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Cobras ou ofídios são répteis pecilotérmicos, sem patas. Filo Chordata, Classe Reptilia, Ordem Squamata. Os répteis são animais que possuem como características principais o corpo com poucas glândulas, impermeável e coberto por escamas e/ou placas ósseas; a presença de pulmões bastante eficientes; e ovos com casca e anexos. Tais características permitiram com que pudessem viver em ambiente terrestre sem muitos problemas. Olfato Um dos sentidos das cobras mais impressionantes é o olfato. É a principal ferramenta de orientação das serpentes, sendo importante para a localização de predadores, presas, e parceiros para a sua reprodução. O formato bifurcado da língua ajuda a identificar a posição da presa, capta feromônios e outros compostos químicos. Suas narinas não têm função olfativa, mas auxiliam na respiração. A serpente coloca sua língua bífida (que se divide em duas pontas) e coberta por uma secreção pegajosa para fora da boca, para capturar partículas suspensas no ar, e depois a encosta no "céu da boca", de modo que cada ponta da língua entre em contato com uma das duas aberturas do órgão de Jacobson (ou órgão vomeronasal). Esse órgão é revestido com epitélio sensorial do tipo olfativo, capaz de analisar os dados e remetê-los ao cérebro, desempenhando função semelhante ao olfato. Sistema Sensorial das Serpentes https://meusanimais.com.br/o-que-sao-feromonios-e-qual-e-o-seu-uso/ https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93rg%C3%A3o_de_Jacobson Fig. 1 - Órgão de Jacobson. Sensação Térmica Podem apresentar ou não mais orifícios na cabeça, denominados fossetas. São sensores de raios infra- vermelhos capazes de perceber diferenças mínimas de temperatura (da ordem de 0,003 graus centígrados) num raio de 5 metros de distância. As fossetas auxiliam a serpente a caçar, pois os animais de sangue quente, ao irradiarem o calor de seus corpos, emitem raios infravermelhos. As fossetas possuem uma membrana rica em terminações nervosas ligadas ao cérebro da serpente, de modo que uma imagem térmica da presa de sangue quente (ave ou mamífero) se forma no cérebro da serpente, informando a presença do animal, seu tamanho, posição, distância, e o sentido e velocidade de seu deslocamento. Fig. 2 - As serpentes peçonhentas percebem o calor irradiado por uma presa através das fossetas loreais. A fosseta loreal (orifício localizado entre o olho e narina) dos viperídeos (jararacas, cascavéis, surucucus) e as fossetas labiais (depressões nas escamas labiais) de alguns boídeos (Ex. Corallus spp.) são órgãos que permitem a percepção de variações mínimas de temperaturas (da ordem de 0,003ºC), auxiliando na localização de presas endotérmicas (ex. roedores) durante a noite. As cobras peçonhentas no Brasil apresentam a fosseta loreal, com exceção das corais venenosas (Elapidae). Fig. 3 - Jararaca ou Caissaca (Bothrops moojeni) à esquerda e Periquitamboia ou Papagaia (Corallus batesii) à direita – Pupila do olho elíptica ou vertical e presença de fossetas labiais. Visão Algumas serpentes fossoriais, como as "cobras- cegas", possuem olhos vestigiais, não funcionais. As que enxergam melhor são as arborícolas que caçam de dia. Mesmo as serpentes que têm olhos evidentes enxergam mal (interpretam as imagens com alguma distorção). Podemos dizer que, salvo raríssimas exceções, as serpentes são míopes, pois o cristalino de seus olhos é esférico e rígido, e só pode se deslocar para frente e para trás, sendo incapaz de proporcionar o foco correto. Suas pálpebras são soldadas e transparentes. Uma escama transparente, queratinizada, se molda como uma lente de contato, protegendo e evitando o ressecamento do olho. Quando a serpente troca de pele esta escama se desprende, juntamente com toda a muda, e o espaço entre o cristalino e a pele fica preenchida por um líquido, tornando o olho opaco, e reduzindo ainda mais a já precária visão das serpentes. A pupila é geralmente circular. Nas serpentes de hábitos noturnos, é elíptica vertical. O fato de uma cobra apresentar a pupila do olho vertical ou elíptica (ou em fenda) não necessariamente trata-se de uma espécie peçonhenta, pois os boídeos (sucuris, salamantas e jiboias) e vários colubrídeos e dipsadídeos apresentam o olho assim por serem espécies noturnas. Fig. 4 – Sucuri, pupila circular. Fig. 5 – Cascavel, pupila vertical. http://www.herpetofauna.com.br/FotosSerpentes5.htm http://www.herpetofauna.com.br/FotosSerpentes1.htm http://www.herpetofauna.com.br/FotosSerpentes4.htm http://www.herpetofauna.com.br/FotosSerpentes1.htm Tato O tato não é muito desenvolvido. Grande número de corpúsculos sensoriais, táteis, térmicos e vibratórios ficam distribuídos por todo o corpo, situados na epiderme sob a cobertura de escamas. Alguns destes corpúsculos podem estar relacionados com a corte pré-nupcial, sendo usados pelo macho para estimular a fêmea antes da cópula. Fig. 6 - Cobras enroscadas durante o acasalamento A cobra macho começa a cortejar a fêmea, vibrando o seu corpo junto ao dela ou esfregando o queixo na parte de trás de sua cabeça, rastejando sobre ela para que a mesma libere sua cloaca e o acasalamento possa começar. Já os passos das presas e outros movimentos são captados por todo o corpo graças a um agudo sentido de tato, especialmente se apoiam a mandíbula inferior, que tem contato direto com a columela auris (similar aos estribos dos mamíferos). Nos ofídios, os sentidos do tato e do ouvido se unem para detectar as vibrações de forma milimétrica. Audição As serpentes não possuem tímpano ou ouvido externo, portanto sua audição é rudimentar. Têm somente ouvido interno, que é muito sensível para perceber vibrações. A serpente, constantemente em contato com o substrato ou enrodilhada sobre seu próprio corpo, capta vibrações do solo através da mandíbula, que transmite essas vibrações à caixa craniana através de um pequeno osso, chamado columella auris. A serpente percebe o som, mas não consegue precisar a direção da fonte sonora. Paladar O paladar das serpentes não é desenvolvido. Esse sentido é substituído pelo olfato. Elas ingerem as presas por inteiro, sem saboreá-las. A língua não tem função gustativa. É por isso que vemos as cobras estirando sua língua bífida para provar o ar. Alguns acreditam que a forma bífida da língua as permite afinar a direção dos estímulos químicos que são detectados pelo órgão vomeronasal. Portanto, embora os sentidos das cobras tradicionais não se destaquem por serem agudos, a detecção de calor, de substâncias químicas e de vibrações as torna perfeitas caçadoras. CURSO: Ciências Biológicas DISCIPLINA: Fisiologia Comparada AUTORA: Christiane Helena Guindo Bibliografia Fig. 1 - http://atricolinabiologa.blogspot.com/2013/ Fig. 2 - https://www.coladaweb.com/biologia/animais/serpentes- peconhentas-e-nao-peconhentas Fig. 3 - BERNARDE, P. S. 2012. Anfíbios e Répteis - Introdução ao estudo da herpetofauna brasileira. Anolis Books, Curitiba, 320p. Fig. 4 - https://www.flickr.com/photos/flaviocb/102394492 Fig. 5 - http://www.usp.br/aun/antigo/exibir?id=5830&ed=1031&f =15 Fig. 6 - https://www.cobras.blog.br/como-funciona-o- acasalamento-das-cobras MEUS ANIMAIS. Os sentidos das cobras: conheça-os aqui!. In: MEUS ANIMAIS (org.). Os sentidos das cobras: conheça-os aqui!. [S. l.], 16 jan. 2019. Disponível em: https://meusanimais.com.br/os-sentidos-das-cobras-conheca-o- aqui/. Acesso em: 14 maio 2021. ZOOPETS. Sentidos das serpentes. In: Sentidos das serpentes. [S. l.], 2020. Disponível em: http://www.zoopets.com.br/serpentes/sentidosserpentes- cornsnake-piton-kingsnake-milksanke-zoopets.htm. Acesso em: 14 maio 2021. MAGALHÃES, Lana. Répteis. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/repteis/. Acesso em: 18 maio 2021. COMO Funciona o Acasalamento das Cobras. 2018. Disponível em: https://www.cobras.blog.br/como-funciona-o-acasalamento-das-cobras. Acesso em: 22 maio 2021. MAIO 2021 http://atricolinabiologa.blogspot.com/2013/
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