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MÉTODOS DE COLETAS DE DADOS Apresentar noções básicas dos métodos para coletas de dados e analisar os dados coletados da rede, mostrando a importância de uma devida análise para as tomadas de decisão. Introdução A coleta de dados para Menascé e Almeida (2002) é fundamental para uma gestão eficaz quando pensamos em TIC, consiste no ato de pesquisar, coletar dados da rede, coletar dados de servidores, juntar documentos e provas, de forma a facilitar uma posterior análise. A internet é um organismo vivo em constante expansão. Os principais fatores para crescimento dos serviços web são as migrações de serviços tradicionais para a internet, a criação de novos serviços virtuais, os benefícios de escala e custo e a acessibilidade (KUROSE, 2006). Mostraremos alguns estudos de casos com dados coletados e formatados que ajudarão a avaliar os acordes de nível de serviço entre o cliente e a empresa, evidenciando que um planejamento malfeito poderá trazer enormes prejuízos à empresa. Coleta de Dados Metodologia para coleta de dados Comenta Claise e Wolter (2011) ao iniciar um trabalho de análise de desempenho, algumas perguntas devem ser respondidas, pensando em cada tipo de serviço ou aplicação na rede: 1. O que coletar? 2. Quem é o usuário? 3. Como medir? 4. Onde coletar? 1 - Detalhes da coleta de dados: o que coletar ? Pensando em redes de computadores a resposta depende do problema, as informações mais importantes e mais usuais segundo Claise e Wolter (2011) são apresentadas abaixo. · IP source address · IP destination address · Source port · Destination port · Protocol field · ToS field · Input or output (sub)interface Destes elementos podemos extrair diversas informações, como: · Utilização de CPU no elemento de rede à medida que mais registros de dados são classificados e processados; · Utilização de memória no elemento de rede à medida que mais registros de dados são mantidos; · Largura de banda entre o elemento de rede e o gerenciamento para transferir os dados; · Dados processados e mantidos pelo sistema de gerenciamento de rede. Usuários de redes 2 - Detalhes do usuário Muitos aplicativos exigem a conta do usuário: monitoramento e criação de perfis de usuários, faturamento, análise de segurança e assim por diante (CLAISE; WOLTER, 2011). Sendo assim alguns itens devem ser levados em consideração. · Qual é a precisão da base de dados da conta dos clientes? · No caso de alterações na atribuição de características de rede (endereço IP, endereço MAC, VPN, PVC ou equivalente), qual é o processo para atualizar o banco de dados? · Em caso de alterações na alocação de características de rede, quanto tempo demora a atualização antes de o banco de dados estar atualizado? · Os usuários múltiplos em um local (como uma rede doméstica) usam as mesmas características de rede? Segmentos de rede 3 - Métodos de medição: como coletar registros de dados Para Claise e Wolter (2011) com uma definição clara do que coletar e quem é o usuário, a questão de como coletar registros de dados torna-se relevante. Os seguintes detalhes precisam ser considerados para medição: · Posição de onde coletar os dados, na interface do dispositivo ou no core da rede; · Coleta unidirecional ou bidirecional; · Precisão da coleta; · Granularidade, que significa agregar pacotes em fluxos ou agregar múltiplos medidores em um único valor; · Algoritmo de coleta, significa inspecionar cada pacote com uma coleção completa, ou apenas alguns pacotes por amostragem; · Inspecionar o conteúdo do pacote para seleção com filtragem; · Adicionar detalhes aos conjuntos de dados coletados, tais como etiquetas de data, hora e somas de verificação; · Detalhes de exportação, como protocolos, frequência, compressão e segurança. 4 - Posições de medição: onde coletar registros de dados Depois de decidir como medir, o próximo passo será onde posicionar os dispositivos de medição da rede. Considere as seguintes opções para posições dos medidores: · Ponto de medição na borda oposta ao núcleo da rede. · Ponto de medição no elemento de rede ou no dispositivo do usuário final. · Alavancar agentes integrados em elementos de rede ou implantar sondas dedicadas. · Pacotes de ingresso em comparação com os pacotes de egresso. Pontos de coletas de dados Desempenho de um website – Caso 1 Uma rede virtual de revenda de equipamentos oferece, aos usuários de um website, visitas para consultar e enviar requisições de compra de produtos eletrônicos, distribuídos em várias revendas espalhadas pelo território nacional. A base de dados possui uma gama completa de produtos, que consiste em imagem, marca, valor e outras informações, como características técnicas e funcionais, e é totalmente acessível na web. Possui, ainda, alguns tipos de requisições, como: · Pedidos de documentos e imagens. · Requisições de consulta no banco de dados de acordo com os critérios: marca, modelo e distância do frete. · Pedidos de compra. É importante que o tempo de resposta do website seja aceitável, em caso contrário, os usuários utilizarão outros sites e a empresa acabará perdendo negócios e, assim, haverá prejuízos. A revenda virtual de produtos deseja negociar novos acordos de parceria com outras empresas, o que aumentará a disponibilidade dos produtos e o número de requisições enviadas ao site. Os novos acordos serão inseridos gradualmente e deverão aumentar a taxa atual de chegada de pedidos em 10% no primeiro estágio, depois 20% e, finalmente, 30%. A aplicação mais crítica é a transação de consulta. Foi observado que se o tempo de resposta para essa transação ultrapassar os 4 segundos, mas permanecer abaixo dos 6 segundos, 65% das transações de consulta serão perdidas, pois os usuários cancelarão a consulta e vendas em potencial não serão realizadas. Se o tempo de resposta for superior a 6 segundos no servidor web, então 95% dos pedidos de consulta serão cancelados. A esses limites superiores no tempo de resposta chamamos de Níveis de serviço. Outros exemplos são: · Taxa de processamento (Throughput) taxa de processamento mínima exibida por um servidor (por exemplo, pelo menos 100 pedidos web processados por segundo). · Disponibilidade mínima do website (por exemplo, o website deve estar disponível por, pelo menos, 99,99% do tempo). · Porcentagem de transações que emitem um tempo de resposta inferior ou igual a certo valor (por exemplo, 95% das transações deverão exibir um tempo de resposta que não ultrapasse os 2 segundos). Disponibilidade de servidores WEB - Caso 2 Vamos aplicar alguns conceitos, utilizando dados de logs de registros dos servidores, para melhorar a disponibilidade. Podemos aplicar dois itens, o primeiro é a redução da frequência de falhas (+ MTTF) e a segunda é a redução do tempo de recuperação (- MTTR), neste caso devem ser observados os seguintes itens: · Tempo para detectar a falha. · Tempo para diagnosticar a causa da falha. · Tempo para determinar possíveis soluções. · Tempo para corrigir o problema. · Log — Histórico de recuperações passadas auxiliam na diminuição do MTTR. Considere um website composto de dois servidores web: um de aplicação e um de banco de dados. Supondo que os dados históricos mostrem que o servidor de aplicação é reinicializado a cada 20 dias em média, ficando por um período de 10 minutos indisponível, calcule qual a disponibilidade do servidor de aplicação. A primeira etapa é descobrir o MTTF, assim temos: MTTF = 20x24x60 = 28.800 Ou seja, os 20 dias de parada vezes 24 horas por dia vezes 60 para achar o valor em minutos. Agora calcularemos a disponibilidade. Disponibilidade = MTTF / (MTTF + MTTR) Disponibilidade = 28.800 / (28.800 + 10) = 0,99965, ou seja: Disponibilidade = 99,9% um sistema bem controlado Vamos analisar agora a razão entre confiabilidade e disponibilidade de um sistema. Sabemos que: · Confiabilidade: é a probabilidade de que o sistema esteja funcionando correta e constantemente por um período de tempo determinado. · Disponibilidade: baseia-se na noção de que um componente (ou sistema) alternapor períodos em que está operacional (ou períodos ativos) e períodos em que está parado (ou período inativo). Analisemos agora a confiabilidade de um sistema. Um sistema baseado em componentes apresentará a confiabilidade produto de seus itens. Imaginemos um website composto por: · Servidor web com disponibilidade de 0,9. · Servidor de aplicação com disponibilidade de 0,95. · Servidor de banco de dados com disponibilidade de 0,99. Confiabilidade = 0,9 x 0,95 x 0,99 = 0,84645. Com base neste cenário, determine o aumento da disponibilidade no site melhorando 0,05 no componente de maior impacto na disponibilidade geral. Servidor web passa para 0,95, sendo assim: Confiabilidade = 0,95 x 0,95 x 0,99 = 0,89348 Transferências de Arquivos - Caso 3 Sabemos que links de conexão normalmente se medem em Kbps ou Mbps (kilobits e megabits) por segundo e que para achar as taxas a partir de conversão de bytes, deve-se sempre multiplicar por oito (byte em bit). Sendo assim, analisemos o cenário de uma empresa que necessita transferir 70 figuras de 8KBytes cada uma, através de um link de dados de 256kbps. O gerente de TI quer saber quanto tempo demora essa transmissão. Calculemos: Tempo = (70 (figuras) X 8 (Kilobytes) X 8 (convertendo para bits)) / 256 (Banda) Tempo = (70 X 8 X 8) / 256 Tempo = 17,5 segundos Upgrade do ambiente – Caso 4 A empresa ABC Tecnology possui 60.000 funcionários, interligados pela intranet, que permite aplicações para treinamento, Rh, despesas de viagem, Help-Desk (atendimento de dúvidas) e notícias. A sua aplicação de Help-Desk é a principal do sistema onde 10% dos funcionários enviam uma requisição ao Help-Desk, em média, todos os dias, 70% das requisições entre 10h00 e 12h00 e 14h00 e 16h00. A empresa deseja mudar o SO dos desktops e isso deve dobrar o tempo de resposta. Vamos calcular primeiro a quantidade de requisições que são feitas no sistema. Requisições = (60.000 x 10% x 70%) = 4.200 requisições durante 4 horas de pico. Requisições = 4.200 Baseado no período de pico que de acordo com o cenário é de 4 horas, qual número de requisições/segundo atual no pico? Total de Requisições no pico = (4.200 / 4 / 3.600) Total de Requisições no pico = 0,29 requisições/segundo Calculamos então o total de requisições, dividido pelo período de 4 horas e dividimos por 3.600 para acharmos o valor por segundo. Neste caso, podemos ainda sugerir para esse cenário num eventual upgrade do ambiente a troca de CPU, a inclusão de mais processadores, a inclusão de mais discos no servidor, a divisão de carga de trabalho, entre outras melhorias. Quiz Exercício Final MÉTODOS DE COLETAS DE DADOS INICIAR Referências CLAISE, B.; WOLTER, R. Network Management. 1. ed. Indianapolis: Cisco Press, 2011. KUROSE, J. F. Redes de computadores e a internet. 3. ed. São Paulo: Pearson/Prentice Hall, 2006. MENASCÉ, Daniel; ALMEIDA, Virgílio. Planejamento de Capacidade para Serviços na WEB. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
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