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JNT - FACIT BUSINESS AND TECHNOLOGY JOURNAL ISSN: 2526-4281 - QUALIS B1 
ANO 2023 - FLUXO CONTÍNUO – MÊS DE NOVEMBRO - Ed. 47. Vol.01. Págs. 488-505 
 
 
 
 
 
 
Hector Santos de CASTRO; Patrícia Francisco da SILVA. A IMPORTÂNCIA DO ADVOGADO PARA O 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. JNT- Facit Business and Technology Journal. QUALIS B1. 2023. 
FLUXO CONTÍNUO – MÊS DE NOVEMBRO. Ed. 47. VOL. 01. Págs. 488-505. ISSN: 2526-4281 
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A IMPORTÂNCIA DO ADVOGADO PARA O ESTADO DEMOCRÁTICO DE 
DIREITO 
 
THE IMPORTANCE OF THE LAWYER FOR THE DEMOCRATIC RULE OF 
LAW 
 
Hector Santos de CASTRO 
Faculdade Católica Dom Orione (FACDO) 
E-mail: hectorcastro.adv@outlook.com 
ORCID: http://orcid.org/0009-0007-3533-5280 
 
Patrícia Francisco da SILVA 
Faculdade Católica Dom Orione (FACDO) 
E-mail: patriciafs.adv@hotmail.com 
ORCID: http://orcid.org/0009-0008-0329-0134 
 
RESUMO 
 
O advogado desempenha um papel fundamental no Estado Democrático de Direito de várias 
maneiras, contribuindo para a promoção da justiça, a proteção dos direitos individuais e 
coletivos, o fortalecimento do sistema legal, desempenham um papel fundamental na 
garantia do acesso à justiça para todos os cidadãos, representando os indivíduos e grupos 
que buscam proteção legal e ajudam a nivelar o campo de jogo legal, garantindo que mesmo 
os menos privilegiados tenham a oportunidade de defender seus direitos perante a lei. 
Frequentemente atuam como mediadores e negociadores em litígios, ajudando as partes 
envolvidas a encontrar soluções amigáveis e evitando a sobrecarga dos tribunais. Estes 
indivíduos desempenham um papel crucial na promoção e manutenção do Estado 
Democrático de Direito, garantindo que a justiça seja acessível a todos, que os direitos sejam 
protegidos e que a lei seja aplicada de maneira justa e imparcial. Eles são essenciais para a 
preservação da ordem legal e do equilíbrio de poder em sociedades democráticas. O 
advogado é indispensável para a concretização do devido processo legal e o estudo para 
compreensão de como este individuo surgiu e entendimento do papel que este desempenha 
na sociedade é de suma importância para nortear os futuros advogados. 
 
Palavras-chave: Advogado. Jurista. Causídico. Estado democrático de direito 
 
 
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Hector Santos de CASTRO; Patrícia Francisco da SILVA. A IMPORTÂNCIA DO ADVOGADO PARA O 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. JNT- Facit Business and Technology Journal. QUALIS B1. 2023. 
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ABSTRACT 
 
The lawyer plays a fundamental role in the Democratic Rule of Law in several ways, 
contributing to the promotion of justice, the protection of individual and collective rights, 
the strengthening of the legal system, and they play a fundamental role in guaranteeing 
access to justice for all citizens , representing individuals and groups seeking legal protection 
and helping to level the legal playing field, ensuring that even the least privileged have the 
opportunity to defend their rights before the law. They often act as mediators and 
negotiators in disputes, helping the parties involved find amicable solutions and avoiding 
overloading the courts. These individuals play a crucial role in promoting and maintaining 
the democratic rule of law, ensuring that justice is accessible to all, that rights are protected 
and that the law is applied fairly and impartially. They are essential to the preservation of 
legal order and the balance of power in democratic societies. The lawyer is essential for the 
implementation of due legal process and the study to understand how this individual 
emerged and the role he plays in society is extremely important to guide future lawyers. 
 
Keywords: Lawyer. Jurist. Causidic. Democratic state. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O advogado é um indivíduo de suprema importância para a concretização do devido 
processo legal, sem ele a efetivação dos direitos e das leis não seriam possíveis, compreender 
como este indivíduo surgiu e como caracteriza o seu papel na sociedade irá nortear os 
futuros e já presentes advogados a compreender o papel fundamental que desempenham na 
sociedade. 
O advogado tem suas raízes na Roma Antiga, este indivíduo desempenha o papel de 
representar e defender os interesses legais das pessoas em juízo. No Brasil, a prática da 
advocacia teve início durante o período da colonização portuguesa, com o estabelecimento 
das primeiras instituições de ensino jurídico no começo do século XIX. 
A Constituição Federal de 1988 estabelece que os advogados têm um papel 
fundamental na administração da justiça, sendo garantida a sua inviolabilidade enquanto 
exercem a profissão. A Constituição protege direitos e prerrogativas do advogado como o 
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Hector Santos de CASTRO; Patrícia Francisco da SILVA. A IMPORTÂNCIA DO ADVOGADO PARA O 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. JNT- Facit Business and Technology Journal. QUALIS B1. 2023. 
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direito à ampla defesa, ao contraditório e ao sigilo profissional, garantindo assim o 
funcionamento do Estado Democrático de Direito (BRASIL, 1988). 
Estatuto da Advocacia (lei 8.906/94) é uma legislação essencial para a prática da 
advocacia no Brasil. Ela aborda a ética profissional dos advogados, incluindo o Código de 
Ética, que orienta regras como a lealdade, o sigilo profissional, a publicidade, a conduta ética 
nas relações com clientes e na definição de honorários advocatícios. 
O tipo de pesquisa utilizado para elaboração deste trabalho foi o descritivo, coletando 
dados de análises de documentos, livros, artigos e leis que versam sobre o advogado. A 
abordagem é qualitativa, com o intuito de entender qual o caminho e decisões tomadas 
acerca do advogado para chegar no indivíduo que conhecemos hoje. 
 
ADVOGADO 
 
Origem do Advogado 
 
A palavra advogado é derivada do latim advocatus, advogado é o bacharel formado 
em direito e aprovado no exame nacional da ordem, podemos dizer que advogado é aquele 
que é chamado a defender, ou seja, aquele que é chamado a defender uma causa ou uma 
pessoa, um advogado pode aconselhar e defender casos de clientes dentro e fora do tribunal. 
O termo advogado é utilizado como pessoa legalmente habilitada a defender em juízo, 
por escrito ou oralmente, os direitos ou interesses das partes no processo e a opinar sobre 
questões ou pontos jurídicos que estejam sendo consultados, sejam direitos da pessoa física 
ou, sejam direitos da pessoa jurídica, assessorando empresas e indivíduos. 
Conforme o dicionário Dicio (2023) existem algumas definições para o termo 
advogado: “Pessoa que se especializou em ciências jurídicas, estando preparada para dar 
assistência profissional em assuntos relacionados ao meio jurídico; indivíduo que intercede 
por; mediador; quem defende e protege”. O advogado é o bacharel em direito habilitado a 
buscar que a lei, o direito seja defendido, prestar assistência profissional a terceiros em 
assuntos jurídicos, para defender seus interesses, seja como uma consulta ou em juízo no 
tribunal. 
Segundo Costa (2002, p. 79), “[...] O primeiro advogado foi o primeiro homem que, 
pela influência da razão e da fala, defendeu seu semelhante contra a injustiça, a violência e a 
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Hector Santos de CASTRO; Patrícia Francisco da SILVA. A IMPORTÂNCIA DO ADVOGADO PARA O 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. JNT- Facit Business and Technology Journal. QUALIS B1. 2023. 
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fraude”. Isso significa que não é necessário que o identifiquemos quem foi a primeira pessoa 
a exercer a advocacia, basta que consideremos que existiu uma pessoa que garantiu os 
direitos do próximo contra injustiças, dessa forma o autor entende que muitos foram os 
homens da antiguidade que desempenharam o papel de advogado, incluindo Moisés no 
século XV aC. Segundo o livro do Êxodo, Moisés foi o grande guia do povo de Israel para a 
liberdade, ele atuou como advogado na defesa da liberdade do povo que era escravo do faraó 
Ramsés II. 
A advocacia é uma das profissões mais conhecidas da humanidade, também uma das 
mais polêmica, pois prega a liberdade de expressão e de comportamento, ou seja, a liberdade 
de forma livre, desde que obedeça às leis que regem a sociedade e usando suas “brechas” 
para que os clientes estejam alcançando melhores resultados, sendo este indivíduo o único, 
devidamente qualificado, que tem capacidade de assessorar as partes e representá-las em 
juízo, defendendo assim, seus interesses. 
É no Império Romano que se encontram as raízes do direito, onde se situam os 
primórdios da advocacia. Do ponto de vista histórico, pode-se dizer que a advocacia tem sua 
origem na necessidade moral de defender aqueles que, como pobres e inocentes, foram 
vítimas de todo tipo de injustiça. Deste ponto de vista, os cidadãos, insatisfeitos com as 
desigualdades, passaram a defender livremente aqueles que, por serem fracos, tiveram seus 
direitos violados. 
Para uma pessoa leiga, um advogado apenas reflete a ideia de alguém que irá defendê-
lo ou promover seus interesses em uma ação judicial, devido à cultura brasileira um 
advogado só é procurado se houver um problema legal, uma verdadeira lide. 
O advogado é o indivíduo que não compactua com o crime nem com a injustiça, não 
defende o crime: defende o cidadão que vem sendo acusado e deve ser respeitado todos os 
direitos e garantias constitucionais a ele assegurados no decorrer da fase inquisitorial e 
posteriormente no processo judicial. 
 
Evolução Histórica 
 
O advogado é um dos profissionais mais antigos que existe. Estudiosos do assunto 
argumentam que foi provavelmente na Suméria, três milênios antes de Cristo, que surgiram 
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Hector Santos de CASTRO; Patrícia Francisco da SILVA. A IMPORTÂNCIA DO ADVOGADO PARA O 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. JNT- Facit Business and Technology Journal. QUALIS B1. 2023. 
FLUXO CONTÍNUO – MÊS DE NOVEMBRO. Ed. 47. VOL. 01. Págs. 488-505. ISSN: 2526-4281 
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as primeiras evidências da lei. No entanto, os primeiros advogados sobreviventes no registro 
histórico são Moisés e Jesus Cristo. 
A figura do advogado como representante legal foi dispensada, pois é sabido que os 
gregos valorizavam muito as habilidades retóricas de seus cidadãos. Os metecos 
estrangeiros residentes em Roma, não podiam argumentar durante os processos judiciais, 
eles tinham que ser representados por um patrono. Mesmo nesse cenário de transição para 
uma lei mais elaborada como a romana, não se pode esquecer que os gregos, que chamavam 
essa atitude de filantropia, já mostravam avanços na conscientização da humanidade, juízes 
rotineiramente corrigiam leis consideradas injustas. 
Os causidicus eram patrocinados para defesa em juízo, e existia a figura dos advocatus 
que atuavam em forma de assessoramento. A figura do advogado de forma regulamentada 
surgiu por meio do imperador Justiniano e devido ao Código Theodasiano. 
Nesse desenvolvimento histórico, foi em Roma que gradualmente o comparecimento 
pessoal à corte foi dispensado. Este foi o surgimento formal da representação processual 
com o patrocínio de ações por conta de outrem, e também em Roma que esta função de um 
profissional capaz de requerer ou impugnar a aplicação das leis assumiu grande importância. 
Foi realizada uma distinção entre advogados, consultores, litigantes e auditores, que 
representam o que hoje chamamos de estagiários. Só no século XIII é que leigos com 
conhecimentos jurídicos, mas ainda com uma dimensão religiosa, começaram a exercer a 
advocacia. Foi o caso de Guy Foulques, advogado e grande jurista, casado e com filhos, que 
mais tarde seguiu carreira na Igreja, tornando-se primeiro bispo, depois arcebispo, até se 
tornar Papa com o nome de Clemente IV. de 1265 a 1268. Clemente IV. foi um grande líder 
político e amigo de São Tomás de Aquino, que também desempenhou importante papel na 
advocacia. 
Através das Ordenações Filipinas Portuguesas a advocacia foi introduzida no Brasil, 
continham diretrizes para o exercício profissional, como a responsabilidade do advogado e 
a exigência de 8 anos de formação jurídica. Conhecido como o "Bacharel de Cananéia". Duarte 
Peres, em 1501, foi o primeiro a exercer a advocacia no Brasil (LOBO, 2002), com os dois 
primeiros cursos jurídicos criados por D. Pedro I em 11 de agosto de 1827, um em Olinda e 
outro em São Paulo. 
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Hector Santos de CASTRO; Patrícia Francisco da SILVA. A IMPORTÂNCIA DO ADVOGADO PARA O 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. JNT- Facit Business and Technology Journal. QUALIS B1. 2023. 
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Com o surgimento da formação jurídica para o exercício profissional, o candidato a 
um cargo na justiça era recrutado apenas entre clérigos e religiosos de renome mais 
versados em leis, principalmente leis romanas. Segundo o estudioso Madeira (2002, p. 19) , 
precisava comprovar seus conhecimentos "mostrando que havia cursado direito no prazo 
legal, ou trazendo médicos e advogados para confirmar seu juramento". A partir de então ele 
obtinha um título de mestre e poderia receber taxas pelos trabalhos advocatícios. 
 
Primeira Faculdade de Direito do Brasil 
 
A Faculdade de Direito de São Paulo, também conhecida como Faculdade de Direito 
do Largo de São Francisco, foi a primeira faculdade de Direito do Brasil e teve um papel 
fundamental na formação dos primeiros profissionais de Direito do país. A origem da 
Faculdade de Direito de São Paulo remonta ao período colonial, quando Portugal decidiu 
criar uma escola de Direito no Brasil. 
Naquela época, o Brasil era uma colônia de Portugal e a formação dos profissionais 
que atuavam na área jurídica era realizada em Portugal. No entanto, após a independência 
do Brasil em 1822, surgiram discussões sobre a necessidade de se criar uma instituição de 
ensino superior no país. Foi nesse contexto que surgiu a ideia de criar uma faculdade de 
direito no Brasil. A iniciativa partiu do imperador D. Pedro I, que em 1827 assinou um 
decreto criando a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. 
A faculdade foi instalada em um prédio histórico no centro de São Paulo e a instituição 
tinha como objetivo formar advogados para atuar nas diversas áreas do Direito, como civil, 
penal, comercial, entre outras. Os primeiros professores da faculdade foram nomeados pelo 
próprio imperador D. Pedro I e vinham de diversas partes do Brasil e de Portugal. Entre eles 
estavam figuras importantes da história do Direito no país, como Evaristo da Veiga, Augusto 
Teixeira de Freitas e Bernardo Pereira de Vasconcelos. 
A primeira turma da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco contou com 
apenas 10 alunos. No entanto, a instituição cresceu rapidamente e passou a ser um centro de 
referência na área jurídica no país. 
Ao longo dos anos, a faculdade formou diversos profissionais que tiveram papel 
importante na história do Brasil, como Rui Barbosa, que foi um dos principais juristas do 
país no século XIX e atuou como diplomata e político, além disso, a Faculdade de Direito do 
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ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. JNT- Facit Business and Technology Journal. QUALIS B1. 2023. 
FLUXO CONTÍNUO – MÊS DE NOVEMBRO. Ed. 47. VOL. 01. Págs. 488-505. ISSN: 2526-4281 
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Largo de São Francisco também teve um papel importante na formação de movimentos 
políticos e sociais no Brasil. Por exemplo, diversos estudantes da faculdade participaram 
ativamente do movimento abolicionista e da luta pela democracia no país. 
Atualmente, a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco é uma das mais 
tradicionais e renomadas instituições de ensino jurídico do país. A instituição continua 
formando profissionais que atuam em diversas áreas do Direito, como advocacia, 
magistratura, procuradoria, entre outras. 
Importante mencionar que a criação da Faculdade de Direito de São Paulo foi uma 
iniciativa fundamental para a formação de uma elite intelectual capaz de governar o país de 
forma autônoma, uma vez que, até então, os profissionais do Direito eram formados em 
Portugal. 
Assim, a criação da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco representou um 
marco importante na história do ensino superior no Brasil e teve um impacto significativo 
na formação de profissionais da área jurídica, na história política e social do país. 
A primeira turma da faculdade de Direito de São Paulo formou-se em 1830, com a 
presença de Dom Pedro I. A partir daí, a Faculdade de Direito de São Paulo tornou-se 
referência na formação de profissionais do Direito no Brasil, sendo responsável pela 
formação de muitos juristas importantes ao longo da história do país, hoje em dia, a 
Faculdade de Direito de São Paulo faz parte da Universidade de São Paulo (USP) e continua 
sendo uma das instituições mais importantes de ensino jurídico do país, mantendo a tradição 
e o prestígio conquistados ao longo dos anos. 
 
O ADVOGADO DENTRO DA CONSTITUIÇÃO 
 
O advogado na Constituição Federal de 1988 
 
A figura do advogado foi introduzida no capítulo das funções básicas da justiça, pela 
primeira vez em nossa constituição. O artigo 133 da Constituição Federal (CF), além de 
inovador em sua época, tem se mostrado imprescindível para o exercício da advocacia, 
principalmente nos tempos em que vivemos, onde somos rodeados pelos esforços no 
combate à corrupção em nosso país onde os meios passaram em muitos casos a justificar os 
fins (BRASIL, 1988). 
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Hector Santos de CASTRO; Patrícia Francisco da SILVA. A IMPORTÂNCIA DO ADVOGADO PARA O 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. JNT- Facit Business and Technology Journal. QUALIS B1. 2023. 
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O artigo 133º da Constituição Federal não vem prestar homenagem ao advogado, 
junto dos magistrados e membros do Ministério Público, entre aqueles que desempenham 
um papel vital na justiça (BRASIL, 1988). A previsão constitucional está muito além do justo 
reconhecimento, é essencialmente uma garantia aos cidadãos brasileiros. 
A diferença fundamental na exegese do remédio constitucional está na proteção do 
exercício da advocacia e não do advogado. A diferença é sutil, mas crucial. Ambos nem 
sempre estão conectados, e somente no desempenho de suas atividades profissionais a 
inviolabilidade se torna presente e intocável. 
A elevação desta profissão ao status constitucional deve-se à credibilidade alcançada 
pela luta de gigantes jurídicos que, nos períodos mais conturbados da profissão, apesar de 
sua própria segurança, mantiveram seu juramento inalterado e lutaram para que a justiça 
fosse garantida. 
Os advogados devem exercer as suas funções de forma independente e autónoma, 
sem receio de qualquer autoridade que tente impedir ou limitar o seu papel de defensores 
das liberdades. Por estabelecerem garantias ao advogado para representar e defender os 
legítimos interesses de seus clientes, as prerrogativas não podem ser confundidas como 
privilégios. 
A Constituição Federal de 1988 garante, entre outras liberdades, a liberdade de 
exercer qualquer trabalho, ofício ou profissão - Art. 5º inciso XIII - “atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer” (BRASIL, 1988). Tendo como fundamento a autonomia 
da vontade e a liberdade de contratar, o livre exercício de qualquer atividade laboral não se 
enquadra como direito social por não se confundir com a garantia constitucional do trabalho. 
É um direito individual vinculado ao projeto de vida de cada cidadão e à dignidade da pessoa 
humana. 
Segundo a doutrina de Sarlet, Marinoni e Mitidiero (2017), a liberdade de ocupação é 
um direito fundamentalmente complexo, pois inclui funções de defesa e de serviço. A função 
defensiva ou negativa refere-se “à liberdade de não ser impedido na escolha e no exercício 
de uma profissão para a qual estejam reunidos os requisitos necessários, mas também ao 
direito de não ser forçado a escolher e exercer uma determinada profissão” (SARLET; 
MARINONI; MITIDIERO, 2017). A função de serviço, ou positiva, está ligada “à relação entre 
a liberdade de ocupação e o direito ao trabalho e à educação, à obtenção de requisitos legais 
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para o exercício profissional e ao direito à igualdade de condições no acesso às ocupações” 
(SARLET; MARINONI; MITIDIERO, 2017). 
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem estabelecido que “as restrições ao 
livre exercício só serão legítimas se o exercício inadequado de determinada atividade puder 
causar prejuízo a terceiros, e desde que atendam aos critérios de adequação e razoabilidade”. 
No julgamento da Arguição de Descumprimento da Norma Básica (ADPF) nº 183, o tribunal 
decidiu que o legislador terá o direito de limitar a liberdade do trabalho apenas se a execução 
individual de determinada atividade representar um risco à saúde, ordem pública, segurança 
das pessoas e do patrimônio, proteção especial das crianças e direitos e valores 
fundamentais para o bem-estar da sociedade. 
Estabelecer um limite ou até mesmo censurar o exercício de uma determinada 
atividade é algo muito complexo que necessita de uma análise minuciosa sobre o caso para 
identificar a real necessidade de uma eventual limitação ao princípio do livre exercício 
profissional, liberdade de ocupação e de diversos outros princípios que estão fixados na 
Constituição Federal de 1988. 
 
O Advogado é Indispensável á Administração da Justiça 
 
O pleno exercício da profissão da advocacia é assegurado por prerrogativas que vão 
além do interesse individual do advogado para representar a garantia da função pública que 
exerce, de modo que as normas que asseguram a atividade profissional do advogado são 
reconhecidas na constituição federal, e tais padrões são considerados necessários para a 
administração da justiça. 
A palavra Justiça vai muito além das quatro paredes de um prédio do Fórum, de um 
presídio ou de uma delegacia, a Justiça é um estado de bem-estar. Uma sociedade justa é uma 
sociedade satisfeita. E o advogado tem papel fundamental na construção dessa sociedade 
justa. Não se faz possível ser advogado só das sete da manhã às seis da tarde, quando uma 
pessoa exerce esta função e carrega este título são vinte e quatro horas por dia, onde ele é 
advogado, ele terá em suas mãos o direito e as ferramentas necessárias para tornar esta 
sociedade mais justa. 
Observa-se que a advocaciaé tão essencial quanto o judiciário e o ministério público, 
mais do que isso o advogado é o único profissional do direito que atua em todos os pontos 
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do sistema judiciário. Este indivíduo sofre com os problemas do judiciário e, portanto, 
precisa de produtos e serviços de apoio profissional para atender às demandas do trabalho 
diante de um sistema judiciário cada vez mais complexo e sobrecarregado. 
Dessa forma, a Constituição Federal, em seu artigo 133, estabelece que o advogado é 
indispensável à administração da justiça, o que não pode ser determinado pela função social 
de uma classe profissional (BRASIL, 1988). Por um lado, como protetor técnico, no qual 
defende os interesses de seu cliente com o objetivo de tutela estatal daquilo que entende ser 
devido. 
Esta disposição constitucional independe de qualquer norma infralegal para ser 
coerente, pois sem a presença do advogado não se cumpre a defesa dos direitos 
constitucionais, fundamentais e individuais, o que contraria os princípios de toda a 
constituição, negando a existência de um Estado Democrático de Direito. 
Sabe-se que com o conhecimento do direito do advogado, a população pode ter mais 
garantias quanto ao reconhecimento de seus direitos pelo Estado. Além disso, também é 
adequado que um advogado atue como árbitro ou conciliador para resolução extrajudicial 
de controvérsias. Neste sentido, o advogado deve zelar para que em cada caso se concretizem 
os legítimos interesses dos seus constituintes, os quais, pela sua capacidade postulante e pela 
outorga de poderes, atuam como partícipes perante o tribunal, concretizando neste sentido 
as indispensáveis funções da justiça. 
Quando é necessário fundamentar as medidas coercitivas do Estado em fatores 
sociais, o advogado apresenta-se como o arcabouço primário do direito, pois atua na sua 
aplicação, onde o Estado irradia normas e jurisdição que, por ficção, conveniência, utilidade 
e coerção de afirmação de valores, goza da aceitação das pessoas, sujeitas a tais 
regulamentos. 
Assim, o advogado que possui autoridade postulante representará uma parte em 
juízo, defenderá seus interesses, o que é necessário para a administração da justiça. Sem a 
advocacia não há quem defenda as diversas garantias constitucionais, tendo um papel 
importante, fundamental para alcançar a garantia da justiça. 
 
 
 
 
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O Advogado Dentro do Estado Democrático de Direito 
 
A importância do papel da advocacia perante a sociedade é ponto de destaque, pois o 
advogado não tem apenas uma função profissional no mundo, mas uma missão específica na 
construção de um estado democrático de direito e contribui diretamente para o equilíbrio 
da estrutura social. 
No exercício da profissão de advogado, o profissional da advocacia é obrigado, entre 
outras coisas, a respeitar as leis, de modo que no desempenho de suas funções postulando e 
defendendo direitos esteja sempre presente a defesa irrestrita da Constituição, da ordem 
pública do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos, da justiça social e zelando 
pela boa aplicação das leis, celeridade na administração da justiça e aperfeiçoamento da 
cultura e das instituições jurídicas, conforme artigo 44 do Estatuto da Ordem dos Advogados 
- Lei nº 8.906/90 (BRASIL, 1990). 
Na história do surgimento da democracia, assim como do advogado no Brasil, 
percebe-se que com o passar do tempo a presença da advocacia exercida por profissionais 
capacitados torna-se cada vez mais indispensável. Tudo isso se deve à complexidade das 
relações com a sociedade. 
Paiva (2007) afirma que o advogado funciona como um dos órgãos da justiça porque 
é visto como aquele que prepara as decisões proferidas pelos juízes. O advogado é 
considerado órgão auxiliar da justiça, pois é ele quem efetivamente concretiza as pretensões 
expedidas pelo judiciário. 
Diniz (2006) ensina que: 
 
O advogado é responsável pelos erros jurídicos se forem graves [...]; por 
erros reais cometidos no desempenho de uma função legal; por deixar de 
tomar as medidas necessárias para proteger os direitos de seu constituinte 
[...]; por desobedecer às instruções do cliente [...]; pelos conselhos prestados 
e sua omissão ao cliente, que o prejudica. 
 
Dessa forma, fica evidente que o advogado tem uma função de grande 
responsabilidade, pois é por meio dele que eventuais erros que venham a ocorrer podem ser 
evitados, necessitando que este indivíduo esteja em constante aprendizado para que consiga 
assim melhor representar seu cliente em juízo. 
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ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. JNT- Facit Business and Technology Journal. QUALIS B1. 2023. 
FLUXO CONTÍNUO – MÊS DE NOVEMBRO. Ed. 47. VOL. 01. Págs. 488-505. ISSN: 2526-4281 
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É interessante enfatizar que os deveres básicos dos advogados são: diligência, 
prudência, aconselhamento e informação. As duas primeiras etapas tratam dos mecanismos 
que os advogados devem seguir, enquanto as duas últimas dizem respeito ao 
estabelecimento de uma relação cliente-advogado. 
A democracia é uma ferramenta importante para o desenvolvimento de um país, mas 
essa ferramenta deve ser usada com responsabilidade, pois o uso indevido trará grandes 
problemas. A democracia também pode trazer grandes benefícios para o povo, mas sua 
aplicação errada pode levar à destruição do próprio povo. A luta pela profissão e seus 
espaços se mostra uma missão contínua, a luta pela liberdade, igualdade, democracia no 
ordenamento jurídico, faz da advocacia não apenas uma profissão, mas uma ferramenta de 
resistência na manutenção e confirmação da democracia. 
 
A ÉTICA DO ADVOGADO 
 
O Estatuto da Advocacia 
 
O Estatuto da advocacia é uma lei que, além de trazer os objetivos e a forma de 
organização da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), determina os direitos e obrigações 
do advogado. É uma norma que determina o que o advogado pode ou não fazer possuindo 
um expressivo papel social, sendo imprescindível para administração da justiça 
principalmente no quadro em que o país se apresenta. 
Nesse contexto, há um capítulo especial que trata dos direitos dos advogados, 
também conhecidos como prerrogativas. Essas prerrogativas do advogado representam um 
direito especial e são fundamentais para o exercício da profissão devido à função social que 
o advogado exerce. 
O código traz as atividades que são exclusivas de um advogado. Isso significa que tais 
atividades só podem ser exercidas por profissionais da área e com registro ativo na OAB, 
estipulam o exercício da advocacia no Brasil e o uso do nome de advogado ser exclusivo para 
os inscritos na OAB. 
No seu artigo 22.º da referida lei estabelece que os advogados dispõem de três 
modalidades de remuneração, que são: Honorários convencionados; Honorários fixados por 
arbitramento judicial e Honorários de sucumbência (BRASIL, 1990). 
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Importa verificar também que no artigo 34.º, há um tópico em que se estabelecem 
algumas regras de conduta, que devem ser observadas não só pelo advogado, mas também 
pelo estagiário inscrito na OAB (BRASIL, 1990). Ao descumprir qualquer das regras 
estabelecidas nesses artigos, o advogado e estagiário cometem uma infração disciplinar que 
é passível de sanções disciplinares. As sanções disciplinares estão enumeradas no artigo 35.º 
do Estatuto sendo definidas nas seguintes formas: Censura; Suspensão; Multa e Exclusão 
(BRASIL, 1990). 
Quanto às sanções disciplinares, segundo a regra do artigo 70º, o processo para 
apuração da sanção disciplinar será instaurado no Conselho Seccional da localidade em que 
ocorreu a infração (BRASIL, 1990). Exemplo se o advogado comete determinada infração 
disciplinar em Araguaína estado do Tocantins, seu processo disciplinar deverá ser 
instaurado na subseção de Araguaína, salvo as exceções seguintes: Caso a falta cometida seja 
perante o Conselho Federal ou quando o infrator for conselheiro federal ou presidente da 
Conselho Seccional; em casos de suspensão preventiva: essa suspensão é de competência do 
Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho Seccional onde o advogado possua sua inscrição 
principal. 
Por derradeiro, dentre as finalizadas do Estatuto da Advocacia, impera aquela que 
assegura a plena liberdade e autonomia dos advogados na defesa de seus clientes de forma 
a garantir o exercício da profissão com independência, dignidade e ética. 
O principal intuito do Estatuto da Advocacia é regulamentar o exercício da advocacia 
no Brasil estabelecendo diretrizes éticas e disciplinares para os advogados e garantindo a 
valorização da profissão. A finalidade da lei é assegurar o direito fundamental do cidadão à 
assistência jurídica e a adequada defesa dos interesses de seus clientes, pois sem esta 
prerrogativa da profissão a justiça não poderia ser efetiva. 
Desse modo entre os pontos mais importantes do Estatuto da Advocacia cabe 
ressaltar os seguintes aspectos: 
Por conseguinte, a lei estabelece requisitos para o exercício da advocacia que somente 
podem exercer a advocacia os bacharéis em Direito que tenham sido aprovados no Exame 
de Ordem e que estejam inscritos na OAB (BRASIL, 1990). 
Não obstante o Estatuto da Advocacia estabelece diversas prerrogativas para os 
advogados, como o direito ao livre exercício da profissão, a inviolabilidade de seu escritório 
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ou local de trabalho, a possibilidade de atuar em processos judiciais e administrativos 
(BRASIL, 1990). 
Diante disso o advogado é regido por um conjunto de deveres éticos que visam 
garantir a conduta adequada no exercício da profissão, como o dever de sigilo, o dever de 
lealdade, o dever de zelar pela dignidade da profissão. 
 
Código de Ética do Advogado 
 
O Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil é um conjunto de 
normas que orientam a conduta ética dos advogados em seu exercício profissional. Este 
código é dividido em diversas seções, cada uma abordando um aspecto específico da ética na 
advocacia. 
Entre as regras fundamentais do Código de Ética do Advogado, é importante destacar 
o dever de exercer a advocacia com liberdade, independência, integridade, dignidade, honra, 
honestidade, zelo e dedicação. Além de que o advogado deve defender com resolução os 
direitos de seus clientes, respeitando as leis e as normas éticas da profissão ácida de seus 
preceitos pessoais. 
O sigilo profissional é um dos princípios mais importantes da advocacia, previsto no 
Código de Ética. O advogado deve manter sigilo sobre tudo o que lhe for confiado pelo cliente, 
mesmo após o término da relação profissional. Este sigilo só pode ser quebrado em situações 
muito específicas, como quando há autorização expressa do cliente, em caso de defesa 
própria do advogado, ou ainda quando há determinação judicial. 
A publicidade na advocacia é um tema regulamentado pelo Código de Ética do 
Advogado tornando-se algo muito delicado, embora o advogado possa divulgar seus 
serviços, ele deve fazer de forma discreta, respeitando as normas éticas da profissão. É 
proibido, por exemplo, fazer publicidade enganosa, utilizar propaganda sensacionalista, ou 
ainda oferecer serviços gratuitos ou a preços muito baixos como forma de captar clientes. 
Em suma, o Código de Ética e Disciplina da OAB estabelece as bases para a atuação 
ética dos advogados, garantindo a proteção dos direitos dos clientes e a manutenção da 
dignidade da profissão, dessa forma ao cumprir as normas éticas e respeitar os princípios 
fundamentais da advocacia, o advogado contribui para a construção de uma sociedade mais 
justa e equilibrada. 
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A Ética Profissional Dentro da Advocacia 
 
O código de ética é um conjunto de normas que regulamenta o comportamento dos 
advogados no exercício de suas funções. Essas normas têm como objetivo garantir que os 
profissionais da advocacia mantenham uma conduta ética e respeitem os direitos e deveres 
de seus clientes. 
Analisa-se que as relações do advogado com os clientes são estabelecidas pelo código 
de ética determinando que o advogado deve prestar serviços com zelo, diligência e 
honestidade. Além de que o profissional deve manter sigilo sobre as informações 
confidenciais obtidas durante o exercício da advocacia, respeitando a privacidade e a 
dignidade do cliente. 
O código de ética aborda também a questão dos honorários advocatícios, devendo ser 
fixados de forma justa e proporcional ao trabalho realizado pelo advogado, além disso, o 
profissional deve informar ao cliente sobre os valores a serem cobrados de forma clara e 
transparente. 
Outro aspecto importante do código de ética é a proibição do advogado de realizar 
acordos contrários aos interesses de seu cliente, dessa forma o advogado deve sempre agir 
de forma leal e defender os interesses do cliente, evitando conflitos de interesse. 
Lado outro, importa atentar-se que o código de ética determina que o advogado deve 
evitar o uso de meios fraudulentos ou ilegais em sua atuação, e deve sempre pautar sua 
conduta pela honestidade e integridade. Importantes orientações para a atuação dos 
advogados, especialmente no que diz respeito às relações com os clientes e aos honorários 
advocatícios são pautados pelo Código de Ética e Disciplina da OAB. Essas diretrizes têm 
como objetivo garantir que os profissionais da advocacia exerçam suas funções de forma 
ética e respeitando os direitos e deveres de seus clientes. 
Por fim, cabe verificar que o Estatuto da Advocacia é uma lei muito importante para 
os profissionais do direito regulamentando o exercício da advocacia no Brasil, a lei nº 
8.906/1994, que institui o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), 
traz diversos pontos que necessitam de um estudo mais aprofundado. 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O termo "advogado" brota das raízes do latim, do termo "advocatus," um chamado 
aos que se puseram na missão de representar causas e interesses de outrem. A advocacia 
floresce em resposta à necessidade de um manto moral para proteger os desprotegidos dos 
abusos. E nesse enredo, encontramos figuras icônicas como Moisés e Jesus Cristo, 
considerados os pioneiros, os defensores primevos nas páginas dos tempos, com o passar do 
tempo, a profissão evoluiu, trilhando caminhos por século. 
A primeira faculdade de direito do Brasil foi criada por D. Pedro I. a Faculdade de 
Direito do Largo São Francisco, sendo um marco na história do ensino superior nacional, um 
farol da formação de juristas e do fomento do intelecto e do jogo político nacional. E ainda 
hoje, essa instituição persiste, erguendo-se como farol do saber jurídico, esculpindo o futuro 
de profissionais e líderes da nação. A saga da advocacia e da criação dos defensores 
entrelaça-se com a evolução da lei e a busca incessante por justiça através dos séculos. 
O advogado assume o posto de sentinela técnico, erguendo os escudos em prol dos 
interesses de seus constituintes e zela pela integridade da lei. Não obstante, a missão do 
advogado transcende os limites de sua atuação profissional. Vai além do mero exercício das 
leis. Abraça a bandeira da Constituição, dos direitos humanos, da justiça social e da cultura 
jurídica. Ele desempenha o papel de um braço auxiliar do sistema judiciário, forjando as 
sendas das sentenças e dando vida às aspirações da magistratura. Ele se converte em 
guardião, uma sentinela da integridade, esquivando-se dos erros, e em busca constante da 
melhor representação de seus clientes perante os tribunais. 
O advogado é um pilar incontestável na engrenagem da justiça, assegurando que os 
direitos dos cidadãos permaneçam incólumes e contribuindo para a perpetuação e 
fortificação da democracia no cenário jurídico brasileiro. Sua incumbência não se restringe 
às questões técnicas, pois ele emerge como defensor da Constituição e dos valores brasileiros 
que sustentam o Estado Democrático de Direito. 
Por fim, o Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94) se ergue como a bússola que norteia 
a profissão do advogado no Brasil. Nesse farol regulatório, definições de direitos e 
obrigações, prerrogativas e remuneração encontram seu alicerce. Regras de conduta e 
sanções disciplinares traçam os limites do campo de atuação. O Código de Ética da OAB, parte 
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integrante desse estatuto, ergue a bandeira do sigilo profissional, delineia as diretrizes da 
publicidade e define o norte da ética nas relações com os clientes, incluindo os tratos com os 
honorários advocatícios. Todas essas disposições convergem para um propósito supremo: 
garantir a ética e a excelência nos serviços jurídicos, preservando a honradez da profissão e 
o resguardo dos direitos da clientela. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ADVOGADO. DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2023. Disponível em: 
https://www.dicio.com.br/advogado/. Acesso em: 06 out. 2023. 
 
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Centro Gráfico, 1988. 
 
BRASIL. Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a 
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Brasília, DF, 4 jul. 1994. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm. Acesso em: 06 out. 2023. 
 
CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Código de ética e 
disciplina da OAB. Brasília, DF, 13 fev. 1995. Disponível em: 
https://www.oab.org.br/content/pdf/legislacaooab/codigodeetica.pdf. Acesso em: 09 nov. 
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Janeiro: Editora Forense, 2002. 
 
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. v. 
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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua 
portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. 
 
GLOTZ, Gustave. A cidade grega. São Paulo: Difel, 1980. 
 
LOBO, Paulo Luiz Netto. Comentários ao estatuto da advocacia e da OAB. 3. ed. São Paulo: 
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PAIVA, Antônio Lobato de. Supremacia do Advogado Face ao Jus Postulandi. 2007. 
Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/a-
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Acesso em: 05 out. 2023. 
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