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1 AS NORMAS TÉCNICAS PARA TRANSCRIÇÃO E EDIÇÃO DE DOCUMENTOS MANUSCRITOS E ALGUNS FATOS GRÁFICOS DA HISTÓRIA DA ESCRITA NELAS NORMALIZADOS Roberto Jorge Chaves Araújo rjorgearaujo@uol.com.br Universidade Estadual da Paraíba 2 R E S U M O Essa pesquisa é financiada pela PROPESQ/PRPG/UEPBe tem por objeto documentosmanuscritos que exemplificam a aplicação das Normas Técnicas para Transcrição e Edição de Documentos Manuscritos – NTTEDM de 1993.O objetivo geral é a publicação de uma obra didática paleográficasobre os aspectos extrínsecos da escrita padronizadosnas NTTEDM. Esse trabalho apresenta, parcialmente, os resultados da pesquisa. A seleção dentre o material pesquisado considerou a relativa raridade do fato gráfico, o grau de dificuldade de exemplificação das normas, dúvidas e questões sobre algumas delas. A digitalização dos documentos manuscritos observou as recomendações publicadas pelo CONARQ. Quando a pesquisa em acervos não deu retorno, foram digitalizados documentos publicados. Inicialmente, a pesquisa era sobre documentos manuscritos oriundosda Assembleia Legislativa Provincial da Parahyba do Norte. Mas alguns fatos gráficos são anteriores ou pelo menos são muito mais presentesna escrita anterior àquela existente na documentação do acervo selecionado primeiramente. Então o espectro institucional foi ampliado. A pesquisa estáem fase de conclusão, sendo possível afirmar que as NTTEDM possibilitam transcrições objetivas, ou seja, que não modificam a grafia original dos documentos manuscritos em contraponto às transcrições modernizadas feitas também com base em outras normas. Devido a essa preservação da escrita original,o trabalho paleográfico no Brasil pode acompanhar a corrente mais atual da Paleografia, que a aborda como história da escrita e história do alfabetismo. Palavras-chaves: NTTEDM, documentos manuscritos, transcrição objetiva, transcrição modernizada. 3 I - Introdução A aplicação das NORMAS TÉCNICAS PARA TRANSCRIÇÃO E EDIÇÃO DE DOCUMENTOS MANUSCRITOS(NTTEDM, desse ponto do texto em diante)não é produto de uma atividade eminentemente mnemônica, requerendo compreensão do seu conteúdo, compreensão essa que se faz pela elaboração da relação entre as normas eos fatos gráficos aos quais se referem. A metodologia consistiu em entender o conteúdodanormalização e relacioná-las a um documento manuscrito. A pesquisa foi feita no Acervo Histórico Valdemar Bispo Duarte, em João Pessoa, Paraíba, no Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano - APEJE, em Recife, Pernambuco e no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, em Natal, Rio Grande do Norte. Essa diversidade de instituições se explica pelo fato de que, no Acervo Histórico Waldemar Bispo Duarte,não ter sido encontrados documentos com alguns fatos gráficos normalizados. Mesmo com essa ampliação das instituições pesquisadas não foram encontrados, ainda, documentosmanuscritos que exemplifiquem três normas (1.6, 2.4 e 3.2). No caso das normasrelativas aos algarismos romanos(1.6) e sinais públicos (2.4), foram digitalizados documentos publicados em obra de Paleografia. A digitalização em geral foi considerando-se as Recomendações para digitalização de documentos arquivísticos permanentes (CONARQ, 2010). O presente trabalho relaciona-se com o projeto de pesquisa Leitura documentário e estudos paleográficos: o olhar arquivístico sobre a documentação manuscrita antiga paraibana dos Arquivos Públicos da cidade de João Pessoa relativa às elites provinciais (1824-1840),desenvolvido por esse autor e pela prof.ª dr.ª Francinete Fernandes de Sousa, ambos docentes do Bacharelado em Arquivologia, Campus V da Universidade Estadual da Paraíba. O projeto de pesquisa é financiado pela Pro-reitoria de Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba - PROPESQ/UEPB. Relativamente à bibliografia paleográfica onde estão publicadas, no Brasil, normas de transcrição – bibliografia publicada em suporte papel – R.Román Blanco (1987, p. 19-21) e depois, Vera Lúcia Costa Acioli (1994, p. 59-60) parecem ter sido os primeiros a fazê-lo. Quantitativamente, Román Blanco estabeleceu 56 pontos a serem observados. Já Vera Lúcia Costa Acioli, adaptou à documentação brasileira as normas publicadas pela Escola de Estudos Medievais, em Madri, no ano de 1944, resultando em 4 18 pontos a serem observados pelo paleógrafo. Já as NTTEDM têm 29 pontos a serem seguidos. Nas considerações finais há breves comentários comparativos entre o conteúdo das normas publicadas R. Ramón Blanco e V. L. C. Acioli, e as NTTEDM. II - DESENVOLVIMENTO Sobre a criação das Normas Técnicas para Transcrição e Edição de Documentos Manuscritos Esse conjunto normativo foi desenvolvido em dois encontros nacionais de Paleografia, em São Paulo-SP, nos anos de 1990 e 1993. No intervalo de tempo entre esses eventos, se verificou a aplicabilidade do que havia sido formulado inicialmente e, em 1993, as normas foram reformuladas e novamente divulgadas (BERWANGER; LEAL, 2008). Além da divulgação em obras de Paleografia em suporte papel – Noções de Paleografia e Diplomática (BERWANGER; LEAL, 2008, p. 97-104), com três edições - as NTTEDM estiveram disponíveis na página do Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ, por um determinado período de tempo. Têm sido objeto de discussão em eventos científicos comoo VII Encontro de Paleografia e Diplomática (SOUZA; FRANCINETE, 2012, p.1-35), realizado paralelamente aoV Congresso Nacional de Arquivologia, em Salvador-BA,de 1º a 5 de outubro de 2012. Esse trabalho mostra o andamento da pesquisa. Considerações sobre as NTTEDM foram publicadas por João Eurípedes Franklin Leal (1994).Esse autor afirma que o objetivo mais geral de racionalizar e padronizar tais atividades para documentação brasileira.Os princípios que a nortearam foram: a) o respeito rigoroso ao conteúdo original do documento; b) a consideração das normas internacionais já existentes; e c) a adequação de tais normas à realidade da documentação manuscrita brasileira. Esse trabalho também apresenta um resumo das normas no qual o número de pontos a serem observados pelo transcritor é menor. Note-se que na última edição da obra Noções de Paleografia e Diplomática (BERWANGER; LEAL, 2008) a norma 7.5 que normaliza a transcrição de folhas em branco não foi publicada. Segundo J. E. F. Leal (1994) a normalização da transcrição e edição de documentos manuscritos se pautou pela observação daespecificidade da escrita usada na 5 elaboração da documentação brasileira, a consideração de normas estrangeiras, bem comoa adaptação destas para o trabalho paleográfico relativo à documentação brasileira também foram pontos observados por Vera Lúcia Costa Acioli (1994, p. 59), em A escrita no Brasil colônia. Paleografia: breves considerações históricas, teóricas e metodológicas Até a atualidade, desenvolveram-se três vertentes de estudos paleográficos: a Paleografia de leitura, a Paleografia crítico-analítica e a Paleografia como história da escrita e história do alfabetismo. Os estudos sobre alfabetismo (SOARES, 1995) são importantes para expandir a Paleografia.Eis um quadro que,desconsiderandopequenasdivergências entre os autores,mostra as linhas históricas mais gerais do desenvolvimento histórico dessa disciplina: QUADRO 1: DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA PALEOGRAFIA Vertente Objetivos Início Paleografia de leitura. Fazer leituras corretas de textos antigos atualizando os signos gráficos. Anterior a 1681. Paleografia crítico- analítica. Estabelecer o “quando”, o “onde” e o “como” sobre os textos escritos. Identificar, agrupar e avaliara autenticidade dos escritos. Séc. XVII (depois de 1681) até hoje. Nomes de destaque, entre outros: Jean Mabillon (1681) e Jean Mallon/ Léon Gilissen (séc. XX, da Nova Escola Francesa). Paleografia como história da escritae história do alfabetismo (desenvolve-se no séc. XX e XIX). Estabelecer “quem” escreve e “por que” escreve, observando o “como” se escreve. Estudaa função social da escrita, numa abordagem histórica. Século XX, década de 1960 em diante. Nomes de destaque, entre outros:Ludwig Traube (precursor, 1861-1907), Giorgio Cenceti (1948), Iztvan Hajnal (1934), Armando Petrucci (1969). Fontes: (CONTRERAS, 1994: 19-24; CASTILLO & SÁEZ, 1994, pp. 138-168) Entende-se que as NTTEDM atualizam o trabalho paleográfico de transcrição na medida em que o relaciona com a terceira dessas vertentes. Sob o aspecto especificamente metodológico,(JORDÁN,2003,p. 19-21), o paleógrafo trabalha com o método comparativo,através do qual é relacionadaa escrita conhecida com a desconhecida. Importa destacar que a “transcrição paleográfica” é 6 uma parte da “análise paleográfica”. Essa é mais abrangente do que aquela (BERWANGER; LEAL, 2008; JORDÁN, 2003). No intercâmbio entre História e Paleografia, pode se dizer que a disciplina de História possibilita a análise dos documentos em geral, no tempo (ARAÚJO, 2011) e a Paleografia possibilita a leitura e análise dos documentosrelativamente aos aspectos extrínsecos destes (SÁEZ;CASTILLO, 2004, p. 26). No caso da Arquivologia, asformulações consolidadas vêm a Paleografia como instrumento de produção de fontes históricas. Na corrente da Arquivologia, ou Arquivística, influenciada pela teoria da Ciência da Informação, ela, a Paleografia, não deve ser dispensada“como ‘ferramenta’ para a compreensão do processo gerador da informação, do seu contexto orgânico e da tecnologia que lhe está associada” (RIBEIRO, s/d), sendo mantida nos currículos de cursos que formam arquivistas (PINTO,200-).Portanto, seja no paradigma consolidado ou no paradigma científico- informacional, o papel da Paleografia está colocado, pois a leitura dos documentos e das informaçõesneles contidas é indispensável. O conjunto das NTTEDM abaixo foi copiado do site do Arquivo Nacional e está estruturado nas seguintes partes: GRAFIA, CONVENÇÕES,ASSINATURAS E SINAIS PÚBLICOS,DOCUMENTOS MISTOS,SELOS E ESTAMPILHAS E OUTROS,REFERÊNCIAS,APRESENTAÇÃO GRÁFICA e, por último, OBSERVAÇÕES. NORMAS TÉCNICAS PARA TRANSCRIÇÃO E EDIÇÃO DE DOCUMENTOS MANUSCRITOS OBJETIVO: Estas normas fixam diretrizes e convenções para a transcrição e edição de documentos manuscritos. Destina-se a unificar os critérios das edições paleográficas, possibilitando uma apresentação racional e uniforme. 1. GRAFIA Quanto à grafia seguir-se-ão os seguintes critérios: 1.1 Serão separadas as palavras grafadas unidas indevidamente e serão unidas as sílabas ou letras grafadas separadamente, mas de forma indevida. Excetuam-se as uniões dos pronomes proclíticos (madê, selhedê), mesoclíticos e enclíticos às formas verbais de que dependem (meteremselhe, procurase ). 1.2 As letras serão grafadas na forma usual, independente de seu valor fonético. 1.3 O s caudado duplo será transcrito como ss e o simples como s. 7 1.4 O R e S maiúsculos, com som de rr e ss serão transcritos R e S maiúsculos, respectivamente. 1.5 As letras ramistas b, v, u, i, j serão mantidas como no manuscrito. 1.6 Os números romanos serão reproduzidos de acordo com a forma da época. 1.7 Aos enganos, omissões, repetições e truncamentos, que comprometam a compreensão do texto, recomenda-se o uso da palavra latina [sic] entre colchetes e grifada. 1.8 As abreviaturas não correntes deverão ser desenvolvidas com os acréscimos em grifo. 1.9 As abreviaturas ainda usuais na atualidade, ou de fácil reconhecimento, poderão ser mantidas. 1.10 Os sinais especiais de origem latina e os símbolos e palavras monogramáticas serão desdobrados, por exemplo, &rª = etc.; IHR = Christus. 1.11 Os sinais de restos de taquigrafia e notas tironianas serão vertidos para a forma que representam, grifados. 1.12 O sinal de nasalização ou til, quando com valor de m ou n, será mantido. 1.13 Quando a leitura paleográfica de uma palavra for duvidosa, colocar-se-á uma interrogação entre colchetes depois da mesma: [?] 1.14 A acentuação será conforme o original. 1.15 A pontuação original será mantida. 1.16 As maiúsculas e minúsculas serão mantidas. 1.17 A ortografia será mantida na íntegra, não se efetuando nenhuma correção gramatical. 2. CONVENÇÕES Para indicar acidentes no manuscrito original, como escrita ilegível ou danificada, serão utilizadas as seguintes convenções: 2.1 As palavras que se apresentam parcial ou totalmente ilegíveis, mas cujo sentido textual permita a sua reconstituição, serão impressas entre colchetes. 2.2 As palavras ilegíveis para o transcritor serão indicadas com a palavra ilegível entre colchetes e grifada: [ilegível]. 2.3 As linhas ou palavras danificadas por corrosão de tinta, umidade, rasgaduras ou corroídas por insetos ou animais serão indicadas, por exemplo, pela expressão corroído entre colchetes e grifada e com a menção aproximada de seu número: [corroídas ± 6 linhas]. 8 2.4 Os elementos textuais interlineares ou marginais autógrafos que completam o escrito serão inseridos no texto entre os sinais <...>. 2.5 Quando não forem autógrafos, serão indicados em nota de rodapé. 2.6 As notas marginais, não inseríveis no texto, serão mantidas em seu lugar ou em seqüência ao texto principal com a indicação: à margem direita ou à margem esquerda. 2.7 As notas de mão alheia serão transcritas em rodapé. 3. ASSINATURAS E SINAIS PÚBLICOS 3.1 As assinaturas em raso ou rubricas serão transcritas em grifo. 3.2 Os sinais públicos serão indicados entre colchetes e em grifo: [sinal público]. 4. DOCUMENTOS MISTOS 4.1 Os caracteres impressos que aparecem em documentos mistos recentes serão transcritos em tipos diferentes. Incluem-se aqui os formulários, timbres, fichas-padrão, carimbos, siglas etc. 5. SELOS, ESTAMPILHAS, ETC. 5.1 Os selos, sinetes, lacres, chancelas, estampilhas, papéis selados e desenhos serão indicados de acordo com a sua natureza entre colchetes e grifado: [estampilha]. 5.2 Os dizeres impressos e o valor das estampilhas serão transcritos dentro de colchetes e em grifo: [estampilhas, 200 rs]. 6. REFERÊNCIAS 6.1 Recomenda-se o uso de um sumário, antecedendo cada texto, composto de datação e resumode conteúdo. 6.2 Será sempre indicada a notação ou cota do documento para fins de localização no acervo da instituição. 6.3 Sempre se indicará se o documento é original, apógrafo, 2ª via etc. 7. APRESENTAÇÃO GRÁFICA 7.1 A transcrição dos documentos poderá ser linha por linha ou de forma corrida. 7.2 Será respeitada a divisão paragráfica do original. 7.3 As páginas serão numeradas de acordo com o documento original, indicando sempre a mudança de cada uma, entre colchetes e no meio do texto, incluindo-se o verso: [fl. 3], [fl. 3v]. 7.4 Se o original não for numerado caberá ao transcritor numerá-las. Os números acrescentados serão impressos entre colchetes e em grifo: [fl. 4], [fl. 4v]. 9 7.5 As folhas em branco serão indicadas entre colchetes e em grifo: [fl. 13, em branco]. 8. OBSERVAÇÕES 8.1 Toda edição deverá ser precedida de um texto preliminar em que se indicará o objetivo da publicação, remetendo-a, quanto aos critérios e convenções, para Normas Técnicas para Transcrição e Edição de Documentos Manuscritos. 8.2 É recomendável a utilização de índice remissivo. COMISSÃO DE SISTEMATIZAÇÃO E REDAÇÃO DO I ENCONTRO NACIONAL DE NORMATIZAÇÃO PALEOGRÁFICA: (São Paulo: 28 e 29 de novembro de 1990) ANTONIO HOUAISS - Academia Brasileira de Letras HELOISALIBERALLI BELLOTTO - Instituto de Estudos Brasileiro/USP JAIME ANTUNES DA SILVA- Arquivo Nacional - UNIRIO JOÃO EURÍPEDES FRANKLIN LEAL - UNIRIO MARIA HELENA OCHI FLEXOR - Universidade Federal da Bahia ROSELI SANTAELLA STELLA - Faculdade Cruzeiro do Sul (SP) YEDDA DIAS LIMA - Instituto de Estudos Brasileiros/USP COMISSÃO DE SISTEMATIZAÇÃO E REDAÇÃO DO II ENCONTRO NACIONAL DE NORMATIZAÇÃO PALEOGRÁFICA: (São Paulo: 16 e 17 de setembro de 1993) ANA LÚCIA LOUZADA WERNECK - Fundação Biblioteca Nacional ANA REGINA BERWANGER - Universidade Federal do Rio Grande do Sul CARLOS DE ALMEIDA P. BACELLAR - Arquivo do Estado de São Paulo GRACILDA ALVES - Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro JOÃO EURÍPEDES F. LEAL - Universidade do Rio de Janeiro -UNIRIO JOSÉ MARQUES - Universidade do Porto MARCELO MEIRA AMARAL BOGACIOVAS - ASBRAP MARIA HELENA OCHI FLEXOR - Universidade Federal da Bahia VITOR MANOEL MARQUES. DA FONSECA- Arquivo Nacional YEDDA DIAS LIMA - Instituto de Estudos Brasileiros/USP Alguns dos fatos gráficos normalizados pelas NTTEDM: raridade, dificuldades, dúvidas e questões 10 1 -Quanto à GRAFIA: Norma 1.1:Serão separadas as palavras grafadas unidas indevidamente e serão unidas as sílabas ou letras grafadas separadamente, mas de forma indevida. Excetuam-se as uniões dos pronomes proclíticos (madê, selhedê), mesoclíticos e enclíticos às formas verbais de que dependem (meteremselhe, procurase). No extrato documental 1.1aaparecem uniões indevidasdevendo ser separadas na transcrição como também pronomes unidos diretamente aos verbos.No caso da união indevida de palavras, exemplificamos com as transcrições de partes (na 1ª linha completa) que ficam da seguinte forma: “a Carta”;“de que”, “pella qualsemostrava”, “ a grande”. Quanto aos pronomes unidos aos verbos que devem ser mantidos na transcrição, os exemplos são os seguintes: “semostrava” (linha 2), “medaveiz” e “Mepareceu” (na linha 4),“selhedevem” (linha 8). EXTRATO 1.1a Fonte: Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano. Recife, Pernambuco, Brasil. OR – 9, pg. 7. No caso da separação indevida os exemplos estão na frase “Aos novediasdomesdeMajodemil oito centos” na primeira linha do extrato 1.1b. A transcrição deve ser feita assim: “Aos nove dias do mes de Majo [?] de mil oitocentos”. 11 EXTRATO 1.1b Fonte: Acervo Histórico Valdemar Bispo Duarte. Espaço Cultural. João Pessoa, Paraíba, Brasil. Fundação Espaço Cultural da Paraíba – FUNESC. Arquivo Histórico. Período imperial. Documentos manuscritos. Cx. 07. Ano: 1824 – 1825. Norma 1.4:O R e S maiúsculos, com som de rr e ss serão transcritos R e S maiúsculos, respectivamente. A norma refere-se à substituição do grupo de letras “rr” e “ss”, pelas letras R e S.Há exemplosdessa escrita nas palavras “aRematações” e “aSignados”, nas linhas 1 (a partir da linha que aparece completa) e 3, respectivamente, do extrato n. 1.4, cuja transcrição deve ficar dessa forma:“aRematações” e “aSignados”. EXTRATO 1.4 Fonte: Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano. Recife, Pernambuco, Brasil. OR – 9, pg. 7. Norma1.5: As letras ramistas b, v, u, i, j serão mantidas como no manuscrito. De acordo com Paula H. L. Araújo (2007, p. 16) “Letras ramistas designam duas letras que foram desconhecidas dos latinos: o ‘ j ’ e ‘ v ‘.” Eram “variantes gráficas” do “ i “ do “ u “, respectivamente. Segundo o estudo dessa autora, igualmente o “ i “ e o “ 12 u “, a letra “ y “ também é uma variante gráfica do “ i “. É o caso de incluí-la na norma.Já a letra “b “não é uma letra ramista nem uma das suas variantes gráficas(ARAÚJO, 2007, p. 16; GUERRERO, 2011; ANDRADE; DELGADO, 2011, p. 1752). Esse fenômeno alográfico(alografia designa a variação na grafia de uma palavra) associado à ausência de critérios para transcrição de documentos manuscritos para os caracteres ramistas resultou em“sérios problemas de transcrição e edição dos manuscritos, já que enquanto uns mantêm incondicionalmente a letra que aparece (...) outros as substituem pelo uso que damos atualmente.” (SANTOS apud ARAÚJO, 2007, p. 17). Aaplicação dessa norma 1.5 é muito simples e objetiva: trata-se de manter a letra original presente no manuscrito.No extrato seguinte, as palavras “Rey”, “Vltramarino” e “Janeyro”, também apresentam letras ramistas. EXTRATO 1.5 Fonte: Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano . Recife, Pernambuco, Brasil. OR – 9, pg. 7. Norma1.6: Os números romanos serão reproduzidos de acordo com a forma da época. Depois do século XV os algarismos romanos “foram paulatinamente substituídos pelos arábicos” (BERWANGER; LEAL, 2008, p. 96). Essa mudança levou tempo e até meados do século XVII, a numeração mais usada foi a romana, composta pelas letras capitais I, V, X, L, C, D e M equivalendo a, respectivamente 1, 5, 10, 50, 100, 500 e 1000 (ACIOLI, 1994, p.50). Observe-se que,tanto em Portugal com na Espanha, as letras capitais foram modificadas, adquirindo particularidades gráficas e resultando no chamado sistema 13 numérico romano-lusitano(ACIOLI, 1994, p. 50). Essa autoraenumera nove particularidades das quais mencionamos algumas: a) ao invés das letras capitais se usava letras minúsculas (i = 1; x = 10; c = 100, etc.); b) essas mesmas letras – i, x e c - apareciam repetidas até quatro vezes e não somente até três e, quando a repetição ocorria, a escrita era encadeada, ou seja, as letras representando números apareciam ligadas; c) quando a letra i é repetida, a última é escrita como j. De acordo com A. Berwanger e J. Franklin Leal (2008, p.96), “O 5 (cinco) podia ter as seguintes formas: V, B, U, S ou v, b, u, s (...) O 40 (quarenta) xl, r ou x u ou x l . O 1.000 era M, T, m,t.” Abaixo, um extratode um documento publicado digitalizado contendo algarismos romano-lusitanos ea respectiva transcrição. Alguns dos aspectos destacados acima sobre os algarismos romano-lusitanos estão presentes no exemplo abaixo: o I éminúsculo( i ), sendorepetido quatro vezes e o último deles tem a forma de j. Observe- se que o j está transcrito como i. Isso ocorre porque a autora (ACIOLI, 1994, p. 60) atualizou ou modernizou a forma da letra em acordo com a norma “f” (sobre letras ramistas) da sua normalização, desconsiderando o que está previsto na norma “j” (sobre numerais), do mesmo conjunto de normas. EXTRATO 1.6 TRANSCRIÇÃO PARCIAL DO EXTRATO 1.6 Fonte: (ACIOLI, 1994: 224-225) Norma1.12: O sinal de nasalização ou til, quando com valor de m ou n, será mantido. Às vezes (principalmente antes do séc. XIX) se usava um sinal de nasalização em substituição das letras “m” ou “n”. De acordo com a regra não será substituído o referido sinal pelas letras mencionadas quando for feita a transcrição. No extrato seguinte, nas linhas 2 e 4, aparecem as palavras “hu’a” e “algu’as”, 14 respectivamente,com um sinal de nasalização (um caractere semelhante a um apóstrofe) substituindo “m”, colocado sobre as ligaduras (CONTRERAS, 1994, p. 43) e não sobre as letras. As transcrições das palavras mencionadas devem ser feitas daquela mesma forma: “hu’a” e “algu’as”. EXTRATO 1.12 FONTE: Arquivo Público Estadual Jordão Emerecenciano. Recife, PE. OR 10, pg. 265. Norma 1.13: Quando a leitura paleográfica de uma palavra for duvidosa, colocar-se-á uma interrogação entre colchetes depois da mesma: [?] Essa norma deve ser usada com bastante parcimônia, desde que a leitura e a transcrição são atividades práticas essenciais e atuais da disciplina de Paleografia (MARTINI apud CASTILLO, SÁEZ, 2004, p.27).Note-se que essa dúvida sobre a leitura de palavras pode estar associada a uma escrita realmente muito mal feita e, por exemplo, ao fato de que alguns vocábulos – sobrenomes de pessoas- eram abreviados da mesma forma (ACIOLI, 1994, 60),associado à inexistência/dificuldade de consulta defontes sobre as respectivas pessoas autoras das assinaturas.No extrato1.3 a palavra “[Senhor?]” fica transcrita dessa forma. 15 EXTRATO 1.3 FONTE: Arquivo Público Estadual Jordão Emerecenciano.Recife, PE. OR 10, pg. 265. Norma 1.14: A acentuação será conforme o original. Norma 1.15: A pontuação original será mantida. Norma 1.16: As maiúsculas e minúsculas serão mantidas. Norma 1.17: A ortografia será mantida na íntegra, não se efetuando nenhuma correção gramatical. Como essas quatro normas são de fácil entendimentose resolveu exemplificá-las a partir de um único documento.A norma 1.14, se refere aos sinais de acentuação, um dos dois tipos de sinais estigmológicos (ACIOLI, 1994, p. 53) ou signos acessórios (SÁEZ; CASTILLO, 2004, p. 25) ao ato de escrever. A norma 1.15 é relativa ao outro tipo dossinais estigmológicos. (ACIOLLI, 1994, p. 53). Observe-se que,na transcrição, o sinal de acentuação deve permanecer sobre a mesma letra do documento original. Em vários documentos dos séculos XVII e XVIII, constatou-se que os sinais de nasalização eram colocados sobre o “o ” e não sobre o “ a ”. Parece que era uma característica da escrita da época (FEIJÓ apud FERNANDES, 1739, p. 7). A norma 1.16 refere-se às letras maiúsculas e minúsculas cuja diferenciação é feita considerando-se o tamanho e nãoa forma das ditas letras. Assim, uma letra é maiúscula quando ocupa o espaço de uma regra (que é o espaço delimitado por duas linhas paralelas), e é minúscula quando ocupa menos ou mais de uma regra (ACIOLLI, 1994, p. 13; CONTRERAS, 1994, p. 45). A norma 1.17 indica que deve se considerar a ortografia da própria época da escrita do documento.Isso é importante para o próprio desenvolvimento atualizado da Paleografia, pois a sua vertente mais recente entende a disciplina como história da escrita e como história do alfabetismo (CONTRERAS, 1994, p. 21-23; SÁEZ & CASTILLO, 2004, p. 25-29) avançado relativamente a abordagem erudito-positivista, 16 sem desconsiderar a importância do “como” se escreve (SÁEZ; CASTILLO, 2004, p. 27). Alguns dicionários publicados na época da produção dos documentos podem ajudar bastante na observação da ortografia. Indicamos os seguintes: Raphael Bluteau (1712-1728) publicou em Coimbra e Lisboa, o Vocabularioportuguez& latino: aulico, anatomico, architectonico;Antonio de Moraes Silva (1789) publicou em Lisboa o Dicionario da LinguaPortugueza composto pelo Padre D. Raphael Bluteaureformado e acrescentado; no Brasil, o Dicionário da Língua Brasileira foi publicado por Luis Maria da Silva Pinto (1832) e Pedro Luiz Napoleão Chernoviz (1890), publicou uma sexta edição do Dicionário de Medicina Popular e das ScienciasAccessorios. Sobre a ortografia portuguesa ver a importante obra de J. de M. Madureira Feijó (1739), Orthographia, ou arte de escrever, e pronunciar com acerto a língua portugueza. No documento seguinte há exemplos de acentuação (uma espécie de apóstrofe sobre a letra “o” da palavra nao, linha 8), pontuação (em “Posturas:”, linha 10), números ( em “11 de Abril de 1831”) e da ortografia (em “remetter”). No exemplo relativo à acentuação, ocorre dificuldade de se reproduzir a forma original, pois os programas de redação de texto não aceitam a colocação de apóstrofe sobre letras, como já foi mencionado. Trata-se de pedir a colaboração dos profissionais de TI. 17 DOCUMENTO 1.14, 1.15, 1.16,1.17 Fonte: Acervo Histórico Waldemar Bispo Duarte. João Pessoa, Paraíba, Brasil. Fundação Espaço Cultural da Paraíba – FUNESC. Arquivo Histórico. Período Imperial. Documentos manuscritos. Cx. 10 (1830 – 1833). 18 II – Quanto às CONVENÇÕES: Norma 2.1: As palavras que se apresentam parcial ou totalmente ilegíveis, mas cujo sentido textual permita a sua reconstituição, serão impressas entre colchetes. A norma diz que quando se compreende o sentido/mensagem do texto manuscrito, o paleógrafo pode, a partir dessa compreensão, fazer a transcrição de uma ou mais palavras. O extrato 2.1 traz um exemplo bem simples da aplicação dessa norma.As palavras [folha] e [pagam. to ] que não podem ser lidas serão transcritas dessa forma. EXTRATO 2.1 Fonte: Acervo Histórico Waldemar Bispo Duarte. João Pessoa, Paraíba, Brasil. Fundação Espaço Cultural da Paraíba – FUNESC. Arquivo Histórico. Período imperial. Documentos manuscritos. Cx. 11. Ano: 1834. Norma 2.2: As palavras ilegíveis para o transcritor serão indicadas com a palavra ilegível entre colchetes e grifada: [ilegível] Essa norma deve ser usada como última opção, quandonão se pode ler nem deduzir uma determinada palavra..No extrato seguinte o vocábulo consideradoilegível, até agora, está grafado no despacho do documento e vem depois da palavra “especial”. Na transcrição, deverá aparecer no seu lugaro seguinte: [ilegível]. 19 EXTRATO 2.2 Fonte: Acervo Histórico Waldemar Bispo Duarte. João Pessoa, Brasil. Fundação Espaço Cultural da Paraíba - FUNESC. Arquivo Histórico. Período Imperial. Documentos Manuscritos. Cx. 012. Ano: 1835. Norma 2.4: Os elementos textuais interlineares ou marginais autógrafos que completam o escrito serão inseridos no texto entre os sinais <...>. Norma 2.5: Quando não forem autógrafos, serão indicados em nota de rodapé. Para melhor compreensão dessas duas normas revolveu-se analisá-las conjuntamente. Assim, quando aparecerem “elementos textuais interlineares ou marginais”, ambos “autógrafos”, a norma 2.4 diz que deverão ser inseridos no texto da maneira indicada. Quando não forem autógrafos, a norma 2.5 diz que a transcrição será feita em nota de rodapé.Portanto, o ponto central distingue essas normas é o caráter autógrafo ou não daescrita.Por texto autógrafo entenda-se um “Manuscrito de texto escrito pela mão de seu autor” (LEAL; SIQUEIRA, 2011, p. 167)e texto compreende-se como a parte do escrito denominada também de corpo ou ainda alma de um documento (BERWANGER, LEAL, 2011, p. 30) Outra noção importante nesses casos é a de autor. Novamente em termos da Diplomática, por autor ou outorgante, deve-se entender “a pessoa que elabora o documento ou a pessoa por ordem ou em nome de quem se lavra o documento” (BERWANGER; LEAL, 2011, p.31). Até o momento não foi encontrado documento que exemplificasse a norma 2.4. A norma 2.5 parece coincidir com a norma 2.7, onde há um exemplo desse fato gráfico. 2.6 As notas marginais não inseríveis no texto, serão mantidas em seu lugar ou em seqüência ao texto principal com a indicação: à margem direita ou à margem esquerda. 20 Oponto a ser observado que especifica essa norma relativamente às duas anteriores está no fato de remeter aos casos de caracteres grafados nas margens do texto do documento e que não podem ser inseridos nele. Portanto, essas notas marginais mesmo sendo autógrafas e fazendo parte do texto, no momento da transcriçãonão se deve inserir nele por motivos práticos ou organizacionais. A seguir temos um exemplo de documento onde existe essa ocorrência gráfica, namargem esquerda do documento manuscrito (EXTRATO 2.6).No extrato 2.6a,há notas marginais tanto à esquerda como à direita do manuscrito. Nessesdocumentos, especificamente, é mais prático que astranscrições das notas marginais sejam feitas depois do texto principal anotando-se a margem documental (esquerda ou direita) como indica a norma. EXTRATOS 2.6 Fonte: Acervo Histórico Waldemar Bispo Duarte. João Pessoa, Brasil. Fundação Espaço Cultural da Paraíba - FUNESC. Arquivo Histórico. Período Imperial. Documentos Manuscritos. Cx. 012. Ano: 1835. 2.6ªFonte: Acervo Histórico Valdemar Bispo Duarte. João Pessoa, Brasil.Fundação Espaço Cultural da Paraíba – FUNESC.Arquivo Histórico. Período colonial. Documentos manuscritos. Cx. 04. 1805 – 1819. 2.7 As notas de mão alheia serão transcritas em rodapé. 21 Por “mão” designa-se o(s) escriba(s), a(s) pessoa(s) que escreve(m) um determinado documento (LEAL; SIQUEIRA, 2011, p.117). A par disso, entendeu-se por “notas de mão alheia” aquelas palavras/frases/datas/numerações feitas por pessoas que não tiveram relação nenhuma com a gênese ou elaboração do documentona sua fase de lavratura (LEAL; BERWANGER, 2008, p. 30) que é a fase da “verdadeira elaboração” de um documento, em termos da Diplomática. Nesse sentido, um despacho pode ser compreendido como uma “nota de mão alheia” já que é feito depois dessa fase de lavratura e, como se sabe, por outra pessoa que não a autora do documento. Essa norma parece repetir o que está previsto na norma 2.5 já que se refere a registros gráficos que não são autógrafos.Seja como for, a sua aplicação noextrato abaixo leva a frase “N. 50// Inteirado. 31 de Março 1835.” a ser transcrita em nota de rodapé. EXTRATO 2.7 Fonte: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Nº. Cx. 194/out. Capilha: Governo Provincial, 1835. 3. ASSINATURAS E SINAIS PÚBLICOS: essasnormas referem-se a aspectos essenciais daautenticidade ou segurança documental do documento manuscrito. Norma 3.1: As assinaturas em raso ou rubricas serão transcritas em grifo. As assinaturas em raso e as rubricas são partes do documento assinadas de punho próprio. O nome de uma pessoa para quem se remeteo documento não é uma assinatura já que foi não grafada por ela própria. O nome de uma pessoa que faz um despacho pode ser uma assinatura ou rubrica, e mesmo ambas. As assinaturas em raso ou “sinal raso” são definidas como a “assinatura simples do tabelião”, em oposição à “assinatura de relevo”, que é compreendida como o sinal público(SILVA, s/d, p. 2). Luciana Generali Berni (2008), também tem esse 22 entendimento e se refere“[...] a simples assinatura do tabelião, [como] o chamado sinal raso [...]”.Entende-se que os comentários desses autores podem ser estendidos a todo tipo de assinaturae não somente à assinatura de tabelião. Por rubrica deve se entender a abreviatura de uma assinatura (LEAL; SIQUEIRA, 2011, p. 54). É preciso observar que algumas assinaturas vêm acompanhadas de cetras (ACIOLI, 1994, p. 57) que é uma forma de rubricar, de colocar um sinal pessoal (AULETE; VALENTE, s/d) no documento. Há documentos onde foi feita somente a assinatura em raso. Muitas vezes se fazia somente uma rubrica e há também o caso de assinatura e uma rubrica (cetras) de uma mesma pessoa.Nesses casospode se optar pela transcrição da assinatura e manter a cetras sem desenvolvê-las? Parece ter sido criada certa imprecisão quando a norma indica fazer uma ou outra. Os extratos dos documentos 3.1 (somente assinatura em raso), 3.1a (rubrica) e 3.1b (assinatura em raso e rubrica)trazem esses aspectos gráficos. EXTRATO 3.1 EXTRATO 3.1ª EXTRATO 3.1b Fonte: Acervo Histórico Waldemar Bispo Duarte. João Pessoa, Brasil. Fundação Espaço Cultural da Paraíba - FUNESC. Arquivo Histórico. Período Imperial. Documentos Manuscritos. Cx. 07. Ano: 1824 a 1825. Fonte: Acervo Histórico Waldemar Bispo Duarte. João Pessoa, Brasil. Fundação Espaço Cultural da Paraíba – FUNESC. Arquivo Histórico. Período colonial. Documentos manuscritos. Cx. 02. Ano: 1800 – 1804. Fonte: Acervo Histórico Waldemar Bispo Duarte. Espaço Cultural. João Pessoa, Brasil. Fundação Espaço Cultural da Paraíba – FUNESC Arquivo Histórico Período colonial Documentos manuscritos. Cx.01.Ano: 1771- 1799. Norma 3.2: Os sinais públicos serão indicados entre colchetes e em grifo: [sinal público]. 23 Por “sinais públicos” deve se entender os sinais constantes no documento que lhe conferem validade e que colocados na fase da lavratura, a fase final de elaboração do documento (BERWANGER; LEAL, 2008, p. 31). João Teodoro da Silva (s/d) analisa que seu uso, regulamentado expressamente nas Ordenações Filipinas, de 1603, esteve vigente em todo o período colonial e no início do Império, até 1828, quando por determinação legal, entra em desuso, excetuando-se situações muito particulares, como a escrita dos testamentos.Hoje se encontra quase totalmente superado. Os tipos de sinais públicos citados por Vera Lúcia Costa Acioli (1994, p. 55) são os selos privados também chamados de sinetes, usados por pessoas com funções oficiais. De acordo com a norma deve se registrar sua presença no documento, indicando-oatravés da expressão “sinal público” entre colchetes e grifado: [sinal público]. Eis exemplos de sinais públicos. EXTRATO 3.2 Fonte: (ACIOLI, 1994, p. 56) 4. DOCUMENTOS MISTOS Norma 4.1: Os caracteres impressos que aparecem em documentos mistos recentes serão transcritos em tipos diferentes. Incluem-se aqui os formulários, timbres, fichas- padrão, carimbos, siglas, etc. Não há no Dicionário de Terminologia Arquivística (2005), uma definição para “documento misto”. Nem tampouco em obras de paleografia e diplomática consultadas. No recente Glossário de Paleografia e Diplomática (LEAL; SIQUEIRA, 2011) também não consta uma definição da expressão.Entende-se que sejaum documento lavrado com caracteres manuscritos e impressos ao mesmo tempo. O extrato 4.1 é de um documento misto e a transcrição dos caracteres que aprecem impressos nele pode ser feitos em qualquer uma fonte diferente daquela usada para fazer a transcrição dos caracteres manuscritos. 24 EXTRATO 4.1 Fonte: Acervo Histórico Waldemar Bispo Duarte. João Pessoa, Paraíba, Brasil. Fundação Espaço Cultural da Paraíba – FUNESC. Arquivo Histórico. Presidente: Venâncio Augusto de M. Neiva 1889 – 1891. Cx. 001. Vol. Ano: 1889. 5. SELOS, ESTAMPILHAS, ETC. Norma 5.2: Os dizeres impressos e o valor das estampilhas serão transcritos dentro de colchetes e em grifo: [estampilhas, 200 rs.]. A estampilha eraum tipo de selo. Nos dicionários da língua portuguesa dos séculos XVIII e XIX, até pelo menos 1832, o termo estampilhanãoaparece.De acordo com L. Reginaldo F. Curado (s/d), em artigo publicado no site do Clube Filatélico do Brasil, os primeiros “documentos estampilhados” apareceram no século XVII, na Espanha e nos Países Baixos, na forma de “taxas impressa em papéis”. Esse autor analisa que os documentos estampilhados eram das mais várias espécies, indo das passagens e notas fiscais, bem como carteiras de trabalho, até documentos consulares e“cartas transitadas pelo correio seladas com estampilhas fiscais”. Pensamos que o extrato abaixo mostra um exemplo de estampilha, jáque há um valor monetário indicando no selo pagamento e arrecadação fiscal (MEBEZES, 2009). A transcrição é feita dessa forma: [IMPÉRIO DO BRASIL, SELLO,estampilha, 200 reis]. No extrato 3.1a também há umexemplo de “estampilhamento”. 25 EXTRATO 5.1 Fonte: Acervo Histórico Waldemar Bispo Duarte. João Pessoa, Paraíba, Brasil. Fundação Espaço Cultural da Paraíba. FUNESC. Período imperial. Documentos manuscritos. Cx. 61. Conclusão Até o período em que este trabalho foi escrito o que se podedizeré que as NTTEDM são um passo importante para o crescimento e atualização dos estudos paleográficos no Brasil, quando comparadas com os dois conjuntos de normas já mencionados. Esse avanço possibilitado pela NTTDM decorre de dois aspectos: a) do fato de formarem um conjunto coerente entre si; b) e de não normalizarema modificação da escrita dos documentos manuscritos, porque preserva a escrita original, relacionando o trabalho do paleógrafo à vertente mais atual da Paleografia que entende essa disciplina como história da escrita e história do alfabetismo. Os pontos questionáveis das NTTEDM parecemser a redundância entre as normas 2.5 e 2.7,se é que existe realmente,a normalização incompleta presente nas normas 3.1, onde não se diz o que fazer quando assinatura e rubrica vêm juntas, bem como a ausência de normalização relativa às letras ilegíveis: como optar entre uma letra ramista e sua variante gráfica? As normaspublicadas por Román Blanco (1987, p. 19-22) são numerosas,detalhistas e mesmo prolixas em alguns pontos, como a nota 10. Podem ser 26 lidascomo um texto com alcance explicativo sobre a escrita portuguesa e castelhana. Mas a questão essencial é que algumas delas“modernizam” as transcrições causando prejuízos àcompreensão do“como”a grafia foi produzida historicamente. Essa normalização da modernização das transcrições está presente, por exemplo, nas normas 9, 10, 29, 32 e 33. No caso das normas publicadas por V. L. C. Acioli (1994, p. 60), a questão é também a normalização da mudança da escrita original dos manuscritos.Isso pode ser pode ser vistonas normas c, f, h, e i. Além disso, há contradição presente nelas também, na medida a norma “f” (que atualiza a transcrição das letras “y”“i” e “j”) desconsidera- se a norma “j” (que indica manutenção dos numerais romanos ou arábicos como estão nos documentos. Veja-se o exemplo da transcrição dos algarismos romano-lusitano, onde o “j” foi transcrito como “i”.). “Modernizar” ou “atualizar” a escrita significa modificar alguns dos aspectos extrínsecos do documento e a própria composição deste, na transcrição. Assim, por exemplo, se coloca minúsculas onde havia maiúsculas e outra pontuação que não a do documento original! Não há porque proceder dessa forma. Qualquer técnica de transcrição deve ser orientada pela abordagem histórica dos manuscritos. Se, por exemplo, em determinada época eram usadas letras maiúsculas e minúsculas de maneira “arbitrária” (BLANCO, 1987, p. 19) isso caracteriza o ato de escrever dessamesma época não havendo fundamentação para alterações.A própria arbitrariedade mencionada é questionável já que, no final dá década de 30 do século XVIII, J. de M. Madureira Feijó (1739) publicou um dicionário de ortografia da língua portuguesa. Não se concorda também, por exemplo,com a modificação da pontuação original para tornaro texto transcrito mais claro (BLANCO, 1987; ACIOLI, 1994). A pontuação influi na organização da redação do texto e do seu sentido. Modificando-a, pode ser alterado também esse sentido e com isso perde-se a relação entre transcrição e documento manuscrito! Finalmente, considerando que o estudo dos aspectos extrínsecos da escrita é o que especifica a Paleografia relativamente às outras disciplinas, não há fundamentação teórica nenhuma paraa modernização das normas de transcrição e das transcrições daí resultantes, pois é essencial que se perceba como a escrita foi feita em cada época. 27 Referências ACIOLLI, Vera Lúcia Costa. A escrita no Brasil colônia. Recife: Massangana, 1996. ANDRADE, Elias Aves, DELGADO, Marisa Soares de Lima. Estudo paleográfico de um manuscrito do século XVIII -edições fac-similar e semidiplomática.In:CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA, 15, 2011, Rio de Janeiro. Anais...Rio de Janeiro, 2011, p. 1743 -1758. ARAÚJO, Paula Held Lombardi. AsLetras Ramistas em dois Roteiros de Viagem do Século XVIII. São Paulo, 2007. 157 p. 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