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Montes Claros/MG - 2015 Daniela de Azevedo Ferreira Wanessa Pereira Fróes Quadros Morfossintaxe da Língua inglesa 1ª EDIÇÃO ATUALIZADA 2015 Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. EDITORA UNIMONTES Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro, s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG) - Caixa Postal: 126 - CEP: 39.401-089 Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214 Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes Ficha Catalográfica: Copyright ©: Universidade Estadual de Montes Claros UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES REITOR João dos Reis Canela VICE-REITORA Antônio Alvimar Souza DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES Jânio Marques Dias EDITORA UNIMONTES Conselho Consultivo Antônio Alvimar Souza César Henrique de Queiroz Porto Duarte Nuno Pessoa Vieira Fernando Lolas Stepke Fernando Verdú Pascoal Hercílio Mertelli Júnior Humberto Guido José Geraldo de Freitas Drumond Luis Jobim Maisa Tavares de Souza Leite Manuel Sarmento Maria Geralda Almeida Rita de Cássia Silva Dionísio Sílvio Fernando Guimarães Carvalho Siomara Aparecida Silva CONSELHO EDITORIAL Ângela Cristina Borges Arlete Ribeiro Nepomuceno Betânia Maria Araújo Passos Carmen Alberta Katayama de Gasperazzo César Henrique de Queiroz Porto Cláudia Regina Santos de Almeida Fernando Guilherme Veloso Queiroz Luciana Mendes Oliveira Maria Ângela Lopes Dumont Macedo Maria Aparecida Pereira Queiroz Maria Nadurce da Silva Mariléia de Souza Priscila Caires Santana Afonso Zilmar Santos Cardoso REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA Carla Roselma Athayde Moraes Waneuza Soares Eulálio REVISÃO TÉCNICA Karen Torres C. Lafetá de Almeida Káthia Silva Gomes Viviane Margareth Chaves Pereira Reis DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS Andréia Santos Dias Camilla Maria Silva Rodrigues Sanzio Mendonça Henriques Wendell Brito Mineiro CONTROLE DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO Camila Pereira Guimarães Joeli Teixeira Antunes Magda Lima de Oliveira Zilmar Santos Cardoso Diretora do Centro de Ciências Biológicas da Saúde - CCBS/ Unimontes Maria das Mercês Borem Correa Machado Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH/Unimontes Antônio Wagner Veloso Rocha Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA/Unimontes Paulo Cesar Mendes Barbosa Chefe do Departamento de Comunicação e Letras/Unimontes Mariléia de Souza Chefe do Departamento de educação/Unimontes Maria Cristina Freire Barbosa Chefe do Departamento de educação Física/Unimontes Rogério Othon Teixeira Alves Chefe do Departamento de Filosofi a/Unimontes Alex Fabiano Correia Jardim Chefe do Departamento de Geociências/Unimontes Anete Marília Pereira Chefe do Departamento de História/Unimontes Claudia de Jesus Maia Chefe do Departamento de estágios e Práticas escolares Cléa Márcia Pereira Câmara Chefe do Departamento de Métodos e Técnicas educacionais Helena Murta Moraes Souto Chefe do Departamento de Política e Ciências Sociais/Unimontes Carlos Caixeta de Queiroz Ministro da educação Cid Gomes Presidente Geral da CAPeS Jorge Almeida Guimarães Diretor de educação a Distância da CAPeS Jean Marc Georges Mutzig Governador do estado de Minas Gerais Fernando Damata Pimentel Secretário de estado de Ciência, Tecnologia e ensino Superior Vicente Gamarano Reitor da Universidade estadual de Montes Claros - Unimontes João dos Reis Canela Vice-Reitor da Universidade estadual de Montes Claros - Unimontes Antônio Alvimar Souza Pró-Reitor de ensino/Unimontes João Felício Rodrigues Neto Diretor do Centro de educação a Distância/Unimontes Fernando Guilherme Veloso Queiroz Coordenadora da UAB/Unimontes Maria Ângela lopes Dumont Macedo Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes Betânia Maria Araújo Passos Autoras Daniela de Azevedo Ferreira Especialista em Língua Inglesa pela Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. Licenciada em Letras Inglês pelo Instituto Superior de Educação Ibituruna – ISEIB. Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. Atualmente é professora do Departamento de Comunicação e Letras da Unimontes e atua também no Ensino Básico da rede particular de ensino. Wanessa Pereira Fróes Quadros Especialista em Língua Inglesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG. Licenciada em Letras Português/Inglês pela Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. Atualmente é professora do Departamento de Comunicação e Letras da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes – e revisora da UAB/Unimontes. Sumário Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Estrutura da língua: dimensões teóricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 1.2 Níveis de descrição e análise da língua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 1.3 A gramática e seus diversos significados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 1.4 A relação entre os componentes sintático, semântico e pragmático . . . . . . . . . . . . . . .17 Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19 Estrutura da sentença: noções introdutórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19 2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19 2.2 Categorias lexicais (parts of speech) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19 2.3 Advérbios (adverbs) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 2.4 Estrutura e organização dos constituintes sentenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 2.5 Constituintes, categorias e funções sintáticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 2.6 Sintagma preposicional (prepositional phrase - PP). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 2.7 Sintagma adverbial (adverbial phrase - AdvP) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35 Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 Estrutura da sentença: coordenação e subordinação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 3.2 Períodos (sentences): visão geral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 3.3 Tipos de períodos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 3.4 Oração substantiva (noun clause) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 3.5 Oração adverbial(adverbial clause) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47 3.6 Período composto-complexo (compound-complex sentence) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51 Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52 Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53 Referências básicas e complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57 Atividades de Aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59 9 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa Apresentação Caro (a) Acadêmico (a): É com prazer que apresentamos este Caderno Didático da disciplina Morfossintaxe da Lín- gua Inglesa, pois ele é fruto de muito estudo, pesquisa, encontros e discussões. Gostaríamos, portanto, de convidá-lo a conhecer o resultado deste trabalho árduo, mas prazeroso, que obje- tiva oferecer um caminho para que você possa desenvolver sua habilidade de compreensão e análise de estruturas morfológicas mais complexas e dos processos básicos envolvidos no rico e complexo sistema sintático da Língua Inglesa. Em nossa disciplina, vamos falar muito sobre a estrutura da Língua Inglesa, que é comumen- te considerada uma língua de difícil aprendizado, principalmente por causa das estruturas gra- maticais complicadas. Mas, como acadêmico do curso de Letras Inglês, conhecer e tentar enten- der como este sistema funciona é crucial para uma boa formação linguística. A ementa da nossa disciplina contempla o estudo dos períodos simples e composto, ten- do em vista as perspectivas tradicional, estrutural e funcional de estudo da língua inglesa. Dessa forma, não objetivamos aqui explorar nenhuma teoria gramatical em particular, com riqueza de detalhes. Em linhas gerais, faremos um estudo combinado da morfologia e da sintaxe, ou seja, da morfossintaxe, apresentando os fenômenos gramaticais básicos que ocorrem no processo de construção da sentença em inglês. Para tanto, traçamos os seguintes objetivos: • Familiarizar o acadêmico com os diferentes tipos de gramáticas e suas abordagens; • Introduzir os conceitos e métodos de análise gramatical; • Promover o entendimento da estrutura do Inglês atual e dos princípios gerais da análise morfossintática; • Estabelecer um paralelo entre as abordagens moderna e tradicional no estudo da morfos- sintaxe. A partir dos objetivos propostos, estruturamos este Caderno Didático em três Unidades, cada uma dividida em tópicos ou subunidades. A Unidade 1, intitulada “Estrutura da língua: dimensões teóricas”, apresenta conceitos im- portantes para o estudo de aspectos envolvendo a estrutura da língua inglesa, tais como: os ní- veis de análise linguística, a gramática e seus diversos significados e a interação dos componen- tes sintático, semântico e pragmático na análise morfossintática. A Unidade 2, intitulada “Estrutura da sentença: noções introdutórias”, concentra-se nas ca- racterísticas das principais categorias lexicais do inglês, dando atenção especial às formas e fun- ◄ Figura 1: Syntax Fonte: Disponível em ello- andfriends.uni-osnabrue- ck.de/wp-content/mu- -plugins/bp-wikis/pmwiki 2.2.0/uploads/Syntax/ syntax.jpeg. Acesso em 12 jan. 2010. 10 UAB/Unimontes - 4º Período ções dos substantivos, adjetivos, advérbios e verbos. Nesta Unidade, muitos termos sintáticos são introduzidos, tendo em vista sua relevância para a caracterização das categorias lexicais e das frases que elas constituem. A Unidade 3, intitulada “Estrutura da sentença: coordenação e subordinação”, faz uma breve introdução ao período simples e ao período composto, destacando os principais tipos de ora- ções existentes na língua inglesa e as relações sintáticas e semânticas estabelecidas entre elas. Ao longo das unidades, optamos por usar o itálico nos termos, expressões e exemplos em inglês. Você perceberá que o conteúdo a ser desenvolvido ao longo do semestre é extremamente relevante para todo seu curso. As questões apresentadas para discussão e reflexão, bem como as dicas e atividades sugeridas abrem espaço para que você usufrua de forma interativa de todos os recursos que o ambiente virtual tem a oferecer. Não tenha o Caderno Didático como única ferramenta de aprendizagem e construção de conhecimentos. Faça as leituras complementares e realize as atividades propostas nos links indicados. Eles serão uma forma de mantê-lo em contato constante com a língua inglesa. Enfim, transite pelo ambiente de aprendizagem e interaja com seus colegas, tutor e professor formador. Agora é com você! Estude um pouco todos os dias. O estudo da Morfossintaxe da Língua Inglesa, com certeza, irá contribuir de forma substancial para seu bom desempenho acadêmico e profissional. Como disse Aristóteles, o grande filósofo grego, “Somos o que repetidamente faze- mos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito”. Bom trabalho! As Autoras. 11 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa UniDADe 1 Estrutura da língua: dimensões teóricas 1.1 Introdução Esta primeira unidade visa explorar conceitos básicos rele- vantes para o estudo da estrutura da língua inglesa. Nossa discus- são envolverá questões acerca dos níveis de descrição e análise da língua, da gramática e seus diversos significados e da relação entre os componentes sintático, semântico e pragmático. Porém, tudo isso não será estudado sem antes compreendermos o real significado da palavra ‘estrutura’ no universo da linguística. Observe a Figura 2. Como você descreveria o que vê? Pode- ríamos pensar em blocos de tijolos dispostos de uma forma orde- nada, representando a estrutura de uma edificação, por exemplo. Isso acontece com qualquer língua. Ela deve ser estruturada de acordo com suas regras de funcionamento. Agora, observe as seguintes construções: • Into the cave the hikers didn’t venture. • Study you do English? Todos os elementos necessários estão presentes nas orações, mas eles não estão dispostos de forma coerente. Daí a importância da estrutura que, tradicionalmente, pode ser analisada em diferentes níveis. Por exemplo: • O som das palavras (phonology); • Como as palavras são formadas (morphology); • Classes de palavras (word classes); • Significado das palavras, sintagmas e períodos (semantics); e • Como as palavras são organizadas, formando sintagmas, orações e períodos (syntax). Não existe um modelo universalmente aceito para estabelecer a estrutura de uma língua, porém alguns modelos usam a noção de hierarquia ou níveis. Segundo Katamba (1993), na primeira metade do século XX, os seguidores da linguística es- trutural americana consideravam a linguística muito mais um “corpo de procedimentos descriti- vos e analíticos” do que uma teoria (KATAMBA, 1993, p. 3-4). Daí a noção de que a língua pode ser descrita em diferentes níveis hierárquicos, como veremos no item 1.1 desta unidade. No 3º período, ao estudar as disciplinas Fonética e Fonologia e Morfologia da Língua Ingle- sa, você teve contato com dois níveis de descrição do léxico usados no estudo da língua inglesa. Agora, vamos analisar a sequência de palavras da Figura 2, no nível morfológico: ◄ Figura 2: Blocos Fonte: Disponível em t1.gstatic.com/images ?q=tbn:cX0BGfrMT8D EaM:http://marciarys- dyk.pbworks.com/f/ castelo%2520matema tica.JPG. Acesso em 12 jan. 2010. DiCA Para fins de análise, ou atualmente no uso comum dos termos, costuma-se empregar equivocadamente a palavra sentença em lugar de oração e frase. Trata-se de uma tradu- ção imperfeita da noção inglesa de período: no inglês o termo phrase refere-se em português ao sintagma; o termo clause, à oração, e sentence, ao período ou sentença.Fonte: Disponível em http://www.profis- sionalizando.org/ ensino-fundamental/ 39-portugues/2474-a- nalise-sintatica-a-ora- cao. Acesso em 12 jan. 2010. Portanto, tenha sempre em mente que: Phrase Sintagma Clause Oração Sentence Período / Sentença ◄ Figura 3: Nível fonético Fonte: YULE, 1996, p.73. 12 UAB/Unimontes - 4º Período A partir do que foi visto, todas as palavras e sintagmas (phrases) da língua poderiam ser des- critas fonologicamente e morfologicamente. No entanto, as palavras the, lucky e boys só podem ser combinadas de forma limitada (YULE, 1996). Observe os sintagmas (phrases) a seguir: • *Boys the lucky • *Lucky boys the • *The boys lucky Ainda segundo Yule (1996), percebemos facilmente que esses sintagmas são mal formados, não fazem sentido, porque não foram estruturados (combinados) de acordo com as regras da língua inglesa. O adjetivo lucky deve preceder o substantivo boys, porque a regra diz que adje- tivos precedem substantivos. O artigo definido the inicia o sintagma, porque define quem são os garotos sortudos. Concluímos, então, que as palavras não podem ser combinadas de forma aleatória para formar sintagmas. 1.2 Níveis de descrição e análise da língua Tendo em vista o exposto na introdução desta unidade, você já deve ter percebido que a estrutura da língua é complexa e que tal complexidade não nos permite visualizar ou dizer em quantos níveis a língua deveria ser “dividida”, na tentativa de explicar a forma como ela é organi- zada. Partindo de uma abordagem bastante simplista, podemos dividir a estrutura da língua em dois níveis: O Quadro 1 representa a estrutura da língua inglesa em três níveis: morfológico, sintático e discursivo. Quadro 1 - Three-part model of English Fonte: Disponível em http://babelnet.sbg.ac.at/themepark/grammar/intro.htm. Acesso em 12 jan. 2010. DiCA O termo usado em in- glês, quando a estrutura está gramaticalmente incorreta, é ungramma- tical structure ou ungrammatical form. Nesse caso, usamos um asterisco * antes da estrutura, o que é uma convenção linguística. ATiViDADe Native speakers know what is grammatical and what is ungramma- tical in their language. What do you have to say about it? Troque ideias com seus colegas no fórum e registre suas conclusões. Figura 4: Nível morfológico Fonte: YULE, 1996, p.73. 13 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa Bloomfield apud Crystal (1997) propôs uma abordagem através da qual fosse possível tra- balhar os vários níveis em uma determinada ordem, começando pela fonética e terminando pela semântica. Outros linguistas, seguidores de Bloomfield, também desenvolveram modelos de re- presentação hierárquica da língua. Hoje sabemos que é possível descrever a estrutura de uma língua em apenas um nível, se e somente se estabelecermos relações com outros níveis de análise linguística. Considere, por exemplo, o nosso objeto de estudo: a morfossintaxe. O próprio nome da disciplina designa a in- teração da morfologia com a sintaxe. Segundo Katamba (1993, p. 13), “No que diz respeito à interação com a sintaxe, a forma de uma palavra pode ser afetada pela construção sintática na qual ela é usada”. Vamos ver como isso funciona na prática? Tomemos como exemplo o verbo love no Present Simple. A escolha entre as formas loves (he, she, it) e love (I, we, you, they) depende da construção sintática na qual elas aparecem. Se o sujeito do verbo (questão sintática) está na 3ª pessoa do singular (questão mor- fológica), a forma usada é loves. • Mary loves her family above all. Crystal (1997) propõe o modelo de seis níveis (6-level model of structure), que se sustenta em três princípios básicos: • Meio de transmissão; • Gramática; e • Significado. O modelo também incorpora a dimensão da língua em uso, que se refere à estrutura da lín- gua através da pragmática. Ao analisar a Figura 5, você percebe facilmente os níveis da estrutura da língua e que o obje- to de estudo da gramática é a morfologia e a sintaxe, daí a disciplina morfossintaxe. As unidades básicas de significado são as palavras simples (dog, house, por exemplo) ou os elementos formadores das palavras complexas (- un, -happi e –ness na palavra unhappiness). Es- ses elementos básicos, como você já sabe, são chamados de morfemas, e o estudo de como eles se combinam para formar palavras denomina-se Morfologia. A Sintaxe se encarrega de estudar como as palavras são organizadas formando sintagmas (phrases), orações (clauses) e períodos (sentences). Já a Análise do Discurso tem um olhar bem mais amplo sobre a estrutura de uma língua; seu estudo também envolve a língua em uso, sua função comunicativa, seja no texto es- crito ou falado, identificando traços linguísticos que caracterizam diferentes gêneros textuais, bem como fatores culturais e sociais que auxiliam na nossa interpretação e entendimento dos diferentes tipos de textos (discurso oral ou escrito). A hierarquia da estrutura da língua inglesa é parcialmente apresentada no Quadro 2 a se- guir. GLOSSÁRiO Semantics: em linhas gerais, é o ramo da linguística que se ocupa do estudo do signifi- cado. Pragmatics: estudo da língua em seu contexto de uso […]. (THORN- BURY, 2005, p.84). ◄ Figura 5: 6-level model of structure (O diagrama acima representa a estrutura da língua falada.) Fonte: CRYSTAL, 1997, p.83. 14 UAB/Unimontes - 4º Período Quadro 2 - Outline structure of English Fonte: Disponível em http://babelnet.sbg.ac.at/themepark/grammar/intro.htm. Acesso em 12 jan. 2010. Então, conseguiu entender? Basicamente, o quadro nos mostra que a língua é estruturada a partir de sua unidade mínima e significativa, o morfema, que é usado para formar palavras, que formam as frases e, assim, sucessivamente. 1.3 A gramática e seus diversos significados Como você define a palavra gramática e que tipos de associações podem ser feitas a ela? Burton-Roberts (1986) define gramática como a descrição de uma língua. Mas, podemos pensar em outras definições, tais como: • Livro que contém as regras de uma língua (que na verdade é uma ideia do senso-comum); • O estudo sistemático de uma língua; • Um conjunto de regras que lida com a sintaxe e a estrutura das palavras (essas regras geral- mente são prescritas como auxiliares na aprendizagem de uma língua). Todas as definições apresentadas são aceitas. Independentemente da corrente teórica se- guida pelos linguistas contemporâneos, “a gramática é, no mínimo, uma descrição sistemática da estrutura de uma língua” (BERK, 1999, p.4, tradução nossa). Isso quer dizer que toda estrutura lin- guística é passível de análise. Yule (2006, p.74) define Gramática como “o processo de descrever a estrutura de sintagmas e sentenças de forma que consideremos todas as sequências gramaticais de uma língua e exclua- mos as sequências agramaticais” (tradução nossa). Como você deve ter percebido, o termo ‘gramática’ apresenta diversos sentidos. Faremos aqui a distinção básica entre dois tipos: • Gramática Prescritiva: ou normativa, como o próprio nome diz, dita as regras de funcio- namento de uma língua. É arbitrária, pois não considera os diferentes contextos em que a língua é usada pelos seus falantes; • Gramática Descritiva: estuda e interpreta a estrutura da língua, levando em conta a forma como ela é usada pelos falantes. Vários linguistas se opuseram à Gramática Prescritiva, sendo o mais famoso entre eles Noam Chomsky que, em 1957, publicou o livro Syntatic Structures, introduzindo uma nova abordagem na perspectiva da Gramática Descritiva. Chomsky chamou essa abordagem de Gramática Gerati- va-Transformacional, em inglês Transformational Generative Grammar. (TGG). O objetivo era des- crever as estruturas necessárias para gerar todasas sentenças gramaticais de uma língua, mas a abordagem vai além da mera descrição da língua através da formalização do sistema de regras que estão no nível do subconsciente. Assim, Chomsky vinculou a linguagem aos mecanismos inatos da espécie humana, que ele chamou de universais linguísticos. Em outras palavras, o ser humano nasce com uma gramática internalizada, a Gramática Universal (GU): a linguagem é ine- rente aos seres humanos e todos são capazes de desenvolvê-la, bastando, para isso, que estejam expostos à determinada língua, através da interação com outros falantes. Entende-se que nenhu- ma língua é ensinada ao ser humano, pois sua aquisição não se restringe a adquirir estruturas lin- guísticas externas. Ao ser exposto à língua, o indivíduo, de posse da GU, começa a ampliar seus conhecimentos linguísticos. DiCA Quando nos referirmos ao ramo da linguística que estuda e descre- ve a língua de forma sistemática, o termo gramática será escrito com inicial maiúscula. 15 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa Portanto, a Gramática Gerativa se ocupa da gramática subjacente, da gramática internaliza- da, que é responsável pela habilidade que todo falante nativo de uma língua tem de usar a lín- gua de forma adequada e intuitiva. Segundo Paiva, outro livro marcante na teoria chomskiana foi Aspectos da Teoria da Sinta- xe, que apresenta o conceito do dispositivo de aquisição de linguagem (DAL), responsável por elaborar “uma teoria da língua”. Segundo Chomsky (1975, p. 140), o DAL “é apenas um compo- nente do sistema total de estruturas intelectuais que podem ser aplicadas à resolução de proble- mas e à formação de conceitos”. Nesse mesmo livro, Chomsky apresenta os conceitos que caracterizam os universais linguís- ticos estabelecidos na Gramática Gerativa. Observe a Figura 6: A competência e o desempenho se referem à distinção entre o conhecimento que o in- divíduo tem da sua língua (competence) e o uso que faz dela (performance). Quanto maior for a competência linguística, melhor será a performance. No livro Knowledge of Language (1986), Chomsky substituiu o termo competence por I-language - internalized language (linguagem in- ternalizada) e performance por E-language - externalized language (linguagem externalizada). Podemos interpretar linguagem internalizada como o conhecimento que cada indivíduo tem de sua língua, enquanto a linguagem externalizada é o conjunto de estruturas partilhadas por uma comunidade de fala, ou seja, é a totalidade de enunciados que um indivíduo é capaz de apren- der numa comunidade de fala (DEUS, 2003). A gramaticalidade se refere ao uso da língua em conformidade com as regras gramaticais estabelecidas através da Gramática Descritiva. Sentenças agramaticais são, na maioria das vezes, facilmente identificadas pelo falante nativo da língua. A aceitabilidade se refere não somente à estrutura, mas também ao significado, ou seja, a sentença pode estar gramaticalmente correta, mas não transmitir nenhum significado. A criatividade se refere à habilidade que o indivíduo tem em combinar as unidades linguísti- cas básicas, formando uma série infinita de sentenças gramaticais. A produtividade é resultado da criatividade. Quanto maior for a criatividade, maior será a produção de estruturas bem formadas. Segundo a teoria gerativa-transformacional, todas as línguas possuem dois níveis de repre- sentação – uma estrutura superficial – estrutura de superfície, representando a forma em que a sentença aparece, e uma estrutura profunda, que encerra o conteúdo semântico da sentença e forma o corpus gramatical básico que o falante de uma língua possui. A Figura 7 a seguir apre- senta o esquema básico da Gramática Gerativa-Transformacional: Para que você possa compreender melhor o esquema da Figura 7, observe o exemplo que se segue: • Daniela and Wanessa study English every day. Essa sentença é considerada a estrutura profunda por ser a estrutura primeiramente for- mada. É ela que armazena o conteúdo semântico e o conteúdo gramatical básico que o falante possui da língua. Note que ela se encontra na voz ativa. Por meio de regras de transformação (transformational rules) aplicadas a essa estrutura, que está na voz ativa, o falante pode criar uma estrutura superficial (surface structure), que seria a sentença na voz passiva. Veja: • English is studied by Daniela and Wanessa every day. DiCA “Colorless green ideas sleepfuriously.” (Noam Chomsky) Você consegue inter- pretar o sentido dessa sentença? O que há de errado com ela em termos de estrutura? Quais são os universais linguísticos aplicáveis a ela? Poste as respostas no fórum de discussão. ◄ Figura 6: Universais linguísticos Fonte: Elaborada pelas autoras. ◄ Figura 6: Esquema básico da Gramática Gerativo- Transformacional Fonte: Elaborada pelas autoras. 16 UAB/Unimontes - 4º Período ATTENTION!!! Nos exemplos dados temos uma sentença na voz ativa (Daniela and Wanessa study English every day.) que gerou uma sentença na voz passiva (English is studied by Daniela and Wanessa every day.). Você pode estar se perguntando que regras transformacionais foram aplicadas para se passar de uma estrutura para outra. Esse questionamento poderá ser feito no momento em que você estiver estudando a voz passiva, ok? O nosso principal objetivo aqui é estudar sobre as diferentes abordagens acerca do termo gramática, all right? Também não pretendemos aqui apresentar um estudo aprofundado sobre o Gerativismo. Os conceitos abordados explicam a razão do termo Gramática Gerativa-Transformacional e ser- viram de alicerce para a maioria dos estudos linguísticos desenvolvidos depois de Chomsky. O essencial é que você perceba o quanto essa corrente de estudos suscitou reflexões sobre uma gramática centrada na sintaxe que explicasse cientificamente a linguagem. Outra abordagem que surgiu a partir dos estudos da Gramática Descritiva foi o modelo funcional, ou Gramática Funcional, nome dado ao modelo de descrição e análise linguística de- senvolvido a partir da década de 50 por Michael Halliday. Esse modelo não se limita a identificar categorias gramaticais, mas sim a determinar suas funções, pois os componentes essenciais do significado na língua são componentes funcionais: o componente ideacional ou reflexivo, que manifesta o propósito de compreender o ambiente; o interpessoal ou ativo, que manifesta o pro- pósito de agir com outros no ambiente; o componente textual, e ainda o contexto, que é impres- cindível para os demais componentes. Para Fragoso (2003, p.2), a gramática funcional considera também “a competência comuni- cativa, isto é, a capacidade que os indivíduos têm não apenas de codificar e decodificar expres- sões, mas também de interpretar essas expressões de maneira apropriada”. Há algumas diferenças entre a gramática funcional e a formal, que podem ser resumidas no Quadro 3 a seguir: Quadro 3 - Gramática Formal x Gramática Funcional GRAMÁTiCA FORMAL GRAMÁTiCA FUnCiOnAL Orientação primeiramente sintagmática Orientação primeiramente paradigmática Interpretação da língua como um conjunto de estruturas entre as quais podem ser esta- belecidas relações regulares Interpretação da língua como uma rede de relações: as estruturas como interpretação das relações Ênfase nos traços universais da língua (sin- taxe como base: organização em torno da frase). Ênfase nas variações entre línguas diferentes (semântica como base: organização em torno do texto ou do discurso). Fonte: FRAGOSO, 2003, p.2. Segundo Berk (1999, p.4), “gramáticas funcionais foram desenvolvidas com o intuito de ex- plorar as regras que governam a língua em uso em um contexto comunicativo” (tradução nossa). Nesse caso, o objeto de estudo da gramática vai além do nível da sentença, estende-se a estrutu- ras mais complexas quea sentença, às relações que podem ser estabelecidas entre forma e estru- tura, ou seja, está no nível do discurso. Concluímos esta seção apresentando algumas características essenciais da Gramática, que irão auxiliá-lo bastante no estudo dos tópicos abordados na nossa disciplina. A Gramática: • Determina a propriedade das sentenças; • Gera as sentenças, bem como descreve sua estrutura; • É recursiva, ou seja, pode repetir-se indefinidamente. A propriedade recursiva se refere ao princípio de uma forma sintática poder se repetir dentro de uma sentença. Assim, uma sentença pode se encaixar dentro de outra, uma oração dentro de outra, um sintagma dentro de outro. Por exemplo, na sentença “Ann was the tall, elderly woman”, observa- mos o processo de recursividade com os adjetivos tall e elderly, indicando que entre as mulheres idosas, Ann era a mais alta. Isso quer dizer que a ordem em que os modificadores aparecem na sentença (no caso os adjetivos) modifica o seu sentido (KOLLN, 1984, p.181, tradução nossa). 17 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa 1.4 A relação entre os componentes sintático, semântico e pragmático Como exposto na Apresentação deste Caderno Didático, e tendo em vista a ementa da dis- ciplina, trabalharemos dentro da perspectiva da gramática funcional. Segundo Kato (1998), “Nos estudos linguísticos modernos, podemos identificar duas perspectivas diferentes de se estudar a linguagem: a formal e a funcionalista”. Na perspectiva funcional de análise da língua, os componentes sintático, semântico e prag- mático se relacionam de forma hierárquica e interdependente. As análises linguísticas se baseiam na utilização concreta da língua pelos falan- tes, admitindo que a gramática se molda a partir do uso linguístico que se dá em situações comunicativas. [...] As regularidades observadas no uso interativo da língua são explicadas com base nas condições discursivas em que se verifica o uso. Portanto, os domínios da sintaxe, da semântica e da pragmática são rela- cionados e interdependentes (CUNHA; COSTA, 2003, p. 62). A partir do exposto, podemos concluir que Gramática não é apenas um conjunto de formas e regras, pois estas expressam um significado dentro de um determinado contexto. Você, como acadêmico do curso de Letras/Inglês, deve estar ciente de que saber a gramática do inglês não se resume em dominar regras, mas em saber o que significa a estrutura e em que contexto usá-la. A Figura 7 mostra claramente como a forma (form), o significado (meaning) e o uso (use) in- teragem. A mesma interação ocorre entre a sintaxe, a semântica e a pragmática nesse contexto? Qualquer mudança em um dos componentes gera mudança nos demais. Vamos ver se você conseguiu entender? Tente traduzir a seguinte sentença: • Keep your hands clean. Traduziu? Agora, veja se o sentido que você deu à sentença se aplica a todos os contextos apresentados a seguir: • Uma mãe se dirigindo ao filho quando ele se senta à mesa para almoçar; • Um policial se dirigindo a um preso que acaba de sair da cadeia; • Um médico cirurgião se dirigindo ao jovem residente que se prepara para participar de uma cirurgia. Percebeu como o sentido da sentença ‘Keep your hands clean’ muda tendo em vista o con- texto em que é usada? Pois é, ‘manter as mãos limpas’ pode significar ‘lavar as mãos’, ‘ficar lon- ◄ Figura 7: A pie chart Fonte: CELCE-MURCIA; LARSEN-FREEMAN, 1999, p. 4, (tradução nossa). 18 UAB/Unimontes - 4º Período ge de confusão’ e ‘fazer assepsia’, de acordo com os contextos apresentados. Temos, então, uma mesma estrutura, que pode apresentar diferentes significados, em diferentes contextos. So far, so good? (Até aqui, tudo bem?) Como dissemos na Introdução desta Unidade, exploraríamos conceitos básicos importantes para o estudo sobre a estrutura da língua inglesa. É de suma importância que você reflita sobre esses aspectos linguísticos tão relevantes para a ciência da linguagem. Até a próxima unidade! Referências BERK, Lynn M. english Syntax: from word to discourse. Oxford: OUP, 1999. BURTON-ROBERTS, Noel. Analysing Sentences: an introduction to Englishsyntax. New York: Longman, 1986. CELCE-MURCIA, Marianne; LARSEN-FREEMAN, Diane.The Grammar Book: an ESL/EFL Teacher’s Course. 2nd ed. Boston, MA, 1999. CHOMSKY, N. Knowledge of language: its nature, origin and use. New York: Praeger, 1986. CHOMSKY, N. Linguagem e Pensamento. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1971. CRYSTAL, David. The Cambridge encyclopedia of Language. 2nd ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1997. p. 82-83. CUNHA, Maria Angélica Furtado da; COSTA, Marcos Antônio. A interde- pendência dos com- ponentes sintático, semântico e pragmático. Veredas, Revista de Estudos Linguísticos, Juiz de Fora, v. 5, nº 2, p. 61-70. Disponível em <http://www.revistaveredas.ufjf.br/volumes/9/cap05.pdf>. Acesso em 18 dez. 2009. DEUS, Dimar S. de. O objeto de estudo da gramática gerativa e a caracterização de categoria va- zia. Disponível em <http://www.filologia.org .br/revista/artigo/11(31)07.htm>. Acesso em 16 jan. 2010. FRAGOSO, Luane da Costa Pinto Lins. A Gramática Funcional e o Processo de Gramaticaliza- ção. Revista Eletrônica do Instituto de Humanidades ISSN- 1678-3182 v. 2, nº 6, julho – setembro 2003, p.1-7. Disponível em http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/reihm/article/viewFi- le/422/414. Acesso em 18 jan. 2010. HUDDLESTON, Rodney. introduction to the Grammar of english. Cambridge: CUP, 1984. JACOBS, Roderick A. english Syntax: a grammar for English language professionals. Oxford: OUP, 1995. KATAMBA, Francis. Morphology. New York: St. Martin’s Press, 1993. KATO, Mary A. Formas de Funcionalismo na Sintaxe. 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O texto está em inglês, mas aborda grande parte do con- teúdo apresentado na Unidade 1 do nosso Ca- derno Didático; portan- to, seu conhecimento prévio sobre o assunto será um grande aliado. Aproveite para praticar a leitura em inglês! E lembre-se: a nossa língua-alvo é a língua inglesa, riquíssima em cognatos, quando com- parada ao português. Não tente traduzir o texto, decifrando todos os códigos linguísticos que ele apresenta; tente, sim, construir seu significado. Observe as palavras que você já conhece, os cognatos, todos os aspectos que possam facilitar sua leitura, all right? No final da introdu- ção, o autor propõe as seguintes questões: • What does ‘grammar’ mean? and • What is the place of grammar in the structure of lan- guage as a whole? Escreva um parágrafo tentando responder, de forma sucinta, as questões propostas. A que conclusões você chegou? Como você definiria o termo ‘gra- mática’ a partir do que estudamos na primeira unidade? Discuta suas impressões com seus colegas, tutores e pro- fessor formador. 19 Letras Inglês - Morfossintaxeda Língua Inglesa UniDADe 2 Estrutura da sentença: noções introdutórias 2.1 Introdução Nesta segunda Unidade, vamos apresentar noções básicas sobre a estrutura da sentença. Primeiramente, abordaremos as características das principais categorias lexicais: substantivos (nouns), verbos (verbs), adjetivos (adjetives) e advérbios (adverbs), destacando suas formas e funções. Para tanto, alguns termos sintáticos serão introduzidos à medida que forem relevantes para a caracterização das categorias lexicais (lexical categories). Em seguida, analisaremos como essas categorias se combinam, formando estruturas mais complexas – porções significativas da língua – chamadas sintagmas (phrases). Por que “porções significativas”? Na Figura 8, as peças do quebra-cabeça devem ser encaixadas de forma harmoniosa para formar um todo significati- vo. Isso também acontece ao combinarmos as palavras para formar sintagmas, que se organiza- das sem respeitar a ordem determinada pelas regras sintáticas formarão estruturas agramaticais, lembra-se? Para finalizar, faremos uma introdução aos principais tipos de orações (clauses) e sen- tenças (sentences), que serão estudadas com mais detalhes na Unidade 3. Now, let’s get down to work? 2.2 Categorias lexicais (parts of speech) Antes de abordarmos o tópico desta se- ção, questione-se: o que é léxico? Há diferença entre palavra e léxico? Em geral, para o falante, a palavra é a unidade básica da língua – é per- ceptível na escrita e é também a unidade em ◄ Figura 8: Chunks of language Fonte: Disponível em 2.bp.blogspot.com/_lRx7- -ylrguQ/StCz5CB7D2I/ AAAAAAAACLU/ Zgm3xH1Zn2c/s320/ chunks+of+language.jpg. Acesso em 12 jan. 2010. ◄ Figura 9: Parts of speech de acordo com a perspectiva tradicional. Fonte: Disponível em http://www.ict4us.com/r. kuijt/images/en_partso- fspeech.gif. Acesso em 12 jan. 2010. 20 UAB/Unimontes - 4º Período torno da qual os dicionários são organizados (BIBER; et al 1999). Essa noção, já apresentada na disciplina Morfologia da Língua Inglesa, é bastante simples para o nosso propósito neste capítu- lo. Ao levarmos em conta as noções de forma, significado e uso, discutidas no capítulo anterior, entendemos que, para o estudo morfossintático, é necessário fazermos a distinção entre: • Palavra ortográfica: formas separadas por espaços na forma escrita e suas formas corres- pondentes no discurso oral. • Palavra gramatical: palavras que em diferentes contextos mudam de classe gramatical e, consequentemente, mudam a função sintática. • She likes red shoes. adjective (red shoes = direct object) • Red is her favorite color. noun (red = subject) As categorias lexicais também são chamadas de: • Categorias sintáticas; • Partes do discurso (termo usado na gramática prescritiva); • Classe de palavra; • Categoria gramatical; • Classe gramatical. Podemos dividir as classes de palavras em dois grupos: palavras lexicais – substantivos, ver- bos, adjetivos e advérbios – que são as palavras que “carregam” a maior parte do sentido, do sig- nificado da sentença. O outro grupo é o das palavras funcionais – preposições, pronomes, deter- minantes, conjunções – que exercem função mais estrutural, ou seja, indicam a relação entre as palavras lexicais num dado contexto e como essas devem ser interpretadas naquele contexto. Na Figura 10, você pode observar, de um modo geral, como as classes de palavras se rela- cionam. Faremos, agora, uma breve exposição sobre as classes de palavras pertencentes ao grupo das palavras lexicais. 2.2.1 Substantivos (nouns) A definição tradicional de substantivo é a de palavra que designa pessoa, lugar, coisa ou ideia. GLOSSÁRiO Determinantes: Termo usado em linguística para denominar uma classe de palavras mais ampla, que inclui arti- gos, demonstrativos e possessivos. Em inglês: determiners Figura 10: Word classes Fonte: As autoras. 21 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa O substantivo pode ser: comum ou próprio, concreto ou abstrato, contável ou não contável. • Proper nouns: New York, Cindy, Central Park; • Common nouns: library, restaurant, democracy; • Concrete nouns: house, pen, box; • Abstract nouns: intelligence, environment, friendship; • Count nouns: books, babies, feet; • Nouncount nouns: air, information, advice. Outra característica básica dos substantivos é que eles são frequentemente precedidos por determinantes (determiners). Como vimos, o termo determinante é usado para falar de várias classes de palavras, incluindo artigos, possessivos e demonstrativos. • the boy; an engineer; my book; those cars. A Figura 12 mostra de forma sucinta as categorias gramaticais que funcionam como deter- minantes: Segundo Berk (1999), os determinantes constituem uma categoria gramatical única porque sempre ocupam uma mesma posição, ou seja, antecedem o substantivo. Mas também podem preceder um adjetivo. Observe: DiCA A propriedade gênero atribuída ao substan- tivo não é relevante na língua inglesa, uma vez que apenas alguns substantivos são mar- cados por essa proprie- dade. Ex: actor/actress; prince/ princess; widow/wido- wer. ◄ Figura 12: Summary of determinants Fonte: BERK, 1999, p. 64-65 ◄ Figura 11: Nouns Fonte: Disponível em teachertech.rice.edu/ Participants/mtamez/les- sons/eslfirstweek/images/ noun.jpg. Acesso em 12 jan. 2010. 22 UAB/Unimontes - 4º Período • Those cars. • Those fancy cars. No primeiro exemplo, o substantivo ‘cars’ é modificado pelo demonstrativo ‘those’; no se- gundo exemplo, além do demonstrativo, o adjetivo ‘fancy’ também modifica ‘cars’. Embora pareça insignificante, a categoria dos determinantes tem a função de transmitir informações bem complexas. Todas as palavras em uma estrutura são importantes, por isso dar menos importância aos determinantes pode implicar em interpretações errôneas. “Certainly No children are allowed means something very different from Children are allowed. All the kids can come means something very different from Half the kids can come” (BERK, 1999, p. 67). Quanto à função sintática, ou seja, a função que exerce na sentença, o substantivo pode ser: • Subject: My sister lives in Belo Horizonte. • Direct object: She likes potato. • Indirect object: Paul gave flowers to the teachers. • Subject predicative: She is a good mother. • Object predicative: They elected Lula president. 2.2.2 Verbos (verbs) Os verbos mais comuns são palavras que denotam ação ou estado. • run go study watch action verbs • feel stand bethink state verbs Os verbos podem ser: • Intransitive: The baby slept. • Transitive: Sue loves Bob. • Ditransitive: I sent an email to my friend. • Complex:The jury considered the man guilty. • Linking verbs: We are teachers. • Prepositional: The good results depend on hard work. Resumindo: GLOSSÁRiO Predicativo: é o termo da oração que atribui uma característica, uma propriedade, um estado ao sujeito ou ao objeto. Pode ser representado por um substantivo, adjetivo, numeral, advérbio, ou por uma oração completa. Fonte: Disponível em forum.angolaxyami. com/lingua-portugue- sa/99-predicativo-do- sujeito-em-gramatica -predicativo-e-o-termo- da-oracao.html. Acesso em 12 jan.2010. Figura 13: Verbs Fonte: Disponível em http://img4.scribdas- sets.com/images/ documents/465428/ large/6d98a72ffa. Acesso em 12 jan.2010. 23 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa 2.2.3 Adjetivos (adjeticves) Adjetivos são palavras que descrevem ou conferem qualidades aos objetos ou pessoas. Os adjetivos em inglês não variam em gênero e número, ou seja, possuem apenas uma forma tanto para o feminino e masculino quanto para o singular e o plural. The nice girl. /The nice girls. The nice boy. / The nice boys. Os adjetivos ocorrem entre um determiner e um noun, como nos exemplos anteriores, e ain- da, depois de um linking verb. My sister is beautiful. He seemed angry yesterday. A função do adjetivo é modificar ou complementar o substantivo. Segundo Celce-Murcia e Larsen-Freeman (1999), os adjetivos podem ser: • Attributive: são aqueles que precedem os substantivos: Smart kids learn easily. • Predicative: são aqueles precedidos por verbos de ligação: He became angry at me. Observe a Figura 14. Que tipo de adjetivo o exemplo ilustra? DiCA Para aprender mais sobre verbos acesse os links: Complex verbs: http:// www.polysyllabic. com/?q=navigating/ver- bphrase/complextrans Prepositional verbs: http://www.sk.com.br/ sk-pdv.html http://www.uefap.com/ accuracy/exercise/jquiz/ busprvb.htm GLOSSÁRiO verbos ditransitivos são aqueles que exigem dois complementos – objeto direto e objeto indireto. Ex: dar algo para al- guém – He gave a card toher. verbos complexos são aqueles que exigem um objeto direto e um complemento (predica- tivo do objeto) para o objeto direto. Ex: Pensar algo de alguém – Wa- nessa finds her husband intelligent. verbos de ligação, como o próprio nome diz, ligam o sujeito ao predicativo. O verbo to be é o mais comum. Ex: Parecer – He looks sad. verbos preposicio- nados são aqueles formados por um verbo e uma preposição e exi- gem um complemento. Ex: Acreditar em – We believe in God. ◄ Figura 14: Many Luscious Lollipops Fonte: Disponível em uleth.ca/edu/currlab/ handouts/adjetivo.jpg. Acesso em 12 jan.2010. 24 UAB/Unimontes - 4º Período Até então vimos que o adjetivo funciona como complemento ou modificador de um subs- tantivo, podendo precedê-lo ou ser precedido por um verbo de ligação (posição em que normal- mente exerce a função de predicativo do sujeito). Contudo, Berk (1999, p. 207) apresenta uma questão interessante sobre a função que o adjetivo desempenha, por exemplo, quando precedi- do por um verbo intransitivo. Veja! • Mary arrived drunk. No exemplo dado, apesar do adjetivo drunk modificar o sujeito Mary, indicando o estado em que ela se encontrava quando chegou (bêbada), ele parece atuar como advérbio. Segundo Culicover (1988, citado por BERK, 1999, p. 208), podemos perceber claramente essa relação en- tre o adjetivo e o verbo intransitivo. Parafraseando o exemplo Mary arrived drunk, teríamos, por exemplo, Mary arrived while she was drunk, no qual a oração sublinhada na paráfrase é um ad- vérbio de tempo. 2.3 Advérbios (adverbs) Os advérbios modificam verbos, adjetivos e outros advérbios. Os advérbios que modificam os verbos são: • Direção: Jim pointed there. • Posição (local): Isabel shops locally. • Modo: The girl danced joyfully. • Tempo: Soon Rachel will retire. • Frequência: We usually travel to the beach on vacation. Como você já pôde perceber, os advérbios não ocupam uma posição definida na oração. Eles podem ocorrer no seu início, meio ou fim. Na perspectiva da Gramática Tradicional, os advérbios que modificam adjetivos e outros ad- vérbios são chamados de advérbios de grau (degree adverbs). Já na Gramática Funcional, eles são conhecidos como advérbios de intensidade (intensifiers), porque sinalizam o grau de intensi- dade da palavra que modificam (Celce-Murcia; Larsen- Freeman, 1999, p.18). Os advérbios também podem modificar uma oração. Fortunately, she arrived some minutes before the beginning of the meeting. Resumindo: ◄ Figura 15: What is an adverb Fonte: Disponível em <http://ss073.k12.sd.us/ The%20Eight%20 Parts%20of%20Spee- ch_files/dsld0011_ima- ge037.gif>. Acesso em 12 jan.2010. 25 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa Chegamos ao final da seção 2.1 que trata das categorias lexicais (the parts of speech). Abor- damos aqui apenas as principais classes de palavras, e é de extrema importância que você enten- da o porquê da distribuição das palavras em classes. O contexto é um critério importante para se estabelecer a categoria lexical de uma palavra. Quando dizemos em inglês ‘I feel blue.’ e ‘Blue is a beautiful color.’, está claro que a palavra ‘blue’, tendo em vista os contextos apresentados, perten- ce a diferentes categorias lexicais – adjetivo e substantivo, respectivamente. Do you agree? En- tão, saber identificar a categoria lexical de uma palavra facilitará o trabalho de identificação das categorias frasais e, consequentemente, de análise da estrutura da sentença (sentence structure). Encerramos, então, com um poema que traz definições simples, mas úteis, sobre as classes de palavras. We hope you enjoy it! 2.4 Estrutura e organização dos constituintes sentenciais O conceito de estrutura é fundamental para o estudo da sintaxe. Como já exposto na Uni- dade 1, esse conceito se aplica a qualquer objeto complexo. Por exemplo, costumamos dizer a estrutura da casa, a estrutura da bicicleta, a estrutura organizacional e, também, a estrutura da língua. A Figura 16 mostra as várias partes de uma bicicleta e como elas se organizam na constitui- ção da sua estrutura. ATiViDADe Discutir no fórum indicado e tentar com- preender os fatos com- plexos de uma língua é de suma importância para que possamos refletir sobre a chamada “falácia das regras”. ◄ Figura 16: Poem: The parts of speech Fonte: Disponível em happychild.org.uk/acc/ tpr/mne/0011gram.htm. Acesso em 12 jan.2010. 26 UAB/Unimontes - 4º Período Podemos dizer que a estrutura da bike é uma estrutura complexa, right? A língua, da mesma forma, também é dotada de tal estrutura. Veja o porquê: • É divisível em partes que são chamadas de CONSTITUINTES; • Existem diferentes tipos de partes, ou seja, CATEGORIAS diferentes de constituintes; • Os constituintes se organizam de forma específica; e • Cada constituinte tem uma FUNÇÃO específica na estrutura (BURTON-ROBERTS, 1986). É importante ressaltar que os constituintes também são constituídos de outras partes – a es- trutura hierárquica do objeto, no nosso caso, da língua. Voltemos ao exemplo da bicicleta, as par- tes de uma bicicleta devem ser unidas de forma que o produto final seja de fato uma bicicleta! Não podemos conceber a roda no lugar do guidão! Se tomarmos a roda, por exemplo, ela tam- bém tem sua estrutura própria, ou seja, também é constituída de outras partes que lhe conferem a propriedade de roda. Então, uma bicicleta não é apenas um conjunto de componentes, mas sim uma estrutura resultante da combinação harmônica (hierárquica) desses componentes. Por analogia, quando estudamos uma língua, a noção de estrutura é essencial na distinção entre sequências de palavras que formam expressões coerentes e não coerentes. Jacobs (1995, p. 35) afirma:To understand the internal organization of sentences and the distribution of the units forming them, we must consider three major properties of sentence structure: 1. Linearity: Sentences are produced and received in a linear sequence. 2. Hierarchy: Sentences are hierarchically structured, that is, they are not sim- ply sequences of individual words but are made up of word groupings, which themselves may consist of lesser groupings. 3. Categoriality: Sentences are made up of parts which belong to a set of dis- tinct categories, each with its special characteristics. Para que você possa entender melhor as propriedades a que Jacobs se refere, analise os exemplos a seguir: Percebemos claramente que a sequência the president pode ser movida para o início da sentença sem prejuízo para o significado; isso significa que tal sequência forma um constituinte. Já na sentença 3, a estrutura é mal formada, incoerente, porque as palavras foram dispostas de forma aleatória, desrespeitando a organização interna da estrutura do período(linearity). Uma das formas de se analisar o período e seus constituintes, ou seja, de representar a orga- nização hierárquica de seus elementos (hierarchy), é através de diagramas que lembram a forma de uma árvore invertida, daí o nome em inglês TREE DIAGRAM. A Figura 17 mostra como a estru- tura de uma bicicleta pode ser analisada através de uma árvore em diagrama: Figura 17: Parts of a bicycle Fonte: Disponível em http://t1.gstatic.com/im ages?q=tbn:NMDJ_8Sd 9wzPrM%3Ahttp://cbbi- gelow.files.wordpress. com/2009/10/parts- -bicycle.jpg. Acesso em 12 jan.2010. 27 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa Você se lembra que cada parte da bicicleta é formada por outros constituintes? A roda, por exemplo, tem como um de seus componentes o raio, que não está diretamente ligado à bicicle- ta. Por isso, dizemos que a roda, e não que o raio, seja um constituinte imediato da bicicleta. Agora, observe a Figura 18. Você concorda com a representação do diagrama? Parece sim- ples demais, não é? Será que podemos considerar as palavras constituintes imediatos da sen- tença? Você já deve ter chegado à conclusão de que o diagrama não nos revela nada sobre a es- trutura da sentença, mas apenas a ordem em que as palavras aparecem nela; e, ainda assim, não nos fornece explicações ou pistas do por que as palavras foram ordenadas daquela forma. Então, concluímos que as palavras não são os constituintes imediatos das sentenças, mas sim os sintag- mas (phrases) é que são as unidades estruturais formadas pelas palavras. É nesse momento que identificamos as diferentes categorias dos constituintes sentenciais, cada qual com suas proprie- dades específicas (categoriality). Mas, como reconhecer os constituintes de uma sentença? Tradicionalmente, existem três ti- pos de testes que envolvem regras sintáticas e que nos mostram se uma sequência de palavras forma um sintagma (um constituinte) ou não. TeSTe 1: O sintagma deve ter significado independente do resto da sentença: a. Mary will meet [the President.] b. Who will Mary meet? The President • The e president formam uma unidade, portanto the president é um constituinte. a. Mary will [meet the President.] b. What will Mary do? Meet the President. • Meet, The e President também formam uma unidade. Meet The President é um constituinte. Mas, a. *will meet b. *meet the não formam unidades, porque não apresentam uma c. *Mary will sequência lógica. Logo, não são constituintes. TeSTe 2: O sintagma pode ser movido como uma unidade: a. Mary will meet [the President.] b. [The President], Mary will meet. ◄ Figura 19: Sentence – Tree Diagram Fonte: As autoras ◄ Figura 18: Bicycle – Tree diagram Fonte: BURTON-ROBERTS, 1986, p. 9. 28 UAB/Unimontes - 4º Período • The President e Mary Will Meet podem ser movidas como uma unidade para o começo do pe- ríodo sem prejuízo de seu significado. Mas, a. *Will meet, Mary the President b. *Meet the, Mary President estes movimentos não são c. *Friend will, your the President possíveis. TeSTe 3: Substituição do sintagma por um pronome: a. Mary will meet [the President.] Mary will meet him. b. Mary will [meet the President.] Mary will do it. c. [Mary] will meet the President. She will meet the President. A sentença ‘Mary Will Meet Te President’ pode ser representada no diagrama em árvore (tree diagram) da seguinte forma: A partir da próxima seção, você começará a entender melhor a relação de interdependência existente entre os constituintes de uma sentença. See you then! 2.5 Constituintes, categorias e funções sintáticas Na seção 2.2, falamos da importância do conceito de estrutura para o estudo da sintaxe. Vi- mos que as sentenças são dotadas de uma estrutura complexa, rigorosamente organizada, que pode ser dividida em partes, chamadas constituintes. Esses constituintes, por sua vez, podem pertencer a diferentes categorias e apresentar diferentes funções. Vimos, ainda, que as setenças apresentam propriedades básicas que as diferenciam de uma estrutura mal formada. Apresenta- mos, também, os constituency tests, que envolvem regras sintáticase nos ajudam a identificar se determinada sequência de palavras forma constituintes ou não. Nesta seção, exploraremos a estrutura dos constituintes frasais, identificando os principais tipos existentes na língua inglesa. Para tanto, tenha sempre em mente que as sentenças são hie- rarquicamente organizadas em diferentes constituintes, ok? So, let’s go ahead! DiCA CONSTITUENCY TESTS 1. If a group of words can stand alone, they form a constituent. 2. If a group of words can be moved as a unit, they form a constituent. 3. If a group of words can be replaced by a pronoun, they form a constituent. ATiViDADe Phrases form not only SYNTACTIC UNITS, but also SEMANTIC ONES. O que a afirmativa quer dizer? Postes sua resposta no fórum de discussão. Figura 20: Tree diagram (S=Sentence; nP=Noun Phrase; VP=Verb Phrase; n=Noun; V= Verb; DeT=Determinant) Fonte: Elaborado pelas autoras. 29 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa 2.5.1 Sintagmas (phrases) Os falantes nativos de uma língua possuem a habilidade inata de reconhecer diferentes ti- pos de palavras, ou seja, eles conseguem separá-las em diferentes categorias e isto leva à cons- tatação de que cada uma tem um número restrito de funções e de que, consequentemente, há restrições na forma como se combinam para formar sintagmas. Isso quer dizer que os critérios sintáticos usados para estabelecer a categoria lexical de um determinado elemento são basea- dos na sua distribuição, ou seja, existem restrições de co-ocorrência entre os elementos, tendo em vista a classe gramatical a que pertencem. Complicado? Leia a DICA e tente entender a rela- ção entre os termos subordinate/superordinate. Tudo ainda muito obscuro?!? Então, tente se lembrar do exemplo da bicicleta visto na seção 2.2. Que relação de dependência podemos estabelecer entre a roda e o raio? Observe a Figura 21, a seguir: Em outras palavras, dizemos que o raio é um constituinte imediato (immediate constituent) da roda, daí o fato de ser subordinado a ela. Como vimos na seção 2.3, o sintagma é o constituinte imediato de uma sentença ou de uma oração. Os sintagmas, normalmente, • são constituídos de uma ou mais palavras; • são menores do que as sentenças; • não expressam um pensamento completo; e • não têm um sujeito nem um predicado. Todo sintagma tem um elemento central que não pode ser omitido chamado de núcleo (head). Se o núcleo é um substantivo, por exemplo, então o sintagma é denominado sintagma nominal (noun phrase). Weeker e Haegeman (1985) apresentam cinco classificações básicas para os sintagmas, que se baseiam na categoria lexical da palavra-núcleo. Vamos conhecer, agora, os principais tipos de sintagmas, segundo essa classificação. 2.5.1.1 Sintagma nominal (noun phrases - NPs) Como vimos na introdução, o substantivo é o elemento mais importante de um sintagma no- minal. Segundo Jacobs (1995), os sintagmas nominais são usados para fazer referência a coisas so- bre as quais desejamos falar: pessoas, objetos, conceitos, processos e as mais variadas entidades, atendendo a uma necessidade básica do falante - a de ‘fazer referências’ (JACOBS, 1995, p. 97). Vimos, ainda, na seção 2.1.1 que os substantivos participam de estruturas que têm funções gramaticais específicas na sentença. Por exemplo: • Morphosyntax is a complex subject. Subject • They study Morphosyntax at university. Direct object • The professor taught the students to be responsible. indirect object • Morphosyntax is a complex subject. Subject complement • The students consider the teacher an intellectual. Objectcomplement Temos, então, uma categoria frasal (phrasal category) desempenhando diferentes papéis (functions). Como você deve ter observado, os sintagmas nominais dos exemplos dados são for- mados por uma ou mais palavras de diferentes categorias lexicais. Lembra-se das categorias que normalmente entram na formação do sintagma nominal? Vejamos! DiCA Syntactic criteria for es- tablishing the category of anitem are based on its distribution, i.e. co -occurrence restrictions. Each part of speech appears in some typical environments. There are typical elements which are subordinate to it (lo- wer in a hierarchy) and typical elements which are superordinate to it (higher in a hierarchy). E.g. With Nouns: subor- dinate elements (what depends on N?) are Adjectives, Articles, etc. and superordinate ele- ments (what does the N(P) depend on?) are Verbs, Prepositions, etc. Fonte: Disponível em http://web.fhs.utb.cz/ cs/docs/Morphosyn- tax_Zlin.pdf?PHPSES- SID=3360b2cbf495f2c- fed8113e3b880dde6>. Acesso em 12 jan.2010. ◄ Figura 21: Bike Fonte: Disponível em <http://www.fatcatscoo- ter.com/catalog/bike- -the-urban-current.jpg>, adaptado pelas autoras. Acesso em 12 jan. 2010. 30 UAB/Unimontes - 4º Período • the students (determinant + noun) • a complex subject (determinant + adjective + noun) Berk (1999, p. 57), ao se referir ao determinante, afirma que os substantivos raramente apa- recem sozinhos, sendo normalmente acompanhados por modificadores (modifiers). Além disso, como elemento central (head) da NP, é ele quem seleciona o modificador a ser usado. Por exem- plo, na NP the students, você não poderia utilizar o determinante ‘a’ ao invés de ‘the’, pois o nú- cleo ‘students’ está no plural. É importante lembrar que, mesmo que a NP apresente determinan- tes em sua estrutura, é no núcleo que está depositada a carga semântica da NP como um todo. Ainda segundo Berk (1999, p. 67), as gramáticas escolares tradicionais frequentemente tra- tam os modificadores como elementos de pouca relevância, o que ela considera um erro. Se compararmos o determinante e o adjetivo na função de modificadores, veremos que a omissão de um adjetivo em uma NP normalmente não afeta a sua gramaticalidade, o que normalmente não acontece com os determinantes. Na sentença “The red book is about war”, se você omitir o determinante the, a sentença será considerada agramatical; mas, a omissão do adjetivo red não afetará a sua estrutura. A partir da associação entre o elemento núcleo, que pode ser um pronome ou um substan- tivo e seus modificadores (determinantes), são formadas NPs de estrutura mais simples. É impor- tante ressaltar que as NPs de estrutura básica também podem apresentar combinações um tanto complexas entre os determinantes. Para Jacobs (1995, p. 98), a quantidade e a variedade de com- binações possíveis dependem, em primeiro lugar, do tipo de núcleo da NP. Veja alguns exemplos de NPs que possuem o mesmo núcleo associado a diferentes determinantes: • students • the students • all the students • all the 50 students Veremos agora, com mais detalhes, como se organizam os elementos que, normalmen- te, constituem uma NP básica. Nos exemplos a seguir, as partes sublinhadas das sentenças são exemplos de NPs básicas: Os pronomes são uma classe especial de substantivos que ‘substituem’ NPs inteiras, já que normalmente não ocorrem na presença de determinantes. Assim como os pronomes pessoais, outros tipos de pronomes (reflexive, possessive, relative, demonstrative, interrogative) são tam- bém NPs básicas. Veja no Quadro 4, por exemplo, que ‘this’ e ‘that’ ora funcionam como prono- mes, ora como determinantes: Quadro 4 - Pronoun / Determinante Fonte: Disponível emucl.ac.uk/internet-grammar/determin/xdetm2.htm. Acesso em 12 jan. 2010. GLOSSÁRiO Modifier: função gramatical exercida por um elemento, que pode ser um determinante (noun modifier), um adjetivo, um advérbio, um sintagma ou uma oração (exercendo o papel de um adjetivo ou advérbio). DiCA Basic Principle Modifiers are like teenagers: they fall in love with whatever they’re next to. Make sure they’re next to something they ought to modify! Fonte: Disponível em http://grammar. ccc.commnet.edu/ grammar/modifiers. htm. Acesso em 12 jan.2010. 31 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa Os determinantes sempre precedem um substantivo; os pronomes são mais independentes, pois exercem função semelhante a dos substantivos. Observe: This is a very boring book. ivanhoe is a very boring book. That’s an excellent film. Witness is an excellent film. Mas this e that como determinantes não podem ser substituídos por substantivos: This book is very boring. *ivanhoe book is very boring. That film is excellent. *Witness film is excellent. Outra relação interessante a ser observada ocorre entre os pronomes possessivos e os adje- tivos possessivos. Observe o Quadro 5: Quadro 5 - Possessive Pronoun X Determinante Possessive Pronoun Determinante The white car is mine. My car is white. Yours is the blue coat. Your coat is blue. The car in the garage is his/hers. His/her car is in the garage. David’s house is big, but ours is bigger. Our house is bigger than David’s. Theirs is the house on the left. Their house is on the left. Fonte: Disponível em ucl.ac.uk/internet-grammar/determin/xdetm2.htm. Acesso em 12 jan. 2010. DiCA Os adjetivos possessivos são também conhe- cidos como determi- nantes possessivos, justamente por terem a característica de acom- panhar um substantivo. Isso não ocorre com os pronomes possessivos (mine, ◄ Figura 22: Cell phone Fonte: Disponível em fre- egracetracts.com/images/ cell_phone.gif. Acesso em 12 jan. 2010. 32 UAB/Unimontes - 4º Período Além dos pronomes, os numerais (numerals), sejam cardinais (‘one’, ‘two’, etc.) ou ordinais (‘first’, ‘second’, etc.) também formam NPs básicas como em: Two is better than one. The two of us Mas, quando aparecem antes de um substantivo, são determinantes: Como você deve ter percebido, as NPs de estrutura básica podem ser formadas por prono- mes ou numerais, mas são compostas principalmente por um substantivo-núcleo com determi- nantes, que podem apresentar combinações complexas. É o que veremos a seguir. Lembre-se sempre: o substantivo-núcleo de uma NP é o elemento central e fator decisivo na realização de suas funções sintáticas como um todo. É a partir dele que se estabelecem as relações sintáticas com os demais elementos da NP. De acordo com Weeker e Haegeman (1985, p.37), os determinantes podem ser classifica- dos como pre, central and postdeterminers, dependendo da posição que ocupam antes do substantivo. Quadro 6 - Types of Determiners Fonte: Disponível em ucl.ac.uk/internet-grammar/determin/xdetm3.htm - adaptado pelas autoras. Acesso em 12 jan. 2010. No Quadro 6, você pode observar a ocorrência dos três tipos de determinantes em uma mesma sentença, o que não é comum. Raramente vamos encontrar uma sequência como essa. Normalmente, temos o central determiner acompanhado de um pre ou postdeterminer. Reveja a Figura 12 da seção 2.1.1, que traz um resumo dos principais determinantes e tente associá-la ao Quadro 6. Segundo Jacobs: Noun phrases can also be very complex. They sometimes have a possessive noun phrase instead of a determiner, like Yeltsin’s in several of Yeltsin’s suppor- ters, and they may also contain prepositional phrases, adjective phrases, and embedded clauses [orações encaixadas]. (JACOBS, 1995, p. 104) DiCA “NPs are the actors and the influenced in human discourse. Without NPs there would be no agents, no patients, noexperien- cers, no recipients. It is no accident that the first words that babiesacquire are nouns. Our world is full of things with physical reality and nounsallow us to refer to those things. But while NPs often refer to entities, they can also refer to abstractions and even propositions. The grammatical roles they play – subject, direct object, indirect object, subject complement, and object comple- ment – place NPs into a complex relationship with the verb phrase” (BERK, 1999, p. 95). ATiViDADe Acesse o link: http://pa- pyr.com/hypertextboo ks/grammar/ph_noun. htm, e você poderá fa- zer uma leitura interes- sante sobre a comple- xidade dos sintagmas nominais. Aproveite e faça um estudo compa- rativo entre o que vimos sobre as NPs e o que texto online apresenta. Poste as comparações no fórum de discussão. 33 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa Vamos, agora, conhecer um pouco mais sobre outros tipos de sintagmas (phrases). 2.6 Sintagma preposicional (prepositional phrase - PP) Os sintagmas preposicionais são formados por uma preposição seguida de uma NP. Como são usados para mostrar relação, podem ser adicionados ou omitidos sem afetar o significado, num dado contexto, ou a estrutura da sentença. Veja nos exemplos a seguir as funções desem- penhadas por uma PP: Como você pode perceber, temos a categoria frasal PP exercendo diferentes papéis. Agora, analise os exemplos dados na Figura 23 e tente descobrir a função das Pps. ◄ Figura 23: Examples of prepositional phrases. Fonte: Disponível em http://www.towson.edu/ ows/prep1.jpg. Acesso em 12 jan. 2010. 34 UAB/Unimontes - 4º Período Hard work? Então, vejamos! After several minutes funciona como advérbio (ideia de tempo) e modifica a oração we located the key; for the door funciona como adjetivo e modifica a NP the key; of tiny swallows funciona como substantivo e modifica a NP the flock; over the trees (ideia de direção) e near the lake (ideia de lugar) funcionam como advérbio e modificam o verbo flew. Did you get it? Vamos, então, conhecer o sintagma adjetivo. 2.6.1 Sintagma adjetivo (adjective phrase - AdjP) Como o próprio nome sugere, as AdjPs têm como núcleo um adjetivo. Uma de suas funções é modificar uma NP, mas, segundo Berker (1999, p. 180), às vezes os adjetivos presentes em uma NP têm sua própria estrutura interna. Na NP a large white building, por exemplo, tanto o adjetivo large quanto o adjetivo white modificam building; mas uma NP como a light blue dress é poten- cialmente ambígua, pois a interpretação depende do fato de light modificar blue ou dress. Não vamos discutir aqui as possíveis saídas para se evitar a dupla interpretação. Apenas gostaríamos de chamar sua atenção para a importância da relação entre outros níveis de análise linguística (nesse caso, a semântica e a fonologia) e a sintaxe. A ambiguidade presente na NP a light blue dress pode ser evitada no nível da fala aplicando-se algumas regras fonológicas como a acentua- ção da palavra que se deseja enfatizar. As AdjPs frequentemente apresentam em sua estrutura advérbios ou outros elementos mo- dificando o adjetivo-núcleo. Observe: O adjetivo-núcleo também pode ser seguido de uma PP ou de uma oração, que servem como complemento desse núcleo. Observe: As AdjPs são construções relativamente simples, o que não se pode dizer das construções adverbiais, que são complexas e heterogêneas. A tarefa de agrupar os advérbios em categorias, sejam elas semânticas ou sintáticas, é extremamente árdua, pois é a classe gramatical que apre- senta mais variações (BERK, 1999). Portanto, não nos ateremos à complexidade do sistema adver- bial, mas faremos a seguir uma breve apresentação desse sintagma. 35 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa 2.7 Sintagma adverbial (adverbial phrase - AdvP) Você provavelmente já sabe qual categoria lexical funciona como núcleo de uma AdvP, right? O advérbio, claro! Mas, nesse momento, é importante que você se lembre do que estuda- mos na seção 2.1.4, ou seja, a maioria dos advérbios modifica orações e verbos; mas existe uma categoria de advérbios cuja principal função é a de modificar adjetivos ou outros advérbios – são os advérbios de intensidade (degree adverbs ou intensifiers). Essa categoria jamais exercerá o pa- pel de núcleo na AdvP, não podendo, portanto, ser modificada por nenhum outro elemento. Veja os exemplos a seguir: Os exemplos dados ilustram estruturas básicas que apresentam o advérbio como constituin- te, sendo a AdvP um constituinte da sentença e o intensifier um constituinte do sintagma ao qual pertence. 2.7.1 Sintagma verbal (verb phrase - VP) “The verb phrase is the heart of the sentence” (BERK, 1999, p. 97). Você consegue imaginar a importância que a VP tem, a partir da afirmativa da Beker? Pense na importância do coração para o corpo humano. A estrutura verbal, assim como o coração para o ser humano, pode ser conside- rada um elemento vital para a sentença, jamais opcional. Tendo em vista a extensão e a complexidade das questões envolvendo a VP, optamos por descrevê-las na Unidade 3, que apresenta um contexto mais adequado (falaremos sobre a estru- tura da sentença e dos processos de coordenação e subordinação) para tratar deste assunto. É importante deixar claro que, ao usarmos a expressão verb phrase, estaremos nos referindo ao predicado como um todo, que é o papel desempenhado pela grande maioria das VPs em uma sentença, ok? Basicamente, as VPs são constituídas pelos verbos da sentença e seus modificado- res, se for o caso. Observe o exemplo a seguir: 36 UAB/Unimontes - 4º Período No exemplo dado, o predicado em destaque tem como núcleo apenas o verbo is, que liga o sujeito the professor à AdjP very proud of their students, e a PP of their students complementa a ideia do adjetivo-núcleo proud. Esse tipo de predicado é bastante simples por apresentar um único verbo em sua estrutura. Em Inglês, o predicado de uma oração (clause) sempre contém um verbo e, quase sempre, um sintagma (phrase) em torno dele. Na Unidade 3, estudaremos a VP inserida em estruturas sintáticas mais complexas, all right? Encerramos aqui a Unidade 2. Não deixe de revisar os tópicos estudados até então, pois eles serão de suma importância para uma melhor compreensão da Unidade 3. Stay tunned!!! Referências BERK, Lynn M. english Syntax: from word to discourse. Oxford: OUP, 1999. BIBER, Douglas et al. Longman Grammar of Spoken and Written english. England: Pearson Education Limited, 1999. BURTON-ROBERTS, Noel. Analysing Sentences: an introduction to English syntax. New York: Longman, 1986. CELCE-MURCIA, Marianne; LARSEN-FREEMAN, Diane. The Grammar Book: an ESL/EFL Teacher’s Course. 2nd ed. Boston, MA, 1999. CULICOVER, Peter. Autonomy, predication, and thematic relations. In: WILKINS, Wendy (Ed.). Syn- tax and Semantics Vol. 21: Thematic Relations. San Diego: Academic Press, 1988. P.37-60 apud BERK, Lynn M. English Syntax: from word to discourse. Oxford: OUP, 1999. JACOBS, Roderick A. english Syntax: a grammar for English language professionals. Oxford: OUP, 1995. WEKKER, Herman; HAEGEMAN, Liliane. A Modern Course in english Syntax. Kent, UK: Croom Helm, 1985. DiCA Que tal visitar o Jardim das Frases?!? DiCA A palavra fast, dentre outras, pode funcionar como adjetivo ou como advérbio, dependendo da sentença em que ocorre. Veja: This is a fast car. (ad- jective – modifies the noun car) He ran fast. (adverb – modifies the verb ran) 37 Letras Inglês - Morfossintaxe da Língua Inglesa UniDADe 3 Estrutura da sentença: coordenação e subordinação 3.1 Introdução Na Unidade 2 deste Caderno, você teve a oportunidade de entender melhor a relação entre as classes de palavras na perspectiva da análise sintática funcional e como as palavras devem ser organizadas para formar
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