Buscar

Curso de didática

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1.1 A Didática e o trabalho docente
A Didática está presente nos currículos dos cursos que formam professores, entretanto, pode-se manifestar utilizando outras nomenclaturas, como a organização do trabalho pedagógico, entre outras, sua proposta tem como objeto de investigação, questões voltadas para o ensino, subsidiando a ação do profissional da educação na escola e aprimorando a comunicação em sala de aula.  Ao ensinar é importante analisar nossa postura profissional, aprimorando a interação com os alunos, favorecendo a construção do conhecimento escolar. Evidencia-se a necessidade de lançar um olhar atento à sala de aula, olhando para os alunos, observando suas expressões verbais e não verbais, seu nível de compreensão, suas necessidades, sabendo que nossas ações são sempre intencionais e marcadas por nossas concepções sobre educação.
É necessário identificar se alunos apresentam dúvidas, mas não as manifestam e levá-los a dialogar com os conteúdos, posicionando-se de forma crítica e reflexiva, ao ensinar deixamos marcas em nossos alunos, é importante que sejam positivas e contribuam para a sua formação. A Didática não pode ser concebida na perspectiva da racionalidade técnica, que considera o espaço de prática como de aplicação de técnicas e fórmulas, é necessário destacar o seu importante papel na formação de professores.
Os primeiros registros sobre a Didática referem-se ao início da Educação brasileira no período jesuítico, entretanto, sem o uso do termo específico, seu surgimento foi influenciado por teorias sociológicas, psicológicas e filosóficas, e representava um conjunto de regras do ensino, registradas no Ratio Studiorum dos jesuítas.
Partindo do princípio de uma educação para todos, menos excludente, surge Jan Amos Comenius (1529-1641) o precursor da Didática, a conceituou como a “arte de ensinar tudo a todos”, publicou o livro: A Didactica Magna, publicado em Amsterdã, em 1657. Assentada nos princípios da Pedagogia tradicional, a Didática, em seus primórdios, estava voltada para a instrumentalização do ensino, compreendendo um conjunto de técnicas voltadas ao ensino.
Um dos aspectos que mais chama a atenção na obra comeniana é o fato de ser pautada em textos bíblicos, ou seja, o autor tenta unir religiosidade e ciência, o que alguns estudos chamam de perspectiva barroca de pensamento: “E vós pais, não provoqueis a ira de vossos filhos, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (COMENIUS, 1977, p. 83 apud DIAS, 2009, p. 4).
A Didática acompanhou o desenvolvimento do pensamento pedagógico brasileiro, passando por transformações ao longo do tempo, sendo caracterizada a partir do momento histórico e de concepções pedagógicas e princípios filosóficos. Na escola tradicional o professor assume o centro do processo de ensino e aprendizagem, de forma autoritária, como transmissor do conhecimento desvinculado das experiências do aluno. Considerava a criança como um adulto em miniatura, não ajustando seu método às características da infância. Conteúdos eram verdades absolutas, ensino enciclopédico, trabalhava com grande volume de informações e de forma descontextualizada, privilegiando a exposição oral.
Em meados da década de 1920, com a tendência Liberal Renovada Progressivista (Escola Nova), o centro do processo passa a ser o aluno, valorizando as metodologias ativas e a autoavaliação. Um dos marcos dessa proposta foi o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, em 1932, que denunciava os problemas educacionais propondo um novo modelo de educação. O professor como facilitador trabalhava com situações problema, desafios, ficando bem conhecida a frase de Dewey, que afirmava que só se aprende a fazer fazendo. O aluno passa a ser sujeito de sua aprendizagem, defende a importância do ensino estar voltado para os interesses das crianças. A criança deixa de ser um adulto em miniatura, para respeitar suas fases de desenvolvimento humano.
Com a influência da Psicologia da Educação, surge no Brasil a Tendência Liberal não diretiva, de Carl Rogers. Os conteúdos de ensino passam a exercer um papel secundário, valorizando o relacionamento humano, sendo comparada a educação a uma terapia, sendo o professor especializado nas questões que envolvem o relacionamento humano. As questões pedagógicas tornam-se secundárias, pois o alvo são as questões psicológicas. Devido à dificuldade de aplicação na realidade educacional brasileira passa a ser utilizada em clínicas psicologias e na orientação educacional.
Com o desenvolvimento do processo de industrialização no século XX, surge a Tendência Liberal Tecnicista apoiada na tecnologia educacional da época e em modelo americano de educação, baseado nos pressupostos teóricos de Skinner, valorizava o estímulo, buscando formação rápida e eficaz, para tornar os indivíduos produtivos para atender as necessidades do mercado de trabalho. O professor passa a ser um técnico que executa o ensino que foi pensado por outros, ou seja, por profissionais que atuavam nas secretarias de educação. O caráter instrumental da Didática fica mais evidente, com ênfase nos objetivos instrucionais, na seleção de conteúdos e nas estratégias de ensino e no uso dos meios e técnicas mais eficazes. O professor passa ser um executor do planejamento de ensino, que foi idealizado e construído por especialistas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n. 5.692/71 surgiu nesse contexto. Surge no Brasil também uma infinidade de cursos profissionalizantes e o ensino brasileiro fica mais excludente e elitizado.
Quero que você analise a Didática a partir das Tendências críticas na Educação, as tendências Progressistas, que surgiram no Brasil como um processo de crítica ao tecnicismo e ao regime militar, educadores não aceitam as propostas educacionais oficiais, apoiados na concepção crítico-reprodutivista da educação que indicavam a necessidade de investigar a relação da educação com a sociedade.
A Pedagogia Freireana, denominada Libertadora, não apresenta uma concepção de Didática, o ensino passa a ser um processo dialógico centrado em temas sociais e políticos enfatizando o aluno como sujeito de transformação.
Freire preocupava-se com a educação das pessoas menos favorecidas, considerando o adulto analfabeto como vítima de uma sociedade injusta e desigual, assim, a Didática precisava ir além dos métodos e técnicas, assumindo um papel importante na formação de professores, em uma perspectiva crítica de educação, sua marca de atuação era a educação não formal.
Com a pedagogia histórica-crítica, a Didática apoia-se nas concepções históricas do materialismo histórico concebido por Marx, pensa-se dialeticamente a prática pedagógica, concebendo uma visão de homem, mundo e sociedade coerente com seus pressupostos, abandonando-se a ideologia da falsa neutralidade. A escola passa a ser o local privilegiado para a difusão do conhecimento contextualizado, partindo da realidade concreta dos educandos. A Pedagogia Histórico-crítica tem como fundamento o método dialético de construção do conhecimento escolar.
Partindo dos pressupostos teóricos de Saviani, apoiadas em Gasparin (2003), o método dialético de construção do conhecimento escolar parte da síncrese para chegar à síntese, ou seja, de um conhecimento empírico do senso comum, para se chegar a um saber mais elaborado, assim, o professor dialeticamente unifica saberes. Seu desenvolvimento se dá por plano de unidades que seguem etapas estruturadas e articuladas entre si, composto de cinco etapas.
As mudanças sociais, tecnológicas, econômicas e políticas são intensas na última década; na primeira fase – Prática Social Inicial, o professor desafia o aluno a trazer a sua realidade, seus saberes prévios para a escola, ao mesmo tempo em que mostra o quanto já sabem. Valorizando todo esse conhecimento, ocorre a “[...] mobilização do aluno para construção do conhecimento escolar” (GASPARIN, 2003, p. 15). Os saberes são socializados e relacionados com sua vida cotidiana, a disciplina seria apresentada aos alunos, onde o professor deixaria claroos seus objetivos e se tornaria um momento de intenso diálogo entre professor e aluno. Sendo assim, a partir do que os alunos já conhecem, o professor organiza a sua ação. O aluno é percebido como sujeito histórico, produtor de saberes, o conteúdo o objeto de conhecimento vinculado às realidades sociais, nessa perspectiva, o professor é o mediador.
De acordo com Gasparin (2003), o professor pode organizar o conteúdo em tópicos e objetivos, verificando a vivência do aluno sobre os conteúdos:
O que o aluno já sabe
O que gostaria de saber a mais?
Em uma etapa posterior, denominada Problematização, Professor analisa com os alunos o que os alunos gostariam saber além do que conhecem, os problemas extraídos da realidade social são socializados, estruturando o conteúdo em questões problematizadoras e organizadas em muitas dimensões: social, econômica, política, religiosa, histórica, cultura, conceitual, entre outras. Saviani (2003, p. 80) afirma que esta fase busca a “[...] identificação dos principais problemas postos pela prática social [...]. Trata-se de detectar que questões precisam ser resolvidas no âmbito da Prática Social e, em conseqüência, que conhecimento é necessário dominar”. O próximo passo é a Instrumentalização, momento onde o conhecimento é construído, permeado por ações dos professores e alunos e uma postura ativa perante o conhecimento. Construção do conhecimento escolar, através de ações de alunos e professores. O conhecimento científico é apresentado ao aluno, assim, é possível confrontar os saberes do aluno, como conhecimento científico, produzindo novos saberes. Para Gasparin (2003, p. 126), o professor como:
[...] mediador consiste em dinamizar através das ações previstas e dos recursos selecionados, os processos mentais do aluno para que se apropriem dos conteúdos científicos em suas diversas dimensões, buscando alcançar os objetivos propostos.
É necessário prever os recursos humanos e materiais necessários à consolidação do conhecimento escolar. Como momento sistematização conhecimento na Catarse o aluno demonstra o que aprendeu, apresentando nova compreensão de sua prática social, os conteúdos passam a ter um significado e utilidade, assim firmam o compromisso de intervir na prática social. (GASPARIN, 2003). É um momento de avaliação de acordo com as dimensões que foram trabalhadas pelo aluno, assim elabora uma síntese das suas aquisições.
A última etapa do método a Prática social final dos conteúdos compreende o ponto final do processo ensino e aprendizagem, onde professores e alunos foram transformados em termos cognitivos e qualitativos, constroem um plano de ação a partir do conteúdo desenvolvido, demonstrando suas intenções um compromisso com a prática social, possibilitando uma transferência do teórico para o prático (GASPARIN, 2003) e elaborando novas ações que possam contribuir com a transformação, elaborando concretamente propostas de aplicação do conteúdo. Abaixo apresento um modelo elaborado pelo próprio João Luiz Gasparin:
Dados de Identificação 
INSTITUIÇÃO: Escola XXXX
CURSO: Ensino Fundamental
DISCIPLINA: Geografia
UNIDADE DE CONTEÚDO: Relevo de Maringá - PR
PROFESSOR(A):______________________________________
ANO LETIVO:_______   BIMESTRE:____   SÉRIE:____   TURMA:____    
HORAS-AULA DA UNIDADE: 4    
Prática Social Inicial do Conteúdo:
UNIDADE DE CONTEÚDO:
Relevo de Maringá 
OBJETIVO GERAL: Conhecer as causas pelas quais foi alterado o ambiente natural da região de Maringá, identificando as implicações dessa mudança para a vida humana.
Tópicos do Conteúdo
Tópico 1 – O que é relevo? 
OBJETIVO ESPECÍFICO: Conceituar o que é relevo a fim de distinguir essa concepção de outras como meio ambiente, natureza, e paisagem. 
Tópico 2 – O relevo do município de Maringá
OBJETIVO ESPECÍFICO: Conceituar o que é relevo a fim de distinguir essa concepção de outras como meio ambiente, natureza, e paisagem.  
Tópico 2 – O relevo do município de Maringá
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Identificar o relevo do município em seus diversos aspectos, para identificar qual a influência que exerceu sobre a colonização e o desenvolvimento dessa região.  
 
Tópico 3 – O relevo, o meio ambiente e a vida social das pessoas
OBJETIVO ESPECÍFICO:
Conhecer a influência que o relevo e o meio ambiente exercem sobre o comportamento das pessoas, buscando identificar as formas de relacionamento em suas dimensões familiares, sociais e culturais.  
VIVÊNCIA DO CONTEÚDO PELOS EDUCANDOS
A) O QUE JÁ CONHECEM?
Montanha, vale, descida, subida, planície, buraco, alto, baixo, morro, serra, erosão, curva de nível, natureza, tipos de cultura de cada região, frio, quente, escorregador, onde moram as pessoas ricas e pobres.
B) O QUE GOSTARIAM DE SABER A MAIS SOBRE O TEMA?
Esse lugar sempre foi assim?
Por que os homens mudam o relevo e a natureza?
Onde as pessoas moram é indicador do seu status social?
Tem montanhas no mar?
 
2- Problematização
2.1  – DISCUSSÃO SOBRE O TEMA:
Por que estudar esse conteúdo?
Que dificuldades oferece o relevo de Maringá?
Ao derrubar a mata, o homem alterou o relevo e o meio ambiente?
Hoje o relevo da zona rural de Maringá é natural?
O que é preservar o meio ambiente?
 
2.2 – DIMENSÕES DO CONTEÚDO (anunciadas aos alunos)
CONCEITUAL/CIENTÍFICA: O que é                  relevo?
HISTÓRICA: Esse relevo sempre foi assim? Desde quando foi alterado?
ECONÔMICA: Por que o homem desmatou essa região?
SOCIAL: Onde moram os ricos e os pobres da cidade?
LEGAL: Quais as leis que protegem o meio ambiente?
ESTÉTICA: Maringá tem belas paisagens?
RELIGIOSA: O que diz a Bíblia sobre as montanhas?
CULTURAL: Que diferenças existem entre os habitantes das montanhas, da cidade e da zona rural?
 
3 – INSTRUMENTALIZAÇÃO (Resposta às questões levantadas)
3.1 – Ações docentes e discentes:
Apresentação das experiências dos alunos sobre relevo.
Observação do caminho da escola.
Comparação com outras formas de relevo já conhecidas.
Visitas ao Parque e ao Horto.
Entrevistas com os pioneiros.
Exposição do conteúdo pelo professor.
Debate sobre o desmatamento: a favor ou contra.
3.2 Recursos
FILMES
LIVROS
REVISTAS
MAPAS
SLIDES
4. Catarse
4.1 – SÍNTESE MENTAL DO ALUNO:  
Relevo é o conjunto das diferenças de nível da superfície terrestre... (CONCEITUAL).
O relevo de Maringá apresenta belas paisagens... (ESTÉTICA). 
Síntese do Aluno
A companhia que colonizou a região buscava...   
(POLÍTICA/SOCIAL/ECONÔMICA).
O relevo e o clima da região, têm influências significativas, sobre o comportamento familiar, social e cultural.. ( SOCIAL/CULTURAL ).
4.2 Avaliação
CONCEITUAL: 
HISTÓRICA: 
SOCIAL: 
CULTURAL:
POLÍTICA: 
LEGAL: 
EDUCACIONAL:
 
5 – PRÁTICA SOCIAL FINAL DO CONTEÚDO
	5.1 – INTENÇÕES DO ALUNO
	5.2 – AÇÕES DO ALUNO 
	 1 – Respeitar o meio ambiente
	 Plantar uma árvore, não jogar lixo nos rios e nos terrenos baldios.
	 2 – Conhecer mais sobre o relevo de Maringá
	 Leitura de um texto sobre o meio ambiente de Maringá
	 3 – Compreender o comportamento das pessoas tendo em vista o lugar onde moram.
	 Entrevista: o que significa para você morar no centro, na periferia, na zona rural?
	 4 – Saber se a derrubada das matas do município foi feita levando em conta a manutenção do equilíbrio ecológico.
	 Numa aula de Geografia em que se discuta a preservação do relevo e do meio ambiente de Maringá, manifestar seu ponto de vista sobre o equilíbrio que deve existir entre o homem e a natureza.
Para trabalhar com o método dialético é necessário discutir a proposta junto aos professores do ensino fundamental, envolvendo toda a equipe pedagógica, desenvolver oficinas pedagógicas, organizando o plano de trabalho docente. Dar início ao trabalho, com avaliação constante por parte dos professores e encontro com a equipe pedagógica, analisando também o resultado final.
Na próxima seção destaco a organização do trabalho escolar, um  dos campos de investigação da Didática que precisa ser analisado frente aos atuais desafios que os professores encontram em sala de aula.
1.2 O PLANEJAMENTO DA PRÁTICA DOCENTE
O planejamento é estruturado em funçãoda realidade com ações articuladas, de maneira participativa, surgindo de inquietações e necessidades da escola. A escola como espaço de formação, possui princípios organizadores do trabalho docente, exigindo um novo perfil profissional baseado em princípios colaborativos, criatividade, boa comunicação, assim, o professor é um agente de mudança, exerce sua prática de forma crítica, dialógica e transformadora. O planejamento dará suporte à toda ação.
Planejar faz parte de todo ser humano, quer seja em sua vida profissional ou pessoal, sempre estamos organizando nossas ações cotidianas, direcionadas por objetivos de ensino. Planejamento é ação intencional, precisa ser sistematizado e transformado em planos que correspondam ao registro do que se pensa fazer e como fazer. Conduz o professor a uma análise reflexiva que permite analisar sua prática, conferindo maior autonomia. Todo plano é flexível e sujeito a mudanças que contribuam para atender as necessidades e interesses dos alunos, organizados em uma sequência didática adequada.
É necessário que os elementos do plano estejam articulados e possibilite ajustes às situações não previstas que levam o professor a improvisar. A ação de planejar é uma atividade permanente de reflexão e ação. Para Kuenzer, Calazans e Garcia (1990), não há mudança sem direção; portanto, ao planejar é preciso que se saiba onde se pretende chegar, pensando na realidade de seus alunos, suas possibilidades e interesses.
O planejamento parte da realidade concreta dos educandos, permitindo ao professor a tomada de ações que promovam a aprendizagem de todos, o planejamento é um momento de reflexão que antecede a ação.
O processo de planejamento educacional organiza-se em vários níveis de abrangência, apresentados da seguinte maneira:
O planejamento de sistema compreende as diretrizes curriculares elaboradas pelo governo federal, estadual ou municipal, definindo finalidades, metas e objetivos da educação e reflete políticas educacionais. Essas orientações são expressas na Lei de Diretrizes e Bases – LDB – Lei n. 9.394/96 (BRASIL, 1996), nos parâmetros curriculares nacionais. Os estados e municípios também organizam diretrizes curriculares, apresentando uma proposta oficial de currículo.
O planejamento curricular desenvolve-se apoiado nas bases da realidade, em fundamentos teóricos e orientações do planejamento de sistema: governo federal, estadual ou municipal. Os currículos escolares não apresentam conteúdos acabados ou prontos, mas que são reavaliados frente às realidades sociais, compreendendo todo o trabalho desenvolvido pela escola para que cumpra seus objetivos, recebendo influências de ideologias, relações de poder e sempre voltado para elementos da cultura.
Em um segundo nível e de menor abrangência, encontra-se o P.P.P. (Projeto Político Pedagógico), este tem sido questionado por muitos autores que se dedicam à reflexão do trabalho coletivo sobre suas possibilidades no cotidiano escolar, pois, em muitas escolas, o mesmo tem sido construído para atender a exigências burocráticas, ou seja, por solicitação das secretarias de educação e não como um instrumento de mudança de efetiva participação dos seguimentos que compreendem a comunidade escolar: pais, alunos, professores, equipe pedagógica, funcionários, enfim, toda a comunidade escolar. Compreende as seguintes dimensões:
O P.P.P. organiza e articula todas as práticas pedagógicas da escola, servindo de eixo orientador para que se realizem ações intencionais que possam transformar a escola, para que esta cumpra o seu papel social e desenvolva um ensino de qualidade. O termo político expresso no P.P.P. diz respeito ao compromisso com a formação do cidadão como sujeito histórico, inserido em um contexto em permanente mudança.
Uma escola que tem o P.P.P. como elemento central de sua proposta de trabalho trilha caminhos que conduzem à autonomia e busca a transformação da sua realidade, permite que muitos professores deixem de ser acomodados e caminhem para uma renovação de suas práticas, sensibilizem-se em relação às possibilidades de mudanças.
O P.P.P. é um plano geral, expressa a intenção do grupo, dá sentido à ação, define orientações gerais e ações conjuntas de toda comunidade escolar. A Lei de Diretrizes e Bases – Lei n. 9.394/96 (BRASIL, 1996) confere responsabilidade à escola e ao professor em relação ao projeto político pedagógico, como meio para a construção de autonomia, identidade e organização da prática pedagógica. Plano abrangente que apresenta também o planejamento curricular do estabelecimento de ensino. Como eixo norteador do trabalho desenvolvido na instituição de ensino, é construído coletivamente e de maneira flexível, levando a escola a avançar em relação à sua autonomia. Gadotti (2000), enfatiza que, para se ter sucesso no projeto, é importante uma comunicação clara, que se faz ser entendida por todos, possibilitando seu envolvimento, vontade política e recursos financeiros, avaliação constante, um ambiente favorável, é preciso também acreditar naquilo que se faz, buscando um referencial teórico para sustentar os conceitos estruturais do projeto.
Os projetos de ensino estão voltados para o desenvolvimento de temas específicos e trabalhados na escola por um determinado tempo, geralmente são elaborados de forma interdisciplinar (VASCONCELLOS, 2002). Dewey foi um dos precursores dessa proposta. Na escola nova, pensou em uma educação que retratasse a própria vida. Ao definir as etapas para realização dos projetos de ensino, Nogueira (2001), apresenta passos sequenciais para sua elaboração, colocando a necessidade de iniciar o desenvolvimento do processo a partir de uma hipótese, trabalhando com o foco de interesse do aluno, por meio da resolução de problemas. “Os projetos não podem ser encarados como junção de atividades programadas pelo professor, o qual sai depois distribuindo deveres aos alunos, determinando o que cada um vai fazer, como vai fazer, de que forma vai fazer, etc.” (NOGUEIRA, 2001, p. 97).
Todo projeto inicia-se com a definição de um tema, situando-o em relação às necessidades, definindo sua intencionalidade, delimitando, dessa forma, os objetivos educacionais. Após a escolha do tema, o trabalho é estruturado de forma flexível, estabelecendo os objetivos e estratégias metodológicas, os alunos serão sempre questionados pelo professor. O professor deve questionar sobre o que pesquisaremos, por que estamos abordando essa temática e os objetivos que pretendemos atingir, como realizaremos e apresentaremos o projeto e as etapas definidas.  Assim, juntamente com os alunos, o professor define responsabilidades e os recursos necessários para sua implantação. (NOGUEIRA, 2001).
Após esse trabalho, o autor relata que o próximo passo é a execução do que foi planejado, o aluno realizará todas as atividades programadas, como: Criar, pintar, construir, cantar, entrevistar, representar, escrever, dançar, moldar, desenhar, etc. (NOGUEIRA, 2001, p. 100-101). Sobre a etapa de execução de um projeto, o autor relata que ocorre diferentes formas de interação. Compete ao professor disponibilizar os recursos necessários para o seu desenvolvimento, participando intensamente com as crianças. Em outro momento, os alunos refletem sobre o desenvolvimento da proposta, a qual o autor denomina depuração; trata-se de uma fase de autoavaliação. Para finalizar o trabalho, desenvolve-se o momento de apresentação e exposição, onde o aluno socializa suas descobertas e criação [...]” o professor terá  a chance de realizar a avaliação das aquisições, pois como já foi mencionado, no processo de apresentação o aluno expõe tudo aquilo que aprendeu ou descobriu a respeito da temática em questão”. (NOGUEIRA, 2001, p. 105). Após a apresentação, ocorre a avaliação final, onde todas as etapas são analisadas pelo grupo de trabalho, nesse processo, o erro será visto como algo que contribui com a aprendizagem. Vamos analisar um exemplo de um projeto desenvolvido no primeiro ano do ensino fundamental em uma escola localizada no município de Londrina.O projeto Vida na roça vida na cidade surgiu da necessidade de ampliar as discussões propostas no livro didático sobre esse tema, que, em muitos casos, mostram a pureza da vida no campo e os males da vida na cidade, assim, o objetivo era levar os alunos a desenvolverem habilidades de diferenciar, analisar, comparar, aos modos de vida na roça, entre outros.
A partir da realização de uma proposta interdisciplinar, o trabalho foi desenvolvido aliando conteúdos teóricos, saberes e vivências das crianças. Em Língua Portuguesa, os alunos elaboraram palavras relacionadas ao tema, conheceram diversos gêneros textuais que desenvolvem o tema, perceberam grafema e fonema nas construções da escrita, ampliando, assim, o seu vocabulário e as possibilidades em confrontar a vida na cidade e a vida no campo.
É necessário elaborar um cronograma de trabalho prevendo ações de professores e alunos, delimitando a extensão que o tema será abordado, lembrando que não elaboramos projetos para menos de uma semana. Para se caracterizar projeto e não se limitar a uma visão simplista deve ter a pesquisa como eixo articulador de todas as atividades desenvolvidas, sendo os conteúdos selecionados a partir dos interesses e necessidades dos alunos. Deve-se priorizar metodologias ativas, que estimulem o pensamento crítico do aluno, realizar o levantamento dos recursos disponíveis, a partir das características da comunidade escolar.
Em Matemática houve a possibilidade de comparar e quantificar diferentes tipos de sementes e solucionar situações-problema elaboradas a partir do tema em discussão, assim as crianças classificaram animais existentes no campo e diferenciando-os dos encontrados na cidade.
Nos conteúdos abordados na disciplina de ciências, as crianças identificaram animais existentes no campo, identificando suas características, bem como o contraste da paisagem do campo e da cidade. Com o projeto foi possível entender que as pessoas que moram nas cidades dependem do trabalho do homem do campo. Entender como são importantes as pessoas que trabalham no campo e levaram os alunos a verificar que as pessoas da cidade dependem muito mais delas, valorizando, dessa forma, os produtos do campo.
Para trabalhar os conteúdos de história e geografia, foi realizado um passeio no campo, para que os alunos pudessem conhecer as pessoas que moram lá e mostrar que muitos também têm um bom poder aquisitivo. Assim, puderam, durante a visita, entender a importância do tempo para a agricultura, distinguindo os benefícios do campo e da cidade.
Na disciplina de artes, os alunos realizaram a representação do campo e da cidade com construções de maquetes, utilizando-se de materiais recicláveis. Em diversos momentos da pesquisa, os alunos fizeram o uso do laboratório de informática, para pesquisar sobre o tema na internet e participar de alguns jogos online sobre o tema. Com a participação das crianças, novas metas foram surgindo.
Quadro 1 – Novos Propósitos do Projeto.
	O que sabemos
	O  que queremos saber 
	E como faremos para saber 
	· A vida na roça tem animais da fazenda;
· A vida na cidade tem semáforo e lojas.
	· Sobre as plantações.
· Sobre a vaca, porco, ovelha e galinha.
· Sobre os alimentos e casas dos animais da fazenda.
	· A partir de pesquisas como: textos da internet, livros, CDs, DVDs entre outros.
Nesse projeto, as crianças desenvolveram uma série de atividades, como:
- Estudo do mapa;
- Estudo da História: A fazenda de João;
- Pesquisa junto às famílias;
- Trabalhos em grupo, cada grupo ficou responsável por um animal;
- Trabalho com música sobre animais;
- Culinária, utilizando alimentos produzidos no campo e na cidade;
- Aula itinerante: visita a uma fazenda;
- Confecção de maquete sobre a vida na roça e a vida na cidade;
Acompanhem abaixo alguns exemplos de conhecimentos construídos com o desenvolvimento do projeto:
- A vaca fornece a carne, o leite e o couro para fazer sapato, bolsas, etc.
- O leite da ovelha dá para fazer vários tipos de queijo e fornece para o homem a lã.
- O porco mora no chiqueiro, e rola na lama e come resto de comida.
- O porco fornece a carne, bacon e linguiça.
- A ovelha tem quatro camadas no estômago, é um animal “herbívaro”.
- A galinha mora no galinheiro e come milho.
- A galinha têm penas, duas pernas, duas asas curtas e um bico.
- A galinha fornece a carne e os ovos para o homem.
- A ovelha é um animal ruminante e sensível.
Ao analisar o desenvolvimento do projeto, a professora relatou a importância da afetividade, a necessidade de promover a participação intensa dos alunos e da família. Buscou trabalhar com o tema partindo das características da turma e do seu ritmo de trabalho, despertando a motivação por meio de atividades ricas e diferenciadas. O projeto foi desenvolvido de forma dialógica, a professora buscou trabalhar com perguntas direcionadas à turma, para que pudesse analisar as respostas e contribuir com momentos interativos. E, por último, destacou que o trabalho com projetos exige compromisso, dedicação e preparo do professor para mediar às ações dos alunos, o projeto bem estruturado passa por uma cuidadosa fase de planejamento.
Todo projeto tem um momento de culminância, onde são apresentadas ao coletivo escolar as aquisições durante o trabalho, avaliando sobre sua continuidade ou não, o que envolve, inclusive, análise crítica das apresentações e da participação individual e coletiva ao longo do projeto. O trabalho com projetos precisa romper com a visão do currículo escolar fragmentado, e com foco nos conteúdos curriculares de cada disciplina (HERNANDEZ; VENTURA, 1998).
Outro exemplo de projeto desenvolvido na mesma instituição de ensino foi o do Escorpião, o projeto surgiu com a pesquisa de um aluno sobre os animais noturnos, despertando a curiosidade sobre eles, levando a professora a motivá-los em relação a novas pesquisas, oferecendo outras fontes de informação para novas descobertas sobre o aracnídeo.
Um determinado professor que ministra a disciplina de biologia foi convidado para conversar com o grupo, aumentando ainda mais o interesse da turma. A pesquisa teve início, partindo dos saberes prévios dos alunos e de suas próprias experiências, assim, foram elaboradas algumas questões norteadoras do estudo, para identificar o porquê do animal ser perigoso, investigar o perigo do ferrão, entre outras características.
O projetou contou com atividades lúdicas, aprimorou a linguagem oral e escrita, favorecendo a interdisciplinaridade. O estudo levou os participantes a momentos de investigação e observação dos escorpiões. A professora organizou registros sobre as aquisições do projeto, organizando um diário de bordo. As crianças elaboraram diversos registros sobre o que aprenderam no projeto, por meio de produção textual e desenhos. As experiências desenvolvidas no laboratório de ciências possibilitou conhecer diversos tipos de escorpiões, levando-os a construir um escorpião de espuma. Todas as etapas foram cuidadosamente preparadas pela professora e pelo grupo.
	O que conhecemos sobre o escorpião?
	O que queremos conhecer?
	Como conhecer?
	· Animal noturno;
· Encontramos várias espécies;
· Alimentam-se de aranha, barata e grilos;
· Tem como inimigo a galinha;
· Encontramos no ferrão veneno;
· Suga o sangue das presas.
	· Como vivem?
· Como se reproduzem?
· Como ferroam?
· Como é o corpo?
· Quais as espécies?
	· Uso do laboratório de ciências.
· Pesquisas:
Livros, textos informativos, internet entre outros.
Após a pesquisa sobre os animais noturnos, houve interesse por parte das crianças sobre os escorpiões. A metodologia foi definida atendendo ao seguinte cronograma:
· Aula sobre os escorpiões; pesquisas e sistematização dos conhecimentos adquiridos em grupo;
· Estudo e levantamentos das espécies dos escorpiões;
· Análise do habitat, partes do corpo e características dos escorpiões;
· Confecção de um escorpião de espuma;
· Construção com as famílias de um escorpião que foi exposto na sala para vivenciar o habitat e o mundo dos escorpiões;
· Visitade um escorpião vivo em sala, para estudo o qual foi alimentado com uma mosca;
· Construção de uma casa para o escorpião; coleta de materiais que poderiam fazer parte do habitat do escorpião;
· Confecção de uma maquete, sobre o cuidado com o quintal das casas para evitar o escorpião.
Algumas das aquisições do projeto foram sistematizadas abaixo:
O Plano de curso, ou planejamento anual, consiste na previsão para um curso, o ensino fundamental, direcionado a uma determinada série. Menegolla e Sant’ana (2001) apresentam as características de um bom plano de curso:
Objetividade e realismo: ser realista para uma determinada situação, expressando com objetividade as metas que pretende atingir, a partir da realidade concreta dos alunos;
· Funcionalidade: Orientar ações de professores e alunos, sendo um guia claro e objetivo, atendendo as condições existentes na realidade;
· Simplicidade: seu texto deve ser objetivo, sem terminologias complexas;
· Flexibilidade: planos flexíveis e realistas que possam ser adaptados a novas situações, abertos a mudanças;
· Utilidade: plano aberto a transformações, atendendo urgências e necessidades dos alunos, apresentando utilidade para o indivíduo, relacionado com experiências dos alunos.
O plano de unidade representa o desmembramento do plano de curso em unidades menores, ou seja, um conjunto de aulas. Este consiste na organização das ações de um conjunto de aulas desenvolvidas com a mesma temática.
O plano de aula, que consiste na proposta de trabalho do professor para um dia de trabalho, organizando o fazer cotidiano do professor, para que a partir de uma sequencia didática adequada, a aprendizagem se consolide. O plano contempla em sua estrutura os seguintes elementos: dados de identificação; cronograma; conteúdo; objetivos específicos; estratégias de ensino, recursos de ensino; avaliação, referências e anexo. A organização da aula necessita de articulação com o plano anual. O professor, após delimitar os conteúdos a serem tratados, pontos fundamentais a serem desenvolvidos na aula, deve sempre partir da sondagem da turma.
É preciso ter um objetivo bem definido, pois o conteúdo, as estratégias de ensino e as opções metodológicas são definidos em consonância com tal objetivo. Vamos então abordar cada elemento de sua estrutura?
Os dados de identificação demonstram onde o plano será desenvolvido. No cronograma será demonstrado o tempo para a realização da aula. Na aula vamos elencar metas que sejam possíveis de ser atingidas ao término da aula, assim, apresentamos apenas os objetivos específicos bem delimitados e não os gerais, pois são amplos. É observar os domínios cognitivos, ajustando a sua ação a realidade da turma, os objetivos definirão a escolha das estratégias de ensino, dos recursos e da avaliação. O conteúdo do plano necessita ser desenvolvido em uma aula, assim, devem-se evitar conteúdos abrangentes.
Para desenvolver o conteúdo proposto e atingir os objetivos expressos no plano, é necessário definir as Estratégias de Ensino, ou seja, como o conteúdo será trabalhado. O desenvolvimento da aula possui três momentos principais:
Introdução
Para introduzir a aula, algumas habilidades são necessárias, o professor apresenta o tema, estabelecendo ligações entre os assuntos já desenvolvidos, apresenta desafios e situações problematizadoras, favorecendo um clima de interação. O professor pode apresentar um vídeo, um desafio, um fenômeno, um objeto. O professor apresenta e solicita exemplos, faz relações com temas já abordados, ou faz uma síntese da aula anterior. Estabelece relações do conteúdo que será apresentado com os saberes prévios dos alunos, apresenta também os objetivos da aula,
Desenvolvimento
Nesse momento ocorre o trabalho com o conteúdo proposto, onde serão apresentadas todas as etapas, ou seja, todas as atividades que serão desenvolvidas ao longo da aula, assim, é necessário ser criativo ao elaborar a sequência didática.
Conclusão
Para concluir a aula, o professor retoma pontos importantes para garantir a apropriação dos principais conteúdos, obtendo feedback dos alunos, neste momento, podemos elaborar perguntas, analisar as respostas dos alunos, fazer novos questionamentos.
Ao selecionar estratégias de ensino deve-se considerar o conteúdo proposto, as características da sequência didática, tempo, ritmo do educando, e suas características. As estratégias podem ser classificadas em técnicas de ensino individualizados e socializados, o objetivo de ensino conduz à seleção e à escolha dos métodos de ensino.
VOCÊ SABIA QUE...
As técnicas de ensino contribuem para a aprendizagem significativa e para a motivação do aluno?
Para ampliar nossa discussão sobre as estratégias de ensino
Recursos de ensino
Descrever os recursos materiais utilizados na aula, Datashow, TV, DVD, retroprojetor, computador, entre outros.
Avaliação
Apresentar como será a avaliação dos alunos. Ex: observação do interesse, da participação e do envolvimento, por meio de uma atividade propostas, de um debate, de um momento de perguntas, etc.
Referências
Apresentar, de acordo com as normas da ABNT, as fontes consultadas para a elaboração do plano.
Anexos: Inserir cópia do material entregue ao aluno
Alguns posicionamentos podem favorecer a que a interação com os alunos, o professor que se movimenta pela sala para acompanhar a produção dos alunos, expressões faciais, gestos também contribuem com a aula. Em alguns momentos, o professor pode alterar o seu tom de voz e fazer pequenas pausas.
Incentivar a participação dos alunos, fazer perguntas para a classe para estimular a reflexão, em diversos momentos verificar se os alunos estão compreendendo o conteúdo, incentivar a prática do diálogo. As perguntas são importantes para obter feedback, levar o aluno à descoberta de novas informações sobre a temática, estimular o pensamento e a criatividade.
Refletindo sobre as ações cotidianas é importante lembrar que o planejamento para se concretizar necessita ser sistematizado em forma de documento, chamado de planos de ensino, pois o planejamento não pode estar apenas na memória do professor. “O plano e os projetos constituem a forma escrita do planejamento, é a sua culminância, é um esboço das conclusões resultantes do processo mental de planejar” (HADJI, 2001, p. 95).
O planejamento instrumentaliza a ação do professor, tornando-a mais estruturada, sugere-se que o professor divida seu plano de curso em bimestres (1º, 2º, 3º e 4º), para posteriormente organizar o conteúdo de cada bimestre em unidades e assim, planejar cada aula. Colocando o plano em ação é fundamental reservar um tempo para refletir sobre o desenvolvimento da aula, verificando se os objetivos foram atingidos. O plano é o registro do planejamento, torna-se necessário definir cada elemento que o compõe:
Em primeiro lugar elaboramos os dados de identificação que correspondem ao nome do estabelecimento de ensino onde o plano será desenvolvido, nome do professor regente, série, turma, turno, data de aplicação, disciplina e cronograma que corresponde ao tempo total da aula.
A seguir, cabe ao professor delimitar os objetivos, definido claramente o que se pretende alcançar como resultado da atividade pedagógica. No plano de aula não inserimos os objetivos gerais, apenas os específicos, que se referem às mudanças comportamentais esperadas para um determinado grupo-classe. Os objetivos específicos precisam ter correspondência com os objetivos gerais das áreas de estudo que, por sua vez, devem estar coerentes com os objetivos educacionais do planejamento de currículo. Os objetivos correspondem às finalidades delimitadas com antecedência, ou seja, resultados previamente estipulados, indicando o comportamento final do aluno, ou seja, modificações de atitudes obtidas por meio de experiências de aprendizagem. Ao descrever os resultados que pretende atingir com a aula proposta, estes devem ser elaborados de forma simples, que demonstrem o comportamento final do aluno. Ao delimitar os objetivos específicos, cabe lembrar que devem estar relacionadoscom os objetivos gerais expressos no seu plano de curso e coerentes com os princípios pedagógicos e filosóficos da instituição.
O próximo passo consiste em citar o conteúdo da aula, sendo que a escolha será de acordo com o conteúdo dos planos da unidade didática. Antunes (2001) alerta em relação à necessidade de desenvolvermos competências em nossos alunos, o que muda é a maneira como se desenvolve o processo ensino e aprendizagem, o conteúdo passa a ter significado para o aluno, que com a mediação do professor contextualiza, estabelecendo relações com o contexto onde está inserido. O ensino para desenvolver competências e inteligências, segundo o autor, deve desafiar o aluno, criando situações problema, dessa forma, despertaremos a motivação em nossos alunos.
Vasconcellos (2002), ao observar o cotidiano escolar, apresenta algumas mudanças necessárias em relação ao planejamento, como: revisão das estruturas do plano de aula, buscando a não fragmentação das disciplinas, professores, muitas vezes, têm uma jornada extensa de trabalho e, desta forma, assume trabalho em diferentes escolas, participando pouco do PPP o que resulta em pouco tempo de contato com alunos.
Uma vez que o professor tem clareza da sua ação, ou seja, tem metas definidas e já identificou o conteúdo a ser trabalhado que permite atingir tais finalidades, deve-se selecionar as estratégias ou procedimentos de ensino. Dessa forma, cabe ao professor registrar todas as ações ocorridas na sala de aula para que se atinjam os fins propostos, lembrando que uma aula tem um começo, um meio e um fim, ou seja, introdução, desenvolvimento e conclusão. Sugere-se como introdução apresentar uma situação problema: o professor coloca um desafio frente aos alunos, para excitar sua curiosidade. O problema pode ser apresentado como uma pergunta. Outra forma é apresentar uma dinâmica de motivação que sirva de base para o início da discussão do assunto da aula. Pode-se também realizar uma revisão da aula anterior. Em uma perspectiva introdutória, é importante partir dos conhecimentos que o aluno já possui, ou seja, realizar um levantando sobre as curiosidades, dúvidas e as certezas que os alunos têm sobre o tema proposto. Cabe ressaltar que a seleção das estratégias de ensino necessita de articulação com os objetivos de ensino que levem o aluno a pensar, aprender a aprender, a fim de que possa ser sujeito da sua própria aprendizagem. O importante é que participe ativamente de todas as atividades, por meio da mediação do professor, que desenvolve sua prática a partir do conhecimento da realidade. Cabe ressaltar a necessidade de variar os procedimentos de ensino e, para tal, o professor precisa ser criativo.
No momento do desenvolvimento da aula, é papel do professor provocar a atividade mental e prática dos alunos, assim apresenta o conteúdo com vistas à construção do conhecimento, podendo organizar atividades de resolução de situações problemas, trabalhos de elaboração mental, discussões, resolução de exercícios, aplicação de conhecimentos e habilidades em situações distintas das trabalhadas em classe, etc. Os procedimentos de ensino serão variados e adequados ao conteúdo proposto, como: aula expositiva, trabalhos em grupo, etc. O interessante é trabalhar com estratégias de ensino diversificadas que sirvam de estímulo à participação do aluno e apresentem desafios.
Ao fechar uma aula, o professor retoma os pontos principais que estabeleceu nos objetivos da aula, ou seja, revisa, revê com os alunos o que foi discutido, reforça as principais ideias da aula, contextualizando saberes.
Quanto à utilização de recursos de ensino, estes não podem ser vistos como mera ilustração das aulas, mas como meio para enriquecer os conteúdos trabalhados, pois contribui para a aprendizagem significativa, o nível de esquecimento é menor após alguns dias, diversas pesquisas apresentam que o aluno apropria-se da informação de forma mais eficaz. Como exemplo, podemos citar: ilustrações, jornal, livro didático, mapas, globos, quadro de giz, textos, maquetes, computador, vídeo, dvd, cd, internet, sites, softwares, rádio, slide, TV, transparências para retroprojetor, etc.
Toda aula apresenta um momento avaliativo, para muitos professores, avaliar é atribuir nota, em uma perspectiva atual, avaliar é acompanhar o processo de construção do conhecimento escolar, verificando avanços e retrocessos, coletando dados que permitam retomar pontos importantes que assegurem a aprendizagem. A avaliação é o processo pelo qual se determina o grau e a quantidade de resultados alcançados em relação aos objetivos, considerando o contexto das condições em que o trabalho foi desenvolvido.
Para finalizar o plano, apresentam-se as referências e os anexos. As referências compreendem a lista dos livros, jornais, cds, dvds, e outros tipos de materiais utilizados para a aula, dentro das normas da ABNT. Quanto aos anexos, coloca-se uma cópia de todas as atividades (textos, exercícios, orientações, etc.) junto ao plano de aula.
Para o bom desenvolvimento do plano, algumas práticas são necessárias, como: priorizar elementos do programa, nesse momento ocorre a decisão do professor do dilema, quantidade ou qualidade; possibilitar a interdisciplinaridade, envolver durante as aulas perguntas orais convergentes e divergentes, solicitando exemplos como formas de avaliação e acompanhamento da aprendizagem. A organização do horário escolar precisa levar em consideração aulas em duplas, a fim de que o professor tenha mais tempo com o aluno e possa organizar a aula de forma interessante. Cabe lembrar sobre a importância do registro do professor sobre o andamento cotidiano do trabalho, a fim de acompanhar continuamente o processo ensino e aprendizagem e levantar elementos que conduzam ao replanejamento, tal procedimento, leva o professor a ser um constante pesquisador que investiga sua prática e busca elementos para tornar sua ação mais eficaz.
Cabe enfatizar, que toda aula tem um momento avaliativo, dessa forma, é fundamental refletir se objetivos e conteúdos foram adequados à turma, se o tempo de duração da aula foi adequado e se os métodos e técnicas de ensino foram variados e oportunos para suscitar atividade mental e prática dos alunos. É importante que o professor realize avaliações da aprendizagem dos alunos no decorrer das aulas e avalie se o relacionamento professor-aluno foi satisfatório. É necessário descrever como serão verificados os resultados em relação aos objetivos propostos, sendo importante avaliar o aluno de forma contínua, seu envolvimento e participação nas atividades propostas.
No fechamento da aula os principais tópicos trabalhados precisam ser revisados, onde o professor obtém um feedback que permite verificar se seus objetivos propostos foram atingidos. Pode também, analisar juntamente com os alunos a aplicação dos conteúdos propostos em sua realidade, relacionando-os com o seu cotidiano e reforçando pontos básicos.
Cabe destacar alguns pontos relevantes no preparo de cada aula. O plano deve estar claro, apresentando de forma organizada as ações previstas para alunos e professor. Refletir se os recursos didáticos estavam adequados ao tema proposto e se atingiu os objetivos estabelecidos. Como se deu o relacionamento professor e aluno e se conseguiu domínio de classe, organizando as atividades de forma a estimular a participação dos alunos.
A análise compreende verificar se a aula foi introduzida com criatividade, possibilitando a motivação dos alunos, se a construção do conhecimento foi realizada a partir da contextualização do tema, envolvendo o cotidiano dos alunos, e o seu desenvolvimento da aula apresentou uma estrutura lógica e própria para idade das crianças. Ao concluir a aula, é necessário que o professor certifique-se se os pontos principais da aula foram revisados e os alunos foram levados a estabelecer relações com sua prática social. Para finalizar as discussões, sugiro que leia o texto abaixo:
Planejamento: em busca de caminhos – Maria Bernadette Castro Rodrigues
Disponível em: < http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/didatica/unidade2/planejar/planejamento_unidade2.pdf>.
Não se esqueça... a estrutura de uma aula deve ser participativa e conter “[...] o tema da aula (conteúdo curricular); o objetivo da aula (o que o estudante deve aprender/desenvolver/demonstrar); as atividades (as tarefas que devem ser realizadas durante a aula) e as questões para avaliação” (BRASIL, 2005, p. 26). Um plano de aula nunca será um documento definitivo, sempre será flexível e aberto a mudanças e, após cada aula, precisa ser revisado e analisado, para que o professor tenha elementos para a organização de novos encontros junto aos seus alunos.
Para refletir 
Na última fase do método dialético de construção do conhecimento escolar, professor e alunos elaboram de forma concreta, propostas de ação para aplicação do conteúdo. Esse trabalho é possível? Qual a finalidade?
Planejar é ação indispensável à prática docente, entretanto, é importante que o professor reconheça a necessidade de planejar, e possa reavaliar constantemente suas concepções sobre planejar, ensinar e aprender, impedindo que o ato de planejar se destine apenas a fins burocráticos e contribuir com mudança no contexto escolar. É necessário prepara bem o plano e acompanhar o seu desenvolvimento, obtendo lições extraídas da prática que possam contribuir para a construção de novas ações, estabelecendo a articulação do que pensamos com o que realizamos na escola. Planejar é um caminho para atingir um resultado, organizar a ação é tarefa contínua, é apresentação das decisões a serem tomadas. Acompanhar as decisões é interferir na realidade, comparando o esperado com o realizado, revendo sistematicamente a nossa prática em atitude reflexiva, sendo assim, os planos nunca são definitivos. Observe abaixo as etapas para a elaboração do plano de curso:
VÍDEO AULA 04
O Plugin Silverlight está desabilitado ou não foi instalado em seu browser, faça o download clicando aqui ou ative o mesmo.
O Conhecimento da Realidade
É necessário identificar os elementos da cultura que compreendem o universo dos nossos alunos, que passam pôr mudanças que implicam em sua atuação na sala de aula, é necessário analisar as articulações entre a cultura dos alunos, seus saberes e o processo de aprendizagem, uma vez que a educação é um direito público subjetivo, o trabalho desenvolvido com o aluno no pode ser limitado a um repasse de informações.
A ação de construir conhecimentos na escola envolve o educando, o educador e o conhecimento, formalmente, organizado. Esta ação, todavia insere-se no contexto sociocultural, uma vez que a escola não existe como instituição independente. Inserida no tecido social, a escola tem uma dimensão política que reflete na dinâmica da sala de aula e, evidentemente, na formação do ser humano (LIMA, 2007, p. 52).
Para planejarmos, precisamos conhecer a realidade do nosso aluno por meio de um período de sondagem e partir de onde está em termos de conhecimento, o que é essencial para trabalhar em função do aluno real, verificar interesses, necessidades e possibilidades, combatendo rótulos e preconceitos (VASCONCELLOS, 2000). Precisamos identificar quem é o aluno, de onde vem, como é a sua vida, os comportamentos que traz para escola, fruto do seu meio, e verificar seu nível socioeconômico-cultural; as condições maturacionais, as características essenciais de sua faixa etária, o seu nível de desenvolvimento e os seus pré-requisitos.
Todo plano inicia-se pela realidade concreta do educando, é um momento de sondagem onde o professor faz uma autorreflexão o professor precisa ter conhecimento dos vários pontos de vista: humano, intelectual, ético e profissional. (VASCONCELLOS, 2000).
Conhecer a realidade do aluno é essencial verificar interesses, necessidades e possibilidades, seu universo social, cultural e econômico e a comunidade escolar. Sabendo o que vamos ensinar e conhecendo a realidade da turma, organizamos ações intencionais, buscando promover transformações no educando. Na sala de aula, o planejamento se concretiza, elaborar planos de cursos compatíveis com o projeto de escola é ter clareza das características da escola e qual a sua função social. É necessários refletir sobre a realidade dos alunos, seus conhecimentos e experiências, sabendo que:
A aprendizagem é um processo múltiplo de desenvolvimento, isto é, a criança utiliza estratégias diversas para aprender, com variações de acordo com o período de desenvolvimento. Dessa forma, todas as estratégias são importantes e não são mutuamente exclusivas. (LIMA, 2007, p. 34).
A criança chega até a escola com muitas experiências e vivências que fazem parte do seu desenvolvimento e precisam ser socializadas, para ensinar, é necessário estabelecer relações entre o conhecimento da criança e o conhecimento científico.
De acordo com Menegolla e Sant’Ana (2001), o plano de curso sistematiza ação do profissional dos anos iniciais, assim, o planejamento é importante para o professor porque:
 
A Delimitação dos Objetivos
Identificando todo o contexto em que o trabalho será desenvolvido, o professor realiza a definição dos objetivos de ensino, as metas que pretende atingir, assim, “o professor propõe objetivos, conteúdos, tendo em conta as características dos alunos e de sua prática de vida”. (LIBÂNEO, 1994 apud SILVA, 2006, p. 153). Caso tenha em sala alunos com necessidades especiais, poderá eliminar objetivos que não possa ser atingido, devido à deficiência apresentada pelo aluno e substituir por objetivos e conteúdos que possam ter acesso. “A exatidão na elaboração de objetivos é um indício da convicção do professor não apenas no que se refere ao conteúdo, mas, principalmente aos procedimentos que deve desencadear para facilitar a aprendizagem” (GANDIN, 1990, p. 57).
Objetivos demonstram expectativas de aprendizagem e demonstra o grau de conhecimento que se pretende atingir, provocando atividade crítica e participativa, articulando conteúdos novos com conteúdos já trabalhados. A intencionalidade possibilita organização das estratégias de ensino.
Um objetivo de ensino precisa enunciar duas partes: a ação que será realizada e o resultado que, com ela, se pretende. Todos, alunos e professores, terão mais clareza na sua prática, poderão participar de modo mais crítico e terão a possibilidade. (GANDIN, 1990, p. 57).
Pensando na questão dos objetivos e que planejamento faz parte da nossa vida, vamos assistir ao vídeo abaixo:
Os objetivos de ensino podem ser classificados em gerais e específicos, abaixo estabeleço a entre os termos:
Em 1972, Benjamin Bloom organizou a taxonomia dos objetivos de ensino, classificando-os em domínios de aprendizagem em forma hierárquica: cognitivos (conhecimento, pensamento crítico) afetivos (emoções e valores) e psicomotores (movimentos). Assim, vamos abordar nesse texto, os domínios cognitivos, que segundo o autor podem ser classificados em:
Fonte: Bloom et al (1972).
O autor denominou Conhecimento os processos cognitivos mais simples, como por exemplo: Definir as partes de uma planta, a partir da exposição do professor. Nesse sentido, basta apenas lembrar ou memorizar. A segunda categoria se refere à Compreensão, na qual ocorre por parte do aluno a reelaboração do conhecimento trabalhado, assim, o aluno é capaz de ampliar a informação, compará-la com outra situação. Na próxima categoria, a de Aplicação, o aluno emprega seus saberes para resolver situações problema, ou situações extraídas da realidade. Na Análise o aluno identifica elementos, princípios, estabelece relações partindo do todo para as suas partes, verificando as suas inter-relações. Para realizar a Síntese, o alunos, partindo dos seus processos cognitivos superiores, devem reorganizar partes de um conteúdo para compor o todo. A classificação mais complexa é a Avaliação, o aluno torna-se capaz de emitir um juízo de valores a partir de critérios próprios. Abaixo apresento os verbos utilizados no planejamento de acordo com os domínios de aprendizagem:
TAXONOMIA DOS OBJETIVOS EDUCACIONAIS
Conhecimento: adquirir – associar – calcular – citar – classificar – definir – descrever – distinguir –enumerar – especificar – enunciar – estabelecer – exemplificar – expressar – identificar – indicar – lembrar – medir – mostrar – nomear – ordenar – reconhecer – recordar – registrar – relacionar – relatar – reproduzir – selecionar.
Compreensão: concluir – converter – descrever – distinguir – deduzir – defender – demonstrar – derivar – determinar – diferenciar – discutir – exemplificar – expressar – esboçar – explicar – exprimir – extrapolar – fazer – generalizar – identificar – ilustrar – induzir – inferir – interpretar – localizar – modificar – narrar – predizer – preparar – prever – relatar – reelaborar – reescrever – reordenar – reorganizar – representar – revisar – sumarizar – traduzir – transcrever – transformar – transmitir.
Aplicação: aplicar – classificar – desenvolver – dramatizar – esboçar – empregar – escolher – estruturar – generalizar – ilustrar – interpretar – modificar – operar – organizar – praticar – relacionar – traçar – transferir – usar.
Análise: analisar – classificar – categorizar – combinar – comparar – comprovar – contrastar – correlacionar – criticar – deduzir – diferenciar – discutir – debater – detectar – descobrir – diagramar – discriminar – examinar – experimentar – identificar – investigar – provar – selecionar – separar – subdividir.
Síntese: combinar – comunicar – compor – coordenar – criar – comprovar – deduzir – desenvolver – dirigir – documentar – especificar – explicar – escrever – esquematizar – formular – modificar – organizar – planejar – produzir – propor – relacionar – relatar – reescrever – reconstruir – sintetizar – transmitir.
Avaliação: argumentar – avaliar – concluir – contrastar – criticar – considerar – decidir – escolher – estimar – interpretar – julgar – justificar – padronizar – precisar – relacionar – selecionar – validar – valorizar.
Afetivos: aceitar – adaptar-se – admirar – alegrar-se - apreciar – comprometer-se – conscientizar-se – dedicar-se – desejar – distinguir – entusiasmar-se – envolver-se – esforçar-se – gostar – interessar-se – melhorar – motivar-se – obedecer – querer – reconhecer – valorizar.
Psicomotor: agarrar – andar – armar – arremessar – atirar – cantar – circundar – colar – colorir – confeccionar – construir – correr – costurar – dançar – desenhar – dirigir – dramatizar – encenar – escrever – escutar – gesticular – grifar – juntar – lançar – marchar – montar – nadar – ouvir – pegar – pintar – preparar – pular – recortar – saltar – separar – tocar – traçar – usar.
Fonte: Fonte: Bloom et al (1972).
 
A Seleção dos Conteúdos
Em diversos documentos oficiais, encontramos a indicação de que o conteúdo curricular deve ser contextualizado. Contextualizar “[...] significa ajudar a estabelecer relações entre antigos e novos conhecimentos” (WEISS; CRUZ, 2007, p. 72). Dessa forma, os conteúdos devem ser significativos, voltados à realidade dos alunos e atender suas necessidades e seus objetivos.
Nos anos iniciais do ensino fundamental é importante trabalhar com conteúdos significativos, articulados e contextualizados, analisando com o aluno a possibilidade de aplicação do conteúdo a novas situações, levando-os a reelaborarem o que aprenderam. A seleção deve priorizar aspectos qualitativos e não quantitativos, pois um trabalho significativo a ser desenvolvido com um conteúdo demanda determinado tempo necessário à sua apropriação pelo aluno.
Assim como conteúdos significativos são necessários selecionar procedimentos metodológicos, que correspondem à metodologia, os procedimentos consistem no encaminhamento da intervenção na realidade, ou seja, a explicitação do caminho que se pretende seguir no desenvolvimento do conteúdo. Deve ser voltada à construção e não à transmissão de conteúdos. Necessita problematizar, a partir da prática social dos alunos, tornando a sala de aula um espaço de investigação.
Conteúdos envolve a seleção de aspectos da cultura, eles orientam a seleção das atividades. Trabalhamos na escola com conteúdos atitudinais, dizem respeito a valores, atitudes, combate a toda forma de discriminação, preconceito e a estereótipos. É necessário trabalhar um mesmo conteúdo de diferentes formas, a fim de ampliar progressivamente os conceitos apropriados pelos alunos. Os conteúdos podem ser classificados em:
	Conceituais
	Procedimentais
	Atitudinais
	· Compreendem os conteúdos científicos sistematizados.
	· conjunto de ações para chegar a um fim, a um objetivo. Onde podemos verificar o domínio do aluno em relação às habilidades de fazer.
	· valores, normas, atitudes, solidariedade, respeito.
· Responsabilidade, cooperação.
Para ampliar sua compreensão sobre os elementos organizadores do ensino, sugiro a leitura do texto abaixo:
A DIDÁTICA E AS EXIGÊNCIAS DO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO: FORMAÇÃO CULTURAL E CIENTÍFICA E DEMANDAS DAS PRÁTICAS SOCIOCULTURAIS
José Carlos Libâneo
< http://www.ceped.ueg.br/ocs20/dociiiedipe/texto_libaneo_iiiedipe.pdf >
A Questão das Metodologias
As metodologias correspondem ao caminho a ser percorrido na construção de um conhecimento, encaminhamento da intervenção na realidade. As atividades selecionadas devem atender alguns critérios:
Que sejam coerentes com as exigências da organização do conteúdo;
Que correspondam ao nível de assimilação e estruturação das informações do aluno;
Que sejam adequadas ao seu estilo de aprendizagem;
Que sejam ligadas às experiências, interesses e motivações dos alunos;
Que promovam novos processos do conhecimento (MARTINS, 2003 apud SILVA, 2006, p. 153).
A metodologia compreende um conjunto articulado de ações planejadas, tendo como princípio a diversidade, elaborando formas de mediação que possa acompanhar a construção do conhecimento escolar do aluno. Envolve organização da ação. De acordo com Lima (2007), algumas atividades podem favorecer a aprendizagem, como:
Observação: Podemos potencializar a capacidade de observação dos nossos alunos, a fim que possam selecionar, organizar e expor fatos observados, é uma forma de ampliar a atenção dos educandos.
Registro: Toda observação deve ser acompanhada de registros, através da escrita, desenhos, fotografias ou vídeo. O professor, através do planejamento, estabelece o tempo necessário, observação e registros contribuem para construir novos conceitos. O registro pode ser através de um caderno de ideias, com anotações e datas, formular perguntas, soluções de problemas, produção escrita, sinopses são exemplos de atividades que podem ser definidas. Lima (2007) também sugere o caderno de evocações onde a criança redige um relatório das atividades realizadas no dia anterior, auxiliando o professor na elaboração de planejamentos posteriores. O caderno é uma oportunidade dialógica de conversar com o aluno. Pode ser feito pelo aluno um dicionário com palavras extraídas do cotidiano escolar, o aluno faz pesquisas, registra no caderno e ilustra as suas palavras, estabelecendo relações positivas com a escrita.
Organização: o conhecimento pode ser organizado em maquetes, modelagens, diagramas, listas de desenho, fazer mapas, etc.
Relato: para relatar, os alunos organizam informações e as armazenam, formando novos conceitos.
Comunicação: As formas de comunicação são variadas, podendo ser pela oralidade, escrita ou uso de imagens e ser apresentadas em cartazes, vídeos, slides, entre outros.
As estratégias adotadas pelo professor, no processo de ensino e aprendizagem, constituem alternativas opções metodológicas que retratam a postura e concepção do professor e devem ser selecionadas tendo como critério a realidade do aluno. As escolhas representam opções do professor do ensino fundamental e, acima de tudo, precisam relacionar novas aprendizagens com conteúdos que já conhecem. Assim, o ensino propicia o desenvolvimento crítico, envolvendo pesquisas, discussões, debates, produções e outros elementos condizentes com a prática crítica e dialógica.
O mais importante é estabelecer a relação da estratégia de ensino com o conteúdo, os objetivos e a realidade do aluno, preocupando-se na posição de mediador em construir o conhecimento a partirde um posicionamento que conduza o aluno a uma participação ativa. A seleção da metodologia compreende: “[...] procedimentos, métodos, técnicas e modalidades de ensino, selecionados com o propósito de facilitar a aprendizagem. São, propriamente, os diversos modos de organizar as condições externas mais adequadas à promoção da aprendizagem”. (MENEGOLA; SANT’ANA, 2001, p. 90).
O professor diante de muitas opções metodológicas trabalha em grupo, individualmente, com aulas expositivas dialogadas, pesquisa, debates, seminários, estudo de caso, dinâmicas de grupo e outros, conferindo-lhe a necessidade de planejar e selecionar minuciosamente a estratégia mais adequada.
Vilarinho (1985), ao desenvolver um estudo sobre as técnicas de ensino, as classificou em técnicas de ensino em individualizadas, socioindividualizadas e socializadas, as quais são explicitadas no quadro abaixo:
Escolha das técnicas em função dos objetivos a atingir
	Modalidades Básicas
	Técnicas
	Aplicações
	Individualizado
	Estudo Dirigido
	Estimular método de estudo e pensamento reflexivo.
Levar a autonomia intelectual.
Atender a recuperação de estudos.
	
	Ensino por fichas
	Revisão e enriquecimento de conteúdos.
	
	Instrução programada
	Apresentação de informações em pequenas etapas e sequencia lógica.
Fornece recompensa imediata e reforço.
Permite que o aluno caminhe no seu ritmo próprio.
	
	Ensino por módulos
	Leva o estudante a responsabilidade no desempenho das tarefas propostas.
Propõe ao aluno os objetivos a serem atingidos e variadas atividades para alcançar esses objetivos.
	Socializado
	Discussão em pequenos grupos
Estudo de casos
	Troca de ideias e opiniões face a face.
Resolução de problemas.
Busca de informações.
Tomada de decisões.
	
	Discussão 66 ou Phillips 66
	Revisão de assuntos.
Estímulo à ação.
Troca de ideias e conclusão
	
	Painel
	Definir pontos de acordo e desacordo.
Debate, consenso e atitudes diferentes (assuntos polêmicos).
	
	Painel Integrado
	Troca de informações.
Integração total (das partes num todo).
Novas oportunidades de relacionamento.
	
	Grupo de cochicho
	Máximo de participação individual.
Troca de informações.
Funciona como meio de incentivo.
Facilita a reflexão.
	
	Discussão dirigida
	Solução conjunta de problemas.
	
	Brainstorming
	Criatividade (Ideias originais).
Participação total e livre.
	
	Seminário
	Estudo aprofundado de um tema.
Coleta de informações e experiências.
Pesquisa, conhecimento global do tema.
Reflexão crítica.
	Modalidades Básicas
	Técnicas
	Aplicações
	Socializado
	Simpósio
	Divisão de um assunto em partes para estudo.
Apresentação de ideias de modo fidedigno.
O grupão faz a conferência do que foi apresentado.
	
	GVGO ou Grupo na Berlinda
	Verbalização.
Objetividade na discussão de ideias.
Capacidade de análise e síntese.
	
	Entrevista
	Troca de informações.
Apresentação de fatos, opiniões e pronunciamentos importantes.
	
	Diálogo
	Intercomunicação direta.
Exploração, em detalhe, de diferentes pontos de vista.
	
	Palestra
	Exposição menos formal de ideias relevantes.
Sistematização do conteúdo.
Comunicação direta com o grupão.
	
	Dramatização
	Representação de situações da vida real.
Melhor rendimento e compreensão dos elementos.
	Socioindividualizado
	Método de Projetos
	Realiza algo de concreto.
Incentiva a resolução de problemas sugeridos pelos alunos.
Exige trabalho em grupo e atividades individuais.
	
	Método de problemas
	Desenvolve o pensamento reflexivo.
Desenvolve o pensamento científico.
	
	Unidades didáticas
	Compreensão do “todo” a ser estudado.
Incentivo ao aluno e a criatividade, flexibilidade nas atividades.
Permite organização do conteúdo aprendido.
	
	Unidades de Experiências
	Aplicação dos conceitos teóricos na prática.
Permite ao aluno uma análise crítica e a reconstrução da experiência social.
	
	Pesquisa como atividade discente
	Desenvolve o gosto pelo estudo científico.
Leva o aluno a distinguir a pesquisa pura da aplicada.
Utiliza-se de diversas técnicas de coleta de dados.
Utiliza-se do método científico.
Fonte: Mello (2007, p. 3-4).
Para que possam ser eficientes e contribuir para o alcance dos objetivos educacionais, de acordo com Menegola e Sant’ana (2001), precisam ser planejados a partir dos objetivos adequados aos conteúdos, nível dos alunos e possibilidades do professor e da escola, enfim, relacionados ao plano e possíveis de ser aplicados na sala de aula. O quadro abaixo demonstra os critérios a serem utilizados na escolha das estratégias de ensino:
É importante que você compreenda que a proposta metodológica permite ao professor acompanhar a comunicação entre os alunos favorecendo a aprendizagem colaborativa, é importante que se estabeleça uma prática inovadora, prazerosa.
A Seleção dos Recursos
Os recursos contribuem para a aula ser atrativa, desperta os interesses e reforça pontos importantes, é necessário que estejam adequados ao conteúdo e a metodologia proposta, inseridos no plano, utilizando os recursos disponíveis na escola, os recursos não são meros instrumentos ilustrativos da aula. Utilizar recursos tecnológicos. Os recursos podem ser materiais, humanos ou físicos.
O professor ao planejar a disciplina deve considerar a importância dos recursos e quanto eles podem objetivar o ensino e a aprendizagem, despertar e manter o interesse dos alunos, auxiliar o professor na comunicação dos conteúdos, facilitar a concretização de ideias e fatos, elucidar conceitos, desenvolver a percepção e provocar a ação dos alunos (MENEGOLA; SANT’ANA; 2001, p. 92).
Recursos podem ser criados pelos próprios alunos, os objetivos de ensino também são articulados aos recursos de ensino. A educação tem mudado muito nas últimas décadas, os avanços tecnológicos chegaram as nossas escolas, essa transformação leva professores a utilizar em suas aulas recursos tecnológicos, imagem, som, vídeo, computadores, internet, gerando práticas colaborativas na escola, os alunos conectam com seus pares e professores promovendo o diálogo. Se a escola conta com laboratórios com computadores e com acesso a internet, o professor pode explorar esses recursos, tornando a aula mais atrativa, incentivando a pesquisa, levando os alunos a aprenderem de maneira autônoma, obtendo acesso a uma rede de conhecimentos para fazer trabalhos escolares e manter uma postura ativa durante a aula. São experiências multissensoriais que contribuem para que a aula não seja tradicional, com a utilização de conteúdos ricos, modificando a interação do grupo. Muitos gestores preocupam-se com o processo de formação dos seus professores para o uso do computador em sala de aula, conferindo maior autonomia e segurança em sua utilização, essa formação tem sido realizada no próprio ambiente escolar.
Nos últimos vinte anos, acompanhamos profundas transformações no campo da tecnologia, mudanças sociais, políticas, econômicas, contribuindo para que a docência seja uma ação complexa, tal fato exige renovação no fazer cotidiano do professor, envolvendo novas concepções de aprendizagem que possam potencializar a aprendizagem dos educandos. Estamos em um momento de quebras de paradigmas conservadores, colocando o professor como mediador da produção de conhecimento realizada pelo aluno, que tem acesso à internet e diversas interfaces interativas.
Os recursos tecnológicos estão cada vez mais acessíveis às escolas, muitas contam com laboratório de informática, entretanto, é necessário o professor buscar novos recursos e procedimentos de ensino, proporcionando mudanças em relação ao seu fazer cotidiano, onde o professor tem o papel de mediador, tornando a sala de aula um espaço de comunicação. A tecnologia tem possibilitado a renovação de nossas práticas educativas, ampliando a comunicação entre os alunos e as possibilidades educacionais, desenvolvendo a colaboração e a interatividade, como também o processo dialógico.
A tecnologia está presente em nosso cotidiano, entretanto, algumas tecnologias exigem preparo do professor, para explorar essas novas formas de comunicação e aquisição de conhecimentos,gerando modificações em sua prática, assim, a escola sente-se desafiada a renovar suas práticas e concepções, possibilitando um olhar crítico sobre a tecnologia.
A ação docente mediada pelas tecnologias é uma ação partilhada. Já não depende apenas de um único professor, isolado em sua sala de aula, mas das interações que forem possíveis para o desenvolvimento das situações de ensino. Alunos, professores e tecnologias integrando com o mesmo objetivo geram um movimento de descobertas e aprendizados (KENSKI, 2003, p.105).
Pesquisas atuais têm apontado que novas possibilidades surgem constantemente com a tecnologia na escola, o sucesso na aprendizagem implica em um bom planejamento, construído em função da realidade da sala de aula, colocando o pensamento do aluno em movimento, possibilitando ao professor a renovação das concepções sobre o ensino e a aprendizagem, em uma perspectiva crítica e reflexiva. A internet permite o compartilhamento de materiais diversos e possibilita a construção colaborativa.
É importante trabalhar de forma flexível e considerar que o computador e a internet desafiam professores e alunos, o ciberespaço possibilita maior participação, o aluno deixa de ser passivo, articulando informações, realizando intervenções e alterações em relação ao seu conteúdo, participa ativamente, atua de forma flexível, constrói conhecimento e realiza trocas simbólicas.
O computador aproxima os alunos, estabelece relações de amizades, possibilita que a sala de aula seja um espaço de construção social do conhecimento, pautando-se em um repensar da sua função social, que possibilite a aceitação desse recurso tecnológico, pois em muitas escolas professores ainda desconhecem seu potencial pedagógico, apresentam resistência em relação à tecnologia.
A internet, definida como rede mundial de computadores, interligados possibilita diferentes formas de comunicação e tem possibilitado uma nova configuração de redes, abrangendo diferentes culturas, a tecnologia aproxima pessoas, permite troca de informações e resposta em qualquer momento. Cabe ao professor proporcionar aos alunos situações colaborativas e cooperativas, conferindo significado aos conteúdos abordados pela disciplina, onde os alunos se tornam coautores, em um espaço marcado por relações dialógicas e intercâmbio de conhecimentos. Esse trabalho socializa os componentes do grupo, permite formar alunos mais autônomos, assim, todas as ações terão como foco a aprendizagem colaborativa. Através do trabalho em grupo:
[...] será possível trabalhar valores como a solidariedade, a participação, a cooperação, a partilha, a socialização, a responsabilidade, a autonomia de grupo, a iniciativa e outros elementos necessários para a formação de um cidadão crítico, participativo e comprometido com a vida social (ROCHA, 2009, p. 115).
O aluno compreende a importância do uso da tecnologia na educação, o professor pode incentivá-los a utilizar de forma crítica e criativa, favorecendo a construção do conhecimento escolar e a interação entre as pessoas, favorece elevar a autoestima dos alunos, tornando-os mais autônomos a partir do momento que realizam troca de saberes e tornam-se mais responsáveis. A aprendizagem colaborativa centra-se no grupo, mas também trabalha o aluno individualmente.
Os conhecimentos científicos são contextualizados, reavaliados a partir do contexto em que vivemos, é necessário criar uma nova cultura que favoreça o compromisso do professor com a sociedade do conhecimento e a humanização de seus fazeres. Essa proposta passa necessariamente pela atitude do professor considerar-se gestor da sua própria aprendizagem e estar em um processo de formação ao longo da vida, agindo com maior autonomia, na maneira de pensar e agir, posicionando-se de forma crítica em relação à medição em sala de aula.
Possibilitar ações colaborativas que favoreçam a construção do conhecimento, a socialização de saberes, por meio da interação entre nativos digitais e imigrantes digitais, possibilita motivação, aprendizagem significativa, contribuindo para formar alunos autônomos no que diz respeito à produção do conhecimento. Nativos digitais utilizam-se da descoberta como principal forma de aquisição de conhecimentos e de forma interativa. O professor pode acompanhar avanços dos alunos, verificando lacunas que precisam ser ainda exploradas a partir de práticas dialógicas e pela vivência do trabalho participativo. Por meio da rede pode possibilitar que o aluno tenha acesso a materiais e atividades complementares, compartilhe fotos, músicas, vídeos, participe de discussões sobre o tema em estudo, socialize links importantes, insira produções, perguntas a partir da indicação de sites, entre outros. O professor sente-se mais próximo do aluno, compreende seus interesses e necessidades.
São inquietações que nos conduzem a constantes revisões de nossas práticas, criando possibilidades do aluno também ser autônomo, ensinando-o a pensar, para participar de forma crítica e ativa, fortalecendo a solidariedade e a interação com o mundo social e tecnológico.
O acesso às inovações, o contato com os colegas de trabalho, a troca de experiências, a comunicação constante, o conhecimento de novas metodologias e formas de avaliar, o contato com a equipe de trabalho pode contribuir para a transformação do fazer cotidiano, contribuindo e superando a dicotomia existente entre a fragmentação do trabalho e o fazer coletivo. Encontros frequentes do grupo de professores com a equipe e a realização de um planejamento participativo e coletivo a partir dos subsídios da realidade escolar pode resgatar saberes e fazeres docentes, favorecendo a construção da identidade do professor, proporcionando maior segurança e autonomia ao professor.
 
A Avaliação da Aprendizagem
O conceito de avaliação da aprendizagem está relacionado a uma concepção pedagógica e demonstra a atitude do professor em relação à sua sala de aula. É importante utilizar diversas técnicas e instrumentos para promover a construção do conhecimento, possibilitando o levantamento dos avanços e dificuldades dos alunos e levar o professor ao replanejamento de seu trabalho. A avaliação deve acompanhar a evolução do aluno, suas competências, habilidades e conhecimentos (BRASIL, 2004).
A avaliação permite a análise crítica do trabalho desenvolvido. Assim possibilita novos direcionamentos, permite verificar o desempenho de cada aluno para ajustar a ação as suas necessidades, um momento de coleta de dados qualitativos, pois não se pode mais categorizar o desempenho escolar a partir de instrumentos e medidas arbitrariamente estabelecidos pela escola. (BRASIL, 2004, p. 28). É necessário identificar a aprendizagem dos alunos em relação às diversas áreas do currículo. “A avaliação deve ser ampla e equilibrada, considerando tanto as potencialidades e aptidões do aluno quanto suas dificuldades” (BRASIL, 2005, p. 184). A avaliação processual, como acompanhamento e instrumento de tomada de decisão. Por meio dela, podemos aprimorar nosso planejamento, definindo conteúdos, estratégias e recursos.
Quando o desempenho do aluno não corresponde às expectativas, é necessário considerar as seguintes indicações:
- Os objetivos não atingidos pelos alunos devem ser retomados e retrabalhados imediatamente em sala de aula;
- O professor deve fazer auto-análise para saber se há necessidade de rever sua forma de ensinar aquele conteúdo;
- Estes objetivos devem ser incluídos na próxima avaliação, dando oportunidade de expressão na nova síntese de conhecimento e permitindo ao professor saber se os alunos superaram a dificuldade. (VASCONCELLOS, 1998, p. 70).
A avaliação da aprendizagem possibilita verificar se os objetivos foram atingidos, identificar problemas na relação ensino e aprendizagem e verificar possíveis direcionamentos (BRASIL, 2003). O professor precisa ser um pesquisador, para orientar sua prática em função dos dados levantados e não praticar uma avaliação quantitativa e classificatória, o que geraria um processo de exclusão para os alunos que apresentam desempenho

Continue navegando