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UNIVERSIDADE FUMEC FACULDADE DE CIÊNICIAS HUMANAS - FCH LETÍCIA GONÇALVES SILVA PROTOCOLOS DE TRATAMENTO PARA ALOPECIA AREATA: UMA REVISÃO Belo Horizonte 2019 LETÍCIA GONÇALVES SILVA PROTOCOLOS DE TRATAMENTO PARA ALOPECIA AREATA: UMA REVISÃO Trabalho de Conclusão de Curso de PósGraduação Lato Sensu da Universidade FUMEC, apresentado à disciplina de Metodologia Científica, do curso de Estética, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista. Orientadora : Jussara Júlia Campos Belo Horizonte 2019 RESUMO A alopecia areata é um distúrbio inflamatório crônico caracterizado pela perda de cabelo transitória, não-cicatricial e preservação do folículo piloso. A perda de cabelo pode assumir várias formas, desde a perda em regiões bem definidas até a perda de cabelo difusa ou total, o que pode afetar todos os locais de produção de cabelo. Algumas evidências sugerem que é uma desordem autoimune que surge de uma combinação de influências genéticas e fatores ambientais, mas sua etiologia e o subsequente desenvolvimento não são totalmente compreendidos. O objetivo deste trabalho é fornecer um paronama atualizado das características clínicas e diagnóstico da alopecia areata, e discutir acerca do seu tratamento, utilizando como método uma revisão da literatura dos últimos 15 anos. Até o momento, não há cura e apenas alguns tratamentos foram testados em estudos controlados com placebo, havendo necessidade de recomendações de tratamento baseadas em evidências. Conclui-se que é necessário que novas drogas sejam desenvolvidas, a partir de genes (alvos terapêuticos) que participam de processos autoimunes ou inflamatórios e no desenvolvimento ou função do folículo piloso. ABSTRACT Alopecia areata is a chronic inflammatory disorder in which there is a transient and non-healing loss hair with preservation of hair follicle. Hair loss ocurrance in several forms, causing hair loss in well-defined regions, diffuse or total hair loss, which can affect all hair production sites. Some evidence suggests that it is an autoimmune disorder that arises from a combination of genetic influences and environmental factors, but its etiology and development are not well defined. This study aimed to provide an updated paroname of the clinical characteristics and diagnosis of alopecia areata, and discuss about its treatment, through a literature review of the last 15 years. To date, there is no cure and only a few treatments have been tested in placebo-controlled studies, requiring evidence-based treatment recommendations. Concludes is necessary to develop new drugs, from genes (therapeutic targets) that participate in autoimmune or inflammatory processes and in the development or function of the hair follicle. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: Estrutura do folículo piloso...........................................................................7 FIGURA 2: Ciclo de vida do cabelo.................................................................................9 FIGURA 3: Manifestações clínicas da alopecia areata...................................................14 FIGURA 4: Reação bolhosa à aplicação de difenciprona em paciente com alopecia areata................................................................................................................................20 FIGURA 5: Cabeça de mulher de 22 anos com alopecia areata.....................................22 LISTA DE TABELAS TABELA 1: Classificação das alopecias..................................................................12 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO………………………………………………………………….….5 2. MÉTODO…………………………………………………………………………...6 3. REVISÃO DA LITERATURA………………………………………………….….7 3.1 ESTRUTURA FOLICULAR…………………………………………………….7 3.2 QUEDA DO CABELO………………………………………………………......9 3.3 ALOPECIA E SUA CLASSIFICAÇÃO……………………………………….11 3.4 ALOPECIA AREATA……………………………………………………..…...13 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES……………………………………………….....16 4.1 ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS UTILIZADAS NO TRATAMENTO DA ALOPECIA AREATA………...……………………………………………………………………..16 CONCLUSÃO…………………………………………………………………………23 REFERÊNCIAS……………………………………………………………………….24 5 1. INTRODUÇÃO A alopecia areata é considerada uma afecção crônica imunomediada dos folículos pilosos, de etiologia desconhecida. Diversos fatores estão envolvidos no seu desenvolvimento, como a genética e a participação autoimune. É caracterizada pela queda dos cabelos e/ou pêlos, ao interromper sua síntese devido à atrofia dos folículos pilosos, mas de forma reversível epode também afetar as unhas (DARWIN et al, 2018). Muitas são as causas da alopecia, apresentando diversas formas clínicas. O objetivo do tratamento é aumentar a cobertura do couro cabeludo, retardar a progressão do rareamento dos fios, ou ambas (KEDE; SABATOVICH, 2004). A alopecia é um problema antigo, que atinge pessoas de ambos os sexos, sendo mais comum no masculino. Apesar de existirem tecnologias avançadas e pesquisas na área da saúde, é um problema que continua incomodando as pessoas, uma vez que apresenta grande relevância no aspecto estético e funcional do folículo piloso (PERES, 2012). Diante desse contexto, essa revisão objetiva fornecer um paronama atualizado das características clínicas da alopecia areata, e discutir acerca do seu tratamento. 6 2. MÉTODO O presente trabalho teve como método de pesquisa uma revisão de artigos científicos publicados em revistas e periódicos indexados às bases de dados Pub Med, Scielo e Medline, dos últimos 15 anos. Para tanto, foram utilizados os termos “alopecia areata”, “folículo piloso” e “tratamento para alopecia” nos idiomas português e inglês. Um total de 53 artigos foram incluídos para compor as referências deste estudo. 7 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 ESTRUTURA CAPILAR Além de apresentar função protetora, considera-se que os cabelos estão associados a uma influência social relacionada à autoestima. O fio tem uma estrutura complexa, apresentando bulbo (raiz), que é composto por células, e a haste (parte livre do cabelo), que consiste em algumas proteínas, destacando a queratina e a melanina. (GOMES; DAMAZIO, 2009). A FIG. 1 representa a estrutura do folículo piloso. FIGURA 1 - Estrutura do Folículo Piloso (ALBERTS, 2008). 8 Folículos pilosos são as estrutruturas que dão origem ao pelo. Localizam-se a 4 mm abaixo da pele, cujo o fundo apresenta uma depressão pela papila dérmica com alto grau de vascularização, apresentando a informação necessária para a multiplicação das células da matriz, assim regulando o ciclo de vida do cabelo (BLUME et al., 2008). Sua morfogênese está vinculada ao segundo e ao quinto mês de vida fetal, apresentando respectivamente três etapas descritas como indução, organogênese e citodiferenciação (RISHIKAYSH et al., 2014). 1) FASE DE INDUÇÃO:ocorre o espessamento das células epiteliais. 2)FASE DE ORGANOGÊNESE: as células epiteliais induzem a proliferação das células dérmicas subjacentes, dando origem a um condensado dérmico. 3) FASE DA CITODIFERENCIAÇÃO: observa-se na citodiferenciação o condensado dérmico envolvido com células epiteliais foliculares e gera-se assim a pápila dérmica, ou folículo piloso primário. O conjunto do folículo piloso, músculo piloeretor e da glândula sebácea denomina-se unidade pilossebácea (BLUME et al., 2008). Histologicalmente, o couro cabeludo possui uma pele delgada,com grande quantidade de folículos pilosos. Estes se distribuem uniformemente em todas as regiões do corpo com exceção das regiões palmares, plantares, pequenos lábios e glande peniana, onde a sua existência é nula. Cada folículo possui a sua glândula sebácea, única ou dupla, e músculo eretor do pelo bem desenvolvido (LEE et al., 2012). As glândulas sebáceas estão inseridas na derme e hipoderme, são localizadas em maior abundância na parte superior do corpo; composta por uma elevada quantidade de células, os sebócitos, que secretam substâncias gordurosas, o sebo. O sebo em quantidades normais é responsável pela lubrificação e proteção da fibra capilar (LEE et al, 2012). A haste capilar, que é o cabelo propriamente dito, é formada por 03 partes: medula - que é a parte mais interna do fio; córtex - é a camada determinante da elasticidade do fio e nela constituem-se os grânulos de melanina (pigmentos que dão cor ao cabelo); cutícula - espessura de 0,5 um; composta de células achatadas queratinizadas sobrepostas entre si, podendo formar de 5 a 10 camadas posicionadas em forma de escamas (TOSTI et al., 2008). 9 3.2 QUEDA DO CABELO Classicamente, divide-se o ciclo de vida do cabelo em três fases distintas: anágena, catágena e telógena (FIG. 2). Na fase anágena, observa-se intenso de crescimento através da multiplicação e queratinização ativa das células. Esse período dura de dois a seis anos no couro cabeludo, cerca de 90% dos pelos do corpo estão nessa fase (VOGT; MCEVEE; BLUME-PEYTAVI, 2008). A fase catágena inicia-se com a cessação da melanogênese. Caracteriza-se pela involução do pelo através da diminuição da proliferação celular, concomitante à destruição do bulbo folicular. A papila dérmica encolhe e sai do saco epitelial, cortando o suprimento sanguíneo do pelo. Pode durar até três semanas e menos de 1% dos fios estão nessa fase (PAUS; PEKER; SUNDBERG, 2008). Na fase telógena a proliferação do folículo e sua atividade bioquímica atigem os níveis mais baixos, sendo tida, portanto, como uma “fase de repouso”. O pelo se mantém nesse estágio cerca de três meses, e segue-se seu desprendimento. Encontram- se nessa etapa 10 a 15% dos fios do cabelo (FERNANDES, 2010). FIGURA 2 – Ciclo de vida do cabelo Fonte: Dispoível em: <https://www.superdicasartvitta.com.br/2017/03/ciclo-de-vida-do-cabelo/> 10 Em situação fisiológica, o cabelo cresce em aproximadamente 1 cm por mês. Há no couro cabeludo de cem mil (100.000) a cento e cinqüenta mil (150.000) fios de cabelo. A perda diária normal varia de 100 a 120 fios. (FERNANDES, 2010). A alopecia é uma das alterações inestéticas que mais preocupa o ser humano e pode ocorrer de maneira precoce. A desordem ocorre por um desequílibrio entre queda e proliferação capilar, evidenciada pelo alto índice de pelos em fase telógena. Pode acometer ambos os sexos, em decorrência de fatores genéticos, autoimunes, infecciosos ou mesmo hormonais (BLUME et al., 2008). Para que queda do cabelo possa ser analisada em seus fatores clínicos, é necessária a realização de uma anamnese detalhada, caracaterizando-se os seguintes fatores: (WOLFF et al., 2016; QI et al., 2015, DARWIN et al., 2018). 1) Tempo de duração e freqüência: Deve-se investigar se o distúrbio é persistente ou um surto, bem como se a queixa do paciente é aguda ou crônica; 2) Histórico familiar: distúrbios genéticos; 3) Histórico completo sobre saúde: estudo sobre histórico de doenças como hipotireoidismo, sífilis, anemia e estresse; 4) Histórico hormonal: neste caso, os hormônios em sua fase andrógena tem a capacidade de estimular o afinamento provocando a queda dos fios. Isto significa que a tensão pré-menstrual podem também influenciar a queda. 5) Dietas: ingestão equilibrada de nutrientes, principalmente componentes proteicos e vitaminas; dietas restritivas, sem acompanhamento profissional também são um fator determinante para a queda dos cabelos; 6) Hábitos: utilização de produtos químicos capilares, lavagens frequentes, escovação compulsiva e até mesmo penteados utilizados; estes podem contribuir para o enfraquecimento do folículo piloso. 11 7) Drogas: as drogas em geral acarretam também a perda dos cabelos, principalmente quando o paciente encontra-se em tratamento contra determinados tumores, em que é necessária a utilização de morfina e quimioterapia. 8) Estado emocional: alterações emocionais e distúrbios psiquiátricos, como ansiedade e a tricolomania (ato compulsivo de puxar o próprio cabelo). 3.3 ALOPECIA E SUA CLASSIFICAÇÃO Alopecia é o termo cientifico usado para designar a perda parcial ou total, senil ou prematura, temporária ou definitiva, dos pêlos ou cabelos (QI J et al, 2015). Doença inflamatória crônica comum, consequente de alterações nos folículos pilosos. A sua etiologia e subsequente desenvolvimento não são totalmente compreendidos. A queda capilar, geralmente tem como causa fatores sistêmicos, nutricionais, emocionais ou humorais. A alteração no ciclo capilar provoca a alopecia. (PAIVA, 2006; DARWIN et al., 2018). Se as alterações forem transitórias e não destrutivas, ocorre um novo crescimento. Quando estas modificações provocarem a destruição da matriz capilar, resultando na formação de escaras ou atrofia, produz-se uma alopecia permanente. Sendo assim, essa patogenia apresenta quadro diversificado, podendo ser classificada em alopecia cicatricial ou não-cicatricial (GORDON et al., 2011) (TAB. 1). A alopecia cicatricial descreve-se inicialmente pela inflamação e posterior destruição do folículo piloso, o que resulta na perda de cabelo irreversível. Pode classificar-se como primária quando a inflamação afeta principalmente o folículo piloso ou secundária quando é causada por distúrbios sistêmicos, como inflamação granulomatosa, sarcoidose, ou doença neoplásica (QI J et al., 2015). A alopecia não-cicatricial, ao contrário da anterior, apresenta um quadro reversível, não ocorrendo destruição do folículo piloso. Este tipo de alopecia é mais complexo, podendo ocorrer por três mecanismos principais: redução do número de folículos pilosos e consequentemente do número de cabelos; eflúvio telogénico, que 12 envolve a entrada precoce de folículos na fase telógena do ciclo capilar; e eflúvio anagénico, onde ocorre o encurtamento ou paragem da fase anágena. Os principais tipos de alopecia não-cicatricial são a tricotilomania, o eflúvio telogênico, alopecia areata e alopecia androgenética (RATHNAYAKE et al., 2011). TABELA 1: classificação das alopecias. ALOPECIA CICATRICIAIS ALOPECIAS NÃO CICATRICIAIS Genodermatoses Genodermatoses Lúpus eritematoso Infecciosas Líquen plano Tricotilomania Pseudopelada de Brocq Alopecia areata Foliculite de calvante Eflúvio anágeno Alopecia de tração Eflúvio telógeno agudo e crônico Alopecia androgenética Fonte: An. Bras. Dermatol. vol.80 nº.1 Rio de Janeiro Jan./Feb. 2005 A tricotilomania é um transtorno psiquiátrico compulsivo caracterizado pelo puxar do próprio cabelo, resultando numa perda de cabelo percetível. Pode gerar irritações cutâneas, infeções e lesões no local, sendo os adolescentes e jovens adultos os principais afetados (FRANKLIN et al., 2011). O eflúvio telogênico é a perda de cabelo devido a alterações na fase telógena. Há uma queda excessiva diária de cabelo, podendo ter como possíveis causas uma doença sistémica, estresse emocional, perda de peso, deficiência em ferro e/ou vitamina D, doenças inflamatórias do couro cabeludo ou interrupção de contracetivos orais. O tratamento deve ser focado na causa (DARWIN et al., 2018). A alopecia areata é uma afeçãocrônica dos folículos pilosos, de provável etiologia multifatorial, com componentes autoimunes e genéticos. Nesta afeção, a queda 13 de cabelo dá-se devido à interrupção da sua síntese, sem que ocorra a destruição do folículo, sendo por isso reversível (RIVITTI, 2005). A alopécia androgenética é um processo espontâneo pela perda progressiva do diâmetro que resulta na perda da capacidade potencial durante a fase anágena, o que resulta na redução do diâmetro folicular (JAWORSKY et al., 1992; LOBO; MACHADO; SELORES, 2008). É caracterizada por uma alteração no comprimento e pigmentação do cabelo e o próprio termo, “androgenética”, descreve os dois principais fatores causais deste distúrbio: androgénios e fatores genéticos (RATHNAYAKE et al, 2010). 3.4 ALOPECIA AREATA Na alopecia areata, a perda do cabelo ocorre de maneira uniforme, apresentando um aspecto ovalado, redondo e irregular de acordo com o grau de inflamação do couro cabeludo e sua evolução, podendo até mesmo afetar demais áreas do corpo como, por exemplo, as sobrancelhas. O folículo piloso neste caso é importante, sendo o responsável pela atrofia dos fios, porém de forma reversível. Nota-se, portanto,mesmo que uma pessoa esteja com alopecia areata, há possibilidade de reverter o quadro através de tratamentos adequados e assim reconquistar os fatores de autoestima relacionados à estética (RENCZ et al., 2016). É importante ressaltar que a alopecia areata ocasiona a queda dos cabelos sem apresentar qualquer área de inflamação visível em sua sintomatologia. A classificação da desta patologia é descrita por meio de características clínicas observando-se aspectos de localização, extensão e etiopatogenia. Tem uma evolução variável e imprevisível em cada paciente. (BETZ et al., 2015). A FIG. 3 ilustra as manifestações clínicas de algumas formas de alopecia areata. Dentre as formas clássicas, encontra-se a alopecia areata em placa única ou unifocal. Nessa forma há uma única placa alopécica redonda ou ovalada, lisa, na qual a coloração da pele se apresenta normal, com pêlos de aparência normal na periferia da placa, facilmente retirados por tração (demonstrando atividade do processo) podendo estar presentes típicos pêlos peládicos. Também pode ocorrer em placas múltiplas (multifocal), apresentando várias placas alopécicas típicas, afetando apenas o couro cabeludo ou também outras áreas pilosas (ALKHALIFAH, 2013). 14 Na alopecia areata ofiásica, a perda dos cabelos ocorre na linha de implantação temporooccipital, surgindo área alopécica extensa, em faixa que atinge as margens inferiores do couro cabeludo (DARWIN, 2018). A alopecia areata total é quando ocorre a perda total dos pelos terminais do couro cabeludo sem acometimento dos demais pêlos corpóreos, podendo haver acometimento ungueal. Quando os pelos corpóreos também são afetados, além de cílios, c supercílios, a barba e o bigode axilas e áreas genitais, dá-se o nome de alopecia areata universal. Em geral, ocorrem associadamente lesões ungueais variáveis (DARWIN, 2018). FIGURA 3 - Manifestações clínicas da alopecia areata (WILEY, 2017). a | Alopecia areata limitada (<50% de envolvimento do couro cabeludo). b | Alopecia areata extensa (> 50% de envolvimento do couro cabeludo). c | Alopecia areata e pele com etritrema leve. d | Alopecia universalis. e | Padrão ofiasis de alopecia areata. f | Alopecia areata causando cabelos brancos. g | Unhas acometidas por alopecia areata. Além desses padrões considerados clássicos, existem apresentações atípicas das alopecias arreatas, como a alopecia areata tipo sisaifo (ofiasis inversa). Nessa forma, a perda de cabelos atinge todo o couro cabeludo poupando suas margens inferiores, ao longo da linha de implantação temporo-occipital. É a imagem clínica inversa da forma ofiásica (ALKHALIFAH, 2013). 15 A alopecia areata reticular é caracterizada pela ocorrência de múltiplas placas alopécicas separadas por estreitas faixas de cabelos preservados, configurando aspecto reticulado ao conjunto (ALKHALIFAH, 2013). À perda de cabelo aguda e difusa, dá-se o nome de alopecia areata difusa. Pode ser a forma inicial, principalmente em crianças e adolescentes, ou pode surgir a partir de formas em placa. A maioria desses casos evolui para formas mais graves de alopecia areata total ou universal. É a forma de diagnóstico mais difícil, exigindo diagnóstico diferencial com eflúvio telógeno agudo, alopecia androgenética e mesmo alopecia sifilítica, necessitando em geral exames complementares e até exame histopatológico mediante biópsia (HORDINSKY, 2013). 16 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A alopecia areata não é facilmente tratada e, infelizmente, não existe um tratamento universal totalmente aceito para todos os casos. Todos os quais objetivam eliminar a inflamação, prevenir a perda de cabelo e controlar os sintomas. É importante salientar que os pacientes em tratamento com esses medicamentos devem estar constantemente monitorados clinicamente devido aos efeitos adversos que podem ser gerados, como ganho de peso, necrose avascular, hipertensão, diabetes, distúrbios do sono, alterações de humor, acne, sensibilidade a alergias (SPANO; DONOVAN, 2015), coloração de cabelos atípicos (DELORENZE, et al., 2016), ou até mesmo doenças como o vitiligo, que pode ter como causa o uso da difenilciclopropenona (RIADH, et al., 2013). Apesar das diferentes opções de tratamento para alopecia areata, cada indivíduo responde de maneira diferente ao medicamento e à doença (GORCEY; GORDON; LEGER, 2014). Exemplos disso são casos graves da doença, nos quais a resposta a qualquer droga poderia depender de um conjunto de fatores, como idade no início do desenvolvimento, idade do paciente, história familiar, além das condições clínicas que poderiam estar associadas (HORDINSKY, 2013). 4.1 ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS UTILIZADAS NO TRATAMENTO DA ALOPECIA O prognóstico da alopecia areata é imprevisível. Estudos indicam que de 34 a 50% dos pacientes com a patologia se recuperam dentro de 1 ano e entre 15 e 25% progridem para perda total de cabelo no couro cabeludo ou perda de todos os cabelos do corpo, da qual a recuperação total é incomum (10%). Até o momento, não há cura e apenas alguns tratamentos foram testados em estudos controlados com placebo, havendo necessidade de recomendações de tratamento baseadas em evidências (DELAMERE et al., 2008; MESSENGER et al., 2012). Os corticosteroides tópicos são amplamente utilizados para tratar a alopecia areata. Apesar disso há apenas alguns estudos que mostram sua eficácia. Em função dos eventos inflamatórios da alopecia areata, existe base farmacológica para sua utilização. Os corticosteroides de uso tópico são bem aceitos e podem ser empregados associadamente ao minoxidil tópico (MITEVA; TOSTI, 2012). 17 O uso de infiltrações de suspensões de corticosteróides é o tratamento com maior eficácia, principalmente em adultos com menos de 50% de acometimento do couro cabeludo. São úteis em alopecia areata que envolvem as sobrancelhas. O acetonido de triancinolona é injetado por via intradérmica. A concentração preferida para o couro cabeludo é de 5 mg/ml, com um volume máximo de 3 ml em uma aplicação (ALSANTALI, 2011). A antralina, que tem um mecanismo desconhecido de ação, é uma boa terapêutica para crianças, com taxas de resposta na faixa de 20 a75% para alopecia irregular e 25% para alopecia total. Pode atuar como imunomodulador, inibindo a atividade citotóxica e a produção de IL-2, normalizando a função dos linfócitos T supressores, utilizada em concentrações de 0,5% a 1% por 20 a 30 minutos. Recomenda-se lavar com xampus após a utilização para evitar ocontato excessivo com o produto evitandoefeitos irritantes excessivos. As aplicações iniciais podem ser feitas a cada dois dias e depois diariamente. Existe a probabilidade de efeitos colaterais como: prurido, foliculites, escurecimento de cabelos claros, dermatites irritativas que podem secundariamente infectar-se, e adenomegalias regionais. A antralina pode atuar como imunomodulador, inibindo a atividade citotóxica e a produção de IL-2, normalizando a função dos linfócitos T supressores. Existem trabalhos que registram repilificação aceitável em percentual que varia de 20% a 25% dos pacientes (WU; WANG; RATNAPARKHI, 2018). O minoxidil em soluções a 5% pode ser utilizado puro ou combinado 5% com a antralina, corticosteroides tópicos, ou ácido retinóico a 0,025% e 0,05%,de acordo com a evolução da alopecia. Não existem dados científicos da sua farmacodinâmica, porém acredita-se que age diretamente na síntese folicular de DNA e tem ação direta, demonstrada in vitro, na proliferação e diferenciação dos queratinócitos, regulando a fisiologia do pelo independentemente de influências no fluxo sangüíneo regional. Quando o minoxidil atua, os primeiros efeitos são percebidos a partir da décima segunda semana de uso. Apesar dos bons resultados observados em alguns casos, mostra-se pouco eficaz nas formas graves. Existem relatos de melhores resultados com o uso associado de antralina ou clobetasol. A antralina deve ser utilizada duas horas após a segunda aplicação do minoxidil, enquanto o clobetasol é aplicado 30 minutos após cada aplicação de minoxidil. Mesmo os tratamentos associados não são efetivos 18 nas formas graves. Os possíveis efeitos adversos do minoxidil são dermatites de contato irritativas e alérgicas e hipertricose reversível com a interrupção do tratamento (SUTHERLAND; LASCHINGER; SYED, 2015). Os sensibilizadores tópicos, usadas no intuito de provocar uma dermatite alérgica, produzem uma reação de hipersensibilidade do tipo tardia e têm sido uma modalidade terapêutica útil no tratamento da alopecia areata. Um sensibilizador tópico terapêutico ideal tem as seguintes características: (a) é seguro, (b) está ausente no ambiente natural, (c) e tem pouco potencial para induzir sensibilização cruzada a outras substâncias. Primeiramente a substância utilizada foi o dinitroclorobenzeno, mas foi substituída em virtude de seu potencial carcinogênico. Atualmente, empregam-se o dibutilester do ácido esquárico e a difenciprona (SIBAUD, 2018). Em relação aos possíveis mecanismos de ação dessas terapêuticas, existem duas hipóteses: a primeira supõe que a nova população de linfócitos T imunologicamente ativos, atraída pelo imunógeno empregado, elimine o estímulo antigênico presente na alopecia areata. A segunda hipótese é a de que os clones de linfócitos T supressores gerados na área tratada tenham um efeito inibidor nos eventos da resposta autoimune associada aos antígenos foliculares própria da alopecia areata (TOSTI; DUQUE, 2009). O dibutilester do ácido esquárico foi encontrado pela primeira vez como um alérgeno em 1979. Apesar de algumas publicações o apoiarem como uma opção de tratamento para alopecia areata, sendo em monoterapia ou em combinação com outras terapias, a evidência mais forte para seu uso está na utilização como parte de um regime de terapia combinada (SINGH; LAVANYA, 2010). É realizada uma sensibilização prévia do paciente com a solução a 2% e, três semanas após, inicia-se o tratamento das áreas afetadas com soluções a 0,00001%, com elevação progressiva até um patamar de 1%, acarretando uma dermatite de contato em níveis suportáveis. Ensaios clínicos vêm registrando bons resultados em percentuais que variam de 50% a 60% dos casos tratados em termos de regeneração estética aceitável (DARWIN, et al., 2018). A difenciprona é um dos sensibilizadores tópicos mais comumente utilizados e bem estudados. Foi sintetizado pela primeira vez em 1959 e desde então tem sido usado no tratamento de múltiplas doenças dermatológicas imunomediadas. Parece não haver 19 sensibilidade cruzada com outros produtos químicos, exceto com seu precursor. A difenciprona também é não-mutagênica no ensaio de Ames nas concentrações de 50 e 100 kg/mL. A difenciprona não demonstrou ser teratogênica; no entanto, atualmente ainda é recomendado que as mulheres grávidas evitem contato com esta (OHMEIER et al., 2012). Estudos recentes demonstraram claramente que essa substância tem a capacidade de induzir moléculas imunomoduladoras em pele saudável, mais notadamente CTLA4, IDO e Foxp3, que são identificados como fatores importantes na patogênese da alopecia areata. Atualmente, é o sensibilizador tópico de preferêcia porque tem menor custo e se apresenta mais estável em acetona. As taxas de sucesso para o tratamento com a difenciprona relatadas na literatura são altamente variáveis, variando de 4% a 85% em termos de rebrotamento aceitável (GULATI et al., 2013). Semelhantemente ao uso dodibutilester do ácido esquárico, realiza-se uma sensibilização do indivíduo aplicando soluções a 2% e posteriormente inicia-se o tratamento das áreas afetadas com soluções a 0,001%, aumentando-se progressivamente a concentração utilizada até efetivar uma reação eczematosa leve. Os eventos de manifestação ocorrem após 12 semanas de tratamento (PRATTCH et al., 2017). Os efeitos colaterais da terapêutica tópica com imunógenos estão correlacionados a eventos eczematosos intensos, incluindo adenomegalias regionais, edema, prurido e hipo ou hiperpigmentação pós-inflamatórias (FIG. 4). A terapêutica tópica com imunógenos é considerada hoje o melhor tratamento para as formas graves de alopecia areata (DELAMERE et al., 2008). O perfil imunológico de ação está correlacionado à interferência no processo de apresentação dos antígenos foliculares aos linfócitos T pela depleção das células de Langerhans. A chamada terapia PUVA (psoaleno + ultravioleta) pode ser local ou sistêmica; as recidivas são frequentes, por vezes exigindo tratamentos repetidos por longo prazo havendo implicações quanto aos riscos carcinogênicos (SHAPIRO, 2013). A fotoquimioterapia com todos os tipos de PUVA (psoraleno oral ou tópico, irradiação UVA local ou de corpo inteiro) reivindica taxas de sucesso de até 60-65% para alopecia areata em estudos não controlados, mas os resultados são inconsistentes. Revisões retrospectivas relataram baixas taxas de resposta ou resposta similar ao curso natural da doença. As taxas de recaída são altas e o tratamento contínuo é geralmente 20 necessário para manter o crescimento capilar, o que pode levar a uma dose cumulativa de UVA inaceitavelmente alta (TEKIN et al, 2005). A taxa de sucesso com ciclosporina oral é de 25 a 76,6%. Tem se mostrado eficiente em eventos considerados esporádicos, mas os efeitos colaterais e o alto índice de recidivas tornam a droga terapia de exceção, a ser utilizada em formas graves que não respondem a outros tratamentos (SHAPIRO, 2013). FIGURA 4 - Reação bolhosa à aplicação de difenciprona em paciente com alopecia areata (SUTHERLAND, 2015). Além do uso de substâncias, a terapia a laser pode ter um efeito positivo efeito em pacientes com alopecia areata. O excimer laser (um laser ultravioleta (UV) é atualmente comumente usado e pode oferecer uma alternativa segura e eficaz aos tratamentos médicos. No entanto, revisões recentes e relatos indicam que ensaios clínicos randomizados controlados são necessários para confirmar que esta é uma abordagem melhor do que o tratamento médico, já que o único resultado pode ser um aumento no diâmetro do eixo do cabelo. Ensaios pré-clínicos com o modelo murino da alopecia areata não mostraram eficácia usando um pente laser (BYUN et al., 2015; KING et al., 2014). 21 A plaqueta tem participação nos eventos de hemostasia, cicatrização de feridas e reepitelização. Elas podem liberardiversos fatores de crescimentos que estimulam a angiogênese, promovendo crescimento vascular e proliferaçãode fibroblastos, que podem ser responsáveis pela elevação na síntese de colágeno (GUPTA et al, 2016). Durante o tratamento com plasma rico em plaquetas, pode-se aplicá-lo diretamente no subcutâneo, com o intuito de reduzir a queda dos cabelos, ou embebedar os microimplantes capilares para estimular sua integração e seu crescimento, diminuindo a abrupto apoptose e permitindo, através da angiogênese, estimular novas e eficientes mitoses para o reinício da nova fase anágena (SURUCHI, et al., 2016). Uma técnica muito utilizada em estética e que tem tido papel importante também no tratamento da alopécia é a intradermoterapia, também chamada de mesoterapia. Trata-se de uma técnica minimamente invasiva que consiste na injeção intradérmica de misturas variáveis de extratos vegetais naturais, fármacos, vitaminas, enzimas, hormônios e outras substâncias bioativas em pequenas quantidades. Na intradermoterapia capilar medicamentos são injetados diretamente no couro cabeludo, a fim de melhorar a alopecia e o crescimento dos pelos. A intradermoterapia atua na epiderme, no tecido conjuntivo dérmico, na circulação, no sistema imunológico e no sistema neurossensorial. Na intradermoterapia capilar, há falta de comprovação científica da eficácia de mesclas e protocolos. O conteúdo das mesclas é alterado de acordo com a prática e experiência do profissional (SERDAROGLU; KUTLUBAY, 2008). Os efeitos dos tratamentos incluem restaurar e aumentar a microcirculação local, fornecer estímulo nutricional, retardar o processo programado de involução folicular, estimular o ambiente dos pelos através do neddling e complementar outros tratamentos (ATIYEH; IBRAHIM; DIBO, 2008). Os principais ativos utilizados nesse tratamento para estimular o crescimento e a produção de novos cabelos são: buflomedil, minoxidil, finasterida, biotina, vitaminas e silício orgânico (VEDAMURTHY, 2007). Para muitos pacientes com alopecia areata extensa, alopecia total ou alopecia universal, os tratamentos médicos atuais falham. A resposta de enfrentamento individual à alopecia varia da alopecia sendo uma inconveniência que tem pouco ou nenhum efeito em levar uma vida normal a uma experiência de mudança de vida que pode ter um efeito devastador no bem-estar psicológico com consequências que incluem depressão clinicamente significativa, perda de emprego e isolamento social 22 (MESSENGER et al., 2012). O profissional tem um papel importante em reconhecer o efeito psicológico da alopecia e em ajudar o paciente a superar e se adaptar a essa questão. Alguns pacientes precisarão de apoio profissional de um psicólogo clínico ou outro profissional habilitado a lidar com a desfiguração. Em crianças, a alopecia areata pode ser particularmente difícil de lidar. Se um pai sente que há uma mudança considerável nas necessidades de seus filhos (baixa autoestima, fracasso na escola) e/ou mudança de comportamento, a criança pode precisar ser encaminhada para um psicólogo clínico pediátrico, psicólogo educacional ou assistente social (HUNT; MCHALE, 2005). A FIG. 5 mostra uma jovem de 22 anos com alopecia areata. FIGURA 5 – Cabeça de mulher de 22 anos com alopecia areata (HUNT, N.; MCHALE, S., 2005). 23 CONCLUSÃO A alopecia areata é uma afecção frequente nos indivíduos, sendo raras as formas mais graves. Apesar de ter aparentemente poucos efeitos físicos nocivos, a alopecia poderá levar a consequências psicológicas negativas, incluindo altos níveis de ansiedade e depressão, uma vez que, por ser uma patologia fisicamente visível e esteticamente disforme, pode levar a uma redução da autoestima dos indivíduos que sofrem desta condição. Atualmente, não existem tratamentos universais que garantam taxas significativas de recaída e efeitos adversos menores. Portanto, é necessário que novas drogas sejam desenvolvidas, a partir de genes (alvos terapêuticos) que participam de processos autoimunes ou inflamatórios e no desenvolvimento ou função do folículo piloso. . 24 REFERÊNCIAS ALBERTS, B. et al. Biologia Molecular da Célula, Artmed, 2006. ALKHALIFAH, A. Alopecia areata update. Dermatol Clin. v.31: 93–108, 2013. ALSAMTALI, A. Alopecia areata: a new treatment plan. Clin Cosmet Investig Dermatol; v.4:107-115, 2011. ATIYEH, B.S.; IBRAHIM, A.E. DIBO, S.A. 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