetraviral nos últimos 30 dias; Município com reintrodução do vírus após 90 dias da data do exantema do último caso; Óbito; Histórico de viagem a locais com evidência de circulação do vírus do sarampo; Contato com estrangeiro; Situações especiais definidas pela vigilância; e Positividade concomitante para outra doença no diagnóstico diferencial. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 27 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Os casos suspeitos de sarampo que atendam o critério vínculo epidemiológico e tenham também a confirma- ção em laboratório privado, pelo método ELISA, devem ser encerrados pelo critério laboratorial. Além da clas- sificação final dos casos de sarampo pelo critério labo- ratorial, esses casos podem ser encerrados pelo critério vínculo-epidemiológico. Este critério é utilizado quando não for possível realizar a coleta de exames laboratoriais, ou em situações de surto com transmissão ativa. Vacinação A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) está disponível na rotina dos serviços de saúde, conforme indicações do Calendário Nacional de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações. Entretanto, neste momento, a realização das ações de vacinação deve considerar o cenário epidemiológico da COVID-19, especialmente nas localidades onde há casos confirmados da doença e apresentam também a circulação ativa do vírus do sarampo. Assim, tanto para a vacinação de rotina quanto para outras estratégias que visem interromper a cadeia de transmissão do sarampo, é necessária a adoção de medidas de proteção para os profissionais responsáveis pela vacinação e para a população em geral, buscando realizar a vacinação de forma segura, e ao mesmo tempo minimizar o risco de disseminação da covid-19. A estratégia de vacinação indiscriminada para pessoas na faixa etária de 20 a 49 anos, iniciada em março deste ano, cujo encerramento estava programado para o dia 30 de junho, posteriormente prorrogada para o dia 31 de agosto de 2020, teve novamente o prazo estendido, seguindo até o dia 30 de outubro de 2020 para todo o país, conforme Comunicado CGPNI de 23 de setembro de 2020. A prorro- gação da estratégia se deu em razão das baixas cobertu- ras vacinais e o elevado quantitativo de pessoas sus- cetíveis ao adoecimento, sendo necessário redobrar os esforços sobre as ações de vacinação contra o sarampo. Encontra-se em processo de revisão o Plano Nacional para interromper a circulação do vírus do sarampo e eliminar a doença, o qual propõe resposta rápida, oportuna e articulada entre as diversas áreas envolvi- das com o enfrentamento do sarampo. Recomendações do Ministério da Saúde Fortalecer a capacidade dos sistemas de Vigilância Epidemiológica do sarampo e reforçar as equipes de investigação de campo para garantir a investigação oportuna e adequada dos casos notificados. Unidades Federadas devem informar ao Ministério da Saúde sobre os casos notificados, confirmados, descartados e pendentes, através do envio oportuno do Boletim de Notificação Semanal (BNS). O conteúdo das informações viabiliza o planejamento de ações e insumos nos diferentes níveis de gestão para conter a circulação do vírus no país. A vacina é a medida preventiva mais eficaz contra o sarampo. Medidas de prevenção de doenças de transmissão respiratória também são válidas, e os profissionais devem orientar a população sobre: a limpeza regular de superfícies, isolamento domiciliar para a pessoa que estiver com suspeita ou em período de transmis- são de doença exantemática, medidas de distancia- mento social em locais de atendimento de pessoas com suspeita de doença exantemática, cobrir a boca ao tossir ou espirrar, uso de lenços descartáveis e hi- giene das mãos com água e sabão e/ou álcool em gel. Que estados e municípios atinjam a taxa de notifica- ção de casos suspeitos de sarampo ≥ 2 casos por 100 mil habitantes, um indicador importante no proces- so de eliminação da doença enquanto problema de saúde pública no país. Importância dos estados e municípios apresentarem Planos para o enfrentamento da doença. Referência Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento e Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde. ed. atual – Brasília: Ministério da Saúde, 2019. *Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis (CGPNI/DEIDT/SVS): Francieli Fontana Sutile Tardetti Fantinato, Adriana Regina Farias Pontes Lucena, Aline Ale Beraldo, Cintia Paula Vieira Carrero, Josafá do Nascimento Cavalcante Filho, Luciana Oliveira Barbosa de Santana, Maria Izabel Lopes, Regina Célia Mendes dos Santos Silva, Rita de Cássia Ferreira Lins. Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde (CGLAB/DAEVS/SVS): André Luiz de Abreu, Greice Madeleine Ikeda do Carmo, Rejane Valente Lima Dantas, Leonardo Hermes Dutra, Ronaldo de Jesus, Marli Rocha de Abreu. Voltar ao início Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 28 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Contextualização O vírus do sarampo (MeV), um membro da família Paramyxoviridae, gênero Morbillivírus, é o agente etiológico que causa em humanos uma doença exantemática aguda, potencialmente grave, extremamente contagiosa, sem tratamento específico e prevenível por vacinação1. A transmissão do sarampo acontece pelas vias aéreas superiores, ocorrendo diretamente, de pessoa a pessoa, geralmente pela penetração de gotículas contaminadas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos anos, têm sido reportados vários casos de sarampo em várias regiões do mundo, em especial nos continentes europeu e africano2. A vigilância laboratorial tem desempenhado papel importante no monitoramento do sarampo. A gestão de insumo, o monitoramento dos exames e resultados laboratoriais, o diagnóstico diferencial e o apoio aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN)tornaram possíveis a adoção de medidas junto aos serviços no monitoramento do sarampo no Brasil. Para mais informações sobre o sarampo e as suas atualizações por meio dos boletins epidemiológicos, acesse: https://bit.ly/2wYQqIc. Estrutura da vigilância laboratorial de sarampo no Brasil A Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública, do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (CGLAB/DAEVS/MS), tem como atribuição coordenar, normatizar e supervisionar a Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (RNLSP). Além disso, a CGLAB participa do controle e promoção das ações de epidemiologia voltadas ao controle do sarampo e outros agravos. No Brasil, a rede laboratorial do sarampo é composta por 27 LACEN, um laboratório em cada Unidade Federada, e o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz/RJ); que é credenciado como Laboratório de Referência Vigilância laboratorial de sarampo Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde (CGLAB/DAEVS/SVS).* Nacional (LRN) de Sarampo pelo Ministério da Saúde e também como Referência Regional para Sarampo e Rubéola pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os LACEN realizam tanto a sorologia para diagnóstico laboratorial do sarampo, quanto o diagnóstico diferencial do tipo selvagem e o vacinal. O ensaio imunoenzimático (ELISA - Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) é uma das metodologias adotadas para o diagnóstico laboratorial do sarampo, devido a sua sensibilidade e especificidade. O LRN utiliza as metodologias de detecção viral por sorologia e a reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa em tempo real (RT-PCR). O LRN também desempenha importante papel no sequencia- mento genético e análise filogenética para definição de genótipos e linhagens do MeV que estão se propagando pela comunidade. A vigilância laboratorial realizada pelo LRN tem como ob- jetivo investigar as mudanças que ocorrem em genótipos e sequências de vírus com o curso do tempo no Brasil. O Ministério da Saúde, por meio da CGLAB/SVS, monitora os dados de solicitações e resultados de exames para sarampo por estado, utilizando o Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) que possibilita a rea- lização de diversas formas de análise, cujas principais medidas são: Gerenciar e acompanhar as realizações das análises laboratoriais desde a sua solicitação até a emissão do laudo final; Gerar relatórios gerenciais e de produção de exames nas RNLSP; Enviar informações laboratoriais a outros sistemas, por meio de interface; Subsidiar as tomadas de decisões pelas vigilâncias nas esferas nacional, estadual e municipal. Dessa forma, a CGLAB supervisiona os resultados labo- ratoriais para sarampo, possibilitando a comunicação com os estados para a realização de estratégias com finalidade na interrupção e controle da disseminação do vírus na comunidade. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 29 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Entre os anos 2018 e 2020, o Brasil realizou 113.307 testes sorológicos IgM para diagnóstico do sarampo. Atualmente, em 2020, foram realizados 16.174 testes sorológicos para IgM, 13.326 para IgG, 1.975 de PCR e o estado com maior número de exames sorológicos rea- lizados é o estado do Pará com 5.794 testes IgM e 3.401 IgG. Diante desse cenário, apresenta-se a seguir como a Vigilância Laboratorial vem se organizando e traba- lhando ao longo do tempo, os dados laboratoriais de sarampo no país e as melhorias no diagnóstico. Obtenção de amostras biológicas Soro A amostra de soro é usada nos testes sorológicos para a determinação de anticorpos IgM e IgG tipo específico. No monitoramento do sarampo é recomendado obtenção da amostra de soro no primeiro contato com o caso suspeito e em um período de até 30 dias após o aparecimento do exantema (S1)3. A vigilância de rotina do sarampo tem como base a determinação de IgM em uma amostra de soro único, de preferência obtido durante fase aguda da doença (primeiros 7 dias de início do exantema). Alguns casos podem exigir a segunda amostra de soro (S2), que deve ser obtida durante a fase de convalescença da doença, e de preferência em 15 a 25 dias (em uma faixa de 10 e 30 dias) após a coleta da primeira amostra de soro, para permitir a medição de um aumento significativo no título de IgG e confirmar os resultados iniciais de IgM3. O intervalo de tempo ideal entre a obtenção da amostra aguda e a obtenção da amostra de convalescença (juntos são chamados de "pareamento") é cerca de 2 a 3 semanas, não sendo necessário esperar a coleta da S2 para enviar o primeiro conjunto de amostras biológicas no primeiro atendimento do caso suspeito (Figura 1). Amostras respiratórias (swab) Para testes virológicos, amostras de swab das vias respiratórias são obtidas via coleta orofaríngeo e nasofaríngeo. O momento ideal para a coleta dessas amostras de trato respiratório é dentro de sete dias do início do exantema, preferencialmente nos cinco primeiros, mas podendo ser aceito em até 14 dias após o aparecimento do exantema. É orientado que o cotonete não esteja seco e armazenado em um tubo contendo meio de transporte viral (MTV) ou solução salina tamponado com fosfato (PBS)4. A amostra necessita ser mantida refrigerada (temperatura de 2°C a 8°C) até o momento do envio e durante o transporte. No laboratório, a amostra pode ser armazenada a -70°C. Urina As amostras de urina podem ser coletadas em um recipiente de plástico adequado. A urina é centrifugada e o sedimento deve conter em torno de 2-3 ml de MTV ou PBS estéril. A amostra de urina ressuspensa em MTV deve ser armazenada a -70°C4. Se não houver possibilidade de centrifugar, orienta-se a refrigeração da amostra em 2°C a 8°C, e o envio em pacotes de refrigeração dentro de 48 horas para o laboratório no qual isolamento viral ou detecção de RT-qPCR será processado. O intervalo de tempo recomendado para a obtenção de amostras de urina está dentro de 7 dias após o início do exantema, mas podendo ser aceito em até 10 dias após o aparecimento do exantema. Líquor ou em tecidos do corpo (óbito) Em caso de óbito, deve-se coletar amostra preferen- cialmente dos seguintes tecidos: pulmão, traqueia e brônquios. Informações suplementares e protocolos adicionais para obtenção, envio, processamento e con- servação de amostras, e outras, podem ser consultados no manual de Laboratório da OMS e nos seguintes do- cumentos [em inglês] nas páginas da OMS e CDC na web: https://bit.ly/3ncWORo e https://bit.ly/33z7eDj Metodologias adotadas para diagnóstico de sarampo Determinação de anticorpos IgM e IgG O método é recomendado para o Sistema Vigilância na determinação de anticorpos IgM e IgG é o ELISA, dada a sua precisão e sensibilidade, e também por sua aplicabilidade em termos de facilidade para realizar e obter resultados rápidos, precisos e confiáveis3,4. Quando se há uma suspeita de um resultado falso negativo, é recomendado a obtenção de uma nova amostra de soro entre o período de 4 a 30 dias depois do aparecimento dos sintomas clínicos, em particular erupções (bolhas), para detectar anticorpos IgM/IgG. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 30 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Soroconversão de IgG Quando ocorre uma infecção por vírus em uma pessoa que não teve contato anterior, anticorpos IgG específicos podem ser detectados para o vírus alguns dias após os anticorpos IgM. O IgG deve ser detectável de cinco a sete dias após o aparecimento do exantema e pode alcançar o valor máximo por volta de duas a três semanas após o aparecimento; em uma pessoa infectada, os anticorpos serão produzidos ao longo da vida3,4. Quando ocorre uma infecção por vírus em uma pessoa previamente vacinada, o soro da fase aguda poderá ser IgM-negativo e IgG-positivo. Nesse caso, é necessárioobter uma segunda amostra de soro dentro de 1 a 2 semanas, sendo importante para: 1) Determinar a resposta de IgG em soros emparelha- dos (uma amostra da fase aguda e uma amostra da fase convalescente) e 2) Fornecer evidências de qualquer aumento significativo de títulos de anticorpos IgG específicos. O prazo para liberação oportuna do resultado de diagnóstico laboratorial é de até quatro dias, conta- bilizados entre o recebimento da amostra no LACEN e a liberação do resultado. Os resultados de sorologia devem ser disponibilizados em tempo oportuno, com o objetivo de monitorar os casos suspeitos e a ocorrên- cia de circulação viral. Virológicos As amostras de casos com sintomas agudos e com IgM negativo podem sugerir falsos negativos, especialmente em casos de vacinação recente. Nestas situações a cole- ta de amostras de urina e de vias respiratórias são reco- mendadas para diferenciar o vírus vacinal do selvagem. Assim, nos casos acima e nos casos confirmados por sorologia para IgM reagente, amostras de detecção de vírus (amostra respiratória e urina) após ser analisadas os critérios que se enquadram, deverão ser enviadas ao LRN (Fiocruz/RJ) para isolamento ou detecção de vírus de RNA, a fim de obter a diferenciação do vírus vacinal ou selvagem e caracterização genética de vírus. isolamento de vírus e rT-qPCr O isolamento do vírus de sarampo em cultura de células ou detecção direta do RNA na amostra clínica fornecem evidências úteis de uma infecção recente quando o resultado da sorologia não é conclusiva1. análise de sequenciamento A genotipagem é uma maneira de diferenciar o indivíduo que recebeu uma vacinação recente daquele que foi infectado por vírus do tipo selvagem como foi dito anteriormente. A análise do sequenciamento permite a identificação do genótipo em casos esporádicos e traçar as vias de transmissão. De acordo com a recomendação da OMS5 para a classificação dos genótipos, é necessário estabelecer pelo menos 450 nucleotídeos do gene que codifica 150 aminoácidos da extremidade carboxílica da nucleoproteína (N) do vírus do sarampo. Para nomear as sequências, recomenda-se seguir padrões de nomenclatura internacional para os respectivos vírus. Diagnóstico diferencial A realização dos testes diagnósticos para a detecção de outras doenças exantemáticas febris em amostras negativas de casos suspeitos de sarampo, bem como a sorologia para sarampo em amostras negativas de outras doenças exantemáticas febris dependerão da situação epidemiológica do local, devendo ser consideradas as situações de surtos, casos isolados, áreas de baixa cobertura vacinal, resultados sorológicos IgM reagente ou inconclusivo para sarampo e rubéola, entre outras1. Estratégias adotadas de coletas de amostra para diagnóstico de sarampo em regiões com e sem situações de surto Sem situação de surto Deve ser coletada amostra de sangue para pesquisa de sarampo IgM e IgG no primeiro contato com o paciente (S1). Exames coletados entre o 1º e o 30º dia do aparecimento do exantema são considerados amostras oportunas. Coletas após o período recomendado são consideradas tardias e, mesmo assim, devem ser enviados ao laboratório. Também se recomenda a coleta de material para identificação viral (swab oro/ nasofaríngeo e urina), até o sétimo dia após o início do exantema, idealmente nos três primeiros dias. Abaixo, roteiro de confirmação de casos suspeito de sarampo em municípios sem surto ativo (Figura 1). Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 31 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 Com situação de surto Em situação específica de surto de sarampo, para identificar e monitorar os genótipos e as linhagens circulantes do vírus, com objetivo de otimizar o uso de insumos e manter a capacidade de resposta laboratorial oportuna, antes, durante o surto, orienta-se a coleta de amostras de orofaringe, nasofaringe e urina para análise por RT-PCR, em tempo real, nos seguintes critérios abaixo (Figura 2). Figura 1 Roteiro para confirmação ou descarte de caso suspeito de sarampo Fonte: CGLAB/DAEVS/SVS/MS, 2020. Coleta de sangue e material para identificação viral no primeiro contato com paciente suspeito de sarampo ou rubéola Coleta < 5 dias do exantema IgM - / IgG+ IgM - / IgG - IgM + ou Inconclusivo / IgG + ou - Coletar 2ª amostra (S2) 15 a 25 dias após a 1ª coleta (S1) Sem soroconversão Com soroconversão Descartar Confirmar Coleta > 5 dias do exantema IgM- / IgG+ IgM - / IgG - IgM + / IgG + IgM + / IgG - Todos os casos com IgM + ou inconclusivo: Enviar as amostras para Fiocruz/RJ; Casos com PCR negativo: Observar sorologia e vínculo; Casos negativos para sarampo/rubéola: Seguir diagnóstico diferencial. . Avaliar: histórico de viagem (últimos 30 dias), contato com casos suspeitos e/ou confirmados Nota: RT-PCR: reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa; S2: segunda amostra de sorologia. Fonte: CGLAB/DAEVS/SVS, 2020. Figura 2 Estratégias a serem adotadas em municípios em situações de surto para o diagnóstico de sarampo. Brasil, 2020 Sorologia (EliSa) rT-PCr (Critérios para envio de amostras para Fiocruz) ¡ Resultado de sorologia igM reagente para sarampo: confirmar o caso; ¡ Resultado de igg reagente para sarampo: caso não tenha história de vacinação, coletar S2 e avaliar o aumento de títulos de IgG por pareamento das amostras. ¡ Enviar amostras dos 3 primeiros casos supeitos que estao diretamente relacionados ao caso índice; ¡ Enviar amostras dos 3 casos suspeitos que ocorreram em uma nova localidade ou municipio; ¡ A cada dois meses, enviar três novas amostras de casos da mesma localidade ou município onde os casos que iniciaram o surto foram confirmados. Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde 32 Volume 51 | Nº 41 | Out. 2020 As recomendações se aplicam apenas enquanto perdurar o surto de sarampo em determinado município ou estado. Após a interrupção do surto, deverão ser seguidos os fluxos preconizados pelo Guia de Vigilância em Saúde (2019)1 do Ministério da Saúde. As amostras dos casos coletadas com suspeitas de sarampo para diagnóstico por Biologia Molecular, que se enquadrem nos critérios demonstrados abaixo deverão ser encaminhadas para o LRN (Fiocruz/RJ) com a iden- tificação na ficha de notificação e na amostra, para qual critério se enquadram (Figura 2). No cumprimento da es- tratégia de coleta para situação de surto, também deverá ser observado a lista de exceções abaixo. Então, mesmo em surto ativo deverá ser mantido a coleta de amostras de sangue (soro) para realizar sorologia e amostras bioló- gicas para realizar RT-PCR, de acordo com as orientações prévias contidos no Guia de Vigilância em Saúde (2019): Primeiros 10 casos suspeitos (de uma localidade sem casos confirmados); 3 a 4 casos suspeitos pertencentes a uma nova cadeia de transmissão; Em novos municípios com caso confirmado pela sorologia; Histórico de vacina tríplice ou tetraviral nos últimos 30 dias; Município com reintrodução do vírus após 90 dias da data do exantema do último caso; Óbito; Histórico de viagem a locais com evidência de circulação do vírus do sarampo; Contato com estrangeiro; Situações especiais definidas pela vigilância; e Positividade concomitante para outra doença no diagnóstico diferencial. Os casos suspeitos de sarampo que atendam o critério vínculo epidemiológico e tenham também a confirmação em laboratório privado, pelo método ELISA, devem ser encerrados pelo critério laboratorial. Ações realizadas Acompanhamento dos dados de Vigilância labo- ratorial de sarampo: semanalmente a equipe da CGLAB faz acompanhamento dos resultados e análises de dados laboratoriais para sarampo, com objetivo de planejar ações para a semana seguinte para laboratórios que necessitam de apoio, notifi- car a vigilância epidemiológica
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