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Introdução à fisiologia humana

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FISIOLOGIA – Profª Célia Ambiel – Neurofisiologia 
*Bear, Purves e Guyton. 
 
CONCEITO DE FISIOLOGIA 
 Ramo da biologia que estuda as múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas nos seres vivos. Estuda o 
funcionamento normal do organismo. É o estudo do funcionamento da matéria viva, procurando explicar os fatores físicos 
e químicos responsáveis pela origem, desenvolvimento e progressão da vida. 
a) Abordagem teleológica: preocupa-se com a função de um sistema ou evento fisiológico. O “porquê” do sistema. 
b) Abordagem mecanicista: examina o processo. É o “como” de um sistema. 
 Um papel da fisiologia é integrar função e processo em um todo coerente. 
 
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO 
 Aproximadamente 100 trilhões de células de um adulto, que podem ser classificadas em mais de 200 tipos 
celulares diferentes, variando seu tamanho, forma e função. As células de diferentes tecidos situadas próximas ou longe 
entre si precisam se comunicar efizcamente para que o organismo como um todo desempenhe funções vitais. 
 Ser unicelular – as trocas acontecem diretamente com o meio externo: nutrientes, eletrólitos, água, excretas 
metabólicas. 
 Célula humana – as trocas não acontecem diretamente com o meio externo, mas sim com o líquido ao seu redor, o 
líquido extracelular ou meio interno. 
 
CONCEITO DE MEIO INTERNO E HOMEOSTASE 
 Esse meio interno tem relativa independência com o ambiente externo, dado que os tecidos são removidos das 
influências externas diretas e são protegidos por um ambiente interno que é constituído pelos fluidos que circulam no 
corpo. É a constância do meio interno que proporciona a condição de vida livre e independente. 
 Homeostasia é a tendência permanente do organismo em manter a constância do meio interno. Estado de 
independência relativa do organismo em relação às oscilações do ambiente externo. Homeostase é a constância relativa do 
meio interno. 
Líquido extracelular – LEC 
 
 
 
 
 
Função global das células no organismo: 
1. Executar as atividades funcionais básicas, que representam as necessidades mínimas para a sobrevivência da 
célula; 
2. Cada célula, simultaneamente, deve realizar uma ou mais atividades especializadas, que, integradas com as 
atividades especializadas das demais células, contribuem para a manutenção da homeostase (não usar “equilíbrio” 
na definição de homeostasia). 
 
 
 
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SISTEMAS DE CONTROLE CORPORAIS – SISTEMA NERVOSO E ENDÓCRINO 
 Sistema nervoso: ação rápida, fugaz, de curtíssimo prazo, efeito localizado; 
 Sistema endócrino: ação lenta, duradoura, de médio a longo prazo, efeito amplo; 
Os dois sistemas agem de maneira integrada e garantem a homeostasia do organismo, tornando-o operacional para se 
relacionar com o meio ambiente. 
 
 
 FEEDBACK OU RETROALIMENTAÇÃO: 
a) Retroalimentação negativa: a resposta se opõe ao estímulo, interrompendo a alça de resposta. 
 
Ex.: homeostase da pressão sanguínea (inibição do simpático e ativação do parassimpático), controle glicêmico. 
Se a resposta reverte uma alteração em uma condição controlada, esse sistema está operando por retroalimentação 
negativa. 
b) Retroalimentação positiva: a resposta reforça o estímulo, afastando a variável do ponto de ajuste. 
Ex.: trabalho de parto, processo de hemóstase (coagulação sanguínea). 
 
 
 FEEDFOWARD OU ANTECIPAÇÃO: 
 Ex.: ver a comida e salivar, liberar insulina; órgão do equilíbrio. 
 
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TRANSPORTE DE ÍONS E MOLÉCULAS ATRAVÉS DA MEMBRANA CELULAR 
 A membrana celular, por meio da permeabilidade seletiva, é quem garante a diferença de concentração de 
eletrólitos entre os meios extra e intracelular – bicamada lipídica com propriedade anfipática. 
 A 3 principais classes de lipídeos encontrados nas membranas são os glicerofosfolipídeos, esfingofosfolipídeos e 
colesterol; 
 A distribuição de fosfolipídeos na membrana celular é assimétrica; 
 Os fosfolipídeos têm mobilidade: difusão lateral, rotação, flip-flop; 
 Os diferentes tipos de fosfolipídeos podem se agrupar na membrana, formando “ilhas” conforme a região 
funcional da membrana ou folheto externo e interno. 
 
Por que é importante a assimetria da membrana? 
 Questão de logística estrutural por manter enzimas, receptores, moléculas de adesão, sinalização e outros tipos 
nos folhetos corretos, facilitando a atividade celular. Quebra da assimetria é geralmente associada com a ativação celular 
ou condições patológicas. 
 
 Rafts lipídicos  domínios sub ou nanocrômicos de curto tempo de vida ricos em colesterol, esfingolipídeos e 
proteínas ligadas a GPI. “Sequestram” proteínas integrais ou periféricas e formam plataformas sinalizadoras para 
transdução de sinal, por exemplo. 
 
 
 Proteínas de membrana: uma membrana típica contém 50% da sua massa em proteínas, diferente da membrana 
mitocondrial interna e cloroplastos, que é 75%; 
 Função das proteínas de membrana: estrutura, transporte, atividade enzimática, receptores, transdução de sinal, 
reconhecimento e junção celular, ancoragem (citoesqueleto e matriz extracelular); 
 Proteínas periféricas: associadas fracamente à cabeça polar dos lipídeos ou a proteínas integrais via interações 
eletrostáticas; 
 Proteínas integrais: associadas covalentemente aos lipídios; 
 Proteínas formadoras de canais de passagem de água ou íons, os canais podem ser sempre abertos ou possuírem 
comportas e há um filtro de seletividade. A água é a única molécula que passa por canal – aquaporina (ADH 
estimula a presença de aquaporinas na membrana do túbulo distal); 
 Proteínas transportadoras de íons ou moléculas; 
 Proteínas ancoradas à membrana (diretamente a lipídeos, ao GPI ou a outras proteínas). 
 
O que acontece ao músculo se ocorrer alteração na distrofina? 
 O gene DMD (no cromossomo X) codifica uma proteína chamada distrofina que, em conjunto com outras 
proteínas, forma um complexo importante que é responsável pela regulação da permeabilidade da membrana plasmática, 
absorção do choque e manutenção da integridade e alinhamento da membrana às fibras musculares durante a contração 
muscular. Alterações em diferentes proteínas do complexo têm sido observadas em diversas doenças 
neuromusculares. Existem dois tipos principais de distrofia muscular: Duchenne e Becker. No caso da distrofia de 
Duchenne, a distrofina está ausente ou muito reduzida nas células musculares, enquanto na distrofia de Becker, a proteína 
está alterada e parcialmente funcional nas células musculares. Assim, os afetados apresentam fraqueza do tônus muscular 
e também retrações musculares com encurtamento dos tendões. 
 
Pesquisar sobre a canalopatia: fibrose cística – causa e fisiopatologia. 
A fibrose cística é uma doença hereditária devido a um gene defeituoso no cromossomo 7. Ele codifica a proteína de 
membrana chamada de regulador de condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR), a qual funciona como um 
canal iônico para o cloreto. O canal então conduz cloreto através da membrana, quando ligado ao ATP e fecha quando o 
ATP é hidrolisado. Com a mutação, a proteína dobra incorretamente, não se insere adequadamente na membrana e o 
movimento de cloreto e água é reduzido. A secreção líquida é essencial para manter o muco na superfície dos alvéolos 
pulmonares com a viscosidade exata e na FC, a secreção diminuída causa um espessamento desse muco, tornando-o 
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pegajoso. Isso impede uma correta remoção de patógenos do epitélio respiratório, além de causa progressivo danos aos 
pulmões, o que pode levar à insuficiência respiratória. 
 
 Canais com comportas transportam apenas íons de forma altamente seletiva. Suas comportas abrem ou fecham 
mediante algum estímulo: químico, dependente de voltagem ou estímulo mecânico. 
 Proteínas transportadoras: fazem o transporte de íons e moléculas de forma altamente seletiva. Podem ser 
uniporte, simporte ou antiporte. 
*** A velocidade de transporte é maior nos canais e menor nas proteínas transportadoras, sendo uniporte ~ simporte > 
antiporte > necessitados de hidrólise de ATP. 
 
 Os carboidratos da membrana formando glicoproteínas ou glicolipídeos são fundamental na formação do 
glicocálice para o reconhecimento e identidade celular. 
 
TIPOS DE TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA CELULAR 
 
 Transporte passivo ou difusão: a favor do gradiente, não há consumo de energia, as moléculas se movem 
espontaneamente de hiper para hipotônico. Simples, através dos canais proteicos ou da bicamada lipídica, 
Facilitada, através de proteínas transportadoras. O processo difusional se faz em direção aleatória – movimento 
browniano, sendo que, apesar de aleatório, a molécula sempre vai se afastar de um ponto arbitrário de origem. A 
difusão resulta da agitação térmica/energia cinética das moléculas e cessa apenas no zero absoluto. É movimento 
espontâneo (variação total da entropia é maior que zero, pois o sistema evolui para uma entropia – desordem – 
maior que a inicial) e irreversível, tendendo ao equilíbrio. O tempo de difusão aumenta com o quadrado da 
distância, ou seja, só fala-se em difusão em distância micrométricas. Há fluxo em todas as direções, mas o que 
interessa é o fluxo resultante  Jresul=J1-2 – J2-1, no equilíbrio, Jresul=0. Nos íons, além do equilíbrio químico, 
também se busca o equilíbrio elétrico, que muitas vezes é diferente de distribuição e concentração uniforme; 
 
 
Lei da difusão de Fick: 
 
 
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A permeabilidade da membrana é a relação entre solubilidade lipídica e o tamanho da molécula, sendo que mudanças na 
composição da bicamada podem aumentar ou diminuir a permeabilidade da membrana. 
a) DIFUSÃO SIMPLES: 
 Substâncias lipossolúveis: gases, hormônios esteroidais, vitaminas lipossolúveis. A facilidade de 
transporte depende do coefieciente de partição óleo/água. 
 Substâncias pequenas hidrossolúveis (íons): necessitam de um canal iônico/corredor aquoso. 
b) DIFUSÃO FACILITADA: 
 Moléculas orgânicas eletricamente neutras: aminoácidos, glicose etc, necessitam de transportadores. 
Apresenta saturação devido ao nº de carreadores limitados, portanto, terá uma velocidade máxima a ser atingida 
como fator limitante. 
 
 
 Transporte ativo: contra o gradiente de concentração, com consumo de energia, somente ocorre com proteínas 
transportadoras. Pode ser ou primário, por hidrólise de ATP, ou secundário, energia de outras fontes que não a 
metabólica. Também há saturação e velocidade máxima, também dependente da disponibilidade de ATP. 
a) PRIMÁRIO: a proteína/bomba deve ter atividade ATPásica. Ex.: bomba de Na+/K+, bomba de cálcio e bomba 
de H+. A bomba de Na+/K+ é a responsável por deixar a concentração desses dois íons tão diferentes entre o 
meio extra e intracelular. 
 
 
b) SECUNDÁRIO: está acoplado o transporte de dois ou mais solutos, onde um soluto (geralmente, o sódio) se 
move de acordo com seu gradiente eletroquímico e outro soluto se move contra seu gradiente eletroquímico. 
Assim, não ocorre gasto direto de ATP, mas a energia é fornecida de modo indireto pela bomba Na+K+ que 
fornece a diferença de concentração do sódio. 
 
 
 
 
SGLT: na membrana apical (a glicose está no 
lúmen e esse transportador só leva glicose para 
dentro da célula, pois precisa seguir o gradiente 
de concentração do sódio mantido pela bomba 
Na-K), GLUT 2: na membrana basolateral (esse 
transporta a glicose tanto para dentro quanto 
para fora da célula, de acordo com os níveis de 
glicose no sangue), na membrana apical (no 
período pós-refeição – o glut 2 é enviado as 
membranas conforme é necessitado). Bomba 
Na+/K+: na membrana basolateral (ela precisa 
ficar em contato com o LEC e no lúmen, jogaria 
muito sódio para fora, fazendo o individuo ficar 
desisdratado, além disso, ela cede energia 
diretamente para o GLUT, então deve ficar 
próxima a ele, para o SGLT, ela cede energia 
indiretamente, por manter o gradiente de sódio). 
 
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Explicar soro caseiro, por que usa sal e açúcar? 
A glicose é transportada para dentro da célula contra gradientes de concentração e o mecanismo é o cotransporte pelo 
SGLT. A proteína carreadora tem dois sítios, um para o sódio e outro para a glicose. Além disso, a concentração do sódio é 
muito mais alta no LEC, o que favorece o transporte para o meio intracelular. A mudança conformacional que permite o 
sódio ser movimentado para dentro só ocorre se a molécula da glicose também se ligar à proteína. Assim, os dois são 
transportados conjuntamente. Esse mecanismo é essencialmente importante nas células do epitélio intestinal e explica 
porque se deve usar sal e açúcar no soro caseiro para reidratação, pois a glicose colabora para que o sódio entre na célula, 
sendo que só o soro fisiológico teria menos eficiência de mandar sódio para dentro pelos pouco canais de sódio que há na 
membrana luminal. 
 
OUTROS TRANSPORTES: ENDOCITOSE, EXOCITOSE, TRANSCITOSE. 
 
OSMOSE – difusão da água 
 A água passa do meio hipotônico ao meio hipertônico, ou seja, a água busca o meio com mais soluto (o que na 
verdade simplesmente respeita o princípio da difusão, em que a água vai do meio onde está em maior quantidade para o 
meio onde está em menor quantidade). Isso ocorre através de uma membrana semipermeável. 
Osmolaridade: em razão da concentração de água de uma solução depender do número de partículas de solutos na 
solução, faz-se necessário descrever a concentração total das partículas de soluto, independente de sua exata composição. 
O nº total de partículas em uma solução é medida em osmóis ou osmoles. Uma solução de 1 mol de NaCl tem mesma 
osmolaridade que uma solução de 2 mols de glicose. A osmolaridade é determinada pela concentração total de partículas 
dos solutos presentes na solução. O ideal em uma situação fisiológica, entre plasma, líquido intersticial e meio intracelular, 
é uma osmose efetiva próxima de zero. Pressão osmótica é a exata quantidade de pressão necessária para se prevenir a 
osmose. 
 
 
No final de um capilar, o que define o retorno da água é a concentração maior de proteínas presente no plasma sanguíneo, 
as quais não atravessamo endotélio – pressão coloidosmótica. Em caso de desnutrição, há abaixamento dos níveis de 
proteínas no plasma e, portanto, redução da pressão coloidosmótica e escape de líquido para o tecido, formando edemas. 
 
 
OSMOLARIDADE X TONICIDADE: a osmolaridade é determinada pela concentração total de todos os solutos presentes na 
solução  mol x nº de partículas / molécula na solução. Tonicidade é determinada pela concentração, apenas, dos solutos 
impermeantes. No caso anterior, a tonicidade é 0,15, somente o que ficou no LEC. Ou seja, a tonicidade que deve ser 
comparada ao 0,3, tonicidade do LIC. Uma solução pode ser classificada quanto a osmolaridade e a tonicidade: 
hiposmótica, isosmótica, hiperosmótica; hipotônica, isotônica, hipertônica. 
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BIOELETROGÊNESE – POTENCIAL DE REPOUSO E DE AÇÃO – 25/08/2020 
 
Potencial de membrana – Origem 
A somatória total das cargas iônica nos LEC mostra excedente de cargas positivas, sendo o sódio o principal contribuinte – 
a perda de sódio é muito grave pela grande queda de osmolaridade do meio extracelular. Já o somatório de cargas do LIC, 
há excedente de cargas negativas, sendo que as cargas positivas do potássio são anuladas por muitos outros componentes 
como os fosfatos e, principalmente, proteínas com predomínio de aminoácidos negativos que não saem da célula. 
 
 
 
Devido à neutralidade de cargas das soluções principais, a única porção da célula que determina diretamente suas 
propriedades elétricas é a sua membrana plasmática. Qualquer atividade elétrica de uma célula é uma propriedade da sua 
membrana, e os potenciais elétricos observados são chamados de potenciais transmembrana. 
 
 
 
 
 
 
As cargas desiguais dentro e fora de um neurônio alinham-se 
ao longo da membrana por causa da atração eletrostática 
através dessa membrana extremamente fina. Essa membrana 
exibe uma capacitância por causa das propriedades isolantes 
da bicamada. Nos circuitos elétricos, um capacitor tem duas 
placas condutoras separadas por uma camada isolante; nas 
células, os líquidos condutores em cada lado da membrana 
agem como as placas e a bicamada lipídica separa e estoca 
íons com cargas opostas. 
 
Assim, o movimento de apenas 
poucos íons em uma região pode 
estabelecer ou mudar o potencial 
de membrana sem romper a 
neutralidade geral de cargas dos 
líquidos intracelulares e 
extracelulares. 
 
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Experimento feito em axônios gigantes de lulas 
Todas as células possuem essa diferença de potencial na membrana, variando o valor da voltagem, conforme a diferença 
de constituintes do líquido extra e intracelular. O interior do neurônio está tipicamente ao redor de -65mV em relação ao 
exterior e estimular aumentam ou diminuem essa variação de voltagem. 
 
Contribuição da difusão de potássio no potencial de repouso da membrana (de células excitáveis, as não 
excitáveis, apenas potencial de membrana): 
*neurônios e fibras musculares são células excitáveis e capazes de conduzir impulsos elétricos. 
 
 
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Contribuição da difusão de sódio: 
 
 
 
Mesmo raciocínio para o Cálcio e Cloro. Obs: Valores do Bear 
 
Por que o potencial de repouso hipotético está muito mais próximo do potássio do que o sódio? 
 
Como se dá a seletividade dos canais proteicos para sódio e potássio? 
 Raio do sódio é menor que o do potássio, desconsiderando a camada de solvatação. O sódio então atrai mais 
moléculas de água e tem uma camada de solvatação maior, portanto não passa no canal do potássio. Já o canal do sódio, 
causa maior perda de moléculas de água da camada de solvatação, isso gasta energia, que é compensando pelo menor 
tamanho do sódio, o qual passa no canal e o potássio não. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Livro: Boron – fisiologia médica. 
 
 
 
 
SILVERTHORN – didática, mas superficial 
BEAR – sugestão da prof 
VANDER – contração muscular 
 
 
 
 
 
27/08/2020 
 
Mecanismo de ação dos digitálicos - glicosídeo cardiotônico  digoxina. 
 Na contração muscular, há influxo de sódio e cálcio na célula e saída de potássio. A bomba de cálcio é responsável 
por retirar o cálcio em excesso e a bomba Na-K regula a concentração de sódio mandando-o para fora e potássio, 
colocando para dentro. A digoxina inibe parte da Na-K ATPase das células miocárdicas, por competir com o potássio. O 
aumento do Na intracelular leva a uma elevação da ação do trocador sódio/cálcio (que no potencial negativo, de repouso, 
joga sódio para dentro e o cálcio para fora; na despolarização, ele joga sódio para fora e capta cálcio), ou seja, ele jogará 
mais sódio para fora e aumentará as concentrações de Ca dentro do miócito, o que potencializa a contração muscular. A 
velocidade de contração diminui, mas é sustentada por mais tempo. Piores índices terapêuticos – entrada de cálcio em 
excesso, depois na mitocôndria causando disfunção de ATP e desencadeando apoptose. 
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Reparar que para baixo, é corrente de entrada, ou seja, sódio; para cima, é corrente de saída, ou seja, potássio. Na primeira 
linha, foram medidas as correntes iônicas dos dois juntos funcionando normalmente. Primeiro tem leve entrada de sódio, 
até que haja abertura de mais canais de sódio e depois esse influxo começa a diminuir ao mesmo tempo que o efluxo de 
potássio começa a aumentar – despolarização e repolarização, respectivamente. Na linhas de baixo, foram medidos a 
corrente de íons isoladamente. Em B, usou-se bloqueador de canal de potássio. Dá pra perceber que, apesar de -45 ser um 
potencial em que deveria atrais muito mais sódio, onde entra mais cátion é no -30... isso ocorre porque os canais são 
voltagem dependente, a pequena entrada de sódio levou ao limiar de voltagem que determinou a abertura dos canais de 
sódio. Em C, usou-se bloqueador de canal de sódio. É possível perceber também que há primeiro uma pequena saída do 
potássio até atingir um limiar que abre os canais abruptamente, causando a repolarização. Além disso, dá pra ver que há 
um atraso nessa corrente de potássio, que só vai se iniciar quando o potencial intracelular está ficando positivo, 
expulsando potássio quando o limiar do canal de potássio dependente de voltagem é atingido e o canal é aberto. 
 
 
Essa diferença mínima, extremamente pequena, de tempo de aberturas é o suficiente para que o sódio entre 
enquanto o potássio ainda não está saindo, criando o potencial de ação. O momento de fechamento do canal de 
sódio, coincidentemente, se dá quase no mesmo momento (ou potencial) que o canal de potássio se abre, mas 
lembre-se, isso não ocorre devido a esse potencial momentâneo e sim, devido ao estímulo inicial, que é o mesmo 
para ambos os canais, a diferença entre eles é uma questão de cinética – canal de sódio é mais rápido que o canal 
de potássio. 
 
 
O canal de sódio possui duas comportas, uma de ativação e uma de inativação. O canal de potássio possui apenas uma 
comporta. Repare que as comportas do canal de sódio só ficam simultaneamente abertas no momento da despolarização, 
após o estímulo. No retorno, repolarização, repare que os canais de sódio foram fechados pela comporta de inativação 
enquanto o canal de potássio, lento, ainda está aberto. Isso éo que causa o momento pós-polarização ultrapassar um 
pouquinho o potencial de repouso, chegando a -80mV por exemplo. 
Até que valor chegaria o potencial se esse canal de potássio continuasse aberto?? 
Até o valor do equilíbrio do potássio isolado  -94mV. 
Depois do momento pós-polarização, os valores vão gradativamente retornando aos de repouso, sendo que para isso 
acontecer, se dentro da célula está muito negativo, a força eletromotriz de entrada do sódio vai fazer com que entre mais 
um pouco dele pelos canais de vazamento de sódio enquanto a saída de potássio, por sua vez, fica menor. OU SEJA, o que 
retorna aos valores de repouso, é a permeabilidade natural que a membrana tem ao sódio e ao potássio. 
 
 
 
Canal de sódio 
voltagem-
dependente está 
fechado, ocorre 
estímulo e ele 
então se abre, 
até ser fechado 
novamente com 
a repolarização. 
ATENÇÃO: é o 
mesmo estímulo 
que inicia a 
abertura do canal 
de sódio, que 
também inicia a 
movimentação da 
abertura do canal 
de potássio, 
PORÉM, a ativação 
do canal de 
potássio é mais 
lenta! 
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Voltar na definição de limiar de polarização na última foto e continuar aqui: 
 
 
 
 
 
 
Questão que ela disse ser de prova 
 
 
 
Mecanismo de ação da lidocaína: A lidocaína é o anestésico local mais utilizado atualmente. Ela age prevenindo a 
geração de potenciais de ação ao se ligarem a canais de sódio dependentes de voltagem. A lidocaína ligada interfere com o 
fluxo de Na+ que normalmente resulta da despolarização. O sítio de ligação para a lidocaína foi identificado como o 
segmento de a-hélice S6 do domínio IV da proteína. A lidocaína não tem acesso a esse sítio pelo lado de fora, então, deve, 
primeiramente, cruzar a membrana axonal para depois passar através do portão aberto do canal para encontrar seu sítio 
de ligação no interior do poro. Isso explica por que nervos ativos são bloqueados mais rapidamente (os portões do canal 
de sódio são abertos mais rapidamente). Axônios menores são afetados por anestésicos locais mais rapidamente do que 
axônios maiores, uma vez que seus potenciais de ação têm menor margem de segurança -> um número maior de canais de 
sódio dependentes de voltagem deve funcionar para assegurar que o potencial de ação não falhe à medida que percorre o 
axônio. 
Mecanismo de ação dos estabilizadores de membrana (carbamazepina, topiramato etc): Estabilizadores de 
membrana são agentes anticonvulsionantes e antiepiléticos. Além disso, Carbamazepina pode ser considerada um fármaco 
de eleição em doentes que sofrem neuralgia do trigêmeo e Topiramato pode ser indicado para crises de enxaqueca. Os 
mecanismos de ação podem ser vários: bloqueio dos canais de sódio e inibição dos disparos repetitivos dos neurônios, 
atuação pré-sináptica diminuindo a transmissão do impulso, potencialização dos efeitos pós-sinápticos do GABA, redução 
da atividade excitatória do glutamato, inibição de canais de cálcio etc. De modo geral, todos eles visam reduzir a 
hiperexcitabilidade de células nervosas (que pode causar crises epilépticas e convulsões), estabilizando suas membranas. 
Para exemplificar: o bloqueio dos canais de sódio impede a despolarização do neurônio e, por consequência, a geração do 
potencial de ação. Já o GABA é um neurotransmissor inibitório que estimula a abertura de canais de cloreto. Esse íon, 
então, se difunde para dentro da célula reduzindo ainda mais o potencial de membrana, fato que dificulta a geração de um 
potencial de ação. 
Epilepsia generalizada com Convulsões Febris: Convulsão é um distúrbio transitório cerebral que decorre de uma 
atividade anormal e excessiva dos neurônios. Uma crise convulsiva generalizada envolve todo o córtex cerebral de ambos 
os hemisférios. As crises repetidas são denominadas de epilepsia. Convulsões febris são aquelas que ocorrem na vigência 
de temperatura maior ou igual que 38°C, não decorrente de infecção no Sistema Nervoso Central (SNC) ou qualquer outro 
distúrbio metabólico. É uma condição multifatorial, envolvendo fatores ambientais e genéticos. A elevação da temperatura 
corporal em resposta à infecção produz uma cascata de pirógenos endógenos, como a interleucina-1beta, que aumenta a 
excitabilidade neuronal. Suspeita-se de que haja uma herança poligênica relacionada às convulsões febris, visto que a 
história familiar positiva para a condição aumenta a possibilidade de ocorrência na criança. A maioria das mutações 
gênicas identificadas é associada aos canais de sódio dos neurônios e receptores gama-aminobutírico (GABA). Os canais de 
sódio com mutação tendem a permanecer abertos por tempo maior que o normal, permitindo hiperexcitação neuronal, já 
no caso da mutação relacionada aos receptores GABA, há inibição desses, em sua síntese, transporte ou liberação, afetando 
sua ação inibitória sobre o neurônio e persistindo a excitação por mais tempo. 
Esclerose Múltipla: doença inflamatória, autoimune crônica, neurodegenerativa e progressiva que afeta as bainhas de 
mielina dos feixes de axônios do encéfalo, da medula espinal e dos nervos ópticos, ou seja, principalmente substância 
branca. Ocorre infiltração local de glóbulos brancos que leva ao processo de inflamação e desmielinização, remielinização, 
degeneração neuronal e axonal. Esses processos resultam no atraso ou bloqueio completo da neurotransmissão, sendo que 
“esclerose” vem de endurecimento, que descreve as lesões de cicatrização que se desenvolvem ao redor dos feixes de 
axônios, múltipla porque a doença atinge muitos sítios no sistema nervoso ao mesmo tempo. É percebido fraqueza, falta de 
coordenação e dificuldades de visão ou fala. O fato da bainha de mielina ser importante ao sistema nervoso por aumentar a 
velocidade de condução no axônio é usado para o diagnóstico – medida do tempo que leva desde uma estimulação visual 
até a resposta no córtex occipital, pois pessoas com EM caracteristicamente têm lentidão na velocidade de condução do 
nervo óptico. 
Estímulo 
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Síndrome de Guillain-Barré: A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) trata-se de uma polineuropatia inflamatória 
desmielinizante que afeta nervos periféricos. Essa síndrome pode se seguir a doenças infecciosas ou inoculações leves e 
parece possuir caráter autoimune, mediada por uma desregulação do sistema imune humoral e celular. Essa desregulação 
é caracterizada por uma cascata inflamatória, que culmina na formação de anticorpos e células leucocitárias que atacam a 
bainha de mielina dos axônios de gangliosídeos e nodos de ranvier no Sistema nervoso periférico (SNP). Os sintomas 
derivam diretamente do retardo e/ou da falha na condução do potencial de ação nos axônios que inervam os músculos e a 
pele e se manifestam como fraqueza muscular, com redução ou ausência de reflexos e anormalidades sensoriais. 
 
31/08/2020 
 
Exceto as sinapses entre neurônio motor e 
célula muscular estriada esquelética. 
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A propagação eletrotônica da mudança de voltagem ao longo da célula ocorre pelo fluxo de corrente elétrica que é 
conduzido pelos íons nos meios intracelular e extracelular ao longo das vias de menor resistência elétrica. 
 
 
 
 
 
Célula beta da ilhota pancreática - não é neurônio nem fibra muscular, mas sofre alteração de potencial de membrana para 
liberação de insulina. A alteração de potencial de membrana é bem pequena. 
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DestacarComplexo SNARE – aproximação e ancoragem da vesícula. O Ca2+ ligado à sinaptotagmina catalisa a fusão da vesícula com 
a membrana pré-sináptica. 
 
Mecanismo de ação da toxina botulínica. 
 As neurotoxinas do Clostridium botulinum são sintetizadas como uma cadeia polipeptídica simples e única que é 
composta por 3 porções: L (cadeia leve), Hc e Hn (formam H, a cadeia pesada). Na junção neuromuscular, cada porção tem 
uma função distinta – a cadeia Hc é responsável pela ligação com o neurônio motor; a cadeia Hn é responsável pela 
internalização e translocação da membrana da célula nervosa; L é a forma ativa da toxina, porção catalítica que, através do 
bloqueio das vesículas de fusão pré-sinápticas, inibe a exocitose de sinaptossomos contendo acetilcolina. Esse bloqueio 
ocorre pela clivagem do complexo SNARE e as proteínas de membrana, SNAP-25 e sintaxina, que o formam. Como esse 
complexo é central para o mecanismo que medeia a fusão de vesículas sinápticas com a membrana pré-sináptica, sua 
inibição impede a liberação do neurotransmissor e causa paralisia flácida. 
 
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Os receptores e os agonistas endógenos 
(endocanabinóides) constituem um sistema 
distindo de sinalização, envolvido com diversas 
funções fisiológicas como estimulação do 
sistema de recompensa, modulação de 
nocicepção, resposta imune e inflamatória e 
ainda aspectos relacionados ao sistema 
cardiovascular. Notadamente, tem se discutido 
o papel do sistema endocanabinóide na 
regulação dos sistemas endócrinos e do 
balanço de energir (aumenta o apetite e 
estimula a lipogênese). 
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01/09/2020
 
 
 
 
 
 
 
Enquanto no músculo estriado, estimula a contração. 
Noradrenalina
: 
CORREÇÃO DA PROF: Receptor alfa 
2 inibitório: vasoconstrição, mas 
não é a ação principal, o receptor 
alfa 1 é o principal responsável por 
vasoconstrição. Por desativação da 
proteína quinase C, que inibe canal 
de Cálcio, portanto inibindo a 
enzima, mantendo o canal de cálcio 
aberto  contração. Principal ação 
do receptor alfa 2 é liberar insulina 
nas células beta. 
Receptor beta: vasodilatação em 
vasos do músculo esquelético. 
O sangue pode ser desviado de 
lugares que não estão usando 
tanto, para locais que está exigindo 
mais quantidade sanguínea. 
Receptor beta (prof tinha falado errado na aula, mas tirou corrigiu depois) 
 
 
 
 
 
 
 
Sequência de eventos envolvidos na transmissão de uma sinapse química: o tempo mínimo necessário é de 0,5 ms. Esse é o 
chamado retardo sináptico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Toxina tetânica 
A TeNT impede a libertação de GABA e glicina ao nível dos neurônios inibitórios (Célula de Renshaw) da ME e TE 
desencadeando uma paralisia espática. O impedimento da liberação desses NT inibitórios ocorre através da proteólise 
específica da sinaptobrevina, proteína constituinte do complexo SNARE que se encontra ao nível das vesículas sinápticas. A 
inibição da libertação desses NTs traduz-se numa hiperexcitabilidade neuronal descontrolada, afetando principalmente o 
sistema motor e o SNA. Essa hiperexcitabilidade leva a uma hiperatividade muscular descontrolada que se traduz em 
rigidez e espasmos musculares intensos. O transporte axonal retrógrado no neurônio motor é quem leva a toxina até à 
medula, onde ela age na célula de Renshaw, o qual é glicinérgica. 
 
 
 
 
 
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08/09/2020 
 
SISTEMA NERVOSO SENSORIAL 
 
 
 O Sistema Nervoso Sensorial desempenha 4 grandes funções: 
1) Percepção e interpretação dos estímulos do meio ambiente e meio interno; 
2) Controle do movimento; 
3) Regulação das funções de órgãos internos; 
4) Manutenção da consciência. 
 
Sensação: consiste na capacidade de transduzir, codificar e por fim sentir os estímulos oriundos tanto do meio externo 
como do meio interno. Ex.: estou com dor. 
Percepção: é o entendimento do significado da sensação. Ex.: estou com dor de dente. 
Modalidade sensorial: é a sensação evocada a partir da estimulação de um órgão sensorial. Ex.: olfato, visão, paladar etc. 
Submodalidades sensoriais: são diferentes qualidades de uma mesma modalidade sensorial. Ex.: paladar é a modalidade 
e a submodalidade é o doce. 
Transdução: é a alteração do potencial de repouso de um receptor sensorial, normalmente ocasionada por um estímulo 
específico. Potencial graduado ~~ Potencial receptor! 
 
Etapas do processamento sensorial: 
 
Tálamo – exceção ao olfato. 
 
 
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Classificação dos receptores de acordo com o estímulo: 
 
Também há mecanorreceptores nas vísceras, por exemplo, nos pulmões informam o grau de estiramento durante o 
movimento de respiração, no trato gastrointestinal, estiramento de bexiga, barorreceptores. 
Entre os quimiorreceptores e macanorreceptores, há os osmorreceptores que estão regulando a osmolaridade plasmática. 
Encontram-se perto do hipotálamo, formando o órgão vascular da lâmina terminal, uma área isenta de barreira 
hematoencefálica, sendo possível monitorar a osmolaridade e desencadear a percepção de sede pela área hipotalâmica 
lateral. 
Os nociceptores têm várias subclassificações, sensível a temperaturas extremas, mecano-sensível ou quimio-sensível. 
 
ORIGEM EMBRIONÁRIA, MORFOLOGIA E SENSIBILIDADE DIFERENCIAL DOS RECEPTORES SENSORIAIS 
 
 
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Círculo: exemplo de célula que não é neurônio e tem vesícula sináptica. É uma célula epitelial modificada. Não gera 
potencial de ação, mas sua pequena alteração de potencial de membrana é suficiente para abrir canais de cálcio e liberar os 
neurotransmissores. Não há canais de sódio e potássio. 
 
Todos os receptores sensoriais localizados na pele são neurônios encapsulados ou com terminações nervosas livres. Cada 
terminação nervosa livre é sensível a apenas um tipo de estímulo. Ou seja, é sensível a um estímulo mecânico, térmico ou 
químico. 
 
 
 
Receptor olfatório também é um neurônio (tipo bipolar). Nesse local, há neurogênese contínua. 
 
 
Todas as células da retina envolvidas com processamento visual são neurônios, a começar pelos cones e bastonetes. Há as 
células bipolares, amácrinas e ganglionares, sendo o potencial de ação gerada somente nessa última. 
 
Os receptores gustativos, auditivos e vestibulares NÃO são neurônios, são células epiteliais modificadas, capazes de 
realizar a transdução sensorial (células sensoriais secundárias que só geram potenciais graduados pela intensidade do 
estímulo). Neurônio sensitivo primário. 
 
 
 
 
Propriedade dos receptores – sensibilidade diferencial dos receptores sensoriais: os receptores sensoriais (células 
nervosas ou células sensoriais secundárias) apresentam especificidade de resposta aos estímulos naturais. Possuem limiar 
muito baixo ou sensibilidade máxima para o estímulo natural, exceto os nociceptores de dor (isso muda no tecido 
inflamado). Os receptores sensoriais possuem localização estratégica no corpo onde melhor captam os estímulos 
sensoriais. Os órgãos sensoriais funcionam como filtros altamente específicos às diferentes formas de energia do ambiente. 
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MECANISMO DE TRANSDUÇÃO DOS RECEPTORES SENSORIAIS 
 
 Se o receptor é um neurônio, a porção final do axônio possui proteínas receptoras sensíveis àquele estímulo 
específico (Ex: receptores táteis  proteínas receptoras sensíveis ao estímulo mecânico  entrada de cargas + gerando 
um potencial graduado, que se atingir o limiargera o PA) 
Receptor com terminação nervosa livre. Aplicado um estímulo na periferia  alteração do potencial de repouso em 
direção ao limiar (abertura de canais de sódio e em menor quantidade, de cálcio)  PA. 
Célula epitelial modificada. Estímulo aplicado  potencial graduado ou receptor (não gera PA, pois não tem canal de sódio 
dependente de voltagem)  abertura de canais de cálcio  liberação de NT  gera um potencial graduado no neurônio 
primário  PA. 
Quando o receptor é uma célula epitelial, há um delay para que o estímulo chegue no neurônio quando comparado ao 
receptor neuronal, visto que nesse último chega diretamente na célula nervosa. Então, mecanismos de transdução em 
neurônios sensoriais são mais rápidos do que com célula sensorial secundária. 
Na transdução sensorial, na maioria das vezes, o estímulo provoca a entrada de cargas + na célula. Mas há exceções. 
 
Transdução sensorial: transformação dos estímulos físicos ou químicos em alteração do potencial de repouso pelos 
receptores sensoriais. Sejam neurônios ou células sensoriais secundárias, todos são altamente específicos. Potencial 
receptor: resposta elétrica graduada proporcional à intensidade do estímulo. 
A) Mecanorreceptor: uma força mecânica que causa deformação abre os canais iônicos. 
B) Quimiorreceptor: no caso da célula sensorial olfatória, os estímulos químico chamados odorantes causam ativação 
de proteína G e formação de AMPc. 
C) Fotorreceptor: exceção! A luz causa, indiretamente, o fechamento de canais iônicos por desativação de proteína G 
e de 2º mensageiro. A luz hiperpolariza cones e bastonetes – esses geram somente potenciais receptores. 
 
 
Apesar de experimentarmos diferentes modalidades de 
sensação, as fibras nervosas transmitem apenas 
potenciais de ação. Como conseguimos experimentar 
essas diferentes sensações, se tudo o que chega ao SNC 
são impulsos nervosos? 
 Depende da área em que chega e é 
interpretado o estímulo  Princípio da Linha 
Rotulada ou Lei da Energia nervosa específica: cada 
modalidade sensorial é conduzida a uma região 
específica do córtex cerebral. 
 
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VIA SENSORIAL: cadeia de neurônios relacionada a um determinado receptor sensorial – via rotulada. 
 
 
Através da ativação de receptores sensoriais discriminamos: Modalidade da sensação, intensidade do estímulo, duração e 
localização do estímulo. 
 DISCRIMINAÇÃO DA MODALIDADE: depende da especificidade sensitiva dos receptores sensoriais, princípio da 
linha rotulada. 
 DISCRIMINAÇÃO DA INTENSIDADE: pelo número de receptores estimulados, pela frequência de PAs que trafegam 
nas vias sensitivas. 
 DISCRIMINAÇÃO DA DURAÇÃO: receptores se adaptam ao estímulo. 
 Receptores tônicos: adaptação lenta. Enquanto o estímulo está presente, a resposta é com a mesma 
frequência. Ex.: Ruffini. 
 Receptores fásicos: adaptação rápida. No início do estímulo, responde com frequência elevada e, depois, 
com o passar do tempo, diminui essa frequência ou até a extingue. Ex.: Paccini. 
 DISCRIMINAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO: diferenças temporais no caso do som, por exemplo. No caso dos receptores 
táteis, há o campo receptivo – região inervada por aquele receptor. 
 
 
Existem variações nos tamanhos desses 
campos receptivos, isso se deve a densidade 
de receptor, quanto mais receptores numa 
mesma região, menor seus respectivos campos 
receptivos. Quanto maior o campo receptivo, 
menor a precisão de localização do toque. 
Existem sobreposições de campos receptivos, 
gerando frequências de respostas conforme a 
proximidade do campo com o estímulo. No 
receptor que o estímulo for mais próximo do 
axônio a frequência de PA gerados será maior 
e mais NT serão liberados (córtex interpreta 
isso) E quando um receptor é estimulado mais 
intensamente, ele inibe os colaterais (inibição 
lateral) isso deixa muito claro para o córtex 
somestésico o ponto da pele que foi 
estimulado - tato epicrítico - (e não a região!!) 
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SENSAÇÕES SOMÁTICAS OU SOMESTÉSICAS: tato, pressão, vibração, coceira, prurido, dor, temperatura, sentido da 
posição (propriocepção). 
 
1) Sensações mecanorreceptivas: receptores responsáveis pelo toque, pressão e vibração. Como diferenciar esses 
três se são os mesmo receptores? 
Toque é um estímulo suave, logo, chega à porção mais superficial da pele  Merkel, Meissner e terminações 
nervosas livres. 
Pressão, receptores mais profundos  Pacini, Ruffini. 
 
 
 
 
Terminações nervosas livres e órgão piloso terminal – receptores táteis não encapsulados. 
 
 
 
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Distribuição conforme os campos receptivos, perceber como o Merkel e Meissner, mais superficiais, possuem 
campos menores e bem definidos, que discriminam o toque suave. Pacini e Ruffini, são grandes, vagos e mais 
profundos, discriminam deformações mais fortes. 
 
 
Os receptores de adaptação rápida na pele são, principalmente, para estímulos vibratórios, intermitentes. 
 
 
 
 
Teste de discriminação de dois pontos: tocar com um 
compasso aberto em três regiões – palma da mão, 
extremidade do indicador e região escapular. Incialmente, 
na palma da mão colocar o compasso aberto em 5 cm, se 
distinguível os dois toques, ir diminuindo 1 cm até não ser 
mais possível discriminar dois toques. A distância final 
entre as pontas do compasso é o limiar de discriminação da 
palma da mão. Nas outras regiões, iniciar com a abertura 
pertinente ao espaço – dedo indicador  milímetros, 
escapular  15 cm, seguindo o mesmo raciocínio. 
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Esse teste relaciona-se ao tamanho do campo receptivo e da densidade de receptores, considerando também 
que há sobreposição entre os campos receptivos nos locais de maior densidade. Para discriminar dois toques, é 
preciso ativação de 2 neurônios. Se os dois pontos pegam um único campo perceptivo, percebe-se como se 
fosse um único toque. 
 
Isso é um exemplo de tato epicrítico! 
 
 
Esquema da inibição lateral para distinguir o ponto estimulado. 
 
Tato epicrítico é possível devido à 
inibição lateral e pelo fato de não haver 
convergência de sinais na via desse tipo 
de tato (coluna dorsal  leminisco 
medial)  se dois pontos são 
estimulados, os dois chegarão ao córtex. 
Nas costas também há tato epicrítico, mas 
possui menos receptores e por isso é 
menos específico que da ponta dos dedos 
onde há mais receptores, por exemplo. 
 Na via do tato protopático 
(espino-talâmica ou ântero-lateral) 
ocorre convergência  se dois pontos são 
estimulados, um estímulo só chega ao 
córtex. Por isso é um tato menos 
específico. 
 Em casos e dor referida ocorre 
convergência também. Ex: ponto de dor 
vinda do coração e um outro da pele do 
mesmo dermátomo (parte medial do 
braço)  córtex interpreta como um 
formigamento, parestesia no braço 
esquerdo. 
 
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Via do tato epicrítico: coluna dorsal – lemnisco medial  não há convergência de sinais. 
Via do tato protopático – espino-talâmico/ântero-lateral  
há convergência de sinais, mecanismo responsável pela “dor referida”. 
 
2) Cócega e prurido: sempre por terminações nervosas livres. Mecanorreceptores. Via de tato protopático. Os 
opióides ativam receptores de prurido. Coceira é quimiorreceptores – histamina, por exemplo.3) Receptores articulares e propriocepção: capacidade de ter a consciência da posição do seu próprio corpo, mesmo 
sem ver. Os receptores localizam-se nos músculos – fusos musculares e órgãos neurotendinosos (órgão tendinoso 
de Golgi). São receptores de fibras mielínicas extremamente rápidas. Na articulação há Ruffini, Pacini, terminações 
nervosas livres, órgão tendinoso de Golgi. 
4) Termorrecepção: também terminações nervosas livres, tanto para frio quanto calor. Termorreceptores são 
receptores fásicos e se adaptam muito rapidamente diminuindo a frequência. A densidade de termorreceptores é 
baixa, sendo muito importante a somação. Ex.: testar a temperatura somente com um dedo não dá a sensação 
fidedigna da temperatura. 
 
Só a temperatura, termorreceptores. Quando envolve dor, já são nociceptores. 
 
 
 
 
 
 
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14/09/2020 
 
VIAS AFERENTES SOMESTÉSICAS 
 
 
 Aβ é tato protopático também! 
 
VIA LEMNISCAL OU SISTEMA COLUNA DORSAL-LEMNISCO MEDIAL 
 
Via formada por neurônios com axônios mielinizados, que obedece uma alta organização somatotópica e praticamente 
sem convergência de sinais ao longo das sinapses  importância para o tato epicrítico (a percepção na ponta do dedão 
do pé esquerdo será encaminhada à região específica para isso no córtex somestésico primário direito). 
 
 
Ao entrar na ME pelas raízes dorsais 
dos nervos espinais, as fibras tomam 
a direção medial para as colunas 
dorsais brancas (funículo posterior), 
onde seguem em direção ascendente 
até o tronco encefálico, onde fazem 
sinapses nos núcleos da coluna dorsal 
(núcleos cuneiforme e grácil). Daí 
neurônios de segunda ordem cruzam 
imediatamente para o lado oposto e, 
depois disso, sobem até o tálamo 
(núcleos específicos) pelo lemnisco 
medial. Em seu trajeto pelo cérebro 
posterior, o lemnisco medial recebe 
fibras que transmitem informações 
sensoriais da região da cabeça. Dos 
núcleos específicos do tálamo, saem 
neurônios de terceira ordem, 
principalmente para o giro póscentral 
do córtex cerebral (área somestésica). 
- Toda a informação sensorial, exceto as provenientes da 
cabeça, dá entrada ao SNC pelas raízes dorsais da medula 
espinal (ME)  no gânglio sensitivo estão os pericários 
dos neurônios de 1ª ordem (pseudounipolares). 
- A partir daí, são transmitidas por 2 sistemas principais: 
Sistema Lemniscal, Sistema Espinotalâmico. 
 
 
Pode ocorrer sinapse do neurônio sensitivo diretamente 
com o neurônio motor na medula (sensibilidade reflexa – 
patela), sem chegar ao córtex somestésico e se tornar 
consciente. 
 
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Somatotopia: representação no SNC da superfície cutânea ou do interior do corpo. 
Fascículo grácil: membros inferiores. 
Fascículo cuneiforme (membros superiores, ombro e pescoço). 
 Um dos aspectos que distingue o sistema lemniscal dorsal é uma orientação espacial bem definida das fibras 
nervosas provenientes de determinadas partes do corpo, orientação essa que é mantida em todo o sistema. Por exemplo, 
nas colunas dorsais da ME, as fibras provenientes das partes inferiores do corpo situam-se no centro (fascículo grácil), ao 
passo que aquelas que penetram na ME em segmentos progressivamente mais altos formam camadas laterais sucessivas, 
percorrendo o fascículo cuneiforme. No tálamo, a orientação espacial distinta ainda é mantida. Contudo, devido ao 
cruzamento no bulbo, o lado esquerdo do corpo é representado no lado direito do tálamo e vice-versa. 
 
 
VIA ESPINOTALÂMICA OU ÂNTERO-LATERAL 
 
Via formada por neurônios com axônios de menor calibre sendo muito amielínicos (fibras C), baixa organização 
somatotópica e maior convergência de sinais ao longo das sinapses. Praticamente não há organização espacial de fibras. 
 
 
Ao entrar na ME pelas raízes dorsais 
dos nervos espinais, os neurônios que 
trazem informações sensoriais da 
periferia já fazem sinapse com os 
neurônios de segunda ordem; estes, por 
sua vez, cruzam imediatamente na 
comissura anterior da medula para a 
coluna branca ântero-lateral oposta, 
onde se voltam para cima, em direção 
ao cérebro. A via espinotalâmica 
termina, superiormente, de duas 
maneiras: 1) por todos os núcleos da 
formação reticular do tronco encefálico; 
2) no tálamo (núcleos inespecíficos) e 
daí para o córtex somestésico. 
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Obs.:O neurônio de 2ª ordem é sempre o que decussa, mas na via lemniscal, isso ocorre no bulbo; na via espinotalâmica, 
ocorre na medula. Esse neurônio também pode receber tanto informação de pele quanto de víscera, desde que pertençam 
ao mesmo dermátomo. 
Sistem da coluna ântero-lateral: 
a) Trato espino-talâmico lateral (neo): tato protopático, prurido, sensações sexuais e dor rápida. 
b) Trato espino-reticulo-talâmico (paleo): dor lenta e difusa. 
A projeção para a formação reticular causa rrações comportamentais e autonômicas da dor. 
 
 
Via lemniscal: 
 As sensações de tato requerendo alto grau de 
localização do estímulo; 
 As sensações de tato requerendo a transmissão de 
finas gradações de intensidade; 
 Sensações fásicas, como as sensações vibratórias; 
 Sensações de movimento contra a pele; 
 Sentido da posição ou propriocepção; 
 Sensações de pressão que tem a ver com finos 
graus de julgamento da intensidade da pressão. 
 
Via espinotalâmica: 
 Dor; 
 Sensações térmicas; 
 Sensações de tato grosseiro, passíveis apenas de 
capacidade de discriminação da intensidade; 
 Sensações de cócega e prurido; 
 Sensações sexuais. 
 As informações sensoriais que têm de ser 
transmitidas rapidamente e com fidelidade 
temporal são transmitidas pela via lemniscal, 
enquanto as que não necessitam serem 
transmitidas rapidamente trafegam 
principalmente pela via espinotalâmica. 
 As sensações que detectam gradações finas de 
intensidade são transmitidas pela via lemniscal, 
enquanto as que não detectam essas gradações 
finas são transmitidas pela via espinotalâmica. 
 As sensações que são distintamente localizadas 
em pontos exatos do corpo são transmitidas 
pelo sistema coluna dorsal-lemnisco medial, 
enquanto as transmitidas pela via 
espinotalâmica podem ser localizadas com 
muito menor precisão. 
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Obs.: Na cabeça, a parte somestésica trafega principalmente pelo n. trigêmeo e seus três ramos. Via do tato epicrítico faz 
sinapse no núcleo principal do trigêmeo, decussa e se junta às infos epicríticas do restante do corpo no lemnisco medial, 
vai aos núcleos específicos do tálamo e depois córtex. A via do tato protopático, dor e temperatura faz sinapse no núcleo 
espinal do trigêmeo, decussa e acompanha as infos do restante do corpo no lemnisco lateral, vai aos núcleos inespecíficos 
do tálamo e depois córtex. 
 
 
 
TÁLAMO: tato epicrítico – núcleos específicos; tato protopático – núcleos inespecíficos. 
 Ventre posterior medial: recebendo informações de face. 
 Ventre posterior lateral: recebendo informações do corpo. 
Síndrome de Brown-Séquard 
Lesão – hemissecção da medula espinal no nível do 10º segmento 
torácico no lado esquerdo: 
Perna direita – contralateral: sensação térmica e dolorosa é 
perdida, pois a decussação já ocorre a nível medular e a 
informação que vem pelo lado direito, foi perdida no lado 
esquerdo. 
Perna esquerda – ipsilateral: propriocepção e tato epicrítico são 
perdidos, pois toda a informação está passandoali e só seria 
cruzada no bulbo, sendo, com a lesão, perdida antes da 
decussação. 
As duas vias terminam no 
córtex somestésico primário 
(S1)  área de projeção 
contralateral da metade do 
corpo (áreas 1, 2, 3a e 3b) ou 
secundário (S2). 
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CÓRTEX SOMATOSSENSORIAL 
 
 
 PRIMÁRIO – possui a representação distorcida do mapa corporal; 
 A área de Brodmann 3b, reconhecida como o córtex somatossensorial primário (S1), é fácil de ser localizada em 
seres humanos, uma vez que está situada no giro pós-central (logo atrás do sulco central). Outras áreas corticais que 
também processam informação somatossensorial estão ao lado de S1. Estas incluem as áreas 3a, 1 e 2 no giro pós-central, 
e as áreas 5 e 7 no córtex parietal posterior adjacente. A área 3b é o córtex somatossensorial primário porque (1) recebe 
um grande número de aferências do núcleo ventroposterior do tálamo; (2) seus neurônios são muito responsivos aos 
estímulos somatossensoriais (mas não a outros estímulos sensoriais); (3) lesões nessa área prejudicam a sensação 
somática; e (4) quando essa área é estimulada eletricamente resulta em experiências somatossensoriais. A área 3a 
também recebe uma grande aferência do tálamo, estando mais relacionada com a propriocepção. As áreas 1 e 2 recebem 
densa inervação da área 3b. A projeção da área 3b para a área 1 envia principalmente informação sobre textura, ao passo 
que a projeção para a área 2 enfatiza tamanho e forma. Pequenas lesões restritas às áreas 1 ou 2 produzem deficiências 
esperadas na discriminação da textura, do tamanho e da forma. 
 
Áreas do córtex somestésico primário e suas principais aferências 
 
O córtex somatossensorial, assim como 
outras áreas do neocórtex, é uma estrutura 
organizada em camadas. As aferências 
talâmicas para S1 terminam principalmente 
na camada IV. Os neurônios da camada IV 
projetam-se, por sua vez, para as células de 
outras camadas. Os neurônios de S1 que 
possuem aferências e respostas similares 
ficam dispostos verticalmente em colunas que 
se estendem perpendiculares às camadas 
corticais 
 
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 SECUNDÁRIO - É sabido que chegam a essa área sinais provenientes de ambos os lados do corpo, da área 
sensorial somática I e, também, de outras áreas cerebrais sensoriais, tais como: sinais auditivos e visuais. Em animais mais 
primitivos, a ablação (destruição) dessa área torna mais difícil o aprendizado de discriminação entre diferentes formas dos 
objetos. Sabe-se muito pouco, ainda, do funcionamento dessa área sensorial somática. 
 
 
Sobre Somatotopia Cortical: Os campos receptivos dos neurônios de S1 produzem um mapa ordenado do corpo no 
córtex. O mapeamento das sensações da superfície corporal em uma área do encéfalo é chamado de somatotopia. Os 
mapas somatotópicos gerados por métodos de estimulação e de registro são similares. Os mapas lembram um corpo, com 
suas pernas e pés no topo do giro pós-central e sua cabeça no lado oposto, na extremidade inferior do giro. Um mapa 
somatotópico é chamado, algumas vezes, de homúnculo. O tamanho relativo da área do córtex que processa cada parte do 
corpo está correlacionado à densidade de aferências sensoriais recebidas daquela determinada parte. O tamanho do mapa 
também está relacionado à importância da aferência sensorial daquela parte do corpo; a informação do seu dedo indicador 
é mais útil do que a de seu cotovelo. A importância de uma parte do corpo pode variar consideravelmente entre as 
diferentes espécies. Outra característica importante é que a somatotopia do córtex cerebral não está limitada a um único 
mapa. O sistema somatossensorial possui vários mapas corporais, cada um provavelmente envolvido com o 
processamento de uma submodalidade somestésica. 
 
 PARIETAL POSTERIOR - Certas áreas corticais parecem ser locais onde simples fluxos de informação sensorial 
segregados convergem para gerar representações neurais particularmente complexas. O córtex parietal posterior (áreas 5 
e 7 de Brodmann) é uma dessas áreas. Seus neurônios possuem campos receptivos grandes com estímulos preferenciais 
muito difíceis de serem caracterizados por serem muito elaborados. Além disso, essa área não está relacionada apenas 
com a sensação somática, mas também com estímulos visuais, com planejamento dos movimentos e, inclusive, com o nível 
de atenção de uma pessoa. Lesão às áreas do córtex parietal posterior podem causar alguns distúrbios neurológicos 
bizarros. Pode-se citar, entre estes, a agnosia, a incapacidade de reconhecer objetos, apesar de a capacidade sensorial mais 
simples parecer normal. As pessoas com estereognosia não conseguem reconhecer objetos comuns pelo tato (como no 
exemplo da chave), apesar de a sensação tátil ser normal sob outros aspectos, e podem não ter problema em reconhecer o 
objeto pela visão ou pelo som. Os déficits são frequentemente limitados ao lado contralateral à lesão. As lesões no córtex 
parietal também podem causar uma síndrome de negligência, na qual uma parte do corpo ou uma parte do mundo (p. ex., 
todo o campo visual à esquerda do centro da visão) é ignorada ou suprimida, e sua própria existência é negada. Em termos 
gerais, o córtex parietal posterior parece ser essencial para a percepção e interpretação das relações espaciais, a noção 
exata do corpo e o aprendizado das tarefas que envolvem a coordenação do corpo no espaço. Essas funções envolvem uma 
complexa integração da informação somatossensorial com a de outros sistemas sensoriais, principalmente com o sistema 
visual. 
 
 
 
 
 
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Caixa de texto
Os mapas corticais são dinâmicos e seu ajuste depende da quantidade de experiência sensorial. Um exemplo interessante foi obtido de estudos com violinistas e violoncelistas que devem dedilhar continuamente as cordas com sua mão esquerda; os dedos da outra mão, a que segura o arco, recebem consideravelmente menos estimulação individual.
O imageamento funcional de S1 mostra que a quantidade de córtex dedicada aos dedos da mão esquerda é consideravelmente maior nesses músicos. É provável que este seja um processo de remapeamento contínuo que ocorre no córtex de cada pessoa à medida em que variam as suas experiências de vida. Os mecanismos subjacentes a esses tipos de plasticidade do mapa não são compreendidos. Entretanto, eles podem envolver processos associados à aprendizagem e à memória -> Plasticidade do mapa cortical.
FISIOLOGIA DA DOR 
 
 Conceito de dor – experiência sensorial e emocional desagradável, que é associada ou descrita em termos de 
lesões teciduais. Entretanto, pode manifestar-se mesmo na ausência de agressões, tal como ocorre em doentes com 
neuropatias periféricas ou centrais e em certas afecções psicopatológicas. Indivíduos depressivos tem um limiar para dor 
menor. Ansiosos também possuem uma sensibilidade maior. 
 
 Componentes da dor: 
a) Afetivo-motivacional: comportamento doloroso e sofrimento; compreende uma série de respostas incluindo: 
afetiva, neurovegetativa (perante um estímulo doloroso os órgãos podem agir respondendo a isso - 
hipo/hipertensão arterial, taqui/bradicardia, sudorese, pele fria e úmida), motora, comportamental e de alerta. 
b) Perceptivo-discriminativo: dor e nocicepção; é o que permite ao organismo identificar o estímulo como doloroso, 
localizá-lo num determinada região, bem como discriminar sua intensidade. 
 
 Embora incômoda e desagradável, a dor é importante para a homeostasia. Atua como sentinela,informando de 
que algo está errado e possibilita a investigação e resolução no caso de dores tratáveis. A dor é uma emoção homeostática. 
A experiência dolorosa sempre acompanhada de desconforto emocional condiciona as pessoas a evitarem a repetição do 
episódio nocivo. O problema são as dores crônicas que não há como reverter o processo. 
 Analgesia congênita ou insensibilidade congênita à dor: causa lesões imperceptíveis, que não são sentidas e por 
isso, não há emissão de sinais de alerta ou cuidado, havendo perigo constante. Relaciona-se à ausência de receptores 
sódios dependentes. 
 A percepção da dor varia entre as pessoas devido a diversos fatores (estado emocional, idade, estado nutricional – 
obesos, possuem maior sensibilidade). Dor é considerada o 5º sinal vital, além de pulso, pressão, temperatura e respiração. 
 
DOR NOCICEPTIVA 
- Lesão tecidual (por fatores como: extremos de temperatura, estímulos mecânicos intensos); 
- Isquemia tecidual; 
- Espasmo muscular: de musc. esquelética (cãibra) ou de musc. lisa (cólica intestinal, renal ou menstrual); 
- Estímulos químicos. 
 Todos esses estímulos estimulam diretamente nociceptores, que fazem a transdução do estímulo em potenciais 
graduados e, por fim, em potenciais de ação que são conduzidos ao SNC  é a porção final de cada nociceptor que é 
ativada pelo estímulo nocivo 
 
DOR NEUROPÁTICA 
- Injúria neural  PA gerado ao longo da via e não a partir da porção final do receptor (a porção final do nociceptor não 
está diretamente sendo estimulada, mas a via nociceptiva sim); 
  Neurônio sofre uma injúria (a lesão não está na periferia, no local de inervação), mas sentimos a dor 
no tecido que seria inervado. 
 Ex: compressão por hérnia de disco 
 “Dor em queimação” 
 
ETAPAS DA TRANSMISSÃO DA INFORMAÇÃO DOLOROSA PARA O SNC 
 
Nocicepção: é o processo pelo qual estímulos intensos de natureza mecânica, térmica ou química são detectados por uma 
subpopulação de fibras nervosas periféricas chamadas nociceptores e transformados em PA. 
 
SENSIBILIDADE DOS TECIDOS À DOR 
MUITO SENSÍVEIS: 
- Periósteo (local de maior densidade de nociceptores), dentina, polpa dentária, revestimento sinovial (a cartilagem 
articular não), adventícia dos vasos sanguíneos, pleura parietal, peritônio parietal, cápsula hepática, miocárdio e pele. 
 
POUCO OU NADA SENSÍVEIS: 
- Osso, esmalte dentário, superfícies articulares, íntima, pleura visceral e alvéolos pulmonares, peritônio visceral, tecido 
hepático, pericárdio e córtex cerebral. 
 
OBESOS – aumento da síntese 
várias substâncias pró-inflamatórias 
(IL e TNF, principalmente) pelos 
adipócitos e pelo SNC (hipotálamo 
tem seu funcionamento modificado 
com essa alteração)  aumento da 
sensibilidade dos nociceptores. 
 
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NOCICEPTORES 
- São neurônios do tipo pseudounipolar, do tipo terminação nervosa livre. O corpo desses nociceptores está no gânglio da 
raiz dorsal da ME ou no gânglio sensitivo do N. trigêmeo no caso de dor facial. Estímulos intensos de natureza mecânica, 
química ou térmica são capazes de ativá-los, ou seja, o limiar de estimulação deles é alto. 
- Neles a sinalização é bidirecional (isso é exclusivo desses receptores)  no ramo periférico também pode ocorrer com o 
estímulo doloroso à liberação de neuropeptídeos (não é um NT, pois não estimula ou inibe outra célula, mas modula elas) 
 essas substâncias tornam o receptor mais sensível. 
 Ex de neuropeptídeos: PRGC (peptídeo relacionado ao gene da calcitonina), substância P. 
- NT liberados  glutamato em dores leves; glutamato e substância P em dores intensas. 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À MORFOLOGIA DA FIBRAS 
- FIBRAS DO TIPO C: finas, amielínicas, mais finas, de menor velocidade  transmitem a dor lenta ; 
- FIBRAS DO TIPO AΔ: grossas, mielinizadas, de maior velocidade  transmitem a dor rápida (ex: dor de uma alfinetada); 
 
 TIPOS DE DOR: 
 
 RÁPIDA (EPICRÍTICA): 
- Bem localizada (mas não com a mesma precisão da via lemniscal), qualificada e quantificada; 
- Está relacionada com o estímulo; 
- Pode ser causada por estímulos mecânicos ou térmicos; 
- Sensação começa e termina abruptamente. 
 
 LENTA (PROTOPÁTICA): 
- Mal localizada, qualificada e quantificada; 
- Pode ser causada por estímulos químicos ou mecânicos; 
- Corresponde à sensibilidade visceral e de tecidos profundos. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A NATUREZA DO ESTÍMULO 
 
- Para dor nociceptiva podem ser: 
 Quimio-sensíveis (pode ser um estímulo interno como ácido lático em excesso no músculo); 
 Mecano-sensíveis; 
 Termo-sensíveis (receptores calor-dor e frio-dor); 
 Polimodais (sensíveis a mais de um tipo de estímulo). 
 
- Esta diferença de sensibilidade dos nociceptores se deve às diferentes proteínas (canais iônicos) presentes na porção 
terminal do axônio periférico, que se abrem em presença do estímulo apropriado. 
 
 Termo-sensíveis  possui no seu terminal nociceptivo alguns subtipos de proteínas (canais) que se abrem quando a T 
está acima de 50ºC  TRPV1, TRPV2, TRPV3, TREK1 ou abaixo de 10ºC  TRPM8; 
 Quimio-sensíveis  TRPV1 (ácidos), ASIC, DRASIC; 
 Mecano-sensíveis  MDEG, DRASIC, TREK-1. 
 
- TRPV1 está relacionado sempre com a dor em queimação e é estimulado também pela capsaicina (presente na pimenta; é 
ela que dá a sensação de queimação), eugenol (cravo, canela, mirra)  usado pelos dentistas para redução de dor. 
 
CAPSAICINA: A molécula consegue adentrar a membrana por ser apolar e se liga ao receptor TRPV1 na região interna 
fazendo com que ele se abra, assim desencadeando o processo doloroso. Se esse receptor for hiperestimulado pela 
capsaicina (uso a longo prazo) ele entra num processo de dessensibilização (se fecha)  usado em pomadas com função 
analgésica para dores crônicas e de origem neuropática (já que também é uma dor em queimação e, portanto, o receptor é 
o TRPV1) – nessas dores ocorre uma hiperexpressão desse nociceptor. 
EUGENOL: Também atravessa a membrana se ligando na região interna. Usado como analgésico pelo mesmo princípio da 
capsaicina 
 
 
MECANISMOS DE ATIVAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO DOS NOCICEPTORES 
- Os nociceptores normalmente possuem um elevado limiar de excitabilidade, ou seja, somente estímulos intensos 
são capazes de gerar potenciais graduados que atingem o limiar de despolarização. 
- Isso muda radicalmente nos tecidos lesados sofrendo processo inflamatório  receptor está muito sensibilizado  
limiar está reduzido. 
- Um dos mecanismos de sensibilização periférica é: substâncias liberadas pelo tecido lesionado atuam em receptores 
ligados à proteína G  ativa PKA ou PKC  fosforilam canais de Na+ voltagem dependentes  esses passam a se abrir 
com limiares de despolarização mais baixos. 
- Um segundo mecanismo: ocorre uma regulação gênica – expressão aumentada dos canais onde as substâncias vão se 
ligar. 
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Polilinha
 
 
Neutrófilos também produzem histamina. Prostaglandinas e leucotrienos – inflamação. 
 
O receptor, além de liberar NT, libera os neuropeptídeos em sua porção periférica (ou seja, no tecido lesionado) – 
CGRP e substância P. Esses dois compostos ativam as céls. de defesa fazendo com que essas liberem mais histamina  
ativa nociceptor  libera mais neuropeptídeo  céls. de defesa e assim vai. Portanto, ocorre a instalação de um 
feedback positivo, que tende a levar à ativação e à sensibilização cada vez mais intensa dos nociceptores, onde a 
resposta de dor a estímulos passa a ser intensificada (hiperalgesia) e estímulos que antes não ativavam 
nociceptores agora passam a ativá-los (alodinia). 
Além disso, esses neuropeptídeos agem nos vasos provocando dilatação e aumentando a permeabilidade vascular 
provocando mais liberação de plasma  tecido fica vermelho e quente, além de inchado, doloroso e com perda de sua 
função (SINAIS CARDINAIS DA INFLAMAÇÃO). 
 
- EXEMPLO: quando um objeto pontiagudo é 
introduzido na pele do dedo, ocorre estimulação de 
nociceptores mecano-sensíveis, desencadeando uma 
dor rápida (nociceptiva). Com a retirada do 
estímulo, a dor rápida também acaba. Porém, como 
ocorreu uma lesão tecidual (várias células se 
rompem extravasando seu conteúdo, assim como 
vasos sanguíneos), uma dor inflamatória surge. 
Algumas dessas substâncias liberadas são algésicas e 
capazes de ativar ou modular os nociceptores alí 
presentes, tornando-os mais sensíveis aos estímulos. 
 
Resposta inflamatória ao dano tecidual. 
Substâncias liberadas por tecidos lesados 
aumentam a resposta das fibras nociceptivas. 
Além disso, a ativação elétrica dos 
nociceptores causa liberação de peptídeos e 
NTs que contribuem para a R. inflamatória. 
 
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HIPERALGESIA 
- Aumento da resposta de dor aos estímulos dolorosos; 
- Pode surgir devido à um limiar reduzido à dor, a uma intensidade aumentada dos estímulos dolorosos, ou até 
mesmo espontaneamente; 
- Ex.: bater o dedo que está com a unha encravada no pé de um móvel. 
 
ALODINIA 
- Sensação de dor por estímulos que normalmente não causam dor. 
- Ex.: dor provocada por toque na pele queimada de sol. 
 
SÍNTESE DOS EICOSANOIDES 
- Prostaglandinas e leucotrienos são sintetizados a partir do ácido araquidônico (ativado em céls danificadas). 
 
- Em processos inflamatórios, a COX2 é ativada (COX1 está sempre presente na célula)  anti-inflamatórios podem atuar 
inibindo a ação dessa enzima (Ex: nimesulida, ibuprofeno, aspirina, diclofenaco – não esteroidais) e também inibindo a 
ação da fosfolipase A2 (corticoides ou anti-inflamatórios esteroidais  geralmente utilizados para dores crônicas, acabam 
agindo como analgésicos por inibirem a síntese de leucotrienos e prostaglandinas). 
 **Os não esteroidais podem acabar inibindo COX1 também – problema porque ela é importante para a produção de 
muco pelo epitélio gástrico – efeito colateral do uso a longo prazo: gastrite. Caso o paciente vá realizar alguma cirurgia 
deve-se suspender o uso desses medicamentos, pois inibem a síntese de tromboxanos, os quais são importntes para a 
coagulação. Para pessoas asmáticas não se recomenda o uso também, pois não inibem a síntese de leucotrienos e esses podem 
provocar broncoconstrição. 
 
15/09/2020 
DOR NEUROPÁTICA 
 - “Dor causada por uma lesão ou doença no sistema somatossensorial”. 
 - Pode ser central (esclerose múltipla, enxaqueca, pós-AVC, lesão na medula etc) ou periférica (neuropatia 
diabética ou pós-herpética)  mas sempre ocorre o acometimento de vias aferentes. 
CARACTERÍSTICAS 
- A dor neuropática pode ser: 
 Espontânea  Contínua: em queimação, formigamento, coceira, dormência, parestesias, disestesias; 
  Paroxística: agudada, penetrante, choque (Ex: neuralgia do trigêmeo); 
 Provocada  por estímulo não nociceptivo (mecânico, térmico): toque, roupa, vento, temperatura; 
  por estímulo nociceptivo (mecânico, térmico). 
 
- A etiologia da dor neuropática pode ser em fibras neurais periféricas mielinizadas (ocorre regeneração) ou do SNC (não 
ocorre regeneração do axônio lesionado). 
 
 
- Quando uma membrana é danificada 
libera a enzima fosfolipase A2 que catalisa a 
reação de formação do fosfolipídeo em 
ácido araquidônico; 
-COX e Lipoxigenase possuem esse ácido 
como substrato gerando esses outros três 
compostos, dentre eles leucotrienos e 
prostaglandinas (substâncias algésicas). 
 
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- Independente do sistema nervoso lesionado, a liberação das substâncias pró-infamatórias liberadas em uma lesão ao 
longo das vias senstivas provocam uma alteração do fenótipo dos neurônios lesionados e dos vizinhos. 
 
 Mudança no nº de proteínas na membrana do axônio (Ex: aumento da expressão de canais de Na+ voltagem 
dependentes e de proteínas receptoras como TRPV1 que permitem entrada de Ca e Na  neurônios se tornam mais 
sensibilizados e estímulos antes sublimiares conseguem gerar PA / expressão de α-adrenoceptores – receptores para 
noradrenalina  por isso uma das formas de bloqueio da dor neuropática é bloquear um gânglio simpático). 
 Uma das formas de amenizar essa dor é usando estabilizadores de membrana, como Carbamazepina, já que pela 
expressão aumentada das proteínas a membrana está hiperexcitada – como nas crises convulsivas (por isso esses 
fármacos são utilizados para tratar neuralgia de trigêmio e enxaqueca também). 
OBS: pode ocorrer geração de PA espontaneamente sem qualquer estímulo, como no caso de Neuralgia do trigêmio. 
 
TIPOS DE DOR NEUROPÁTICA 
 
 DOR PROJETADA: 
- A lesão ao longo da via sensitiva gera nesse ponto PAs ectópicos, ou seja, fora do seu local comum (periferia), mas a dor é 
sentida no sítio de inervação do neurônio. 
- OBS: pela inflamação pode acontecer de ter manifestação de dor também no local da lesão. 
- Ex: ciatalgia  dor no território de inervação do nervo ciático devido a uma hérnia de disco. 
 
 DOR FANTASMA: 
- Quando o tecido inervado não estiver mais presente (dente extraído, membro amputado) a dor projetada é chamada de 
dor fantasma. Mesmo após a amputação os neurônios estão funcionais, já que os corpos celulares estão no gânglio da raiz 
dorsal. Os cotos neuronais ainda sofrem ação de substâncias pró-inflamatórias liberadas durante esse processo de lesão e 
cicatrização, sendo gerados muitos PAs para o córtex somestésico (a representação da mão ainda continua presente). 
 
Memórias de dor: um neurônio hiperestimulado, como num processo de amputação após trauma, permanece sensibilizado 
até por anos. No caso de amputações recomendadas, portanto, exclusivamente cirúrgicas, deve-se fazer anestesia geral e 
também local para que o neurônio seja o menos estimulado possível. Importante também afastar o coto neuronal do local 
de cicatrização, para evitar as substâncias

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