Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Plano de Ensino Professor : Edson Degraf Disciplina : Auditoria Contábil e Operacional Carga Horária : 80 horas Turma : Curso : Ciências Contábeis Período Ementa Introdução e conceitos básicos; Normas de Auditoria; Controle Interno; Planejamento de Auditoria; Papéis de Trabalho; Técnicas ou procedimentos de auditoria; Relatório e Parecer em Auditoria; Auditoria em caixa e bancos; Auditoria em contas a pagar e contas a receber; auditoria nos estoques, auditoria em despesas antecipadas, auditoria em investimentos; auditoria do imobilizado, auditoria do diferido, auditoria nas obrigações, auditoria nos empréstimos, auditoria no Patrimônio Líquido; Auditoria em receitas e despesas; eventos subsequentes. Objetivos Geral: Capacitar os alunos na compreensão de metodologias vinculadas a Auditoria Contábil e Operacional nas organizações, proporcionando ao discente o espírito crítico para análise, identificação e correção de fatos que não estejam em conformidade com as normas e procedimentos de contabilização. Específicos: 1. Obter conhecimento relacionado com a auditoria contábil e operacional. 2. Apontar erros informados nas Demonstrações Contábeis. 3. Sugerir as correções necessárias nas Demonstrações Contábeis. 4. Utilizar as técnicas e procedimentos aplicáveis à realização de auditoria contábil e operacional. Conteúdo Programático: UNIDADE 01 - Introdução e conceitos básicos 01.01 Conceito, Objetivo e aplicação da Auditoria; 01.02 Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnicas de Auditoria (NBC TA´s); 01.03 Normas Brasileiras do Profissional Auditor (NBC PA´s). 01.04 Tipos de Auditoria (Interna e Externa e Fiscal) 01.05 Aplicação da Auditoria 01.06 Órgãos de Classe (CFC/CVM/IBRACON/IIA - AUDIBRA) UNIDADE 02 - Controle Interno 02.01 Conceito, Objetivo, Aplicação dos Controles Internos; 02.02 Desfalques (Temporários e Permanentes); 2 02.03 Avaliação dos Controles Internos; 02.04 Auditoria Interna; UNIDADE 03 - Auditoria Externa 03.01 Conceitos e objetivos 03.02 Planejamento de Auditoria; Riscos de auditoria e amostragem; 03.03 Contrato de prestação de serviços de Auditoria; 03.04 Carta de Apresentação e Carta de Responsabilidade da Administração; 03.05 Avaliação do Sistema Contábil e de Controles Internos; 03.06 Procedimentos de Auditoria (Testes de Observância e Substantivos) 03.07 Determinação do Tamanho, complexidade e extensão da auditoria 03.08 Erro e Fraude 03.09 Programas de Trabalho 03.10 Papéis de Trabalho 03.11 Testes (Testes e exames de auditoria) 03.12 Procedimentos de Revisão Analítica UNIDADE 04 - Documentos gerados pela Auditoria 04.01 Relatórios de Auditoria; 04.02 Opinião de Auditoria; Metodologia de Ensino - Aulas expositivas; - Leituras trabalhadas; Estudos de Caso; - Produção escrita em sala ou com data marcada para entrega; - Atividades em grupo e individual; - Atividades com apoio de recursos tecnológicos. Atividades Discentes Trabalhos em grupo e ou individual sobre o conteúdo programático, as quais serão somadas, podendo o discente atingir até 3,0 (três pontos) no primeiro e segundo bimestre. Procedimentos de Avaliação Para o Primeiro bimestre, o sistema de avaliação compreende avaliações parciais até 3,0 (três) pontos e avaliação bimestral 7,0 (sete) pontos sobre o conteúdo programático, as quais, serão somadas e obtida a média de aproveitamento do aluno quanto aos objetivos. Para o Segundo bimestre, o sistema de avaliação compreende avaliações parciais até 4,0 (quatro) pontos e avaliação bimestral 6,0 (sete) pontos sobre o conteúdo programático, as quais, serão somadas e obtida a média de aproveitamento do aluno quanto aos objetivos. O aluno que obtiver média igual ou superior a 7 (sete), e freqüência superior a 75%, é considerado aprovado. Se o aluno não alcançar esta média, ele deverá realizar uma avaliação no fim do semestre, avaliação esta que abrangerá todo o conteúdo da disciplina. Datas das avaliações: Data da avaliação 1º. Bimestre: / / 3 Data da avaliação 2º. Bimestre: / / BIBLIOGRAFIA BÁSICA 1. CREPALDI. Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010. 2. BOYNTON, JOHNSON, KELL. Auditoria. 1ª Ed. São Paulo: Atlas, 2002. 3. ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010. DE APOIO 1. JUNIOR, Jose Hernandes Perez. Auditoria das Demonstrações Contábeis. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 1998. 2. CRC-SP. Curso Básico de Auditoria. São Paulo: Atlas, 1996. 3. FRANCO, Hilário. Auditoria Contábil. 2ª Ed. São Paulo : Atlas, 1992. 4. ALMEIDA, Marcelo Cavalcante. Auditoria: um curso moderno e completo. 6ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2003. 5. ALMEIDA, Marcelo Cavalcante. Auditoria: um curso moderno e completo. 6ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2003. Livro de Exercícios. 6. ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 1998. 7. Conselho Federal de Contabilidade – CFC. Princípios Fundamentais de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade. Brasília: Editora do Conselho, 2003/2006. 8. FLORENTINO. Auditoria Contábil. 5ª Ed. São Paulo: FGV, 1987. 9. ATTIE, William. Auditoria Interna. São Paulo: Atlas, 1987. 10. CORDEIRO, Cláudio Marcelo Rodrigues. Auditoria e Governança Corporativa. Curitiba. IESDE: 2011 Programa Elaborado em janeiro/2020 Professor Edson Degraf 4 UNIDADE II – CONTROLES INTERNOS As normas de auditoria geralmente aceitas, referentes ao trabalho no campo, estabelecem que o auditor deve avaliar o sistema de controle interno da empresa auditada, a fim de determinar a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria. O auditor independente executa os seguintes passos na avaliação do controle interno: Levanta o sistema de controle interno Verifica se o sistema levantado é o que está sendo seguido na prática; Avalia a possibilidade de o sistema revelar de imediato erros e irregularidades; Determina tipo, data e volume dos procedimentos de auditoria. Um bom sistema de controle interno funciona como uma peneira na detectação desses erros e irregularidades. Portanto, o auditor pode reduzir o volume de testes de auditoria na hipótese de a empresa ter um sistema de controle interno forte; caso contrário, o auditor deve aumentá-lo. 1 – Definição de controle interno Conforme Cordeiro (2011 p. 147) a definição mais utilizada para o controle interno é a descrita pela American Institute of Certified Public Accountants (AICPA), entidade americana responsável por definições e padrões voltados para área de auditoria, citando que controle interno é o plano da organização e todos os métodos e medidas coordenadas, adotados dentro de uma empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a adequação e confiabilidade de seus dados contábeis, promover a eficiência operacional e fomentar o respeito e obediência às políticas administrativas fixadas pela gestão. Outra definição segundo Attie (2011 p. 189) diz que o controle interno compreende o plano de organização e o conjunto coordenado de métodos e medidas, adotados pela empresa, para proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade de seus dados contábeis, promover a eficiência operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração. 5 1.1 – Interpretação do conceito de controle interno O Controle tem significado e relevância somente quando é concebido para garantir o cumprimento de um objetivo definido, quer seja administrativo ou gerencial. Dessa forma, o controle não é algo sem face ou sem forma, mas um dado físico que avalia uma função observável. Pela análise da definição de controle interno podemos observar a existência de vários fatores que necessitam ser clara e objetivamente expostos: A) Planode organização é o modo pelo qual se organiza um sistema. A estrutura organizacional necessita corresponder a uma divisão, adequada e balanceada, de trabalho, de forma que sejam estabelecidas as relações de autoridade e responsabilidade entre os vários níveis, pelas parcelas de trabalho exigidas para a consecução dos objetivos da empresa, e de maneira que sejam definidas, claramente, as responsabilidades e autoridades dos diversos níveis; B) Métodos e medidas estabelecem os caminhos e os meios de comparação e julgamento para se chegar a determinado fim, mesmo que não tenham sido pré-estabelecidos formalmente. A empresa, como um todo, pode ser caracterizada com a conjunção de vários subsistemas. Cada um dos subsistemas, por sua vez, compõe-se de uma cadeia de procedimentos destinados a gerar e registrar informações finais. O planejamento de um sistema, além de resultar num sistema eficiente, prático, econômico e útil, deve levar em conta a definição de procedimentos especificamente destinados para promover o controle sobre as operações e as atividades preferencialmente formalizadas através de manuais; C) Proteção do patrimônio compreende a forma pela qual são salvaguardados e definidos os bens e direitos da empresa. A definição e o estabelecimento de independência das funções de execução operacional (custódia, controle e contabilização dos bens patrimoniais, conjugada a um sistema de autorizações, de acordo com a responsabilidade e riscos 6 envolvidos) possibilitam eficiente e salutar meio de salvaguardar os interesses da empresa; D) Exatidão e fidedignidade dos dados contábeis correspondem a adequada precisão e observância aos elementos dispostos na contabilidade. A classificação dos dados dentro de uma estrutura formal de contas, seguida da existência de um plano de contas que facilite o seu registro, preparação e contabilização em tempo hábil, a utilização de um manual descritivo de uso das contas conjugado à definição de procedimentos que possibilitem a análise, a conciliação e a solução tempestiva de quaisquer divergências são elementos significativos para a expressão da fiel escrituração contábil; E) Eficiência operacional compreende a ação ou força a ser posta em prática nas transações realizadas pela empresa. A definição de adequado plano de organização aliada aos métodos e procedimentos bem definidos, assim como a observação de normas salutares no cumprimento dos deveres e funções com a existência de pessoal qualificado, treinado para desenvolver suas atividades e adequadamente supervisionado por seus responsáveis, tendem a implementar a desejada eficiência nas operações; F) Políticas administrativas compreendem o sistema de regras relativas à direção dos negócios e à prática dos princípios, normas e funções para a obtenção de determinado resultado. As políticas representam as guias de raciocínio, planejadas para a tomada de decisões em níveis inferiores e aplicáveis às situações repetitivas, de forma a canalizar as decisões para o objetivo, que afetam tanto o comportamento da organização (política estratégica) quanto as regras de trabalho (políticas operacionais). 1.2 – A Importância do Controle Interno A importância do controle interno fica patente a partir do momento em que se torna impossível conceber uma empresa que não disponha de controles que possam garantir a continuidade do fluxo de operações e informações proposto. 7 Para que se verifique a importância do controle, é oportuno analisar o crescimento e a diversificação de uma empresa. Se pudermos identificar uma empresa em fase inicial, verificaremos que o dono é o ponto referencial do controle. É ele quem analisa e controla praticamente todos os segmentos da empresa; verifica a pontualidade dos funcionários, a fabricação e o padrão de qualidade dos produtos, o despacho e a entrega aos clientes, o pedido e o contas a pagar aos fornecedores, o contas a receber e o recebimento dos clientes e etc. A partir do momento que a empresa toma vulto e inicia sua fase de crescimento em volumes, em diversificação de produtos, em locais diferenciados de produção e de vendas a clientes em várias localidades, e até de segmentação diversa de novos produtos, torna-se inviável que seu dono, sozinho, controle todas as operações e transações. Quanto maior vai ficando a entidade social, maior e mais complexa se torna a organização estrutural, pois grande parte das atividades controladas inicialmente pelo dono vão sendo delegadas a outros funcionários, dos quais ele espera que haja compromisso e capacitação igual àquela que dispunha pessoalmente na gestão do negócio. Para existir controle eficiente das operações e poder de análise é preciso existir relatórios, indicadores e outros índices que reflitam a gestão das operações pelos funcionários contratados e o atendimento aos planos e metas traçados. O controle interno é parte integrante de cada segmento da organização e cada procedimento corresponde a uma parte do conjunto de controle interno. Exemplificando, se o setor de vendas emite um pedido, devem existir procedimentos que permitam determinar se o cliente poderá quitar seus compromissos junto a companhia. 1.3 Características de um sistema de controle interno Um sistema de controle interno bem desenvolvido pode incluir o controle orçamentário, custos-padrão, relatórios operacionais periódicos análises estatísticas, programas de treinamento do pessoal e, inclusive auditoria interna. 8 O controle interno inclui: A) Controle contábeis: compreendem o plano de organização e todos os métodos e procedimentos diretamente relacionados, principalmente com a salvaguarda do patrimônio e a fidedignidade dos registros contábeis. Geralmente incluem os seguintes controles: sistema de autorização e aprovação, separação das funções de escriturações e elaboração de relatórios contábeis daquelas ligadas às operações ou custódia dos valores e controles físicos sobre esses valores. B) Controles administrativos: compreendem o plano de organização e todos os métodos e procedimentos que dizem respeito à eficiência operacional e à decisão política traçada pela administração. Normalmente, se relacionam de forma indireta aos registros financeiros. Com frequência abrangem análises estatísticas, estudos de tempo e movimento, relatórios de desempenho, programas de treinamento e controle de qualidade. As características de um eficiente sistema de controle interno compreendem: Plano de organização que proporcione apropriada segregação de funções entre execução operacional e custódia dos bens patrimoniais e sua contabilização; Sistema de autorização e procedimentos de escrituração adequados, que proporcionem controle eficiente sobre o ativo, passivo, receitas, custos e despesas; Observação de práticas salutares no cumprimento dos deveres e funções de cada um dos departamentos da organização; Pessoal com adequada qualificação técnica e profissional, para a execução de suas atribuições. Os controles internos devem se adaptar a cada tipo de empresa. Então os controles passam a ser diferentes entre empresas industriais, comerciais, serviços, micro, pequeno, médio ou grande porte. Exemplo: em empresas industriais os controles podem ter os seguintes aspectos: 9 • Utilização e estocagem de Matérias-Primas, Produtos Acabados, Produtos em Elaboração; • Qualidade da mão-de-obra produtiva; • Manutenção de máquinas e equipamentos; • Capacidade instalada; • Custos de produção; • Obsolescência de produtos e bens. Em empresas comerciais: • Lotes de compras e quantidades em estoques; • Margem de lucro (mark-up); • Reposição de mercadorias; • Obsolescência de mercadorias e bens. Em empresas de serviços: • Quantidade de horas e alocação aos serviços prestados; • Ociosidade da mão-de-obra;• Segregação (separação) de despesas e custos; • Treinamentos; • Indicadores de qualidade dos serviços dados pelos clientes. 1.4 – Objetivos do controle interno O conceito, a interpretação e a importância do controle interno envolvem imensa gama de procedimentos e práticas que, em conjunto, possibilitam a consecução de determinado fim, ou seja, controlar. Regra geral, o controle interno tem quatro objetivos básicos: Salvaguarda dos interesses da empresa; 10 Precisão e a confiabilidade dos informes e relatórios contábeis e financeiros e operacionais; O estímulo à eficiência operacional; e A aderência às políticas existentes. 1.4 – Salvaguarda dos interesses Os objetivos do controle interno relativo à salvaguarda dos interesses refere-se à proteção do patrimônio contra quaisquer perdas e riscos devidos a erros ou irregularidades. Uma empresa dispõe de bens, direitos e obrigações que se encontram divididos por diversos departamentos e setores que cuida individualmente da parte que lhes cabe. Os principais meios que podem dar o suporte necessário à salvaguarda dos interesses são os seguintes: a) Segregação de funções: estabelece a independência para as funções de execução operacional, custódia física e contabilização. Ninguém deve ter sob sua inteira responsabilidade todas as fases inerentes a uma operação. Cada uma dessas fases deve, preferencialmente, ser executada por pessoas e setores independentes entre si; b) Sistema de autorização e aprovação: compreende o controle das operações através dos métodos de aprovações, de acordo com as responsabilidades e os riscos envolvidos. Na medida do possível, a pessoa que autoriza não deve ser a que aprova para não expor a risco os interesses da empresa; c) Determinação de funções e responsabilidade: determina para cada funcionário a noção exata de suas funções, incluindo as responsabilidades que compõem o cargo. A existência de organogramas claros determina linhas de responsabilidades e autoridades definidas por toda a linha hierárquica; d) Rotação de funcionários: corresponde ao rodizio dos funcionários designados para cada trabalho; possibilita reduzir as oportunidades de fraudes e resulta, geralmente, em novas idéias de trabalho para as funções; 11 e) Carta de fiança: determina aos funcionários que em geral lida com valores a responsabilidade pela custódia de bens e valores, protegendo a empresa e dissuadindo, psicologicamente, os funcionários em tentação. De acordo com as circunstâncias pode-se utilizar seguro fidelidade, isolada ou conjuntamente à carta de fiança; f) Manutenção de contas de controle: indica a exatidão dos saldos das contas detalhadas, geralmente controladas por outros funcionários. Permite a realização de confrontação permanente entre os saldos detalhados e saldo sintético, e a aplicação de procedimentos de comprovação da exatidão dos registros; g) Seguro: compreende a manutenção de apólice de seguros, a valores adequados de reposição, dos bens, valores e riscos a que está sujeita a empresa; h) Legislação: corresponde à atualização permanente sobre a legislação vigente, visando diminuir riscos e não expor a empresa às contingências fiscais e legais pela não obediência aos preceitos atuais vigentes i) Diminuição de erros e desperdícios: indica a detecção de erros e desperdícios na fonte; comumente essas falhas são originadas devido a controles mal definidos, falta de controles, cópias e vias excessivas etc. A divisão racional do trabalho, com a identificação clara e objetiva das normas, procedimentos, impressos, arquivos, e número de subordinados compatível, fornece condições razoáveis que permitem supervisão suficiente e, consequentemente, prevenir-se contra ocorrência de erros e desperdícios; j) Contagem físicas independentes: corresponde à realização de contagens físicas de bens e valores, de forma periódica, por intermédio de pessoa independente ao custodiante, visando maximizar o controle físico e resguardar os interesses da empresa; k) Alçadas progressivas: compreende o estabelecimento de alçadas e procurações de forma escalonada, configurando aos altos escalões as principais decisões e responsabilidades. A utilização de alçadas progressivas, com dupla assinatura de pessoas independentes entre si, fornece maior segurança à empresa, permitindo que as principais decisões, de acordo com os riscos e valores envolvidos, fiquem canalizadas junto aos principais administradores. 12 1.5 – Precisão e confiabilidade dos informes e relatórios contábeis financeiros e operacionais. O Objetivo de controle interno relativo à precisão e confiabilidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais compreende a geração de informações adequadas e oportuna, necessárias gerencialmente para administrar e compreender os eventos realizados na empresa. Uma empresa necessita constituir, para si, sistemas que lhe garantam conhecer os atos e eventos ocorridos em cada um dos seus segmentos. Os efeitos ocorridos através da realização de cada ato devem ser escriturados e levados, em tempo hábil, ao conhecimento dos administradores. A empresa necessita de informações que possam auxiliar a administração dos negócios e que possibilitem entendimento uniforme da informação. A informação só tem validade a partir do momento em que é exata, confiável e oportuna; dessa forma, precisa basear-se em dados verídicos, informados tempestivamente. Os principais meios que possibilitam dar o suporte necessário à precisão e confiabilidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais são: 1) Documentação confiável: corresponde à utilização de documentação hábil para o registro das transações 2) Conciliação: indica a precisão ou diferenças existentes entre as diversas fontes de informação, visando à manutenção equilibrada entre estas e à eliminação tempestiva de possíveis tendências; 3) Análise: objetiva a identificação da composição analítica dos itens em exame de forma a possibilitar a constatação de sua constituição; 4) Plano de contas: compreende a classificação dos dados da empresa dentro de uma estrutura formal de contas, com a existência de um plano de contas definido. 5) Tempo hábil: determina o registro das transações dentro do período de competência e no menor espaço de tempo possível. 6) Equipamento mecânico: a utilização de equipamento mecânico ou eletrônico visa facilitar e agilizar o registro das transações, fomentando a divisão do trabalho. 13 1.6 – Estímulo a eficiência operacional O Objetivo do controle interno relativo ao estímulo à eficiência operacional determina prover os meios necessários à condução das tarefas, de forma a obter entendimento, aplicação e ação tempestiva e uniforme. As inúmeras tarefas praticadas pelos diversos setores de uma empresa necessitam de uma linha mestra de raciocínio e de conduta. Cada um dos segmentos tem suas particularidades e cada indivíduo precisa conhecer sua tarefa, para que a totalidade mova a empresa como um todo. Exemplo: Se um funcionário tem de lidar com uma máquina específica, é necessário que lhe seja fornecido treinamento adequado. Os principais meios que podem prover suportes ao estímulo à eficiência operacional são: 1) Seleção: possibilita a obtenção de pessoal qualificado para exercer com eficiência as funções específicas; 2) Treinamento: possibilita a capacitação do pessoal para a atividade proposta; 3) Plano de carreira: determina a política da empresa ao pessoal quanto às possibilidades de remuneração e promoção, incentivando o entusiasmo e satisfação pessoal; 4) Relatórios de desempenho: compreendem a identificação individual de cada funcionário; 5) Relatório de horas trabalhadas: possibilita a administração mais eficiente do tempo despendido pelo pessoal eindica mudanças necessárias ou correção das metas de trabalho; 6) Tempos e métodos: possibilitam o acompanhamento mais eficiente de execução de atividades e regulam possíveis ineficiências do pessoal; 7) Custo-padrão: permite o acompanhamento permanente do custo de produção dos bens e serviços produzidos, identificando benefícios e ineficiências do processo de produção; 8) Manuais internos: sugerem clara exposição dos procedimentos internos; 14 9) Instruções formais: indicam formalmente as instruções a serem seguidas pelo pessoal, evitando interpretações dúbias, mal entendidos e a possibilidade de cobranças e follow-up tempestivos. 1.7 – Auditoria interna Não adianta a empresa implantar um excelente sistema de controle interno sem que alguém verifique periodicamente se os funcionários estão cumprindo o que foi determinado no sistema, ou se o sistema não deveria ser adaptado às novas circunstâncias. Os objetivos da auditoria interna são exatamente esses: Verificar se as normas internas estão sendo seguidas; Avaliar a necessidade de novas normas internas ou de modificação das já existentes. Os princípios e fundamentos do controle interno podem ser expostos da seguinte maneira: CONTROLE INTERNO A SER ADOTADO MOTIVO a)devem ser fixadas as responsabilidades Se não existir delimitação extra, o controle será eficiente b) A contabilidade e as operações devem estar separadas Um empregado não deve ocupar um posto em que tenha controle da contabilidade e, ao mesmo tempo, controle das operações que ocasionam os lançamentos. c) Controle cruzados. Por exemplo, as vendas diárias devem ser acumuladas e confrontadas ao final do período com a soma das etiquetas das mercadorias entregues. Devem ser utilizadas todas as provas disponíveis para se comprovar a exatidão, visando assegurar que as operações forma registradas corretamente na contabilidade. d) Nenhuma pessoa individualmente deve ter completamente a seu cargo uma transação comercial Qualquer pessoa, deliberadamente ou inadvertidamente cometerá erros; entretanto, é provável que se descubram os erros se o manejo de uma transação 15 está dividido entre duas ou mais pessoas. e) Deve-se escolher e treinar cuidadosamente os empregados Um treinamento cuidadoso oferece como resultados: melhor rendimento, custos reduzidos e empregados mais atentos e ativos. f) Se for possível: - deve haver rotatividade entre os empregados destinados a cada trabalho. - deve ser imposta a obrigação de usufruto de férias para todas as pessoas que ocupam postos de confiança. Isso reduz as oportunidades de fraude e indica a adaptabilidade do empregado. g) As instruções de operações para cada cargo devem ser sempre fornecidas por escrito. Os manuais de procedimentos fomentam a eficiência e evitam erros ou interpretações erradas. 1.8 – Limitações do controle interno As limitações do controle interno são, principalmente, com relação a: - Conluio de funcionários na apropriação de bens da empresa; - Instrução inadequada dos funcionários com relação às normas internas; - Negligência dos funcionários na execução de suas tarefas. Em virtude dos pontos acima relatados, mesmo no caso de a empresa ter um excelente sistema de controle interno, o auditor deve executar procedimentos mínimos de auditoria. 1.9 – Ética na Organização Aprofundando-se no motivo que define como primordial e obrigatório a implantação e utilização de controles internos no sentido de segurança dos ativos, verifica-se que, o principal motivo é descrédito em seu pessoal, isto é, os controles internos patrimoniais existem para evitar que os funcionários furtem os ativos da empresa. Sabendo-se disso, porque investir tão somente 16 nos controles propriamente ditos do que investir na implantação de um programa de aprimoramento moral para os empregados? O programa de aprimoramento moral age nas mais diversas áreas da empresa, em todos os níveis funcionais independente do tempo de serviço. O programa consiste em um acompanhamento de satisfação e situação econômica/financeira das empresas, o empregado satisfeito com sua empresa, executando tarefas que lhe agrade, fica muito menos sujeito ao erro, da mesma forma que o empregado que possui sua solvência inabalada, não tenha a necessidade de furtar, fraudar ou lesar a empresa. 1.10 – Fraudes e desfalques nas empresas Os resultados de pesquisas realizadas sobre as fraudes nas empresas apontam que esse é um problema comum e crescente a todas elas, decorrente do enfraquecimento dos valores éticos, morais, sociais e, principalmente, da ineficácia dos sistemas de controles internos. Embora os fatores que motivam as pessoas a cometerem fraude possam ser classificados em três aspectos: Oportunidade para cometê-la e escondê-la; Pressão por dificuldades financeiras; e Racionalização do entendimento sobre a falta cometida. Bons controle internos apenas previnem contra a fraude e minimizam os riscos de erros e irregularidades, porque, por si só, não bastam para evita-los. Assim, por exemplo, a segregação de uma operação em fases distintas, dirigidas a diversas pessoas, reduz a chance de ocorrerem irregularidades, porém, não pode impedir que elas ocorram, caso as diversas pessoas que intervêm no processo se puserem de acordo para cometer algum fato fraudulento. A eficiência do sistema de controle interno em sua totalidade deve permitir detectar não somente irregularidades de atos intencionais, como também erros de atos não intencionais. Estes podem ser: Decorrentes de má aplicação de uma norma ou procedimento; De omissão por não aplicar um procedimento prescrito nas normas em vigor; e De interpretação como, por exemplo, a aplicação errônea dos procedimentos constantes no Comitê de Pronunciamento Contábil – CPC. 17 Os desfalques podem ser classificados como temporários ou permanentes. 1.10.1 - Temporários O desfalque temporário ocorre quando o empregado desvia ou furta qualquer ativo da empresa e não altera o registro contábil correspondente. Ex.:Crepaldi (2011, p. 394): • Funcionário apodera-se do dinheiro recebido de clientes, proveniente de venda a prazo, antes do registro contábil do recebimento. Como consequência, fica em aberto na conta de duplicatas a receber um valor já pago pelo cliente. Esse fato seria descoberto pelo confronto das duplicatas ainda não recebidas com a conta de duplicatas a receber da contabilidade ou pela confirmação de saldos com os clientes; • Funcionário assenhoreia-se do dinheiro recebido de clientes, após o registro contábil do recebimento. Consequentemente, foi dado um débito a conta de bancos no razão geral; entretanto, o dinheiro não foi efetivamente depositado. Esse desfalque seria descoberto por meio da reconciliação bancária; • Funcionário apoderou-se de um ativo da empresa (dinheiro de caixa, cautela de títulos, estoques, imobilizado, etc.). Como resultado, o ativo continua registrado no razão geral; no entanto, o bem não mais existe fisicamente na empresa. Esse desfalque seria descoberto pelo confronto dos ativos existentes fisicamente com os registros contábeis. 1.10.2 - Permanentes No desfalque permanente, o funcionário, além de se apoderar indevidamente do bem da organização, ele também altera o respectivo registro contábil. Esse desfalque só ocorre quando o contraventor tem acesso aos ativos e registros contábeis. A segregação de funções é uma forma de inibir a execução desse fato. Quando o desfalque permanente ocorre, dificilmente ele é identificado em alguma verificação, pois o elemento físico (estoque, bancos, etc.) terá seu valor correspondente igual ao registro contábil. Segue abaixo exemplos de desfalque permanente: Crepaldi (2011 p. 395): • Funcionário responsável pelo recebimento declientes e pelo preparo de registros contábeis de venda e recebimento desvia um recebimento de vendas a prazo e baixa duplicata correspondente contra vendas (débito em devolução de vendas e crédito em duplicatas a receber); 18 • Funcionário responsável pelas matérias-primas e pela elaboração de lançamentos contábeis rouba uma matéria prima e baixa o bem correspondente para despesa (débito em despesas diversas e crédito em matéria-prima); • Funcionário responsável pelo recebimento de vendas a prazo e pelo registro contábil das vendas desvia recebimento de $ 1.000 e registra as vendas do mês (débito em duplicatas a receber e crédito em vendas) deduzidas desse valor (erro de soma ou de transporte de valores); • Funcionário responsável pelo recebimento e pelas baixas duplicatas incobráveis desvia recebimentos de $ 5.000 e registra as duplicatas incobráveis baixadas (*débito em provisão para devedores duvidosos e crédito em duplicatas a receber) acrescidas desse valor (erros de soma ou transporte de valores); • Funcionários que manuseiam recebimento de vendas a vista para fins de depósitos bancários, após o registro contábil inicial, e é responsável pela escrituração do razão geral desviar recebimentos de $ 10.000, reduz o saldo da conta de bancos (de forma a concordar com o saldo real na conta corrente bancária e o saldo de uma conta corrente bancária) e o saldo de uma conta de receita ou aumenta o saldo de uma conta de despesa. Cabe destacar que esta alteração nos registros contábeis é feita mediante a apuração errônea dos saldos das contas do razão geral (débito – crédito = saldo) 1.11 - Erros e Fraudes Conforme NBC TI 01 (antiga NBC T 12), a Auditoria Interna deve assessorar a administração da entidade no trabalho de prevenção de fraudes e erros, obrigando-se a informá-la, sempre por escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações de irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho. O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão e/ou manipulação de transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários (dolo). O termo “erro” aplica-se a ato não-intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros, 19 informações e demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários. Uma das funções de todo sistema de Controles Internos é evitar a ocorrência de erros e fraudes durante a realização das transações. Assim, considera-se importante discutir um pouco mais os erros em suas diversas formas de manifestação, para melhor se compreender o funcionamento do sistema que visa a evitá-los. Os erros, tanto os intencionais quanto os involuntários, podem, ainda, ser classificados em três tipos: erro de princípio, erro de omissão e erro de perpetração. Erro de princípio consiste na aplicação equivocada de diretrizes contábeis, resultando em registros e demonstrações incorretas. Erro de omissão consiste em deixar de fazer um registro contábil, o que também resulta em demonstrações incorretas. Erro de perpetração caracteriza-se pela falta de cuidado, intencional, ou não, e os resultados são iguais aos dois anteriores. 1.12 – Controles Internos das Áreas de Risco Nas organizações encontramos alguns setores que possuem maior probabilidade de fraude. São elas: • Compras: devido a dificuldade de verificação de recebimento de propina sobre compras e tendo em vista a não escrituração desses delitos nos registros contábeis, o setor de compras deve ter uma rotatividade de pessoas e circularização de fornecedores por meio de licitação para que possa ser evitada a fraude; • Contas a Pagar: já neste setor deve ser observada a efetiva prestação do serviço ou recebimento das mercadorias para que possam ser evitados “pagamentos fantasmas”. Ainda nas contas a pagar devem ser checados os pagamentos antecipados com intuito de evitar o recebimento das chamadas propinas no pagamento; • Contas a receber: devem ser tomados cuidados neste setor tendo em vista a dificuldade na obtenção de “caixa” na maioria das organizações. Assim sendo, 20 deve ser verificado e controlado o recolhimento das receitas financeiras, isto é, devem ser constatados se os eventuais não recebimentos de moras e juros sobre vendas e/ou serviços, são provenientes do bom senso do gerente financeiro ou se esses descontos foram concedidos em virtude de algum benefício recebido por este funcionário responsável; • Estoques: na verificação de estoques, mais especificamente na matéria prima, devem ser observados os valores residuais quando os valores de produção são elevados. Também no estoque devem ser observados o quantitativo físico das mercadorias com os saldos contábeis. 1.13 – CONDUÇÃO DA AUDITORIA INTERNA A Auditoria Operacional é uma atividade especializada exercida nas empresas, que compreende o levantamento de dados e análise da produtividade e a rentabilidade das empresas; custos das operações, do equilíbrio e do crescimento estrutural e patrimonial da empresa, incluindo a situação financeira e a viabilidade econômica financeira dos projetos de ampliação dos negócios. Segundo Araújo (1998, p.35), a auditoria operacional consiste em revisões sistemáticas de programas, organizações, atividades ou segmentos operacionais dos setores públicos e privados, com a finalidade de avaliar e comunicar se os recursos da organização estão sendo usados eficientemente, bem como se estão sendo alcançados os objetivos operacionais. Daí, entende- se que a Auditoria Operacional é o processo de avaliação do desempenho real, em confronto com o esperado, o que leva, inevitavelmente, à apresentação de recomendações destinadas a melhorar o desempenho e a aumentar o êxito dos negócios empresariais. Outros especialistas conceituam também a Auditoria Operacional como Auditoria de Gestão, Auditoria de Otimização de Recursos, Auditoria de Resultados, por esta representar o exame dos três “Es”: Economicidade, Eficácia e Eficiência. Independente da classificação utilizada, a Auditoria Operacional, por compreender o exame da estrutura da organização, dos sistemas de controle, dos meios operacionais e do uso dos recursos físicos e humanos, tem por fim auxiliar a gerência a estabelecer a adequada gestão dos processos operacionais das empresas. 21 A auditoria operacional pode ser desenvolvida tanto pela auditoria externa ou pela auditoria interna, mas, por ser necessária uma aplicação de caráter permanente, aplica-se mais ao perfil de auditoria interna. A Função básica da auditoria operacional é elaborar diagnósticos que permitam visualizar e avaliar a situação da empresa ou organização auditada de acordo com o desempenho relativo ao funcionamento e desenvolvimento das atividades e à utilização dos recursos e meios da maneira mais eficiente, com economicidade para atingir a eficácia. Ainda podemos considerar como funções complementares da auditoria operacional as que seguem: • Verificação da estrutura organizacional (departamentos, divisões, estrutura, funções) e a delegação de responsabilidades (hierarquia funcional) de acordo com o plano de controles da administração, que abrange todos os setores e atividades do negócio da empresa ou organização. • Verificação, de acordo com as diversas atividades e rotinas, dos mais variados setores e departamentos ou divisões da empresa ou organização e do cumprimento dos procedimentos previamente estabelecidos pela administração e gerência. • Análise, de acordo com os acontecimentos das diversas atividades, dos vários relatórios e registros sobre as operações, considerando se tais relatórios são reais, úteis e apresentaminformações completas e atualizadas. • Acompanhamento das atividades, analisando os padrões de acordo com o desempenho, resumindo a análise de desempenho quanto ao provimento de uma base efetiva para uma avaliação adequada dos resultados operacionais alcançados. De acordo com Gil (2000, p. 13), a auditoria é exercida segundo dois focos, que devem ser considerados: a) presente/passado: Auditoria Operacional com enfoque em controles, que é a revisão/avaliação/emissão de opinião de processos e resultados exercidos em linhas de negócios/ produtos/ serviços no horizonte temporal passado/ presente; b) presente/futuro: Auditoria Operacional com enfoque em riscos. Toda análise, verificação e todo acompanhamento das atividades precisam estar de acordo com o que a empresa ou organização pretende com o trabalho a ser desenvolvido, mesmo considerando as questões “presente/passado e presente/futuro”. Lembre-se que o passado das organizações é o melhor 22 parâmetro para aferir qualquer medição, medida ou definição de novas metas de acordo com a capacidade instalada e de pessoal. 1.13.1 – Criação, Implantação e/ou Aperfeiçoamento de Controles Internos Os elementos que compreendem um controle interno devem fornecer informações precisas para tomada de decisões e para a eficiência das operações da empresa e, além destas funções, auxiliarem na auditoria tanto externa quanto interna. Ë importante dizer que, para que o auditor tenha subsídios claros e confiáveis, o controle deve fornecer dados verídicos, que retratam a posição patrimonial e financeira da empresa bem como a correta manutenção de suas operações. Todos os elementos dos controles internos são de extrema importância para o auditor, mas para executar o trabalho de auditoria, é preciso que se obtenham dados específicos da empresa, sejam estes, contábeis, administrativos ou operacionais. 1.13.2 – Controles Internos do Disponível É um dos principais controles de uma empresa, pois é no disponível que se encontram os ativos mais líquidos da empresa (dinheiro). Para a correta forma de controle e para salvaguarda dos dados e dos próprios ativos tem-se diversos procedimentos específicos. Citam-se aqui alguns: • Guarda e registros corretos de extratos bancários; • Previsões (projeções) de pagamentos; • Contagem de caixa realizada na presença da supervisão; • Controle das aplicações financeiras e rendimentos; • Acompanhamento dos saldos através de investigações; • Confrontação de cheques emitidos compensados e não compensados; • Conciliação Bancária; • Autorização para transferências eletrônicas; • Autenticação dos fluxos de caixa e assinatura da gerência; • Retirada de caixa com autorização de pagamento. 23 1.13.3 – Controles Internos do Contas a Receber Este elemento de controle interno deve ser tratado de forma rígida, uma vez que os recebimentos necessitam de precisão e confiabilidade nas demonstrações adaptando-se as características da empresa. Alguns procedimentos podem ser: • Interligação global com faturamento; • Recebimentos e conciliações bancárias dos avisos de cobrança (carteira, caução e operação de desconto). • Combinação com as vendas à vista caso não exista controle bancário; • Conciliação do saldo contábil com os saldos existentes na empresa; • Contabilização correta dos juros sem recebimento de vendas em atraso e sua respectiva competência; • Adequação de um sistema de ficha por cliente ou empresa; • Movimentação de títulos mediante supervisão; • Confirmação (circularização) junto a clientes; 1.13.4 – Controles Internos dos Estoques De modo geral os controles internos dos estoques visam o controle da integridade e composição deste circulante. • Elaboração de relatório diário sobre as matérias-primas, produtos acabados, em elaboração e mercadorias; • Mapas de requisição de materiais com respectivos custos; • Mapas de requisição de produtos com respectivos custos; • Controle global dos estoques, respeitando suas quantidade e transformações; • Coleta estatística sobre a capacidade produtiva utilizada, variação na absorção de custos fixos e explicação para mudanças significativas; 24 • Fichas de estoques com a utilização dos métodos de avaliação dos estoques (peps/mpm/ueps/preço específico); • Autorização para retirada de materiais; • Requisições para transferência de matriz/filial; • Acompanhamento supervisionado na chegada, armazenamento e registro nos sistemas de controle; • Contagem física dos elementos ingressantes e restantes em estoques com confirmação da gerência. 1.13.5 – Controles Internos do Imobilizado Os controles internos do imobilizado vêm a assumir na organização a papel de proteger o patrimônio. • Coletar informações físicas e objetivas sobre o procedimento de aquisição de imobilizado. • Preparar relatório de movimentação das contas do imobilizado • Reconciliar os movimentos de depreciação do período escolhido • Designação de funcionário experiente para proceder a normas e rotinas de levantamento físico. 1.13.6 – Controles Internos de Compras, Contas a Pagar e Pagamentos É de grande importância a controle eficiente dos recebimentos, tendo em vista a maior incidência de fraudes neste setor da organização. Segue abaixo alguns procedimentos necessários em um controle interno eficiente do tópico supra. • Listagem dos passivos em aberto, em uma determinada data; • Fornecer comparativos dos produtos de maior realização, para verificar as mutações de custo, venda e lucratividade; • Relação dos saldos devidos por fornecedores; • Análise de saldos credores e procura de possíveis pagamentos em duplicidade; 25 • Análise do débito mais significativo para possibilitar, maior poder de negociação ou até renegociação, não descartando a possibilidade de contato com outros fornecedores. • Relatório de fornecedores usuais; • Autorização de compra assinada/carimbada/autenticada pela gerência; • Confirmação (circularização) junto a fornecedores. 1.13.7 – Controles Internos dos Recursos Humanos A administração de pessoal é muito importante dentro da empresa, pois a contratação de um funcionário ou a sua demissão, ocorrida de forma indevida, poderá causar problemas futuros à empresa, tanto no relacionamento entre empregado e empregador, bem como possíveis causas trabalhistas (contingências passivas). Este setor está propenso a ocultar fraudes, é devido a isto, a importância de que existam controles rígidos sobres seus procedimentos e que estes estejam amarrados em um manual de normas e procedimentos, evitando o desconhecimento por parte dos funcionários. Outras medidas de controles internos que podem ser adotadas nesta área são as segregações de funções e a rotatividade de funções. A segregação consiste na separação das funções de preparo, aprovação e pagamento. Esse procedimento minimiza e muito o risco, pois se aumenta o número de pessoas envolvidas no processo, dificultando a possibilidade de acordo para a realização de fraudes. Já a rotatividade de funções, além de ser excelente mecanismo de controle, é também um bom método de gerenciamento de pessoal, pois, ao ser realizada com frequência, estimula os funcionários com a mudança de suas tarefas, evitando assim a rotina e possibilitando uma visão geral do departamento. É importante lembrar que somente a implantação desses controles não impede a realização de atos escusos; por isso, tornam-se tão importantes as revisões feitas por elementos externos ao departamento ou empresas especializadas. 1.13.7.1 - Admissão Quando uma pessoa jurídica contrata um funcionário, as partes, empregador e empregado possuem obrigações que devem ser cumpridas. O empregador 26 deverá entregar os documentos solicitados pelo empregado para seu efetivo registro como empregado da organização, já o empregadordeverá preencher os documentos pertinentes à admissão do empregado, devolvendo a documentação recebida no prazo de 48 horas. A solicitação de contratação do empregado de ser feita por escrito e arquivado junto ao prontuário do funcionário, esta solicitação deve conter os motivos da contratação e os requisitos necessários para exercer a função do cargo, para apreciação e aprovação da gerência ou diretoria responsável. Esse procedimento visa evitar contratações desnecessárias e a existência de funcionários “fantasmas”. Métodos de desvio ou fraude na admissão de empregados Conforme CRC-SP / IBRACON (2000, p. 28) os meios mais comuns nesse caso de adulteração de informações e fraude na admissão são os seguintes: • A preparação de documentos falsos e cadastramento do empregado na folha de pagamento; • Cadastramento do empregado em duplicidade no sistema de folha de pagamento. Sugestões para o controle da admissão • Solicitação de departamento requisitante para a administração de pessoal por meio de formulário próprio; • Controle periódico dos empregados alocados por departamento, por meio de um relatório que será conferido e vistado pelo chefe responsável; • Distribuição mensal dos recibos de pagamento dos empregados pelo responsável do departamento, e comunicação imediata de qualquer divergência. 1.13.7.2 - Férias É o direito de empregado de anualmente gozar um período de descanso, sem prejuízo de sua remuneração. As férias serão concedidas por ato do empregador, nos 12 meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. A consolidação das leis do trabalho para concessão de férias estabelece: 27 • Que o empregado tenha completado o período aquisitivo (12 meses após a data de sua admissão); • Que o empregador participe, por escrito, ao empregado, com antecedência mínima de 30 dias, o período que ele sairá de férias; o interessado deve obter recibo dessa comunicação; • Que o empregado apresente sua carteira de Trabalho e Previdência Social para que nela seja anotada a respectiva concessão, que deve ser igualmente anotada na ficha de registro de empregados; • Que a concessão ocorra em um só período, exceto se tratar de férias coletivas. Atentar para nova sistemática de concessão de férias com dois períodos; • Que o pagamento da remuneração das férias seja efetuado até dois dias antes do início do respectivo período de gozo. O empregado deve acusar o recebimento por meio de recibo assinado; • Que seu valor seja pago em dobro sempre que as férias forem concedidas após o prazo legal (após o término do período concessivo). Método de desvio e fraude nas concessões de férias Há diversas formas de fraude a empresa quanto a esse procedimento, desde a falta de controle específico que poderá gerar o pagamento de férias de forma dobrada (quando a empresa não concede as mesmas no período correto), até seu pagamento em duplicidade (quando o empregado recebe duas vezes pelo mesmo período concessivo). Sugestões para o controle das férias O empregador deverá montar um mapa de controle de férias do qual constem: • Nome do funcionário; • Data de admissão; • Data do último período de gozo; • Salário atualizado; • Número de avos do período aquisitivo; • Data em que o empregado sairá de férias; 28 • Observações da chefia; • Valor da provisão de férias e encargos; • Valor líquido de férias. Esse mapa deverá ser confeccionado com base no registro do funcionário e também conter as observações da chefia do empregado sobre o período que melhor atenda aos interesses da empresa e do empregado. Esse procedimento objetiva um controle efetivo dos períodos aquisitivos e de gozo de férias, evitando que um funcionário tenha dois períodos de férias vencidos, que goze ou receba mais férias que o permitido por lei, ou que tire férias em um período que possa atrapalhar o bom andamento da empresa. Esse controle ajuda também no controle dos valores pagos pelas férias, pois o valor constante de recibo ou listagem de crédito deve coincidir com o mapa. 1.13.7.3 - Demissão É quando, por parte do empregado ou empregador, ocorre o rompimento do contrato de trabalho, cujo qual não dispõe de tempo determinado para encerramento. Ao empregado é assegurado o direito de haver do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha recebido dentro da mesma empresa. O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão de contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de um ano de serviço, só será válido quando feito com assistência do respectivo Sindicato, ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho ou outra condição prevista em lei. O instrumento de rescisão, qualquer que seja o motivo, deverá especificar a natureza de cada verba paga ao empregado, e, no caso de verbas variáveis, as mesmas deverão constar obrigatoriamente no verso desse instrumento rescisório. Conforme CRC-SP/IBRACON (2000, p. 31) o prazo de pagamento dessa rescisão será: Métodos de desvio e fraude na rescisão contratual • Empregado que solicita demissão (pedido de demissão) e cuja rescisão contratual é confeccionada como dispensa sem justa causa (demitido), causando ao empregador despesa adicional do aviso prévio e seus reflexos, bem como multa contratual dos 40% do FGTS (a que no caso de pedido de demissão, o empregado não teria direito); 29 • Empregado que é demitido e continua constando da folha de pagamento após o mês da rescisão contratual; • Empregado demitido no início do mês e durante o mês é feito pagamento do adiantamento salarial; • A contabilidade registra saída de verba para rescisão, mas não há recibo, ou este traz pagamento inferior; • Recibo com falsificação; • Cheques endossados para a mesma pessoa. Endosso de cheque a empregado do departamento de administração de pessoal; • Devolução de parcelas sem o conhecimento da empresa, que não as recebeu; • Pagamento de verbas rescisórias excessivas, além daquelas a que o empregado teria direito; • Empregado demitido logo após o vencimento de seu contrato de experiência, causando a empresa despesas desnecessárias de rescisão contratual. Sugestões para o controle das rescisões contratuais • A criação de formulário próprio a ser preenchido pelo chefe do setor que solicite a demissão de determinado funcionário, com esclarecimento dos motivos para ser vistado pela gerência e/ou diretoria; • O envio periódico de uma relação (obtida da folha de pagamento) com os empregados por chefia / departamento, a fim de que os chefes verifiquem a quantidade de empregados sob sua coordenação e notifiquem qualquer alteração, evitando-se assim que empregados recém - demitidos ou transferidos permaneçam na folha de pagamento; • A criação de um procedimento de dupla conferência, ou seja, que o trabalho de um empregado seja conferido por outro, visando evitar erro ou qualquer tentativa fraudulenta; • A utilização de cheques ou depósitos em conta corrente, a serem confeccionados pelo departamento de tesouraria. Esse procedimento faz com que os prazos de vencimento sejam observados por ambos os departamentos e sejam evitados atrasos; 30 • A realização de conciliação das contas contábeis do departamento de administração de pessoal e sua respectiva reconciliação contábil pelo departamento contábil; • A criação de um controle de prazos para os contratos de experiência e por tempo determinado para que o departamento de administração de pessoal alerte o superior do empregado sobre o prazo para que este decida se o mesmo será prorrogado, mantido ou se o empregado será desligado da empresa. Tal controle faz-se necessário, pois o desligamento desse empregado após o vencimento do contrato com prazo determinado gera em custo adicional em sua rescisão. 1.13.7.4 - Processos Trabalhistas É o meio que a justiçado trabalho criou para resolver possíveis conflitos que possam existir entre empregado e o empregador. A pessoa física ou jurídica que se sentir lesada, poderá recorrer à Justiça do Trabalho, por meio das Juntas de Conciliação e julgamento, em que, em um primeiro momento, juízes empregarão sempre seus bons ofícios e persuasão para uma solução conciliatória dos conflitos. Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter- se-á obrigatoriamente em arbitral, proferindo decisão na forma prescrita da lei. A empresa, no caso de ser o sujeito passivo do processo, deverá entrar em contato com seu advogado após o recebimento do ofício (citação), pois existem prazos a serem cumpridos. Este deverá solicitar as informações necessárias e a documentação pertinente ao caso, a fim de que seja montada a defesa (contestação). No prazo estabelecido deverão comparecer à Junta de Conciliação, munidos da defesa, para que os juízes apreciem o caso e profiram a sentença. Conforme o CRC-SP/IBRACON (2000), os métodos de desvio ou fraude no processo trabalhista: • Arquivo indevido da citação, causando o extravio da mesma; • Falta de entrega de documentação em período hábil para a formulação da defesa; • Perda do prazo para a defesa; • Preposto que não comparece à audiência, para prestar depoimento; • Falta de preparo, ou desconhecimento da causa que está sendo julgada por parte do preposto; 31 • Divergência entre o valor pago pela empresa e o recebido pelo ex – empregado. Sugestão para o controle dos processos trabalhistas A empresa deve adotar um mapa para o controle dos prazos para os processos, visando evitar a perda dos mesmos, que culminaria na perda da referida ação por revelia. Além disso, a empresa periodicamente deverá solicitar a seus advogados relatórios, informando a posição do processo e a possibilidade de ganho ou perda, para verificar se o valor efetivamente pago corresponde ao valor da causa, bem como seus encargos. 1.13.7.5 - Autorização para Aumento Salarial Todo aumento de salário, que não seja motivado por dissídio coletivo ou acordo entre sindicatos, deverá possuir uma autorização por escrito, devendo ser requisitado pela chefia do empregado e vistado pela gerencia e/ou diretoria. Tal ato se faz necessário para evitar que seja efetuado aumento salarial sem o conhecimento prévio da gerencia e/ou diretoria. Conforme o CRC-SP / IBRACON (2000, p.38), os principais métodos de desvio ou fraudes nos aumentos de salários são: • Aumento salarial acima do percentual estipulado; • Promoção e/ou méritos que não condizem com a realidade; Dificuldade no cálculo do acordo ou dissídio coletivo da categoria, pois não haverá diferenciação entre os adiantamentos de dissídio e os aumentos de méritos e/ou promoção. Sugestão para o controle salarial Deverá ser criado um formulário de autorização para aumento salarial, do qual deverá constar o motivo de tal aumento. Esse formulário deverá ser vistado pelo responsável do departamento solicitante e pelo gerente e/ou diretor responsável e deverá ser arquivado no prontuário do empregado para futuras consultas. 1.13.7.6 - Horário Empresas que possuem mais de 10 funcionários serão obrigadas a anotação do cartão de ponto, que deverá conter: nome do empregado, horário de entrada e saída, bem como intervalos de alimentação e/ou descanso no caso 32 de horas extras, elas deverão ser apontadas e pagas na folha de pagamento do referido mês de competência. Com relação a faltas ou atrasos, o empregado deverá justificá-las com os atestados, pois, caso contrário, o empregador poderá efetuar os devidos descontos salariais. 1.13.7.7 - Horas - Extras São as horas realizadas após o expediente normal, que deverão ser remuneradas com um acréscimo mínimo de 50% (cinquenta por cento) no valor da hora. Para a empresa utilizar-se desse expediente, deverá realizar um acordo entre as partes, prevendo a quantidade de horas e a sua remuneração. Domingos e feriados o acréscimo é de 100%. Conforme o CRC-SP / IBRACON (2000, p.39), os métodos de desvio ou fraude nas horas extras são: • Trabalhos em horários extraordinários sem necessidade ou sem objetividade; • Trabalho sem autorização dos responsáveis pelo departamento; • Erros na contagem das horas realizados; • Erro no pagamento dos percentuais utilizados; • Não pagamento dos reflexos decorrentes da realização das horas extras. Sugestão de controle de horas extras A empresa deverá manter controles rígidos sobre horas extras, devendo a chefia do departamento responsabilizar-se por sua realização. As horas extras só poderão ser realizadas com autorização prévia da gerência e/ou diretoria. Nessa autorização, a chefia deverá descrever o motivo da realização de horas extras e o número de empregados recrutados. Tal controle faz-se necessário para uma análise gerencial, visto que, por meio dela, a gerência poderá detectar possíveis falhas estratégicas, falta de treinamento da equipe ou até mesmo falta de empregados para a realização do trabalho. As horas extras habituais geram um custo para a empresa, e é mais econômico o acréscimo de mais um turno em alguns departamentos, pois isso 33 reduziria seu custo, já que a hora extra deve ser paga com um acréscimo de, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) e há reflexos no DSR (Descanso Semanal Remunerado), férias, 13º salário etc. 1.13.7.8 - Faltas (Absenteísmo) É o não comparecimento do empregado ao serviço em horário e dia estipulados no contrato de trabalho. Conforme o CRC-SP / IBRACON (2000, p.40), os métodos de desvio e fraude nas faltas são: • Falta de desconto em folha de pagamento; • Falta de desconto do descanso semanal remunerado, quando da falta; • Falta de controle sobre os cartões do ponto; • Falta de controle de frequência para desconto das faltas injustificadas nas férias, conforme o art.130 da CLT; • Falta de controle das justificativas das faltas. • Sugestões de controles de horário nas faltas As empresas deverão manter controle rígido sobre os empregados no que diz respeito às faltas, pois, além de verificar possíveis problemas no departamento, poderão detectar até fraudes nas justificativas. Quando o empregado tiver faltas superior a cinco, dentro de um período aquisitivo das férias, a empresa poderá efetuar o pagamento de suas férias proporcionalmente, conforme a legislação específica. 1.14 - Planejamento da Auditoria Interna O planejamento do trabalho da Auditoria Interna compreende os exames preliminares das áreas, atividades, produtos e processos, para definir a amplitude e a época do trabalho a ser realizado, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela administração da entidade. De acordo com a NBC TI 01, o planejamento deve considerar os fatores relevantes na execução dos trabalhos, especialmente os seguintes: a) o conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de gestão de riscos da entidade; 34 b) o conhecimento detalhado das atividades operacionais e dos sistemas contábil e de controles internos e seu grau de confiabilidade da entidade; c) a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria interna a serem aplicados, alinhados com a política de gestão de riscos da entidade; d) a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas que estejam no âmbito dos trabalhos da Auditoria Interna; e) o uso do trabalho de especialistas; f) os riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela complexidade das transações e operações; g) o conhecimento do resultado e das providências tomadas em relação a trabalhos anteriores, semelhantes ou relacionados; h) as orientações e as expectativas externadas pela administração aos auditores internos; e i) o conhecimento da missão e objetivos estratégicos da entidade. O planejamento deve ser documentado e os programas de trabalhoformalmente preparados, detalhando-se o que for necessário à compreensão dos procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade, extensão, equipe técnica e uso de especialistas. Os programas de trabalho devem ser estruturados de forma a servir como guia e meio de controle de execução do trabalho, devendo ser revisados e atualizados sempre que as circunstâncias o exigirem. 1.15 - Riscos da Auditoria Interna A análise dos riscos da auditoria interna deve ser feita na fase de planejamento dos trabalhos; estão relacionados à possibilidade de não se atingir, de forma satisfatória, o objetivo dos trabalhos. Nesse sentido, devem ser considerados, principalmente, os seguintes aspectos: a) a verificação e a comunicação de eventuais limitações ao alcance dos procedimentos da Auditoria Interna, a serem aplicados, considerando o volume ou a complexidade das transações e das operações; 35 b) a extensão da responsabilidade do auditor interno no uso dos trabalhos de especialistas. 1.16 – Testes, Exames e Procedimentos da Auditoria Interna Os procedimentos da Auditoria Interna constituem exames e investigações, incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter subsídios suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações à administração da entidade. Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários e administradores da entidade. Na sua aplicação, devem ser considerados os seguintes procedimentos: a) inspeção – verificação de registros, documentos e ativos tangíveis; b) observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução; e c) investigação e confirmação – obtenção de informações perante pessoas físicas ou jurídicas conhecedoras das transações e das operações, dentro ou fora da entidade. Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informação da entidade. As informações que fundamentam os resultados da Auditoria Interna são denominadas de “evidências”, que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecer base sólida para as conclusões e recomendações à administração da entidade. O processo de obtenção e avaliação das informações compreende: I – A obtenção de informações sobre os assuntos relacionados aos objetivos e ao alcance da Auditoria Interna, devendo ser observado que: a) a informação suficiente é aquela que é factual e convincente, de tal forma que uma pessoa prudente e informada possa entendê-la da mesma forma que o auditor interno; 36 b) a informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor evidência alcançável, por meio do uso apropriado das técnicas de Auditoria Interna; c) a informação relevante é a que dá suporte às conclusões e às recomendações da Auditoria Interna; d) a informação útil é a que auxilia a entidade a atingir suas metas. II – A avaliação da efetividade das informações obtidas, mediante a aplicação de procedimentos da Auditoria Interna, incluindo testes substantivos, se as circunstâncias assim o exigirem. O processo deve ser supervisionado para alcançar razoável segurança de que o objetivo do trabalho da Auditoria Interna está sendo atingido. Devem ser adotados procedimentos adequados para assegurar que as contingências ativas e passivas relevantes - decorrentes de processos judiciais e extrajudiciais, reivindicações e reclamações, bem como de lançamentos de tributos e de contribuições em disputa, - foram identificadas e são do conhecimento da administração da entidade. No trabalho da Auditoria Interna, quando aplicável, deve ser examinada a observância dos pronunciamentos contábeis – CPC, das Normas Brasileiras de Contabilidade e da legislação tributária, trabalhista e societária, bem como o cumprimento das normas reguladoras a que estiver sujeita a entidade. 1.17 – Amostragem Ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou um método de seleção de itens a serem testados, podem ser empregadas técnicas de amostragem. Ao usar método de amostragem, estatística ou não, deve ser projetada e selecionada uma amostra que possa proporcionar evidência de auditoria suficiente e apropriada. 1.18 - Processamento Eletrônico de Dados – PED A utilização de processamento eletrônico de dados pela entidade requer que exista, na equipe da Auditoria Interna, profissional com conhecimento suficiente sobre a tecnologia da informação e os sistemas de informação utilizados. 37 O uso de técnicas de Auditoria Interna, que demandem o emprego de recursos tecnológicos de processamento de informações, requer que exista na equipe da Auditoria Interna profissional com conhecimento suficiente de forma a implementar os próprios procedimentos ou, se for o caso, orientar, supervisionar e revisar os trabalhos de especialistas. 1.19 - Documentação da Auditoria Interna A Auditoria Interna deve ser documentada por meio de papéis de trabalho, elaborados em meio físico ou eletrônico, que devem ser organizados e arquivados de forma sistemática e racional. Os papéis de trabalho constituem documentos e registros dos fatos, informações e provas, obtido no curso da auditoria, a fim de evidenciar os exames realizados e dar suporte à sua opinião, críticas, sugestões e recomendações. Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhes suficientes para propiciarem a compreensão do planejamento, da natureza, da oportunidade e da extensão dos procedimentos de Auditoria Interna aplicados, bem como do julgamento exercido e do suporte das conclusões alcançadas. Análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos devem ter sua integridade verificada sempre que forem anexados aos papéis de trabalho. 1.20 – Relatório de Auditoria Interna O relatório é o documento pelo qual a Auditoria Interna apresenta o resultado dos seus trabalhos, devendo ser redigido com objetividade e imparcialidade, de forma a expressar, claramente, suas conclusões, recomendações e providências a serem tomadas pela administração da entidade. O relatório da Auditoria Interna deve abordar, no mínimo, os seguintes aspectos: a) o objetivo e a extensão dos trabalhos; b) a metodologia adotada; c) os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão; 38 d) eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria; e) a descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas; f) os riscos associados aos fatos constatados; e g) as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos constatados. O relatório da Auditoria Interna deve ser apresentado a quem tenha solicitado o trabalho ou a quem este autorizar, devendo ser preservada a confidencialidade do seu conteúdo. A Auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão de relatório parcial, na hipótese de constatar impropriedades/irregularidades/ilegalidades que necessitem providências imediatas da administração da entidade, e que não possam aguardar o final dos exames.
Compartilhar