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PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA E METROLOGIA Professor Esp. Marcos Antonio Pintor Junior GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; JUNIOR, Marcos Antonio Pintor. Processos de Fabricação Mecânica e Metrologia. Marcos Antonio Pintor Junior. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpresso em 2019. 147 p. “Graduação - EaD”. 1. Processos 2. Fabricação . 3. Mecânica 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0978-1 CDD - 22 ed. 670 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard Coordenador de Conteúdo Márcia Pappa Designer Educacional Amanda Peçanha dos Santos Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Ilustração Capa Bruno Pardinho Editoração Fernando Henrique Mendes Qualidade Textual Cintia Prezoto Ferreira Ilustração Marta Sayuri Kakitani Marcelo Yukio Goto Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não so- mente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in- tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educa- dores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a quali- dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Pró-Reitor de Ensino de EAD Diretoria de Graduação e Pós-graduação Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis- cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO R Professor Esp. Marcos Antonio Pintor Junior Engenheiro Mecânico, formado pela Universidade de Taubaté, com especialização em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual de Maringá, na área de manutenção de usinas de etanol e açúcar (2008), especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, também pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), com ênfase em NR-13 (Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações). Atuei por três anos como coordenador de cursos da área de metal mecânica e eletrotécnica da Escola SENAI – Unidade Cianorte, onde ministrei aulas de mecânica, desenho técnico mecânico e segurança do trabalho. Possuo especialização em Docência Profissional pelo SENAI Cetiqt (Rio de Janeiro). Sou proprietário de um escritório de Engenharia Mecânica, onde realizo trabalhos de inspeção em vasos de pressão, caldeiras e equipamentos mecânicos. Tenho experiência de trabalho em usinas de etanol, empresas produtoras de tubos de aço, empresas de cadeados e empresas automobilísticas. Também atuo em perícias como perito judicial e assistente técnico. Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/1307558573404062 SEJA BEM-VINDO(A)! Planejado para ser utilizado como um suporte para a disciplina de Processos de Fabri- cação Mecânica e Metrologia durante o curso de Engenharia de Produção, este livro foi fundamentado em bases literárias conceituadas e por conhecimentos técnicos adquiri- dos pelo autor, com o objetivo de fornecer conhecimentos e referências necessárias e valiosas para os estudantes em suas futuras profissões, considerando sua imersão nas áreas ligadas aos projetos, a transformação e a fabricação. Abrangendo uma grande área dos Processos de Fabricação Mecânica e Metrologia, este livro proporciona um entendimento e uma visão dos principais métodos de transforma- ção encontrados nas indústrias, explicados de maneira simples, por meio de linguagem acessível e com exemplos práticos do cotidiano, a fim de mostrar ao aluno(a) a presença constante desses processos, em seus mais variados estágios da transformação. Os conteúdos abordados foram selecionados e apresentados de tal maneira que os co- nhecimentos adquiridos na unidade anterior são direta ou indiretamente necessários aos conceitos propostos na unidade seguinte. Estes conteúdos, postos de forma grada- tiva, representam algumas das áreas de estudo dos processos de fabricação mecânica e metrologia. De forma geral, buscou-se detalhar igualmente todos os tópicos, procuran- do enfatizar a importância de cada conteúdo à essa disciplina. Ao final de cada unidade, as atividades de estudo visam ao aprimoramento do apren- dizado dos temas abordados e as leituras complementares foram selecionadas com o objetivo de levar o(a) aluno(a) a reflexõessobre aplicações práticas de cada tópico em sua futura atividade profissional. O material complementar fornece fontes alternativas que abordam de formas diferentes as discussões envolvidas em cada unidade, com o objetivo de estimular a interpretação e a curiosidade do(a) aluno(a) ao conhecimento técnico-científico. Convido-o(a) a mergulhar no universo dos processos de fabricação mecânica e metro- logia e suas variadas formas, para tornar possível a compreensão, o esclarecimento e a resolução de problemas do nosso cotidiano! APRESENTAÇÃO PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA E METROLOGIA SUMÁRIO 09 UNIDADE I O PROCESSO DE FABRICAÇÃO 15 Introdução 16 Os Plásticos 21 A Injeção de Plásticos 24 Os Metais e Suas Ligas 33 As Propriedades dos Metais 37 Considerações Finais 43 Referências 44 Gabarito UNIDADE II O PROCESSO DE FABRICAÇÃO POR USINAGEM 47 Introdução 48 Introdução aos Processos de Fabricação 49 Introdução ao Processo de Fabricação por Usinagem 51 Processo de Usinagem com Ferramenta de Geometria Definida 60 Processo de Usinagem Com Ferramenta de Geometria não Definida 65 Processos de Usinagem Especiais 71 Considerações Finais 76 Referências 77 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE III O PROCESSO DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA 81 Introdução 82 O Processo de Forjamento 84 O Processo de Extrusão 87 O Processo de Laminação 89 O Processo de Trefilação 91 O Processo de Estampagem 94 Considerações Finais 99 Referências 100 Gabarito UNIDADE IV A METALURGIA DO PÓ 103 Introdução 104 Introdução ao Processo de Metalurgia do Pó 106 A Produção dos pós Metálicos 108 O Processo de Prensagem e Sinterização Convencional 113 Os Materiais e Produtos da Metalurgia do Pó 116 Considerações Finais 121 Referências 122 Gabarito SUMÁRIO 11 UNIDADE V COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO 125 Introdução 126 Introdução aos Comandos Numéricos Computadorizados 130 Os Sistemas de Coordenadas 134 Parâmetros Gerais de Posicionamento 136 Programação da Peça no CNC 140 Considerações Finais 145 Referências 146 Gabarito 147 CONCLUSÃO U N ID A D E I Professor Esp. Marcos Antonio Pintor Junior O PROCESSO DE FABRICAÇÃO Objetivos de Aprendizagem ■ Conhecer os materiais plásticos e metais utilizados nos processos de fabricação. ■ Aprender sobre suas características e propriedades. ■ Apresentar os principais processos de fabricação. ■ Identificar as principais características das propriedades dos metais. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Os plásticos ■ A injeção de plásticos ■ Os metais e suas ligas ■ As propriedades dos metais INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a). Esta obra foi idealizada com o objetivo de transmitir, com simplicidade e clareza, os conhecimentos sobre a natureza dos metais e não metais e também dos processos de fabricação e sua aplicabilidade nas variadas áreas da engenha- ria. É sabido que, ao longo da história, a sociedade desenvolveu novas técnicas e novos processos de fabricação para suprir sua necessidade no uso dos mate- riais metálicos e não metálicos. Ao utilizar uma peça, seja ela de metal ou constituída de um polímero qualquer, por exemplo, nos deparamos com algumas técnicas ou processos de fabricação. Talvez, para a maioria das pessoas, esses processos não sejam percep- tíveis no dia a dia, contudo, para quem busca formação na área, tal compreensão é imensurável. Entender de onde surge o material e como foi processado, con- tribuirá na decisão final de sua aplicabilidade. Assim, abordaremos, no primeiro momento, os plásticos e o modo de injeção plástica, com o uso de uma máquina -ferramenta denominada injetora, e logo passaremos para os metais. Falaremos sobre as ligas metálicas, explicando a aplicabilidade de algumas dessas ligas, nor- malmente as mais utilizadas no dia a dia. Por fim, comentaremos sobre algumas propriedades dos metais e das ligas metálicas. Veja que entender os processos de fabricação é compreender as proprieda- des de cada material e que há diferentes tipos de plásticos e de metais e que suas aplicabilidades dependem muito de cada propriedade. É importante compreen- der a importância da escolha do processo de fabricação adequado e dos fatores envolvidos nos processos de fabricação e sua relação com o produto final. Este livro o(a) ajudará a compreender melhor algumas destas propriedades e alguns conceitos fundamentais que permeiam os metais e os plásticos, durante e após os processos de fabricação. Boa leitura! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 O PROCESSO DE FABRICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 OS PLÁSTICOS Conhecido popularmente como plástico, os polímeros possuem sua palavra originária do grego “poli” πολύ (muitos) e “meros” μέρος (partes). Um polí- mero é uma união de muitas moléculas. Passatore (2013) explica que, quando as moléculas se tornam muito grandes, contendo um número de átomos encade- ados superior a uma centena, podendo atingir valor ilimitado, as propriedades dessas moléculas ganham características próprias, gerais, e se chamam, então, macromoléculas. Essa macromolécula, formada por um composto de unidades estruturais que se repetem, é denominada “meros” e é obtida por meio de uma reação química que ocorre em um dado composto, formando um novo com- posto, designado “polímero”. Observe. Figura 1 – Exemplo de ligação das moléculas de um polímero Fonte: Demarquete (s/d, p. 6, on-line)¹. Assim como os metais, a nomenclatura plástico não se refere a um único tipo de material. Interessa saber que, embora essa nomenclatura não costume ser usada para polímeros de estrutura mais simples e de uso comum, principalmente porque esses polímeros foram inventados antes que se publicassem as primei- ras normas da International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC), em 1952, e por isso seus nomes tradicionais já haviam sido popularizados, as normas Os Plásticos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 internacionais demonstram que a formação da nomenclatura de um polímero é composta pelo prefixo poli, seguido da unidade estrutural repetitiva que define o polímero, como é o caso, por exemplo, do polietileno, já citado anteriormente, que é formado pelo prefixo poli + a terminação da unidade repetitiva etileno. Figura 2 – Síntese do polietileno a partir de monômeros de etileno. Fonte: Groover (2016). A imagem demonstra a molécula de polietileno, formada a partir do etileno (C2H4). Tão importante quanto conhecer os processos de transformação dos polímeros é conhecer sua estrutura, pois esta afeta particularmente os processos de fabri- cação e transformação e interfere em todas as propriedades físico-químicas e mecânicas. Formados em sua base por átomos de carbono, e portanto conside- rados como materiais orgânicos com um ou mais elementos, são divididos em três classes: os termoplásticos, os termorrígidos e os elastômeros. Os termoplásticos, ou polímeros termoplásticos, são materiais sólidos à tem- peratura ambiente e tornam-se líquidos quando são aquecidos. Essa propriedade O Polietileno verde I’m greenTM é um plástico produzido a partir do etanol de cana-de-açúcar, uma matéria renovável, ao passo que os polietilenos tra- dicionais são produzidos utilizando matéria-prima de fonte fóssil, como pe- tróleo e/ou gás natural. Seu grande diferencial é contribuir para a redução da emissão dos gases do efeito estufa na atmosfera, já que captura e fixa gás carbônico da atmosfera durante o seu processo produtivo, colaborando para a redução da emissão dos gases causadores do efeito estufa. Para saber mais, acesse olink disponível em: <http://www.braskem.com/ site.aspx/PE-Verde-Produtos-e-Inovacao>. Acesso em: 20 mar. 2017. O PROCESSO DE FABRICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 característica permite que os termoplásticos sejam muito utilizados para fabri- cação final, uma vez que o ciclo de aquecimento seguido de resfriamento pode ser executado inúmeras vezes, devido, principalmente, ao fato de os termo- plásticos possuírem macromoléculas lineares e/ou ramificadas, não formando ligações cruzadas. (a) (b) Figura 3 – Exemplo de macromoléculas lineares e ramificadas Fonte: adaptada de Groover (2016). Contudo, se comparados aos metais, os termoplásticos, quando expostos à tempe- ratura ambiente, possuem rigidez muito menor, uma menor dureza e resistência e são muito dúcteis. Entre os termoplásticos mais comuns estão os acrílicos, que são derivados do ácido acrílico (C3H4O2); as poliamidas (nylon e o kevlar); os policarbona- tos, conhecidos pela excelente tenacidade e boa resistência à fluência, ao calor e ao fogo; o poliéster, que inclui o politereftalato de etileno (PET); o polietileno, muito utilizado em gar- rafa tipo “squeeze”; o polipropileno, com menor densidade e elevada razão resistência-peso; o polies- tileno (C8H8), usado na forma de espuma; e o policloreto de vinila (PVC), utilizado principalmente em sistema de tubos rígidos e flexí- veis, em conexões, isolamentos, fios elétricos, pisos e em brinquedos. Figura 4 – Granulados Industriais de Plásticos Os Plásticos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 Outra classe de polímeros interessante ao entendimento é a classe dos termorrí- gidos ou polímeros termorrígidos. Um polímero termorrígido se distingue por possuir uma estrutura com muitas ligações cruzadas. O fato de possuir ligações cruzadas torna as reações irreversíveis, ou seja, se um polímero for moldado, ao reaquecê-lo haverá risco de degradação, como queima, por exemplo. (c) (d) Figura 5 – Estruturas moleculares ramificadas Fonte: adaptada de Groover (2016). Os polímeros da classe dos termorrígidos são duros e frágeis, a parte plástica de uma impressora ou de um computador, por exemplo, ou como os espelhos dos disjuntores de uma tomada elétrica. Contudo, possuem grande capacidade de suportar temperaturas mais altas. Entre os termorrígidos mais utilizados, podemos citar as resinas amínicas que são utilizadas em pratos e como revestimento de mesas fabricadas de lami- nados. Possui o nome comercial de fórmica. Outro termorrígido é a resina epóxi, que tem como base a epicloridrina. Possui excelente resistência mecânica, boa aderência, além de resistência térmica e química. É muito utilizado em revesti- mentos de tanques e pisos industriais. Existe uma crença de que o Kevlar também é útil contra armas brancas, mas isso não passa de mito. O tecido é capaz de resistir muito bem a impactos, principalmente de armas de fogo, entretanto, materiais cortantes conse- guem inutilizar essa característica, rasgando o traje com facilidade. Fonte: o autor. O PROCESSO DE FABRICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 O fenol é outro polímero termorrígido. O mais importante é o fenol-for- maldeído, que possui boa estabilidade térmica e é muito utilizado em sapatas de freio e discos abrasivos. A terceira classe dos polímeros é a dos elastômeros. Sua principal caracterís- tica é a capacidade de resistir a grandes deformações elásticas quando submetidos a tensões baixas. Os elastômeros são mais conhecidos como borrachas e podem ser divididos em borrachas naturais e sintéticas. As naturais, no campo da enge- nharia, possuem alta resistência ao rasgamento quando vulcanizadas, além de uma excelente capacidade de resiliência e resistência ao desgaste. Contudo, pos- suem uma restrição quando expostas a temperaturas mais altas. Nesta divisão de borracha natural estão os pneus dos automóveis, os absorvedores de impac- tos e o solado dos calçados. No caso das borrachas sintéticas, estas basicamente se desenvolveram durante os períodos de guerra, quando a obtenção de borracha natural se tornou escassa. Entre os vários tipos de borracha sintética, pode-se destacar as borrachas de clo- ropreno, comercialmente conhecidas como Neoprene, que devido a sua grande capacidade de resistência a óleos, intempéries e altas temperaturas, possuem valor maior na hora da compra. São utilizadas em grande escala para a fabrica- ção de mangueiras de combustíveis, correias transportadoras e juntas de vedação. Pensar é o trabalho mais difícil que existe. Talvez por isso tão poucos se de- diquem a ele. (Henry Ford) A Injeção de Plásticos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 A INJEÇÃO DE PLÁSTICOS Figura 6 – Objetos fabricados por processo de injeção plástica Fonte: Watplast (2016, on-line)². Muito utilizado nos dias atuais, o processo de injeção data de longo tempo. Alguns autores falam do surgimento em meados de 1872, com a patente fornecida aos irmãos John e Isiah Hyatt, que a usaram para moldar celuloide, nos Estados Unidos, utilizando um conceito derivado dos processos de fundição dos metais. O mesmo John Hyatt também introduziu o conceito de moldes com múltiplas entradas ou cavidades, em 1878. Em 1920, na Alemanha, iniciou a molda- gem por injeção de termoplásticos. Com o passar dos anos, novas tecnologias começaram a ser utiliza- das, o que permitiu que o processo de injeção se tornasse economicamente viável. Paralelamente a este avanço, as máquinas injetoras também se desen- volveram similarmente. Figura 7 – Máquina Injetora sem moldes O PROCESSO DE FABRICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 Em termos práticos, o processo de injeção de um polímero é bastante sim- ples, consistindo basicamente em aquecer o material ao ponto de fusão, fundi-lo e homogeneizá-lo, introduzi-lo em um molde por meio de suas cavidades e res- friá-lo, para que aconteça a solidificação do polímero e a extração do produto acabado. Formando processos cíclicos, as máquinas injetoras podem ser entendidas separando-as em dois sistemas: o de injeção e o sistema de molde. Na unidade injetora, acontece o processo de alimentação da matéria-prima. O plástico gra- nulado é colocado no depósito de alimentação da injetora, conhecido como funil. Posteriormente, esse granulado entra para o interior de um cilindro, com uma rosca interna (canhão), onde é aquecido por meio de resistências elétricas que geram energia térmica e o transferem para o material granulado, com a finali- dade de tornar a mistura líquida e homogeneizada. O material fundido agora flui pelo cilindro, por meio de uma pressão exer- cida sobre o material, até a extremidade de saída, onde há um bico de injeção que servirá de intermediário para a entrada no molde. unidade de fechamento unidade de injeção placa suporte ou de ancoragem braços articulados colunas placa móvel molde placa �xa bico de injeção cilindro de aquecimento com resistências funil motor do parafuso motor elétrico bomba hidráulica cilindros hidráulicos tanque de óleo hidráulico painel elétrico reservatório de lubri�cante base Figura 8 – Partes de uma máquina injetora de plástico Fonte: Cruz (2012, on-line)³. A Injeção de Plásticos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 O segundo sistema das máquinas injetoras é o molde propriamente dito. Este consiste em uma forma, contendo duas ou três partes, uma fixa e uma móvel, onde estão as cavidades que dão forma ao plástico injetado por meiodo bico. Quando há uma terceira parte, esta é chamada de flutuante e fica posicionada entre as outras duas. Interessa saber que os moldes têm por função moldar o formato do produto final, contudo, para que isso aconteça de maneira perfeita, o molde deve ter um acabamento, no mínimo, polido internamente. Quanto melhor o acabamento do molde, melhor é o acabamento da peça. Quando estão fechados, o espaço entre um molde e outro é exatamente a espessura desejada da peça. Ao se separarem, o molde móvel atravessa um sistema de extração formado atrás deste, que tem como função expelir a peça injetada e resfriada que está fixada no molde. O processo de arrefecimento do molde acontece internamente, por meio de canais. Esse arrefecimento exige controle, o que se consegue por meio de canais dispostos ao redor da cavidade, localizados de maneira geométrica, de forma que a temperatura seja sempre a mais uniforme possível. O líquido arrefecedor, normalmente água, mantém todo o corpo do molde com temperatura igual e uniforme, imprescindível ao bom desempenho do processo. O PROCESSO DE FABRICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 OS METAIS E SUAS LIGAS Dentre os materiais utilizados na engenharia, os metais fazem parte de uma grande porcentagem, senão a maior. Encontrados na natureza como minérios, os metais são frequentemente usados nos processos de fabricação, aparecendo quase sem- pre em forma de ligas denominadas metálicas. Para receber essa denominação, uma liga deve ser composta de dois ou mais elementos, sendo pelo menos um destes de origem metálica, como explica Groover (2016). Com exceção do mercúrio, todos os outros metais são encontrados no estado sólido à temperatura ambiente e podem ser divididos em dois grupos básicos: os metais ferrosos e os metais não ferrosos. Essa divisão, que fique claro, tam- bém é aplicada às ligas metálicas. Diz-se que um metal ou uma liga metálica é ferrosa quando seu elemento base é o ferro (Fe). O ferro (Fe) encontrado na natureza não tem muita aplica- bilidade sozinho, sendo de uso limitado. Os Metais e Suas Ligas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 Figura 9 – Pedra de minério de ferro Contudo, ao adicionar carbono (C) a sua liga, sua industrialização passa a ser maior. Duas importantes ligas metálicas se incluem neste grupo, o aço e o ferro fundido. O aço (Fe+C) é uma liga metálica formada por ferro (Fe) e uma porcentagem entre 0,02% a 2,11% de carbono (C). Considerada a mais importante categoria dos metais ferrosos, sua aplicabilidade é imensurável, visto que esta liga ainda pode conter outros elementos que, em conjunto, alteram e/ou melhoram suas propriedades. De maneira geral, os aços são fabricados a partir do ferro gusa, acrescentando-se elementos de liga, o carbono (C) principalmente, e outros tam- bém, como fósforo (Pb), silício (Si), manganês (Mg), cromo (Cr), níquel (Ni) e molibdênio (Mo), por exemplo. Essa característica torna o aço uma liga com centenas de composições químicas e vasta aplicabilidade comercial. O PROCESSO DE FABRICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 Os aços-carbono comuns, por exemplo, são aços que possuem o carbono (C) como elemento principal da liga e outros elementos apenas como residuais. O teor de carbono influencia diretamente na resistência mecânica destes aços, assim como na sua dureza. Esse teor de carbono (C) é medido em termos per- centuais e são divididos em três categorias. Os aços com baixo teor de carbono (C), conhecidos popularmente como aços doces, possuem comumente volu- mes abaixo de 0,20% de carbono. Esse baixo percentual faz com que esses aços tenham grande aplicabilidade, por serem de fácil conformação, alta tenacidade e alta ductilidade. Contudo, sua resistência mecânica não é elevada, bem como sua dureza, o que limita seu uso em alguns casos. Possuem boa soldabilidade e boa usi- nabilidade. Os veículos automotores são fabricados com chapas deste tipo de composição química. Há, também, os aços com médio teor de carbono (C). Também com apli- cabilidade em diversas áreas, têm o teor de carbono (C) entre 0,20% a 0,50%, normalmente usados quando se requer uma resistência mecânica um pouco maior, como em motores automotivos. Sua conformação exige um pouco mais de trabalho, não sendo tão facilmente usinados. Seu percentual de carbono (C) permite que esses aços sejam tratados termicamente. Por fim, uma outra categoria, a dos aços de alto teor de carbono (C). Com percentual superior a 0,50% de carbono (C), esses aços possuem grande resistên- cia mecânica e elevada dureza. Sua usinabilidade não é fácil, sendo necessárias, quase sempre, ferramentas de corte especiais. Sua aplicabilidade, assim como outras características, é diminuta. Sua conformação mecânica segue a mesma linha. São popularmente conhecidos como aços duros e seu teor de carbono (C) pode chegar até a casa de 0,85% a 0,90%. São utilizados na fabricação de molas, peças com resistência ao desgaste e ferramentas de corte. Entretanto, esse ele- vado teor de carbono (C) faz com que esses aços se tornem pouco dúcteis. Os Metais e Suas Ligas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 ESPECIFICAÇÃO AISI/SAE DOS AÇOS Análise Química Nominal, % Código Nome do Aço Cr Mn Mo Ni V P S Si 10xx Aço-carbono comum 0,4 0,04 0,05 11xx Ressulfurado 0,9 0,01 0,12 0,01 12xx Ressufurado, refosforizado 0,9 0,10 0,22 0,1 13xx Manganês 1,7 0,04 0,04 0,3 20xx Aço ao níquel 0,5 0,6 0,04 0,04 0,2 31xx Níquel-cromo 0,6 1,2 0,04 0,04 0,3 40xx Molibdênio 0,8 0,25 1,8 0,04 0,04 0,2 41xx Cromo-molibdênio 1,0 0,8 0,2 0,04 0,04 0,3 43xx Ni-Cr-Mo 0,8 0,7 0,25 1,8 0,04 0,04 0,3 46xx Níquel-molibdênio 0,6 0,25 1,8 0,04 0,04 0,3 47xx Ni-Cr-Mo 0,4 0,6 0,2 1,0 0,04 0,04 0,3 48xx Níquel-molibdênio 0,6 0,25 3,5 0,04 0,04 0,3 50xx Cromo 0,5 0,4 0,04 0,04 0,3 52xx Cromo 1,4 0,4 0,02 0,02 0,3 61xx Cromo-vanádio 0,8 0,8 0,1 0,04 0,04 0,3 81xx Ni-Cr-Mo 0,4 0,8 0,1 0,3 0,04 0,04 0,3 86xx Ni-Cr-Mo 0,5 0,8 0,2 0,5 0,04 0,04 0,3 88xx Ni-Cr-Mo 0,5 0,8 0,35 0,5 0,04 0,04 0,3 92xx Silício-manganês 0,8 0,04 0,04 2,0 93xx Ni-Cr-Mo 1,2 0,6 0,1 3,2 0,02 0,02 0,3 98xx Ni-Cr-Mo 0,8 0,8 0,25 1,0 0,04 0,04 0,3 Figura 10 – Especificação ANSI/SAE de aços Fonte: adaptada ASM Handbook (1990). Todo aço-carbono é identificado por um sistema de quatro dígitos, no qual os dois primeiros distinguem o aço-carbono e os outros dois, a porcenta- gem de carbono. Assim, um aço 1030 possui 0,30% de carbono em sua com- posição. Fonte: o autor. O PROCESSO DE FABRICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 Os Aços de baixa liga também fazem parte das ligas de aço. Normalmente são encontrados com percentuais de outros elementos na faixa de 5%, o que contri- bui muito em suas propriedades mecânicas. Entre os elementos mais comuns estão o cromo (Cr), que melhora a resistência ao desgaste e sua dureza, sendo que, quando inserido na liga em teores elevados, torna o aço mais resistente à corrosão. O manganês (Mn) também é um outro elemento bem comum de ser encontrado nas ligas de baixo carbono, aumentando sua resistência e dureza. O molibdênio (Mo) aumenta a tenacidade e melhora a resistência ao desgaste. O níquel (Ni) também integra a lista de elementos e melhora a resistência mecâ- nica e a tenacidade. É um elemento que tem papel interessante em alguns aços inoxidáveis. Os aços inoxidáveis são outra categoria de aços, preparados para possuir resis- tência à corrosão. Seu principal elemento de liga é o cromo(Cr), com teor superior a 15%,que na presença de um oxidante forma uma camada superfina de óxido impermeável, protegendo a superfície do metal. Pode-se incluir o níquel(Ni) na com- posição química dos aços inox, pois aumenta ainda mais sua resistência a corrosão. Além de ser bom em ambientes corrosivos, o inox possui resistência, ductilidade e tem valor comercial mais alto do que os outros aços citados anteriormente. Sua denominação difere dos aços carbono, sendo formada por três dígitos, sendo o primeiro a indicação do tipo geral do aço inox e os outros dois a espe- cificação de sua classe. Os Metais e Suas Ligas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 COMPOSIÇÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS SELECIONADOS Análise Química, % Tipo Fe Cr Ni C Mn Outrosa Austenítico 301 73 17 7 0,15 2 302 71 18 8 0,15 2 304 69 19 9 0,08 2 309 61 23 13 0,20 2 316 65 17 12 0,08 2 2,5 Mo Ferrítico 405 85 13 - 0,08 1 430 81 17 - 0,12 1 Martensítico 416 85 13 - 0,15 1 440 81 17 - 0,65 1 Figura 11 – Tabela de Composição de Aços Inoxidáveis Fonte: adaptada ASM Handbook (1990). Temos, também, os aços ferramentas, uma classe de aços especiais com teor elevado de carbono (C), utilizados principalmente como ferramentas de corte por possuírem elevada dureza e resistência ao desgaste, além de serem tenazes. Normalmente, são tratados termicamente. Outra liga metálica ferrosa que tem grande utilidade no cotidiano é o ferro fundido. Formado por ferro (Fe) e carbono (C), com porcentagem superior a 2,11%, é muito comum em processos de fundição, sendo apenas menor que a produção de aço. Entre as ligas de ferro fundido mais comuns está o ferro fundido cinzento, com composição química que varia entre 2,5% a 4% de carbono (C) e 1% a 3% de silício (Si). Possui boa resistência ao amortecimento de vibração e baixa resis- tência quando usinado, devido a ser lubrificado internamente. Sua resistência à tração, de acordo com a “American Society for Testing and Materials – ASTM”, pode ser superior a 207 MPa. Há, também, o ferro fundido nodular, que pos- sui composição química semelhante ao ferro fundido cinzento, contudo, é mais resistente e mais dúctil. O ferro fundido branco é outro tipo de ferro fundido muito utilizado. Possui em sua composição química menos carbono (C) e menos O PROCESSO DE FABRICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 silício (Si), o que o torna mais duro e frágil quando exposto a taxas de resfria- mento muito elevadas, com excelente resistência ao desgaste. Com importância incomparável no campo comercial, estas duas ligas, os aços e os ferros fundidos, formam juntas 75% do peso de todo o metal empregado no mundo (GROOVER, 2016). Os metais não ferrosos são aqueles metais e/ou ligas metálicas que não pos- suem o ferro (Fe) como elemento principal em sua composição. Neste grupo dos metais não ferrosos estão os metais e as ligas metálicas formadas por alumínio (Al), cobre (Cu), ouro (Au), magnésio (Mg), titânio (Ti) e zinco (Zn), por exemplo. Particularmente, as ligas metálicas não ferrosas não possuem resistência como os aços, entretanto, outras propriedades as tornam tão competitivas como os aços. O alumínio (Al) é um exemplo; assim como o magnésio (Mg), é muito leve e abundante na Terra, embora a extração de ambos não seja tão fácil. No caso do alumínio (Al), a capacidade de conduzir energia térmica e energia elé- trica são elevadas e a resistência a corrosão é extremamente alta, assim como sua ductilidade. Um fator muito importante a se considerar no uso do alumí- nio (Al) é o fato de possuir reciclabilidade infinita, além de boa soldabilidade. As ligas de ferro fundido possuem grande influência do elemento químico silício (Si), encontrado com porcentagem superior até mesmo do próprio carbono (C) nestas ligas. Não raramente, as ligas de ferro fundido são deno- minadas de “ligas ternárias” de Fe+C+Si. Fonte: o autor. Os Metais e Suas Ligas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 Bauxita Figura 12 – Minério base do alumínio, bauxita Fonte: Geocultura (s/d, on-line)4. As ligas compostas por cobre (Cu) são outro exemplo de ligas não ferrosas. Sua aplicabilidade na engenharia está diretamente ligada a sua baixa resistividade elétrica. Essa propriedade faz destas ligas o principal material usado para a fabri- cação de fios condutores de energia elétrica. Outra propriedade interessante do cobre (Cu) é a baixa resistência térmica. Assim como a prata (Pb) e o ouro (Au), são considerados metais resistentes à corrosão. Entretanto, sua resistência mecâ- nica é baixa, assim como sua dureza. Quando é acrescentado estanho (Sn), na porcentagem de aproximadamente 10%, às ligas de cobre (Cu), temos outra liga muito comum denominada bronze. As ligas de bronze são bem maleáveis, com ponto de fusão acima de 900 ºC e não são corrosivas. “A boa educação é moeda de ouro. Em toda a parte tem valor.” (Padre Antônio Vieira) O PROCESSO DE FABRICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 Uma outra liga também composta a partir do cobre (Cu) é o latão. O latão é uma liga que possui em sua composição química um teor de 35% do elemento zinco (Zn). Outro elemento muito parecido com o ferro (Fe), por ser magné- tico e possuir boa rigidez, é o níquel (Ni). Sua resistência à corrosão é melhor que a do aço e por esse motivo, costumeiramente, é utilizado nas ligas de aço. O titânio (Ti) é um metal não ferroso que vem ganhando mercado, em espe- cial para aplicações no campo espacial. Possui baixo coeficiente de dilatação térmica e sua resistência e rigidez superam o alumínio (Al), além de ser resis- tente à corrosão. Finalizando, temos a liga de zinco (Zn). Embora pouco percebida, a liga de zinco(Zn) fornece elevada proteção contra a corrosão quando está na superfície dos aços, formando o que popularmente conhecemos como aço galvanizado. Seu ponto de fusão é baixo, o que o torna um excelente metal de fundição. As Propriedades dos Metais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 AS PROPRIEDADES DOS METAIS Figura 13 – Exemplos de materiais e ligas metálicas Fonte: Nuvem electronica (2013, on-line)5. De forma geral, todos os materiais, incluindo os metais, são identifi cados nor- malmente por suas características, ou seja, por suas propriedades. São essas propriedades que vão torná-los aplicáveis ou não a algum processo, portanto, são fundamentais ao conhecimento de todo engenheiro. Ao identifi carmos a dureza, a resistência à corrosão, tenacidade, elasticidade etc., identifi camos as propriedades de cada metal ou de cada liga metálica, e essas propriedades estão ligadas diretamente à sua composição química e sua microestrutura original ou após um processo de tratamento térmico, ou seja, à natureza das ligações existentes entre os átomos. Essas ligações existentes se fundamentam na ideia de que os metais, que são elementos eletropositivos, tendem a perder seus elétrons mais extensos, formando os cátions. Entretanto, esses elétrons, que outrora faziam parte do elemento, não abandonam os cristais e ainda ganham mobilidade para transitarem livres, for- mando o que os cientistas chamam de “mar de elétrons”. O homem nasceu para aprender, aprender tanto quanto a vida lhe permita. (Guimarães Rosa) O PROCESSO DE FABRICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 É possível dividir essas propriedades em físicas e propriedades químicas. Cabe uma observação: alguns autores ainda consideram outras proprieda- des na horade fazer esta divisão, acrescentando propriedades físico-químicas, propriedades tecnológicas e outras denominações. AS PROPRIEDADES FÍSICAS DOS METAIS As propriedades físicas determinam, basicamente, o comportamento de um metal quando este é posto em um processo de fabricação ou usinagem, por exemplo. Esta propriedade, para entendimento, será dividida em outras propriedades: as mecânicas, as térmicas e as elétricas. Ao usinar um metal ou uma liga metálica é comum perceber esforços mecâ- nicos exercidos sobre eles. Estes esforços acontecem devido às propriedades mecânicas dos metais e de suas ligas e representam uma das mais importan- tes propriedades, principalmente dos metais ferrosos e das ligas ferrosas, já que a grande maioria das estruturas mecânicas são baseadas nestas propriedades. Usualmente, se define as propriedades mecânicas por meio de um ensaio mecâ- nico, como o de tração ou de compressão, por exemplo. São propriedades mecânicas: i) Resistência mecânica, propriedade que um metal ou uma liga metálica tem por suportar esforços mecânicos sem romper-se ou sem deformar-se, como os esforços de tração, compressão, cisalhamento, torção, flamba- gem e outros. ii) Elasticidade é a propriedade que um metal ou liga possui por suportar um esforço mecânico apenas alterando suas dimensões ou característi- cas, mas sem atingir ou ultrapassar o ponto de ruptura, retornando à sua forma original com o término do esforço a que foi submetido. iii) Ductilidade é a propriedade que está diretamente ligada à deformação dos materiais. Essa propriedade também é conhecida como plasticidade, ou seja, é a capacidade que um metal ou uma liga metálica tem de se alte- rar além do regime elástico, permanecendo neste até sua ruptura. Neste regime plástico, ao ser encerrado o esforço aplicado, o metal não retorna à sua forma original. As Propriedades dos Metais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 iv) Dureza é a capacidade de resistência de um metal ou liga metálica. Essa resistência está diretamente ligada a sua característica, por exemplo, ser resistente à abrasão ou ser resistente à corrosão. v) Resiliência é a propriedade que um metal ou uma liga metálica tem de, ao receber um esforço, ser capaz de absorver a energia transferida pelo esforço e devolvê-la sem atingir a deformação permanente. vi) Tenacidade é a capacidade que um metal possui de conseguir absorver energia aplicada por um esforço antes da sua ruptura, ou seja, a capaci- dade de resistir a impactos. As propriedade elétricas representam o comportamento dos metais quando sub- metidos a uma corrente elétrica. São propriedades elétricas: i) Condutividade elétrica é a propriedade de um metal em conduzir a energia elétrica. De forma geral, todos os metais são bons condutores e a explicação para isso está na presença de um “mar de elétrons”. ii) Resistividade elétrica, ao contrário da condutividade elétrica, é a capa- cidade que um metal tem de resistir à passagem de energia elétrica. As propriedades térmicas dos metais determinam seu comportamento quando estes estão sob esforços térmicos, ou seja, quando passam por uma variação de temperatura. É interessante entender que as propriedades térmicas apresen- tam-se durante o processamento de um metal e quando este é submetido a um processo de conformação, por exemplo. Mecanicamente, a ductilidade é vista como um ponto, ou um regime não muito interessante para algumas situações, visto que após a deformação plástica acontece a ruptura do metal ou de sua liga. Fonte: o autor. O PROCESSO DE FABRICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 São propriedades térmicas: i) Ponto de fusão é a propriedade que determina o ponto em que o metal deixa de ser sólido e passa a ser líquido. Este ponto é particular de cada metal e de cada liga. O alumínio (Al) tem seu ponto de fusão em 660 ºC, por exemplo. ii) Dilatação térmica é a propriedade que o metal ou uma liga tem de se dilatar quando submetido a temperaturas altas ou baixas e retornar a seu estado original quando em temperaturas ambientes. iii) Condutividade térmica é a propriedade que um metal tem de transferir energia térmica entre dois pontos. De forma geral, os metais são ótimos condutores térmicos. Um exemplo desta propriedade é o termômetro, que utiliza um metal (mercúrio) como meio de medir a temperatura. AS PROPRIEDADES QUÍMICAS DOS METAIS As propriedades químicas determinam o comportamento de um metal quando este é submetido a contato direto com outros elementos ou outras ligas metálicas, ou quando expostos a materiais ácidos, por exemplo, ou mesmo em exposição ao ambiente. A propriedade mais usual deste grupo é a resistência à corrosão, propriedade que um metal ou uma liga metálica tem de suportar os efeitos da corrosão quando em contato com ambientes, outros metais ou outros elemen- tos corrosivos sem perder suas características iniciais. Se o dinheiro for a sua esperança de independência, você jamais a terá. A única segurança verdadeira consiste numa reserva de sabedoria, de experi- ência e de competência. (Henry Ford) Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, apresentamos os conceitos básicos dos polímeros, sua compo- sição e o processo de fabricação por meio de injeção em moldes. Comentamos sobre os metais, identificando os metais ferrosos e os metais não ferrosos, suas ligas metálicas, com clara demonstração dos aços e dos ferros fundidos, das ligas metálicas não ferrosas, como latão e o bronze, citando algumas características, identificando as mais comumentes utilizadas e, por fim, apresentamos as pro- priedades dos metais e das ligas metálicas. Com este conhecimento apresentado, foi possível compreendermos como os diferentes metais utilizados na engenharia se apresentam e o resultado final de suas ligações, formando o que conhecemos por ligas metálicas. Ainda falamos sobre a composição química de algumas ligas e o seu uso, bem como suas pro- priedades. Essas propriedades estão diretamente ligadas à aplicação destas ligas no cotidiano e são fundamentais para a aprendizagem dos processos de fabrica- ção. Divididas em propriedades físicas e propriedades químicas, estudamos que as propriedades físicas podem ser divididas em mecânicas – tenacidade, elastici- dade, ductilidade e a resistência mecânica, propriedades que são quase sempre a base das escolhas de uso dos metais e/ou das ligas metálicas. Verificamos as propriedades elétricas, que são a resistividade e a condutividade elétrica; as pro- priedades térmicas, em que explicamos a dilatação térmica, a condutividade térmica e o ponto de fusão dos metais e das ligas metálicas. Fica esclarecido que o entendimento dos assuntos abordados, além de neces- sário para a compreensão das próximas unidades, é fator determinante para o(a) profissional que pretende trabalhar na área de engenharia. Nas próximas unida- des, falaremos sobre alguns processos de fabricação que somente são possíveis por conta das diferentes características e propriedades de cada metal e de cada liga metálica. 38 1. Um polímero é uma união de: a) Muitas células, constituindo uma macrocélula formada por um composto de unidades metálicas que se repetem, denominados “neros”. b) Muitas moléculas, constituindo uma macromolécula formada por uma com- posição química itinerante com unidades estruturais que se repelem, deno- minados “meros”. c) Muitas moléculas, constituindo uma macromolécula formada por um com- posto de unidades estruturais que se repetem, denominados “meros”. d) Muitos elementos “méricos”, constituindo uma macrocélula formada por um composto químico-físico com unidades estruturaisque se repelem, denomi- nados “meros”. e) Muitas moléculas, constituindo uma macromolécula formada por um com- posto de unidades estruturais que se repelem, denominados “meros”. 2. A poliamida, os policarbonatos e as resinas amínicas são, respectivamente: a) Termoplástico, termorrígido e termorrígido. b) Elastômero, termorrígido e termoplástico. c) Termorrígido, termoplástico e termoplástico. d) Elastômero, termorrígido e elastômero. e) Termoplástico, termoplástico e termorrígido. 3. A porcentagem de 0,40% de carbono (C) em um aço, o torna um aço: a) De liga não ferrosa. b) De baixo teor de carbono (C). c) Comumente chamado de aço doce. d) De médio teor de carbono (C). e) Denominado aço ferramenta. 39 4. A propriedade que um metal ou liga possui de suportar um esforço mecânico, apenas alterando suas dimensões ou características, mas sem atingir ou ultra- passar o ponto de ruptura é denominado de: a) Plasticidade. b) Elasticidade. c) Tenacidade. d) Ductilidade. e) Dureza. 5. O ponto de fusão é a propriedade que determina: a) O ponto em que o metal deixa de ser líquido e passa a ser sólido ou gasoso. b) O ponto em que o não metal deixa de ser sólido e passa a ser gasoso. c) O ponto em que o metal deixa de ser sólido e passa a ser líquido. d) O ponto em que o metal deixa de ser líquido e passa a ser sólido. e) O ponto em que o metal deixa de ser sólido e passa a ser gasoso. 6. O aço é, de longe, a liga mais utilizada em todo o mundo, com suas variadas características e propriedades. Defina aço. 40 Há cerca de 4.500 anos, o ferro metálico usado pelo homem era encontrado in natura em meteoritos recolhidos pelas tribos nômades nos desertos da Ásia Menor. Também existem indícios da ocorrência e do emprego desse material metálico em regiões como, por exemplo, a Groenlândia. Por sua beleza, maleabilidade e por ser de difícil obtenção, era considerado um metal precioso que se destinava, principalmente, ao adorno. Muitos defendem a hipótese de que o homem descobriu o ferro no Período Neolítico (Idade da Pedra Polida), por volta de 6.000 a 4.000 anos a.C. Ele teria surgido por acaso, quando pedras de minério de ferro usadas para proteger uma fogueira, após aquecidas, se transformaram em bolinhas brilhantes. O fenômeno, hoje, é facilmente explicável: o calor da fogueira havia derretido e quebrado as pedras. O uso do ferro nesse período sempre foi algo acidental e o exemplo acima ilustra bem a situação. Embora raras, havia vezes em que o material também era encontrado em seu estado nativo — caso de alguns meteoritos (corpos rochosos compostos por muitos minérios, inclusive ferro, que circulam no espaço e caem naturalmente no planeta Terra). Como chegava pelo espaço, muitos povos consideravam o ferro como uma dádiva dos deuses. Aos poucos, o ferro passou a ser usado com mais frequência, a partir do momento em que descobriu-se como extraí-lo de seu minério. A exploração regular de jazidas come- çou em torno de 1.500 a.C., provavelmente no Oriente Médio, de onde o metal teria sido importado por assírios e fenícios. Do primeiro milênio da era cristã em diante, o ferro difundiu-se por toda bacia do Mediterrâneo. A Idade do Ferro Segundo o sistema proposto no século XIX por arqueólogos escandinavos, à Idade da Pedra se seguiu a Idade dos Metais. Primeiro, a do Bronze e, em seguida, a do Ferro. A Idade do Bronze se desenvolveu entre os anos 4.000 e 2.000 a.C. Por ser mais resistente do que o cobre, o bronze possibilitou a fabricação de armas e instrumentos mais rígidos. A Idade do Ferro é considerada como o último estágio tecnológico e cultural da pré- -história. Aos poucos, as armas e os utensílios feitos de bronze foram substituídos pelo ferro. Na Europa e no Oriente Médio, a Idade do Ferro começou por volta de 1.200 a.C. Na China, porém, ela só se iniciou em 600 a.C. O uso do ferro promoveu grandes mudanças na sociedade. A agricultura se desenvol- veu com rapidez por causa dos novos utensílios fabricados. A confecção de armas mais modernas viabilizou a expansão territorial de diversos povos, o que mudou a face da Europa e de parte do mundo. 41 A partir da observação de situações como as das fogueiras do Período Neolítico, os seres humanos descobriram como extrair o ferro de seu minério. O minério de ferro come- çou a ser aquecido em fornos primitivos (forno de lupa), abaixo do seu ponto de fusão (temperatura em que uma substância passa do estado sólido para líquido). Com isso, era possível retirar algumas impurezas do minério, já que elas tinham menor ponto de fusão do que a esponja de ferro. Essa esponja de ferro era trabalhada na bigorna para a confecção de ferramentas. Para fabricar um quilo de ferro em barras, eram necessários de dois a dois quilos e meio de minério pulverizado e quatro quilos de carvão vegetal. Os primeiros utensílios de ferro não se diferenciavam muito dos de cobre e bronze. Mas, aos poucos, novas técnicas foram sendo descobertas, tornando o ferro mais duro e resistente à corrosão. Um exemplo disso foi a adição de calcário à mistura de minério de ferro e carvão, o que possibilitava melhor absorção das impurezas do minério. Novas técnicas de aquecimento também foram sendo desenvolvidas, bem como a produção de materiais mais modernos para se trabalhar com o ferro já fundido. Fonte: Instituito do Aço (2015, on-line)6. MATERIAL COMPLEMENTAR Composição Química dos Aços Sergio Augusto de Souza Editora: Blucher Sinopse: essa obra descreve a in� uência de cada elemento de liga adicionado aos aços em suas propriedades mecânicas e químicas, ou seja, o que os elementos contribuem para a produção de aços da melhor qualidade. Além disso, trata da in� uência de outros elementos prejudiciais a essas propriedades quando presentes em quantidades excessivas. São fornecidas tabelas com as composições químicas dos aços especi� cados pela SAE-AISI e pela ABNT, discutindo a in� uência de cada elemento presente. A parte teórica é apresentada apenas para explicar termos usados no decorrer da obra, a � m de facilitar o entendimento a pessoas não familiarizadas com tais termos. Este vídeo da Discovery National Geographic apresenta a fabricação do aço, desde o minério até o aço fi nal. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=z5VpDlGJDto>. Este vídeo apresenta a injeção de plásticos. Acesse o link (em espanhol) disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=VC7dn4XOIPM>. REFERÊNCIAS 43 ASM HANDBOOK. Properties and Selection: Iron, Steels, and High Performance Alloys. Ohio: ASM International, 1990. GROOVER; M. P. Introdução aos Processos de Fabricação. Rio de Janeiro: LTC, 2016. PASSATORE, C. R. Química dos Polímeros. São Paulo: Centro Paula Souza, 2013. REFERÊNCIAS ON-LINE ¹ Em: <http://www.pmt.usp.br/pmt5783/Pol%C3%ADmeros.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2017. ² Em: <http://watplast.com.br/a-importancia-da-injecao-plastica-e-suas-utilida- des/>. Acesso em: 11 ago. 2017. ³ Em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfc4EAH/automacao-injetora-plas- tico>. Acesso em: 11 ago. 2017. 4 Em: <http://www.geocultura.net/rochas/aplica%C3%A7%C3%B5es/>. Acesso em: 11 ago. 2017. 5 Em: <http://nuvemelectronicaa.blogspot.com.br/2013/01/propriedades-dos-me- tais.html>. Acesso em: 11 ago. 2017. 6 Em: <http://www.acobrasil.org.brsite2015siderurgia_mundo.html>. GABARITO 1. Alternativa “C”. 2. Alternativa “E”. 3. Alternativa “D”. 4. Alternativa “B”. 5. Alternativa “C”. 6. O Aço (Fe+C) é uma liga metálica formada por ferro(Fe) e uma porcentagem entre 0,02% a 2,11% de Carbono(C). Considerada a mais importante categoria dos metais ferrosos, sua aplicabilidade é imensurável, visto que esta liga ainda pode conter outros elementos que, em conjunto, alteram e/ou melhoram suas propriedades. De maneira geral, os aços são fabricados a partir do ferro gusa, acrescentando-se elementos de liga, o carbono(C) principalmente, e outros também, como fósforo(Pb), silício(Si), manganês(Mg), cromo(Cr), níquel(Ni) emolibdênio(Mo), por exemplo. Essa característica o torna uma liga com cente- nas de composições químicas e vasta aplicabilidade comercial. GABARITO U N ID A D E II Professor Esp. Marcos Antonio Pintor Junior O PROCESSO DE FABRICAÇÃO POR USINAGEM Objetivos de Aprendizagem ■ Apresentar os processos de fabricação. ■ Conhecer o modelo de fabricação por usinagem. ■ Descrever o processo de fabricação utilizando as ferramentas de geometria definida. ■ Descrever o processo de fabricação utilizando as ferramentas de geometria não definida. ■ Descrever o processo de fabricação de usinagem especial. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Introdução aos processos de fabricação ■ Introdução ao processo de fabricação por usinagem ■ Processo de usinagem com ferramenta de geometria definida ■ Processo de usinagem com ferramenta de geometria não definida ■ Processos de usinagem especiais INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), iniciaremos nosso estudo realizando um sobrevoo sobre os pro- cessos de fabricação. Falaremos dos processos de fabricação por usinagem, que se destacam por serem processos precisos e de grande versatilidade de aplicação graças as mais variadas formas e dimensões possíveis de serem confeccionadas utilizando esses processos. Durante a usinagem, ocorre a remoção de sobreme- tal e esse processo pode ser realizado utilizando-se de ferramentas denominadas “ferramentas de corte”. Ao estudarmos os processos de fabricação por usinagem, podemos observar duas características principais, o material das ferramentas de corte e a geometria destas ferramentas. Os materiais aplicados às ferramentas de corte foram discu- tidos na Unidade I e envolvem as propriedades dos metais. No aspecto da geometria das ferramentas de corte, que envolve a otimiza- ção dessas ferramentas, dividimos os processos em dois grupos, definidos como processos de usinagem com ferramentas de geometria definida e os processos de usinagem com ferramentas de geometria não definida. Entre os processos de usinagem que utilizam ferramentas de geometria defi- nida, destacaremos o processo de torneamento, o processo de furação, o processo de fresamento e o processo de rosqueamento. Entre os processos de usinagem que utilizam ferramentas de geometria não definida, abordaremos o processo de retificação, o processo de brunimento e o processo de lapidação. Abordaremos, ainda, os processos de usinagem que denominamos de especiais. Dentre esses processos, trataremos do processo de usinagem por ele- troerosão, do processo de usinagem por remoção química e do processo de usinagem utilizando laser. O conhecimento destes processos de fabricação é essencial para todo(a) enge- nheiro(a) e fonte clara de aplicação em variadas áreas das indústrias. Boa leitura! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 47 O PROCESSO DE FABRICAÇÃO POR USINAGEM Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E48 INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO Ao longo dos anos, as técnicas de fabricação foram desenvolvidas para atender a demanda crescente do mercado, de tal forma que hoje é possível encontrar variados processos e diversos materiais nesta área. Diz-se que um processo de fabricação é a maneira como é transformado ou construído um material, nor- malmente utilizando-se máquinas de fabricação. Alguns autores sugerem a classificação destes processos em processos pri- mários e em processos secundários. Os processos primários designam aqueles em que a forma inicial da peça bruta é gerada, mas não é possível estabelecer um acabamento melhorado e, portanto, é necessária a aplicação dos processos secundários. Assim, é possível exemplificar os dois tipos de processos. No primário, deno- minado por Groover como básico (2016, p. 372), estão os processos de fundição, o processo de forjamento e o processo de laminação. Nos processos secundá- rios, estão o processo de torneamento, o processo de retificação e os processos de fresamento, por exemplo. Figura 1 – Processo de torneamento de eixo Introdução ao Processo de Fabricação por Usinagem Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 49 INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE FABRICAÇÃO POR USINAGEM Ao falarmos de processos de fabricação, quase sempre citaremos as operações relacionadas à usinagem de materiais. A usinagem é um grupo de processos de fabricação em que uma ferramenta de corte é utilizada na remoção de material, com a finalidade de produzir na peça o formato desejado. Cabe mencionar que a utilização de uma ferramenta de corte é um padrão em todo o grupo. Com a usinagem, é possível obter uma peça em um formato desejado utilizando uma gama imensa de materiais. A usinagem também nos permite variar a forma e a característica geométrica de acordo com a necessidade, obtendo uma precisão dimensional muito grande. Durante uma operação de usinagem, podemos observar duas características que formarão a geometria da peça. A primeira característica é a forma da ferra- menta de corte, como ocorre no brochamento e na furação por exemplo, em que a geometria da ferramenta é transferida para a peça. A segunda característica é o movimento que acontece entre a ferramenta de corte e a peça a ser usinada. Ferramenta de forma Superfície com formaçãoPeça N f N f Peça Superfície com formação N PeçaPeça Brocha Superfície com formação Figura 2 – Formação para criar formas em usinagem Fonte: Groover (2016). O PROCESSO DE FABRICAÇÃO POR USINAGEM Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E50 Embora essas duas características tenham sido citadas separadamente, elas também podem ocorrer simultaneamente. Esta simultaneidade é observada no processo de rosqueamento feito em um torno mecânico, em que o ângulo da ferramenta de corte determinará a forma dos filetes e o movimento, seu passo. Figura 3 – Processo de formação de rosca em parafuso Fonte: Sandvik Coromant (s/d, on-line)¹. Os processos de fabricação por usinagem são divididos basicamente em dois gru- pos, os que são produzidos por ferramentas de geometria definida e os que são produzidos utilizando-se ferramentas de geometria não definida. Do mesmo modo que o metal enferruja com a ociosidade e a água parada perde sua pureza, assim a inércia esgota a energia da mente. (Leonardo da Vinci) Processo de Usinagem com Ferramenta de Geometria Definida Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 51 PROCESSO DE USINAGEM COM FERRAMENTA DE GEOMETRIA DEFINIDA Antes de anunciarmos os processos que utilizam ferramentas de corte com geo- metria definida, devemos entender o que é uma ferramenta de corte, já citada anteriormente. Denomina-se ferramenta de corte a ferramenta composta por um material mais duro do que o material a ser usinado, com uma ou mais arestas de corte. Existem dois tipos de ferramentas de corte, as denominadas monocor- tantes, com apenas uma aresta de corte, utilizadas, por exemplo, nas operações de torneamento, e as multicortantes, que possuem mais do que uma aresta de corte, como no caso de uma broca utilizada na furação. Interessa saber que alguns princípios aplicados às ferramentas monocortantes também são aplicados às ferramentas multicortantes, uma vez que o mecanismo de corte e formação do cavaco é semelhante a outras operações de usinagem. Outro detalhe que deve ser considerado ao se utilizar uma ferramenta de corte, e neste caso, definida ou não, é o fluido de corte. Um fluido de corte é qualquer líquido ou gás aplicado ao processo de fabricação com a finalidade de melhorar as condiçõesde corte da ferramenta. Ao utilizar-se de um determinado fluido, resolve-se dois problemas característicos dos processos de fabricação por usinagem: a geração de calor na zona de cisalhamento e o atrito entre a ferra- menta e a peça. O PROCESSO DE FABRICAÇÃO POR USINAGEM Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E52 Neste tipo de usinagem, utilizando ferramentas de geometria definida, destaca- remos alguns processos que são comumente utilizados em diversos segmentos econômicos e são de grande aplicação nas indústrias de forma geral. O primeiro desses processos é o torneamento. Definimos o torneamento como um processo de usinagem em que a ferramenta de corte utilizada é monocortante. Esse processo se dá em uma máquina-ferramenta conhecida como torno mecânico. Figura 4 – Torno Mecânico Fonte: Carmo (2014, on-line)². O diamante é o material mais duro encontrado na natureza. A dureza é uma propriedade mecânica atribuída a toda matéria sólida. Friedrich Vilar Mohs, mineralogista alemão, foi quem desenvolveu uma tabela conhecida como Escala de Mohs. Nesta escala, que vai de 1 a 10, os materiais são classifica- dos de acordo com sua dureza. Na escala, o 1 é o talco e o 10, o diamante. Fonte: o autor. Processo de Usinagem com Ferramenta de Geometria Definida Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 53 O torno mecânico utiliza-se do movimento da peça presa na placa, ou castanha, sobre seu próprio eixo, e uma ferramenta de corte presa no porta-ferramenta, que realiza o movimento de avanço, moldando a peça. Esse porta-ferramenta é preso na parte superior do carro longitudinal (carro principal), que desliza sobre o barramento. O barramento é formado por dois trilhos, fabricado com grande precisão e alto grau de paralelismo em relação ao eixo de rotação da árvore. O sistema de rotação acontece no cabeçote fixo onde se encontra a caixa de avanços e recâmbio, também conhecida como “caixa norton”. É nesse cabeçote que a velocidade de corte e a rpm são definidos, quase sempre com o posiciona- mento de alavancas em posições predefinidas pelo fabricante. Durante o torneamento, ainda podemos definir outras operações que tam- bém são realizadas utilizando-se o torno mecânico e que, embora possuam designações próprias, fazem parte do processo de torneamento, como é o caso do faceamento, em que a ferramenta de corte avança na direção radial sobre a face oposta ao cabeçote, criando uma superfície plana. Ao se inclinar a ferramenta, fazendo com que ela não fique paralela ao eixo da peça, obtém-se um tornea- mento cônico. Outro procedimento muito comum durante o torneamento é a chanfragem. Chanfrar é quebrar as bordas da peça torneada, tornando-a mais bem acabada. Ainda podemos citar o sangramento, procedimento semelhante ao facea- mento, entretanto, feito ao longo da peça, com o intuito de fazer rebaixos e/ou cortá-la. Este procedimento é normalmente feito por uma ferramenta denomi- nada “bedame”. Outro processo de fabricação por usinagem com ferramenta de geometria definida é a furação. Realizada para fazer furos circulares, a furação utiliza-se de uma ferramenta com duas arestas de corte (multicortante) rotativas, que realiza movimentos circulares em torno de seu eixo, denominada broca. As brocas são encontradas em sua maioria no formato helicoidal. O PROCESSO DE FABRICAÇÃO POR USINAGEM Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E54 Comprimento do rebaixo Comprimento da haste Corpo da broca Vista lateral Haste cônica Ângulo de hélice Ângulo da ponta θ Superfície de saída Aresta principal de corte Aresta transversal Espessura do núcleo Guia Vista de frente (ampli�cada) Diâmetro da broca Canal helicoidal Figura 5 – Geometria padrão de uma broca helicoidal Fonte: Groover (2016). As brocas helicoidais, de longe as mais utilizadas, possuem dois canais helicoidais que caracterizam este tipo de broca e formam um ângulo denominado ângulo de hélice, com valor típico de 30º. São esses canais que farão a retirada do cavaco e formarão o corpo da broca, onde também pode ser identificado a guia da broca. Embora alguns acreditem que a guia tenha a função de corte, como o próprio nome diz, sua função é guiar a broca pelo furo. Por ser de largura mínima, a guia tem menos oportunidade de geração de calor. Outra parte fundamental da broca é o ângulo da ponta, formado entre o eixo da broca e a aresta de corte. Normalmente, este ângulo tem 118º, mas pode e deve ser alterado dependendo do tipo de material que se deseja furar. A remoção do cavaco gerado na furação quase sempre representa um pro- blema durante o processo. Como os canais possuem um espaço ao longo do corpo da broca, os cavacos são forçados a sair por este espaço e, dependendo do volume de cavaco, pode-se ter uma interrupção no processo de saída, o que aumenta a geração de calor e a força aplicada sobre a broca, causando, às vezes, sua quebra. Por este motivo, durante o processo de furação, deve-se fazer constante- mente a entrada e saída da broca do furo que está sendo feito, com a finalidade de promover a retirada do cavaco. Normalmente feitas de aço rápido, as bro- cas recebem um tratamento térmico e um procedimento de endurecimento da superfície externa (guia e aresta de corte). Assim como no torneamento, alguns procedimentos podem acontecer após a furação, utilizando-se do furo feito, com a finalidade de modificação. O alar- gamento é um destes procedimentos. Utilizado quando se deseja aumentar o Processo de Usinagem com Ferramenta de Geometria Definida Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 55 furo, fornecendo a este uma tolerância mais precisa, torna o acabamento do furo muito melhor. Este procedimento é realizado pela ferramenta de corte denomi- nada alargador. Alargador de múltiplos gumes Alargador de gume único Figura 6 – Ferramentas do tipo alargadores Fonte: Lima (s/d, p. 55, on-line)³. Outro processo realizado após a furação e que deve ser explicado é o escarea- mento. Escarear é fazer um rebaixo cônico na borda do furo, facilitando, por exemplo, um procedimento de rosqueamento. Neste procedimento, utiliza-se o escareador. Figura 7 – Escareador de furos O PROCESSO DE FABRICAÇÃO POR USINAGEM Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E56 Ainda podemos citar outro procedimento importante e comum, a furação de centro. Este procedimento é realizado sempre antes da furação. Isto porque a furação de centro normalmente é utilizada como guia da furação ou, se utilizada no processo de torneamento, para servir como apoio do contraponto, ferramenta útil em alguns modelos de torneamento. Figura 8 – Broca de centro Fonte: Copafer (s/d, on-line)4. Finalizando, cabe mencionar que o processo de furação é realizado por uma máquina-ferramenta denominada furadeira. Continuando a explicar sobre processos de fabricação que utilizam ferra- mentas de geometria defi nida, temos o fresamento. No processo de fresamento, a usinagem acontece com o avanço da peça em direção à ferramenta de corte. Esta ferramenta denominada fresa possui várias arestas de corte, que, neste caso, são chamadas de “dentes”. Existe uma ferramenta de fresamento que possui ape- nas uma aresta de corte, a “bailarina”, usada em alguns poucos casos. Processo de Usinagem com Ferramenta de Geometria Defi nida Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 57 Figura 9 – Fresa para ranhuras Fonte: Internacional Ferramentas (s/d, on-line)5. As fresas são classifi cadas, costumeiramente, de acordo com a operação que rea-lizam. As fresas cilíndricas tangenciais são as fresas utilizadas para fresamento tangencial, também chamadas de fresas helicoidais. Outro tipo de fresa é a de perfi l constante, na qual as arestas de corte têm perfi l especial, por exemplo, as fresas para fazer engrenagens, que requerem um desenho de geometria dos den- tes diferente. Por fi m, também há as fresas de topo, que são semelhantes a uma broca, utilizadas para fazer fresamento de perfi s e cavidades, canais e superfícies. Em um processo de fresamento, utiliza-se a máquina-ferramenta denomi- nada fresadora, que fornece rotação para uma ferramenta multicortante. Há alguns modelos de fresadora, por exemplo, a de coluna, as de mesa fi xa, a copia- dora e a de arrasto. O PROCESSO DE FABRICAÇÃO POR USINAGEM Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E58 Torpedo Alavancas para trocas de velocidades Coluna Volante para movimentação no eixo x Base Anteparo do �uído de corte Eixo árvore Saída do �uído de corte Acionamento do eixo y Acionamento do eixo z Alavancas para seleção de avanços automáticos Mesa Figura 10 – Máquina-ferramenta de fresar (fresadora) Fonte: Tecmecânico (2011, on-line)6. Essas fresadoras, quando estão em operação, realizam basicamente dois tipos de fresamento, o periférico, também chamado de tangencial, em que o eixo da fer- ramenta é paralelo à superfície a ser usinada, como nos fresamentos de canais ou de rasgos de perfil, por exemplo. O outro tipo de operação é o fresamento frontal, em que o eixo da ferramenta é perpendicular à superfície que será usinada, como ocorre no fresamento de topo, no fresamento de borda e em superfícies curvas. Para finalizarmos os processos de fabricação por usinagem com ferramenta de geometria definida, temos o rosqueamento. O rosqueamento é um processo empregado, geralmente, na confecção de elementos de fixação (parafusos e porcas), transporte de materiais (roscas transportadoras) e na transmissão de movimentos, como no caso dos fusos do torno mecânico. O rosqueamento tem sua caracterís- tica principal nos filetes, sulcos ou ranhuras helicoidais sobre superfícies. Este processo envolve dois movimentos que acontecem simultaneamente. Um é rotativo e o outro movimento é de avanço. Existem dois tipos de rosque- amento: o interno, quando os filetes são feitos internamente na peça, como no caso de uma porca, e o rosqueamento externo, como nos parafusos. Processo de Usinagem com Ferramenta de Geometria Defi nida Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 59 Figura 11 – Modelo de parafuso com rosca triangular Fonte: Ciser (s/d, on-line)7. No rosqueamento, utiliza-se ferramentas de corte com perfi s de diferentes forma- tos, como no caso das roscas trapezoidais, das roscas triangulares e quadradas. Tanto na construção da rosca interna como na rosca externa é possível utilizar ferramentas de corte. No caso da rosca interna, utiliza-se um “macho”, ferramenta de corte que rasga o material, fazendo ranhuras e moldando a rosca. Figura 12 – Ferramenta “macho” para formação de roscas internas Fonte: Walter Ferramentas (s/d, p. 58, on-line)8. No processo de rosqueamento externo, a ferramenta recebe a denominação de cossinete, fi xada no porta cossinete, que serve de apoio para o exercício de rotação. O PROCESSO DE FABRICAÇÃO POR USINAGEM Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E60 PROCESSO DE USINAGEM COM FERRAMENTA DE GEOMETRIA NÃO DEFINIDA Diferente do que acontece quando tratamos dos processos de usinagem com fer- ramenta definida, em que facilmente se observam arestas de corte, para os casos em que há geometria não definida, a remoção de material acontece por atrito, por exemplo. Nestes casos, os processos são denominados como processos abrasivos. A utilização deste tipo de processo talvez é a mais antiga conhecida, e sua importância, comercial e tecnológica, pode ser observada pelo acabamento que alguns processos deste tipo alcançam, e sua precisão, que pode ser extrema- mente alta, chegando à casa dos microns (µm). Outra característica conferida aos processos abrasivos é a possibilidade de serem aplicados a todos os tipos de materiais, endurecidos ou não, tratados ou não. Neste tipo de processo está a retificação. O processo de retificação ocorre em uma máquina-ferramenta denominada retífica e acontece pelo contato abra- sivo da peça com o rebolo. O rebolo é a ferramenta de corte. É composto por partículas abrasivas e jun- tadas por um aglomerante, uma espécie de cola que mantém as partículas juntas no formato e estrutura definida. Os rebolos são diferentes entre si e a aplicação de um ou de outro depende do tipo de processo que será executado, do tipo de acabamento e do tipo de material da peça, por exemplo. Para fazer a deter- minação, alguns parâmetros dos rebolos devem ser do conhecimento, como o Figura 13 – Rebolo para retificação – ferramenta de geometria não definida Processo de Usinagem Com Ferramenta de Geometria não Definida Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 61 tamanho do grão, por exemplo. É o tamanho do grão que determinará o acaba- mento e a quantidade de material que será removido por ciclo. Quanto menor for este tamanho, menor será a retirada e melhor será o acabamento. Outro parâmetro importante a ser observado é o aglomerante. É desejável que o aglomerante seja resistente ao ponto de suportar as cargas centrífugas apli- cadas, resistir à fragmentação do impacto, mantendo os grãos unidos durante o processo e suportar as altas temperaturas observadas durante a usinagem. Ainda, o tipo de material abrasivo usado também é parâmetro de escolha na hora da retificação. Os materiais constituintes dos rebolos podem apresentar friabilidade maior ou menor. Citamos, por exemplo, os abrasivos de óxido de alumínio. Esse tipo de abrasivo é o mais comum, usado para retificar aços e ligas ferrosas. Há, também, os abrasivos à base de diamante. Naturais ou artificiais, os rebolos de diamante são, geralmente, utilizados para aplicação em materiais endurecidos e abrasivos, como a cerâmica e o vidro. De forma geral, a retificação quase sempre é usada para conceder acabamento a peças com forma já estabelecida em processos anteriores. Assim, podemos enunciar alguns modelos de retificação. A retificação plana, por exemplo, é normalmente aplicada em superfícies lisas e sempre executada usando o lado periférico do rebolo ou sua face plana. A retificação cilíndrica acontece em peças cilíndricas, podendo ser aplicada externa ou internamente. Muito utilizada para conferir acabamento em eixos, este tipo de retificação produz grande precisão nas medidas. Friabilidade mecânica é a capacidade que um material abrasivo tem de se fraturar quando sua aresta de corte se desgasta, permitindo que outra aresta se exponha, dando continuidade ao processo de usinagem. Essa pro- priedade é observada, por exemplo, no processo de retificação quando é utilizado um rebolo. Fonte: o autor. O PROCESSO DE FABRICAÇÃO POR USINAGEM Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E62 Figura 14 – Processo de retificação externa As retificações internas funcionam, por sua vez, como uma operação de man- drilhamento, pois a peça é fixada em um mandril. Este tipo de retificação é muito usada em rolamentos, para conferir acabamento às pistas de rolamen- tos, por exemplo. Outras operações de retifi- cação também devem ser mencionadas. Utiliza-se a retificação, por exemplo, na afiação de ferramentas de corte e na retificação de gabaritos, quando se deseja elevado grau de precisão em peças de aço temperado, as retificações de disco, conhe- cidas
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