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A escravidão no Brasil teve início no século XVI, durante o Período Colonial, e consistiu no uso da mão-de- obra forçada de mulheres e homens africanos. Essas pessoas foram retiradas a força dos muitos grupos étnicos dos quais faziam parte no continente africano e trazidas ao Brasil nos chamados navios negreiros. foi uma prática que perdurou por longos anos, tornando-se uma estrutura que influenciou muito a formação do Brasil, em sua política, economia e sociedade. Alguns fatores influenciaram para que a escolha fosse por escravizar os africanos, principalmente. Em primeiro lugar, a forma de produção dos indígenas não era condizente com a do sistema mercantilista europeu, pois estavam acostumados a produzir apenas para o próprio consumo. Por não entender a função desse tipo de trabalho exaustivo, a mão-de-obra indígena tornou-se menos eficaz. Enquanto isso, grande parte da população africana já trabalhava em um sistema de produção mercantilista aplicado nas ilhas e costa africanas. É importante pontuar que já existia escravidão na África antes da escravização imposta pelos europeus. Entretanto, eram práticas distintas, e a escravidão empreendida por portugueses, espanhóis, holandeses e ingleses tornou-se um intenso negócio lucrativo. Outro fator importante que impulsionou a busca por mão- de-obra na África, foi o fato de que a Coroa não permitia a escravização dos nativos no Brasil. Isso porque, desde os primeiros anos da colônia, grande parte dos indígenas fora catequizada pelos jesuítas, que os consideravam “homens com alma”, apesar de atrasados. Os negros africanos, ao contrário, eram considerados pelos jesuítas como “homens sem alma”. O tráfico atlântico foi responsável pela retirada de quase 13 milhões de pessoas do continente africano. Dessas, mais de 5 milhões vieram para o Brasil. O porto do Rio de Janeiro foi o porto que mais recebeu africanos escravizados no mundo. Durante a trajetória nos navios, muitos homens, mulheres e crianças morriam no caminho. Isso por conta da superlotação, das péssimas condições higiênicas e pela falta de comida. Ao chegarem aos portos brasileiros, por conta de sua condição debilitada, os negros tinham sua pele limpa, os cabelos cortados e a pele untada de óleo. Nesse momento, era oferecida uma alimentação mais consistente também. Eram classificados por sua idade e sexo e eram levados para os comércio a céu aberto, onde eram comprados. Os escravizados trabalhavam nos latifúndios de produção de café, nas minas de ouro e diamante, nos serviços domésticos e, quando na cidade, como “escravos de ganho”. Estes último realizavam pequenos comércios e serviços nos espaços urbanos. A escravidão foi um processo imensamente violento. A mão-de-obra negra africana era submetida a longas jornadas de trabalho, sem alimentação e condições de vida adequadas. Tudo o que produziam era tomado pelos senhores e não eram remunerados por seu trabalho. Além disso, eram aplicadas várias formas de castigo físico como punição ao mau- comportamento ou à baixa produtividade, como os chibatadas no tronco, os açoites, o uso de correntes e de muitos outros atos que visavam humilhar e violentar essa população. As mulheres negras escravizadas foram vítimas de inúmeros atos de violência sexual. Desde o princípio da escravidão, a população negra africana empreendeu várias tentativas de resistência e fuga. Foram sempre extremamente reprimidos, mas obtiveram sucessos em muitas ocasiões. Exemplo disso foram os inúmeros quilombos organizados entre os escravizados fugidos e que constituíram uma grande força de resistência à escravidão. Negros que trabalhavam como escravos de ganho frequentemente conseguiam comprar sua própria liberdade. Havia também pessoas em condições sociais mais altas que eram contra a escravidão e compravam a liberdade dos escravos que podiam. A partir de algumas brechas, negros e seus descendentes conseguiram conquistar outros espaços que não o de “escravos” ainda dentro da ordem escravocrata. 1850 - Lei Eusébio de Queiroz: proibição do tráfico negreiro; 1871 - Lei do Ventre Livre: determinou que os filhos nascidos de mulheres escravizadas, nasciam livres. Porém, o senhor permanecia responsável por essa criança até que ela atingisse 21 anos; fazendo com que permanecessem trabalhando em regime de escravidão, apesar da lei; 1885 - Lei dos Sexagenários: determinou a libertação dos escravizados que tivessem 60 anos ou mais. Essa lei, entretanto, era mais vantajosa para os senhores do que para os escravizados, uma vez que eram poucos os negros escravizados que chegavam a essa idade e os que chegavam, já não eram produtivos nas fazendas; 1888 - Lei Áurea: Lei assinada em 13 de maio, enquanto Dom Pedro II viajava, por sua filha, a Princesa Isabel. É por conta das resistências dos próprios escravizados, da pressão inglesa e do movimento abolicionista que a escravidão chegou ao fim em 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea. A lei, entretanto, não significou a inserção efetiva dessa população na sociedade que continuou a sofrer com as péssimas condições de vida e com o preconceito racial, mesmo após a suposta “libertação”.
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