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UNIP INTERATIVA – UNIVERSIDADE PAULISTA Campus Jaguaré LICENCIATURA EM MATEMÁTICA Estágio Curricular Supervisionado José Américo Vicari de Lima RA 1012627 São Paulo - SP 2020 Atividade 1 - Entrevistas remotas. O que fazer: você deverá aplicar três entrevistas (por meio de aplicativos de conferência como Skype, teams, zoom, google meet, WhatsApp e ligação telefônica) com o tema “Desafio para a educação em tempo de pandemia”. A primeira entrevista deverá ser realizada com um professor que esteja atuando em uma escola de educação básica, e que atue em disciplina relativa ao seu curso de licenciatura. A segunda entrevista deverá ser realizada com um pai, mãe ou responsável de um aluno da educação básica. A terceira entrevista deverá ser realizada com um estudante de educação básica que esteja estudando a distância neste período. Portanto, serão 3 entrevistas. Explique às pessoas que irão colaborar com você, que essa entrevista será utilizada exclusivamente para fins acadêmicos e que em nenhum momento serão divulgados os dados pessoais ou nome da escola para além do relatório que será produzido para postagem. O ideal é que a entrevista seja gravada (gravação em áudio) e depois transcrita. Lembre-se que você precisa solicitar a autorização dos entrevistados para a gravação. Se o entrevistado não autorizar ou, ainda, se você não tiver as condições ideais para gravar, tome nota de todas as respostas, buscando ser o mais fiel possível ao que foi dito. Na entrevista você deverá apresentar as seguintes questões: 1- Como tem sido a sua vivência na educação à distância nesse período de pandemia? 2- Quais as principais lições e conclusões momentâneas que esse período nos oferece? 3- A partir dessas vivências, o que sugere para melhorar a qualidade da educação, que nas atuais circunstâncias só pode ser oferecida à distância? 4- Pergunta livre do aluno estagiário; Essa entrevista deverá ser apresentada com as perguntas nessa ordem e suas respostas transcritas. Primeira entrevista: Nome da Professora: Gioconda Vicari Nome da Escola que leciona: Escola Estadual Dom José de Camargo Barros 1- Como tem sido a sua vivência na educação à distância nesse período de pandemia? É uma nova forma de trabalhar, a qual nunca tive contato e nem os alunos. Tive que me reinventar e me adequar. No início foi bem difícil, pois não tinha a noção de como o trabalho iria se desenvolver. Aplicativos e plataformas que não faziam parte do meu cotidiano. A Secretaria de Estado da Educação criou um aplicativo, o CMSP, onde há aulas diariamente de todas as disciplinas. Estou interagindo com os alunos no WhatsApp, pois pra mim é mais prático. A maioria dos professores está utilizando a plataforma Google Classroom. Minha rotina de trabalho tem sido a seguinte: envio uma atividade semanal ao grupo da sala, seguindo o conteúdo da série; os alunos fazem e me enviam de volta; faço a correção e devolvo ao aluno, constando a nota e observações necessárias; quando o aluno tem dúvidas sobre a atividade, me envia mensagem e explico através de um áudio. A minha frequência, pra efeito de pagamento, é dada de acordo com o plano de aula que envio por e-mail à coordenação semanalmente, onde consta a disciplina, as turmas, habilidades e competências gerais, desenvolvimento e estratégias, recursos utilizados, avaliação e sistematização, número de aulas e período de realização (semana). As reuniões semanais por área (ATPC's) acontecem mesmo à distância, onde são utilizados o CMSP, o WhatsApp e Teams, assim como conselho de classe e série e reunião de pais. Tudo está acontecendo, como se fosse presencialmente. 2- Quais as principais lições e conclusões momentâneas que esse período nos oferece? A principal lição é que o professor é fundamental no processo ensino-aprendizagem e que nenhuma ferramenta tecnológica pode substituí-lo de forma concreta. Esse tipo de trabalho à distância também só é possível se, tanto professores e alunos, tiverem recursos tecnológicos adequados. Percebi que isso não está ocorrendo, pois há muitos alunos que não estão fazendo as atividades, pois carecem desses recursos ou simplesmente porque não possuem autonomia suficiente para realizarem as atividades sozinhos. A progressão automática teve como consequências, alunos copistas e sem autonomia. Ainda outros estão fingindo que nada está acontecendo, porque sabem que não serão reprovados. Mas os alunos que não fizeram as atividades nesse período de isolamento, terão que fazer quando retornarem, quase certo em 08 de outubro. Será um período de recuperação. 3- A partir dessas vivências, o que sugere para melhorar a qualidade da educação, que nas atuais circunstâncias só pode ser oferecida à distância? O que falta nas aulas presenciais, ou seja, investimentos em Educação que possibilitem a professores e alunos acesso a ferramentas tecnológicas, como equipamentos (tablet, notebook, computador etc), internet. Sem isso, a educação à distância não se desenvolve de forma satisfatória. 4 - Qual os maiores desafios para ensinar matemática em uma escola pública em época de pandemia? A área da Matemática está um caos, pois a maioria dos alunos foram aprovados automaticamente no decorrer desses anos e suas deficiências nessa disciplina são muitas. Ensiná-los à distância é realmente um desafio, porque um exercício precisa ser mostrado como se resolve, para que um outro proposto seja resolvido. Muitos professores estão gravando vídeos em aplicativos para resolver esse problema. Outro desafio é o de manter o equilíbrio psicológico, pois a demanda de trabalho é muito grande e há muitos professores em tratamento da depressão e outros distúrbios, adquiridos durante a sua caminhada na profissão, onde as condições de trabalho não são adequadas. Segunda entrevista: Mãe: Eliana Cristina Stringhini (mãe Gabriel Stringhini – 11 anos – 6º. Ano Colégio Hostílio Marques) 1- Como tem sido a sua vivência na educação à distância nesse período de pandemia? O desafio é grande tanto para mim como para meu marido, pois os dois tem atividades profissionais. Nós estamos seguindo as recomendações dadas pelos especialistas na área da saúde quanto ao isolamento, por isto, toda a familia fica em casa, e usando a mesma internet ao mesmo tempo, o que, às vezes, a deixa sobrecarregada. Meu filho estuda de forma on line no período da manhã, e neste período a internet costuma ser boa. No período da tarde faz as lições, muitas vezes, usando o computador, e também usa este mesmo computador para os jogos, que, atualmente, é sua distração, já que a área de lazer, por conta da pandemia, não está podendo ser usada. Isto é um motivo de preocupação para mim, este tempo todo no computador ou no celular. E também porque, às vezes, percebo que ele entra em outras coisas no computador no horário de aula, isto também é um problema, precisamos sempre estar atentos a isto. No nosso tempo livre, que não é muito, infelizmente, pois também estamos com todas as atividades domésticas de casa, tentamos brincar com ele de outras coisas, como jogar cartas “Uno”. Como estuda em uma escola particular, com poucos alunos na sala, atualmente 9 alunos, o ensino à distância tem funcionado no meu entendimento. Talvez se fosse uma classe maior, acredito que seria mais difícil. Mas percebo que os alunos participam bastante, e pelo menos a maioria dos professores também estão fazendo um esforço adicional para trazer coisas diferentes, até extraídas da própria internet. Mas sinto que meu filho tem saudades de seus amigos da escola, dos jogos que faziam juntos, das brincadeiras do intervalo. Enfim, de uma forma geral, pensando somente no conteúdo programático, acho que está sendo atendido. Mas, com certeza, falta o contato humano, as discussões entre os colegas, a conversa amiga entre eles. 2- Quais as principais lições e conclusões momentâneas que esse período nos oferece? Que a familia e a escola precisam estreitar ainda mais as relações,pois para que consigamos ter maior êxito na educação de nossos filhos e alunos, o ideal é que os mesmos estejam alinhados e comprometidos em acompanhá-los no dia a dia, entender as suas ansiedades. No meu caso, como filho está no 6º ano ainda consigo acompanhar bem as matérias e ajudar também quando ele está fazendo as lições. Achei muito interessante também que os professores estejam enviando muitas leituras através de um aplicativo chamado “árvore de livros”, isto tem deixado, pelo menos por um tempo, longe dos aparelhos tecnológicos. Uma outra lição é que não há nada mais importante que a saúde de nossos filhos, professores, e todos que estão a nosso redor, por isto, a não exposição deles ao ambiente externo, na minha opinião precisa ser evitado. E entendo também que, ao retornar de tudo isto, muitas coisas ligadas ao ensino devem ser reformuladas. 3- A partir dessas vivências, o que sugere para melhorar a qualidade da educação, que nas atuais circunstâncias só pode ser oferecida à distância? Incentivaria ainda mais o uso da tecnologia, formando um canal de comunicação com os pais, professores e alunos, pensando no bem estar de todos, pois precisamos passar por esta situação tão difícil e nova. Estou verificando que nas aulas de Empreendedorismo, o professor que já conseguiu praticamente terminar o livro da disciplina também está trabalhando com temas como: ansiedade, bulying por internet, liberdade de expressão. Achei a ideia muito boa, e sugeriria continuar com esta iniciativa. 4- Pergunta livre do aluno estagiário: Na sua opinião, qual disciplina tem sido mais desafiadora para os professores da série em que seu filho está estudando, e por que? Acho que Matemática, pois quando está no presencial esta disciplina é mais fácil, vejo que a professora se esforça muito, mas como fico perto, escuto os alunos a se expressaram bastante com suas dúvidas, ela consegue até desenhar, acho que por algum recurso tecnológico que existe. Aliás, acho também, que este é um outro desafio grande desta pandemia para os professores, todos tiveram que se adaptar com a tecnologia em um espaço de tempo muito curto. Voltando para a disciplina da Matemática, é a que mais demora para terminar a apostila, pois sempre os alunos tem mais dificuldade, e agora neste modo on line, acredito que ficou ainda mais difícil de transmitir este conteúdo. Terceira entrevista: Aluno: Gabriel Stringhini – 11 anos – 6º. Ano -Colégio Hostílio Marques 1- Como tem sido a sua vivência na educação à distância nesse período de pandemia? Por um lado é bom porque meu celular não funciona direito na escola, e aqui funciona tudo muito bom, o meu computador e o meu celular. Por outro lado, sinto falta de conversar com meus amigos. 2- Quais as principais lições e conclusões momentâneas que esse período nos oferece? Que a gente não está em casa porque queremos, é porque estamos obrigados a fazer isto, e temos que entender este momento. 3- A partir dessas vivências, o que sugere para melhorar a qualidade da educação, que nas atuais circunstâncias só pode ser oferecida à distância? Criar um aplicativo que fica em tela cheia porque hoje dá para continuar na aula porém vendo outras coisas. 4- Pergunta livre do aluno estagiário: Acha que teria alguma disciplina que seria melhor no ensino presencial do que on-line? Eu acho que matemática e português porque são as matérias mais importantes, e no on-line eu acabo me distraindo mais com outras coisas em casa, ou no computador mesmo.