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Princípios do direito do trabalho. Fontes do direito do trabalho. Relação de trabalho e da relação de emprego. Princípios do Direito do Trabalho FUNÇÕES ● Função informadora: orienta o legislador na elaboração das normas. ● Função Interpretativa: auxilia e orienta os operadores do direito na interpretação, compreensão e aplicação do sistema jurídico. ● Função Integrativa: complementar lacunas da lei. PRINCÍPIOS 1) Princípio da Proteção ao Hipossuficiente- Princípio-Base Estabelece que a legislação trabalhista visa proteger o direito do empregado. Pode ser subdividido nos seguintes princípios: ● In Dubio pro operário: Diante de duas ou mais interpretações sobre a mesma norma, escolhe-se a que seja mais favorável ao empregado. Escolhe-se uma interpretação, dentre duas ou mais (mesma norma). ● Norma mais favorável: Havendo mais de uma norma em vigor regendo o mesmo assunto, deve-se aplicar a que seja mais favorável ao empregado; escolhe-se uma norma, dentre duas ou mais. ● Condição mais benéfica: As cláusulas contratuais (previstas no contrato de trabalho ou no regulamento da empresa) mais benéficas devem prevalecer diante de alterações de normas que diminuam a proteção ao trabalhador. Cláusulas mais benéficas aderem ao contrato (direito adquirido). 2) Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva Este princípio veda a alteração contratual, mesmo que bilateral, quando prejudicial ao empregado (art. 468, CLT). 3) Princípio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas Também é conhecido como princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas e princípio da imperatividade das normas trabalhistas. Como as verbas trabalhistas possuem caráter alimentar, este princípio estabelece que o empregado não pode abrir mão de seus direitos, proibindo que antes da admissão, no curso do contrato ou após o término, ele renuncie ou transacione seus direitos trabalhistas, seja de forma tácita ou expressa, determinando que, em regra, os direitos trabalhistas são indisponíveis, até mesmo o próprio titular do direito, que é empregado. 4) Princípio da Continuidade da Relação de Emprego Valoriza a permanência do empregado no mesmo vínculo empregatício, dadas as vantagens que isso representa, estabelecendo como regra que os contratos trabalhistas sejam firmados com prazo indeterminado. 5) Princípio da Intangibilidade Salarial Visto que o salário possui natureza alimentar, este princípio assegura a intangibilidade ao salário, tornando-o inalcançável. Assim, a intangibilidade salarial abrange não apenas a irredutibilidade nominal do seu valor, mas também vedação a descontos indevidos, tempestividade no pagamento etc. 6) Princípio da Irredutibilidade Salarial Este princípio é consagrado no art. 7o, VI, da CF e nos art. 468 e caput do artigo 611-A da CLT e assegura que o salário seja irredutível, seja ele pago em pecúnia ou in natura, salvo convenção ou acordo coletivo que autorize a redução e em outras hipóteses previstas em lei. 7) Princípio da Primazia da Realidade sobre a Forma Também chamado de princípio do contrato realidade, estabelece que, para o direito do trabalho, prevalecem os fatos sobre as formas. O que importa é o que realmente aconteceu, e não o que está escrito. Está previsto, inclusive, no Código Civil (art. 112). Fontes do Direito do Trabalho 1) Analogia Jurisprudência, equidade e direito comum. Art. 8° da CLT. 2) Outras fontes Vale trazer que a reforma trabalhista criou o §2o do art. 8o da CLT, buscando restringir o chamado “ativismo da justiça do trabalho”. Assim, o §2o prevê que os enunciados da jurisprudência trabalhista, como por exemplo, súmulas e OJs, não poderão criar obrigações que não estejam previstas em lei. Há controvérsias doutrinárias sobre os princípios gerais de direito serem ou não fontes formais de direito. Segundo o Ministro Godinho, os princípios seriam fonte formal de direito e é pacífico o entendimento de que é fonte supletiva ou subsidiária (inclusive a FCC já cobrou em concursos). O regulamento empresarial é instrumento jurídico contendo um conjunto sistemático de regras institucionais, disciplinares, condições gerais de trabalho. De origem unilateral do empregador ou com a participação dos empregados e até mesmo do sindicato, tem aplicação interna na empresa e regula entre outras coisas a disciplina interna quanto aos horários, intervalos, tolerância com relação a atrasos, ausências, prêmios, incentivos ao aprimoramento funcional, punições disciplinares. Há controvérsias doutrinárias sobre se regulamento empresarial é ou não fonte do direito do trabalho e se seria fonte formal autônoma ou heterônoma Para alguns doutrinadores o regulamento empresarial não é fonte do direito do trabalho se for unilateral, outros entendem que é fonte formal heterônoma, quando determinado exclusivamente/unilateralmente pelo empregador; e de natureza autônoma quando os empregados participam da sua elaboração. Todavia é importante destacar que a banca FCC, no concurso do TRT 15, Técnico Administrativo, 2013, considerou o regulamento empresarial unilateral da empresa como fonte formal heterônoma (já que foi estabelecido unilateralmente pela empresa); pois, segundo entendimento da banca, o regulamento de empresa não tem caráter de fonte normativa autônoma, ingressando nos contratos individuais como se fossem cláusulas contratuais. 3) Hierarquia das Fontes O direito do trabalho não encontra suporte na clássica teorização de Hans Kelsen, sobre a estrutura dinâmica das normas, não se sujeita à pirâmide hierárquica de verticalidade fundamentadora entre diplomas normativos, mediante a qual um diploma encontra respaldo e fundamento naquele que lhe é superior, salvaguardado é claro a hierarquia máxima da Constituição Federativa brasileira. Acerca da hierarquia nas fontes do Direito do Trabalho, os princípios do direito do trabalho, tais como o da norma mais favorável e condição mais benéfica, devem conduzir os sujeitos à aplicação da norma, independentes de sua posição hierárquica, via de regra, deve ser aplicada a norma e a condição mais favorável ao interesse do empregado. Entretanto, às convenções e aos acordos coletivos, após a reforma trabalhista, para determinados assuntos (previstos no art. 611-A da CLT – listados no diagrama a seguir) estabelece que o “negociado prevalece sobre o legislado”, esta representa a primeira regra de hierarquia trazida pela reforma trabalhista, significa dizer que as normas coletivas valerão mais do que a lei, entre outros, dispuserem sobre os pontos elencados no art. 611-A. Sendo assim, a respeito de tais temas, as regras previstas nessas fontes autô- normas (ACT e CCT) poderão se sobrepor a regras de fontes heterônomas (estatais). A reforma trabalhista adotou o critério da especialidade da norma coletiva, em que as condições do acordo, que são mais específicas do que aquelas da Convenção, sempre prevalecerão sobre as condições da Convenção Coletiva de Trabalho (art. 620 da CLT). Portanto, prevalecem aquelas condições oriundas do instrumento celebrado com a(s) empresa(s), surgindo assim a segunda regra de hierarquia trazida pela reforma trabalhista. Direitos Constitucionais dos Trabalhadores Art. 7, CF. Da relação de Trabalho e da Relação de Emprego A relação de emprego é uma espécie de gênero de relações de trabalho, tem lugar quando estão presentes todos os seus pressupostos: ● Subordinação; ● Onerosidade; ● Pessoalidade (intuitu personae, não pode substituir por terceiro); ● Alteridade; ● Não eventualidade (habitualidade/Continuidade); ● Pessoa Física. Para efeitos de vínculo empregatício doméstico, é necessário o preenchimento de todos os seus pressupostos (elementos/características) específicos indispensáveis, são eles: prestação de serviços de forma pessoal por pessoa maior de 18 anos, contínua (mais de 2 dias por semana), subordinada, onerosa e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial do empregador, considerado no sentido lato, podendo ser casa de campo, praia, região metropolitana e outros.A alteridade, também chamada de princípio da alteridade, é um requisito existente nas relações de emprego, se relaciona ao risco do negócio/da atividade econômica, que deve ser assumido pelo empregador. Nesta linha, não se admite que sejam transferidos ao empregado os riscos do empreendimento, pois estes devem ser suportados pelo empregador. Observe que a exclusividade não é um elemento essencial da relação de emprego, pois o empregado pode ter mais de um emprego, desde que haja compatibilidade de horários (muito comum no caso de professores e profissionais de saúde). Entretanto, no caso do menor de 18 anos, as jornadas, para fins de limitação à duração do trabalho, devem ser somadas – art. 414 CLT. É importante ressalvar que a CLT trouxe também determinação que os contratos autônomos podem ser realizados com ou sem exclusividade (442-B da CLT). SUJEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO Empregador: art. 2°, CLT. Empregado: art. 3° CLT. CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE TRABALHO 1. Contrato de direito privado de atividade (porque a prestação de serviços é regida pelo direito privado e porque é uma prestação de fazer [o labor]); 2. Intuitu personae: vincula-se à pessoalidade que atinge o empregado, mas não o empregador (a figura do empregado é infungível; a do empregador, fungível); 3. “Não solene” – É informal; 4. Consensual: características de todos os contratos, não pode haver vício de vontade; 5. De trato sucessivo: um pacto de duração/permanente; 6. Comutativo: conhecimento prévio dos direito e deveres, ao contrário de aleatório; 7. Sinalagmático: direito e deveres recíprocos entre as partes); 8. Oneroso: ambas as partes enriquecem e empobrecem, ante a reciprocidade de direitos e deveres. Há casos em que a lei trabalhista exige a forma escrita: atletas profissionais, o contrato de aprendizagem, contrato temporário, contrato de trabalho intermitente (necessita também de registro na CTPS), são bons exemplos, a quem diga ainda que o teletrabalho deve ser estabelecido também por meio de contrato escrito. As anotações feitas pelo empregador na CTPS geram presunção relativa de veracidade “Juris Tantum” (Súmula n. 12 do TST). Segundo §4o do art. 29 da CLT, ao empregador é vedado realizar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua carteira do trabalho, mesmo que o fato tenha ocorrido. O TST entende como anotação desabonadora todo e qualquer registro na CTPS do empregado que possa dificultar a conquista de um novo trabalho, ocorrendo tal situação é pacífico que será devido indenização por danos morais. Segundo o art. 29 da CLT, a Carteira de Trabalho e Previdência Social deverá ser anotada pelo empregador no prazo de quarenta e oito horas para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, sendo facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho. De acordo com o §1o as anotações concernentes à remuneração, devem especificar o salário, qualquer que seja sua forma de pagamento, seja ele em dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta. A CLT determina que para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade (art. 442-A da CLT). ELEMENTOS DO CONTRATO DE TRABALHO Aplicam-se também aos contratos de trabalho os elementos de validade dos contratos em geral, conforme definido no Código Civil art.104; ● Agente capaz (empregador/empregado); O empregado pode ser relativamente incapaz, e por isso dependerá de assistência de seu responsável legal para a prática de determinados atos (art. 439); LC n. 150/2015 veda a contratação de empregado doméstico com menos de 18 anos de idade ● Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; ● Forma prescrita ou não defesa em lei. • elementos naturais: as regras de proteção ao trabalhador se inserem nos elementos naturais do contrato de trabalho, incidindo independentemente de previsão contratual. Elas deságuam da lei. • elementos essenciais: capacidade das partes e a licitude do objeto. Já estudamos que a forma não é um elemento essencial para a existência e validade do contrato de trabalho, mas pode ser um fator decisivo para a fixação da natureza de determinados pactos laborais (aprendizagem, temporário etc.). • elementos acidentais: o termo (prazo) e a condição (condição resolutiva – ex.: 475 da CLT – aposentado por invalidez suspensão) são elementos acidentais do contrato de trabalho. CONTRATOS ILÍCITOS (NULOS) Se o objeto do contrato de trabalho prestado pela pessoa for ilícito, não haverá proteção ou repercussões relacionadas ao direito do trabalho, então não se pode falar em contrato de trabalho, o pacto será nulo, efeito ex tunc (retroagindo)! Ex.: vendedor de maconha, cambista e uma banca de bicho (vide OJ n. 199 SDI-1). A contratação de servidor público, para cargo efetivo, sem a realização de concurso, é outro caso de nulidade, no caso, a nulidade apenas não retroagirá quanto aos salários e ao FGTS apenas aos depósitos mensais, NÃO SE ESTENDENDO À INDENIZAÇÃO POR DESPEDIDA ARBITRÁRIA (A MULTA DE 40% SOBRE O FGTS), assim dispõe a Súmula n. 363 do TST. Obs: o TST por meio da Súmula n. 430 (2012)estabelece que, apesar da contratação de servidor público para cargo/emprego efetivo sem concurso público ser nula, gera apenas dois efeitos: salários e FGTS (conforme Súmula n. 363 do TST). Digamos que um empregado foi contratado por uma empresa pública ou por uma sociedade de economia mista em janeiro de 2010, para emprego efetivo, sem a realização de concurso público, a contratação é nula, pois viola o art. 37, II, e §2o, da CF. Essa nulidade, entretanto, nunca foi declarada pelo Poder Judiciário. No mês de janeiro de 2018 ocorreu a privatização da empresa pública ou da sociedade de economia mista. O ato de privatização, por si só, sana o vício da nulidade. O sucessor (aquele que adquiriu a empresa pública ou a sociedade de economia mista) não terá sucesso na arguição de nulidade do contrato. CONTRATOS IRREGULARES (VÁLIDOS) 1. Contrato de Trabalho de Policial Militar: súmula n. 386 do TST. “POLICIAL MILITAR. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM EMPRESA PRIVADA (conversão da Orientação Jurisprudencial n. 167 da SBDI-1) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25/04/2005 – Preenchidos os requisitos do art. 3o da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar. (ex-OJ n. 167 da SBDI-1 – inserida em 26/03/1999).” 2. Estrangeiro em Situação Irregular no Brasil Não tem súmula, orientação jurisprudencial ou previsão legal, contudo a jurisprudência entende que o contrato de trabalho firmado com estrangeiro em situação irregular no Brasil é válido, marcado meramente por uma irregularidade que não gera nulidade absoluta do contrato, mas apenas relativa. Com isso, todos os direitos trabalhistas serão garantidos, no caso de reclamação na justiça do trabalho. 3. Empregado Menor de 16 anos Se um menor de 16 anos é contratado para laborar, estaremos diante de tra- balho proibido, marcado por uma mera irregularidade, que desrespeita a CF/1988, salvo na condição de menor aprendiz. Neste caso, deve-se proceder à rescisão do contrato, mas isso não significa dizer que o menor esteja desprotegido, pois serão devidas todas as verbas salariais adquiridas pelo labor prestado. Essa posição garante ao obreiro todos os direitos, trabalhistas e previdenciários, incluindo o registro em carteira, sem prejuízo do indiciamento criminal do empregador. A exploração de mão de obra infantil, por conseguinte, no âmbito do Direito do Trabalho, representa um trabalho “proibido”, e não um trabalho “ilícito” (lembramos que segundo o ECA criança é pessoa até 12 anos incompletos, completados 12 anos a pessoa passa a ser adolescente até 18 anos de idade). Lembrando: capacidadede ser parte: acima de 18 anos; capacidade de estar em juízo: qualquer idade; e capacidade de contratação, como empregado: 16 anos, salvo aprendiz: 14 anos. RELAÇÃO DE TRABALHO São relações que não configuram relação de emprego. 1. Relação de Trabalhador Autônomo e a Nova Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) Trabalho autônomo é aquele em que inexiste subordinação, e a ausência deste elemento é que não permite falar-se em relação empregatícia. A própria nomenclatura “autônomo” expressa o sentido de que o profissional possui autonomia para exercer suas funções (ou seja, não está sob o poder de direção de um empregador). Ex.: de trabalho autônomo são a empreitada (de obra, onde o empreiteiro fornece mão de obra e/ou materiais), regulada pelos artigos 610 a 626 do Código Civil (Lei n. 10.406/2002), prestação de serviços, e a profissão de representante comercial autônomo, regulada pela Lei n. 4.886/1965. Lei n. 4.886/1965, art. 1o: exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios. No trabalho autônomo também não existe, em regra, o elemento pessoalidade, que se faz presente quando o prestador de serviços não pode se fazer substituir por terceiros, o que confere vínculo com caráter de infungibilidade. A Lei n. 13.467, no art. 442-B, passou a prever a figura do trabalhador autônomo exclusivo, determinando que a contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado. Tal artigo é alvo de muitas críticas, pois sequer deveria constar esta regulamentação na CLT, uma vez que se trata de relação de direito civil, tratada por lei própria como dispõe o art. 593 do CCB: “A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo”. 2. Relação de Trabalho Eventual Trata-se de relação de trabalho em que o trabalhador trabalha de forma eventual, esporádica, e por isso não se configura o vínculo empregatício, doutrinariamente se entende que há uma descontinuidade da prestação do trabalho (não há habitualidade), entendida como a não permanência do empregado em uma organização com ânimo definitivo, não há uma fixação jurídica a uma única fonte de trabalho, com pluralidade variável de tomadores de serviços, há uma curta duração do trabalho prestado, a natureza do trabalho tende a ser concernente a evento certo, determinado e episódico no tocante a regular dinâmica do empreendimento tomador de serviços e a natureza do trabalho prestado tenderá a não corresponder, também, ao padrão dos fins normais do empreendimento. Ex.: diarista. 3. Relação de Trabalho de Estágio O estágio não corresponde a emprego porque visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho, porque não está voltado em prol da atividade empresarial pura e simplesmente, mas para o desenvolvimento de um profissional em formação (art. 1o, §2°, Lei n. 11.788/2008). São requisitos essenciais para relação de estágio: Art. 3o O estágio, tanto na hipótese do §1o do art. 2o desta Lei quanto na prevista no §2o do mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos: I – matrícula e frequência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino; II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino; III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso. O artigo 3o da Lei de Estágio não estabelece o prazo como requisito, mas se pode entender que este indubitavelmente corresponde a um deles; pois, segundo o art. 11 da lei, a duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência, sendo que se o termo de compromisso estiver em desconformidade com esta Lei, inclusive quanto ao prazo, caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária. O descumprimento de qualquer inciso do artigo 3° ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins de legislação trabalhista e previdenciária (§2°). O estágio subentende uma relação trilateral, com a participação do estagiário, do concedente do estágio e de instituição de ensino ou agentes de integração, art. 5°. Pontos importantes da Lei do estágio: art. 13 e art. 10. Como o estagiário não é empregado regido pela CLT, é de se notar que a previsão normativa é de “bolsa”, e não de salário; assim como também não consta “férias”, mas sim “recesso” de 30 (trinta) dias. 4. Relação de Trabalho Cooperativo É a relação jurídica existente entre duas ou mais pessoas que desenvolvem atividades semelhantes de qualquer que seja o ramo com o intuito de ter melhores condições de oferecer seus produtos e serviços. O verdadeiro cooperado é um trabalhador autônomo, pois não é subordinado à cooperativa. Art. 442. 5. Relação de Trabalhador Avulso O trabalhador avulso pode ser enquadrado como uma espécie de trabalhador autônomo, que presta serviços a diversos tomadores em curtos intervalos de tempo, atraindo assim a eventualidade na prestação dos serviços, a prestação de serviço é marcada pela participação de um terceiro que pode ser o Órgão Gestor de Mão de Obra (portuários) ou o SINDICATO (movimentação de mercadorias em geral). O art. 7°, XXXIV, CF, prevê igual de direitos entre o trabalhador permanente e o trabalhador avulso. Deste modo, os avulsos, apesar de não constituírem vínculo empregatício (pela eventualidade de seu trabalho), têm direito a FGTS, repouso semanal, 13o, adicional de trabalho noturno etc. 6. Relação de Trabalhador Voluntário É importante ressalvar que a Lei n. 9.608/1998 não admite trabalho voluntário para empresas privadas com fins lucrativos, e o art. 2o dispõe que o serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício. 7. Relação de Trabalho do Parceiro de Salões de Beleza Pela nova norma, o salão receberá o pagamento integral do cliente, repassando a parcela devida ao profissional, que será determinada em contrato. Caberá ao salão reter as contribuições fiscais e previdenciárias devidas ao parceiro, que pode ser inclusive uma Pessoa Jurídica (empresa). Lei n. 13.352/2016. É importante salientar que, segundo o §6o da referida lei, o profissional-parceiro não poderá assumir as responsabilidades e obrigações decorrentes da administração da pessoa jurídica do salão-parceiro, de ordem contábil, fiscal, trabalhista e previdenciária incidentes, ou quaisquer outras relativas ao funcionamento do negócio. Significa dizer que o profissional parceiro não responde por qualquer dívida do salão-parceiro, inclusive no caso de reclamação trabalhista. O contrato de parceria de que trata esta lei será firmado entre as partes, me- diante ato escrito, homologado pelo sindicato da categoria profissional e laboral e, na ausência destes, pelo órgão local competente do Ministério do Trabalho e Emprego, perante 02 (duas) testemunhas. Na inexistência deste pacto ou se o profissional-parceiro desempenhar funções diferentes das descritasno contrato de parceria, a lei considera a existência de vínculo trabalhista, essas exigências e o efeito do descumprimento já foram exigidas em concurso público. 8. Trabalhador Terceirizado O trabalhador terceirizado é aquele que mantém vínculo empregatício com a empresa fornecedora de mão de obra, chamada, agora, de “empresa prestadora de serviços a terceiros” (art. 4o-A da Lei n. 6.019/1974), que, necessariamente, será uma pessoa jurídica de direito privado. Essa empresa poderá ser contratada por pessoa física ou jurídica (privada ou pública), mediante a celebração de pacto escrito de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal. (arts. 5o-A e 5o-B da Lei n. 6.019/1974) e que possua capacidade econômica compatível com a sua execução. O trabalhador terceirizado, a partir daí, passará a executar, nas instalações físicas da contratante ou em outro local, os ditos serviços. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros (art. 4o-B da Lei n. 6.019/1974): I – prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); II – registro na Junta Comercial; III – capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros: a) empresas com até dez empregados – capital mínimo de R$10.000,00 (dez mil reais); b) empresas com mais de dez e até vinte empregados – capital mínimo de R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais); c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados – capital mínimo de R$45.000,00 (quarenta e cinco mil reais); d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados – capital mínimo de R$100.000,00 (cem mil reais); e) empresas com mais de cem empregados – capital mínimo de R$250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). São requisitos de validade do contrato de prestação de serviços terceirizados: (1) forma escrita (com qualificação das partes); (2) fixação dos serviços (determinados e específicos); (3) prazo para realização do serviço, quando for o caso; (4) Valor. Ver artigos Entrementes, temos as seguintes vedações sobre terceirização: 1) É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços (exemplo: desvio de função; acúmulo de funções etc.) (§ 1o do art. 5o-A da Lei n. 6.019/1974). 2) Presença de subordinação jurídica e pessoalidade na relação entre o trabalhador terceirizado e o contratante, com efeitos ex tunc/retroativos, salvo se o tomador for uma entidade pública da Administração Direta ou Indireta, pois faltará o requisito maior – o concurso público (art. 37, II e § 2o, CF e parte final do item III da Súmula n. 331 do TST.). 3) A terceirização será ilícita quando a empresa prestadora de serviços a terceiros não atender aos requisitos previstos no art. 4o-B da Lei n. 6.019/1974 (requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros). 4) A terceirização será ilícita quando um ex-empregado do contratante passar a prestar serviços para o mesmo empregador na qualidade de terceirizado antes do decurso do prazo mínimo de 18 (dezoito) meses, contados a partir da rescisão, o que inclui o prazo do aviso prévio, trabalhado ou indenizado (OJ n. 82 da SDI-1) – art. 5o-D da Lei n. 6.019/1974 (incluído pela Lei n. 13.467/2017). 5) A terceirização será ilícita quando o contrato de terceirização, firmado entre a empresa prestadora de serviços a terceiros e o contratante, não atender aos requisitos previstos nos incisos do art. 5o-B da CLT (requisitos do contrato de prestação de serviços). 6) A terceirização será ilícita quando a empresa prestadora de serviços a terceiros tiver como titulares ou sócios trabalhadores que tenham laborado, nos últimos 18 (dezoito) meses, a contar do firmamento do contrato de terceirização, na qualidade de empregado ou trabalhador autônomo, para o contratante, salvo se já estiverem aposentados (art. 5o-C da Lei n. 6.019/1974). 9. Trabalhador Temporário Com base na Lei n. 6.019/1974 e pelo Decreto n. 73.841/1974, é uma espécie de terceirização, sendo que “temporária”. No trabalho temporário nunca houve restrição quanto à atividade, podendo a contratação abranger as atividades-fim e meio do tomador, deve ser escrito. A empresa de trabalho temporário (fornecedora de mão de obra) tem de ser urbana e rural, o trabalhador temporário terá essa condição devidamente registrada na CTPS, fazendo jus aos mesmos direitos do efetivo, como salário e demais verbas equivalentes, salvo aviso prévio e multa de 40% (isonomia ou equivalência salarial). Porém, só poderá ocorrer a contratação temporária em duas situações: a) Atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e per- manente da tomadora; ou b) Atender a demanda complementar de serviços da contratante (a redação antiga era “em caso de acréscimo extraordinário de serviços”). → O contrato que deverá ser escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de serviços, contendo: I – a qualificação das partes; II – o motivo justificador da demanda de trabalho temporário; III – o prazo da prestação de serviços; IV – o valor da prestação de serviços; V – as disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de realização do trabalho. → Requisitos para a constituição de uma empresa de trabalho temporário: I – prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do Ministério da Fazenda; II – prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede; III – prova de possuir capital social de, no mínimo, R$100.000,00 (cem mil reais). Além disso, a empresa deve estar registrada no Ministério do Trabalho – vide arts. 4o e 6o da Lei n. 6.019/1974. RELAÇÃO DE EMPREGO 1. Altos Empregados Trata-se de empregados em que o pressuposto da relação de emprego subordinação é mitigada, frente às peculiaridades dos exercentes das funções de chefia e/ou cargos de elevada fidúcia (confiança). 2. Hipersuficiente (salário= 2x + o Teto do RGPS + Nível Superior) (a) A Lei n. 13.467 (reforma trabalhista) que modificou o art. 444 da CLT criou outra distinção para os chamados “altos empregados”, que são aqueles que percebem salário igual ou superior a duas vezes o teto dos benefícios do RGPS (em torno de R$11.000 mil) e têm nível superior, eles terão relações contratuais regulamentadas, de forma preponderante, por simples acordo individual. (b) O legislador presumiu que estes altos empregados não estão em situação de hipossuficiência, mas sim de hipersuficiência, de sorte que eles possuiriam condições de negociar em condições de igualdade diretamente com seus empregadores em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes, nas hipóteses previstas no art. 611-A desta CLT, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, ou seja, o que for acordado entre empregado hipersuficiente e empregador prevalecerá sobre as normas coletivas. (c) Vale salientar que segundo o art. 507-A da CLT nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei n. 9.307/1996. O compromisso arbitral representa a renúncia ao Poder Judiciário. Isso mesmo. Quando os sujeitos de um contrato acordam que os litígios gerados pelo pacto serão dirimidos por um árbitro (escolhido por eles), estão, na verdade, abrindo mão de levar as suas pretensões ao Judiciário (inciso VII do art. 485 do CPC e inciso X do art. 337 do CPC). A cláusula compromissória arbitral deve ser estipulada por escrito, como exige o §1o do art. 4o da Lei n. 9.307/1996, podendo estar inserta no próprio contrato ou em documentoapartado que a ele se refira. Em se tratando de contrato de adesão, a cláusula arbitral deve, por cautela, constar de documento anexo, à luz da previsão contida no § 2o do art. 4o da Lei 9.307/1996. A Reforma Trabalhista trouxe ao mundo o art. 507-A da CLT, passando a reconhecer a validade do compromisso arbitral firmado por empregado que tiver remuneração mensal superior ao dobro do teto dos benefícios previdenciários, sem exigir, como o fez no parágrafo único do art. 444 da CLT, nível educacional diferenciado do obreiro (diploma de nível superior). Surpreendente a previsão, exatamente pela ausência deste último requisito, que consideramos mais relevante do que a quantia remuneratória. 3. Empregado Rural (art. 7° da CF e Lei n. 5.889/73) A Lei n. 5.889/1973, em seu art. 2o, estabelece que “Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário”. Deste dispositivo podemos verificar os elementos fático-jurídicos da relação de emprego comum (pessoa física, pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e subordinação), além da indicação de outros 2 (dois) elementos que se relacionam ao empregado rural: a prestação de serviços a empregador rural e o labor prestado em propriedade rural ou prédio rústico. O art. 3o da mesma lei estabelece que: Considera-se empregador rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agroeconômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por meio de prepostos e com auxílio de empregados. Incluindo-se na atividade econômica, além da exploração industrial em estabelecimento agrário não compreendido na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1o de maio de 1943, a exploração do turismo rural ancilar à exploração agroeconômica. Atividade agroeconômica é exploração industrial em estabelecimento agrário, como atividades agrícolas, pecuárias, agroindustriais e turismo rural ancilar/suplementar. Quanto ao local de prestação de serviços, propriedade rural é aquela localizada na área rural, e o prédio rústico pode ser definido como local onde se exercem atividades agropastoris (e que pode se localizar na área urbana). → Dentre outras diferenças entre os empregados urbanos e os rurais, merecem destaque: 1. Quanto aos descontos autorizados por lei: para trabalhador urbano é autorizado por lei o desconto para habitação até 25% e alimentação até 20% do salário-contratual (§3o do art. 458, da CLT), para trabalhador rural é autorizado por lei o desconto para habitação até 20% e alimentação até 25% calculadas sobre o salário mínimo (art. 9o a Lei n. 5.889/1973). 2. Quanto ao fracionamento das férias (art. 5o da Lei n. 5.889/1973): nunca houve vedação para a concessão fracionada, mas diferentemente do disposto na CLT, o fracionamento das férias do empregado rural deverá observar os usos e os costumes da região. 3. Quanto ao trabalho noturno (art. 7o da Lei n. 5.889/1973): o empregado rural não tem direito à redução da hora de 52min. e 30seg., o adicional noturno é de 25% e a jornada noturna é compreendida para o rurícola, aquele que trabalha na lavoura entre 21h às 5h e pecuária, entre 20h às 4h. Além disso, é bom relembrar que o artigo 7o da Constituição Federal também se aplica aos rurícolas. 4. Empregado Doméstico (§ú do art. 7°, CF e LC 150/2015) - Consta no art. 1o da LC n. 150/2015 todos os requisitos caracterizadores da relação empregatícia doméstica, necessitando para existência de tal vínculo o preenchimento cumulativo dos seguintes requisitos: prestação de serviços de forma pessoal por pessoa maior de 18 anos, continua (mais de 2 (dois) dias por semana), subordinada, onerosa e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial do empregador, considerado no sentido lato, podendo ser casa de campo, praia, região metropolitana e outros. - É obrigatório o registro do horário de trabalho do empregado doméstico por qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo (art. 12, LC n. 150/2015). - A duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais e a remuneração da hora extraordinária será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) superior ao valor da hora normal. - Poderá ser dispensado o pagamento das horas extras e instituído regime de compensação de horas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, se o excesso de horas de um dia for compensado em outro dia. - As 40 (quarenta) primeiras horas extras poderão ser compensadas, desde que dentro do próprio mês de sua realização. Caso não compensadas, serão remuneradas com o adicional mínimo de 50%. É aplicável o banco de horas à doméstica também mediante acordo individual escrito, que só poderá ser usado para o saldo de horas extras excedentes às 40 primeiras horas extraordinárias mensais, quando as horas deverão ser compensadas no período máximo de 1 (um) ano. - Conclui-se que as 40 (quarenta) primeiras horas extras devem ser compensadas obrigatoriamente no mês da realização; no Banco de Horas só poderão ser lançadas as horas extras que ultrapassarem 40 (quarenta) horas, que poderão ser compensadas durante o mesmo ano em foram laboradas. - Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, o empregado fará jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data de rescisão. - É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos. - Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo poderá ser desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia, tornando-se neste caso obrigatória a sua anotação no registro diário de horário, vedada sua prenotação (art. 13, da LC n. 150/2015). - O trabalho não compensado prestado em domingos e feriados deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal. Entre 2 (duas)jornadas de trabalho deve haver período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. - É devido ao empregado doméstico descanso semanal remunerado de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, preferencialmente aos domingos, além de descanso remunerado em feriados. - Considera-se noturno, para os efeitos de empregado doméstico, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte, sendo que a hora de trabalho noturno terá duração de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos e a remuneração do trabalho noturno deve ter acréscimo de, no mínimo, 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna. - REGIME DE TEMPO PARCIAL (Art. 3° da LC n.150/2015): Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda 25 (vinte e cinco) horas semanais, sendo que o salário a ser pago ao empregado sob regime de tempo parcial será proporcional a sua jornada, em relação ao empregado que cumpre, nas mesmas funções, tempo integral. REGIME DE TEMPO PARCIAL: EMPREGADO COMUM EMP. DOMÉSTICO Lei art. 58-A, da CLT Art. 3° da LC 150/2015 Jornadas 30 horas semanais ou até 26 horas semanais até 25 horas semanais Jornadas Extraordinárias até 06 horas semanais, apenas quando o regime não ultrapassar 26 semanais. 1 hora diária, com o limite máximo de 6h diárias. Férias Até 30 dias Até 18 dias Abono de Férias Possível conversão de ⅓ em abono pecuniário Não é possível a conversão de ⅓ em abono pecuniário Fragmentação das férias em 03 períodos Se aplica- desde que haja concordância do empregado, em até 3 períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a 14 dias corridos e os demais não poderão ser inferioresa 5 dias corridos, cada um- art. 134, da CLT. Não se aplica. 5. Menor Aprendiz (art. 402 a 410 da CLT, art. 424 a 433 da CLT e Decreto n. 5.598/2005) 6. Empregado Público Neste ponto é necessário não confundir servidor público com empregado público. Os agentes públicos como Auditores-Fiscais do Trabalho, Analistas e Técnicos Judiciários são servidores públicos, regidos por estatuto (no caso, a Lei n. 8.112/1990), ou seja, são leis próprias que disciplinam suas relações jurídicas. Estudam-se tais relações em Direito Administrativo. Já o empregado público (na esfera federal) é regido pela Lei n. 9.962/2000, que disciplina o regime de emprego público do pessoal da Administração federal direta, autárquica e fundacional, e dá outras providências. Segundo esta lei, art. 1°. A contratação de servidor público para cargo/emprego efetivo sem concurso público é nula, gerando apenas dois efeitos: salários e FGTS, sem, contudo, ter direito a indenização de 40% na rescisão – vide Súmula n. 363 do TST. Em fevereiro de 2012 foi publicada a Súmula n. 430 do TST, consagrando a convalidação da contratação irregular, no caso de privatização de órgãos da Administração Indireta. Digamos que um empregado foi contratado por uma empresa pública ou por uma sociedade de economia mista em janeiro de 2010, para emprego efetivo, sem a realização de concurso público. A contratação é nula, pois viola o art. 37, II e §2o, da CF. Essa nulidade, entretanto, nunca foi declarada pelo Poder Judiciário. No mês de janeiro de 2018 ocorreu a privatização da empresa pública ou da sociedade de economia mista. O ato de privatização, por si só, sana o vício da nulidade. O sucessor (aquele que adquiriu a empresa pública ou a sociedade de economia mista) não terá sucesso na arguição de nulidade do contrato. 7. Teletrabalhador (art. 75-A a 75-E, art. 62, III, da CLT) - Preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação; - Pode comparecer às dependências para atividades específicas; - Condições registrada expressamente no contrato de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. - Excluídos do controle de jornada e consequentemente não tem direito a receber horas extras; - Equipamentos e reembolsos não tem natureza salarial; - Assinatura de termo de responsabilidade sobre acidente e doenças; - Negociado prevalece sobre legislado; - Mudança de regime registrado em aditivo contratual: teletrabalho para presencial (unilateral, 15 dias), presencial para teletrabalho (mútuo acordo). 8. Do Trabalho da Empregada Mulher (art. 372 a 401 da CLT) O art. 390 da CLT determina também que é vedado ao empregador empregar a mulher em serviço que demande o emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho contínuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional, não estando compreendida a vedação a remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, de carros de mão ou quaisquer aparelhos mecânicos (muito cobrado em concursos públicos). A CLT incentiva também que os empregadores procurem adotar medidas temporárias que visem ao estabelecimento das políticas de igualdade entre homens e mulheres, em particular as que se destinam a corrigir as distorções que afetam a formação profissional, o acesso ao emprego e as condições gerais de trabalho da mulher. Ainda sobre o tema, podemos citar como norma de proteção do trabalho da mulher a estabilidade gestante de até 5 (cinco) meses após o parto e licença maternidade de 120 dias, que serão tratados em capítulo específico (art. 391–400, da CLT e art. 10 do ADCT). O art. 394-A da CLT, passou a ter nova regra após a Reforma Trabalhista, garantindo o afastamento imediato apenas no caso de gestante que estiver desenvolvendo atividades insalubres em grau máximo de risco, que são aquelas que geram o adicional de 40% (art. 192 da CLT), o afastamento da empregada gestante para as demais atividades insalubres (grau médio de 20% e grau de risco mínimo de 10%), só ocorrerá quando apresentar atestado de médico de confiança da mulher que recomende o afastamento durante a gestação. Para a empregada lactante, a necessidade de atestado médico para afastamento de atividades consideradas insalubres será necessária para qualquer situação, ou seja, independentemente do grau de insalubridade, a empregada que se encontra amamentando poderá ser mantida pelo empregador em atividade ou local insalubre, mesmo que seja de grau máximo. Ou seja, no caso da lactante, a regra é a da permanência no trabalho, seja qual for o grau de risco do agente insalubre. O afastamento, para ela, é uma exceção, e está condicionado à apresentação de atestado médico de confiança da mulher que recomende o afastamento durante a amamentação. O inciso XXX do art. 611-B da CLT veda terminantemente a redução ou a supressão do intervalo para amamentação, seja por acordo coletivo, seja por convenção coletiva de trabalho. O art. 396 da CLT estabelece que para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um, salvo quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade competente. Os horários dos descansos para amamentação serão definidos em acordo individual, ou seja, será definido por meio de acordo individual entre empregada e empregado se o duplo intervalo será usufruído no início, no meio ou no fim da jornada laboral; se será gozado em conjunto ou separadamente etc. Todavia é importante salientar que a lei não prevê se o acordo deverá ser tácito ou expresso, verbal ou escrito, apenas mencionando acordo individual. Proteção do Trabalho do Menor • Proibido para o menor: - trabalho em locais prejudiciais à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não permitam a frequência à escola; - trabalho noturno, entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas; - trabalho nos locais e serviços perigosos ou insalubres; - trabalho em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade. ● Poderá trabalhar, mas dependerá de autorização prévia do juiz, ao qual cabe verificar se a ocupação é indispensável à sua própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo à sua formação moral: considerando-se prejudicial à moralidade do menor o trabalho: a) prestado de qualquer modo, em teatros de revista, cinemas, boates, cassinos, cabarés, dancings e estabelecimentos análogos; b) em empresas circenses, em funções de acróbata, saltimbanco, ginasta e outras semelhantes; c) de produção, composição, entrega ou venda de escritos, impressos, cartazes, desenhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens e quaisquer outros objetos que possam, a juízo da autoridade competente, prejudicar sua formação moral; d) consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas. ● Verificado pela autoridade competente que o trabalho executado pelo menor é prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento físico ou a sua moralidade, poderá ela obrigá-lo a abandonar o serviço, devendo a respectiva empresa, quando for o caso, proporcionar ao menor todas as facilidades para mudar de funções. ● Ao responsável legal do menor é facultado pleitear a extinção do contrato de trabalho, desde que o serviço possa acarretar para ele prejuízos de ordem física ou moral. ● Para maior segurança do trabalho e garantia da saúde dos menores, a autoridade fiscalizadora poderá proibir-lhes o gozo dos períodos de repouso nos locais de trabalho. ● Jornada de trabalho do menor empregado: jornada de trabalho de 8 horas diária e 44 semanais, sendo vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo: − I – até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante convenção ou acordo coletivo nos termos do Título VI desta Consolidação, desde que o excesso de horasem um dia seja compensado pela diminuição em outro, de modo a ser observado o limite máximo de 48 (quarenta e oito) horas semanais ou outro inferior legalmente fixada; − II – excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze) horas, desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento. Quando o menor de 18 (dezoito) anos for empregado em mais de um estabelecimento, as horas de trabalho em cada um serão totalizadas ● Jornada de trabalho do menor aprendiz: não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada, salvo possibilidade de até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. ● Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de prescrição. ● Cabe o fracionamento de férias. ● O atleta não profissional em formação, maior de quatorze anos de idade, poderá receber auxílio financeiro da entidade de prática desportiva formadora, sob a forma de bolsa de aprendizagem livremente pactuada mediante contrato formal, sem que seja gerado vínculo empregatício entre as partes. ● É lícito ao menor firmar recibos de pagamentos, mas a rescisão deverá ter a representação dos pais ou responsáveis legais. ● Empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. MENOR APRENDIZ ● Maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos, salvo portadores de necessidades especiais. ● Contrato ajustado por escrito e por prazo determinado de até 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência. ● Validade do contrato condicionada: anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica. ● Contratação obrigatória para os estabelecimentos de qualquer natureza de 5% (cinco) até 15% (quinze) por cento, no máximo, salvo se tratar-se de microempresas, empresas de pequeno porte e as entidades sem fins lucrativos que tenham por objetivo a educação profissional que estão desobrigadas dessa modalidade de contratação (art. 429, da CLT c/c 51, da LC n. 123/2006). Deverão ser incluídas na base de cálculo todas as funções que demandem formação profissional, independentemente de serem proibidas para menores de dezoito anos, como insalubre e perigosas. ● Salário hora = proporcional. ● FGTS de 2%. APRENDIZAGEM ESTÁGIO EMPREGADO COMUM Regulamentação CLT Decreto n. 5.598/2005 Lei n. 11.788/2008 CLT Duração Não superior a 2 anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de necessidades especiais Não superior a 2 anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de necessidades especiais Por prazo determinado ou indeterminado Cota legal 5% a 15% dos tra- balhadores cujas funções demandem formação profissional Não há obrigatoriedade legal de se manter estagiários, devendo ser observada apenas a proporção estabelecida no art. 17 da Lei de Estágio n. 11.788/2008 Não há obrigatoriedade legal de contratar menor na condição de empregado comum CTPS A aprendizagem demanda registro na CTPS Não é relação de emprego, então não há registro em CTPS É relação de emprego, então demanda registro em CTPS Formalização Contrato escrito de aprendizagem (é contrato especial de trabalho) Termo de compromisso Tácito ou expresso, verbal ou escrito. Agentes envolvidos Aprendiz, empregador e entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica Estagiário, concedente de estágio e instituição de ensino Empregado e empregador Relação De emprego De trabalho lato sensu (não é relação de emprego) De emprego Idade De 14 a 24 anos, salvo se portador de necessidades especiais Não há critério mínimo ou máximo de idade, basta que esteja frequentando instituições de educação superior, de educação profissional, Acima de 16 anos de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos FIM
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