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LUCRO REAL OU LUCRO PRESUMIDO UM ESTUDO DE CASO SOBRE A MELHOR FORMA DE TRIBUTACAO PARA UMA EMPRESA INDUSTRIAL E COMERCIAL

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Prévia do material em texto

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ 
FACULDADE CEARENSE – FAC 
CURSO DE CONTABILIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
DILTON GOMES CAVALCANTE 
 
 
 
 
 
LUCRO REAL OU LUCRO PRESUMIDO: UM ESTUDO 
DE CASO SOBRE A MELHOR FORMA DE TRIBUTAÇÃO 
PARA UMA EMPRESA INDUSTRIAL E COMERCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2014 
 
 
 
DILTON GOMES CAVALCANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCRO REAL OU LUCRO PRESUMIDO: UM ESTUDO 
DE CASO SOBRE A MELHOR FORMA DE TRIBUTAÇÃO 
PARA UMA EMPRESA INDUSTRIAL E COMERCIAL 
 
Trabalho de conclusão do curso de 
graduação em Contabilidade pela 
Faculdade Cearense – FAC com o 
objetivo de obtenção do grau de 
graduação. 
 
Professor-Orientador: Humberto 
Correia Lima Filho,Ms 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2014 
 
 
 
DILTON GOMES CAVALCANTE 
 
 
 
 
 
 
LUCRO REAL OU LUCRO PRESUMIDO: UM ESTUDO 
DE CASO SOBRE A MELHOR FORMA DE TRIBUTAÇÃO 
PARA UMA EMPRESA INDUSTRIAL E COMERCIAL. 
 
 
 
 
 
Banca Examinadora 
 
 
 
 
 
 
________________________________ 
Humberto Correia Lima Filho 
Prof. Sp. Orientador 
 
 
 
 
 
__________________________________ 
Professora Ms. Danielle Cavalcante Alves de Sousa 
 
 
 
 
 
__________________________________ 
Professor Esp. Aline da Rocha Xavier Casseb 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais, a minha amada 
esposa. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Em primeiro lugar gostaria de agradecer a Deus, por ter iluminado meu 
caminho nas escolhas certas de minha vida. 
 
Aos meus pais, onde eu sempre encontrei apoio nas minhas decisões. 
 
A minha esposa que sempre esteve ao meu lado, mesmos nos dias difíceis, 
onde achava que talvez não fosse possível concluir, ela me dava força para 
seguir em frente. 
 
Por fim, gostaria de agradecer a Faculdade Cearense, a todos os professores 
que foram essenciais para meu aprendizado, e se hoje estou aqui só tenho a 
agradecer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O sucesso nasce do querer, da determinação 
e persistência em se chegar a um objetivo. 
Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e 
vence obstáculos, no mínimo fará coisas 
admiráveis.” 
José de Alencar 
 
RESUMO 
 
 
 
Em virtude da elevada carga tributária do Brasil que interfere nos resultados 
financeiros no mundo dos negócios, representando um grande ônus para as 
empresas, vê-se a necessidade de um estudo analítico sobre as formas de 
tributação em uma empresa. O presente estudo tem como objetivo geral o 
intuito de buscar a melhor forma de tributação para uma empresa comercial e 
industrial, analisando o planejamento tributário adequado comparando: Lucro 
Real x Lucro Presumido. A contribuição deste estudo consiste em analisar os 
benefícios que o planejamento tributário pode trazer para a empresa, 
abordando por meio de dados quantitativos o regime de tributação mais 
adequado. Para tanto, buscou-se identificar os pressupostos do planejamento 
tributário no ponto de vista contábil, identificando a legislação tributária mais 
adequada em seus aspectos gerais. Ainda é feita uma ambientação da atuação 
contábil, apresentando sua evolução e sua necessidade social, seguida pela 
abordagem dos aspectos legais que compõem os conhecimentos necessários 
para embasamento do estudo de caso apresentado. Tomando por concluído o 
estudo no momento que é identificado o regime tributário com o menor ônus. 
 
 
 
Palavras-chaves: Planejamento Tributário; Contabilidade; Lucro Real; Lucro 
Presumido. 
 
ABSTRACT 
 
Due to the high tax burden that interferes Brazil's financial results in the context 
of business, representing a major burden for companies. The present study 
aims to describe the purpose of seeking the best form of taxation at the federal 
level for an industrial and commercial company, analyzing the proper tax 
planning comparing: Taxable Income x Assumed Income. The contribution of 
this study is to analyze the benefits that tax planning can bring to the company, 
addressing qualitative data through the taxation system more suitable. In this 
monograph focused Identify the assumptions of tax planning in an accounting 
perspective, identifying the tax laws with the general aspects of presumed 
income and taxable income. Start a setting of accounting actions are taken, 
showing its evolution and social need, followed by the approach of the legal 
aspects that make up the necessary knowledge basis for the case study. Taking 
the study completed by the time that the tax system is identified with the lowest 
cost. 
 
 
Key-words: Tax Planning; Accounting; Income Tax based on Real Profit; 
Assumed Income tax. 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro1 Diferenças entre contabilidade gerencial e financeira ...........27 
Quadro 2 Base de Cálculo do Lucro Presumido ..................................38 
Quadro 3 Percentuais de Presunção do Imposto de Renda ................38 
Quadro 4 Percentuais de Presunção da CSLL.....................................39 
Quadro 5 Tributo referente à opção do Lucro Presumido ....................39 
Quadro 6 Tributos referente a opção do Lucro Real ............................46 
Quadro 7 Demonstração do Resultado do Exercício ...........................55 
Quadro 8 Premissas para os cálculos de apuração .............................56 
Quadro 9 Calculo do IRPJ – Lucro Presumido .....................................57 
Quadro 10 Calculo do CSLL – Lucro Presumido ..................................57 
Quadro 11 Calculo do PIS e COFINS – Lucro Presumido ...................58 
Quadro 12 Calculo da PI e COFINS não cumulativo – Lucro Real ......59 
Quadro 13 Calculo da CSLL – Lucro Real ...........................................60 
Quadro 14 Calculo do IRPJ – Lucro Real ............................................61 
Quadro 15 Comparativo Lucro Real X Lucro Presumido .....................61 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
 
CF ............... Constituição Federal 
COFINS ....... Contribuição para Financiamento da Seguridade Social 
CTN ............. Código Tributário Nacional 
CSLL ........... Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
DARF .......... Documento de Arrecadação da Receita Federal 
IBPT ............ Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário 
IRPJ ............ Imposto de Renda de Pessoa Jurídica 
LOCOS ........ Livro de Apuração da Contribuição Social 
LALUR ......... Livro de Apuração do Lucro Real 
MPME ......... Micro, Pequena e Médias Empresas. 
PIS .............. Programa de Integração Social 
RIR .............. Regulamento do Imposto de Renda 
SEBRAE ...... Serviço Brasileiro de Apoio às Empresas 
SRF ............. Secretaria da Receita Federal 
TCC ............. Trabalho de Conclusão de Curso 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO 12 
2 CONTABILIDADE GERENCIAL 16 
2.1 Histórico da Contabilidade 16 
2.2 Contabilidade no Brasil 19 
2.3 Contabilidade Gerencial &Contabilidade Financeira 24 
2.4 Contabilidade e Gestão Tributária 28 
3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 30 
3.1 Lucro Presumido 34 
3.2 Lucro Real 40 
3.2.1 Apuração Trimestral do Lucro Real 42 
3.2.2 Apuração Anual do Lucro Real 44 
4 MÉTODO DE PEQUISA 47 
4.1 Tipo de Pesquisa 48 
4.2 Coleta de Dados 49 
4.3 Análise dos Dados 51 
5 ESTUDO DE CASO 52 
5.1 Identificação da Empresa 52 
5.2 Elaboração do Planejamento Tributário 54 
5.2.1 Cálculos Sob a Forma de Lucro Presumido 56 
5.2.2 Cálculos Sob a Forma de Lucro Real 58 
5.2.3 Análise Comparativa Entre as Formas De Tributação 61 
6 CONCLUSÃO 63 
REFERÊNCIAS 65 
 
 
121 INTRODUÇÃO 
 
É uma preocupação humana a garantia de seus recursos para 
sobrevivência e uma evolução contínua, portanto, uma relativa preocupação 
com seus bens patrimoniais. Os registros mais antigos em termos de ações 
contábeis datam por volta de 4.000 anos antes de Cristo, devido à necessidade 
de o homem inventariar seus rebanhos. Assim com a evolução da sociedade 
cresce também as necessidades de controles sobre seus bens.Junto a esse 
fato, a contabilidade vai criando forma e variações em sua atuação, tais como 
contabilidade de custos, gerencial, financeira, fiscal, entre outras. 
No momento atual a sociedade apresenta uma forma estrutural de 
mercado em que as empresas competem entre si, por tanto, uma empresa 
para se tornar competitiva tem que obter informações claras e confiáveis. Sua 
desenvoltura vai depender de seu planejamento estratégico e os objetivos a 
que ela se direciona, motivo pelo qual as informações obtidas pelos registros 
contábeis fazem toda a diferença. 
Com o mercado competitivo as empresas tem que organizar seus 
processos internos e criar métodos para uma economia de custos sem 
prejudicar a qualidade de seus produtos e serviços complementares. Dentro 
dos custos que são repassados para o preço final dos produtos, o que mais 
onera esse valor são os tributos, inclusive a forma de declarar suas receitas ao 
governo federal por intermédio do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – 
IRPJ. 
Em todo o mundo a quantidade de tributos que incidem sobre as 
empresas causam desconforto financeiro, no Brasil em especial, a carga 
tributária é bastante elevada. Portanto, o planejamento tributário pode amenizar 
seus custos, por possibilitar uma redução no valor dos tributos, ou ainda um 
retardamento em seu compromisso. Isso é possível por intermédio de estudos 
sobre o segmento das empresas, seus produtos fornecidos ao mercado, as leis 
vigentes e avaliar a forma de tributação mais adequada à modalidade, em 
busca de encaixes em leis fiscais mais favoráveis (BORGES, 2002). 
13 
 
Devido a essa situação, os empresários esperam de seus 
contadores um conhecimento sobre o regime de tributação menos oneroso à 
empresa. Por isso compete ao contador analisar o sistema de tributação 
brasileira para optar pela forma mais viável à empresa, levando em 
consideração as vantagens e desvantagens que cada regime de tributação 
oferece. 
Por tanto um estudo sobre as formas de tributação incidentes sobre 
as empresas se torna valida, uma vez que proporciona um conhecimento 
importante para o auxílio as tomadas de decisões de seus gestores. Diante do 
exposto, o presente trabalho consiste em uma abordagem sobre o 
planejamento tributário comparando o Lucro Real x Lucro Presumido, com a 
finalidade de identificar a melhor opção para uma empresa comercial. 
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento 
Tributário - IBPT se observa como um dos maiores problemas para a 
sobrevivência das empresas brasileiras a elevada carga tributária. Com base 
nestes dados, identifica-se uma prioridade nas empresas a redução desses 
encargos, que pode ser feito através de um planejamento tributário, também 
conhecido por elisão fiscal ou economia legal. 
Diante disso, apresenta-se como problema de pesquisa a seguinte 
questão: De acordo com a atual legislação federal, qual deva ser um eficiente 
planejamento tributário para uma empresa industrial e comercial, comparando 
Lucro Real x Lucro Presumido? 
Partindo dessa problemática, o presente trabalho tem como objetivo 
geral abordar os aspectos legais para a tributação do Lucro Real x Lucro 
Presumido, verificando qual a melhor modalidade de tributação para a empresa 
estudada. 
A partir do objetivo geral elaboram-se os seguintes objetivos 
específicos: 
 
 Identificar os pressupostos do planejamento tributário no ponto de vista 
contábil; 
14 
 
 Identificar na legislação tributária os aspectos gerais do Lucro 
Presumido e Lucro Real em uma empresa; 
 Identificar o regime mais vantajoso a empresa. 
 
A metodologia aplicada para a presente pesquisa se fundamenta em 
estudos bibliográficos, apoiado no pensamento de Andrade (2009) defendendo 
a Pesquisa Bibliográfica como obrigatória nas pesquisas exploratórias. 
Buscando ainda, comprovações da verdade em documentos como revistas, 
jornais eletrônicos, livros e a Constituição Federal, que são pertinentes a 
pesquisa bibliográfica segundo Lakatos (2008), identificando-os como fontes 
secundárias. 
Com a intenção de manter a pesquisa com cunho qualitativo, a fim 
de apresentar os relatos existentes sobre o assunto objeto deste estudo, 
complementando com um estudo quantitativo onde serão usados dados 
numéricos que comprovem o regime de tributação mais eficiente. 
O desenvolvimento dessa pesquisa será através da técnica do 
estudo de caso, que segundo Gil (1991, p.58-59): 
“É caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um 
ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu 
amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente 
impossível mediante os outros delineamentos 
considerados. A maior utilidade do estudo de caso é 
verificada nas pesquisas exploratórias.” 
O desenvolvimento do trabalho se divide em cinco capítulos, tendo 
como primeiro capítulo a introdução, seguida do referencial teórico com uma 
coleta de dados bibliográfico apresentando uma fundamentação: segundo 
capítulo consta um histórico da contabilidade e suas áreas de atuação, terceiro 
capítulo apresenta os regimes de tributação vigentes e quarto capítulo a 
metodologia utilizada na pesquisa. 
No quinto capítulo será apresentado o estudo de caso, haverá o 
enquadramento da empresa estudada, com os dados pertinentes a pesquisa. A 
legislação em vigor será citada sempre que houver necessidade ao longo da 
análise. Sendo seguida da conclusão da pesquisa em que será apresentada 
15 
 
uma análise dos resultados exposto no capítulo anterior, por fim as referências 
bibliográficos e anexos. 
 
16 
 
2 CONTABILIDADE 
 
2.1 Histórico da Contabilidade 
 
A Contabilidade é tão antiga quanto à história da civilização, é o que 
Iudicibus (2005,p.31) afirma “a contabilidade é tão antiga quanto o próprio 
homem que pensa”. Isso advém da necessidade humana de registrar e 
proteger suas posses e controlá-las, organizando assim a sociedade humana 
economicamente ativa (LUDÍCIBUS, 1991). 
Com ela evoluíram várias outras áreas do conhecimento e seus 
instrumentos, como a matemática, que está intrinsecamente ligada à 
Contabilidade. A economia também é grande aliada da Contabilidade, no 
sentido de traduzir as informações contábeis e suas demonstrações, indicando 
tendências de mercado positivas, negativas ou até nulas, conforme cita 
Ludícibus(2005). 
Conforme Silva (2007, p·g 01) com suas pesquisas, conclui que a 
Contabilidade se expressa de acordo com as necessidades humanas e suas 
atividades patrimoniais, sendo, portanto, seu surgimento atrelado ao 
aparecimento da própria civilização. Ainda em Silva: 
Pode-se dizer que em todas as épocas e no seio de 
cada povo a contabilidade contribuiu para o avanço da 
civilização... seu caminho jamais experimentou 
obstáculos... (MASI apud SILVA, 2007, pg. 01) 
Lopes (2009, pg. 19) se refere aos primeiros traços de registros 
contábeis como “Contabilidade Intuitiva Primitiva”. Esse período data de antes 
de 4.000 a.c. ano marcado pelo início do Mnemônico, em que segundo o autor 
foi considerado o período racional pelo Prof. Antônio Lopes de Sá. O autor 
complementa que a estruturação política da sociedade, a religião, a criação da 
escrita cuneiforme nas cidades da Suméria (Uruk e Susa) em 3.500 a.c. 
impulsionaram o desenvolvimento da contabilidade. 
Os fatos históricos sobre a contabilidade apontam a um circulo 
vicioso entre a evolução da escrita e o desenvolvimento da própria 
17 
 
contabilidade. Em conformidade com o pensamento de Shcmidt (2007, pg.22) 
“... aos contadores de Uruk... pode ser creditada a criação dos numerais, a 
revolução na contagem e na manipulação dos dados”. 
Existem relatos de que tanto na Suméria quanto na Babilônia foram 
registrados movimentações financeiras em placas de barro, que posteriormente 
eram transcritos e resumidos em pranchas maiores (LOPES, 2009). Tal prática 
nos remete aos livros, diário e razão da atualidade. 
Já na Mesopotâmia em 2000 a.c. haviam registros parecidos com 
um livro razão, demonstrações, orçamentos e até apuração de custos. No Egito 
ainda no período Mnemônico é observada a prática contábil em papiros, que 
permitiu as primeiras escriturações contábeis, e ainda instituíram uma moeda 
como unidade de valor, o shat de ouro e prata. No mesmo período desponta o 
império romano, o qual contribuiu com a institucionalização da contabilidade 
pública e a figura do Contador Geral do Estado (LOPES, 2009). 
Na idade média (476 d.c. á 1000) surgiu o “método doppio” 
conhecido como método das partidas dobradas, onde diz que “não há débito 
sem crédito correspondente” expressão muito conhecida na contabilidade.Com 
esse método vemos balancetes, demonstrações, balanços que expressavam 
os sistemas patrimoniais, demonstrando também fenômenos e fatos derivados 
de ambientes específicos segundo Amorim (1996). 
A técnica estabelecida pelo método das partidas dobradas foi 
divulgado por Frei Luca Paciole, no período da Era Cristã, com sua teoria o 
Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidadepor Partidas Dobradas) 
segundo (MARQUES, 2010). 
Foi monge franciscano e célebre matemático italiano. É 
considerado o pai da Contabilidade moderna. No ano de 
1494, publicou em Veneza, sua famosa obra “Summa de 
arithmetica, geometria, proportion et propornalite” ou 
seja, (coleção de aritmética, geometria, proporção e 
porporcionalidade) (MARQUES, 2010,) 
A partir desse período a contabilidade dá um salto como área de 
conhecimento, recebendo o reconhecimento de ciência. Isso se deu pelo fato 
de sua prática aderir a métodos de comprovação cientifica, em que suas 
18 
 
práticas foram se tornando mais dinâmicas e obedecendo a uma rotina de 
escrituração. 
Segundo Sá (2005) foi entre os séculos XI e XV, que a contabilidade 
se direciona a sua sistematização lógica, graças a evolução gradativa da 
racionalização de sua prática em fases anteriores. Porém, foi apenas no século 
XIX é que a contabilidade se estrutura como ciência moderna (LOPES, 2009). 
Somente no século XIX que os estudos contábeis passaram a ter 
uma metodologia própria, por se consolidar o pensamento que a informação 
sozinha não era suficiente faltava o que ela significava. Ficou provado que o 
objeto da contabilidade não era a informação, mas, o fenômeno que a 
causava. Silva (2207) comunga com esse pensamento e se fundamenta: 
O francês Le coadic (1996) dizia que existe uma ciência 
da informação e esta não seria a contabilidade. A 
contabilidade não é uma ciência da informação, pois, 
não tem esta como objeto (SILVA, 2007, pg. 09). 
O que se observa é que a informação na contabilidade é um 
caminho para se chegar ao seu fim cientifico. Dessa forma a contabilidade, se 
utiliza das informações para registrar e apresentar os “Fenômenos 
Patrimoniais”. 
Em termos de valorização de informações para as funções contábeis 
é observada uma significativa evolução no período da revolução industrial na 
América do Norte, em especial no EUA. Neste período o mercado já estava 
formado tanto por empresas comerciais quanto por indústrias de forma 
competitivas, o que mostrava a necessidade de aumentar os conhecimentos, 
isso se deu com a aprimoração da contabilidade para o ramo industrial dando 
uma ênfase aos custos (MARQUES, 2010). 
A respeito dos acontecimentos dentro das empresas do setor 
industrial nos EUA, que justificam a busca por informações contábeis, Marques 
(2010, pg.23) expõe que “... os empresários, não mais tinham sua 
administração em controle próprio e sim, precisavam de conferências nas 
informações para saber se as caminhadas da empresa estavam bem”. 
 
19 
 
A riqueza dos empreendimentos sempre 
motivou os registros e os critérios da informação, e não 
os registros que motivaram a movimentação da riqueza - 
se faço uma folha de pagamento este nunca motiva a 
movimentação patrimonial, pelo contrário esta somente 
existirá porque haverá uma movimentação de bens 
numerários, alterando a riqueza e o fluxo de bens-; o 
registro é histórico, porém a ocasião de ocorrência de 
fenômenos não é intermitente (SILVA, 2007, pg. 11). 
As práticas do mercado financeiro americano foram se multiplicando, 
havendo o desenvolvimento do mercado acionário e fortalecimento das 
empresas de sociedade anônima como forma de sociedade comercial. A partir 
de então, a contabilidade passou a ser considerada como um importante 
instrumento para toda a sociedade. Os interessados pelas informações 
contábeis já não são somente o proprietário de empresa, mas outras 
instituições envolvidas no mercado, os stakeholders que tem interesse sobre as 
empresa: 
...hoje, a doutrina contábil ainda não está completa. 
Como em qualquer outra ciência, quando se conclui um 
estudo, um novo horizonte é vislumbrado pelos 
pesquisadores. Por se tratar de uma ciência inserida em 
um contexto dinâmico, dificilmente sua amplitude poderá 
ser delimitada. (BEUREN, et all 2003, p.26) 
Com todo esse acervo histórico se pode concluir que a 
Contabilidade é um dos principais meios de coleta, análise e transferência das 
informações nas empresas. 
 
 
2.2 Contabilidade no Brasil 
 
A história da Contabilidade no Brasil tem início no período Colonial, 
seguindo o que ocorreu em todo o mundo, acompanhando a evolução da 
sociedade e a necessidade de controles sobre suas ações financeiras. Devido 
às obrigações de colônia para com a sua matriz e demais compromissos 
comerciais, foram necessário obter controles contábeis para o desenvolvimento 
das primeiras Alfândegas que surgiram em 1530. Esses fatos demonstravam 
as necessidades de um entendimento e ensino comercial da área contábil. 
20 
 
No ano de 1549 são criados os armazéns alfandegários e para 
controle destes, Portugal nomeou Gaspar Lamego como o primeiro Contador 
Geral das terras do Brasil, cuja expressão era utilizada para denominar os 
profissionais que atuavam na área pública. Em 1679, através da Carta Régia é 
criada a Casa dos Contos, órgão incumbido de processar e fiscalizar as 
receitas e despesas para o Estado. Esse fato é respaldado pela a chegada da 
Família Real ao Brasil em 1808, que também resultou na abertura dos portos 
às nações amigas, na criação do Banco do Brasil, originando a emissão do 
papel moeda (KOSHIBA; PEREIRA, 2006). 
Seguindo o padrão da evolução contábil, com o desenvolvimento 
social que ocorria naquele período, ocasionou uma expansão nas atividades 
colonial o que resultou em um excesso nos gastos. Esse fato exigiu um melhor 
controle das contas públicas, propiciando a criação de um órgão denominado 
Erário Régio, que passou a fazer uso do método das partidas dobradas, que já 
era utilizado em Portugal (FRANCO, 1988). 
Outro fato marcante foi à implantação de processos de escrituração 
contábil no Brasil, o qual teve sua primeira referência oficial à escrituração e 
relatórios contábeis no ano de 1808. O qual consta em decreto elaborado pelo 
Príncipe Regente D. João VI. Esses novos controles identificaram uma elevada 
despesa para os cofres públicos, surgi então, a necessidade de maior 
arrecadação tributária. E diante desse fato, surgiu em 1843 a primeira tentativa 
de implantar o imposto de renda (KOSHIBA; PEREIRA, 2006). 
Seguindo a cronologia dos fatos históricos da contabilidade no 
Brasil, tem como destaque a publicação do Código Comercial Brasileiro. Foi 
estabelecido no período da República, no ano de 1850 pelo Imperador D. 
Pedro II, com intuito de regulamentar os procedimentoscontábeis, impondo às 
empresas a fazer escrituração dos livros, mostrando os fatos patrimoniais. O 
qual teve como medida complementar a criação do Conselho Federal de 
Contabilidade e seus registros, nos Estados (D’ ÁURIA, 1948). 
Uma grande evolução técnica aconteceu com a aprovação do 
Código de Contabilidade da União em 1922. Esse código definiu as regras e os 
21 
 
procedimentos orçamentários, financeiros, contábeis, patrimoniais e outros, 
que já estavam sendo utilizados pelo Governo Federal (NASCIMENTO, 2007) 
Do período Colonial até o Império, o Brasil teve sua contabilidade 
influenciada por Portugal, desde sua origem, devido ao vínculo de subjugo de 
uma colônia a seu país colonizador. Medidas criadas na metrópole eram 
posteriormente adotadas na colônia, confirmando o pensamento de que o 
desenvolvimento da Contabilidade está intrinsecamente ligado às 
necessidades da sociedade. 
O Brasil não possui uma escola de pensamento contábil 
genuinamente brasileira. A contabilidade brasileira foi baseada no método 
italiano, praticado por toda Europa e posteriormente, após a revolução 
industrial da América do Norte, migrou-se para o método norte-americano, na 
qual persiste até os dias atuais. 
Schmidt (2000) defende que a Contabilidade brasileira pode ser 
dividida em duas etapas: A primeira vai do Descobrimento do Brasil até o ano 
de 1964; a segunda se inicia com um novo método de ensino da Contabilidade 
no país. O autor ainda dá um destaque para Escola Prática de Comércio, 
criada em 1902, que conta com o apoio de inúmeras personalidades e 
instituições sob a influência da escola italiana. Vale ressaltar que Francisco 
D´Auria e Frederico Herrmann Júnior foram alunos dessa escola. 
Schmidt (2000) especifica a segunda etapa do desenvolvimento da 
Contabilidade no Brasil, que tem início em 1964, quando o professor José da 
Costa Boucinhas introduziu um novo método de ensino contábil. Período esse 
que já seguia a linha norte-americana, baseado no livro Introductory 
Accounting, de Finney & Miller. Para o autor um marco dessa mudança de linha 
foi a publicação do livro Contabilidade Introdutória, em 1971, por um grupo de 
professores da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da 
Universidade de São Paulo - FEAUSP. 
Em 1976 foi igualmente importante a publicação, em 15 de 
dezembro, da nova Lei das Sociedades por Ações. Para Iudícibus (1991) 
houve seis contribuições importantes dessa Lei:a separação entre 
22 
 
Contabilidade Comercial e Contabilidade para fins fiscais, o aperfeiçoamento 
da classificação das contas no balanço, a introdução da reavaliação a valor de 
mercado, a introdução do método de equivalência patrimonial na avaliação de 
investimentos, a criação da reserva de lucros a realizar e o aperfeiçoamento do 
mecanismo de correção monetária. 
Em 1981o Conselho Federal de Contabilidade - CFC emitiu a 
Resolução nº 529 que disciplinava as Normas Brasileiras de Contabilidade - 
NBC. Essa resolução foi substituída em 1993 pela Resolução CFC n° 751 que 
dispõe sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade, por causa das mudanças 
sofridas pelo país na década de 80. Dentre as normas técnicas, destaca-se a 
NBC-T-1, baixada pela Resolução CFC n° 750-93, que substituíra a n° 530-81, 
que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade - PFC (BUESA, 
2010). 
É criada em 1986 a Secretaria do Tesouro Nacional - STN por meio 
do Decreto 94.452 com os principais objetivos de planejar, normatizar, 
coordenar e controlar a programação e a administração financeira do Governo. 
A STN ficou encarregada também de fazer a auditoria dos gastos da União e 
pelo controle dos riscos diretos e indiretos assumidos pelo Tesouro, além de 
avaliar os impactos da execução financeira em todas as entidades do setor 
público(FERREIRA, 2006, p. 94). 
Os anos 80, o Brasil passou por uma forte crise financeira, a qual 
resultou em elevadas taxas inflacionárias, foram usados diversos mecanismos 
de correção monetária. Nesse período as informações derivadas das 
Demonstrações Contábeis ficaram desalinhadas com as necessidades de 
mercado. Foi então adotadas medidas que obrigavam a elaboração e 
publicação das Demonstrações Contábeis Complementares nas companhias 
abertas, em moeda de valor comercial, estabelecida pela Instrução da 
Comissão de Valores Mobiliários - CVM no 64, de 1987. 
Em 1995, em função de um novo plano econômico, conhecido como 
“plano real” e da queda da inflação que se materializou, a Lei n° 9.249 revogou 
a correção monetária das Demonstrações Contábeis. 
23 
 
No ano de 2000 foi publicada a Lei Complementar nº 101, também 
denominada como Lei de Responsabilidade Fiscal com a principal intenção de 
implantar a transparência na gestão fiscal. Essa Lei, tem por finalidade principal 
formular regras de finanças públicas para a responsabilidade da gestão fiscal, 
instituiu o planejamento e a transparência como seus pilares. 
§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a 
ação planejada e transparente, em que se previnem 
riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio 
das contas públicas, mediante o cumprimento de metas 
de resultados entre receitas e despesas e a obediência a 
limites e condições no que tange a renúncia de receita, 
geração de despesas com pessoal, da seguridade social 
e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de 
crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão 
de garantia e inscrição em Restos a Pagar (BRASIL, 
2000). 
O objetivo desta lei complementar é manter o controle das finanças 
públicas do país. Essa Lei converge com os esforços para a padronização da 
contabilidade pública aos padrões internacionais, que resultou na criação do 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC em 2005. 
Art. 3º - O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - 
(CPC) tem por objetivo o estudo, o preparo e a emissão 
de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de 
Contabilidade e a divulgação de informações dessa 
natureza, para permitir a emissão de normas pela 
entidade reguladora brasileira, visando à centralização e 
uniformização do seu processo de produção, levando 
sempre em conta a convergência da Contabilidade 
Brasileira aos padrões internacionais. (CFC, 2005). 
Um dos últimos acontecimentos para a conduta contábil no Brasil foi 
em 2007, a publicação da Lei nº 11.638, que altera e revoga a Lei 6.404 de 
1976 com vistas à padronização internacional da contabilidade. Porém na data 
de sua publicação já está desatualizada para os fins a que se destinava que 
seria de conduzir a administração pública aos padrões das normas 
internacionais de contabilidade (IFRS, 2012). 
O desenvolvimento da contabilidade no Brasil acompanha a 
evolução social, segundo as necessidades do país. Observando no período 
colonial uma obediência a sua metrópole, seguindo seus passos. 
Posteriormente sofre influência do mercado exterior, por falta de uma escola 
própria para os princípios contábeis, convergindo atualmente às exigências de 
24 
 
negociações internacionais pelas IFRS. A internacionalização dos padrões 
contábeis parte da necessidade de igualar as informações com os países 
estrangeiros e haver uma melhor comunicação e entendimento mútuo. 
Com tudo, os passos de evolução da contabilidade acompanhando a 
sociedade que a usufrui, desenvolve ramos específicos como a Contabilidade 
Gerencial que integra todos os conhecimentos úteis de competência contábil, 
gerando as informações gerenciais da empresa que devem seguir os padrões 
de internacionalização. Pelo fato da contabilidade escriturar todos os 
movimentos que envolvem os recursos financeiros, sua atividade que analisa 
os demonstrativos gerados e transforma em informação para a administração 
da empresa é conhecido por Contabilidade Financeira. 
 
2.3 Contabilidade Gerencial & Contabilidade Financeira 
 
O objetivo da Contabilidade Gerencial é o de fornecer informações,com base nos lançamentos das movimentações financeiras da empresa, como 
instrumentos aos administradores de empresas em suas ações gerenciais. 
A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, 
superficialmente, como um enfoque especial conferido a 
várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos 
e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade 
de custos, na análise financeira e de balanços etc., 
colocados numa perspectiva diferente, num grau de 
detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e 
classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os 
gerentes das entidades em seu processo 
decisório(IUDÍCIBUS, 2005 pg. 21). 
Ao que se pode observar a Contabilidade Gerencial não é um ramo 
autônomo da Ciência Contábil, e sim uma integração dos conhecimentos úteis, 
na visão gerencial, oriundos de vários ramos da Contabilidade, para embasar 
as decisões da administração nas empresas. É o gerenciamento da informação 
contábil em favor da administração da entidade empresarial. 
A Contabilidade Gerencial tem um papel de fundamental importância 
para a tomada de decisão dos administradores de uma organização. É a 
responsável pela transmissão da informação contábil útil à administração, a 
25 
 
qual se utiliza desses dados na execução do planejamento, avaliação e 
controles adequados. 
O profissional responsável pela execução das funções da 
contabilidade gerencial, normalmente, é um contador gerencial que segundo 
Crepald (1998) é definido pelo International Federationof Accounting – IFAC 
obedecendo a Federação Internacional de Contabilidade, este profissional: 
Identifica, mede, acumula, analisa, prepara, interpreta e 
relata informações (tanto financeiras quanto 
operacionais) para uso da administração de uma 
empresa, nas funções de planejamento, avaliação e 
controle de suas atividades e para assegurar o uso 
apropriado e a responsabilidade abrangente de seus 
recursos(CREPALDI, 1998, p.19). 
 Uma vez que todas as informações transmitidas pela contabilidade 
gerencial, como já descrito, tem origem nas diferentes movimentações do 
dinheiro da empresa, é importante destacar que tais informações enfatizam as 
conseqüências financeiras das atividades de períodos anteriores. Desta forma 
tornando-se necessário a contribuição efetiva da contabilidade financeira para 
definições no processo decisório. 
Conforme aponta Atkinson et al (2000 p. 36): 
Tradicionalmente, a informação gerencial contábil tem 
sido financeira, isto é, temsido denominada em moedas 
tais como dólares ou francos. Entretanto,recentemente, a 
informação gerencial contábil foi ampliando-se para 
incluirinformações operacionais ou físicas (não 
financeiras), tais como qualidade e tempode 
processamento, tanto quanto informações mais 
subjetivas como mensurar o nívelde satisfação dos 
clientes, capacitação dos funcionários e desempenho do 
novoproduto”. 
 
Muito embora a ciências da contabilidade gerencial e da 
contabilidade financeira tenham diferentes propósitos e percepções diferentes 
por seus profissionais, os cruzamentos de seus resultados passam 
informações bem complexas. Como adverte Padoveze (2007, p. 36) que a 
“contabilidade gerencial pode ser contrastada com a contabilidade financeira, 
que é relacionada com o fornecimento para os acionistas, credores e outros 
que estão fora da organização”. 
26 
 
Crepaldi (1998) defende a contabilidade de custo como de igual 
importância com contabilidade financeira, principalmente na identificação de 
preços e capacidade de produção. Uma necessidade da contabilidade 
financeira e conseqüentemente na contabilidade gerencial são os dados da 
contabilidade de custos referentes a fornecedores, pois o financeiro se 
interessa em identificar o menor custo de compra das matérias-primas, meio de 
manter preços competitivos e conter gastos. 
A contabilidade de custos, cuja função inicial era de 
fornecer elementos para avaliação dos estoques e 
apuração do resultado, passou, nas últimas décadas, 
aprestar duas funções muito importante na Contabilidade 
Gerencial: a utilização dos dados de custos para auxílio 
ao controle e para a tomada de decisões. É hoje, talvez, 
a área mais valorizada no Brasil e no mundo. Tornou-se 
muito importante com a redução da taxa de inflação e a 
abertura econômica aos produtos estrangeiros. Fornece 
importantes informações na formação de preço das 
empresas (CREPALDI, 1998 p. 18). 
Alguns pesquisadores conferem a contabilidade financeira e geral 
como sinônimas como Hazan Júnior (2004, pg. 19) afirmando que a 
“Contabilidade Financeira é a contabilidade geral, sendo necessária a todas as 
empresas, pois fornece informações básicas aos seus usuários”. 
Dada a proximidade das funções com informações essenciais para a 
administração das empresas, entre a contabilidade financeira e gerencial, 
existe muita distorção sobre suas áreas de atuação. Um Quadro comparativo 
com as principais diferenças entre a contabilidade gerencial e a contabilidade 
financeira, é apresentado por Garrison e Noreen (2001), que relata detalhe que 
as diferenciam, delimitando suas funções. 
De acordo com o Quadro 1 a seguir, as contabilidades financeira e 
gerencial também diferem nos tipos dedados fornecidos e sobre suas atuações 
quanto ao passado e ao futuro, em diversos aspectos. Portanto se obtém 
informações das duas contabilidades como ferramentas, o processo decisório 
torna-se mais acessível e com menores probabilidades de erros. Ao que se 
pode observar a visão de ambas são complementares. 
 
 
 
27 
 
Quadro 1. Diferenças entre contabilidade gerencial e financeira. 
Contabilidade Financeira: Contabilidade Gerencial: 
O público-alvo são as pessoas fora da 
organização: 
Sócios; 
Credores; 
Autoridades Tributárias; 
Legisladores. 
O público-alvo são as pessoas dentro da 
organização, que visem a: 
Planejamento; 
Direção e motivação; 
Controle; 
Avaliação do desempenho. 
A ênfase está nas consequências financeiras 
das atividades passadas. 
Ênfase nas decisões que afetam o futuro. 
São enfatizadas a objetividade e a 
consistência 
dos dados. 
São enfatizadas a relevância e a flexibilidade 
dos dados. 
A informação tem que ser precisa. A informação tem que ser oportuna. 
São elaboradas apenas informações 
resumidas 
sobre a organização como um todo. 
Elaboração de relatórios setoriais detalhados 
sobre departamentos, produtos, clientes e 
empregados. 
É preciso observar os princípios contábeis 
geralmente aceitos. 
Não é necessário observar os princípios 
contábeis geralmente aceitos. 
É obrigatória a publicação das 
demonstrações 
contábeis. 
Não é obrigatória. 
Fonte: (GARRISON, 2001, p. 4) 
A Contabilidade Financeira apresenta quatro demonstrações: 
Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, 
Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido e de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados e Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Essas 
demonstrações são essenciais para entender as condições de existência da 
empresa e identificar o que precisa ser feito para melhorar, ou estabilizar ou dá 
continuidade a um desenvolvimento. 
Com as informações da contabilidade gerencial é possível identificar 
o melhor caminho para o sucesso de uma empresa, inclusive seu encaixe 
dentro das especificações fiscais do Brasil. Com uma análise das 
demonstrações financeiras é possível verificar a saúde financeira da empresa, 
e formular uma gestão tributária. 
 
 
 
 
 
 
28 
 
2.4 Contabilidade e Gestão Tributária 
 
Ao estudar a carga tributária das empresas é válido observar que 
para o administrador conseguir uma forma legal de obter redução nos gastos 
com os tributos, é necessário um acompanhamento constante da legislação 
tributária. Esse acompanhamento é necessário e faz parte da chamada gestão 
tributária eficaz. 
Teixeira e Zanluca (2008) consideram a gestão tributária como um 
processo de gerenciamento das obrigações tributáriasde uma determinada 
empresa, para elaborar um planejamento adequado, visando controle das 
operações que tenham relação direta com tributos. O objetivo dos controles é 
para manter a empresa dentro dos padrões que se encaixam dentro das 
obrigações tributárias de menor alíquota, ou que traga mais benefícios para a 
empresa. 
A realidade tributária brasileira é considerada complexa, isso se dá 
pelos inúmeros tributos em forma de impostos, taxas ou contribuição, que são 
componentes do chamado “custo Brasil”. O excesso de tributação inviabiliza os 
custos dos produtos se tornarem mais competitivos e cabe ao administrador 
tornar possível, a continuidade de determinados produtos e serviços, num 
preço compatível com o que o mercado consumidor deseja pagar. 
Nem sempre a redução do custo tributário implica em melhores 
resultados. Se uma empresa deseja crescer, é razoável se esperar que ela 
pague mais tributos. Por isso, é preciso se pensar em otimização em vez de 
redução do ônus tributário. 
A gestão tributária entra em cena fornecendo inúmeros benefícios, 
desde fatores decisivos para uma concorrência, um aumento na margem de 
lucro, até a organização cronológica das obrigações tributárias, diminuindo o 
risco de infrações com ações preventivas. 
Para isso, o gestor de tributos deve possuir a habilidade de 
pesquisar, interpretar e aplicar a legislação tributária com o objetivo de 
29 
 
identificar e selecionar as oportunidades economicamente mais viáveis para o 
todo. 
As pequenas e médias empresas sofrem com a alta carga tributária 
vigente no Brasil. Estando em fase de desenvolvimento, os custos elevados 
com os inúmeros tributos dificultam novos investimentos nos processos 
produtivos e aperfeiçoamento dos produtos. Dificilmente empresas de pequeno 
porte disponibilizam de profissionais qualificados para oferecer uma boa gestão 
financeira. 
Porém as grandes empresas, a exemplo os bancos comerciais, 
praticam o planejamento tributário, o que têm levado essas empresas a obter 
uma lucratividade não experimentada por outros setores. Isso se dá porque 
não há instrumentos administrativos disponíveis para aferição e por 
consequência preparação de um diagnóstico e projeto para uma gestão 
tributária global. 
Assim uma gestão tributária consegue indicar qual forma de 
apuração de tributos uma empresa deva optar a partir do planejamento 
tributário. Neste planejamento será definido o Regime de Tributação que 
acarretará o menor ônus para a empresa, por meio de formas legais, atingindo 
uma redução da carga tributária estabelecida pelo Regime instituído. 
 
30 
 
3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
A Constituição Federal do Brasil completou 25 anos de vigência em 
5 de setembro de 2013, desde então o Pais excedeu a quantidade de normas 
existentes aos três anos anteriores à promulgação da Carga Magna. De 1988 
até hoje, foram publicadas 4.785.194 normas, entre leis complementares e 
ordinárias, decretos, medidas provisórias, emendas constitucionais e outras, 
isso considerando as informações obtidas até 30 de setembro de 2013. Deste 
total, 309.147 são normas tributárias, o que corresponde a 6,5% da legislação 
total (AMARAL et al, 2013). 
Ainda poderá sair mais uma emenda, pois uma Comissão Especial 
criada na Câmara dos Deputados deverá analisar a Proposta de Emenda 
Constitucional nº186/2007. De autoria do deputado Décio Lima (PT-SC), a 
proposta modifica o artigo 37 da Constituição Federal, ao acrescentar os 
parágrafos 13 e 14, para definir as normas gerais aplicáveis à administração 
Tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios 
(ibpt.org.br). 
As empresas precisam seguir, em média, 3.512 normas tributárias 
para estar em dia com a legislação brasileira. "O cumprimento das 
determinações da nossa Constituição obriga as empresas brasileiras a 
destinarem, no geral, cerca de R$ 45 bilhões por ano, com equipe de 
funcionários, tecnologias, sistemas e equipamentos, a fim de acompanhar as 
modificações, evitar multas e eventuais prejuízos nos negócios", observa o 
presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike (ibpt.org.br). 
O Brasil tem uma carga tributária muito extensa, principalmente para 
as empresas que comprometem seus custos em elevados valores com as 
obrigações tributárias. Para se tornarem mais competitivas é necessário 
enxugar seus custos e concomitantemente estarem em dia com as suas 
obrigações, uma vez que seu descumprimento gera sanções e restrições, o 
que as deixariam em desvantagens no mercado. 
31 
 
Atendendo a essa necessidade vem o planejamento tributário como 
ferramenta de controle e equilíbrio entre os custos e as obrigações. Essa é 
uma ferramenta empresarial de ação estritamente preventiva, que tem como 
fator de análise o tributo e visa identificar os fatos tributáveis e seus efeitos, 
comparando os resultados prováveis, de forma a possibilitar a escolha da 
alternativa menos onerosa, projetando o futuro sem extrapolar o campo da 
licitude. 
Engelmann (2011) explica sobre o planejamento tributário como um 
procedimento que proporciona uma economia legal de tributos para as 
empresas, que envolve aspectos fiscais, contábeis, financeiros, societários e 
jurídicos de elevada complexidade. Fazer planejamento tributário é um dever 
legal determinado pelo art. 153 da Lei nº 6.404/76. 
Art. 153. O administrador da companhia deve empregar, 
no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que 
todo homem ativo e probo costuma empregar na 
administração dos seus próprios negócios. 
Com isso se observa que o planejamento tributário é uma das 
funções administrativa reconhecida por Lei. Para executar essa função é 
necessário um conhecimento profundo sobre as Leis Tributárias além de muito 
bom senso para planejar. O planejador deverá zelar pela maximização dos 
recursos financeiros disponíveis, valendo-se de procedimentos lícitos que 
proporcionem uma menor carga tributária, especialmente pela relevante 
influência destes elementos sobre a formação do preço da sua mercadoria ou 
serviço. 
No momento em que um profissional inicia qualquer tipo de 
planejamento fiscal, deve ater-se às situações especiais que estão previstas 
em Lei, conforme a modalidade tributária que a empresa se enquadrar. No 
caso do Simples Nacional, pode-se defini-lo como um regime especial para 
pagamento de tributos, emissão simplificada de documentos, e escrituração de 
livros fiscais. 
Nesse caso o planejamento tributário tem que se ater às disposições 
da legislação especifica (Lei Complementar nº 123/06). 
32 
 
Assim para melhor entender o que seja um planejamento tributário é 
necessário diferenciar evasão e elisão fiscal. Galhardo, Neto e Silva (2005), 
dizem que a evasão fiscal é uma maneira de tentar burlar os tributos de forma 
ilícita, ou seja, pode ser interpretada como uma forma de sonegação. 
Conforme a Lei nº 8.137, de 27/12/1990, em seu artigo 1º define os 
crimes contra a ordem tributária da seguinte forma: 
Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir 
ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer 
acessório, mediante as seguintes condutas: 
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às 
autoridades fazendárias; 
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos 
inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, 
em documento ou livro exigido pela lei fiscal; 
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota 
de venda, ou qualquer outro documento relativo à 
operação tributável; 
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar 
documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; 
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota 
fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de 
mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente 
realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. 
 
Logo, a evasão é a forma de planejamento que não deve ser 
adotada peloprofissional contábil, pois reflete uma sistemática de pagamento 
que contrária a disposição da lei. 
Em contrapartida a Elisão Tributária consiste em encontrar uma 
forma lícita de redução, isenção ou postergação do ônus tributário anterior ao 
fato gerador. 
Galhardo, Neto e Silva (2005), explicam que só é possível tratar de 
elisão fiscal antes do nascimento da obrigação tributária, porque é nesse 
período que o contribuinte está fazendo o seu planejamento tributário, para que 
possa fazer a melhor escolha de tributação que irá usar. 
Existem soluções legais próprias para grandes empresas, mas no 
caso das médias e pequenas empresas se tornam inviáveis, dado o custo que 
as operações necessárias para execução desse planejamento podem exigir, 
não há mágica em planejamento tributário, apenas alternativas, cujas relações 
33 
 
custos/beneficio variam muito em função dos valores envolvidos (FABRETTI, 
1996). 
Diante do exposto é considerável que as empresas devam avaliar 
continuamente as oportunidades de planejamento tributário, tendo em vista a 
faculdade que o contribuinte possui de planejar com liberdade as suas 
atividades segundo seus interesses e observando os procedimentos 
legalmente previstos. 
Como se pode perceber, o planejamento tributário tornou-se uma 
ferramenta de fundamental importância para a redução das despesas, 
consistindo em excluir, diminuir e retardar os tributos. 
É uma técnica que projeta as operações, visando 
conhecer as obrigações fiscais pertinentes a cada uma 
das alternativas legais que lhes são aplicáveis, para, em 
seguida, adotar aquela que possibilita emprego de 
procedimento tributário legitimamente inserido na esfera 
de liberdade fiscal (BORGES, 2002, p.75). 
Ainda, segundo Borges (2002), o planejamento tributário pode ser 
elaborado com vistas a três modalidades distintas: Quando tem por objetivo a 
anulação do ônus fiscal; Quando tem por objetivo a redução do ônus fiscal; 
Quando tem por objetivo o adiamento do ônus fiscal. 
Para alguns autores o termo elisão fiscal é usado como sinônimo de 
planejamento tributário, como uma prática gerencial, principalmente quando se 
referem às empresas de médio e grande porte. Pois essa prática visa 
economizar tributos e, conseqüentemente, aumentar os lucros da empresa, 
desconsiderando o adiamento do ônus fiscal. 
Martins (1988) comunga com a semelhança entre elisão fiscal e o 
planejamento tributário aderindo um conceito próximo e conveniente a ambos. 
É um procedimento utilizado pelo sujeito passivo da 
relação tributária, objetivando reduzir o peso da carga 
tributária, pela escolha entre diversos dispositivos e 
alternativas de lei, daquelas que lhe permitem pagar 
menos tributos(MARTINS,1988, p.120). 
Portanto, ao elaborar um planejamento tributário em uma empresa 
deve ser feito um programa de trabalho com procedimentos específicos a 
realidade encontrada. De forma a não cometer erros e ter suas ações 
34 
 
confundidas, em vez de ser considerada uma elisão fiscal, ser ações de evasão 
fiscal. 
Para tanto, é necessário conhecer os regimes tributários atualmente 
previstos em lei no Brasil, visando à prevenção de contingências futuras. A 
escolha do regime tributário e seu enquadramento é que irão definir a 
incidência e a base de cálculo dos impostos federais. No Brasil os regimes 
tributários mais utilizados são: Simples Nacional, Lucro Presumido e o Lucro 
Real. 
Para a pesquisa aqui descrita, não será necessário conhecer de 
forma detalhada o regime tributário do Simples Nacional, pois o objeto de 
estudo se trata de uma empresa que não se enquadra mais como optante pelo 
Simples Nacional. Assim segue a cronologia da pesquisa com o esclarecimento 
sobre os regimes tributários que a empresa onde ocorre o estudo de caso se 
enquadre, para uma análise de melhor opção entre Lucro Presumido X Real. 
 
 
3.1 Lucro Presumido 
 
O lucro presumido é um regime de tributação simplificado que utiliza 
apenas as receitas da empresa para a apuração do resultado do Imposto de 
Renda da Pessoa Jurídica- IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
- CSLL. Dessa forma, esses tributos são calculados por um resultado estimado, 
encontrado por meio de percentuais definidos em lei, desde que a empresa não 
esteja obrigada no ano calendário a se declarar pelo Lucro Real, de acordo 
com o Decreto 3.000/1999, art. 516. 
 “lucro presumido é uma forma de tributação simplificada 
para determinação da base de cálculo do imposto de 
renda e da contribuição social das pessoas jurídicas que 
não estiveram obrigadas no ano-calendário, à apuração 
do lucro real” (RODRIGUES et al2007, p. 292). 
Uma explicação clara sobre lucro presumido é apresentada por 
Young (2008, p.36), “lucro presumido é o lucro que se presume obtido pela 
empresa sem escrituração contábil, para efeito do pagamento do imposto de 
35 
 
renda, calculado por um coeficiente aplicado sobre a receita bruta”. De acordo 
com Young, na declaração pelo lucro presumido as empresas estão 
dispensadas da escrituração contábil, porém existem outras escriturações que 
são obrigatórias. 
É uma modalidade optativa de apurar o lucro e, 
consequentemente, o imposto de renda das pessoas 
jurídicas que, observando determinados limites e 
condições, dispensam a escrituração contábil, exceto a 
do Livro de Registro de Inventário e do Livro Caixa, e 
que está baseado em valores globais da receita para 
assumir o lucro a ser tributado. (SÁ e SÁ, 1995, p. 301). 
Uma observação deve ser feita, mesmo dispensadas de tais 
obrigações, as empresas devem manter suas escriturações contábeis. Pois é 
por meio delas que os administradores poderão analisar a situação patrimonial 
da empresa e se basear para tomar decisões viáveis com o objetivo de 
melhorar os lucros. 
Uma empresa ao optar pela tributação com base no lucro presumido 
terá que declarar por todo ano-calendário, só podendo mudar sua opção para o 
período posterior, antes de efetuar o primeiro pagamento, haja vista que o 
período de apuração do lucro presumido é trimestral, conforme dispõe o § 1º 
do art. 13 da Lei n° 9.718/98. 
Atentando para o fato da opção pelo lucro presumido só poderá ser 
feita pela pessoa jurídica que não se enquadre em nenhum dos impedimentos 
enumerados no art. 14 da Lei nº 9.718/98. 
I – cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, 
tenha sido superior a R$ 48.000.000,00, ou a 
4.000.000,00 multiplicados pelo número de meses de 
atividade no ano-calendário anterior, quando inferior a 
doze meses; 
II – cujas atividades sejam de instituições financeiras ou 
equiparadas; 
III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de 
capital oriundo do exterior; 
IV – que, autorizadas pela legislação tributária, usufrua 
de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução de 
impostos: 
V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado 
pagamento mensal pelo regime de estimativa, inclusive 
mediante balanço ou balancete de suspensão ou 
redução de imposto; 
VI – cuja atividade seja de factoring; 
36 
 
De forma contrária, só poderão optar pela tributação com base no 
lucro presumido, as empresas que se enquadrem nos termos do art. 13 da Lei 
nº 10.637/02. Além das pessoas jurídicas que iniciarem atividades ou que 
resultarem de incorporação, fusão ou cisão, desde que não estejam obrigadas 
à tributação pelo lucro real. Portanto, o regime de tributação com base no lucro 
presumido não é acessível a todas as pessoas jurídicas. 
As regras gerais de tributação para o lucro presumido estão 
elencadas nos art. 516 até 528 do Regulamento do Imposto de Renda – 
RIR/99, aprovado pelo Decreto 3.000/99. A partir de 01.01.1997, o lucro 
presumido passou a serem apurado trimestralmente nos dias 31 de março, 30 
de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, ou na 
data de extinção da pessoa jurídica, ocorrida no curso do ano-calendário. 
O lucro presumido tem como fato geradordo tributo a efetivação da 
venda de mercadoria e/ou serviços, independente se ao final do período a 
empresa obteve lucro ou prejuízo. 
Segundo o artigo 518 do Regulamento de Imposto de Renda do - 
RIR/99, a base de cálculo do imposto e do adicional do lucro presumido será 
determinado mediante aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a 
receita bruta de vendas de mercadorias e/ou prestação de serviços, auferida no 
período de apuração. Já no artigo 519, do RIR/99, estes percentuais variam de 
acordo as atividades operacionais desenvolvidas pela pessoa jurídica, em que 
Percentual de presunção vai de 1,6% até 32% com alíquota fixa de 15%. 
Porém, a parcela do lucro que exceder o valor resultante da 
multiplicação de R$ 20.000,00(vinte mil reais) pelo número de meses do 
respectivo período da apuração, ou seja, se exceder ao valor de R$60.000,00 
(sessenta mil reais) no trimestre, sofrerá uma incidência de adicional do 
imposto de renda à alíquota de 10%. 
Já o cálculo da CSLL devida em cada trimestre, descrita no artigo 22 
da Lei 10.684/2003, tem sua a base de cálculo devida pelas pessoas jurídicas 
optantes pelo lucro presumido corresponderá a:(portaltributario.com) 
http://www.portaltributario.com.br/legislacao/l10684.htm
37 
 
 12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, 
serviços hospitalares e de transporte; 
 32% para prestação de serviços em geral, exceto a de 
serviços hospitalares e de transporte; intermediação de 
negócios; administração, locação ou cessão de bens imóveis, 
móveis e direitos de qualquer natureza. 
Conforme o Art. 527, do Regulamento de Imposto de Renda - 
RIR/99, a pessoa jurídica que optar pela tributação tem as seguintes 
obrigações: 
a) escrituração contábil nos termos da legislação comercial; 
b) livro registro de inventário, no qual deverão constar registrados os 
estoques existentes no término do ano-calendário; 
c) em boa guarda e ordem, enquanto não tiver decorrido o prazo 
decadencial e não forem prescritas as eventuais ações que lhes sejam pertinentes 
todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica, bem 
como os documentos e demais papéis que serviram de base para a escrituração 
comercial e fiscal. 
Ainda fazem parte das obrigações das pessoas jurídicas que optam 
pelo lucro presumido a entrega da Declaração de Informações Econômico-
Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) anualmente. 
Para verificar se esse é o regime mais benéfico para a empresa, é 
necessário realizar simulações, pois caso a empresa tenha valores 
consideráveis de despesas dedutíveis para o IRPJ, é muito provável que o 
lucro real seja mais econômico. 
A base de cálculo do lucro presumido está definida em lei que irá 
servir para quantificar o valor do imposto e seu respectivo adicional, Young 
(2008) complementa afirmando que a base de cálculo do imposto de renda 
sobre o lucro presumida é obtida através da receita bruta advinda da atividade 
da pessoa jurídica optante e do resultado das demais receitas e ganhos de 
capital. Uma demonstração do esquema a ser usado, temos como exemplo o 
Quadro 2, a seguir: 
 
38 
 
Quadro 2. Base de Cálculo do Lucro Presumido. 
Receita bruta trimestral advinda da atividade da empresa 
(X) percentual definido em lei, variando entre 1,6% a 32%, dependendo da atividade 
desempenhada. 
(=) base de cálculo 
(+) ganhos de capital na alienação de bens e direitos do ativo permanente 
(+) aluguéis, quando não fizerem parte do objeto social da empresa 
(+) aplicações financeiras 
(+) juros sobre o capital 
(+) outras receitas não-operacionais 
(=) lucro presumido 
(X) 15 % 
(X) Adicional de 10 % 
(=) IRPJ a pagar 
Fonte: (YOUNG, 2008 p. 26). 
A empresa deverá apurar, trimestralmente, o lucro presumido, 
aplicando sobre sua receita bruta os percentuais definidos conforme a lei para 
a atividade desempenhada, respeitando os limites da Receita Bruta. Após essa 
apuração, a empresa deve identificar quais os percentuais de presunção do 
IRPJ e da CSSL, de forma à apurar o imposto correspondente à cada trimestre. 
Ambos os percentuais IRPJ e CSSL estão dispostos no quadro abaixo: 
Quadro 3. Percentuais de Presunção do Imposto de Renda. 
PERCENTUAL ATIVIDADE DA EMPRESA 
1,6% Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico 
carburante e gás natural; 
 
8 % 
Atividades em geral (comércio e indústria); Transporte de carga; Serviços 
Hospitalares; Venda de imóveis das empresas com esse objeto em seu 
contrato social; Gráficas em operações comerciais ou industriais; Serviços 
médicos prestados por clínicas; 
 
 
16% 
Prestação de Serviços de transporte (exceto cargas); pessoas jurídicas 
cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, 
bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, 
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades 
corretoras de títulos, valores mobiliários, empresas de arrendamento 
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de 
capitalização e entidades de previdência privada aberta, observando o 
disposto no art. 226; Prestação de serviços em geral de empresas com 
receita bruta anual de até R$ 120.000,00, exceto hospitalares, transportes e 
profissão regulamentada 
 
32% 
Prestação de serviços em geral, inclusive serviços de profissões 
regulamentadas; Intermediação de negócios; Administração, locação ou 
cessão de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; Prestação 
cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, 
gestão de credito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a 
receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a 
prazo ou de prestação de serviços (factoring); Gráficas em operações de 
prestação de serviços; Exploração de rodovias mediante cobrança de preço 
dos usuários. 
Fonte: (RODRIGUES ET AL, 2010, p. 66). 
39 
 
A base de cálculo da contribuição social das empresas tributadas pelo 
lucro presumido está descrita nos art. 85 a 92 da IN SRF nº 390/04. De forma 
geral, os valores que integram a base de cálculo da IRPJ pelo Lucro Presumido 
também integram a base de cálculo para a Contribuição Social Sobre o Lucro 
Líquido neste regime de tributação. 
Quadro 4 Percentuais de Presunção da CSLL 
Percentual Atividade da Empresa 
12% Receita bruta em geral, exceto as sujeitas ao percentual de 32%; 
32% Prestações de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de 
transporte; Intermediação de negócios; Administração, locação ou cessão 
de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; Prestação 
cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, 
mercadológica, gestão de credito, seleção de riscos, administração de 
contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de 
vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). 
Fonte: (RODRIGUES ET AL, 2010, p. 365). 
Quanto as deduções, conforme o disposto no art. 526 do RIR/99 
para efeito de pagamento, a pessoa jurídica deverá deduzir do imposto devido 
no período de apuração, o imposto pago ou retido na fonte sobre as receitas 
que integram a base de cálculo, bem como o imposto de renda pago 
indevidamente em períodos anteriores. Informações constantes no artigo 10 
da Lei 9.532/1997. 
As pessoas jurídicas optantes pela tributação com base no lucro 
presumido deverão recolher também as contribuições ao PIS e à COFINS na 
forma cumulativa (NEVES; VICECONTI, 2007). Assim ficam suas alíquotas das 
contribuições cumulativas de 3% para a COFINS e 0,65% para o PIS. 
No Quadro 5 elenca todos os impostos a serem pagos de acordo 
com a apuração do Lucro Presumido, e suas respectivas alíquotas. 
Quadro 5. Tributos referente à opção do Lucro Presumido 
Tributos Alíquota 
PIS/PASEP 0,65% 
COFINS 3,00% 
IRPJ 15,00% 
CSLL 9,00% 
INSS 20,00% 
INSS Terceiros 5,80% 
FGTS 8,00%Fonte: do autor 
http://www.portaltributario.com.br/legislacao/l9532.htm
40 
 
3.2 Lucro Real 
 
O termo “lucro real” se refere ao lucro a ser tributado, de acordo com 
o art. 247 do RIR/1999, distinto do lucro líquido apurado contabilmente. A 
identificação do Lucro Real da empresa se dá pela apuração do lucro líquido de 
cada período de apuração com os devidos critérios das leis comerciais. 
Lucro Real é uma forma de tributação para apuração do imposto de 
renda, é considerado como “regime geral”. Neste regime, o imposto de renda é 
determinado a partir do lucro contábil, apurado pela pessoa jurídica, acrescido 
de ajustes (positivos e negativos) requeridos pela legislação fiscal. Nesta 
modalidade de tributação pode haver, inclusive, situações de Prejuízo Fiscal, 
hipótese em que não haverá imposto de renda a pagar (portaltributario.com.br). 
Olhando somente pelo lado do imposto de renda, para uma empresa 
que opera com prejuízo, ou margem mínima de lucro, normalmente optar pelo 
regime de Lucro Real é vantajoso. Porém, sempre é prudente que a análise 
seja estendida também para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - 
CSLL e para as contribuições ao PIS e a COFINS, pois a escolha do regime 
afeta todos estes tributos. 
Segundo Fabretti (2005) o Lucro Real é o lucro líquido, apresentado 
em lançamentos contábeis do período, ajustado pelas adições, exclusões ou 
compensações autorizadas pela legislação. O autor ainda justifica que “lucro” é 
o resultado positivo da soma de todas as receitas auferidas, menos todos os 
custos e despesas, é conhecido como resultado contábil (econômico) e é 
denominado lucro líquido. 
O regime de apuração com base no Lucro Real requer cuidados com 
a escrituração contábil e fiscal, sendo adequadamente comprovada e até que 
ocorra a decadência quinquenal do exercício financeiro respectivo, os 
documentos originais devem ser conservados em boa ordem e guarda 
(BERNARDES et al, 2004). 
Fabretti (2005) detalha a forma de apuração do lucro real a parti do 
resultado contábil do período base, extraído das devidas escriturações mês a 
http://www.portaltributario.com.br/guia/compensacao_prejuizos.html
41 
 
mês. Apurado por meio da contabilidade da empresa envolvendo a 
escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR, do livro de 
Apuração da Contribuição Social - LACOS, do Livro Diário e Razão, e dos 
livros fiscais exigidos pelas normas relativas ao IPI, ICMS e/ou ISS. Para saber 
qual será o valor a ser pago de IRPJ e CSLL, basta aplicar sobre o lucro real as 
alíquotas e adicionais de cada tributo. 
De acordo com a nova redação dada pela Lei nº 10.637/02 as 
empresas obrigadas a fazer sua apuração pelo regime do lucro real são as que 
se enquadram no o Art. 246, do Regulamento de Imposto de Renda - RIR/99: 
Art. 246. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas 
jurídicas: I – cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja 
superior ao limite de R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões 
de reais) ou proporcional ao número de meses do período, 
quando inferior a 12 (doze) meses; II – cujas atividades sejam 
de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de 
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, 
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, 
sociedades corretoras de títulos, valores imobiliários e câmbio, 
distribuidores de títulos e valores mobiliários, empresas de 
arrendamento mercantil e entidades de previdência privada 
aberta. III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de 
capital oriundos do exterior; IV – que autorizadas pela 
legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à 
isenção ou redução do imposto; V – que, no decorrer do ano-
calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime 
de estimativa, na forma do art. 222;VI – que explorem as 
atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de 
assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, 
seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, 
compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis 
a prazo ou de prestação de serviços (factoring). 
No § 2º do art. 247 do RIR/99, relata que a determinação do lucro 
real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração 
com observância das disposições das leis comerciais. 
No art. 248 do RIR/99, define que o lucro líquido do período de 
apuração é a soma algébrica do lucro operacional, dos resultados não 
operacionais, e das participações, e como já comentado, deverá ser 
determinado com observância dos preceitos da lei comercial, com seus 
adicionais determinados no Art. 38 da IN SRF n° 390/04, a serem somados 
antes da provisão para o IRPJ. 
42 
 
Além das adições ao lucro líquido, também ocorrem às exclusões do 
lucro líquido na determinação do resultado ajustado, sendo que de acordo com 
o art. 39 da IN SRF n° 390/04. 
Engelmann (2011) salienta que as adições são ajustes obrigatórios, 
que tem por finalidade aumentar a base de cálculo do imposto. Já as exclusões 
são ajustes facultativos que tem por finalidade diminuir a base de cálculo do 
imposto, sendo que as compensações de prejuízos fiscais apurados em 
períodos anteriores devem permanecer devidamente controladas na parte B do 
LALUR. 
De acordo com o art. 42 da Lei nº 8.981/95, limitou-se a 
compensação dos prejuízos fiscais em 30% do lucro ajustado, ou seja, o 
resultado do exercício ajustado com as adições e exclusões prescritas ou 
autorizadas em lei. As disposições desse artigo foram complementadas pelo 
art. 15 da Lei nº 9.065/95. A compensação poderá ser total ou parcial, em um 
ou mais períodos de apuração, à opção do contribuinte. 
Com base no § 1º do art. 510 do RIR/99, as compensações dos 
prejuízos fiscais somente se aplicam às pessoas jurídicas que mantiverem os 
livros e os documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do 
montante do prejuízo fiscal utilizado para compensação. Uma vez apurada a 
base de cálculo, a Pessoa Jurídica deve aplicar as alíquotas de IRPJ e da 
CSLL, normalmente. 
Assim as empresas que optam ou são obrigadas a se declararem 
pelo lucro real poderão apurar o lucro e recolher o IRPJ e a CSLL anualmente 
ou trimestralmente, ficando a critério da empresa seu período de apuração 
(HIGUCHI, 2005). 
 
3.2.1 Apuração Trimestral do Lucro Real 
Para uma apuração de IRPJ e CSLL com base no Lucro Real 
Trimestral é detalhada no art. 220 do RIR/99, que define o encerramento de 
cada trimestre em 31/03, 30/06, 30/09 e 31/12 de cada ano, ajustado por 
adições, exclusões, compensações para o IRPJ e CSLL, conforme a IN SRF n° 
43 
 
390/04. O pagamento dos tributos deve ser efetuado até o último dia útil do 
mês subsequente ao encerramento do trimestre. 
No lucro real trimestral, o seu resultado não pode ser compensado 
nos trimestres seguintes, ainda que dentro do mesmo ano-calendário 
(FABRETTI, 2005). Uma das desvantagens nesta opção é a limitação na 
compensação dos prejuízos fiscais. 
Nesta modalidade, não é permitida a antecipação do imposto 
durante o curso do ano-calendário, como prevê o regime de tributação anual. 
Apenas, a apuração trimestral acorrerá por intermédio das informações obtidas 
com o levantamento de balanços ou balancetes no encerramento de cada 
trimestre, sendo o IRPJ e a CSLL considerados definitivos (RODRIGUES et al, 
2010). 
Ainda segundo Rodrigues (2010), o IRPJ e a CSLL devem ser 
determinados mediante ajustes ao lucro ou prejuízo contábil do período-base 
(trimestral), representado por adições, exclusões e eventual compensação de 
prejuízos fiscais, caso este resultado seja positivo. 
Assim a pessoa jurídica, pagará o imposto referente à alíquota de 
15% para o IRPJ sobre o Lucro Real apurado no período-base. A parcela do 
lucro que exceder a R$ 60.000,00 (R$ 20.000,00 x 3 meses), ou proporcional 
ao número de meses do trimestre nos casos de início ou encerramentode 
atividades, estará sujeita à incidência de adicional de imposto de renda à 
alíquota de 10%. 
De acordo com o art. 31 da IN SRF n° 390/04, a CSLL devida terá a 
aplicação da alíquota de 9% sobre o resultado ajustado, a ser pago em quota 
única junto com o IRPJ, até o último dia útil do mês subsequente ao do período 
de apuração. Tendo ainda, a partir de1º de maio de 2008, a alíquota de 15% 
das CSLL, a serem cobradas para as pessoas jurídicas de seguros privados, 
as de capitalização e as referidas na Lei Complementar nº 105/01, art. 1º, § 1º, 
I a XII. 
 
44 
 
3.2.2 Apuração Anual do Lucro Real 
De acordo com o art. 221 do RIR/99, para uma apuração do Lucro Real 
Anual, a pessoa jurídica deverá apurar e efetuar a declaração em 31 de 
dezembro de cada ano-calendário, com antecipações mensais do IRPJ e da 
CSLL, feitas de duas formas: 
 Com base na receita bruta somada aos acréscimos definidos em 
lei, e mediante a elaboração de balanços ou balancetes de 
suspensão; 
 Redução de imposto, onde a pessoa jurídica pode suspender ou 
reduzir o imposto devido a qualquer momento, mediante a 
elaboração de balanços ou balancetes de suspensão ou redução 
de imposto devendo escriturar a Parte “A” do Livro de Apuração 
do Lucro Real - LALUR e o Livro Diário. 
No mesmo art. 221, também faz referência aos casos de 
incorporação, fusão, cisão ou extinção da pessoa jurídica. Nestas situações o 
lucro real deverá ser apurado na data do evento. Para isso, considera-se data 
do evento a data da deliberação (alteração contratual) que aprovar a 
incorporação, fusão ou cisão. 
De acordo com Higuchi (2005), que se fundamenta no art. 222 do 
RIR/99 a pessoa jurídica que optar pela apuração dos tributos com base no 
lucro real anual, terá que pagar mensalmente, o IRPJ e a CSLL calculado por 
estimativa ou com base no lucro real acumulado de 1º de janeiro até o mês em 
que está sendo realizada a apuração. Os tributos deverão ser pagos até o 
último dia útil do mês subsequente. 
A base de cálculo é o lucro do período (Janeiro à Dezembro) 
ajustado pelas mesmas adições, exclusões e compensações já mencionadas 
anteriormente. Podendo o pagamento ser efetuado através de antecipações 
mensais com base na receita bruta auferida mensalmente ou com base em 
Balanços ou Balancetes de Suspensão e Redução. 
 
45 
 
Uma ressalva para o pagamento do imposto mensal relativo ao mês 
de Janeiro, que pode ser suspenso ou reduzido com base em balanço ao 
balancete levantado no mês, caso tenha sido apurado prejuízo fiscal ou o 
imposto calculado sobre o lucro real apurado tenho sido inferior ao calculado 
por estimativa (NEVES E VICECONTI, 2007). 
No caso de uma empresa pretender suspender ou reduzir seu 
pagamento do IRPJ no mês posterior deverá sempre levantar um novo balanço 
ou balancete, ainda que tenha pagado imposto maior que o devido até a data 
do balanço ou balancete anterior. Contudo, além desta forma de pagamento, a 
Receita Federal do Brasil - RFB permita que o pagamento antecipado 
mensalmente seja realizado com base na receita bruta. 
A base de cálculo para o Lucro Real Anual será a mesma usada 
para o Lucro Presumido, aplicando os mesmos percentuais de presunção para 
o IRPJ e para a CSLL, porém, considerando apenas os valores registrados e 
contabilizados no mês. Desta forma, a empresa calcula pelas duas 
sistemáticas e opta pelo valor menos oneroso. 
Quando optar pela estimativa, a base de cálculo dos tributos é o 
resultado de um percentual aplicado sobre a receita bruta do mês, acrescido de 
receitas financeiras e demais receitas, os percentuais aplicáveis sobre a receita 
bruta variam de acordo com a atividade econômica da pessoa jurídica, entre 
1,6% a 32% para o IRPJ, e 12% para a CSLL. 
Conforme art. 228 do RIR/99, conhecendo a base de cálculo, basta 
aplicar as alíquotas de 15%, mais adicional de 10% ao que exceder a R$ 
20.000,00(vinte mil) por mês e a CSLL de 9% para saber qual o valor deve ser 
pago de cada tributo. Para pagamento com base na receita bruta, são 
considerados apenas valores mensais, o adicional de 10% é aplicado sobre o 
que exceder à R$ 20 mil da base de cálculo. Já para o pagamento com base 
no balancete de suspensão e redução, é reduzida sua base em R$ 20 mil ao 
mês. 
46 
 
Da receita bruta serão excluídas as vendas canceladas, as 
devoluções de vendas e os descontos incondicionais concedidos. Desconto 
incondicional é aquele concedido independente de condição. 
Conforme o art. 31 da IN SRF n° 390/04, a CSLL devida será 
determinada mediante a aplicação da alíquota de 9% sobre o resultado já 
ajustado. Conforme mencionado anteriormente, existe ainda a alíquota de 15% 
devida pelas Pessoas Jurídicas de seguros privados, as de capitalização e as 
referidas na Lei Complementar n° 105/01. 
Para as contribuições do COFINS e o PIS, as empresas que 
optarem ou estiverem obrigadas a tributar o IRPJ e a CSLL pelo Lucro Real, 
automaticamente estarão obrigadas a tributar independentemente de sua 
denominação ou classificação contábil, conforme a Leis n° 10.637/02 e 
10.833/03.Sua base de cálculo é o valor do faturamento mensal, assim 
entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, 
independentemente da sua denominação ou classificação contábil. 
Depois de identificado a base de cálculo, a pessoa jurídica sujeitas à 
apuração da contribuição para o PIS e da COFINS, pode tomar crédito sobre 
das contribuições não cumulativas apuradas, nos termos dos art. 2º e 3º das 
respectivas Leis nº 10.637, e 10.833. Poderão então descontar crédito, para 
fins de determinação dessas contribuições, em relação às importações sujeitas 
ao pagamento das contribuições de que trata o art. 1º desta Lei.Para 
determinação do valor das contribuições, aplica-se sobre a base de cálculo a 
alíquota de 7,6 % para a COFINS, de acordo com a Lei n° 10.833, de 29/12/03, 
e 1,65% para o PIS, conforme Lei n° 10.637, de 30/12/02. 
Quadro 6. Tributos referente a opção do Lucro Real 
Tributos Alíquota 
PIS/PASEP 1,65% 
COFINS 7,60% 
IRPJ 15,00% 
CSLL 9,00% 
INSS 20,00% 
INSS Terceiros 5,80% 
FGTS 8,00% 
Fonte: do autor 
47 
 
4 MÉTODO DE PEQUISA 
 
Neste capítulo é apresentada a metodologia utilizada para 
desenvolver o estudo proposto, com a descrição da pesquisa até as técnicas 
usadas para coleta e análise de dados. A Metodologia a ser usada, são passos 
descritos com regras que permitem uma comprovação sobre a verdade de 
fatos que sofreram uma investigação, através das quais se obtém o 
conhecimento sobre o objeto de estudo definido, para que seja possível sua 
comprovação como conhecimento cientifico. Essas regras abordadas pelo o 
que é considerado de Metodologia Científica são regras que definem o modo 
de se obter dados, de testá-los e de apresentá-los (LAKATOS; MARCONI, 
2008). 
O uso da Metodologia Cientifica aponta o caminho que identifica e 
organização desenvolvimento de um novo conhecimento, justificando o que 
deve ser pesquisado e o como chegar às respostas. A metodologia não 
procura soluções, mas proporciona a utilização do melhor método de encontrá-
las. Consiste em estudar e definir o método mais adequado para cada tipo de 
pesquisa, avaliando as limitações de cada um, para uma melhor aquisição e 
processamento de informações com o objetivo de uma eficaz resolução de 
problemas (GIL, 2007). 
O conhecimento para ter valor cientifico tem que está fortemente 
apoiado por dados justificados ou que estejam bem fundamentados. O 
conhecimento é real porque lida com fatos e é sistemático como defende 
Lakatos e Marconi (1986, p.21): 
Já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando 
um sistema de idéias (teoria) e não conhecimentos dispersos e 
desconexos. Possui a característica da verificabilidade, a tal 
ponto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser 
comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência [...] 
 
Ciência é o conjunto de conhecimentos

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