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Apostila Auditoria Contábil e Operacional - AGO 2020 UNIDADE II

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1 
Plano de Ensino 
Professor : Edson Degraf 
Disciplina : Auditoria Contábil e Operacional 
Carga Horária : 80 horas 
Turma : 
 
Curso : Ciências Contábeis 
Período 
 
 
Ementa 
Introdução e conceitos básicos; Normas de Auditoria; Controle Interno; Planejamento 
de Auditoria; Papéis de Trabalho; Técnicas ou procedimentos de auditoria; Relatório e 
Parecer em Auditoria; Auditoria em caixa e bancos; Auditoria em contas a pagar e 
contas a receber; auditoria nos estoques, auditoria em despesas antecipadas, auditoria 
em investimentos; auditoria do imobilizado, auditoria do diferido, auditoria nas 
obrigações, auditoria nos empréstimos, auditoria no Patrimônio Líquido; Auditoria em 
receitas e despesas; eventos subsequentes. 
 
Objetivos 
Geral: 
 
Capacitar os alunos na compreensão de metodologias vinculadas a Auditoria Contábil e 
Operacional nas organizações, proporcionando ao discente o espírito crítico para 
análise, identificação e correção de fatos que não estejam em conformidade com as 
normas e procedimentos de contabilização. 
 
Específicos: 
 
 1. Obter conhecimento relacionado com a auditoria contábil e operacional. 
 2. Apontar erros informados nas Demonstrações Contábeis. 
 3. Sugerir as correções necessárias nas Demonstrações Contábeis. 
 4. Utilizar as técnicas e procedimentos aplicáveis à realização de auditoria 
contábil e operacional. 
 
 
Conteúdo Programático: 
UNIDADE 01 - Introdução e conceitos básicos 
01.01 Conceito, Objetivo e aplicação da Auditoria; 
01.02 Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnicas de Auditoria (NBC TA´s); 
01.03 Normas Brasileiras do Profissional Auditor (NBC PA´s). 
01.04 Tipos de Auditoria (Interna e Externa e Fiscal) 
01.05 Aplicação da Auditoria 
01.06 Órgãos de Classe (CFC/CVM/IBRACON/IIA - AUDIBRA) 
 
UNIDADE 02 - Controle Interno 
02.01 Conceito, Objetivo, Aplicação dos Controles Internos; 
02.02 Desfalques (Temporários e Permanentes); 
 
 
2 
02.03 Avaliação dos Controles Internos; 
02.04 Auditoria Interna; 
 
UNIDADE 03 - Auditoria Externa 
03.01 Conceitos e objetivos 
03.02 Planejamento de Auditoria; Riscos de auditoria e amostragem; 
03.03 Contrato de prestação de serviços de Auditoria; 
03.04 Carta de Apresentação e Carta de Responsabilidade da Administração; 
03.05 Avaliação do Sistema Contábil e de Controles Internos; 
03.06 Procedimentos de Auditoria (Testes de Observância e Substantivos) 
03.07 Determinação do Tamanho, complexidade e extensão da auditoria 
03.08 Erro e Fraude 
03.09 Programas de Trabalho 
03.10 Papéis de Trabalho 
03.11 Testes (Testes e exames de auditoria) 
03.12 Procedimentos de Revisão Analítica 
 
UNIDADE 04 - Documentos gerados pela Auditoria 
04.01 Relatórios de Auditoria; 
04.02 Opinião de Auditoria; 
 
 
Metodologia de Ensino 
- Aulas expositivas; 
- Leituras trabalhadas; Estudos de Caso; 
- Produção escrita em sala ou com data marcada para entrega; 
- Atividades em grupo e individual; 
- Atividades com apoio de recursos tecnológicos. 
 
Atividades Discentes 
Trabalhos em grupo e ou individual sobre o conteúdo programático, as quais serão 
somadas, podendo o discente atingir até 3,0 (três pontos) no primeiro e segundo 
bimestre. 
 
Procedimentos de Avaliação 
Para o Primeiro bimestre, o sistema de avaliação compreende avaliações parciais até 
3,0 (três) pontos e avaliação bimestral 7,0 (sete) pontos sobre o conteúdo 
programático, as quais, serão somadas e obtida a média de aproveitamento do aluno 
quanto aos objetivos. 
Para o Segundo bimestre, o sistema de avaliação compreende avaliações parciais até 
4,0 (quatro) pontos e avaliação bimestral 6,0 (sete) pontos sobre o conteúdo 
programático, as quais, serão somadas e obtida a média de aproveitamento do aluno 
quanto aos objetivos. 
O aluno que obtiver média igual ou superior a 7 (sete), e freqüência superior a 75%, é 
considerado aprovado. Se o aluno não alcançar esta média, ele deverá realizar uma 
avaliação no fim do semestre, avaliação esta que abrangerá todo o conteúdo da 
disciplina. 
 
Datas das avaliações: 
Data da avaliação 1º. Bimestre: / / 
 
 
3 
Data da avaliação 2º. Bimestre: / / 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
BÁSICA 
1. CREPALDI. Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 6ª Ed. São Paulo: 
Atlas, 2010. 
2. BOYNTON, JOHNSON, KELL. Auditoria. 1ª Ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
3. ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
DE APOIO 
1. JUNIOR, Jose Hernandes Perez. Auditoria das Demonstrações Contábeis. 2ª Ed. 
São Paulo: Atlas, 1998. 
2. CRC-SP. Curso Básico de Auditoria. São Paulo: Atlas, 1996. 
3. FRANCO, Hilário. Auditoria Contábil. 2ª Ed. São Paulo : Atlas, 1992. 
4. ALMEIDA, Marcelo Cavalcante. Auditoria: um curso moderno e completo. 6ª. Ed. 
São Paulo: Atlas, 2003. 
5. ALMEIDA, Marcelo Cavalcante. Auditoria: um curso moderno e completo. 6ª. Ed. 
São Paulo: Atlas, 2003. Livro de Exercícios. 
6. ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 1998. 
7. Conselho Federal de Contabilidade – CFC. Princípios Fundamentais de 
Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade. Brasília: Editora do Conselho, 
2003/2006. 
8. FLORENTINO. Auditoria Contábil. 5ª Ed. São Paulo: FGV, 1987. 
9. ATTIE, William. Auditoria Interna. São Paulo: Atlas, 1987. 
10. CORDEIRO, Cláudio Marcelo Rodrigues. Auditoria e Governança Corporativa. 
Curitiba. IESDE: 2011 
 
Programa Elaborado em janeiro/2020 
Professor Edson Degraf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
UNIDADE II – CONTROLES INTERNOS 
As normas de auditoria geralmente aceitas, referentes ao trabalho no campo, 
estabelecem que o auditor deve avaliar o sistema de controle interno da 
empresa auditada, a fim de determinar a natureza, época e extensão dos 
procedimentos de auditoria. 
O auditor independente executa os seguintes passos na avaliação do controle 
interno: 
Levanta o sistema de controle interno 
Verifica se o sistema levantado é o que está sendo seguido na prática; 
Avalia a possibilidade de o sistema revelar de imediato erros e 
irregularidades; 
Determina tipo, data e volume dos procedimentos de auditoria. 
Um bom sistema de controle interno funciona como uma peneira na detectação 
desses erros e irregularidades. Portanto, o auditor pode reduzir o volume de 
testes de auditoria na hipótese de a empresa ter um sistema de controle interno 
forte; caso contrário, o auditor deve aumentá-lo. 
1 – Definição de controle interno 
Conforme Cordeiro (2011 p. 147) a definição mais utilizada para o controle 
interno é a descrita pela American Institute of Certified Public Accountants 
(AICPA), entidade americana responsável por definições e padrões voltados 
para área de auditoria, citando que controle interno é o plano da organização e 
todos os métodos e medidas coordenadas, adotados dentro de uma empresa 
para salvaguardar seus ativos, verificar a adequação e confiabilidade de seus 
dados contábeis, promover a eficiência operacional e fomentar o respeito e 
obediência às políticas administrativas fixadas pela gestão. 
Outra definição segundo Attie (2011 p. 189) diz que o controle interno 
compreende o plano de organização e o conjunto coordenado de métodos e 
medidas, adotados pela empresa, para proteger seu patrimônio, verificar a 
exatidão e a fidedignidade de seus dados contábeis, promover a eficiência 
operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração. 
 
 
 
5 
1.1 – Interpretação do conceito de controle interno 
O Controle tem significado e relevância somente quando é concebido para 
garantir o cumprimento de um objetivo definido, quer seja administrativo ou 
gerencial. Dessa forma, o controle não é algo sem face ou sem forma, mas um 
dado físico que avalia uma função observável. 
Pela análise da definição de controle interno podemos observar a existência 
de vários fatores que necessitam ser clara e objetivamente expostos: 
 A) Planode organização é o modo pelo qual se organiza um sistema. A 
estrutura organizacional necessita corresponder a uma divisão, adequada e 
balanceada, de trabalho, de forma que sejam estabelecidas as relações de 
autoridade e responsabilidade entre os vários níveis, pelas parcelas de 
trabalho exigidas para a consecução dos objetivos da empresa, e de 
maneira que sejam definidas, claramente, as responsabilidades e 
autoridades dos diversos níveis; 
 B) Métodos e medidas estabelecem os caminhos e os meios de 
comparação e julgamento para se chegar a determinado fim, mesmo que 
não tenham sido pré-estabelecidos formalmente. A empresa, como um 
todo, pode ser caracterizada com a conjunção de vários subsistemas. Cada 
um dos subsistemas, por sua vez, compõe-se de uma cadeia de 
procedimentos destinados a gerar e registrar informações finais. O 
planejamento de um sistema, além de resultar num sistema eficiente, 
prático, econômico e útil, deve levar em conta a definição de 
procedimentos especificamente destinados para promover o controle sobre 
as operações e as atividades preferencialmente formalizadas através de 
manuais; 
 C) Proteção do patrimônio compreende a forma pela qual são 
salvaguardados e definidos os bens e direitos da empresa. A definição e o 
estabelecimento de independência das funções de execução operacional 
(custódia, controle e contabilização dos bens patrimoniais, conjugada a um 
sistema de autorizações, de acordo com a responsabilidade e riscos 
 
 
6 
envolvidos) possibilitam eficiente e salutar meio de salvaguardar os 
interesses da empresa; 
 D) Exatidão e fidedignidade dos dados contábeis correspondem a 
adequada precisão e observância aos elementos dispostos na 
contabilidade. A classificação dos dados dentro de uma estrutura formal de 
contas, seguida da existência de um plano de contas que facilite o seu 
registro, preparação e contabilização em tempo hábil, a utilização de um 
manual descritivo de uso das contas conjugado à definição de 
procedimentos que possibilitem a análise, a conciliação e a solução 
tempestiva de quaisquer divergências são elementos significativos para a 
expressão da fiel escrituração contábil; 
 E) Eficiência operacional compreende a ação ou força a ser posta em 
prática nas transações realizadas pela empresa. A definição de adequado 
plano de organização aliada aos métodos e procedimentos bem definidos, 
assim como a observação de normas salutares no cumprimento dos 
deveres e funções com a existência de pessoal qualificado, treinado para 
desenvolver suas atividades e adequadamente supervisionado por seus 
responsáveis, tendem a implementar a desejada eficiência nas operações; 
 F) Políticas administrativas compreendem o sistema de regras relativas à 
direção dos negócios e à prática dos princípios, normas e funções para a 
obtenção de determinado resultado. As políticas representam as guias de 
raciocínio, planejadas para a tomada de decisões em níveis inferiores e 
aplicáveis às situações repetitivas, de forma a canalizar as decisões para o 
objetivo, que afetam tanto o comportamento da organização (política 
estratégica) quanto as regras de trabalho (políticas operacionais). 
 
1.2 – A Importância do Controle Interno 
A importância do controle interno fica patente a partir do momento em que se 
torna impossível conceber uma empresa que não disponha de controles que 
possam garantir a continuidade do fluxo de operações e informações proposto. 
 
 
7 
Para que se verifique a importância do controle, é oportuno analisar o 
crescimento e a diversificação de uma empresa. Se pudermos identificar uma 
empresa em fase inicial, verificaremos que o dono é o ponto referencial do 
controle. É ele quem analisa e controla praticamente todos os segmentos da 
empresa; verifica a pontualidade dos funcionários, a fabricação e o padrão de 
qualidade dos produtos, o despacho e a entrega aos clientes, o pedido e o 
contas a pagar aos fornecedores, o contas a receber e o recebimento dos 
clientes e etc. 
A partir do momento que a empresa toma vulto e inicia sua fase de crescimento 
em volumes, em diversificação de produtos, em locais diferenciados de 
produção e de vendas a clientes em várias localidades, e até de segmentação 
diversa de novos produtos, torna-se inviável que seu dono, sozinho, controle 
todas as operações e transações. Quanto maior vai ficando a entidade social, 
maior e mais complexa se torna a organização estrutural, pois grande parte das 
atividades controladas inicialmente pelo dono vão sendo delegadas a outros 
funcionários, dos quais ele espera que haja compromisso e capacitação igual 
àquela que dispunha pessoalmente na gestão do negócio. 
Para existir controle eficiente das operações e poder de análise é preciso existir 
relatórios, indicadores e outros índices que reflitam a gestão das operações 
pelos funcionários contratados e o atendimento aos planos e metas traçados. 
O controle interno é parte integrante de cada segmento da organização e cada 
procedimento corresponde a uma parte do conjunto de controle interno. 
Exemplificando, se o setor de vendas emite um pedido, devem existir 
procedimentos que permitam determinar se o cliente poderá quitar seus 
compromissos junto a companhia. 
 
1.3 Características de um sistema de controle interno 
Um sistema de controle interno bem desenvolvido pode incluir o controle 
orçamentário, custos-padrão, relatórios operacionais periódicos análises 
estatísticas, programas de treinamento do pessoal e, inclusive auditoria 
interna. 
 
 
8 
O controle interno inclui: 
 A) Controle contábeis: compreendem o plano de organização e todos os 
métodos e procedimentos diretamente relacionados, principalmente com a 
salvaguarda do patrimônio e a fidedignidade dos registros contábeis. 
Geralmente incluem os seguintes controles: sistema de autorização e 
aprovação, separação das funções de escriturações e elaboração de 
relatórios contábeis daquelas ligadas às operações ou custódia dos valores 
e controles físicos sobre esses valores. 
 B) Controles administrativos: compreendem o plano de organização e 
todos os métodos e procedimentos que dizem respeito à eficiência 
operacional e à decisão política traçada pela administração. Normalmente, 
se relacionam de forma indireta aos registros financeiros. Com frequência 
abrangem análises estatísticas, estudos de tempo e movimento, relatórios 
de desempenho, programas de treinamento e controle de qualidade. 
 
As características de um eficiente sistema de controle interno compreendem: 
Plano de organização que proporcione apropriada segregação de funções 
entre execução operacional e custódia dos bens patrimoniais e sua 
contabilização; 
Sistema de autorização e procedimentos de escrituração adequados, que 
proporcionem controle eficiente sobre o ativo, passivo, receitas, custos e 
despesas; 
Observação de práticas salutares no cumprimento dos deveres e funções de 
cada um dos departamentos da organização; 
Pessoal com adequada qualificação técnica e profissional, para a execução 
de suas atribuições. 
Os controles internos devem se adaptar a cada tipo de empresa. Então os 
controles passam a ser diferentes entre empresas industriais, comerciais, 
serviços, micro, pequeno, médio ou grande porte. 
Exemplo: em empresas industriais os controles podem ter os seguintes 
aspectos: 
 
 
9 
• Utilização e estocagem de Matérias-Primas, Produtos Acabados, Produtos em 
Elaboração; 
• Qualidade da mão-de-obra produtiva; 
• Manutenção de máquinas e equipamentos; 
• Capacidade instalada; 
• Custos de produção; 
• Obsolescência de produtos e bens. 
Em empresas comerciais: 
• Lotes de compras e quantidades em estoques; 
• Margem de lucro (mark-up); 
• Reposição de mercadorias; 
• Obsolescência de mercadorias e bens. 
Em empresas de serviços: 
• Quantidade de horas e alocação aos serviços prestados; 
• Ociosidade da mão-de-obra;• Segregação (separação) de despesas e custos; 
• Treinamentos; 
• Indicadores de qualidade dos serviços dados pelos clientes. 
 
 
1.4 – Objetivos do controle interno 
O conceito, a interpretação e a importância do controle interno envolvem 
imensa gama de procedimentos e práticas que, em conjunto, possibilitam a 
consecução de determinado fim, ou seja, controlar. 
Regra geral, o controle interno tem quatro objetivos básicos: 
Salvaguarda dos interesses da empresa; 
 
 
10 
Precisão e a confiabilidade dos informes e relatórios contábeis e financeiros 
e operacionais; 
O estímulo à eficiência operacional; e 
A aderência às políticas existentes. 
 
1.4 – Salvaguarda dos interesses 
Os objetivos do controle interno relativo à salvaguarda dos interesses refere-se 
à proteção do patrimônio contra quaisquer perdas e riscos devidos a erros ou 
irregularidades. 
Uma empresa dispõe de bens, direitos e obrigações que se encontram 
divididos por diversos departamentos e setores que cuida individualmente da 
parte que lhes cabe. 
Os principais meios que podem dar o suporte necessário à salvaguarda dos 
interesses são os seguintes: 
a) Segregação de funções: estabelece a independência para as funções de 
execução operacional, custódia física e contabilização. Ninguém deve ter 
sob sua inteira responsabilidade todas as fases inerentes a uma operação. 
Cada uma dessas fases deve, preferencialmente, ser executada por 
pessoas e setores independentes entre si; 
b) Sistema de autorização e aprovação: compreende o controle das 
operações através dos métodos de aprovações, de acordo com as 
responsabilidades e os riscos envolvidos. Na medida do possível, a pessoa 
que autoriza não deve ser a que aprova para não expor a risco os 
interesses da empresa; 
c) Determinação de funções e responsabilidade: determina para cada 
funcionário a noção exata de suas funções, incluindo as responsabilidades 
que compõem o cargo. A existência de organogramas claros determina 
linhas de responsabilidades e autoridades definidas por toda a linha 
hierárquica; 
d) Rotação de funcionários: corresponde ao rodizio dos funcionários 
designados para cada trabalho; possibilita reduzir as oportunidades de 
fraudes e resulta, geralmente, em novas idéias de trabalho para as 
funções; 
 
 
11 
e) Carta de fiança: determina aos funcionários que em geral lida com valores 
a responsabilidade pela custódia de bens e valores, protegendo a empresa 
e dissuadindo, psicologicamente, os funcionários em tentação. De acordo 
com as circunstâncias pode-se utilizar seguro fidelidade, isolada ou 
conjuntamente à carta de fiança; 
f) Manutenção de contas de controle: indica a exatidão dos saldos das 
contas detalhadas, geralmente controladas por outros funcionários. Permite 
a realização de confrontação permanente entre os saldos detalhados e 
saldo sintético, e a aplicação de procedimentos de comprovação da 
exatidão dos registros; 
g) Seguro: compreende a manutenção de apólice de seguros, a valores 
adequados de reposição, dos bens, valores e riscos a que está sujeita a 
empresa; 
h) Legislação: corresponde à atualização permanente sobre a legislação 
vigente, visando diminuir riscos e não expor a empresa às contingências 
fiscais e legais pela não obediência aos preceitos atuais vigentes 
i) Diminuição de erros e desperdícios: indica a detecção de erros e 
desperdícios na fonte; comumente essas falhas são originadas devido a 
controles mal definidos, falta de controles, cópias e vias excessivas etc. A 
divisão racional do trabalho, com a identificação clara e objetiva das 
normas, procedimentos, impressos, arquivos, e número de subordinados 
compatível, fornece condições razoáveis que permitem supervisão 
suficiente e, consequentemente, prevenir-se contra ocorrência de erros e 
desperdícios; 
j) Contagem físicas independentes: corresponde à realização de 
contagens físicas de bens e valores, de forma periódica, por intermédio de 
pessoa independente ao custodiante, visando maximizar o controle físico e 
resguardar os interesses da empresa; 
k) Alçadas progressivas: compreende o estabelecimento de alçadas e 
procurações de forma escalonada, configurando aos altos escalões as 
principais decisões e responsabilidades. A utilização de alçadas 
progressivas, com dupla assinatura de pessoas independentes entre si, 
fornece maior segurança à empresa, permitindo que as principais decisões, 
de acordo com os riscos e valores envolvidos, fiquem canalizadas junto aos 
principais administradores. 
 
 
 
12 
1.5 – Precisão e confiabilidade dos informes e relatórios contábeis 
financeiros e operacionais. 
O Objetivo de controle interno relativo à precisão e confiabilidade dos informes 
e relatórios contábeis, financeiros e operacionais compreende a geração de 
informações adequadas e oportuna, necessárias gerencialmente para 
administrar e compreender os eventos realizados na empresa. 
Uma empresa necessita constituir, para si, sistemas que lhe garantam 
conhecer os atos e eventos ocorridos em cada um dos seus segmentos. Os 
efeitos ocorridos através da realização de cada ato devem ser escriturados e 
levados, em tempo hábil, ao conhecimento dos administradores. 
A empresa necessita de informações que possam auxiliar a administração dos 
negócios e que possibilitem entendimento uniforme da informação. A 
informação só tem validade a partir do momento em que é exata, confiável e 
oportuna; dessa forma, precisa basear-se em dados verídicos, informados 
tempestivamente. 
Os principais meios que possibilitam dar o suporte necessário à precisão e 
confiabilidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais 
são: 
1) Documentação confiável: corresponde à utilização de documentação 
hábil para o registro das transações 
2) Conciliação: indica a precisão ou diferenças existentes entre as diversas 
fontes de informação, visando à manutenção equilibrada entre estas e à 
eliminação tempestiva de possíveis tendências; 
3) Análise: objetiva a identificação da composição analítica dos itens em 
exame de forma a possibilitar a constatação de sua constituição; 
4) Plano de contas: compreende a classificação dos dados da empresa 
dentro de uma estrutura formal de contas, com a existência de um plano de 
contas definido. 
5) Tempo hábil: determina o registro das transações dentro do período de 
competência e no menor espaço de tempo possível. 
6) Equipamento mecânico: a utilização de equipamento mecânico ou 
eletrônico visa facilitar e agilizar o registro das transações, fomentando a 
divisão do trabalho. 
 
 
13 
 
1.6 – Estímulo a eficiência operacional 
O Objetivo do controle interno relativo ao estímulo à eficiência operacional 
determina prover os meios necessários à condução das tarefas, de forma a 
obter entendimento, aplicação e ação tempestiva e uniforme. 
As inúmeras tarefas praticadas pelos diversos setores de uma empresa 
necessitam de uma linha mestra de raciocínio e de conduta. Cada um dos 
segmentos tem suas particularidades e cada indivíduo precisa conhecer sua 
tarefa, para que a totalidade mova a empresa como um todo. Exemplo: Se um 
funcionário tem de lidar com uma máquina específica, é necessário que lhe 
seja fornecido treinamento adequado. 
Os principais meios que podem prover suportes ao estímulo à eficiência 
operacional são: 
1) Seleção: possibilita a obtenção de pessoal qualificado para exercer com 
eficiência as funções específicas; 
2) Treinamento: possibilita a capacitação do pessoal para a atividade 
proposta; 
3) Plano de carreira: determina a política da empresa ao pessoal quanto 
às possibilidades de remuneração e promoção, incentivando o 
entusiasmo e satisfação pessoal; 
4) Relatórios de desempenho: compreendem a identificação individual de 
cada funcionário; 
5) Relatório de horas trabalhadas: possibilita a administração mais 
eficiente do tempo despendido pelo pessoal eindica mudanças 
necessárias ou correção das metas de trabalho; 
6) Tempos e métodos: possibilitam o acompanhamento mais eficiente de 
execução de atividades e regulam possíveis ineficiências do pessoal; 
7) Custo-padrão: permite o acompanhamento permanente do custo de 
produção dos bens e serviços produzidos, identificando benefícios e 
ineficiências do processo de produção; 
8) Manuais internos: sugerem clara exposição dos procedimentos 
internos; 
 
 
14 
9) Instruções formais: indicam formalmente as instruções a serem 
seguidas pelo pessoal, evitando interpretações dúbias, mal entendidos e 
a possibilidade de cobranças e follow-up tempestivos. 
 
1.7 – Auditoria interna 
Não adianta a empresa implantar um excelente sistema de controle interno 
sem que alguém verifique periodicamente se os funcionários estão cumprindo o 
que foi determinado no sistema, ou se o sistema não deveria ser adaptado às 
novas circunstâncias. Os objetivos da auditoria interna são exatamente esses: 
 Verificar se as normas internas estão sendo seguidas; 
 Avaliar a necessidade de novas normas internas ou de modificação das já 
existentes. 
Os princípios e fundamentos do controle interno podem ser expostos da 
seguinte maneira: 
 
CONTROLE INTERNO A SER 
ADOTADO 
MOTIVO 
a)devem ser fixadas as 
responsabilidades 
Se não existir delimitação extra, o 
controle será eficiente 
b) A contabilidade e as operações devem 
estar separadas 
Um empregado não deve ocupar um 
posto em que tenha controle da 
contabilidade e, ao mesmo tempo, 
controle das operações que ocasionam 
os lançamentos. 
c) Controle cruzados. Por exemplo, as 
vendas diárias devem ser acumuladas e 
confrontadas ao final do período com a 
soma das etiquetas das mercadorias 
entregues. 
Devem ser utilizadas todas as provas 
disponíveis para se comprovar a 
exatidão, visando assegurar que as 
operações forma registradas 
corretamente na contabilidade. 
d) Nenhuma pessoa individualmente 
deve ter completamente a seu cargo uma 
transação comercial 
Qualquer pessoa, deliberadamente ou 
inadvertidamente cometerá erros; 
entretanto, é provável que se descubram 
os erros se o manejo de uma transação 
 
 
15 
está dividido entre duas ou mais pessoas. 
e) Deve-se escolher e treinar 
cuidadosamente os empregados 
Um treinamento cuidadoso oferece como 
resultados: melhor rendimento, custos 
reduzidos e empregados mais atentos e 
ativos. 
f) Se for possível: 
- deve haver rotatividade entre os 
empregados destinados a cada trabalho. 
- deve ser imposta a obrigação de 
usufruto de férias para todas as pessoas 
que ocupam postos de confiança. 
Isso reduz as oportunidades de fraude e 
indica a adaptabilidade do empregado. 
g) As instruções de operações para cada 
cargo devem ser sempre fornecidas por 
escrito. 
Os manuais de procedimentos fomentam 
a eficiência e evitam erros ou 
interpretações erradas. 
 
 
1.8 – Limitações do controle interno 
As limitações do controle interno são, principalmente, com relação a: 
- Conluio de funcionários na apropriação de bens da empresa; 
- Instrução inadequada dos funcionários com relação às normas internas; 
- Negligência dos funcionários na execução de suas tarefas. 
Em virtude dos pontos acima relatados, mesmo no caso de a empresa ter um 
excelente sistema de controle interno, o auditor deve executar procedimentos 
mínimos de auditoria. 
 
1.9 – Ética na Organização 
Aprofundando-se no motivo que define como primordial e obrigatório a 
implantação e utilização de controles internos no sentido de segurança dos 
ativos, verifica-se que, o principal motivo é descrédito em seu pessoal, isto é, 
os controles internos patrimoniais existem para evitar que os funcionários 
furtem os ativos da empresa. Sabendo-se disso, porque investir tão somente 
 
 
16 
nos controles propriamente ditos do que investir na implantação de um 
programa de aprimoramento moral para os empregados? 
O programa de aprimoramento moral age nas mais diversas áreas da empresa, 
em todos os níveis funcionais independente do tempo de serviço. O programa 
consiste em um acompanhamento de satisfação e situação 
econômica/financeira das empresas, o empregado satisfeito com sua empresa, 
executando tarefas que lhe agrade, fica muito menos sujeito ao erro, da mesma 
forma que o empregado que possui sua solvência inabalada, não tenha a 
necessidade de furtar, fraudar ou lesar a empresa. 
 
1.10 – Fraudes e desfalques nas empresas 
Os resultados de pesquisas realizadas sobre as fraudes nas empresas 
apontam que esse é um problema comum e crescente a todas elas, decorrente 
do enfraquecimento dos valores éticos, morais, sociais e, principalmente, da 
ineficácia dos sistemas de controles internos. Embora os fatores que motivam 
as pessoas a cometerem fraude possam ser classificados em três aspectos: 
 Oportunidade para cometê-la e escondê-la; 
 Pressão por dificuldades financeiras; e 
 Racionalização do entendimento sobre a falta cometida. 
Bons controle internos apenas previnem contra a fraude e minimizam os riscos 
de erros e irregularidades, porque, por si só, não bastam para evita-los. Assim, 
por exemplo, a segregação de uma operação em fases distintas, dirigidas a 
diversas pessoas, reduz a chance de ocorrerem irregularidades, porém, não 
pode impedir que elas ocorram, caso as diversas pessoas que intervêm no 
processo se puserem de acordo para cometer algum fato fraudulento. 
A eficiência do sistema de controle interno em sua totalidade deve permitir 
detectar não somente irregularidades de atos intencionais, como também erros 
de atos não intencionais. Estes podem ser: 
 Decorrentes de má aplicação de uma norma ou procedimento; 
 De omissão por não aplicar um procedimento prescrito nas normas em 
vigor; e 
 De interpretação como, por exemplo, a aplicação errônea dos 
procedimentos constantes no Comitê de Pronunciamento Contábil – CPC. 
 
 
17 
Os desfalques podem ser classificados como temporários ou permanentes. 
1.10.1 - Temporários 
O desfalque temporário ocorre quando o empregado desvia ou furta qualquer 
ativo da empresa e não altera o registro contábil correspondente. Ex.:Crepaldi 
(2011, p. 394): 
• Funcionário apodera-se do dinheiro recebido de clientes, proveniente de 
venda a prazo, antes do registro contábil do recebimento. Como consequência, 
fica em aberto na conta de duplicatas a receber um valor já pago pelo cliente. 
Esse fato seria descoberto pelo confronto das duplicatas ainda não recebidas 
com a conta de duplicatas a receber da contabilidade ou pela confirmação de 
saldos com os clientes; 
• Funcionário assenhoreia-se do dinheiro recebido de clientes, após o registro 
contábil do recebimento. Consequentemente, foi dado um débito a conta de 
bancos no razão geral; entretanto, o dinheiro não foi efetivamente depositado. 
Esse desfalque seria descoberto por meio da reconciliação bancária; 
• Funcionário apoderou-se de um ativo da empresa (dinheiro de caixa, cautela 
de títulos, estoques, imobilizado, etc.). Como resultado, o ativo continua 
registrado no razão geral; no entanto, o bem não mais existe fisicamente na 
empresa. Esse desfalque seria descoberto pelo confronto dos ativos existentes 
fisicamente com os registros contábeis. 
1.10.2 - Permanentes 
No desfalque permanente, o funcionário, além de se apoderar indevidamente 
do bem da organização, ele também altera o respectivo registro contábil. Esse 
desfalque só ocorre quando o contraventor tem acesso aos ativos e registros 
contábeis. A segregação de funções é uma forma de inibir a execução desse 
fato. 
Quando o desfalque permanente ocorre, dificilmente ele é identificado em 
alguma verificação, pois o elemento físico (estoque, bancos, etc.) terá seu valor 
correspondente igual ao registro contábil. 
Segue abaixo exemplos de desfalque permanente: Crepaldi (2011 p. 395): 
• Funcionário responsável pelo recebimento declientes e pelo preparo de 
registros contábeis de venda e recebimento desvia um recebimento de vendas 
a prazo e baixa duplicata correspondente contra vendas (débito em devolução 
de vendas e crédito em duplicatas a receber); 
 
 
18 
• Funcionário responsável pelas matérias-primas e pela elaboração de 
lançamentos contábeis rouba uma matéria prima e baixa o bem 
correspondente para despesa (débito em despesas diversas e crédito em 
matéria-prima); 
• Funcionário responsável pelo recebimento de vendas a prazo e pelo registro 
contábil das vendas desvia recebimento de $ 1.000 e registra as vendas do 
mês (débito em duplicatas a receber e crédito em vendas) deduzidas desse 
valor (erro de soma ou de transporte de valores); 
• Funcionário responsável pelo recebimento e pelas baixas duplicatas 
incobráveis desvia recebimentos de $ 5.000 e registra as duplicatas incobráveis 
baixadas (*débito em provisão para devedores duvidosos e crédito em 
duplicatas a receber) acrescidas desse valor (erros de soma ou transporte de 
valores); 
• Funcionários que manuseiam recebimento de vendas a vista para fins de 
depósitos bancários, após o registro contábil inicial, e é responsável pela 
escrituração do razão geral desviar recebimentos de $ 10.000, reduz o saldo da 
conta de bancos (de forma a concordar com o saldo real na conta corrente 
bancária e o saldo de uma conta corrente bancária) e o saldo de uma conta de 
receita ou aumenta o saldo de uma conta de despesa. Cabe destacar que esta 
alteração nos registros contábeis é feita mediante a apuração errônea dos 
saldos das contas do razão geral (débito – crédito = saldo) 
 
1.11 - Erros e Fraudes 
Conforme NBC TI 01 (antiga NBC T 12), a Auditoria Interna deve assessorar a 
administração da entidade no trabalho de prevenção de fraudes e erros, 
obrigando-se a informá-la, sempre por escrito, de maneira reservada, sobre 
quaisquer indícios ou confirmações de irregularidades detectadas no decorrer 
de seu trabalho. 
O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão e/ou manipulação de 
transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios, 
informações e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto 
monetários (dolo). 
O termo “erro” aplica-se a ato não-intencional de omissão, desatenção, 
desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros, 
 
 
19 
informações e demonstrações contábeis, bem como de transações e 
operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários. 
Uma das funções de todo sistema de Controles Internos é evitar a ocorrência 
de erros e fraudes durante a realização das transações. Assim, considera-se 
importante discutir um pouco mais os erros em suas diversas formas de 
manifestação, para melhor se compreender o funcionamento do sistema que 
visa a evitá-los. 
Os erros, tanto os intencionais quanto os involuntários, podem, ainda, ser 
classificados em três tipos: erro de princípio, erro de omissão e erro de 
perpetração. 
 Erro de princípio consiste na aplicação equivocada de diretrizes contábeis, 
resultando em registros e demonstrações incorretas. 
 Erro de omissão consiste em deixar de fazer um registro contábil, o que 
também resulta em demonstrações incorretas. 
 Erro de perpetração caracteriza-se pela falta de cuidado, intencional, ou 
não, e os resultados são iguais aos dois anteriores. 
 
1.12 – Controles Internos das Áreas de Risco 
Nas organizações encontramos alguns setores que possuem maior 
probabilidade de fraude. São elas: 
• Compras: devido a dificuldade de verificação de recebimento de propina 
sobre compras e tendo em vista a não escrituração desses delitos nos registros 
contábeis, o setor de compras deve ter uma rotatividade de pessoas e 
circularização de fornecedores por meio de licitação para que possa ser evitada 
a fraude; 
• Contas a Pagar: já neste setor deve ser observada a efetiva prestação do 
serviço ou recebimento das mercadorias para que possam ser evitados 
“pagamentos fantasmas”. Ainda nas contas a pagar devem ser checados os 
pagamentos antecipados com intuito de evitar o recebimento das chamadas 
propinas no pagamento; 
• Contas a receber: devem ser tomados cuidados neste setor tendo em vista a 
dificuldade na obtenção de “caixa” na maioria das organizações. Assim sendo, 
 
 
20 
deve ser verificado e controlado o recolhimento das receitas financeiras, isto é, 
devem ser constatados se os eventuais não recebimentos de moras e juros 
sobre vendas e/ou serviços, são provenientes do bom senso do gerente 
financeiro ou se esses descontos foram concedidos em virtude de algum 
benefício recebido por este funcionário responsável; 
• Estoques: na verificação de estoques, mais especificamente na matéria 
prima, devem ser observados os valores residuais quando os valores de 
produção são elevados. Também no estoque devem ser observados o 
quantitativo físico das mercadorias com os saldos contábeis. 
 
1.13 – CONDUÇÃO DA AUDITORIA INTERNA 
A Auditoria Operacional é uma atividade especializada exercida nas empresas, 
que compreende o levantamento de dados e análise da produtividade e a 
rentabilidade das empresas; custos das operações, do equilíbrio e do 
crescimento estrutural e patrimonial da empresa, incluindo a situação financeira 
e a viabilidade econômica financeira dos projetos de ampliação dos negócios. 
Segundo Araújo (1998, p.35), a auditoria operacional consiste em revisões 
sistemáticas de programas, organizações, atividades ou segmentos 
operacionais dos setores públicos e privados, com a finalidade de avaliar e 
comunicar se os recursos da organização estão sendo usados eficientemente, 
bem como se estão sendo alcançados os objetivos operacionais. Daí, entende-
se que a Auditoria Operacional é o processo de avaliação do desempenho real, 
em confronto com o esperado, o que leva, inevitavelmente, à apresentação de 
recomendações destinadas a melhorar o desempenho e a aumentar o êxito 
dos negócios empresariais. 
Outros especialistas conceituam também a Auditoria Operacional como 
Auditoria de Gestão, Auditoria de Otimização de Recursos, Auditoria de 
Resultados, por esta representar o exame dos três “Es”: Economicidade, 
Eficácia e Eficiência. 
Independente da classificação utilizada, a Auditoria Operacional, por 
compreender o exame da estrutura da organização, dos sistemas de controle, 
dos meios operacionais e do uso dos recursos físicos e humanos, tem por fim 
auxiliar a gerência a estabelecer a adequada gestão dos processos 
operacionais das empresas. 
 
 
21 
A auditoria operacional pode ser desenvolvida tanto pela auditoria externa ou 
pela auditoria interna, mas, por ser necessária uma aplicação de caráter 
permanente, aplica-se mais ao perfil de auditoria interna. 
A Função básica da auditoria operacional é elaborar diagnósticos que permitam 
visualizar e avaliar a situação da empresa ou organização auditada de acordo 
com o desempenho relativo ao funcionamento e desenvolvimento das 
atividades e à utilização dos recursos e meios da maneira mais eficiente, com 
economicidade para atingir a eficácia. 
Ainda podemos considerar como funções complementares da auditoria 
operacional as que seguem: 
• Verificação da estrutura organizacional (departamentos, divisões, estrutura, 
funções) e a delegação de responsabilidades (hierarquia funcional) de acordo 
com o plano de controles da administração, que abrange todos os setores e 
atividades do negócio da empresa ou organização. 
• Verificação, de acordo com as diversas atividades e rotinas, dos mais 
variados setores e departamentos ou divisões da empresa ou organização e do 
cumprimento dos procedimentos previamente estabelecidos pela administração 
e gerência. 
• Análise, de acordo com os acontecimentos das diversas atividades, dos 
vários relatórios e registros sobre as operações, considerando se tais relatórios 
são reais, úteis e apresentaminformações completas e atualizadas. 
• Acompanhamento das atividades, analisando os padrões de acordo com o 
desempenho, resumindo a análise de desempenho quanto ao provimento de 
uma base efetiva para uma avaliação adequada dos resultados operacionais 
alcançados. De acordo com Gil (2000, p. 13), a auditoria é exercida segundo 
dois focos, que devem ser considerados: 
a) presente/passado: Auditoria Operacional com enfoque em controles, que é 
a revisão/avaliação/emissão de opinião de processos e resultados exercidos 
em linhas de negócios/ produtos/ serviços no horizonte temporal passado/ 
presente; 
b) presente/futuro: Auditoria Operacional com enfoque em riscos. 
Toda análise, verificação e todo acompanhamento das atividades precisam 
estar de acordo com o que a empresa ou organização pretende com o trabalho 
a ser desenvolvido, mesmo considerando as questões “presente/passado e 
presente/futuro”. Lembre-se que o passado das organizações é o melhor 
 
 
22 
parâmetro para aferir qualquer medição, medida ou definição de novas metas 
de acordo com a capacidade instalada e de pessoal. 
 
1.13.1 – Criação, Implantação e/ou Aperfeiçoamento de Controles Internos 
Os elementos que compreendem um controle interno devem fornecer 
informações precisas para tomada de decisões e para a eficiência das 
operações da empresa e, além destas funções, auxiliarem na auditoria tanto 
externa quanto interna. Ë importante dizer que, para que o auditor tenha 
subsídios claros e confiáveis, o controle deve fornecer dados verídicos, que 
retratam a posição patrimonial e financeira da empresa bem como a correta 
manutenção de suas operações. Todos os elementos dos controles internos 
são de extrema importância para o auditor, mas para executar o trabalho de 
auditoria, é preciso que se obtenham dados específicos da empresa, sejam 
estes, contábeis, administrativos ou operacionais. 
1.13.2 – Controles Internos do Disponível 
É um dos principais controles de uma empresa, pois é no disponível que se 
encontram os ativos mais líquidos da empresa (dinheiro). Para a correta forma 
de controle e para salvaguarda dos dados e dos próprios ativos tem-se 
diversos procedimentos específicos. Citam-se aqui alguns: 
• Guarda e registros corretos de extratos bancários; 
• Previsões (projeções) de pagamentos; 
• Contagem de caixa realizada na presença da supervisão; 
• Controle das aplicações financeiras e rendimentos; 
• Acompanhamento dos saldos através de investigações; 
• Confrontação de cheques emitidos compensados e não compensados; 
• Conciliação Bancária; 
• Autorização para transferências eletrônicas; 
• Autenticação dos fluxos de caixa e assinatura da gerência; 
• Retirada de caixa com autorização de pagamento. 
 
 
 
23 
 
 
1.13.3 – Controles Internos do Contas a Receber 
Este elemento de controle interno deve ser tratado de forma rígida, uma vez 
que os recebimentos necessitam de precisão e confiabilidade nas 
demonstrações adaptando-se as características da empresa. Alguns 
procedimentos podem ser: 
• Interligação global com faturamento; 
• Recebimentos e conciliações bancárias dos avisos de cobrança (carteira, 
caução e operação de desconto). 
• Combinação com as vendas à vista caso não exista controle bancário; 
• Conciliação do saldo contábil com os saldos existentes na empresa; 
• Contabilização correta dos juros sem recebimento de vendas em atraso e sua 
respectiva competência; 
• Adequação de um sistema de ficha por cliente ou empresa; 
• Movimentação de títulos mediante supervisão; 
• Confirmação (circularização) junto a clientes; 
 
1.13.4 – Controles Internos dos Estoques 
De modo geral os controles internos dos estoques visam o controle da 
integridade e composição deste circulante. 
• Elaboração de relatório diário sobre as matérias-primas, produtos acabados, 
em elaboração e mercadorias; 
• Mapas de requisição de materiais com respectivos custos; 
• Mapas de requisição de produtos com respectivos custos; 
• Controle global dos estoques, respeitando suas quantidade e transformações; 
• Coleta estatística sobre a capacidade produtiva utilizada, variação na 
absorção de custos fixos e explicação para mudanças significativas; 
 
 
24 
• Fichas de estoques com a utilização dos métodos de avaliação dos estoques 
(peps/mpm/ueps/preço específico); 
• Autorização para retirada de materiais; 
• Requisições para transferência de matriz/filial; 
• Acompanhamento supervisionado na chegada, armazenamento e registro nos 
sistemas de controle; 
• Contagem física dos elementos ingressantes e restantes em estoques com 
confirmação da gerência. 
 
1.13.5 – Controles Internos do Imobilizado 
Os controles internos do imobilizado vêm a assumir na organização a papel de 
proteger o patrimônio. 
• Coletar informações físicas e objetivas sobre o procedimento de aquisição de 
imobilizado. 
• Preparar relatório de movimentação das contas do imobilizado 
• Reconciliar os movimentos de depreciação do período escolhido 
• Designação de funcionário experiente para proceder a normas e rotinas de 
levantamento físico. 
 
1.13.6 – Controles Internos de Compras, Contas a Pagar e Pagamentos 
É de grande importância a controle eficiente dos recebimentos, tendo em vista 
a maior incidência de fraudes neste setor da organização. Segue abaixo alguns 
procedimentos necessários em um controle interno eficiente do tópico supra. 
• Listagem dos passivos em aberto, em uma determinada data; 
• Fornecer comparativos dos produtos de maior realização, para verificar as 
mutações de custo, venda e lucratividade; 
• Relação dos saldos devidos por fornecedores; 
• Análise de saldos credores e procura de possíveis pagamentos em 
duplicidade; 
 
 
25 
• Análise do débito mais significativo para possibilitar, maior poder de 
negociação ou até renegociação, não descartando a possibilidade de contato 
com outros fornecedores. 
• Relatório de fornecedores usuais; 
• Autorização de compra assinada/carimbada/autenticada pela gerência; 
• Confirmação (circularização) junto a fornecedores. 
 
1.13.7 – Controles Internos dos Recursos Humanos 
A administração de pessoal é muito importante dentro da empresa, pois a 
contratação de um funcionário ou a sua demissão, ocorrida de forma indevida, 
poderá causar problemas futuros à empresa, tanto no relacionamento entre 
empregado e empregador, bem como possíveis causas trabalhistas 
(contingências passivas). 
Este setor está propenso a ocultar fraudes, é devido a isto, a importância de 
que existam controles rígidos sobres seus procedimentos e que estes estejam 
amarrados em um manual de normas e procedimentos, evitando o 
desconhecimento por parte dos funcionários. 
Outras medidas de controles internos que podem ser adotadas nesta área são 
as segregações de funções e a rotatividade de funções. A segregação consiste 
na separação das funções de preparo, aprovação e pagamento. Esse 
procedimento minimiza e muito o risco, pois se aumenta o número de pessoas 
envolvidas no processo, dificultando a possibilidade de acordo para a 
realização de fraudes. Já a rotatividade de funções, além de ser excelente 
mecanismo de controle, é também um bom método de gerenciamento de 
pessoal, pois, ao ser realizada com frequência, estimula os funcionários com a 
mudança de suas tarefas, evitando assim a rotina e possibilitando uma visão 
geral do departamento. 
É importante lembrar que somente a implantação desses controles não impede 
a realização de atos escusos; por isso, tornam-se tão importantes as revisões 
feitas por elementos externos ao departamento ou empresas especializadas. 
1.13.7.1 - Admissão 
Quando uma pessoa jurídica contrata um funcionário, as partes, empregador e 
empregado possuem obrigações que devem ser cumpridas. O empregador 
 
 
26 
deverá entregar os documentos solicitados pelo empregado para seu efetivo 
registro como empregado da organização, já o empregadordeverá preencher 
os documentos pertinentes à admissão do empregado, devolvendo a 
documentação recebida no prazo de 48 horas. 
A solicitação de contratação do empregado de ser feita por escrito e arquivado 
junto ao prontuário do funcionário, esta solicitação deve conter os motivos da 
contratação e os requisitos necessários para exercer a função do cargo, para 
apreciação e aprovação da gerência ou diretoria responsável. Esse 
procedimento visa evitar contratações desnecessárias e a existência de 
funcionários “fantasmas”. 
Métodos de desvio ou fraude na admissão de empregados 
Conforme CRC-SP / IBRACON (2000, p. 28) os meios mais comuns nesse 
caso de adulteração de informações e fraude na admissão são os seguintes: 
• A preparação de documentos falsos e cadastramento do empregado na folha 
de pagamento; 
• Cadastramento do empregado em duplicidade no sistema de folha de 
pagamento. 
Sugestões para o controle da admissão 
• Solicitação de departamento requisitante para a administração de pessoal por 
meio de formulário próprio; 
• Controle periódico dos empregados alocados por departamento, por meio de 
um relatório que será conferido e vistado pelo chefe responsável; 
• Distribuição mensal dos recibos de pagamento dos empregados pelo 
responsável do departamento, e comunicação imediata de qualquer 
divergência. 
1.13.7.2 - Férias 
É o direito de empregado de anualmente gozar um período de descanso, sem 
prejuízo de sua remuneração. As férias serão concedidas por ato do 
empregador, nos 12 meses subsequentes à data em que o empregado tiver 
adquirido o direito. 
A consolidação das leis do trabalho para concessão de férias estabelece: 
 
 
27 
• Que o empregado tenha completado o período aquisitivo (12 meses após a 
data de sua admissão); 
• Que o empregador participe, por escrito, ao empregado, com antecedência 
mínima de 30 dias, o período que ele sairá de férias; o interessado deve obter 
recibo dessa comunicação; 
• Que o empregado apresente sua carteira de Trabalho e Previdência Social 
para que nela seja anotada a respectiva concessão, que deve ser igualmente 
anotada na ficha de registro de empregados; 
• Que a concessão ocorra em um só período, exceto se tratar de férias 
coletivas. Atentar para nova sistemática de concessão de férias com dois 
períodos; 
• Que o pagamento da remuneração das férias seja efetuado até dois dias 
antes do início do respectivo período de gozo. O empregado deve acusar o 
recebimento por meio de recibo assinado; 
• Que seu valor seja pago em dobro sempre que as férias forem concedidas 
após o prazo legal (após o término do período concessivo). 
Método de desvio e fraude nas concessões de férias 
Há diversas formas de fraude a empresa quanto a esse procedimento, desde a 
falta de controle específico que poderá gerar o pagamento de férias de forma 
dobrada (quando a empresa não concede as mesmas no período correto), até 
seu pagamento em duplicidade (quando o empregado recebe duas vezes pelo 
mesmo período concessivo). 
Sugestões para o controle das férias 
O empregador deverá montar um mapa de controle de férias do qual constem: 
• Nome do funcionário; 
• Data de admissão; 
• Data do último período de gozo; 
• Salário atualizado; 
• Número de avos do período aquisitivo; 
• Data em que o empregado sairá de férias; 
 
 
28 
• Observações da chefia; 
• Valor da provisão de férias e encargos; 
• Valor líquido de férias. 
Esse mapa deverá ser confeccionado com base no registro do funcionário e 
também conter as observações da chefia do empregado sobre o período que 
melhor atenda aos interesses da empresa e do empregado. 
Esse procedimento objetiva um controle efetivo dos períodos aquisitivos e de 
gozo de férias, evitando que um funcionário tenha dois períodos de férias 
vencidos, que goze ou receba mais férias que o permitido por lei, ou que tire 
férias em um período que possa atrapalhar o bom andamento da empresa. 
Esse controle ajuda também no controle dos valores pagos pelas férias, pois o 
valor constante de recibo ou listagem de crédito deve coincidir com o mapa. 
1.13.7.3 - Demissão 
É quando, por parte do empregado ou empregador, ocorre o rompimento do 
contrato de trabalho, cujo qual não dispõe de tempo determinado para 
encerramento. Ao empregado é assegurado o direito de haver do empregador 
uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha recebido 
dentro da mesma empresa. O pedido de demissão ou recibo de quitação de 
rescisão de contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de um ano 
de serviço, só será válido quando feito com assistência do respectivo Sindicato, 
ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho ou outra condição prevista 
em lei. O instrumento de rescisão, qualquer que seja o motivo, deverá 
especificar a natureza de cada verba paga ao empregado, e, no caso de 
verbas variáveis, as mesmas deverão constar obrigatoriamente no verso desse 
instrumento rescisório. 
Conforme CRC-SP/IBRACON (2000, p. 31) o prazo de pagamento dessa 
rescisão será: 
 
Métodos de desvio e fraude na rescisão contratual 
• Empregado que solicita demissão (pedido de demissão) e cuja rescisão 
contratual é confeccionada como dispensa sem justa causa (demitido), 
causando ao empregador despesa adicional do aviso prévio e seus reflexos, 
bem como multa contratual dos 40% do FGTS (a que no caso de pedido de 
demissão, o empregado não teria direito); 
 
 
29 
• Empregado que é demitido e continua constando da folha de pagamento após 
o mês da rescisão contratual; 
• Empregado demitido no início do mês e durante o mês é feito pagamento do 
adiantamento salarial; 
• A contabilidade registra saída de verba para rescisão, mas não há recibo, ou 
este traz pagamento inferior; 
• Recibo com falsificação; 
• Cheques endossados para a mesma pessoa. Endosso de cheque a 
empregado do departamento de administração de pessoal; 
• Devolução de parcelas sem o conhecimento da empresa, que não as 
recebeu; 
• Pagamento de verbas rescisórias excessivas, além daquelas a que o 
empregado teria direito; 
• Empregado demitido logo após o vencimento de seu contrato de experiência, 
causando a empresa despesas desnecessárias de rescisão contratual. 
Sugestões para o controle das rescisões contratuais 
• A criação de formulário próprio a ser preenchido pelo chefe do setor que 
solicite a demissão de determinado funcionário, com esclarecimento dos 
motivos para ser vistado pela gerência e/ou diretoria; 
• O envio periódico de uma relação (obtida da folha de pagamento) com os 
empregados por chefia / departamento, a fim de que os chefes verifiquem a 
quantidade de empregados sob sua coordenação e notifiquem qualquer 
alteração, evitando-se assim que empregados recém - demitidos ou 
transferidos permaneçam na folha de pagamento; 
• A criação de um procedimento de dupla conferência, ou seja, que o trabalho 
de um empregado seja conferido por outro, visando evitar erro ou qualquer 
tentativa fraudulenta; 
• A utilização de cheques ou depósitos em conta corrente, a serem 
confeccionados pelo departamento de tesouraria. Esse procedimento faz com 
que os prazos de vencimento sejam observados por ambos os departamentos 
e sejam evitados atrasos; 
 
 
30 
• A realização de conciliação das contas contábeis do departamento de 
administração de pessoal e sua respectiva reconciliação contábil pelo 
departamento contábil; 
• A criação de um controle de prazos para os contratos de experiência e por 
tempo determinado para que o departamento de administração de pessoal 
alerte o superior do empregado sobre o prazo para que este decida se o 
mesmo será prorrogado, mantido ou se o empregado será desligado da 
empresa. Tal controle faz-se necessário, pois o desligamento desse 
empregado após o vencimento do contrato com prazo determinado gera em 
custo adicional em sua rescisão. 
1.13.7.4 - Processos Trabalhistas 
É o meio que a justiçado trabalho criou para resolver possíveis conflitos que 
possam existir entre empregado e o empregador. A pessoa física ou jurídica 
que se sentir lesada, poderá recorrer à Justiça do Trabalho, por meio das 
Juntas de Conciliação e julgamento, em que, em um primeiro momento, juízes 
empregarão sempre seus bons ofícios e persuasão para uma solução 
conciliatória dos conflitos. Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter-
se-á obrigatoriamente em arbitral, proferindo decisão na forma prescrita da lei. 
A empresa, no caso de ser o sujeito passivo do processo, deverá entrar em 
contato com seu advogado após o recebimento do ofício (citação), pois existem 
prazos a serem cumpridos. Este deverá solicitar as informações necessárias e 
a documentação pertinente ao caso, a fim de que seja montada a defesa 
(contestação). No prazo estabelecido deverão comparecer à Junta de 
Conciliação, munidos da defesa, para que os juízes apreciem o caso e profiram 
a sentença. 
Conforme o CRC-SP/IBRACON (2000), os métodos de desvio ou fraude no 
processo trabalhista: 
• Arquivo indevido da citação, causando o extravio da mesma; 
• Falta de entrega de documentação em período hábil para a formulação da 
defesa; 
• Perda do prazo para a defesa; 
• Preposto que não comparece à audiência, para prestar depoimento; 
• Falta de preparo, ou desconhecimento da causa que está sendo julgada por 
parte do preposto; 
 
 
31 
• Divergência entre o valor pago pela empresa e o recebido pelo ex – 
empregado. 
Sugestão para o controle dos processos trabalhistas 
A empresa deve adotar um mapa para o controle dos prazos para os 
processos, visando evitar a perda dos mesmos, que culminaria na perda da 
referida ação por revelia. Além disso, a empresa periodicamente deverá 
solicitar a seus advogados relatórios, informando a posição do processo e a 
possibilidade de ganho ou perda, para verificar se o valor efetivamente pago 
corresponde ao valor da causa, bem como seus encargos. 
1.13.7.5 - Autorização para Aumento Salarial 
Todo aumento de salário, que não seja motivado por dissídio coletivo ou 
acordo entre sindicatos, deverá possuir uma autorização por escrito, devendo 
ser requisitado pela chefia do empregado e vistado pela gerencia e/ou diretoria. 
Tal ato se faz necessário para evitar que seja efetuado aumento salarial sem o 
conhecimento prévio da gerencia e/ou diretoria. 
Conforme o CRC-SP / IBRACON (2000, p.38), os principais métodos de desvio 
ou fraudes nos aumentos de salários são: 
• Aumento salarial acima do percentual estipulado; 
• Promoção e/ou méritos que não condizem com a realidade; 
Dificuldade no cálculo do acordo ou dissídio coletivo da categoria, pois não 
haverá diferenciação entre os adiantamentos de dissídio e os aumentos de 
méritos e/ou promoção. 
Sugestão para o controle salarial 
Deverá ser criado um formulário de autorização para aumento salarial, do qual 
deverá constar o motivo de tal aumento. Esse formulário deverá ser vistado 
pelo responsável do departamento solicitante e pelo gerente e/ou diretor 
responsável e deverá ser arquivado no prontuário do empregado para futuras 
consultas. 
1.13.7.6 - Horário 
Empresas que possuem mais de 10 funcionários serão obrigadas a anotação 
do cartão de ponto, que deverá conter: nome do empregado, horário de 
entrada e saída, bem como intervalos de alimentação e/ou descanso no caso 
 
 
32 
de horas extras, elas deverão ser apontadas e pagas na folha de pagamento 
do referido mês de competência. Com relação a faltas ou atrasos, o empregado 
deverá justificá-las com os atestados, pois, caso contrário, o empregador 
poderá efetuar os devidos descontos salariais. 
1.13.7.7 - Horas - Extras 
São as horas realizadas após o expediente normal, que deverão ser 
remuneradas com um acréscimo mínimo de 50% (cinquenta por cento) no valor 
da hora. Para a empresa utilizar-se desse expediente, deverá realizar um 
acordo entre as partes, prevendo a quantidade de horas e a sua remuneração. 
Domingos e feriados o acréscimo é de 100%. 
Conforme o CRC-SP / IBRACON (2000, p.39), os métodos de desvio ou fraude 
nas horas extras são: 
• Trabalhos em horários extraordinários sem necessidade ou sem objetividade; 
• Trabalho sem autorização dos responsáveis pelo departamento; 
• Erros na contagem das horas realizados; 
• Erro no pagamento dos percentuais utilizados; 
• Não pagamento dos reflexos decorrentes da realização das horas extras. 
 
 
 
Sugestão de controle de horas extras 
A empresa deverá manter controles rígidos sobre horas extras, devendo a 
chefia do departamento responsabilizar-se por sua realização. As horas extras 
só poderão ser realizadas com autorização prévia da gerência e/ou diretoria. 
Nessa autorização, a chefia deverá descrever o motivo da realização de horas 
extras e o número de empregados recrutados. 
Tal controle faz-se necessário para uma análise gerencial, visto que, por meio 
dela, a gerência poderá detectar possíveis falhas estratégicas, falta de 
treinamento da equipe ou até mesmo falta de empregados para a realização do 
trabalho. As horas extras habituais geram um custo para a empresa, e é mais 
econômico o acréscimo de mais um turno em alguns departamentos, pois isso 
 
 
33 
reduziria seu custo, já que a hora extra deve ser paga com um acréscimo de, 
no mínimo, 50% (cinquenta por cento) e há reflexos no DSR (Descanso 
Semanal Remunerado), férias, 13º salário etc. 
1.13.7.8 - Faltas (Absenteísmo) 
É o não comparecimento do empregado ao serviço em horário e dia 
estipulados no contrato de trabalho. 
Conforme o CRC-SP / IBRACON (2000, p.40), os métodos de desvio e fraude 
nas faltas são: 
• Falta de desconto em folha de pagamento; 
• Falta de desconto do descanso semanal remunerado, quando da falta; 
• Falta de controle sobre os cartões do ponto; 
• Falta de controle de frequência para desconto das faltas injustificadas nas 
férias, conforme o art.130 da CLT; 
• Falta de controle das justificativas das faltas. 
• Sugestões de controles de horário nas faltas 
As empresas deverão manter controle rígido sobre os empregados no que diz 
respeito às faltas, pois, além de verificar possíveis problemas no departamento, 
poderão detectar até fraudes nas justificativas. Quando o empregado tiver 
faltas superior a cinco, dentro de um período aquisitivo das férias, a empresa 
poderá efetuar o pagamento de suas férias proporcionalmente, conforme a 
legislação específica. 
 
1.14 - Planejamento da Auditoria Interna 
O planejamento do trabalho da Auditoria Interna compreende os exames 
preliminares das áreas, atividades, produtos e processos, para definir a 
amplitude e a época do trabalho a ser realizado, de acordo com as diretrizes 
estabelecidas pela administração da entidade. De acordo com a NBC TI 01, o 
planejamento deve considerar os fatores relevantes na execução dos 
trabalhos, especialmente os seguintes: 
a) o conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de gestão de riscos 
da entidade; 
 
 
34 
b) o conhecimento detalhado das atividades operacionais e dos sistemas 
contábil e de controles internos e seu grau de confiabilidade da entidade; 
c) a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria 
interna a serem aplicados, alinhados com a política de gestão de riscos da 
entidade; 
d) a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas que 
estejam no âmbito dos trabalhos da Auditoria Interna; 
e) o uso do trabalho de especialistas; 
f) os riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela complexidade das 
transações e operações; 
g) o conhecimento do resultado e das providências tomadas em relação a 
trabalhos anteriores, semelhantes ou relacionados; 
h) as orientações e as expectativas externadas pela administração aos 
auditores internos; e 
i) o conhecimento da missão e objetivos estratégicos da entidade. 
O planejamento deve ser documentado e os programas de trabalhoformalmente preparados, detalhando-se o que for necessário à compreensão 
dos procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade, 
extensão, equipe técnica e uso de especialistas. 
Os programas de trabalho devem ser estruturados de forma a servir como guia 
e meio de controle de execução do trabalho, devendo ser revisados e 
atualizados sempre que as circunstâncias o exigirem. 
 
1.15 - Riscos da Auditoria Interna 
A análise dos riscos da auditoria interna deve ser feita na fase de planejamento 
dos trabalhos; estão relacionados à possibilidade de não se atingir, de forma 
satisfatória, o objetivo dos trabalhos. Nesse sentido, devem ser considerados, 
principalmente, os seguintes aspectos: 
a) a verificação e a comunicação de eventuais limitações ao alcance dos 
procedimentos da Auditoria Interna, a serem aplicados, considerando o volume 
ou a complexidade das transações e das operações; 
 
 
35 
b) a extensão da responsabilidade do auditor interno no uso dos trabalhos de 
especialistas. 
 
1.16 – Testes, Exames e Procedimentos da Auditoria Interna 
Os procedimentos da Auditoria Interna constituem exames e investigações, 
incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitem ao auditor 
interno obter subsídios suficientes para fundamentar suas conclusões e 
recomendações à administração da entidade. 
Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os 
controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo 
funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários e 
administradores da entidade. Na sua aplicação, devem ser considerados os 
seguintes procedimentos: 
a) inspeção – verificação de registros, documentos e ativos tangíveis; 
b) observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de 
sua execução; e 
c) investigação e confirmação – obtenção de informações perante pessoas 
físicas ou jurídicas conhecedoras das transações e das operações, dentro ou 
fora da entidade. 
Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, 
exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informação da 
entidade. 
As informações que fundamentam os resultados da Auditoria Interna são 
denominadas de “evidências”, que devem ser suficientes, fidedignas, 
relevantes e úteis, de modo a fornecer base sólida para as conclusões e 
recomendações à administração da entidade. 
O processo de obtenção e avaliação das informações compreende: 
I – A obtenção de informações sobre os assuntos relacionados aos 
objetivos e ao alcance da Auditoria Interna, devendo ser observado que: 
a) a informação suficiente é aquela que é factual e convincente, de tal forma 
que uma pessoa prudente e informada possa entendê-la da mesma forma que 
o auditor interno; 
 
 
36 
b) a informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor 
evidência alcançável, por meio do uso apropriado das técnicas de Auditoria 
Interna; 
c) a informação relevante é a que dá suporte às conclusões e às 
recomendações da Auditoria Interna; 
d) a informação útil é a que auxilia a entidade a atingir suas metas. 
II – A avaliação da efetividade das informações obtidas, mediante a 
aplicação de procedimentos da Auditoria Interna, incluindo testes 
substantivos, se as circunstâncias assim o exigirem. 
O processo deve ser supervisionado para alcançar razoável segurança de que 
o objetivo do trabalho da Auditoria Interna está sendo atingido. 
Devem ser adotados procedimentos adequados para assegurar que as 
contingências ativas e passivas relevantes - decorrentes de processos judiciais 
e extrajudiciais, reivindicações e reclamações, bem como de lançamentos de 
tributos e de contribuições em disputa, - foram identificadas e são do 
conhecimento da administração da entidade. 
No trabalho da Auditoria Interna, quando aplicável, deve ser examinada a 
observância dos pronunciamentos contábeis – CPC, das Normas Brasileiras de 
Contabilidade e da legislação tributária, trabalhista e societária, bem como o 
cumprimento das normas reguladoras a que estiver sujeita a entidade. 
 
1.17 – Amostragem 
Ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou um método de seleção 
de itens a serem testados, podem ser empregadas técnicas de amostragem. 
Ao usar método de amostragem, estatística ou não, deve ser projetada e 
selecionada uma amostra que possa proporcionar evidência de auditoria 
suficiente e apropriada. 
 
1.18 - Processamento Eletrônico de Dados – PED 
A utilização de processamento eletrônico de dados pela entidade requer que 
exista, na equipe da Auditoria Interna, profissional com conhecimento suficiente 
sobre a tecnologia da informação e os sistemas de informação utilizados. 
 
 
37 
O uso de técnicas de Auditoria Interna, que demandem o emprego de recursos 
tecnológicos de processamento de informações, requer que exista na equipe 
da Auditoria Interna profissional com conhecimento suficiente de forma a 
implementar os próprios procedimentos ou, se for o caso, orientar, 
supervisionar e revisar os trabalhos de especialistas. 
 
1.19 - Documentação da Auditoria Interna 
A Auditoria Interna deve ser documentada por meio de papéis de trabalho, 
elaborados em meio físico ou eletrônico, que devem ser organizados e 
arquivados de forma sistemática e racional. 
Os papéis de trabalho constituem documentos e registros dos fatos, 
informações e provas, obtido no curso da auditoria, a fim de evidenciar os 
exames realizados e dar suporte à sua opinião, críticas, sugestões e 
recomendações. 
Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhes suficientes 
para propiciarem a compreensão do planejamento, da natureza, da 
oportunidade e da extensão dos procedimentos de Auditoria Interna aplicados, 
bem como do julgamento exercido e do suporte das conclusões alcançadas. 
Análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos devem ter sua 
integridade verificada sempre que forem anexados aos papéis de trabalho. 
 
1.20 – Relatório de Auditoria Interna 
O relatório é o documento pelo qual a Auditoria Interna apresenta o resultado 
dos seus trabalhos, devendo ser redigido com objetividade e imparcialidade, de 
forma a expressar, claramente, suas conclusões, recomendações e 
providências a serem tomadas pela administração da entidade. 
O relatório da Auditoria Interna deve abordar, no mínimo, os seguintes 
aspectos: 
a) o objetivo e a extensão dos trabalhos; 
b) a metodologia adotada; 
c) os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão; 
 
 
38 
d) eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria; 
e) a descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas; 
f) os riscos associados aos fatos constatados; e 
g) as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos constatados. 
O relatório da Auditoria Interna deve ser apresentado a quem tenha solicitado o 
trabalho ou a quem este autorizar, devendo ser preservada a confidencialidade 
do seu conteúdo. 
A Auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão de relatório parcial, 
na hipótese de constatar impropriedades/irregularidades/ilegalidades que 
necessitem providências imediatas da administração da entidade, e que não 
possam aguardar o final dos exames.

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