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A ESCOLA E OS CAMINHOS DA INTERVENCAO

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A ESCOLA E OS CAMINHOS DA 
INTERVENÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
SUMÁRIO 
 
Conceito geral de aprendizagem ................................................................................. 3 
Aprendizagem significativa: ......................................................................................... 3 
É possível medir o nível de aprendizagem? ................................................................ 4 
Curva representativa de aprendizagem: ..................................................................... 4 
Ensino X Instrução: ..................................................................................................... 4 
A aprendizagem e a Psicologia da Educação – Aprendizagens Informal e Formal: .... 5 
Modelos de ensino formal: .......................................................................................... 5 
Domínios da Aprendizagem: ....................................................................................... 6 
Princípios da Aprendizagem: ....................................................................................... 7 
Fatores da aprendizagem: .......................................................................................... 7 
Fatores que influenciam na aprendizagem: ................................................................ 9 
O professor e o processo de ensino-aprendizagem: ................................................. 12 
A atenção ao professor como espaço de intervenção ............................................... 13 
A intervenção psicossocial ........................................................................................ 16 
Interfaces entre a Psicologia e a educação ............................................................... 19 
NA INTERFACE COM A PSICOPEDAGOGIA ........................................................... 23 
Crianças se veem divididas entre duas realidades distintas ..................................... 23 
DIFERENCIAÇÃO ENTRE A INTERVENÇÃO EDUCATIVA E A INTERVENÇÃO DA 
PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO ................................................................................. 26 
Referências ............................................................................................................... 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Conceito geral de aprendizagem 
 
Aprendizagem é a aquisição de novos comportamentos, que são incorporados 
ao repertório individual de cada pessoa, que deverá apresentar, desse modo, 
capacidades e habilidades não existentes anteriormente. Além de adquirir 
comportamentos novos, por meio da aprendizagem, uma pessoa poderá também 
modificar comportamentos anteriormente adquiridos (ROCHA). 
Aprendizagem é o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já 
maturo, que se expressa, diante de uma situação-problema, sob a forma de uma 
mudança de comportamento em função da experiência; envolve os hábitos que 
formamos os aspectos de nossa vida afetiva e a assimilação de valores culturais, além 
dos fenômenos que ocorrem na escola. (JOSÉ; COELHO) 
“A aprendizagem é parte de um processo social de comunicação – a educação” 
– e apresenta os seguintes elementos: 
 Comunicador ou emissor – professor, enquanto transmissor de 
informações ou agente do conhecimento. O comunicador tem uma participação ativa 
no processo educativo, devendo estar motivado e ter pleno conhecimento da 
mensagem que irá transmitir a seus alunos; 
 Mensagem – conteúdo educativo, conhecimentos e informações a serem 
transmitidas. A mensagem deve ser adequada, clara e precisa para ser bem 
entendida; 
 Receptor da mensagem – aluno. O receptor não tem um papel passivo; 
deve ser um construtor crítico dos conhecimentos e informações que lhe são 
transmitidos; 
 Meio ambiente – meio escolar, familiar e social, onde se efetiva o 
processo de ensino-aprendizagem. O meio ambiente deve ser estimulador da 
aprendizagem e propício ao bom desenvolvimento do processo educativo (DROUET). 
 
Aprendizagem significativa: 
É interessante destacar que não basta apenas ‘ensinar’; é preciso oportunizar 
aos nossos educandos uma aprendizagem significativa. Ou seja, para que a 
aprendizagem provoque uma efetiva mudança de comportamento e amplie cada vez 
mais o potencial do educando, é necessário que ele perceba a relação entre o que 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
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está aprendendo e a sua vida, sendo capaz de reconhecer as situações em que 
aplicará o novo conhecimento. 
“Uma aprendizagem mecânica, que não vai além da simples retenção, não tem 
significado nenhum” (JOSÉ; COELHO). 
 
É possível medir o nível de aprendizagem? 
Como a aprendizagem se concretiza em termos de comportamento, para 
avaliar o que alguém aprendeu é preciso observar o seu desempenho. 
Essa é a concepção das escolas mais tradicionais, onde a ‘prova’ era a única 
capaz de verificar o aprendizado, inferindo sobre sua ocorrência. Mas será essa a 
melhor e mais fidedigna maneira de verificar o aprendizado? 
Atualmente, têm-se realizado importantes mudanças no modo de pensar em 
relação à aprendizagem escolar, tendo como resultados esforços para combinar 
várias interpretações. A prova já não parece mais tão fidedigna assim, pois ela pode 
representar uma mudança temporária de comportamento e não uma mudança 
duradoura. 
 
Curva representativa de aprendizagem: 
Estamos permanentemente em estado de aprendizagem. O declínio da curva 
se dá porque começa a haver um enfraquecimento neuro-hormonal no indivíduo. 
Devido a esse enfraquecimento alguns envelhecem mais cedo, enquanto outros 
permanecem perfeitamente lúcidos até uma idade muito avançada. 
 
Ensino X Instrução: 
 Ensinar – fazer com que as pessoas aprendam; fazer com que outros 
saibam, adquiram conhecimentos ou mudem atitudes. A aprendizagem é seu produto 
final; 
 Instruir – manipular deliberadamente o ambiente de outros, para torná-lo 
capaz de aprender, sob condições específicas (aprendizagem escolar). Esse é um 
conceito ultrapassado. 
Dessa diferença entre ensinar e instruir pode-se dizer que existem dois tipos 
de aprendizagem: informal e formal. 
 
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A aprendizagem e a Psicologia da Educação – Aprendizagens Informal e 
Formal: 
 Aprendizagem Formal – processo que é direcionado, orientado e 
previamente planejado e organizado (sala de aula); advém da instrução; 
 Aprendizagem Informal – processo que é de natureza incidental, não 
dirigido, e carente de controle. Resulta da experiência no ambiente de vida (fora da 
escola); advém do ensino. A Psicologia da Educação exerce seu papel mais 
relacionado à aprendizagem formal. 
 
Modelos de ensino formal: 
Um modelo de ensino formal inclui um conjunto de procedimentos para que o 
ensino se realize. 
Pode resumir-se em seus componentes fundamentais: professor, aluno e 
conteúdo. Existem quatro modelos básicos: 
 Modelo clássico – ênfase dada no professor, enquanto um transmissor 
de conteúdo. A educação consiste em transmissão de ideias selecionadas, 
organizadas e não de acordo com o interesse do aluno. O aluno é apenas um 
recipiente passivo; 
 Modelo tecnológico – ênfase na educação como transmissora de 
conteúdos; o conteúdo é o centro do processo. O aluno é um recipiente de 
informações. A educação se preocupa com aspectos observáveis e mensuráveis e o 
professor é o responsável por essa concretização; 
 Modelo personalizado – ênfase no aluno. O ensino se processa em 
função do desenvolvimento e interesse dos alunos. A educação é um processo 
progressivo e o professor oferece assistência ao aluno, enquanto um facilitador da 
aprendizagem; 
 Modelo interacional – apresentaum equilíbrio entre os componentes do 
modelo. O professor cria um clima de diálogo e troca experiências e valores com seus 
alunos. O conteúdo consiste na análise crítica de problemas reais e sociais. O aluno 
é ativo em sua aprendizagem. 
 
 
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Domínios da Aprendizagem: 
 
A aprendizagem abrange três domínios fundamentais: intelectual ou cognitivo; 
afetivo- social; sensório-psiconeurológico. 
 
Domínio intelectual ou cognitivo (inteligência humana) 
A inteligência e a idade mental (e não a cronológica) são domínios decisivos à 
aprendizagem humana. 
Inteligência: capacidade de interagir com o meio ambiente e adaptar-se a ele; 
desenvolve-se por meio de fases, ao longo da vida, que se sucede em uma mesma 
ordem, mas devido às diferenças individuais, podem ser alcançadas em idades 
diferentes para cada pessoa, dependendo do ritmo de desenvolvimento. 
 
Domínio afetivo-social (emoções, sentimentos e aspectos psicossociais) 
As pessoas são todas diferentes e únicas. As diferenças são determinadas 
pelas influências genéticas, bioquímicas de seu próprio organismo e por estímulos do 
ambiente em que vivem, bem como pela interação de todas as experiências sociais 
que tiveram desde o nascimento. A personalidade de cada indivíduo vai se formando, 
se desenvolvendo; portanto, o aluno que chega à escola ou universidade já possui 
sua personalidade bem definida. 
As características psicológicas momentâneas, tais como o humor, as emoções 
e os sentimentos, também são domínios fundamentais à aprendizagem humana. Da 
mesma forma, certo amadurecimento social (relacionamento interpessoal e 
intrapessoal) é elemento igualmente importante nesse processo de ensino-
aprendizagem. 
O sensório-psiconeurológico (sensações, desenvolvimento neuropsicológico e 
maturação neurológica). 
A integração das funções neuropsicológicas é fundamental à aprendizagem. 
Para tanto, a estimulação é comprovadamente importante, já que crianças que 
viveram seus primeiros anos de vida em ambientes pobres de estímulos sofreram 
danos graves de desenvolvimento, principalmente em seus elementos sensoriais 
 
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(audição, visão, tato, gustação, olfato), neurológicos (maturação neurológica), 
psicomotores (esquema corporal, lateralidade, equilíbrio) e linguísticos (fala). 
 
Princípios da Aprendizagem: 
 1º princípio: “universalidade” – a aprendizagem é coextensiva à própria 
vida, ocorre durante todo o desenvolvimento do indivíduo. Na vida humana a 
aprendizagem se inicia antes do nascimento e se prolonga até a morte; 
 2º princípio: a aprendizagem é um processo constante e contínuo; 
 3º princípio: “gradatividade” – a aprendizagem é gradual, isto é, aprende-
se pouco a pouco; 
 4º princípio: “processo pessoal/individual” – cada indivíduo tem seu ritmo 
próprio de aprendizagem (ritmo biológico) que, aliado ao seu esquema próprio de 
ação, irá constituir sua individualidade. Por isso, tem fundo genético e também 
ambiental, 
dependendo de vários fatores: dos esquemas de ação inatos do indivíduo; do 
estágio de maturação de seu sistema nervoso; de seu tipo psicológico constitucional 
(introvertido ou extrovertido); de seu grau de envolvimento; além das questões 
ambientais; 
 5º princípio: “processo cumulativo” – as novas aprendizagens do 
indivíduo dependem de suas experiências anteriores. As primeiras aprendizagens 
servem de pré-requisitos para as subsequentes. Cada nova aprendizagem vai se 
juntar ao repertório de conhecimentos e de experiências que o indivíduo já possui indo 
construir sua bagagem cultural; 
 6º princípio: “processo integrativo e dinâmico” – esse processo de 
acumulação de conhecimentos não é estático. A cada nova aprendizagem o indivíduo 
reorganiza suas ideias, estabelece relações entre as aprendizagens, faz juízos de 
valor. 
 
Fatores da aprendizagem: 
 Saúde física e mental – para que seja capaz de aprender, a pessoa deve 
apresentar um bom estado físico geral; deve estar gozando de boa saúde, com seu 
 
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sistema nervoso e todos os órgãos dos sentidos. As perturbações na área física, como 
na sensorial e na área nervosa poderão constituir-se em distúrbios da aprendizagem. 
Febre, dores de cabeça, disritmias (ausências mentais) são exemplos disso; 
 Motivação – é o fator de querer aprender; o interesse é a mola 
propulsora da aprendizagem. O indivíduo pode querer aprender por vários motivos: 
para satisfazer a sua necessidade biológica de exercício físico e liberar energia; por 
ser estimulada pelos órgãos dos sentidos, por meio de cores alegres; por sentir-se 
inteligente e bem consigo mesmo ao resolver uma atividade mental; por sentir 
necessidade de conquistar uma boa classificação na escola (status social e pessoal, 
admiração); 
 Prévio domínio – domínio de certos conhecimentos, habilidades e 
experiências anteriores, possuindo relativa vantagem em relação aos que não o 
possuem; 
 Maturação – é o processo de diferenciações estruturais e funcionais do 
organismo, levando a padrões específicos de comportamento. a maturação 
neurológica se dá por etapas sucessivas e na mesma sequência (leis céfalo-caudal e 
próximo-distal). A maturação cria condições à aprendizagem, havendo uma 
interação entre ambas; 
 Inteligência – capacidade para assimilar e compreender informações e 
conhecimentos; para estabelecer relações entre vários desses conhecimentos; para 
criar e inventar coisas novas, com base nas já conhecidas; para raciocinar com lógica 
na resolução de problemas; 
 Concentração e atenção – Capacidade de fixar-se em um 
assunto/tarefa. Desta capacidade dependerá a facilidade maior ou menor para 
aprender; 
 Memória – a retenção da aprendizagem é aspecto essencial à 
aprendizagem, pois quando a pessoa precisar de um conhecimento, ela deverá ser 
capaz de resgatá-lo da memória, usando os conhecimentos anteriormente adquiridos. 
No entanto, quem aprende está sujeito a esquecer o que aprendeu. O esquecimento 
se dá por vários motivos: pela fragilidade ou deficiência na aprendizagem, causada 
por estudo ineficiente, falta de atenção; pela tentativa de evocação do fato 
 
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memorizado por meio de um critério diferente do usado na fixação da aprendizagem; 
pelo desuso das informações; por um componente emocional que não permite a 
memorização da informação ou a ‘esconde’ no subconsciente. 
 
Fatores que influenciam na aprendizagem: 
A aprendizagem é produto de uma interação complexa e contínua entre 
hereditariedade e o meio ambiente. Esse processo pode ser influenciado tanto na vida 
pré-natal como na vida pós-natal. As causas podem ser inúmeras: químicas, físicas, 
imunológicas, infecciosas, familiar, afetivas e socioeconômicas. 
Fatores genéticos ou herança: 
Os elementos hereditários que influenciam na aprendizagem são chamados de 
fatores genéticos e encontram-se na inscrição do programa biológico da pessoa – 
herança. Está presente em toda parte: determina o grau de sensibilidade dos órgãos 
efetores aos estímulos indutores; condiciona o aparecimento de doenças familiares 
capazes de prejudicar a aprendizagem (insônia, depressão, síndrome de down, asma) 
e ainda pode indiretamente intervir nos fatores ambientais, garantindo maior ou menor 
resistência do organismo aos agravos do meio. 
 
Fatores neuroendócrinos: 
O hipotálamo é destacado como o local controlador do sistema endócrino. 
Podemos considerar o hipotálamo como um centro integrador de mensagens, 
controlando a função da glândula hipófise na produção e liberação dos hormônios de 
todas as glândulas do organismo e possibilitando à criança explorar seu potencial 
genético, de desenvolvimento e de aprendizagem. Neuro-HormônioAdenocorticotrófico (ACTH): é liberado pelo hipotálamo; sua secreção acompanha um 
ritmo circadiano gerado por um ritmo cerebral intrínseco, ligado a alteração de luz (dia 
e noite), sono, estresse físico e emocional. 
 
Fatores ambientais 
O meio ambiente no qual a pessoa está inserida exerce influências 
particularmente poderosas, contribuindo positivamente para a realização do plano 
 
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genético; ou negativamente, apresentando obstáculos. O ambiente compreende tanto 
condições da vida material, estando em primeiro lugar a alimentação e sua utilização 
(nutrição), quanto pelo ambiente físico (socioeconômico, estilo de vida) e o ambiente 
familiar e cultural, cujo elemento fundamental é constituído pela relação afetiva 
primária e o estímulo materno. 
Na interação da hereditariedade e do meio ambiente, quando o meio é normal 
e favorável pode-se calcular que 80% a 90 % da variabilidade natural da espécie 
humana, nos limites da normalidade, se realizam segundo o programa genético pré-
determinado, entretanto, quando o meio é desfavorável e heterogêneo, a 
hereditariedade pode cair a 60%. 
 
Nutrição 
Em relação à alimentação, o leite é a nutrição natural inicial para todos, e a 
qualidade desse leite tem condições para satisfazer o potencial genético ao 
crescimento e à aprendizagem. A alimentação saudável é a balanceada, com proteína 
suficiente, além da presença de hidratos de carbono, gorduras, sais minerais e 
vitaminas. É preciso ter presente que só o crescimento consome 40% das calorias 
fornecidas à criança. 
Deve-se fornecer energia à criança para atender às necessidades de 
metabolismo basal; ação dinâmico-específica dos alimentos; perda calórica pelos 
excretos; atividade muscular; crescimento. Para que a aprendizagem também seja 
beneficiada, a nutrição do indivíduo deve ser balanceada e saudável. Essa energia é, 
então, transmitida por meio dos macronutrientes: vitaminas; proteínas; hidratos do 
carbono; sais minerais; gorduras. 
 
Dois aspectos relacionados à alimentação que exercem influências: 
 A superalimentação – aceleração e envelhecimento precoce do 
crescimento; 
 A subalimentação – quando é global (fornecimento calórico abaixo de 
1/3), o crescimento é bloqueado de forma completa. Quando a sobrevida é possível, 
se traduz pelo aspecto clínico de marasmo. Quando se refere especificamente sobre 
 
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a proteína, continuando o fornecimento calórico global tolerável, o crescimento 
estatural é bloqueado – desnutrição proteica. 
 
Variáveis sócio-econômico-culturais 
As variáveis socioeconômicas exercem importante influência: renda per capita, 
a idade dos pais, o tamanho da família, condições de habitação e saneamento, 
escolaridade, higiene; cultura dos pais (influencia na alimentação da criança). 
Dada a melhoria nas condições de vida – tais como a urbanização, melhoria 
nos cuidados médicos, maior ingestão alimentar de nutrientes, vestuário menos 
restritivo, entre outros fatores –, existe uma forte tendência para que as crianças das 
gerações que nos sucedem alcancem uma maturação mais cedo. Essa tendência de 
aceleração secular pode ser vista nos estudos de Monteiro (1996), que demonstram 
que as crianças brasileiras estão maturando cada vez mais cedo, em todas as classes 
sociais, onde as regiões Sul e Sudeste do país são as que mais crescem. 
 
Família e os fatores psicossociais: 
Outro aspecto importante, diz respeito ao ambiente familiar, que comporta 
elementos diversos, de ordem psicológica particular, mas também de ordem cultural 
segundo o nível intelectual, os conhecimentos adquiridos por intermédio dos pais, a 
herança dos costumes, etc. 
Acima de tudo, intervém a relação afetiva precoce da mãe com a criança desde 
os primeiros instantes da vida. 
A qualidade dessa ligação afetiva condiciona em grande parte o relacionamento 
da mãe e, consequentemente, a qualidade de sua conduta com a alimentação, 
proteção física, estímulo psíquico e cultural da criança. A carência afetiva consiste na 
falta de carinho e de solicitação afetiva materna, perturbando ou mesmo impedindo o 
vínculo mãe e filho, determinando o aparecimento de uma síndrome complexa com 
reflexos no seu desenvolvimento neuropsicomotor, no crescimento e no estado 
emocional, e por consequência, na aprendizagem. 
 
 
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O professor e o processo de ensino-aprendizagem: 
Quando inserido no processo de ensino-aprendizagem (sala de aula), o 
professor poderá vir a assumir vários papéis sociais. 
A Psicologia da Educação, após longos anos de pesquisa a respeito desse 
assunto, identificou alguns papéis claros, assumidos por professores em seu trabalho 
diário junto a uma classe de alunos. 
 
Grupo de papéis negativos: 
 Bode expiatório – sente-se alvo de hostilidades, recusado por seus 
alunos; perde sua estabilidade emocional. Requer uma grande dose de segurança 
interior para aceitar essa situação e ainda permanecer no posto. Esse professor 
poderá ter dois tipos de comportamento: a contra-hostilidade e a necessidade de 
constante submissão, para com a vontade de seus alunos para ser aceito; 
 Inspetor e disciplinador – sente-se o distribuidor e o executor da justiça; 
valoriza desempenhos, classifica alunos, promove-os e rebaixa-os. É o grande 
responsável pela conduta em sala de aula, faz o papel de inspetor. Julga o certo e o 
errado, administrando recompensas e punições. 
 
Grupo de papéis autoritários: 
 Substituto da autoridade paterna – assume o papel de orientador dos 
alunos, orientando a todos de igual maneira. Não é nem paternalista demais, nem 
rígido demais. Mantém um bom e equilibrado nível de relações afetuosas com todos; 
 Fonte de informações – sua função é transferir conhecimentos para os 
alunos; é aquele que sabe. Orienta-se em termos acadêmicos em sua abordagem. 
Forja uma concepção passiva do aluno quando se vê como o único que sabe tudo; 
 Líder de grupo – professor que se coloca como líder. Pode assumir a 
liderança do grupo de duas formas: autocrática ou democrática, ambas envolvem o 
sistema de status no grupo; 
 Cidadão modelo – sua função vai além de transmitir conhecimentos; 
coloca-se como mentor moral, ético, social e político de seus alunos. Dá sempre bom 
exemplo de comportamento social, utilizando-o para ensinar. Não separa sua vida 
 
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privada da profissional. 
 
Grupo de papéis de proteção: 
 Terapeuta – é um orientador e higienista mental do grupo; responsável 
pela prevenção e ajustamento de problemas, além de promotor de um meio favorável 
à aprendizagem; aceita as diferenças e promove aulas com atmosfera de aceitação 
emocional. Acredita que a experiência pessoal e todos os aspectos da vida afetam a 
aprendizagem; 
 Amigo e confidente – é amigo e caloroso, convidando a todos a 
confidências e a participar das dificuldades do grupo. Leva tudo ao plano da amizade 
pessoal. É acessível e compreensivo, deixando o aluno contar suas dificuldades e 
problemas em um meio neutro. O excesso ocorre quando o professor usufrui 
satisfação primária à resposta afetiva do aluno para com ele. Gera-se um conflito entre 
o papel de professor e de amigos. 
 
A atenção ao professor como espaço de intervenção 
 
O professor é considerado o principal agente do processo educacional, co-
participante e mediador da intervenção junto às dificuldades escolares, de forma que 
em virtude deste importante papel diversas propostas de formação continuada são 
elaboradas com vistas a promover o desenvolvimento profissional dos professores. 
Os inúmeros esforços nesse sentido sustentam-se sobre a intenção de que os 
docentes estejam cada vez mais cientes das possibilidadese estratégias de trabalho 
que podem adotar em prol do desenvolvimento e da aprendizagem de seus alunos. 
Contudo, a qualidade da atividade desses profissionais depende, também, do seu 
bem-estar, de forma que ao psicólogo escolar cabe, do mesmo modo, responsabilizar-
se pela promoção da saúde mental dos docentes. 
Por esse motivo, ao se trabalhar junto com os professores é preciso levar em 
conta diferentes questões que dificultam a atuação adequada destes profissionais, 
refletindo e discutindo sobre alguns aspectos que afetam a saúde e a qualidade de 
vida do professor e da sua profissão. Um desses aspectos refere-se ao burnout, 
 
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síndrome vivenciada por muitos professores em decorrência da natureza da atividade 
que realizam. 
Todo trabalho envolve algum investimento afetivo por parte do trabalhador, seja 
na relação com os outros ou com o produto do trabalho, sendo que o diferencial do 
trabalho docente está no fato de que “a relação afetiva é obrigatória para o exercício 
do trabalho, é um pré-requisito” (CODO; GAZZOTTI, 1999, p. 50). A afetividade é um 
conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções e 
sentimentos, sempre acompanhados de dor ou prazer, satisfação ou insatisfação, 
alegria ou tristeza, entre outros (CODO; GAZZOTTI, 1999). A relação entre a 
afetividade e o trabalho docente configura-se, portanto, como uma relação necessária, 
sendo que para que o professor consiga desempenhar satisfatoriamente seu trabalho 
é preciso que seja estabelecida uma relação afetiva com seu aluno. Todavia, quando 
o vínculo afetivo não se concretiza de forma satisfatória nas relações formais de 
trabalho, instala-se uma contradição junto ao trabalhador. 
A contradição entre a necessidade de se vincular afetivamente na relação 
profissional e a impossibilidade dessa vinculação se concretizar totalmente é 
responsável pelos conflitos de sentimentos presentes na vida do professor. De acordo 
com Codo e Gazzotti (1999), na maioria das vezes esse conflito não é percebido pelo 
professor, é invisível; trata-se, na verdade, de uma vivência subjetiva que o próprio 
professor não percebe que está sentindo. Pela impossibilidade de vincular-se 
afetivamente, na medida desejada, a afetividade que seria dirigida ao seu destinatário, 
o aluno, por exemplo, acaba sendo redirecionada. 
Já que não é possível investir o aluno com o afeto desejado, este acaba sendo 
voltado para o próprio corpo do trabalhador, e isso traz consequências bastante 
negativas para os nossos educadores. Quando a mente não vai bem o corpo padece, 
já dizia um velho ditado. (CODO; GAZZOTTI, 1999, p. 58). 
Por essas razões, diz-se que é relativamente frequente perceber os 
profissionais da educação como agentes de alto risco, sendo várias as queixas que 
denunciam situações de mal-estar docente (ALMEIDA; FIGUEIRA, 1998; 
BENEVIDES-PEREIRA, 2002; CODO; VASQUES MENEZES, 1999). Este mal estar 
foi inicialmente descrito a partir do termo inglês burnout, utilizado para designar os 
 
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professores cansados, abatidos, sem vontade de ensinar e que já desistiram desta 
tarefa. Em português, o significado deste termo gira em torno de “perder o fogo”, de 
“perder a energia” ou de “queimar” e diz respeito à “síndrome através da qual o 
trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho, de forma que as coisas já 
não o importam mais e qualquer esforço lhe parece ser inútil” (CODO; VASQUES-
MENEZES, 1999, p. 238). 
A síndrome é multidimensional e envolve três componentes inter-relacionados: 
a) a exaustão emocional, em que os trabalhadores sentem que não podem dar mais 
de si mesmos a nível afetivo; b) despersonalização, em que ocorre o desenvolvimento 
de sentimentos e atitudes negativas em relação aos alunos; e c) falta de envolvimento 
pessoal no trabalho, situação marcada por uma evolução negativa no trabalho que 
afeta as habilidades envolvidas na realização do mesmo (ALMEIDA; FIGUEIRA, 1998; 
CODO; VASQUES- MENEZES, 1999). 
As repercussões ou consequências do burnout são sentidas pelo professor e 
pelos alunos, demonstrando que o mal-estar vivido pelo docente em relação à sua 
profissão enfraquece a relação professor- aluno e os processos de ensino e de 
aprendizagem. O burnout compromete, igualmente, a saúde do professor e a 
qualidade do aprendizado dos alunos, indicando a necessidade de intervenções que 
minimizem o sofrimento docente e possibilitem espaços e relações adequadas ao 
aprendizado. 
A proposta da Psicologia Educacional no que se refere ao burnout docente 
difere da perspectiva terapêutica ou clínica que pode ser realizada em outros 
contextos. A intervenção do psicólogo escolar junto a esta síndrome deve ser coerente 
com a perspectiva preventiva já explicitada anteriormente, privilegiando, portanto, que 
as contradições entre as demandas dos sujeitos e as práticas e rotinas institucionais 
definidas no contexto escolar sejam evidenciadas, e não camufladas, como forma de 
possibilitar a circulação de necessidades, exigências, incertezas, expectativas, 
angústias, possibilidades, limitações, entre outras. A criação de um espaço de 
interlocução, mediado pelo psicólogo escolar, visa oportunizar a circulação dos 
sentidos, compartilhar vivências e promover o bem-estar dos professores, sua saúde 
mental e, assim, prepará-los para sua atividade profissional. 
 
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Nota-se, portanto, a importância de o psicólogo escolar estar atento ao 
sofrimento vivenciado pelos professores, os quais são os grandes motores dos 
processos educacionais, mas que, diariamente, estão sujeitos à exaustão emocional, 
a sentimentos de desgaste e de incerteza, entre outros, distanciando-se da sua tarefa 
de educar as crianças e jovens sob sua responsabilidade. 
 
A intervenção psicossocial 
 
Um dos fundamentos desse estudo consiste na ideia de que o psicólogo, como 
profissional social, deve estar sensível e preparado para uma ação comunitária e 
coletiva junto às classes oprimidas, considerando em sua análise elementos da 
personalidade como uma construção ideológica e relacionando o desenvolvimento 
pessoal e amadure- cimento psicológico com as motivações sociais (FREITAS, 1998; 
LANE & CODO, 1984). Além disso, incorporam-se os conceitos de psicologia da 
libertação e o de trauma psicossocial desenvolvidos por Mártin-Baró (1990) e Pacheco 
e Jimenez (1990). O trauma psicossocial, segundo estes autores, pode ser 
identificado pelas dificuldades nas relações sociais consequentes à situações 
específicas como a guerra por exemplo, pela violência e desumanidade. 
 
http://tecla.pt/index.php%3Ft=training&key=intervencao-psicossocial-em-criancas-jovens-e-
familias-em-risco 
 
 
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Diante de uma realidade hostil e violenta as pessoas têm dificuldade de 
reconhecer elementos do cotidiano que se tornam prejudiciais à sua vida ou de seu 
grupo social, ao mesmo tempo em que perdem a condição de construírem formas de 
se defenderem contra estas condições, tornando-se vulneráveis. Os maus tratos, por 
exemplo, são resultantes de riscos acumulados e vulnerabilidades em todos esses 
níveis. 
Na ausência de fatores protetivos, vulnerabilidades predispõem famílias ao 
abuso e à violência, ao passo que na presença de fatores protetivos e suportes, há 
chances de que famílias e crianças se desenvolvem de forma a poderem sobreviver 
em cotidianos adversos, buscando sua transformação. (TROMBETA & GUZZO, 2002). 
A implementação de políticas públicas e programas que visem a proteção à 
crianças e adolescentes, é determinada de forma ampla pelo modelo social 
predominante. Sociedades neoliberais, cujos valores são a competição e aindividualismo têm pouca preocupação com a implementação de políticas que se 
voltam para uma ação coletiva. É preciso que se tenha claro que, o trabalho com 
comunidade de risco só tem sentido se estiver inserido em um conjunto de políticas 
públicas mais amplas, nas quais todos os segmentos da sociedade possam estar 
incluídos. A busca pela colaboração solidária como uma alternativa para o combate à 
globalização capitalista tem sido uma fonte inesgotável de trabalhos comunitários que 
pouco contribuem para as mudanças sociais. As mudanças positivas na direção do 
bem-estar e da prevenção aos maus tratos, pressupõem a participação de todos e 
devem se pautar na totalidade da realidade. O envolvimento de diferentes segmentos 
da comunidade pode tornar a transformação social mais efetiva, no entanto, das 
necessidades imediatas e singulares é preciso evoluir para condições mais genéricas. 
O entendimento do cotidiano e o conhecimento das bases empíricas dos problemas e 
soluções, decorrem da integração entre a prática, o social e o científico, em outras 
palavras das práxis social. Um dos maiores problemas da sociedade atual, segundo 
Freire (1999), é que o ser humano está cada vez mais dominado pela força dos mitos 
comandados pela publicidade organizada e pela ideologia dominante e vem, com isso, 
renunciando, cada vez mais, sua capacidade de decidir. As tarefas de seu tempo são 
apresentadas por uma elite que as interpreta e as entrega como prescrições a serem 
 
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segui- das, afogando-se no anonimato da massificação, sem esperança, sem fé e sem 
capacidade de lutar, domesticado e acomodado. 
A imagem trazida por Fromm (1968) sobre o homem-objeto, cabe bem para 
ilustrar esta ideia da emancipação que se deseja buscar. Como objeto, o ser humano 
ajusta-se ao mandato de autoridades anônimas e adota um Eu que não lhe pertence, 
conformando sua conduta às expectativas alheias. Apesar de seu disfarce de iniciativa 
e otimismo, homens e mulheres modernos vivem hoje um sentimento profundo de 
impotência que os paralisa diante das circunstancias de sua vida. 
Contribuições de Dejours (2000 e 2001) sobre as relações do homem com seu 
cotidiano opressor, além de chamar a atenção para a falta de cuidado que as 
políticas têm em relação ao bem-estar e a justiça social, especialmente, consideradas 
pelo prisma do trabalho, denunciam de forma contundente a ausência de uma 
proposta libertadora de ação e compromisso profissional. Este autor chama a atenção 
para a necessidade de uma mudança na perspectiva de compreensão da realidade 
que deve refletir as relações no âmbito do coletivo. 
A tolerância do intolerável, a sobrevivência no cotidiano adverso e a garantia 
da liberdade pelas vias ideológicas, podem ser metas para um trabalho profissional 
que busque responder às demandas sociais presentes nesta realidade, no entanto, 
paradoxalmente, mantém o “status quo”, sem apresentar perspectivas de mudança. 
Passar da competitividade para a cooperação, do individualismo para a solidariedade, 
como valores que orientam as relações humanas, exige uma forma de agir 
profissionalmente que envolva a comunidade em ações preventivas e promotoras da 
consciência coletiva, desde muito cedo no ciclo da vida. A paralisação, o conformismo, 
a dominação e a violência são frutos de um sistema social e econômico que estrutura 
a sociedade em bases da desigualdade, do desrespeito e da exploração de uns 
poucos sobre a maioria. É desta condição que estamos falando. 
O rompimento deste ciclo de paralisação e dominação passa a ser o desafio do 
trabalho de psicólogos em comunidades. A busca de um sentido para a pratica 
profissional, que extrapole os valores do individualismo e interesse próprio e se 
direcione para o paradigma da justiça, solidariedade e coletividade, exige que os 
maus-tratos infantis e as dinâmicas familiares não sejam considerados como 
 
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problemas pessoais ou familiares independentes das dinâmicas de poder presente 
nas estruturas sociais. É preciso que se resista às pressões de se patologizar famílias 
e indivíduos, reformulando soluções em termos de responsabilidades coletivas, assim 
como, buscar igualdade de atenção a valores pessoais e coletivos, no plano das 
relações sociais e políticas públicas. 
De uma forma geral, a busca por uma identidade pessoal e coletiva pode 
ocorrer pela ação do psicólogo em um modelo de intervenção que busca substituir o 
poder na dinâmica social vigente: das forças hegemônicas às necessidades sociais, 
principalmente, da maioria excluída que vive à margem de um sistema em que poucos 
têm direito à cultura, educação, saúde, habitação, trabalho e descanso. Há, no 
entanto, a necessidade de se propor um modelo de formação e atuação do psicólogo 
mais próximo ao entendimento do papel do estado na vida em sociedade, das políticas 
econômicas que concentram o poder político nas mãos daquele que concentram o 
poder econômico e na formulação, implantação e avaliação de políticas sociais e 
públicas que se propõem a produzir impacto sobre cotidiano e a vida da população 
brasileira e, no entanto, acabam por legitimar os mecanismos de exclusão social, 
minorando a dor e os problemas de poucos e deixando de lado a maioria que, a cada 
dia, nem chega a se beneficiar do direito de melhor qualidade de vida. 
 
Interfaces entre a Psicologia e a educação 
 
A área da Psicologia Educacional e Educacional permanece marcada pelas 
dificuldades apontadas por psicólogos e psicólogas que atuam no campo da 
educação, principalmente no que se refere a compreensão da comunidade escolar 
sobe o papel da psicologia neste campo. Esta questão fica evidenciada nas demandas 
escolares apresentadas aos profissionais pelos educadores, com a centralidade nos 
alunos e apresentando uma expectativa de intervenção voltada para psicodiagnóstico 
ou atendimento individualizado, representado em um problema cuja solução acredita-
se ser da psicologia. De outro lado também se ampliam na literatura publicações que 
apontam atualmente para a ineficiência do modelo clínico no contexto educacional, e 
 
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sobre a importância de avaliar as demandas com uma visão sistêmica, associando 
reflexões sobre novos modelos de intervenção. 
Segundo Maluf (1999) que apresenta reflexões na área da Psicologia da 
Educação e do Desenvolvimento nos últimos anos, uma das razões para a fragilidade 
da formação está relacionado ao fato de existirem cursos de graduação que são 
mantidos à margem de avaliações que lhes garantissem qualidade, fazendo sua 
expansão de modo desenfreado, aliados em sua maioria a interesses puramente 
econômicos. 
Na sociedade cultuamos os direitos individuais e comunitários, entretanto 
convivemos com a problemática da exclusão de grande par- cela da população na 
participação dos bens. O direito à educação formal com todos os seus efeitos na vida 
social, ainda não se concretizou para uma boa parte da população. Esta realidade faz 
parte do cotidiano e dos problemas com os quais se deparam os psicólogos e as 
psicólogas escolares. O discurso crítico não é hegemônico, embora nos últimos anos 
tenha começado a surgir algumas práticas inovadoras, que de maneira geral, são 
construídas em bases e expectativas mais realistas. E assim se pro- põe a pensar a 
Psicologia Educacional como uma possibilidade de favorecer a criação de condições 
apropriadas ao desenvolvimento e à aprendizagem, colocando no campo das 
preocupações a ética individual e social. A nomenclatura da área também passou a 
ser foco de reflexão, quando se fala de Psicologia Educacional, não está se referindo 
unicamente as atuações nas instituições de ensino, mas sua possibilidade em 
diversos locais em quepossa se pensar o caráter preventivo e educativo em saúde 
mental, seja nas comunidades, seja nas empresas, ou ainda nas diversas 
organizações não governamentais que desenvolvem trabalhos socioeducativos. 
Entretanto isto não é um consenso, existe também a visão de alguns que partem do 
princípio de que Psicologia Educacional seria uma ciência multidisciplinar, enquanto 
consideram a Psicologia Educacional mais como disciplina aplicada. 
Concordamos aqui com Maluf (2003), que defende que a Psicologia 
Educacional possui uma concepção mais ampla como ciência dos funda- mentos do 
processo educacional, com a qual se relaciona a Psicologia Educacional, que tem 
 
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lugar na escola e em outras instituições associadas com o processo de criar, educar 
e instruir. 
VIANA (2006) aponta algumas das avaliações dos entrevistados neste sentido 
reproduzem de certa forma estas duas concepções, onde existem aqueles que 
apresentam a compreensão apresentada por Maluf, e de forma abrangente, entende 
que: Psicologia Educacional lida com as relações na educação, pode ser numa escola 
ou em todos os lugares onde as pessoas estão aprendendo e ensinando, ou tratando 
de coisas de educação (VIANA, 2006, pág 133). 
 
Que contrastam com outros que pensam que: 
Psicologia Educacional é uma área de conhecimento da psicologia que tem 
como objeto de estudo e de análise as teorias educacionais, relacionadas à educação. 
Diferente da Psicologia Educacional que é mais prática. Educacionais são aqueles 
psicólogos que pensam a educação. Já a Psicologia Educacional é que é voltada para 
o contexto educativo [...] (VIANA, 2006, pág 133). 
O Conselho Federal de Psicologia, acompanhando a orientação da Associação 
Brasileira de Psicologia Educacional e Educacional (ABRA- PEE), configura o 
Psicólogo Escolar e Educacional, conforme abaixo: Atua no âmbito da educação 
formal realizando pesquisas, diagnóstico e intervenção preventiva ou corretiva em 
grupo e individualmente. Envolve, em sua análise e intervenção, todos os segmentos 
do sistema educacional que participam do processo de ensino-aprendizagem. Nessa 
tarefa, considera as características do corpo docente, do currículo, das normas da 
instituição, do material didático, do corpo discente e demais elementos do sistema. 
Em conjunto com a equipe, colabora com o corpo docente e técnico na elaboração, 
implantação, avaliação e reformulação de currículos, de projetos pedagógicos, de 
políticas educacionais e no desenvolvimento de novos procedimentos educacionais 
(CFP, 2007, p. 18). 
No que se refere às questões administrativas o Psicólogo Escolar e 
Educacional contribui ainda: No âmbito administrativo, contribui na análise e 
intervenção no clima educacional, buscando melhor funcionamento do sistema que 
resultará na realização dos objetivos educacionais. Participa de programas de 
 
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orientação profissional com a finalidade de contribuir no processo de escolha da 
profissão e em questões referentes à adaptação do indivíduo ao trabalho. 
Analisa as características do indivíduo portador de necessidades especiais 
para orientar a aplicação de programas especiais de ensino. Realiza em equipe 
interdisciplinar, integrando seus conhecimentos àqueles dos demais profissionais da 
educação. Para isso realiza tarefas como, por exemplo: 
 a) aplicar conhecimentos psicológicos na escola, concernentes ao processo 
ensino-aprendizagem, em análises e intervenções psicopedagógicas; referentes ao 
desenvolvimento humano, às relações interpessoais e à integração família-
comunidade-escola, para promover o desenvolvimento integral do ser; 
b) analisar as relações entre os diversos segmentos do sistema de ensino e 
sua repercussão no processo de ensino para auxiliar na elaboração de procedimentos 
educacionais capazes de atender às necessidades individuais; 
c) prestar serviços diretos e indiretos aos agentes educacionais, como 
profissional autônomo, orientando programas de apoio administrativo e educacional; 
d) desenvolver estudos e analisar as relações homem-ambiente físico, material, social 
e cultural quanto ao processo ensino-aprendizagem e produtividade educacional; 
e) desenvolver programas visando a qualidade de vida e cuidados 
indispensáveis às atividades acadêmicas; 
f) implementar programas para desenvolver habilidades básicas para aquisição 
de conhecimento e o desenvolvimento humano; 
g) validar e uti- lizar instrumentos e testes psicológicos adequados e fidedignos 
para fornecer subsídios para o replanejamento e formulação do plano escolar, ajustes 
e orientações à equipe escolar e avaliação da eficiência dos programas educacionais; 
h) pesquisar dados sobre a realidade da escola em seus múltiplos aspectos, 
visando desenvolver o conhecimento científico (CFP, 2007, p. 18). 
Psicologia Educacional é aquela onde o psicólogo está na es- cola para atender 
as demandas do aluno ou da comunidade escolar, não para realizar atendimento 
clínico dentro da escola, mas articular aquelas demandas trazidas dentro do contexto 
escolar (VIANA, 2006, pág 134). 
 
 
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NA INTERFACE COM A PSICOPEDAGOGIA 
 
 
https://dialogosdosaber.com.br/psicopedagogia-do-que-se-trata/ 
 
A Psicopedagogia surge como outro campo de interface da Psicologia Escolar 
e Educacional, estando focada nos processos de aprendizagem. Esta prática embora 
possua variadas possibilidades de intervenção, tem sido frequentemente utilizada 
para auxiliar a correção no descompasso do processo de aprendizagem dos alunos 
que “não acompanham o bonde”. Lembramos aqui, que o processo educativo no 
Brasil, possui as marcas e comprometimento devido aos condicionantes do Banco 
Mundial para a educação, ocorridas nas décadas de 80 e 90. 
 
Crianças se veem divididas entre duas realidades distintas 
 
a) Nas escolas públicas o seu processo de aprendizagem ficou em 
segundo plano, em favor da manutenção de índices “satisfatórios” de repetência 
escolar, pautados na lógica econômica que norteou a política educacional por várias 
décadas no final do século XX. Com frequência se encontravam jovens na 5ª ou 6ª 
série do ensino fundamental que não se encontravam alfabetizados ou em condições 
de realizar uma produção ou compreensão textual. 
 
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Com frequência este processo se desdobrava em desestimulo, evasão escolar, 
fragilidade para elaborar um projeto de futuro, e o que é ainda pior, são 
responsabilizados por suas dificuldades; 
 b) Nas escolas particulares, que têm nas últimas décadas se multiplicado e 
ampliado seu campo de abrangência nos moldes do projeto neoliberal, contando com 
a desqualificação da escola pública para este crescimento e condições de 
concorrência no merca- do, colocam as crianças em um processo de competição 
desumano rumo a obtenção de uma vaga na universidade. Desta forma impõe aos 
mesmos um ritmo de aprendizagem insuportável para a maior parte dos alunos, que 
também são considerados pouco competentes e necessitando de auxílio para 
acelerarem o processo. 
Nessa realidade, a Psicopedagogia surgiu como a grande solução, ou seja, 
uma área do conhecimento que se constitui na interface da Pedagogia e da Psicologia, 
e se propõe a auxiliar as crianças principalmente nas “dificuldades de aprendizagem”. 
O fato de que na realidade brasileira o quantitativo de crianças que não acompanham 
o ritmo escolar tem se multiplicado de forma gigantesca e assim a Psicopedagogia 
tornou-se um campo de trabalho promissor. Ressaltamos aqui que, a Psicopedagogia 
isoladamente não dá conta de solucionar os impasses gerados num processo 
educacional desconcentrado. 
Não estamos neste estudo aprofundandoos impasses próprios da relação 
profissional entre a Psicopedagogia e a Psicologia, que se constituíram em fortes 
debates quanto ao campo de trabalho. O Conselho Federal de Psicologia se posiciona 
formalmente contra a regulamentação da primeira como profissão, por entender que 
esta se refere apenas a uma prática especializada de dois campos, quais sejam a 
Pedagogia e a Psicologia. Salientamos inclusive que o caminho trilhado pelo 
psicopedagogo clínico (profissional liberal) caminha na contramão do que a Psicologia 
Educacional e Educacional vem se desenvolvendo, pois termina por reafirmar e 
manter o foco no processo individualizado no aluno, quando na verdade existe uma 
gama de variáveis contribuindo para o fenômeno. 
Conforme podemos verificar a Psicopedagogia poderia perfeita- mente estar 
incluída na especialidade do Psicólogo Escolar e Educacional, até porque diz respeito 
 
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a um mesmo campo de atuação, ou seja, a intervenção psicológica na educação, 
diferenciando-se enquanto técnica. Embora reconheçamos que as dificuldades 
impostas às crianças pelo processo educativo, careçam atualmente de solução, e que 
as técnicas da psicopedagogia oferecem certa contribuição neste sentido, poderíamos 
inclusive afirmar que o desejável para a educação seria que a intervenção corretiva 
da psicopedagogia fosse completa- mente desnecessária e que a contribuição da 
psicologia na educação estivesse centrada no fortalecimento e promoção do 
desenvolvimento harmonioso e saudável de crianças e adolescentes. 
Viana (2006) em seu estudo apresenta falas que direcionam também a reflexão 
sobre a correlação entre a Psicologia Educacional e a Psicopedagogia, expondo a fala 
de uma das psicólogas entrevistadas: 
A Psicologia Educacional para mim se confunde um pouco com a 
psicopedagogia, eu achei isto quando estava fazendo a especialização. Você estuda 
a instituição, as formas de funcionamento da instituição, as formas de comunicação, 
o que está favorecendo a aprendizagem e o que estaria impedindo a aprendizagem, 
quais são os aspectos psicossociais que estão influenciando a população da escola. 
Ele está ali para facilitar o processo de aprendizagem. Verificar as formas de 
autoridade, de exercício de poder, como é que dentro da instituição estaria relacionada 
ao processo de aprendizagem (VIANA, 2006, pag. 137). 
A percepção sobre o que seria Psicologia Educacional e Educacional para 
aqueles que não possuem a formação na psicologia, acentua ainda mais a confluência 
com a Psicopedagogia, e acreditam que: 
Psicologia Educacional é o trabalho com crianças com problemas psicológicos, 
que tem dificuldades de prestar atenção, questões que diz respeito a dificuldades de 
compreensão ou aprendizagem. Mas não acho que tem a ver esta história de menino 
danado não, acho que isto é outra coisa (VIANA, 2006, pag. 135). 
Segundo Cruces (2003), na área escolar “convivem, lado a lado, modelos de 
atuações e práticas extremamente críticas e inovadoras e atuações permeadas pela 
visão curativa e individualizadas, que é denunciada por ser estigmatizadora”. 
Provocando assim, a partir da década de noventa, estudos que buscam encontrar as 
condições e o preparo necessários ao profissional da Psicologia Educacional e 
 
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Educacional, e das Políticas Educacionais de forma a privilegiar uma prática que 
atenda aos interesses da educação para a cidadania. 
Se o homem é o produto de sua história, considerando história sua realidade 
concreta, realística e verdadeira, ele é também fruto de suas experiências, suas 
construções, seus anseios, sonhos, desejos e ilusões; e considerando ainda que a 
aprendizagem se constitua um valor na educação tanto escolar como familiar, esta se 
torna um qualificante da criança; e que como tal contribui na estruturação de seu 
funcionamento. Refletir sobre qual a ação do profissional de psicologia nas escolas, 
capaz de contribuir para que crianças e adolescentes se desenvolvam com autonomia 
e com uma visão crítica da realidade, é uma preocupação que se apresenta. E Freire 
elucida este aspecto com propriedade: 
Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado, mas 
consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é diferença 
profunda entre o ser condicionado e o ser determinado. A diferença entre o inacabado 
que não se sabe como tal e o inacabado que histórica e socialmente alcançou a 
possibilidade de saber-se inacabado. (FREIRE, 1996, pag.) 
Os desafios vão desde a formação do educador, a sua valorização profissional, 
a satisfação dos insumos necessários ao processo de ensino-aprendizagem, o 
desenvolvimento de tecnologias e metodologias compatíveis com a realidade social e 
até mais recentemente uma preocupação com relação à missão do educador frente a 
um ser que cresce e se forma para a vida. 
 
DIFERENCIAÇÃO ENTRE A INTERVENÇÃO EDUCATIVA E A 
INTERVENÇÃO DA PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO 
 
É fundamental que ocorra uma distinção clara entre o fazer pedagógico e 
educativo, que poderá estar assentado em saberes desenvolvido pela Psicologia, 
tendo como objetivo o desenvolvimento da aprendizagem, daquele fazer psicológico 
na educação. 
Sabemos que a psicologia pode oferecer à educação informações científicas e 
úteis, tais como condições de aprendizagem, avaliação das capacidades intelectuais 
 
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e afetivas que se relacionam com o processo de aprendizagem dos indivíduos, além 
de ampliar a percepção dos educadores sobre os diversos aspectos do 
desenvolvimento de crianças e adolescentes, e a relação destes com os fatores sócios 
culturais que se estabelecem no meio educacional. 
Sendo a Psicologia uma profissão da área das ciências humanas, com 
aplicação em diversos campos, entre eles no campo da educação, e que nas últimas 
décadas vem construindo a sua referência de atuação com um maior 
comprometimento com os problemas sociais brasileiros, partimos do princípio que a 
atuação em Psicologia Educacional, seja ela em escolas, em comunidades, em 
educação especial, em psicopedagogia, em empresas ou em outras organizações, se 
situa como recurso para favorecer o desenvolvimento humano, assegurando e 
facilitando o desenvolvimento saudável das crianças, adolescentes, jovens e adultos, 
considerando os vários aspectos que integram a vida humana: a intelectualidade, a 
motricidade, a afetividade, a sociabilidade, etc. Compreendendo que na rede de 
atenção ao processo ensino aprendizagem, a grande missão da educação se constrói 
a várias mãos e considerando a psicologia como uma das profissões do campo da 
educação, se torna imperioso efetuar uma diferenciação, sendo que aqui nos 
limitaremos a discutir sobre a distinção entre o fazer pedagógico do fazer psicológico 
na educação. 
A intervenção pedagógica visa um processo de aprendizagem que envolve a 
aquisição de conhecimentos e habilidades, já a intervenção psicológica visa facilitar 
os processos educacionais através da mediação, considerando que existe um 
processo de transformação pessoal acontecendo com os indivíduos envolvidos. 
 
 
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http://www.blogin.com.br/2018/06/11/intervencao_pedagogica_na_sala_de_aula/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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