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Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE PRINCÍPIOS GERAIS DA FISIOLOGIA ENDÓCRINA SISTEMA ENDÓCRINO E HOMEOSTASIA Os hormônios locais ou circulantes do sistema endócrino contribuem para a homeostasia regulando a atividade e o crescimento das células-alvo no corpo. O metabolismo também é controlado pelos hormônios. Os hormônio são sinalizadores químicos que regulam a atividade dos músculos lisos, do músculo cardíaco e de algumas glândulas; alteram o metabolismo; estimulam o crescimento e o desenvolvimento; influenciam os processos reprodutivos e participam dos ritmos circadianos estabelecidos pelo núcleo supraquiasmático do hipotálamo. CONTROLE EXERCIDO PELOS SISTEMAS NERVOSO E ENDÓCRINO Os sistemas nervoso e endócrino atuam juntos para coordenar funções de todos os sistemas do corpo. ❖ O sistema nervoso atua por meio de impulsos nervosos (potenciais de ação) conduzidos ao longo dos axônios dos neurônios. Nas sinapses, os impulsos nervosos desencadeiam a liberação de moléculas mediadoras (mensageiras) chamadas de neurotransmissores. O sistema nervoso atua em glândulas e músculos específicos. ❖ O sistema endócrino também controla atividades corporais por meio da liberação de mediadores, chamados hormônios. Um hormônio é uma molécula mediadora liberada em alguma parte do corpo que regula a atividade celular em outras partes do corpo. A maioria dos hormônios entra no líquido intersticial e, depois, na corrente sanguínea. O sangue circulante leva hormônios às células de todo o corpo. A influência do sistema endócrino é muito mais ampla; ajuda a regular praticamente todos os tipos de células do corpo. Tanto os neurotransmissores quanto os hormônios exercem seus efeitos ligando-se a receptores encontrados nas suas “células alvo”. Inúmeros mediadores atuam tanto como neurotransmissor quanto como hormônio. Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE Um exemplo comum é a norepinefrina: ➔ Liberada como neurotransmissor pelos neurônios pós-ganglionares simpáticos. ➔ Liberada como hormônio pelas células cromafins da medula da glândula suprarrenal. Muitas vezes, as respostas do sistema endócrino são mais lentas que as respostas do sistema nervoso; embora alguns hormônios ajam em segundos, a maioria demora alguns minutos ou mais para produzir uma resposta. Em geral, os efeitos da ativação pelo sistema nervoso são mais breves que os do sistema endócrino. Determinadas partes do sistema nervoso estimulam ou inibem a liberação de hormônios pelo sistema endócrino. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS ❖ As glândulas exócrinas secretam seus produtos para ductos que conduzem as secreções para cavidades corporais, para o lúmen de um órgão ou para a superfície externa do corpo. As glândulas sudoríparas (suor), sebáceas (óleo), mucosas e digestivas são exócrinas. ❖ As glândulas endócrinas secretam seus produtos (hormônios) no líquido intersticial que circunda as células secretoras e não para ductos. Do líquido intersticial, os hormônios se difundem para os capilares sanguíneos e o sangue os transporta para as células alvo pelo corpo. Em virtude da dependência do sistema circulatório para distribuir seus produtos, as glândulas endócrinas são alguns dos tecidos mais vascularizados do corpo. A maioria dos hormônios é necessária em quantidades bem pequenas, então os níveis circulantes são tipicamente baixos. Glândulas endócrinas: Hipófise, glândulas tireoide, paratireoides, suprarrenais e pineal. Órgãos e tecidos que contêm células secretoras de hormônios: Hipotálamo, timo, pâncreas, ovários, testículos, rins, estômago, fígado, intestino delgado, pele, coração, tecido adiposo e placenta. Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE Juntas, todas as glândulas endócrinas e células secretoras de hormônio constituem o sistema endócrino. COMPARAÇÃO SISTEMA NERVOSO E SISTEMA ENDÓCRINO CARACTERÍSTICA SISTEMA NERVOSO SISTEMA ENDÓCRINO Moléculas mediadoras Neurotransmissores liberados localmente em resposta a impulsos nervosos Hormônios levados para os tecidos de todo o corpo pelo sangue Local de ação do mediador Próximo ao local de liberação, na sinapse; liga-se aos receptores encontrados na membrana pós-sináptica Longe do local de liberação(habitualmente; liga-se aos receptores encontrados nas células-alvo Tipos de células alvo Células musculares (lisas, cardíacas e esqueléticas), células glandulares,outros neurônios Células por todo o corpo Tempo para iniciar a ação Tipicamente, milissegundos De segundos a horas ou dias Duração da ação Geralmente mais breve Geralmente mais longa(de segundos a dias) FUNÇÃO DOS RECEPTORES HORMONAIS Embora um determinado hormônio percorra o corpo pelo sangue, ele atua apenas em células alvo específicas. Os hormônios, assim como os neurotransmissores, influenciam suas células alvo por meio de ligações químicas a receptores proteicos específicos. Apenas as células alvo de um dado hormônio possuem receptores que se ligam e reconhecem aquele hormônio. Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ➔ Por exemplo, o hormônio tireoestimulante (TSH) se liga a receptores nas células da glândula tireoide, porém não se liga a células dos ovários, pois as células ovarianas não possuem receptores de TSH. Os receptores, assim como outras proteínas celulares, são constantemente sintetizados e degradados. Em geral, uma célula alvo possui de 2.000 a 100.000 receptores para um determinado hormônio. Se um hormônio é impedido de interagir com seus receptores, não consegue realizar suas funções normais. Infra regulação: Se a concentração de um hormônio estiver muito elevada, o número de receptores na célula alvo pode diminuir. A infra regulação torna uma célula alvo menos sensível ao hormônio. ➔ Por exemplo, quando determinadas células dos testículos são expostas a uma elevada concentração de hormônio luteinizante (LH), o número de receptores de LH diminui. Supra regulação: Quando a concentração de um hormônio é muito baixa, o número de receptores pode aumentar. A supra regulação, torna uma célula alvo mais sensível a um hormônio. Existem hormônios sintéticos que bloqueiam os receptores de alguns hormônios que ocorrem naturalmente. ➔ Por exemplo, RU 486 (mifepristona), que é usado para induzir aborto, se liga aos receptores de progesterona e não deixa que ela exerça seu efeito normal, nesse caso o de preparar o revestimento uterino para implantação. Quando uma gestante usa RU 486, as condições uterinas necessárias para suprir o embrião não são mantidas, o desenvolvimento embrionário é interrompido e o embrião se desprende do revestimento uterino. HORMÔNIOS LOCAIS E CIRCULANTES Hormônios circulantes: Passam das células secretoras que os produzem para o líquido intersticial e, depois disso, para o sangue. Hormônios circulantes podem permanecer no sangue e exercer seus efeitos por alguns minutos ou, às vezes, por algumas horas. Em Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE tempo, os hormônios circulantes são inativados pelo fígado e excretados pelos rins. ➔ Em casos de insuficiência renal ou hepática, é possível observar níveis sanguíneos muito elevados de hormônios. Hormônios locais: Atuam nas células vizinhas ou nas mesmas células que os secretaram sem, primeiro, entrar na corrente sanguínea. Em geral, os hormônios locais são inativados rapidamente. ● Parácrinos: Hormônios locais que atuam nas células vizinhas ● Autócrinos: Atuam nas mesmas células que os secretaram ➔ A interleucina 2 (IL 2), liberada pelos linfócitos T auxiliares (um tipo de leucócito) durante respostas imunológicas, é um exemplo de hormônio local. A IL 2 ajuda a ativar outras células imunológicas próximas, um efeito parácrino. No entanto, também atua como hormônio autócrino ao estimular a proliferação da mesma célula que a liberou. Essa ação gera mais linfócitos T auxiliares, que podem secretar ainda mais IL 2 e, desse modo, intensificar a resposta imune. ➔ Outro exemplo de um hormônio local é o gás óxido nítrico (NO), liberado pelas células endoteliais que revestem vasossanguíneos. O NO promove o relaxamento das fibras musculares lisas próximas nos vasos sanguíneos, o que, por sua vez, causa vasodilatação (aumento do diâmetro do vaso sanguíneo). Os efeitos dessa vasodilatação variam desde diminuição da pressão sanguínea até a ereção do pênis nos homens. O medicamento Viagra® (sildenafila) intensifica os efeitos estimulados pelo óxido nítrico no pênis. HORMÔNIOS LIPOSSOLÚVEIS Hormônios esteróides: Derivados do colesterol. Cada hormônio esteroide é único em decorrência de diferentes grupos químicos fixados em vários locais nos quatro anéis no núcleo da sua estrutura. Essas pequenas diferenças possibilitam uma grande diversidade de funções. Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE Hormônios da tireóide: Dois hormônios da tireoide (T3 e T4) são sintetizados pela conexão de iodo ao aminoácido tirosina. Os dois anéis de benzeno em T3 ou T4 tornam essas moléculas muito lipossolúveis. Óxido nítrico(NO): É tanto um hormônio quanto um neurotransmissor. Sua síntese é catalisada pela enzima óxido nítrico sintase. ★ Tanto os hormônios esteróides quanto os da tireóide são efetivos por via oral. Esses hormônios não sofrem degradação durante a digestão e atravessam com facilidade o revestimento intestinal por serem lipossolúveis. Os receptores de hormônios lipossolúveis estão localizados dentro das células alvo. LIPOSSOLÚVEIS HORMÔNIOS LOCAL DE SECREÇÃO Hormônios esteróides Aldosterona Cortisol Androgênios Calcitriol Testosterona Estrogênios progesterona Córtex da glândula suprarrenal Rins Testículos Ovários Hormônios da tireóide T3 (tri-iodotironina) T4 (tiroxina) Glândula tireoide(células foliculares) Gás óxido nítrico Óxido nítrico(NO) Células endoteliais do revestimento dos vasos sanguíneos HORMÔNIOS HIDROSSOLÚVEIS Os hormônios hidrossolúveis englobam os hormônios aminados, hormônios proteicos e peptídicos e hormônios eicosanóides. Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE Hormônios aminados: Sintetizados pela descarboxilação (remoção da molécula de CO2) ou modificação de determinados aminoácidos. São chamados de aminados porque retêm um grupo amina (–NH3+). As catecolaminas (epinefrina, norepinefrina e dopamina) são sintetizadas pela modificação do aminoácido tirosina. A histamina é sintetizada a partir do aminoácido histidina por mastócitos e plaquetas. A serotonina e melatonina derivam do triptofano. Hormônios peptídicos e hormônios proteicos: São polímeros de aminoácidos. O hormônio antidiurético e a ocitocina são exemplos de hormônios peptídicos; o hormônio do crescimento humano e a insulina são hormônios proteicos. Vários hormônios proteicos, como o hormônio tireoestimulante, possuem grupos de carboidrato afixados e, dessa forma, são hormônios glicoproteicos. Hormônios eicosanóides: Derivados do ácido araquidônico, um ácido graxo de 20 carbonos. Os dois principais tipos de eicosanóides são as prostaglandinas (PG) e os leucotrienos (LT). Os eicosanóides são importantes hormônios locais, podendo atuar também como hormônios circulantes. ★ Hormônios proteicos e peptídicos, como a insulina, são hidrossolúveis, não sendo efetivos por via oral porque as enzimas digestivas os destroem, quebrando suas ligações peptídicas. Esse é o motivo pelo qual as pessoas dependentes de insulina precisam administrá-la por injeção. Receptores de hormônios hidrossolúveis fazem parte da membrana plasmática das células alvo. HIDROSSOLÚVEIS HORMÔNIOS LOCAL DE SECREÇÃO HORMÔNIOS AMINAS (Catecolaminas) Epinefrina Norepinefrina Melatonina Histamina Serotonina Medula da glândula suprarrenal Glândula pineal Mastócitos nos tecidos conjuntivos Plaquetas no sangue Todos os hormônios hipotalâmicos de liberação e inibição Hipotálamo Neuro-hipó ͅse Adeno-hipóͅse Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE HORMÔNIOS PEPTÍDEOS E PROTEÍNAS Ocitocina Hormônio antidiurético Hormônio do crescimento humano Hormônio tireoestimulante Hormônio adrenocorticotrófico Hormônio folículo estimulante Hormônio luteinizante Prolactina Hormônio melanócito-estimulante Insulina Glucagon Somatostatina Polipeptídeo pancreático Paratormônio Calcitonina Gastrina Secretina Colecistocinina GIP(peptídio insulino trópico dependente de glicose) Eritropoetina Leptina Pâncreas Glândulas paratireoides Glândula tireoide (células parafoliculares) Estômago Intestino delgado (células enteroendócrinas) Rins Tecido adiposo HORMÔNIOS EICOSANÓIDES Prostaglandinas Leucotrienos Todas as células exceto as hemácias TRANSPORTE HORMONAL NO SANGUE A maior parte das moléculas de hormônio hidrossolúvel circula no plasma aquoso sanguíneo na forma “livre” (não ligado a outras moléculas). A maioria das moléculas de hormônio lipossolúvel encontra -se ligada a proteínas transportadoras. Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ● As proteínas de transporte, sintetizadas pelos hepatócitos, apresentam três funções: ➢ Tornar os hormônios lipossolúveis temporariamente hidrossolúveis, aumentando, desse modo, sua solubilidade no sangue. ➢ Postergar a passagem de moléculas hormonais pequenas pelo mecanismo de filtragem nos rins, reduzindo, assim, a perda hormonal na urina. ➢ Oferecer uma pronta reserva de hormônio na corrente sanguínea. Em geral, 0,1 a 10% das moléculas de um hormônio lipossolúvel não estão ligadas a uma proteína transportadora. Essa fração livre se difunde para fora dos capilares, se liga a receptores e desencadeia respostas. Conforme as moléculas livres de hormônio deixam o sangue e se ligam a seus receptores, as proteínas transportadoras liberam novas moléculas para repor a fração livre. MECANISMOS DE AÇÃO HORMONAL A resposta a um hormônio depende tanto do hormônio propriamente dito quanto da sua célula alvo. Várias células alvo respondem de maneira diferente ao mesmo hormônio. ➔ A insulina, por exemplo, estimula a síntese de glicogênio nos hepatócitos e a síntese de triglicerídeos nos adipócitos. Efeitos hormonais: ➔ Síntese de novas moléculas ➔ Alteração da permeabilidade da membrana plasmática ➔ Estimulação do transporte de uma substância para dentro ou para fora de células alvo ➔ Alteração da velocidade de reações metabólicas específicas ➔ Promoção de contrações da musculatura lisa ou cardíaca. Um único hormônio é capaz de desencadear várias respostas celulares diferentes. No entanto, em primeiro lugar, é preciso que o hormônio “anuncie a sua chegada” à célula alvo por meio da ligação com seus receptores. Os hormônios que se ligam aos receptores da membrana plasmática podem induzir seus efeitos em concentrações muito baixas, pois iniciam uma cascata ou reação em cadeia, e cada passo multiplica ou amplia o efeito inicial. Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE AÇÃO DOS HORMÔNIOS LIPOSSOLÚVEIS 1- Um hormônio lipossolúvel livre se difunde do sangue, pelo líquido intersticial e através da bicamada lipídica da membrana plasmática, para dentro da célula. 2- Se a célula for uma célula alvo, o hormônio se liga aos receptores localizados no citosol ou no núcleo, ativando -os. 3- O complexo receptor-hormônio ativado modifica a expressão do gene, ativa e desativa genes específicos do DNA nuclear. 4- Com a transcrição do DNA, ocorre formação de novo RNA mensageiro (mRNA) que deixa o núcleo e entra no citosol, onde dirige a síntese de uma nova proteína, muitas vezes uma enzima, nos ribossomos. 5- As novas proteínas alteram a atividade das células e causam respostas típicas do hormônio em questão. AÇÃO DE HORMÔNIOS HIDROSSOLÚVEIS Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE 1- Os hormônios hidrossolúveis se ligam a receptores que se projetam da superfície da célula alvo. Esses receptores são proteínas transmembrana integrantes da membrana plasmática. 2- O hormônio hidrossolúvel (primeiro mensageiro) se difunde do sangue pelo líquido intersticial e, depois disso, se liga a seu receptor na superfície externa da membrana plasmática de uma célula alvo. 3- O complexo receptor-hormônio ativa uma proteína da membrana chamadade proteína G. 4- A proteína G ativada, por sua vez, ativa a adenilato ciclase. 5- A adenilato ciclase converte ATP em AMP cíclico (cAMP). Uma vez que o local ativo da enzima é na superfície interna da membrana plasmática, essa reação ocorre no citosol da célula. 6- O AMP cíclico (segundo mensageiro) ativa uma ou mais proteinoquinases, as quais podem estar livres no citosol ou ligadas à membrana plasmática. A proteinoquinase é uma enzima que fosforila (adiciona um grupo fosfato) outras proteínas celulares (como enzimas). O doador do grupo fosfato é o ATP, que é convertido em ADP. 7- A fosforilação ativa algumas proteínas e inativa outras, como um interruptor. 8- As proteínas fosforiladas, por sua vez, causam reações que produzem respostas fisiológicas. Existem proteinoquinases diferentes no interior das células alvo distintas e dentro de diferentes organelas da mesma célula alvo. ➢ Assim, uma proteinoquinase pode desencadear a síntese de glicogênio, outra pode causar a degradação de triglicerídio, uma terceira pode promover a síntese de proteína e assim por diante. 9- Fim da ação hormonal: Após um breve período, uma enzima chamada fosfodiesterase inativa o cAMP. Dessa forma, a resposta da célula é desativada . Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE A não ser que sejam ainda mais estimuladas pela ligação entre mais moléculas de hormônio e seus receptores, as proteínas G lentamente são desativadas, diminuindo a atividade da adenilato ciclase e ajudando a cessar a resposta hormonal. OBS: A fosforilação por uma proteinoquinase também pode inibir determinadas proteínas. ➔ Por exemplo, algumas das quinases liberadas quando a epinefrina se liga aos hepatócitos inativam uma enzima necessária para a síntese de glicogênio. Segundos mensageiros: ➔ Um determinado hormônio pode usar segundos mensageiros distintos em diferentes células alvo. ➔ As proteínas G são uma característica comum na maioria dos sistemas de segundo mensageiro. ➔ O AMP cíclico (cAMP) é um segundo mensageiro comum. ➢ Além do cAMP, íons cálcio (Ca 2+), cGMP (monofosfato cíclico de guanosina, um nucleotídeo cíclico semelhante ao cAMP), inositol trifosfato (IP3) e diacilglicerol (DAG) são outros segundos mensageiros. ➔ Neurotransmissores, neuropeptídeos e vários mecanismos de transdução sensorial também atuam por meio de sistemas de segundo mensageiro. Hormônios que exercem parte de seus efeitos fisiológicos por meio da síntese mais intensa de cAMP: Hormônio antidiurético (HAD), hormônio tireoestimulante (TSH), hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), glucagon, epinefrina e hormônios liberados pelo hipotálamo. Hormônios que diminuem o nível de AMP cíclico: Hormônio inibidor do hormônio do crescimento (GHIH). INTERAÇÕES HORMONAIS A responsividade de uma célula alvo a um hormônio depende: ● Da concentração sanguínea do mesmo ● Da abundância de receptores hormonais na célula alvo ● De influências exercidas por outros hormônios Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE Uma célula alvo responde com mais vigor quando o nível de um hormônio sobe ou quando apresenta mais receptores (suprarregulação). Efeito permissivo: As ações de alguns hormônios nas células alvo demandam exposição simultânea ou recente a um segundo hormônio. O segundo hormônio tem efeito permissivo. ➔ Por exemplo, a epinefrina sozinha estimula fracamente a lipólise (degradação de triglicerídios), mas quando existem concentrações baixas de hormônios da tireoide (T3 e T4), a mesma quantidade de epinefrina estimula a lipólise de maneira muito mais intensa. Não raro, o hormônio permissivo aumenta o número de receptores para o outro hormônio e, às vezes, promove a síntese de uma enzima necessária para a expressão de outros efeitos do outro hormônio. Efeito sinérgico: Quando o efeito de dois hormônios que agem juntos é maior ou mais amplo do que o efeito de cada hormônio agindo sozinho. “Juntos somos mais fortes”. ➔ Por exemplo, o desenvolvimento normal de ovócitos nos ovários precisa tanto do hormônio folículo estimulante da adeno hipófise quanto de estrogênios do ovário. Nenhum dos hormônios isoladamente é suficiente. Efeito antagônico: Quando um hormônio faz oposição às ações de outro hormônio. ➔ Por exemplo, a insulina, que promove a síntese de glicogênio pelos hepatócitos, e o glucagon, que estimula a degradação do glicogênio no fígado. CONTROLE DA SECREÇÃO HORMONAL A regulação da secreção normalmente evita a produção excessiva ou insuficiente de qualquer hormônio, ajudando a manter a homeostasia. ● Quando estimulada, uma glândula endócrina libera seus hormônios em salvas mais frequentes, aumentando a concentração sanguínea do hormônio. ● Na ausência de estimulação, o nível sanguíneo do hormônio diminui. Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE A secreção hormonal é regulada por: ● Sinais do sistema nervoso ● Alterações químicas no sangue ● Outros hormônios ➔ Por exemplo, impulsos nervosos para a medula da glândula suprarrenal regulam a liberação de epinefrina; o nível sanguíneo de Ca 2+ regula a secreção de paratormônio (PTH); um hormônio da adeno hipófise (hormônio adrenocorticotrófico) estimula a liberação de cortisol pelo córtex da glândula suprarrenal. A maioria dos sistemas regulatórios hormonais atua via feedback negativo, porém alguns operam por feedback positivo. ➔ Por exemplo, durante o trabalho de parto(“bang”), o hormônio ocitocina estimula as contrações do útero que, por sua vez, estimulam ainda mais a liberação de ocitocina, um efeito de feedback positivo. Bibliografia: Tortora, G. J. et al. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 653 p. ISBN 978 85 277 2885 0
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