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13
UTILIZAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NAS EMPRESAS
Edson Felipe da Silva Mota¹
Eduardo Cardoso Barbosa¹
Giselle Aparecida Oliveira Pires¹
Wemerson Avelino de Jesus Sousa¹
Willian Silva Gomes¹
Emily Heringer Barbosa Chini²
	
RESUMO
O Planejamento Tributário é uma ferramenta de gestão empresarial pouco utilizada, principalmente nas micro e pequenas empresas, porém nos dias atuais, passou a ser um processo essencial na sobrevivência das empresas brasileiras. É considerada hoje a única ferramenta válida, lícita e eficaz que as empresas têm para possuir menor ônus tributário possível em um país que possui uma das maiores cargas tributárias do mundo. O presente artigo faz uma abordagem acerca de sua importância e utilização na contabilidade, destacando as formas de tributação existente no governo brasileiro e descrevendo suas características. Tem como objetivo, através de um estudo de caso fictício, demonstrar qual o melhor regime tributário aplicado a uma determinada empresa. E tem como principais resultados obtidos o conhecimento dos conceitos inerentes ao planejamento tributário, principalmente, a diferenciação de Elisão e Evasão fiscal e a diversidade de procedimentos adotados pelas empresas importadoras com o intuito de reduzir, postergar ou anular o ônus tributário por meio de atos lícitos e válidos.
Palavras-chave: Tributos. Elisão e Evasão fiscal. Contabilidade.
1. INTRODUÇÃO
As empresas em geral no Brasil enfrentam vários problemas causados pela elevada carga tributária, que aliada realidade dos mercados, à concorrência do mundo globalizado e à economia informal, ficam em uma grande dúvida, ou pagam suas obrigações com salários, fornecedores, insumos, despesas e custos necessários à sua manutenção ou recolhem impostos. Estes acabam muitas vezes ficando para segundo plano.
Todos os tipos de empresa precisam do auxílio de um contador, desde a menor até a maior, para ajudar com a elaboração do planejamento tributário. Diversos são os motivos para realizar essa atividade, um dos principais é o fato de que ela pode gerar ganhos altos para o negócio, reduzir os custos e ainda conquistar melhores resultados. Apesar desses pontos positivos, essa prática começou a ser adotada, relativamente, há pouco tempo devido à complexidade da tributação brasileira e pela necessidade de profissionalização cada vez maior das organizações, mesmo assim, ainda há dúvidas em relação a essa gestão e muitas vezes não se sabe exatamente qual é a importância dela.
O planejamento tributário é a gestão do pagamento de tributos de uma empresa e também o estudo de maneiras e métodos de reduzir legalmente a carga tributária que incide sobre ela. Assim como um administrador faz a gestão do estoque, das vendas, dos recursos humanos e demais áreas, o cumprimento das suas obrigações fiscais também deve ser gerido de maneira organizada. Sempre que um novo exercício financeiro está começando, a empresa deve fazer um planejamento de todas as suas atividades, incluindo aquelas que são relacionadas ao pagamento de impostos e outros tributos. A gestão tributária, portanto, pode ser conceituada como um método que objetiva encontrar meios contábeis e fiscais para reduzir o valor pago a título de tributos sobre cada operação ou produto.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Tributos
Para a cobrança de tributos no Brasil, faz-se necessário um conjunto de legislação e regras, chamado de Legislação Tributária, porém, de acordo com alguns pesquisadores e economistas, essa cobrança iniciou-se antes mesmo que houvesse uma legislação própria.
De acordo com a Lei no 5.172/66, que dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, estados e municípios:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (BRASIL, 1966).
O Sistema Tributário Nacional é regulamentado pelos artigos 145 a 162 da Constituição Federal e pode ser representado pelo quadro, a seguir:
Quadro 1 – Competências dos tributos a cada ente da Federação
Fonte: REZENDE; PEREIRA; ALENCAR, 2010, p. 27.
Entendendo por tributo uma obrigação empresarial que se constitui a partir de um fato gerador, definido em Lei, que gera a obrigação tributária ao contribuinte. Segundo Godoi e Ferraz (2012), planejamento tributário se refere à atividade pela qual os contribuintes organizam a execução de suas atividades econômicas visando provocar a menor incidência tributária possível, bem como, não infringir o ordenamento jurídico.
Neste contexto, é notável que empresas que não executam bons controles e não possuem planejamento como norteador de suas atividades, em sua maioria, não alcance a maturidade e o sucesso empresarial. A importância do planejamento empresarial é visível, e dentre as diversas áreas a se planejar, como um fator impactante nos custos de produtos e serviços das entidades, tem-se os tributos.
2.2 Planejamento Tributário
A redução dos custos é uma necessidade constante em todas as empresas visto que as mesmas querem um custo menor para se tornar mais competitiva. No caso de tributos, o acompanhamento é algo que se impõe de forma ainda mais imediata no que tange aos custos tributários, dado seu fortíssimo incremento nos últimos anos e sua característica de não gerar benefícios diretos às organizações.
Assim, além da escrituração fiscal e do controle dos tributos que incidem sobre as atividades de uma empresa, uma das mais importantes funções da Contabilidade Tributária corresponde ao conjunto de atuações e procedimentos operacionais de uma empresa que as leva a uma redução legal do ônus tributário empresarial, o que possibilita o cálculo do montante devido gerado em suas operações, e o respectivo pagamento ou recolhimento, para possibilitar um patamar superior de rentabilidade e competitividade. Esse instrumento recebe o nome de planejamento tributário.
O planejamento tributário consiste em um estudo aprofundado e bem especifico de determinada empresas com relação às variáveis tributarias a que a mesma estará exposta, com o propósito de definir rotinas e determinar caminhos legais para que elas sejam a menos possível onerada pelos encargos tributários instituídos pela esfera do governo.
Em época de mercado competitivo e recessivo, de aumento da concorrência entre as empresas nacionais, o planejamento tributário assume um papel de extrema importância na estratégia e finanças das empresas, pois quando se analisam os balanços das mesmas, percebe-se que os encargos relativos a impostos, taxas e contribuições são, na maioria dos casos, mais representativos do que os custos de produção.
Entende-se então por planejamento tributário uma forma lícita de reduzir a carga fiscal, o que exige bastante conhecimento técnico e bom-senso dos responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo. Trata-se do estudo prévio à concretização dos fatos administrativos, dos efeitos jurídicos, fiscais e econômicos de determinada decisão gerencial, com o objetivo de encontrar a alternativa legal menos onerosa para o contribuinte.
Assim, definimos três finalidades do planejamento tributário:
· Evitar a incidência do tributo – nesse caso adotam-se procedimentos com o fim de evitar a ocorrência do fato gerador;
· Reduzir o montante do tributo – as providências serão no sentido de reduzir a base de cálculo ou alíquota do tributo;
· Retardar o pagamento do tributo – o contribuinte adota medidas que têm por fim postergar o pagamento do tributo, sem ocorrência da multa.
Com isso, é possível afirmar que o bom planejamento tributário possui grande importância, a qual é capaz de interferir decisivamente na continuidade das empresas, sobretudo na consolidação de sua inserção na economia de mercados globalizados e na ampliação de suas operações empresariais. E desta forma haverá uma redução no pagamento dos impostos, estando ainda assim dentro da legalidade.2.3 Elisão e Evasão Fiscal
Não se confunde planejamento tributário com sonegação fiscal. Planejar é escolher, entre duas ou mais opções lícitas, a que resulte no menor imposto a pagar ou postergar o pagamento. Sonegar é se utilizar de meios ilegais, como fraude, simulação e dissimulação, para deixar de recolher o tributo devido, sendo considerado como omissão dolosa tendente a impedir ou a retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação principal.
A evasão fiscal consiste em toda ação consciente, espontânea, dolosa ou intencional do contribuinte através de meios ilícitos para evitar, eliminar, reduzir ou retardar o pagamento do tributo devido, não se configurando em hipótese alguma com o planejamento tributário lícito. A evasão causa enormes prejuízos aos negócios, ao governo e por extensão à sociedade como um todo. Trata-se de procedimentos adotados após o fato gerador ocorrido e nesse campo, por exemplo, destacamos a omissão de registros em livros fiscais próprios, utilização de documentos idôneos na escrituração contábil e a falta de recolhimento de tributos apurados.
A elisão fiscal representa a execução de procedimentos, antes do fato gerador, legítimos, éticos, para reduzir, eliminar ou postergar a tipificação da obrigação tributária, caracterizando, assim, a legitimidade do planejamento tributário. Surge muitas vezes das brechas encontradas na legislação e, por isso mesmo, há defensores de que o sistema tributário deveria ser simples, acreditando que, dessa maneira, o legislador estaria protegido da elisão.
Dessa forma, se o contribuinte pretende diminuir os seus encargos tributários, a maneira legal chama-se elisão fiscal ou economia legal, e a forma ilegal denomina-se evasão fiscal ou sonegação fiscal, e assim, o planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento de tributos. O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira que melhor lhe pareça, procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos impostos, se a forma praticada é jurídica e lícita, a Receita Federal deverá respeitá-la.
2.4 Regimes Tributários
Para a realização do planejamento tributário, existem muitas opções a serem analisadas para a diminuição da carga tributária as quais as entidades estão sujeitas, entre elas se encontram as opções de tributação ou regimes tributários.
Regime tributário é definido como um conjunto de leis que regulamentam em território nacional o recolhimento do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica), CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), e influenciam também na cobrança do PIS (Programa de Integração Social), e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). O governo brasileiro determinou quatro formas de tributação todas previsto na legislação federal, cada qual com as suas especificações, sendo elas: LUCRO REAL, LUCRO PRESUMIDO, SIMPLES NACIONAL e LUCRO ARBITRADO. Foi criado regras de forma que existem limitações para opção do regime de acordo com o faturamento, quadro societário e atividade econômica. Aí a importância de analisar os regimes para a melhor escolha do empresário para sua empresa. Abaixo se encontra a especialidade de cada regime.
Lucro Real: a forma de tributação do lucro real é considerada a forma mais complexa de apuração em relação às demais formas criadas pelo governo, usa como base o resultado da empresa ajustado pelas adições, exclusão e compensações todas determinadas na legislação criada para este modelo de tributação. A apuração do lucro real poderá ser trimestral ou anual, com o pagamento do imposto CSLL e IRPJ por estimativa com base no balanço ou balancete. Qualquer empresa pode escolher o regime de lucro real. No entanto, algumas são obrigadas a escolhê-lo, empresas essas, tais como as que possuem receita total acima de R$ 48 milhões; exerçam alguns tipos de atividades (bancos comerciais, cooperativas de crédito e empresas de seguros privados e de capitalização); ou obtiveram lucros, rendimentos ou ganho de capital exterior.
Lucro Presumido: forma de tributação criada pelo governo federal sobre o faturamento das empresas e os seus demais ganhos e receitas, gera a base de cálculo para ser aplicado o percentual de presunção do governo, esta forma de tributação simplificada é utilizada para a base de cálculo dos impostos como CSLL e IRPJ. Nessa forma de tributação é realizada trimestralmente a apuração dos impostos, ou seja, nos meses de: março, junho, setembro e dezembro de cada ano. Nesse modelo de tributação foram criados dois tipos de regime a apuração sendo eles: regime de caixa e o regime de competência. As empresas que podem optar pelo lucro presumido, cuja receita bruta total tenha sido inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões) no ano calendário anterior e que são desobrigadas a tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica.
Simples Nacional: é um regime compartilhado de arrecadação, de cobrança e fiscalização de tributos aplicável às microempresas e empresas de pequeno porte. Abrange aos tributos: IRPJ, CSLL, PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS, CPP, sendo eles, recolhidos mediante documento único de arrecadação – DAS, e possui uma declaração única e simplificada contendo as informações socioeconômicas e fiscais. As alíquotas do Simples variam entre 3% e 8,6% e são aplicadas sobre a receita bruta de mês a mês da empresa sendo isso a base de cálculo. Para se enquadrar no Simples Nacional, às microempresas e as empresas de pequeno porte, ou a ela equiparadas, devem realizar no ano-calendário, uma receita bruta igual ou inferior a R$ 3.600.000,00.
Lucro Arbitrado: A adoção do lucro arbitrado como base para a tributação ocorre geralmente por iniciativa do Fisco, nos casos em que a empresa tenha sua escrituração contábil ou mercantil desqualificadas, sendo, por algum motivo, considerada sem valor ou inidônea, ou então, em casos específicos, por iniciativa da própria empresa. O arbitramento por conta do contribuinte pode ocorrer em casos fortuitos ou de força maior devidamente comprovado, conforme definição da legislação civil, e desde que conhecida à receita bruta. Nesses casos, a determinação das bases de cálculo de IRPJ e CSLL são semelhantes à do Lucro Presumido, com acréscimo de 20%.
Quadro 2: Principais características dos regimes tributários
	Regime tributário
	Características
	Lucro Real
	Tributação pelo lucro apurado no exercício; Alíquotas mais altas de PIS e COFINS se comparadas com o lucro presumido, por permitir o crédito destes nas entradas; Sujeito a ISS e/ou ICMS dependendo a atividade empresarial; Escrituração fiscal rígida e obrigatória com intuito de obter o lucro real para a apuração dos tributos.
	Lucro Presumido
	Tributação baseada num percentual de presunção, conforme legislação que informa os percentuais de presunção sobre o faturamento. Alíquota reduzia de PIS e COFINS comparada ao lucro real por não permitir crédito destes nas entradas. Sujeito a ISS e/ou ICMS dependendo a atividade da entidade;
	Lucro Arbitrado
	Definido pelo fisco devido à apuração incorreta, possível fraude ou dificuldades da apuração da real receita ou lucratividade da empresa; Percentuais majorado em relação aos regimes pelo lucro real e presumido.
	Simples Nacional
	Tributação simplificada com a unificação dos tributos numa única guia; Benefícios fiscais e alíquotas menores em comparação a forma de tributação pelo lucro real e presumido, porém possui limitador de faturamento total anual; Contribuição patronal do INSS apenas para algumas entidades é incluso na alíquota, atividades do “anexo X” que menciona a Lei não possuem isenção.
Observa-se no Quadro 2 as principais particularidades entre os quatro sistemas ou regimes tributários vigentes no Brasil, recordando que a adesão ou enquadramento também precisa considerar além do faturamento de cada empresa, o tipo de atividade exercida, observando que existemexceções ou limitadores neste sentido. A adesão ou permanência em determinado enquadramento tributário pode representar maior ônus tributários para as empresas, neste sentido o planejamento tributário torna-se necessário e um importante aliado dos gestores no processo de tomada de decisões.
Cabe ressaltar que o planejamento tributário é algo dinâmico e que muda constantemente de acordo com os avanços ou mudanças que ocorrem com cada entidade, portanto, há necessidade de se renovar e rever os enquadramentos tributários constantemente, até porque a opção por alterações entre os regimes tributários deve ser realizada no início de cada exercício social, portanto, a análise deve ocorrer durante o exercício vigente para possibilitar economia tributária futura.
“Planejamento tributário é a atividade empresarial que, desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva, projeta os atos e fatos administrativos com o objetivo de informar quais os ônus tributários em cada uma das opções legais disponíveis. ” (LATORRACA, 2000, p. 58).
“O mundo globalizado, o mercado competitivo e o pesado ônus tributário que sufoca as empresas requerem dos profissionais da área, a todo instante, práticas de gerenciamento eficazes para preservar a continuidade do empreendimento. Procurar formas lícitas para reduzir o pagamento de tributos e ao mesmo tempo estar atento às mudanças da legislação é uma necessidade imprescindível para maximização dos lucros das empresas, para manutenção dos negócios e melhorar os níveis de emprego. ” (MAGGI, 2009, p. 56).
Siqueira (2011) salienta que o planejamento tributário funciona como um planejamento empresarial que tem como método a análise dos tributos e seus reflexos na organização e uma finalidade de economia de impostos, adotando técnicas estritamente dentro da legalidade. Funciona como uma forma prévia de analisar todos os fatos administrativos e fiscais, buscando a forma menos onerosa para à concretização dos negócios empresariais.
	
“A elisão fiscal pode ser um problema político se considerarmos que o Estado tem a expectativa de eliminar as possibilidades de elisão e dispõe de várias formulas institucionais para tentar alcançar esse desiderato. ” (EDMAR OLIVEIRA ANDRADE FILHO, 2009, p. 14).
“O planejamento tributário exige uma soma de conhecimentos, tais como o contábil e o jurídico. Contábil porque, além da intimidade com a legislação fiscal, o profissional consegue com mais facilidade identificar no processo operacional da empresa os fatos geradores de tributos. O advogado, com seu conhecimento jurídico, consegue identificar na legislação tributária as oportunidades de redução da carga tributária. ” (FRANCISCO COUTINHO CHAVES, 2010, p. 11).
“O planejamento tributário é uma ferramenta essencial ao planejamento estratégico da empresa focando na qualidade e resultados, assim é uma programação que deve ser adotada por pequenas, medias e grandes empresas. ” Revista Eletrônica de Administração e Turismo – ReAT. Disponível em: <https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/AT/article/view/2906/2620>. Acesso em: 30 mai. 2019. 
“Planejamento Tributário tende, através do conhecimento apurado das operações dos clientes e dentro do ambiente dos dispositivos legais vigentes, identificarem a forma mais econômica de organizar os negócios”. Revista Científica Semana Acadêmica ISSN 2236-6717. Disponível em: <https://semanaacademica.org.br/artigo/planejamento-tributariouma-ferramenta-para-maximizacao-dos-lucros-nas-organizacoes>. Acesso em: 30 mai. 2019.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
A escolha pelo regime de tributação deve ser feita durante os trâmites para a abertura da empresa. Porém, caso o empreendedor deseje e as características do negócio permitam, é possível alterar essa escolha ao fim de cada exercício fiscal para encontrar um regime que seja mais vantajoso para o negócio. Por isso, ao definir a escolha do regime de tributação da sua empresa, é importante começar comparando as exigências de cada regime com as características do seu negócio, como a atividade e a previsão de faturamento, para analisar quais são as suas alternativas após essa primeira avaliação.
Depois, é preciso verificar outras informações, como a previsão de quanto à empresa deve gastar com despesas operacionais e com o salário dos funcionários e a estimativa da margem de lucro. Isso porque esses valores são utilizados como base para o cálculo de vários tributos e, como cada regime tributário tem alíquotas diferentes, é importante ver qual compensa mais de acordo com os custos e despesas da empresa.
Uma vez feita à opção, o contribuinte deverá manter-se no regime escolhido até o final do exercício fiscal. Portanto, o planejamento para mudança do regime tributário deve ser programado, embasado no orçamento da empresa para o próximo exercício. Fazer um bom planejamento é garantir que tributariamente a opção será vantajosa para empresa.	 
O melhor regime tributário é aquele que melhor se enquadra a gestão da empresa e ao orçamento anual. Muitas variáveis devem ser levadas em consideração ao realizar esta alteração. É preciso planejar a mudança. Não espere ultrapassar o limite de um regime para então começar a pensar em outro.
3.1 escolhendo o melhor Regime Tributário
A melhor forma de escolher o regime de tributação correto é contando com especialistas no assunto e no segmento em que a sua empresa atua, pois, a escolha errada pode afetar a rentabilidade da sua empresa, tornando-a, portanto, menos competitiva.
Lucro real, lucro presumido, lucro arbitrado e Simples Nacional são quatro formas de tributação diferentes entre si, sendo cada uma mais indicada em um caso e para um tipo de empresa. Por isso, além de conhecer o que são e quais são suas diferenças, é indispensável que você realize um processo de análise especificamente voltado para o seu negócio.
Realizamos um estudo de caso e elencamos vários fatores para se escolher o regime tributário ideal para uma empresa hipotética, de acordo com a arrecadação, Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício. Optamos por utilizar um comparativo entre os três tipos de regime tributário mais utilizado: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real.
Vamos ao comparativo:
Utilizando uma empresa comercial fictícia, que compra e comercializa somente dentro do seu estado, como todas as suas despesas são operacionais (passíveis de crédito de PIS e COFINS para o Lucro Real), cujos produtos não possuem redução de base de cálculo do ICMS, ou substituição tributária, que não sejam monofásicos e que não tenham alíquota zero de PIS e COFINS. Vamos fazer um breve comparativo entre os regimes tributários:
Figura 1
	TIPO
	Anual
	Mensal
	Custos Fixos Operacionais
	R$ 840.000,00
	R$ 70.000,00
	Folha de Pagamento
	R$ 480.000,00
	R$ 40.000,00
	Venda
	R$ 3.000.000,00
	R$ 250.000,00
	Compra para Revenda
	R$ 1.200.000,00
	R$ 100.000,00
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Analisando sempre o resultado da empresa e disponibilidade financeira. Para o exercício analisado, a empresa acima tem melhor resultado e disponibilidade de caixa mantendo-se no Simples Nacional. Tem como segunda opção o Lucro Real (uma vez que poderia ultrapassar o limite do Simples Nacional).
Há algumas situações em que pode ser mais vantajoso alterar o regime tributário da empresa, lembrando que essa mudança só pode ser feita no fim do exercício fiscal e de acordo com as obrigações impostas por cada regime.
Então, depois de fazer o balanço patrimonial da empresa e elaborar o orçamento para o próximo período, deve-se reservar um tempo para realizar uma revisão e organizar o planejamento tributário da empresa.
Por isso, é extremamente importante que o orçamento e o planejamento para o próximo exercício possam refletir o mais próximo possível da realidade, para que a empresa possa fazer a escolha mais benéfica para suas atividades. É sempre importante lembrar que uma escolha errada pode gerar o pagamento de mais tributos, o que significa prejuízo e, em alguns casos, até o fechamento da empresa.Alguns pontos que podem ser observados são os seguintes: se a empresa está no Lucro Real, mas tem uma margem de lucro muito alta, maior do que a presunção definida no regime do Lucro Presumido pode ser vantajosa deixar o Lucro Real e optar pelo Lucro Presumido para pagar menos tributos.
No entanto, há outros fatores que devem ser levados em consideração, como os custos e despesas, por exemplo, já que no Lucro Real há a opção de abater alguns créditos de PIS e COFINS nas despesas com insumos, o que não ocorre no Lucro Presumido.
Já no caso do Simples Nacional, a carga tributária é semelhante à do Lucro Presumido em algumas situações e, assim, conforme o lucro da empresa, essa mudança também pode ser interessante. Tudo é uma questão de colocar os números no papel e encontrar o resultado mais vantajoso para o negócio.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base neste estudo em geral do artigo, percebemos que ao compararmos a tabela do Simples Nacional mencionado acima, com o quadro comparativo do Lucro Real e Lucro Presumido, é evidentemente que a melhor opção é o Simples Nacional logo, assim, foi realizado um estudo de caso em uma empresa fictícia de pequeno porte com o objetivo analisar outras formas de tributação que resulte na menor carga tributária dentro dos limites da legislação.
Considerando que entre o Lucro real e o Lucro Presumido, seguindo a tabela progressiva do Demonstrativo do Resultado do Exercício, no lucro líquido o regime do lucro real chega a ter bastante vantagem, pois no resultado final o lucro é de 22,43%, entre o presumido e o real, porém entre o Simples e o Lucro Real a diferença é menor, ou seja de 14,18%. Considerando ainda o saldo de caixa, onde o simples teve um lucro bem superior que os demais, concluímos que a opção pelo Simples Nacional é sem dúvida a melhor e mais econômica do ponto de vista tributário para esta empresa conforme apresentado no gráfico.
A evidenciação das apurações entre Lucro real e Lucro Presumido ocorreu de fato para as empresas que não se enquadrarem em nenhuma das atividades do Simples Nacional.
E podemos observar, com uma análise mais profunda sobre este artigo e os conteúdos estudados, que um dos motivos da falência de pequenas e médias empresas do Brasil é devido à alta carga tributária, que tem influência direta nos resultados econômicos e financeiros das organizações. De outro lado encontra-se o contribuinte, buscando alternativas para sobreviver em um mercado competitivo, avaliando todas as maneiras de impedir, reduzir ou retardar a obrigação tributária.
Entendemos que as organizações devem estar sempre atentas ao profissional contábil para que este possa orientá-los na melhor forma de encarar esta alta carga tributária que atrasa seu crescimento, muitas vezes gerando falência das empresas ainda no início. Cada caso deve ser estudado e analisado da forma que aumente as vantagens tributárias, sem ocorrer sonegação fiscal e comprometimento do profissional contábil.
5. CONCLUSÃO
Muitas coisas foram se desenvolvendo com o passar do tempo, e as empresas sempre tiveram que incrementar estas novas mudanças no seu dia a dia para obter a continuidade do seu empreendimento da forma mais real e legal possível. Com o planejamento tributário, a empresa obtém vários benefícios, desde a sua reorganização interna até o lucro econômico e atuação no mercado, que necessitam de um investimento inicial, mas que traz um retorno enorme, garantindo a segurança de um futuro promissor para sua área de atuação.
No presente artigo, podemos concluir, que se deve sempre, fazer um planejamento antes de abrir um negócio, verificando todas as alternativas, e todos os impostos. E antes de escolher ou mudar o regime tributário de uma determinada empresa, levar em conta a margem de lucro e o faturamento do ano anterior ou o estratégico orçamento empresarial para o ano seguinte, as características das suas despesas e custos, que podem incidir em mais ou menos impostos, e também o nível de burocracia do regime tributário pretendido. Não há receita pronta, porém, levando em conta esses fatores e contando com a ajuda de um profissional contábil da área será muito mais fácil fazer essa escolha com eficiência.
Ficou evidente também, com as questões tratadas em nosso estudo, que o Planejamento Tributário deve ser elaborado de forma segura e devidamente amparada pela legislação, com a finalidade de resultar ao contribuinte uma menor carga tributária. E nunca pode ser confundido com a Evasão Fiscal (sonegação), pois busca formas ilegais para a sua aplicação.
Diante de tudo o que aqui foi exposto, concluímos que para se obter sucesso nos negócios perante uma economia tão instável como a nossa, as empresas necessitam de ferramentas que as auxiliem nos seus custos tributários, e que não se influenciem em nenhuma ilegalidade ou ilicitude: é o chamado Planejamento Tributário feito através das práticas da Elisão Fiscal!
REFERÊNCIAS
LATORRACA, Nilton. Direito tributário: impostos de renda das empresas. 15 ed. São Paulo: Atlas, 2000.
SIQUEIRA, E. B.; CURY, L. K. P.; GOMES, T. S. Planejamento tributário. Revista CEPPG –
CESUC, n. 25, v.2, p.184-196, 2011.
FILHO, Edmar Oliveira Andrade. Planejamento Tributário. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
CHAVES, Francisco Coutinho. Planejamento Tributário na Prática. São Paulo: Atlas, 2014.
Regime Tributário: escolha o melhor para seu e-commerce. Disponível em: <https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/escolhendo-o-regime-tributario-para-o-seu-e-commerce/>. Acesso em: 22 mai. 2019.
Regime tributário: entenda cada um e saiba quando é a hora de mudar. Disponível em: <https://www.treasy.com.br/blog/regime-tributario/>. Acesso em: 22 mai. 2019.
Tributos: Lucro Real, Presumido, Arbitrado e Simples Nacional. Disponível em: < https://www.jornalcontabil.com.br/tributos-lucro-real-presumido-arbitrado-e-simples-nacional/>. Acesso em: 22 mai. 2019.
.
Vale a pena aderir ao Supersimples?. Disponível em: < http://au17.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/247/artigo327533-1.aspx>. Acesso em: 22 mai. 2019.
BORGES, H. B. Gerência de impostos: IPI, ICMS e ISS. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2000.
GUTIERREZ, Miguel Delgado. Planejamento tributário - Elisão e Evasão Fiscal. São Paulo: Quartier Latin, 2006.
REZENDE, Amaury José; PEREIRA, Carlos Alberto; ALENCAR, Roberta Carvalho de. Contabilidade Tributária Entendendo a Lógica dos Tributos e seus reflexos sobre os Resultados das Empresas. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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1 Edson Felipe da Silva Mota; Eduardo Cardoso Barbosa; Giselle Aparecida Oliveira Pires; Wemerson Avelino de Jesus Sousa; Willian Silva Gomes
2 Emily Heringer Barbosa Chini
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Ciências Contábeis (CTB0532) – Prática do Módulo IV – 12/09/2019

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