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1 Nome dos acadêmicos 2 Nome do Professor tutor externo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Ciências Contábeis (CTB0534) – Prática do Módulo V – 20/04/2020 REALIZAÇÃO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Jessica dos Santos¹ Larissa Gabriely Rosa Bruch¹ Viviane do Prado Stüpp¹ Elisiana Berkenbrock² RESUMO Esse trabalho tem como objetivo explicar o que é o planejamento tributário, que nada mais é do que uma maneira que a empresa encontra, dentro dos meios legais, de obter um menor tributo fiscal em cima dos produtos e serviços oferecidos no mercado. Mas para que esse planejamento tributário seja eficiente, precisa conter dados e informações corretas e confiáveis, para que a contabilidade faça o seu trabalho de forma correta e segura. Tem como objetivo também fazer um comparativo sobre os regimes de tributação Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional e observar qual seria a melhor opção para a empresa. Fala também sobre a auditoria e sobre o gestor tributário. Os resultados alcançados ajudam optar pela melhor forma de tributação, sendo possível reduzir o pagamento de tributos e o planejamento tributário poderá ser instrumento de estratégia competitiva, como uma maneira da empresa cumprir sua missão, garantir sua sobrevivência e manutenção no mercado frente à concorrência acirrada. 1. INTRODUÇÃO A Auditoria tem sido um grande modo de planejamento dentro das organizações, podemos ver a partir de agora o que esse trabalho que tem sido realizado pelos contadores tem de relevância tanto para o administrador como para a gestão da empresa, será que possui alguma vantagem? De acordo com Oliveira (2012), um gestor tributário precisa ter um grande conhecimento na legislação tributária, pois as suas responsabilidades são de grande eficácia e eficiência nesse gerenciamento. Porque, esse profissional pode ser responsabilizado por possíveis prejuízos que causar no exercício da profissão, por culpa ou dolo, podendo ser condenado a indenizar o empresário que foi prejudicado. Tanto o administrador e o auditor precisam fornecer dados que expressam confiabilidade, afinal todos nós gostaríamos de ter informações nas quais pudéssemos esclarecer o que se passa dentro da organização de acordo com as informações recebidas, ver se esses dados estão seguindo o parâmetro estabelecido pela empresa. A auditoria e o planejamento tributário não existem para substituir a função da administração dos dados que envolve a empresa e sim , para que se torne fundamental para então orientar as empresas adequadamente sobre sua real posição financeira e patrimonial, ou seja, é fundamental no sistema de informação, medição de desempenho e prestação 2 de contas o auditor conhecer profundamente a empresa para expressar sua opinião sobre as demonstrações contábeis e sobre a situação real da empresa. Neste trabalho será realizado um planejamento tributário na empresa localizada em Laurentino – SC. O intuito deste estudo é achar alternativas que visem reduzir a carga tributária da empresa, para isso precisamos responder algumas perguntas: A empresa está enquadrada no regime fiscal mais vantajoso para ela? Qual a melhor opção de regime fiscal para esta empresa? 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O contador na função de gestor tributário tem principalmente nas atividades do planejamento tributário a grande oportunidade de dar enormes contribuições a alta direção da empresa. Planejamento tributário é uma forma lícita de reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e bom senso dos responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo. Se trata do estudo prévio a concretização dos fatos administrativos, dos efeitos jurídicos, fiscais e econômicos de determinada decisão gerencial, com objetivo de encontrar a alternativa legal e menos onerosa para o contribuinte. (OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). Segundo Fabretti (2009, p. 08) “o estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos onerosas, denomina-se Planejamento Tributário”. O objeto da contabilidade tributária é apurar com exatidão o resultado econômico do exercício social, demonstrando-o de forma clara e sintética, para, em seguida, atender de forma extracontábil ás exigências das legislações do IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro, determinando a base de cálculo fiscal para formação das provisões destinadas ao pagamento desses tributos, as quais serão abatidas do resultado econômico (contábil), para determinação do lucro liquido á disposição dos acionistas, sócios ou titular de firma individual. (FABRETTI, 2009, p 08). Conforme Febretti (2009, p. 09) “A relação custo/benefício deve ser muito bem avaliada. Não há mágica em planejamento tributário, apenas alternativas, cujas relações custo/benefício variam muito em função dos valores envolvidos, da época, do local etc.” O planejamento tributário preventivo (antes da ocorrência do fato gerador do tributo) produz elisão fiscal, ou seja, a redução da carga tributária dentro da legalidade. O perigo do mau planejamento é redundar em evasão fiscal, que é a redução da carga tributária descumprindo determinações legais, classificadas como crime da sonegação fiscal [...]. (FEBRETTI, 2009, p. 09). “Há alternativas legais válidas para grandes empresas, mas que são inviáveis para as médias e pequenas, dado o custo que as operações necessárias para a execução desse planejamento podem exigir,” de acordo com Febretti (2009, p. 08). 3 A eficiência e exatidão dos registros contábeis são fundamentais para que a administração planeje suas ações. A contabilidade, entre outras funções, é instrumento gerencial para a tomada de decisões. Por isso, deve estar atualizada e emitir relatórios simples e claros para o administrador. Sem relatórios objetivos e atualizados, não é possível fazer qualquer tipo de planejamento sério e consequente. (FEBRETTI, 2009, p. 09). “Fundamental é, sem dúvida, a função de fornecer elementos para a correta gestão do negócio, permitindo a tomada de decisões eficazes. (Lembrar a diferença: eficiência é fazer bem feito; eficácia é fazer o que tem que ser feito, da forma possível e no momento certo.)” (FEBRETTI, 2009, p. 10). Nas palavras do saudoso tributarista Nilton Latorraca: Costuma-se, então, denominar de Planejamento Tributário a atividade empresarial que, desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva, projeta os atos e fatos administrativos com o objetivo de informar quais os ônus tributários em cada uma das opções legais disponíveis. O objeto do planejamento tributário é, em última análise, a economia tributária. Cotejando as várias opções a economia legais, o administrador obviamente procura orientar os seus passos de forma a evitar, sempre que possível, o procedimento mas oneroso do ponto de vista fiscal. Borges, por sua vez, menciona que: A natureza ou essência do planejamento Fiscal - ou Tributário – consiste em organizar os empreendimentos econômicos-mercantis da empresa, mediante o emprego de estruturas e formas jurídicas capazes de bloquear a concretização da hipótese de incidência tributária ou, então, de fazer com que sua materialidade ocorra na medida ou no tempo que lhe sejam mais propícios. Trata-se, assim, de um comportamento técnico-funcional, adotado no universo dos negócios, que visa excluir, reduzir ou adiar os respectivos encargos tributários. Entretanto, torna-se claro o entendimento de que o planejamento tributário é o estudo das alternativas lícitas de formalização jurídica de determinada operação, antes da ocorrência do fato gerador, para que o contribuinte possa optar por aquela que apresente o menor ônus tributário. (OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). Planejamentotributário não se confunde com sonegação fiscal. Planejar é escolher, entre duas ou mais opções lícitas, a que resulte no menor tributo a pagar. Sonegar, por sua vez, é utilizar meios ilegais, como fraude, simulação, dissimulação etc., para deixar de recolher o tributo devido. Ainda por sonegação se entende toda a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou a retardar, total ou parcialmente o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação principal. (OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). A auditoria tributária por sua vez corresponde a avaliação dos métodos, procedimentos e critérios adotados pelas empresas nas áreas fiscais e/ou tributárias com a finalidade de verificar o exato cumprimento das normas vigentes no sentido de evitar acúmulo de contingências pela adoção de procedimentos incorretos ou deixar de aproveitar possível vantagens fiscais pela ausência de adoção de procedimentos alternativos. (OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). 4 Geralmente essa tarefa compreende na revisão dos cálculos e todos os aspectos quanto ao cumprimento das obrigações acessórias e principais dos tributos diretos ( imposto sobre a Renda e Contribuição Social) e dos indiretos ( ICMS, IPI, ISS e PIS/COFINS e outros), visando obter a certificação de que os procedimentos adotados atendem as legislações vigentes. (OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). Segundo dado pelo Código Tributário Nacional (Lei n°5.172/66) em seu art. 96: A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas pertinentes. Desses trabalhos executados surgem recomendações para utilização das melhores alternativas legais para a economia e recuperação de impostos, pagos a mais ou indevidamente, bem como a identificação de possíveis contingências e estudo de soluções para as devidas regularizações de forma menos onerosa, utilizando instrumentos legais disponíveis. (OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). Assim é fundamental importância para o aumento da eficiência e eficácia dessas áreas a realização periódica de auditoria ou revisões fiscais de forma preventiva, ou de natureza corretiva. O objetivo da revisão fiscal é permitir ao auditor declarar, com base em procedimentos que proporcionam todas evidencias, que os cálculos, recolhimentos, e também o atendimento das formalidades legais relacionadas aos tributos. (OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). Geralmente o auditor faz utilização da revisão analítica que consiste na avaliação e análise das Demonstrações Contábeis por meio de estudos da relação de aspectos financeiros e na análise de índices e tendências significativas, incluindo a investigação das flutuações e as relações inconsistentes com outras informações que não sejam de caráter fiscal, e também as evidencias de desvio de valores em relação aos montantes previstos. (OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). Os serviços que o auditor, contador e/ou o especialista nos aspectos legais, fiscais e de planejamento tributário podem prestar são: a) auditoria contábil e trabalhista de possíveis inobservâncias dos princípios de contabilidade e constatação de contingências ambientais, trabalhistas, em processos cíveis; b) auditoria fiscal para a identificação de possíveis inobservâncias das normas fiscais e tributárias e constatação de contingencias fiscais; c) consultoria para a avaliação de ativos, passivos e do patrimônio líquido das empresas envolvidas em processos de incorporação, fusão ou cisão; d) assessoria na valorização de ativos para os fins anteriormente citados; e) assessoria organizacional “pós-incorporação, fusão ou cisão”, para a implantação, readequação ou adaptação de normas e procedimentos visando aprimorar a administração das empresas envolvidas. (OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). 5 É importante, pois para tais profissionais, o estudo do assunto, para o melhor preparo técnico que possibilite a adequada prestação de serviços.(OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). Podemos definir auditoria como um levantamento, estudo ou até mesmo uma avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações e todas as rotinas que envolve as demonstrações financeiras de uma determinada empresa. Envolve, de acordo com a Resolução 820/1997 do conselho Federal de Contabilidade (CFC), por sua natureza “um conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão do parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis, consoante aos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica.” (CREPALDI, Guilherme Simões; CREPALDI, Silvio Aparecido, 2016). A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos a fim de emitir um parecer sobre sua adequação, consoante ao Princípio de Contabilidade e pertinente à legislação específica. Seu controle consiste nas áreas-chaves nas empresas para evitar fraudes, desfalques e até mesmo subornos, através de testes, no qual está função é exercido pelos profissionais técnicos especializados, protegendo os bens das entidades que estão sendo auditadas pelos mesmos. (CREPALDI, Guilherme Simões; CREPALDI, Silvio Aparecido, 2016). No entanto, é necessário que essas informações sejam realizadas e explicadas de forma clara, acessível e principalmente, que possa ser confiável, com informações que sejam de valor quando se fizer uso dela, devendo ser organizado conforme a necessidade da empresa. (CREPALDI, Guilherme Simões; CREPALDI, Silvio Aparecido, 2016). A auditoria surge no exato momento em que se tem uma separação entre o dono da empresa e a figura administradora, ou seja, se o dono da empresa for o administrador ele saberá exatamente o que ocorre na empresa, mas caso o administrador for um profissional o dono não saberá o que se passa na empresa, sendo assim surge a figura da auditoria = fiscalizar = controlar. (CREPALDI, Guilherme Simões; CREPALDI, Silvio Aparecido, 2016). Seu objetivo é proporcionar um aumento na confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários, mediante a expressão de uma determinada opinião pelo auditor sobre as demonstrações contábeis que foram elaboradas. Essas informações contidas nas demonstrações contábeis e previstas em legislação devem demonstrar informações suficientes sobre a entidade, de modo que facilite sua observação. (CREPALDI, Guilherme Simões; CREPALDI, Silvio Aparecido, 2016). A auditoria é uma atividade que se tem uma fase inicial aqui no Brasil, em termos técnicos, porém as legislações específicas brasileiras vêm abordando de forma superficial, sem ter uma forma clara e precisa sobre os procedimentos que os profissionais da área utilizam para a realização das demonstrações financeiras e auditadas nas empresas públicas. (CREPALDI, Guilherme Simões; CREPALDI, Silvio Aparecido, 2016). 6 No entanto, a filosofia da auditoria avalia a política de sistema da empresa em termos de adequação, comunicação, aceitação, aplicação e controle, para analisar se é necessário e se ajuda de alguma forma a obter os objetivos e a assegurar os recursos dessas empresas, tanto de forma econômica, humana, ou de natureza e financeira. (CREPALDI, Guilherme Simões; CREPALDI, Silvio Aparecido, 2016). A contabilidade deriva atualmente de alguns conceitos como o da economia, palavras como capital, renda consumo; ainda também outros conceitos como o do direito, e administração. Envolve um grande entendimento lógico e genérico em relação a atividades econômicas, políticas e de costumes que estão sendo aplicados, já que todos nós dizemos conhecer um pouco de contabilidade, pelo fato de sempre estarmos fazendo algo relacionado a essa área como por exemplo; pagar, receber, emitir controles e atémesmo vender. Toda nossa realidade, está relacionado um elemento que conseguimos de alguma forma contabilizar. (CREPALDI, Guilherme Simões; CREPALDI, Silvio Aparecido, 2016). A auditoria se relaciona diretamente com a contabilidade já que exerce o principal papel da empresa no sentido de informar e registrar os dados das empresas, muitas vezes é manipulada por interesse no qual é de forma estranha ao se relacionar com o objetivo maior da empresa, visando a vantagens ilícitas ou mal versação de recursos como empréstimos e financiamentos, o papel do auditor não é detectar fraudes mas caso no meio de seu trabalho as descobre, deve comunicar em seu relatório os efeitos correspondentes. Sua atividade está em uma constante mudança e esses profissionais precisam estar bem atentos aos órgãos ligados a essa área no sentido de que precisam adotar os procedimentos e padronizá-los e assim fortalecer o sistema de auditoria e mercado de capitais, demonstrando assim mais credibilidade aos investidores. (CREPALDI, Guilherme Simões; CREPALDI, Silvio Aparecido, 2016). Abrangendo além de fatores técnicos a auditoria também abrange fatores psicológicos: as pessoas, já que ao saberem que há um controlador, evitam cometer irregularidades. Como essa atividade é de extrema importância e indispensável nas empresas, ela traz aos investidores uma confirmação de eficiência dos controles, uma certeza maior e garantia aos investidores. (CREPALDI, Guilherme Simões; CREPALDI, Silvio Aparecido, 2016). A empresa que adquirir um profissional ou ter um sócio a fim de ler as demonstrações contábeis com suficiente compreensão e habilidade para analisá-las nas diversas afirmações que contêm conseguirá obter algumas vantagens em sua administração, como por exemplo: assegurar uma maior correção dos registros contábeis, opinar sobre a forma que será adequada as informações contidas nas demonstrações, dificulta desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos de despesas, tendo também uma maior visão sobre a real atividade econômica, patrimonial, e financeira 7 da empresa assim como tantas outras vantagens.(CREPALDI, Guilherme Simões; CREPALDI, Silvio Aparecido, 2016). Já a gestão tributária deve ser executada de forma independente da contabilidade. Em determinadas empresas, principalmente nas de médio porte, as funções da gestão tributária são realizadas pelo contador, sendo uma ameaça ao controle das operações e segregações das funções adequadamente. (OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). Evidentemente, que as funções da gestão tributária podem ser realizadas por profissionais com ou sem titulação contábil. Portanto, para se ter sucesso nessa função, deve-se ter um bom conhecimento em contabilidade. O gerenciamento das obrigações tributárias deve ser considerado algo estratégico dentro das empresas de médio e grande porte, e não apenas uma necessidade cotidiana. (OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). Um gestor tributário precisa ter um grande conhecimento na legislação tributária, pois as suas responsabilidades são de grande eficácia e eficiência nesse gerenciamento. Porque, esse profissional pode ser responsabilizado por possíveis prejuízos que causar no exercício da profissão, por culpa ou dolo, podendo ser condenado a indenizar o empresário que foi prejudicado. (OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). Um ato criminoso, para efeitos legais e judiciais, a elaboração e a assinatura de qualquer documento ou demonstração contábil com informações falsas, preparadas de má fé. Os documentos e as demonstrações contábeis elaboradas sob a responsabilidade da contabilidade são utilizados geralmente pelo mercado. Os usuários que podem ser prejudicados em decorrência de fraudes e irregularidades na escrituração contábil e fiscal, são: a) Instituições financeiras consultadas para a concessão de empréstimos e financiamento; b) Fornecedores; c) Acionistas; d) Autoridades; e) Investidores do mercado de capitais; f) Sindicatos e funcionários que participam dos resultados; Portanto, as empresas e os profissionais responsáveis que assim procederem, com ou sem má fé, podem vir a ser processados e condenados por perdas e danos.(OLIVEIRA, Luís Martins de, 2012). As principais funções e atividades da gestão tributária segundo Oliveira (2012) são: 8 a) Apuração com exatidão do resultado tributável de determinado exercício fiscal, para cálculo e formação das provisões contábeis destinadas ao pagamento dos tributos incidentes sobre o lucro da entidade; b) Identificação e orientação sobre o registro contábil das provisões relativas aos tributos a recolher, como parte integrante do sistema de informações da empresa, a gestão tributária tem a responsabilidade de informar, correta e oportunamente, o valor das diversas provisões para recolhimento dos tributos, de acordo com o princípio contábil da competência de exercícios; c) Escrituração dos documentos fiscais em livros fiscais próprios ou registros auxiliares, para apurar e determinar o montante do tributo a ser recolhido dentro do prazo após encerramento do período de apuração; d) Pelo preenchimento de guias de recolhimento, informando o setor financeiro de contas a pagar da entidade sobre o valor e os prazos de recolhimento, e também emitir e providenciar a entrega aos respectivos órgãos competentes dos formulários estabelecidos pela legislação pertinente; e) Orientação fiscal para todas as unidades da empresa, seja elas fiscais, fábricas ou departamentos, ou das sociedades coligadas e controladas; f) Orientação, treinamento e constante supervisão dos funcionários do setor de impostos; Conforme informações passadas pela empresa será analisado qual o regime tributário mais vantajoso para ela. TABELA 1 – FATURAMENTO DA EMPRESA MÊS FATURAMENTO Janeiro/2020 R$145.351,16 Fevereiro/2020 R$143.829,99 Março/2020 R$133.738,75 1° Trimestre 2020 R$422.918,99 FONTE: Os autores. TABELA 2 – DESPESAS GERAIS DA EMPRESA MÊS DESPESAS GERAIS Janeiro/2020 R$76.926,31 Fevereiro/2020 R$84.582,00 Março/2020 R$72.884,22 1° Trimestre 2020 R$234.392,53 FONTE: Os autores. 9 TABELA 3 – DESPESAS COM A FOLHA DE PAGAMENTO MÊS DESPESA COM FOLHA DE PAGAMENTO Janeiro/2020 R$46.127,73 Fevereiro/2020 R$45.348,98 Março/2020 R$43.680,55 1° Trimestre 2020 R$135.157,26 FONTE: Os autores. TABELA 4 – CÁLCULO DO LUCRO REAL DA EMPRESA Faturamento do 1° trimestre 2020 R$422.918,99 Despesas com a folha de pagamento 1° trimestre 2020 - R$134.157,26 Despesas Gerais 1° trimestre 2020 - R$234.392,53 LUCRO REAL R$53.369,20 FONTE: Os autores. Após analisar as informações, executaremos uma simples simulação sobre três regimes fiscais: Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional. Começaremos com o Lucro Real, um dos impostos que mais influência sobre o lucro real é o IRPJ que é apurado com a alíquota de 15% sobre o período, neste caso o primeiro trimestre de 2020 será analisado. A Fórmula para o cálculo é bem simples: IRPJ = Lucro Real x 15%. Vamos multiplicar o Lucro Real da Tabela 4 pela alíquota IRPJ = R$53.369,20 x 15% = R$8.005,38. Portanto, esta empresa deverá recolher R$8.005,38 de IRPJ no primeiro trimestre de 2020. A Contribuição Social sobre Lucro Líquido é calculada com uma alíquota de 9% sobre o lucro real. Com a seguinte fórmula: CSLL = Lucro Real x 9%. Vamos multiplicar novamente o lucro da Tabela 4 pela alíquota CSLL = R$53.369,20 x 9% = R$4.803,23. Dessa forma, a empresa deverá recolher R$4.803,23 de CSLL no primeiro trimestre de 2020. No Lucro Real o PIS (Programa de Integração Social) e a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) não são cumulativos, segue as seguintes alíquotas: PIS 1,65% e COFINS 7,6%, podendo somar as duas alíquotas para o cálculo 9,25%. Fórmula: PIS e COFINS = (Faturamento – Custos Dedutíveis)x 9,25% então iremos multiplicar primeiramente o lucro bruto pela alíquota R$422.918,99 x 9,25% = R$39.120,01. 10 Depois disso iremos somar todas as despesas do trimestre que podem ser deduzidas como compra de matéria prima, compra de material de embalagem, entre outras despesas. Após a soma dessas despesas será feito o cálculo: R$168.223,55 x 9,25% = R$15.560,68. O valor de PIS e COFINS será R$39.120,01 – R$15.560,68 = R$23.559,33. TABELA 5 – RESULTADO DO LUCRO REAL Lucro Real R$53.369,20 IRPJ R$8.005,38 CSLL R$4.803,23 PIS e COFINS R$23.559,33 Lucro Líquido R$17.001,26 FONTE: Os autores. Agora que já fizemos os cálculos do Lucro Real, vamos simular o Lucro Presumido. Começaremos calculando o IRPJ, as alíquotas são as seguintes: 15% para faturamento trimestral até R$187.500,00 e 25% sobre a parcela do faturamento superior a este valor. Essas alíquotas são aplicadas sobre 32% como base de cálculo. Então 32% x 15% = 4,8% e 32% x 25% = 8% do faturamento trimestral. Iniciamos o cálculo fazendo R$187.500,00 x 4,8% = R$9.000,00 e o restante do faturamento trimestral que podemos analisar na Tabela 1: R$422.918,99 – R$187.500,00 = R$235,418,99 x 8% = R$18.833,52, assim a empresa terá que recolher R$9.000,00 + R$18.833,52 = R$27.833,52 de IRPJ no primeiro trimestre de 2020. Para apurar o CSLL vamos utilizar o faturamento trimestral da Tabela 1 R$422.918,99 x 32% = R$135.334,08 que é o lucro presumido, e multiplicamos por 9%, R$135.334,08 x 9% = R$12.180,07 de CSLL a ser recolhido no trimestre. O PIS e CONFINS são cálculo simples: PIS = R$422.918,99 x 0,65% = R$2.748,97, COFINS = R$422.918,99 x 3% = R$12.687,57. TABELA 6 – RESULTADO DO LUCRO PRESUMIDO Lucro Real R$53.369,20 IRPJ R$27.833,52 CSLL R$12.180,07 PIS R$2.748,97 COFINS R$12.687,57 Lucro Líquido R$-2.080,93 FONTE: Os autores. Agora iremos apurar o Simples Nacional, como esta empresa tem o faturamento anual menor que R$4,8 milhões o simples pode ser uma alternativa viável. Para poder realizar o cálculo do simples 11 devemos primeiramente calcular o faturamento bruto anual da empresa, como veremos na tabela a seguir referente aos meses de Março/2019 á Fevereiro/2020. TABELA 7 – FATURAMENTO BRUTO ANUAL Março/2019 R$125.268,42 Abril/2019 R$136.582,00 Maio/2019 R$133.738,75 Junho/2019 R$126.252,15 Julho/2019 R$135.969,31 Agosto/2019 R$145.351,16 Setembro/2019 R$110.075,82 Outubro/2019 R$123.251,58 Novembro/2019 R$152.523,55 Dezembro/2019 R$143.829,08 Janeiro/2020 R$145.351,16 Fevereiro/2020 R$143.829,08 TOTAL R$1.622.022,06 FONTE: Os autores. A empresa teve um faturamento bruto anual de R$1.622.022,06, e como é uma indústria e sua atividade econômica principal é a fabricação de artigos de metal para uso doméstico e pessoal, ela se encaixa no Anexo II do Simples Nacional que se remete a indústrias e fábricas, com este faturamento anual a alíquota é de 11,2% e o valor a deduzir é de R$22.500,00. Com essas informações utilizaremos a seguinte fórmula: (Receita Bruta Anual x Alíquota) – parcela a deduzir / Receita Bruta Anual. Vamos para o cálculo : R$1.622.022,06 x 11,2% = R$181.666,47 – R$22.500,00 = R$159.166,47/R$1.622.022,06 = 0,098128 x 100 = 9,8128%. Assim, o valor que a empresa terá que pagar em Março/2020 será o faturamento mensal multiplicado pela alíquota efetiva que acabamos de encontrar. Em Março/2020 tivemos um faturamento de R$133.738,75 x 9,8128% = R$13.123,57 será o valor do Simples Nacional de Março/2020. TABELA 8 – RESULTADO DO SIMPLES NACIONAL Faturamento Março/2020 R$133.728,75 Despesas Gerais Março/2020 - R$72.884,22 Despesas com Folha de Pagamento Março/2020 - R$43.680,55 Simples Nacional Março/2020 - R$13.123,57 Lucro Líquido Março/2020 R$4.040,41 FONTE: Os autores. 3. METODOLOGIA 12 A metodologia utilizada neste estudo foi de uma pesquisa explicativa onde buscou-se entender os métodos para realização do planejamento tributário de uma empresa, investigando de forma lícita, uma possível redução da carga fiscal desta determinada empresa. Este trabalho teve como base fontes secundárias, por meio de pesquisas bibliográficas, e também, pesquisas on-line. E também foram utilizadas fontes primárias realizando o planejamento tributário de uma empresa na prática. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Para analisar os resultados iremos primeiramente comparar o Lucro Real e o Lucro Presumido. Já podemos ver que o Lucro Presumido não é a melhor opção de enquadramento fiscal para esta empresa, pois o resultado ficou negativo, o Lucro Presumido se torna vantajoso para empresas que o lucro (Receitas – Despesas) seja igual ou superior a 32%. Neste caso sendo mais vantajoso para a empresa optar pelo Lucro Real. Por fim, iremos observar os resultados do Lucro Real e do Simples Nacional e fazer uma simples comparação. Os dois regimes tributários tiveram saldo positivo, porém o Lucro Real se destaca, pois teve um lucro líquido maior, mesmo sendo uma apuração trimestral o Lucro Real seria a melhor opção de regime tributário para esta indústria, que entre as demais opções, resulta no menos tributo a pagar. 5. CONCLUSÃO 13 REFERÊNCIAS BORGES, Humberto Bonavides. Gerencia de impostos: IPI, ICMS e ISS. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2000. BRASIL. LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. Acesso em: 02 de Março, 2020. CREPALDI, Guilherme Simões; CREPALDI, Silvio Aparecido; Auditoria Contábil: teoria e prática. 10. Ed. São Paulo: Atlas, 2016. FEBRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. São Paulo: Atlas, 2009. LATORRACA, Nilton. Direito tributário: imposto de renda das empresas. 15.ed. São Paulo: Atlas, 2000. OLIVEIRA, Luís Martins De. Manual de contabilidade tributária: textos e testes com respostas. 11.Ed. São Paulo: Atlas, 2012.
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