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3º) e os instrumentos necessários para executá-la (arts. 5º e 6º). Quais as principais falhas que os órgãos de controle encontram nas fiscalizações? Como evitá-las para que não haja reincidência? Vamos conversar sobre isso no próximo tópico. 22 Estruturas de Gestão Pública Tr ib un al d e Co nt as d a Un iã o 6. Principais falhas Vistos os principais sistemas integrantes da APF, passemos às principais falhas que os acometem. TCU FISCALIZA PORTO DE VITÓRIA O TCU multou ex-diretores do Porto de Vitória (ES) por contrata- rem empresa sem licitação, para construção de obras necessárias à movimentação de carga no Porto de Vitória. Os gestores não observaram a legislação federal sobre licitações e contratos, que prevê a necessidade de realização de procedimentos licitatórios para despesas como as realizadas no Porto de Vitória. Entretanto, o TCU autorizou a manutenção do contrato até o término da vigência ou a conclusão do procedimento licitatório para arrendamento da área em que empresa encontra-se instalada. Fonte: http://portal2.tcu.gov.br/ portal/page/portal/TCU/imprensa/- noticias/detalhes_noticias?no- ticia=2385609 Antes de tudo, é necessário esclarecer que boa parte das falhas são causadas por erros em mais de um sistema. Além disso, na maioria das vezes, várias atividades do Ciclo de Gestão são realizadas por um mesmo órgão, como as subsecretarias de planejamento, orçamento e adminis- tração (SPOA). Logo, é tarefa difícil especificar que determinada falha pertence a dado sistema. Em resumo, abordaremos as falhas mais comuns que acometem a execução dos gastos públicos, suas possíveis causas e tratamentos. 23 Tribunal de Contas da União Aula 2 - Ciclo de G estão na Adm inistração Pública Federal Falhas Causas Tratamentos Falta de estabelecimento e mensuração de indicadores de gestão aptos a verificar a economicidade, eficiência, eficácia e efetividade da atividade administrativa. Negligência da alta administração da unidade, ou seja, é uma falha da gerência. Definição de indicadores de gestão, de modo a medir o desempenho dos órgãos, com ênfase no ao alcance de resultados. Os indicadores devem ser bem elaborados, de modo a representar com fidedignidade a atuação administrativa e permitir melhora contínua da gestão. Inexecução física das metas, em contraposição à execução financeira completa. É possível que essa falha seja de planejamento (se as metas estiverem sido estabelecidas erroneamente) ou de execução do orçamento (se os recursos reservados à meta tiverem sido aplicados em outras finalidades). Elaborar adequadamente o planejamento e observar a execução do orçamento. Falhas relativas a licitação e contratação em geral, tais como: • Dispensa indevida de procedimento licitatório; • Fracionamento de despesas; • Má formulação dos termos de referência e das estimativas de preços; • Exigências que restringem a competitividade da licitação; • Má fiscalização da execução contratual; • Pagamentos antecipados; • Repactuações indevidas; • Acréscimos quantitativos e qualitativos indevidos; • Despesas irregulares, como, por exemplo, com desvio de finalidade (festividades, proveito pessoal, etc). Existem várias causas para as falhas ora relatadas, como: desconhecimento da legislação aplicável, desconhecimento da jurisprudência do TCU, ausência de manual de procedimentos, pouca clareza na definição de responsabilidades, etc. Capacitação de pessoal, estabelecimento de rotinas de procedimentos e atribuição clara de responsabilidades são medidas essenciais para evitar a ocorrência dessas falhas. Falhas relativas a convênios: • Falhas na celebração; • Falhas na fiscalização da execução; • Falta de cobrança e análise da prestação de contas; • Intempestividade dos registros no Siafi. Mesmas causas mencionadas nas falhas relativas à licitação e contratação. Mesmos tratamentos mencionados nas falhas relativas a licitação e contratação. 24 Estruturas de Gestão Pública Tr ib un al d e Co nt as d a Un iã o Inobservância da legislação orçamentária, como, por exemplo, descumprimento das vedações do art. 167 da CF/1988, tais como: • Início de programas ou projetos não incluídos na LOA; • Realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; • Realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta; • Transposição, remanejamento ou transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; • Transferência voluntária de recursos e concessão de empréstimos para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Deficiências no planejamento e no orçamento, pois refletem a execução de gastos inicialmente não previstos. A má qualificação de pessoal e a inobservância das normas. Realizar estudos e levantamentos, para subsidiar o planejamento dos gastos. Respeitar as regras orçamentárias. Capacitar adequadamente o pessoal envolvido na atividade. Irregularidades na utilização de suprimentos de fundos e do cartão de pagamento do Governo Federal (chamado cartão corporativo). Decorrem da inobservância das regras orçamentárias e financeiras e da má qualificação de pessoal. Logo, as soluções para essas falhas são as mesmas para as impropriedades comentadas anteriormente. Realizar estudos e levantamentos, para subsidiar o planejamento dos gastos. Respeitar as regras orçamentárias. Capacitar adequadamente o pessoal envolvido na atividade. Falhas em concessão de diárias e passagens, como ausência de justificativa/motivação para a viagem e ausência dos canhotos dos cartões de embarque. Também decorrem da inobservância das regras orçamentárias e financeiras e da má qualificação de pessoal. As soluções mencionadas acima também servem para este caso (realizar estudos e levantamentos, para subsidiar o planejamento dos gastos, respeitar as regras orçamentárias e capacitar adequadamente o pessoal envolvido na atividade). Em atendimento ao princípio da motivação, as justificativas para a realização da viagem devem ser expostas e formalizadas. Em observância ao princípio da prestação de contas, os canhotos de embarque e os relatórios de viagem devem ser anexados ao processo, para comprovar que a viagem efetivamente ocorreu e atingiu seus objetivos. 25 Tribunal de Contas da União Aula 2 - Ciclo de G estão na Adm inistração Pública Federal Terceirização de atividades finalísticas. Inobservância da legislação e das normas que definem os planos de cargos e salários da unidade. Selecionar pessoal mediante concurso, para esses casos. As atividades previstas nos planos de cargos e salários dos órgãos e entidades não podem ser terceirizadas, pois isso configura fuga à realização de concurso público. Cessões irregulares de pessoal. Essas falhas decorrem da inobservância da legislação de pessoal. Observar a legislação específica sobre as cessões de pessoal na Administração Pública. Estabelecimento de remuneração e vantagens dos servidores em desacordo com a legislação. Também decorrem da inobservância da legislação de pessoal. O tratamento deve ser o mesmo: observar a legislação, sobretudo a Lei 8.112/1990, o Decreto-Lei 5.452/1943 (CLT) e as leis específicas que definem os planos de cargos e salários dos órgãos e entidades. Descumprimento de determinações do TCU. Decorrem da negligência dos órgãos de controle interno e da alta gerência da unidade. Os órgãos de controle interno devem ficar atentos às determinações do TCU e auxiliar