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A pressão sanguínea representa uma energia potencial que propulsiona o sangue através da circulação ↪A circulação sistêmica tem a aorta como seu ponto de entrada e a veia cava como seu ponto de saída. O restante da circulação (p. ex., coração direito, circuito pulmonar e coração esquerdo) é, por definição, a circulação central. O sangue entra na circulação central pela veia cava e sai da circulação central pela aorta; ↪A pressão sanguínea é mais alta na aorta (tipicamente, a pressão média da aorta é 98 mm Hg) e mais baixa na veia cava (tipicamente, 3 mm Hg); ↪A diferença entre essas pressões (p. ex., 95 mm Hg) constitui a força motriz para a circulação de sangue, por fluxo de massa, através da circulação sistêmica; ↪Tal diferença de pressão entre a entrada e a saída de um tubo (ou um sistema de tubos) é chamada de diferença de pressão de perfusão (ou, geralmente, apenas pressão de perfusão); ↪A pressão sanguínea aórtica pode ser considerada como uma energia potencial disponível para mover o sangue; ↪A diminuição na pressão nos segmentos sequenciais do circuito sistêmico representa a quantidade dessa energia potencial que é “consumida” para levar o sangue através de cada segmento; ↪A energia de pressão é consumida através da fricção, que é gerada conforme as moléculas e células do sangue se friccionam uma contra a outra e contra as paredes dos vasos sanguíneos; ↪A energia consumida pela fricção é, na verdade, convertida a calor, apesar de o aumento de temperatura do sangue e dos vasos sanguíneos, como resultado da fricção, ser muito pequeno; ↪A quantidade de energia da pressão sanguínea consumida em cada um dos segmentos sequenciais da circulação sistêmica depende do grau de fricção ou da resistência que o sangue encontra; ↪A aorta e as grandes artérias oferecem muito pouca resistência ao fluxo sanguíneo (muito pouca fricção), então, a pressão sanguínea diminui apenas um pouco nestes vasos (de 98 para cerca de 95 mm Hg); ↪O maior decréscimo de pressão (a maior perda de energia de pressão através da fricção) ocorre quando o sangue flui pelas arteríolas; o que significa que a resistência ao fluxo sanguíneo é maior nas arteríolas do que em qualquer outro segmento da circulação sistêmica; ↪Os capilares e as vênulas oferecem uma resistência substancial ao fluxo sanguíneo, mas a resistência (e, portanto, a pressão diminui) não é tão grande nestes vasos quanto o é nas arteríolas; ↪As grandes veias e a veia cava são vasos de baixa resistência, então, pouca energia de pressão é dispensada para direcionar o fluxo sanguíneo através desses vasos. O bombeamento de sangue pelo coração mantém a diferença de pressão entre a aorta e a veia cava; ↪Se o coração para, o sangue continua a fluir por alguns momentos da aorta em direção à veia cava; Circulações Sistêmica e Pulmonar ↪Conforme esse sangue deixa a aorta, as paredes aórticas tornam-se menos distendidas, e a pressão sanguínea dentro da aorta diminui; ↪Como o sangue extra se acumula na veia cava, ela se torna mais distendida do que antes, e a pressão sanguínea dentro da veia cava aumenta. Logo, não existe mais diferença de pressão entre a aorta e a veia cava; ↪O fluxo sanguíneo na circulação sistêmica cessa, e a pressão em todos os pontos da circulação sistêmica é a mesma. Foi demonstrado experimentalmente que essa pressão eventual é cerca de 7 mm Hg; ↪Essa pressão, na circulação estática, é chamada de pressão média de enchimento circulatório. A pressão média de enchimento circulatório é acima de zero (p. ex., acima da pressão atmosférica), porque existe um “preenchimento” da circulação; o que significa que, mesmo que o coração pare, o sangue ainda distende os vasos que o contêm; ↪As paredes dos vasos, sendo elásticas, recuam (“empurram de volta”) contra esta distensão, o que conta para a persistência da pressão na circulação, mesmo se o coração parar; ↪Se uma transfusão de sangue for administrada a um animal com o coração parado, os vasos tornar-se-ão mais distendidos, e a pressão média de enchimento circulatório subirá acima de 7 mm Hg; ↪Contrariamente, se o sangue for removido de um animal com o coração parado, a pressão, em todos os lugares, cai abaixo de 7 mm Hg. Considere o que acontece se o coração é reiniciado, em um animal, após a equalização da pressão, em todos os locais, a 7 mm Hg; ↪Com cada batimento cardíaco, o coração leva um pouco de sangue para fora da veia cava e este volume de sangue é transferido (através da circulação pulmonar) para a aorta; ↪O volume de sangue na veia cava diminui, e ela se torna, então, menos distendida, e sua pressão cai abaixo de 7 mm Hg; ↪O volume de sangue na aorta aumenta, de modo que ela se torna mais distendida, e a pressão aórtica sobe acima de 7 mm Hg; ↪A pressão na veia cava cai cerca de 4 mm Hg (de 7 para 3 mm Hg), e a pressão aórtica aumenta cerca de 91 mm Hg (de 7 para 98 mm Hg); ↪É importante entender por que a pressão abaixa apenas um pouco na veia cava, mas aumenta muito na aorta, embora o volume de sangue removido da veia cava, a cada batimento cardíaco, seja o mesmo que o volume de sangue adicionado à aorta; ↪O motivo é que as veias são muito mais complacentes (distensíveis) do que as artérias; pode-se adicionar ou remover sangue das veias sem mudar muito a pressão venosa, enquanto adicionar ou remover sangue de artérias causa grandes alterações na pressão arterial; ↪Um vaso complacente distende-se prontamente quando volume ou pressão são adicionados. Ele cede à pressão. Por definição, complacência é a alteração de volume dentro de um vaso ou de uma câmara dividida pela alteração associada na pressão de distensão (transmural), como se segue: ↪Complacência corresponde à curva de um gráfico volume-versus- -pressão; ↪Veias são cerca de 20 vezes mais complacentes do que as artérias, (no intervalo de pressões normalmente encontrados na circulação); ↪Entretanto, as veias podem aceitar ou perder um grande volume de sangue sem incorrer numa grande alteração de pressão; Complacência = Volume Pressão transmural ↪As veias expandem-se ou contraem-se prontamente para acomodar as alterações no volume sanguíneo que ocorrem com o aporte (p. ex., beber) ou perda (p. ex., suor) de líquidos; ↪As veias, então, funcionam como os principais reservatórios de volume sanguíneo do corpo. Em contraste, as artérias funcionam como reservatórios de pressão, provendo um local de estoque temporário para a onda de energia de pressão que é criada com cada ejeção cardíaca; ↪As artérias são vasos rígidos, com pouca complacência. Portanto, as artérias podem aceitar um grande aumento na pressão durante a ejeção cardíaca e, então, sustentar a pressão alta o suficiente entre as ejeções cardíacas para fornecer um fluxo sanguíneo contínuo através da circulação sistêmica. A resistência vascular é definida como a pressão de perfusão dividida pelo fluxo ↪Para uma dada força de direção (diferença de pressão de perfusão), o fluxo é mais alto em um tubo maior porque ele oferece menos resistência ao fluxo (menos atrito) do que o tubo pequeno. A definição precisa da resistência é: ↪Onde Δ pressão é a diferença de pressão de perfusão, ou, simplesmente, pressão de perfusão (p. ex., a pressão no interior do tubo menos a pressão no seu exterior); ↪As linhas tracejadas nessa figura indicam que uma pressão de perfusão de 60 mm Hg causa um fluxo de 1.600 mililitros por minuto (mL/min) através do tubo grande; ↪Então, a resistência do tubo grande é de 37,5 mm Hg/litro por minuto (L/min). A mesma pressão de perfusão (60 mm Hg) causa um fluxo de apenas 100 mL/min através do tubo pequeno; ↪ A resistência do tubo pequeno é, portanto, 600 mm Hg/L/min. A resistênciado tubo pequeno é 16 vezes maior do que a resistência do tubo grande; ↪No final dos anos 1800, o físico francês J.L.M. Poiseuille demonstrou o efeito dominante do raio sobre a resistência de um tubo. Ele mostrou o seguinte: ↪Onde é o comprimento do tubo, r é o raio, η é a viscosidade do líquido fluindo através do tubo, e π tem o seu significado usual; ↪Esta equação (lei de Poiseuille) mostra que a resistência de um tubo varia inversamente com a quarta potência do raio, então, dobrando-se o raio (r) do tubo, diminui-se a sua resistência por um fator de 16 (24 ); ↪A resistência é também influenciada pelo comprimento (l) do tubo; é mais difícil de forçar o fluido através de um tubo longo do que através de um tubo curto com o mesmo raio; Resistência = Pressão Fluxo Resistência do tubo ↪O determinante final da resistência é a viscosidade (η) do líquido. Quanto maior a viscosidade do líquido, maior a resistência ao seu fluxo através de um tubo; ↪As arteríolas são o segmento da circulação sistêmica com a maior resistência ao fluxo sanguíneo; ↪Pode parecer paradoxal que as arteríolas sejam o local de maior resistência, quando os capilares são vasos menores. Afinal, a lei de Poiseuille enfatizam que um tubo menor tem uma resistência muito maior do que um tubo maior; ↪É verdade que cada capilar tem um raio menor e, portanto, uma maior resistência do que cada arteríola. Entretanto, cada arteríola no corpo distribui sangue para muitos capilares, e a resistência líquida de todos aqueles capilares é menor do que a resistência da única arteríola que leva sangue a eles; ↪É somente porque cada arteríola leva sangue para tantos capilares que a resistência líquida dos capilares é menor do que a resistência da arteríola; ↪As arteríolas constituem-se no local não apenas de maior resistência na circulação, mas também de ajuste de resistência. A variação na resistência arteriolar é o fator de maior importância que determina quanto sangue flui através de cada órgão no corpo; um aumento na resistência arteriolar em um órgão diminui o fluxo sanguíneo através daquele órgão e vice-versa; ↪As arteríolas mudam sua resistência, momento a momento, modificando o seu raio. (O comprimento de uma arteríola não se altera, pelo menos não em curto prazo.) As paredes das arteríolas são relativamente espessas e musculares; ↪A contração do músculo liso arteriolar diminui o raio das arteríolas, e essa vasoconstrição aumenta substancialmente a resistência ao fluxo sanguíneo. O relaxamento do músculo liso permite o aumento do raio do vaso, e essa vasodilatação reduz, substancialmente, a resistência ao fluxo sanguíneo; ↪Uma pequena alteração no raio das arteríolas, em um órgão, causa uma grande alteração na resistência e, portanto, no fluxo sanguíneo. A resistência líquida da circulação sistêmica é chamada de resistência periférica total ↪Como qualquer outra resistência, a resistência vascular sistêmica (RVS), também chamada resistência periférica total (RPT) é definida como a diferença de pressão (pressão de perfusão) dividida pelo fluxo; ↪Em um cálculo da resistência da circulação sistêmica, a pressão de perfusão é a pressão na aorta menos a pressão na veia cava. O fluxo é a quantidade total de sangue que flui através do circuito sistêmico, que é igual ao débito cardíaco: ↪Para um cão típico, em repouso, a pressão aórtica média é de 98 mm Hg, a pressão média da veia cava é de 3 mm Hg, e o débito cardíaco é de 2,5 L/min; ↪Sob essas condições, a RPT é 38 mm Hg/L/min, o que significa que é necessária uma pressão de direção de 38 mm Hg para forçar 1 L/min de sangue através do circuito sistêmico. Como a pressão na veia cava é geralmente próxima de zero, ela é, algumas vezes, ignorada no cálculo da RPT; ↪A equação resultante simplificada determina que a RPT é, aproximadamente, igual à pressão média aórtica dividida pelo débito cardíaco. Geralmente, essa equação é rearranjada para formar a afirmação de que a pressão sanguínea aórtica média (Pa) é aproximadamente igual ao débito cardíaco (DC) multiplicado pela RPT: ↪Esta equação expressa um dos conceitos centrais em fisiologia cardiovascular, ou seja, a pressão arterial média aórtica é determinada por dois, e apenas dois, fatores; ↪Então, se a pressão aórtica está aumentada, deve ser porque o débito cardíaco aumentou, porque a RPT aumentou, ou ambos aumentaram. Não existem outras possibilidades. A pressão arterial é determinada pelo débito cardíaco e pela resistência periférica total ↪Três exemplos ilustram a aplicação do conceito de que a pressão sanguínea aórtica média é determinada pelo débito cardíaco e pela RPT; ↪Primeiro, na forma mais comum de hipertensão essencial humana, o débito cardíaco é normal. A pressão sanguínea está elevada por causa das arteríolas excessivamente constritas, o que aumenta a RPT acima do normal; ↪O que ainda não está claro sobre hipertensão essencial humana é o porquê das arteríolas serem constritivas; ↪Hemorragia grave ou desidratação são outras condições nas quais a pressão arterial torna-se anormal, e elas apresentam muitos contrastes distintos em relação à hipertensão crônica. Por exemplo, hemorragia e desidratação são, comumente, encontradas em medicina veterinária; ↪E, também, a pressão arterial está reduzida nestas condições, e não aumentada. A causa da diminuição da pressão é a diminuição no débito cardíaco. A hemorragia ou a desidratação, caracteristicamente, reduzem a pré-carga cardíaca, o que reduz o volume ejetado; ↪A RPT é, na verdade, aumentada acima do normal, porque o corpo faz a constrição das arteríolas dos rins, circulação esplâncnica e músculo esquelético em repouso; ↪A vasoconstrição desses órgãos minimiza a queda da pressão arterial e direciona o débito cardíaco disponível para os órgãos que são mais críticos à sobrevivência momento a momento, o que inclui cérebro, músculo esquelético em exercício e coração (p. ex., circulação coronária); ↪A resposta ao exercício físico vigoroso fornece uma terceira aplicação do conceito de que a pressão sanguínea aórtica média é determinada pelo débito cardíaco e pela RPT; ↪Como na hemorragia, o exercício faz com que o débito cardíaco e a RPT se alterem em direções opostas. No exercício, entretanto, o débito cardíaco encontra-se elevado, e a RPT, diminuída; ↪A RPT diminui porque as arteríolas da musculatura esquelética que está trabalhando dilatam-se, o que aumenta o fluxo sanguíneo no músculo. Durante o exercício vigoroso, a RPT diminui cerca de 1/4 do valor de repouso. O débito cardíaco aumenta cerca de quatro vezes. O resultado é que a pressão aórtica quase não é alterada. O fluxo sanguíneo para cada órgão é determinado pela pressão de perfusão e pela resistência vascular ↪Se a equação que define a resistência for resolvida para o fluxo, o resultado é: ↪Conforme é aplicada ao fluxo sanguíneo através de qualquer órgão, essa equação indica que o fluxo sanguíneo é determinado pela pressão de perfusão (pressão arterial menos pressão venosa) e pela resistência dos vasos sanguíneos do órgão; ↪Não existem outros fatores. Todos os órgãos da circulação sistêmica recebem o fluxo de sangue arterial através de ramos da aorta, assim todos estão expostos essencialmente à mesma pressão arterial; ↪Da mesma forma, o sangue venoso de todos os órgãos de circulação sistêmica é recolhido para as veias cavas, assim, em circunstâncias normais, a pressão venosa média é a mesma para todos os órgãos; ↪Uma vez que todos os órgãos sistêmicos são expostos a quase a mesma pressão de perfusão, as diferenças no fluxo sanguíneo para os diversos órgãos resultam unicamente de suas diferentes resistências vasculares; ↪Como explicado anteriormente,a resistência vascular de um órgão é determinada, primariamente, pelo diâmetro das suas arteríolas. Então, a vasodilatação e a vasoconstrição arteriolares são os mecanismos primários que aumentam ou diminuem o fluxo sanguíneo de um órgão, em relação a outro; ↪Mudanças na resistência vascular de vários órgãos alteram a distribuição do débito cardíaco entre os órgãos. Num típico cão em repouso, as resistências arteriolares são semelhantes nos leitos esplâncnicos, renais e vasculares esqueléticos. Portanto, cada um desses leitos recebe aproximadamente o mesmo fluxo de sangue; ↪Durante o exercício, as arteríolas do músculo esquelético dilatam muito, quase dobrando em diâmetro, o que diminui a resistência ao fluxo sanguíneo em um fator de quase 16; ↪Assim, o fluxo de sangue do músculo esquelético aumenta quase 16 vezes (0,5-7,8 L/min.) Também, durante o exercício, as arteríolas coronárias dilatam-se, então o fluxo sanguíneo coronariano aumenta; ↪As arteríolas do cérebro mantêm seu diâmetro, então o fluxo sanguíneo cerebral permanece inalterado. Inversamente, as arteríolas das circulações esplâncnica e renal contraem-se levemente durante o exercício, o que causa aumento nas resistências esplâncnica e renal em 20%. Portanto, os fluxos sanguíneos esplâncnico e renal diminuem em 20% (de 0,5 para 0,4 L/min); ↪Tal cão pode aumentar, prontamente, seu débito cardíaco o suficiente para suprir as necessidades aumentadas de fluxo sanguíneo dos músculos esquelético e cardíaco; ↪ Como consequência, a pressão arterial (e, portanto, a pressão de perfusão) é muito semelhante durante o repouso e o exercício. Em contraste, um cão com insuficiência cardíaca não pode aumentar seu débito cardíaco muito acima do seu nível de repouso; ↪Portanto, a pressão arterial (e pressão de perfusão) diminui durante o exercício, e nenhum dos órgãos recebe o fluxo sanguíneo de que necessita. É por isso que animais com insuficiência cardíaca demonstram fraqueza, fadiga e intolerância ao exercício. A circulação pulmonar oferece muito menos resistência ao fluxo sanguíneo do que a circulação sistêmica ↪Assim como qualquer outra resistência, a resistência pulmonar é calculada como a diferença de pressão (pressão de perfusão) dividida por um fluxo. A pressão de perfusão que força o sangue através do circuito pulmonar é a pressão da artéria pulmonar menos a pressão das veias pulmonares. O fluxo que atravessa o circuito pulmonar é igual ao débito cardíaco. Portanto: Fluxo = Pressão Resistência ↪O débito cardíaco total passa através do pulmão, então um aumento no débito cardíaco em quatro vezes, durante o exercício, também necessita de um aumento de quatro vezes no fluxo sanguíneo pulmonar; ↪Os vasos sanguíneos pulmonares são bastante complacentes, e distendem-se prontamente para aceitar o aumento do fluxo sanguíneo. Porque até mesmo um pequeno aumento no raio dos vasos causa um grande aumento na resistência a resistência dos vasos sanguíneos pulmonares cai imensamente durante o exercício; ↪A resistência pulmonar diminuída durante o exercício é vantajosa, porque permite que o fluxo sanguíneo pulmonar aumente muito, sem necessitar de um grande aumento na pressão arterial pulmonar. As pressões arteriais são medidas em termos de níveis Sistólico, Diastólico e Médio ↪A pressão na artéria pulmonar e aorta não é constante, mas sim pulsátil; ↪Com cada ejeção cardíaca, a artéria pulmonar e a aorta tornam-se distendidas com sangue, o que causa um aumento na pressão dentro desses vasos até valores de pico, chamados de pressões sistólicas; ↪Entre as ejeções cardíacas (p. ex., durante a diástole ventricular), o sangue continua a fluir para fora da artéria pulmonar e da aorta e para dentro das circulações pulmonar e sistêmica, respectivamente; ↪ À medida que o volume de sangue dessas grandes artérias diminui, as artérias tornam-se menos distendidas, então a pressão arterial diminui. A pressão continua a cair até que a próxima ejeção cardíaca se inicie. A pressão mínima alcançada antes de cada nova ejeção é chamada de pressão diastólica; ↪A amplitude das pulsações de pressão em uma artéria é chamada de pressão de pulso, especificamente: Note o quanto as pressões sistólica, diastólica e de pulso são mais baixas na artéria pulmonar do que na aorta. ↪Estas diferenças ilustram por que a circulação pulmonar é chamada de circulação de baixa pressão e a circulação sistêmica é chamada de circulação de alta pressão; ↪É importante distinguir entre pressão sistólica, pressão diastólica e pressão de pulso, e distingui-las todas da pressão média. Pressão media aórtica é a pressão média na aorta ao longo de um ou mais ciclos cardíacos completos; ↪Da mesma forma, a pressão arterial pulmonar média é a pressão média naquele vaso. Obviamente, a pressão média em uma artéria é algo entre os níveis de pressão sistólica (máxima) e diastólica (mínima); ↪ Entretanto, devido às formas das curvas de pressão em artérias não serem simétricas, a pressão média em geral não se situa exatamente no meio entre as pressões sistólica e diastólica; ↪Uma aproximação comum é que a pressão média é cerca de um terço do percurso da pressão diastólica para a pressão sistólica, o que significa: Pressão de pulso aórtica = (Pressão sistólica aórtica – Pressão diastólica aórtica) Pressão de pulso da artéria pulmonar = (Pressão sistólica artéria pulmonar – Pressão diastólica da artéria pulmonar) ↪Entretanto, a aproximação é boa para pressões medidas na artéria femoral ou na maioria das outras artérias principais distais da aorta. A razão pela qual a regra é aplicada a artérias distais, mas não à aorta, é que a curva das pulsações de pressão arterial se altera conforme os pulsos movem-se para fora, para longe do coração; ↪Os pulsos de pressão tornam-se mais estreitos e com picos mais agudos. Essa assimetria pronunciada dos pulsos de pressão causa uma aproximação dos níveis médios das artérias distais à pressão diastólica, mais do que à pressão sistólica; ↪Por razões complexas, a pressão de pulso tipicamente aumenta conforme o sangue flui da aorta para as artérias distais. Entretanto, a pressão média necessariamente diminui, de acordo com o princípio de conservação de energia; ↪Como afirmado anteriormente, a pressão arterial média é a medida da energia potencial na corrente sanguínea, e esta energia potencial é consumida (convertida em calor, pelo atrito) conforme o sangue flui da aorta para a circulação sistêmica; ↪A aorta e as grandes artérias oferecem apenas uma pequena resistência ao fluxo sanguíneo; a pressão arterial média diminui apenas 1 a 3 mm Hg entre a aorta e a artéria femoral; ↪A maior parte da resistência ao fluxo sanguíneo é encontrada nas arteríolas e capilares. Portanto, os maiores decréscimos na pressão média ocorrem nestes segmentos da circulação sistêmica; ↪Um ponto importante a se lembrar é que a pressão aórtica média (não sistólica, diastólica e pressão de pulso) deve ser utilizada para o cálculo da resistência periférica total, como: ↪Da mesma forma, a pressão média da artéria pulmonar (não sistólica, diastólica e pressão de pulso) deve ser utilizada para o cálculo da resistência vascular pulmonar, como: ↪Uma pressão de pulso baixa é chamada de pulso filiforme, ou fraco. Uma pressão de pulso alta pode ser chamada de pulso saltitante, ou forte. A pressão de pulso aumenta quando aumenta o volume ejetado, a frequência cardíaca diminui, a complacência aórtica diminui ou a resistência periférica total aumenta ↪Considerando-se que o pulso arterial é frequentemente palpado nos pacientes, é importante para o veterinário clínico entender os fatores que influenciam tipicamente a pressão de pulso; ↪Primeiro, umaumento no volume ejetado tende a aumentar a pressão de pulso. Devido às ejeções cardíacas criarem as pulsações arteriais em primeiro lugar, não é surpresa que ejeções maiores gerem pulsos maiores; ↪A imagem A representa esse efeito e mostra que um aumento no volume ejetado também aumenta a pressão arterial média. A pressão média aumenta, porque um volume ejetado aumentado leva a um aumento no débito cardíaco. ↪Um segundo fator que tende a aumentar a pressão de pulso é a diminuição da frequência cardíaca. Entre as Resistência periférica total = (Pressão aórtica média – Pressão média na veia cava) ejeções cardíacas, o sangue continua a sair da aorta para a circulação sistêmica, e a pressão aórtica diminui; ↪A pressão aórtica cai a um nível mínimo (diastólico) antes de ser estimulada novamente pela próxima ejeção cardíaca. Quando a frequência cardíaca diminui, existe um tempo maior entre as ejeções, e, portanto, um tempo maior para o sangue sair da aorta para a circulação sistêmica; ↪A pressão sanguínea na aorta diminui a um nível mais baixo, antes da próxima ejeção cardíaca, e a pressão de pulso aumenta. Uma diminuição da frequência cardíaca resulta em uma diminuição do débito cardíaco, assim uma diminuição na taxa cardíaca diminui a pressão arterial média; ↪A imagem C mostra o efeito simultâneo do aumento do volume ejetado e da diminuição da frequência cardíaca. Neste exemplo, o débito cardíaco, que é o volume ejetado multiplicado pela frequência cardíaca, permanece inalterado; ↪Portanto, a pressão arterial média permanece inalterada. Entretanto, a pressão de pulso aumenta, imensamente, como resultado dos efeitos combinados de um aumento do volume ejetado e de uma diminuição da frequência cardíaca; ↪Uma diminuição na complacência arterial (enrijecimento das artérias) é um terceiro fator que tende a aumentar a pressão de pulso; ↪A cada sístole ventricular, o coração ejeta sangue na aorta e grandes artérias, o que distende esses vasos. Se esses vasos se tornam endurecidos, um grande aumento na pressão é necessário para distendêlos. O enrijecimento arterial também diminui a pressão arterial diastólica; ↪Assim como a pressão aórtica sobe a um nível sistólico maior que o normal, quando o coração ejeta sangue em uma aorta enrijecida, a pressão aórtica também cai a um nível abaixo do normal, quando o sangue sai da aorta enrijecida, entre as ejeções cardíacas; ↪A maior pressão sistólica e a menor pressão diastólica são, simplesmente, duas consequências diretas do mesmo fenômeno: diminuição da complacência arterial; ↪As artérias principais tendem a ficar mais endurecidas como resultado de um processo normal do envelhecimento, o que contribui para o aumento na pressão de pulso, que é típico em pessoas mais velhas e em alguns animais; ↪Em geral, o débito cardíaco não é afetado pelo enrijecimento arterial. Um ventrículo saudável é capaz de gerar as pressões sistólicas maiores necessárias para ejetar sangue em um sistema arterial enrijecido, porém, algumas vezes, é iniciada a hipertrofia ventricular; ↪Além disso, o enrijecimento arterial, geralmente, tem muito pouco efeito sobre a RPT porque as arteríolas permanecem normais; ↪As artérias, apesar de endurecidas, mantêm seus grandes diâmetros e, portanto, a resistência arterial permanece baixa. Desse modo, a pressão arterial média, produto do débito cardíaco e da RPT, é geralmente inalterada pelo enrijecimento arterial; ↪A vasoconstrição arteriolar é um quarto fator que, tipicamente, aumenta a pressão de pulso. Na verdade, a vasoconstrição não afeta a pressão de pulso diretamente, mas age através de um enrijecimento das artérias; ↪A vasoconstrição aumenta a RPT, a qual causa volta do sangue ou se acumula nas grandes artérias. Conforme a pressão arterial média aumenta, as artérias tornam-se mais distendidas; ↪A distensão força as artérias até o seu limite elástico; elas tornam-se mais enrijecidas do que as artérias sob pressurização normal; ↪Esse enrijecimento das artérias causa o aumento da pressão de pulso. Além disso, devido a RPT estar aumentada, a pressão arterial média também se eleva; ↪Muitos pacientes humanos desenvolvem tanto enrijecimento das artérias (como consequência do envelhecimento) quanto hipertensão essencial (causada pela RPT aumentada). Essa combinação produz um aumento dramático na pressão de pulso; ↪Em resumo, a pressão de pulso tende a ser aumentada pelo volume ejetado aumentado, pela frequência cardíaca diminuída, pela complacência arterial diminuída ou pela vasoconstrição; ↪Alguns dos efeitos cardíacos que produzem sopros também causam alterações características na pressão de pulso. Por exemplo, um paciente com persistência do ducto arterioso tem um grande volume ejetado pelo ventrículo esquerdo, o que eleva a pressão aórtica sistólica; ↪A pressão aórtica diastólica é muito menor do que o normal porque, entre as ejeções cardíacas, o sangue sai da aorta por duas vias: no circuito sistêmico e através do canal aberto. A pressão de pulso é dramaticamente aumentada; ↪A regurgitação aórtica causa um aumento similar e característico na pressão de pulso. Durante a diástole, o sangue sai da aorta através de duas vias: anterógrada, para o circuito sistêmico, e retrógrada (através da valva incompetente), para o ventrículo esquerdo; ↪O volume ejetado é aumentado, porque, a cada sístole, o ventrículo esquerdo ejeta tanto o sangue que voltou a ele através da via normal, quanto o sangue regurgitante.
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