Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MARIA EDUARDA ALMEIDA ºTERMO 1 Para manter a homeostasia, cada célula do corpo pode comunicar-se com quase todas as outras células. Esta comunicação é realizada e coordenada a partir de sinais químicos e elétricos Para que isso aconteça, o corpo se utiliza de: ◦ Difusão, para pequenas distâncias; ◦ Distribuição de moléculas pelo sistema circulatório; ◦ Mensagens rápidas e específicas pelo sistema nervoso. TIPOS DE SINALIZAÇÃO CELULAR: Local (em uma região específica, adequa o funcionamento de determinado tecido) ◦ Dependente de contato ◦ Parácrina ◦ Autócrina Longa distância (integração entre diversos órgãos) ◦ Endócrina – sistema endócrino ◦ Sináptica – sistema nervoso Comunicação local Junções comunicantes – células se aproximam, estabelecem contato entre si e formam canais, poros que permitem a passagem de íons, sinais elétricos e partículas pequenas de uma célula. (São formadas conexões citoplasmáticas diretas entre as células adjacentes) Sinais dependentes de contato – não abrem passagem, proteínas de membrana se encontram e uma proteína passa o sinal para a proteína de outra célula (de proteína de membrana para proteína de membrana Autócrina - célula produz o hormônio e libera o hormônio no liquido intersticial e esse hormônio vai modificar o funcionamento da célula própria célula que produziu o sinal. (atuam na mesma célula que os secretaram) Parácrina – célula produz um sinal e o libera no líquido intersticial, esse sinal vai atuar nas células vizinhas se difundindo pelo líquido intersticial (são secretados por uma célula e se difundem para células adjacentes) Antes tem que sair para o meio intersticial para ser chamado de hormônio. Exemplos Junções comunicantes - ligações em GAP do sincício cardíaco Dependente de contato – células de defesa apresentam um antígeno para um anticorpo Parácrina – histamina em reações alérgicas Autócrina – fator de crescimento endotelial que modifica o funcionamento da própria célula, estimulando sua diferenciação Comunicação de longa distância Sistema endócrino – (faz uso de sinais químicos – hormônios) uma glândula endócrina produz um sinal que sai para o líquido intersticial (sinal se torna hormônio) e vai para o sangue caminhando pelo sistema circulatório e chegando em um órgão (célula alvo), se encontra com o receptor adequado e produz uma resposta fisiológica modificando o funcionamento Sistema nervoso – (faz uso de sinais químicos e elétricos) neurotransmissor/sinais sendo produzidos por neurônios produzindo neuro-hormônios e lançando esse sinal em sinapses (espaço entre 2 neurônios ou entre neurônio e célula efetora), sinal sai do neurônio, cai na fenda sináptica e encontra seu receptor na célula pós sináptica (neurônio ou célula efetora) e aí teremos uma resposta. neuro-hormonal. Esse sinal pode também ir para o sangue e encontrar uma célula adequada em um local distante modificando o funcionamento dessa célula e desse tecido MARIA EDUARDA ALMEIDA ºTERMO 2 Obs: Substâncias químicas secretadas pelos neurônios são chamadas de moléculas neurócrinas. Se uma molécula neurócrina se difunde do neurônio através de um estreito espaço extracelular até uma célula-alvo e tem um efeito de início rápido, ela é denominada neurotransmisso. Se uma substância neurócrina atua mais lentamente como um sinal autócrino ou parácrino, ela é deno-minada neuromodulador. Se uma molécula neurócrina se difunde para a corrente sanguínea sendo amplamente distribuída pelo corpo, ela é chamada de neuro- hormônio Características da comunicação por longas distâncias: Velocidade: Sinais neurais: rápidos (120 m/s). por condições anatômicas, neurônios sensitivos em todas as partes do corpo, informação caminha por 1 neurônio apenas, muito rápido Sinais Endócrinos: lentos (minutos – horas). Duração: Sinais neurais: curta (geralmente). Sinais Endócrinos: média e longa Neurotransmissão Usa o sistema nervoso para acontecer Neurônio pré-sináptico libera um neurotransmissor na fenda sináptica, ele vai se difundir e encontrar um receptor no neurônio pós-sináptico (ocorre uma despolarização), produzindo uma resposta. Faz com que o estímulo gere um sinal elétrico, que gera uma onda elétrica que caminha pelo neurônio chegando no botão axonal (terminal do axônio) abrindo canais para cálcio no interior do neurônio, vesícula sináptica libera neurotransmissores na fenda sináptica, ocorre a difusão na fenda sináptica, a sinalização química chega ao receptor (em outro neurônio ou célula efetora) e gera outro sinal elétrico (despolarização). Neurotransmissores são liberados por terminais de axônios de neurônios nas junções sinápticas e atuam localmente para controlar as funções das células nervosas. São mensageiros químicos que transportam, estimulam e equilibram os sinais entre os neurônios. Medicamentos influenciam nesses processos, ou impedem que as substancias acessem seus receptores ou inibem a produção dos sinais (hormônios) Hormônios Sinalizadores químicos ◦ Neurotransmissores – produzidos por neurônios efeitos se restringe a fendas sinápticas ◦ Hormônios endócrinos - produzidos por células endócrinas ◦ Hormônios neuroendócrinos - produzidos por neurônios caem na rede circulatória, geram um efeito em uma região de longa distância ◦ Hormônios parácrinos ◦ Hormônios autócrinos ◦ Citocinas – (ex: fator de necrose tumoral, fatores de crescimento) pode funcionar como autócrino, parácrino ou endócrinos, são produzidos por células que não são do sistema endócrino, as células que os produzem não são especializadas na produção de hormônios, na maioria das vezes estão relacionadas a crescimento tecidual e resposta imunológica Estrutura química dos hormônios ◦ Proteínas (polipeptídios): ex. hormônios hipofisários e pancreáticos (insulina e glucagon). ◦ Esteroides: ex. hormônios secretados pelo córtex adrenal (cortisol e aldosterona), pelos ovários (estrogênio e progesterona), testículos (testosterona). ◦ Derivados da tirosina: ex. hormônios da tireoide (tiroxina e triiodotironina) e da medula adrenal (epinefrina e norepinefrina). ◦ Eicosanoides: fazem a mediação dos processos inflamatórios, são derivados do ácidos eicosanoide, ex. tromboxano. Características que interferem nos efeitos Hormônios proteicos Síntese prévia, estão no citosol da célula esperando um estímulo para ser liberado (armazenamento em vesículas secretoras), é liberado por exocitose, é solúvel em água (caminha dissolvido no plasma), possui uma meia vida curta (duração do efeito curta). Os receptores estão localizados na membrana celular das células alvo (hormônio hidrossolúvel e membrana lipossolúvel, hormônio não conseguiria passar) Síntese – o RNA mensageiro nos ribossomos une aminoácidos, formando uma cadeia peptídica, chamada de pré-pró-hormônio. A cadeia é direcionada (por uma sequência sinal de aminoácidos) para o retículo endoplasmático, onde enzimas retiram a sequência sinal, MARIA EDUARDA ALMEIDA ºTERMO 3 gerando um pró-hormônio inativo. Ele passa para o complexo de golgi. Lá são formadas vesículas secretoras contendo enzimas e o pró-hormônio. As enzimas clivam esse pró-hormônio, formando um ou mais peptídeos ativos. As vesículas secretoras liberam seu conteúdo por exocitose e o hormônio entra na circulação para ser transportado até o seu alvo. Hormônios esteroides Sintetizados a partir de precursores de acordo com a demanda, sem estoque. Liberado por difusão simples (lipossolúvel, consegue passar por membranas com facilidade) sai para a corrente sanguínea e é transportado ligado à proteínas plasmáticas (globulinas, proteínas carregadoras), o que prolonga sua meia vida, pequena quantidade consegue caminhar livre dissolvido no plasma. Os receptoresestão localizados no citoplasma ou no núcleo, uma vez que esses hormônios são lipossolúveis, podendo passar facilmente pela membrana celular. Meia vida longa – o que tiver ligado a proteínas plasmáticas não é metabolizado Os 3% livres são utilizados e os 97% ligados a proteínas vai continuar circulando Hormônios derivados da tirosina Catecolaminas – possuem síntese prévia e armazenamento em vesículas secretoras. São liberadas por exocitose. Por serem hidrofílicas, caminham dissolvidas no plasma (meia vida curta) e tem seus receptores na membrana Hormônios da tireoide – possuem uma síntese prévia, com o precursor armazenado em vesículas secretoras. Devido sua característica lipofílica, caminham ligados a proteínas carreadoras (meia vida longa) e têm seus receptores localizados na carioteca. Hormônios eicosanoides São mediadores inflamatórios (que modulam a resposta inflamatória) de origem lipídica, sintetizados a partir do ácido araquidônico (AA) Estímulos para secreção hormonal ◦ Estímulo Neural: estímulo, a partir de fibras nervosas (sistema nervoso central recebe uma informação, produz um sinal, despolarização, estímulo, neurônio, célula alvo, produção de catecolaminas ◦ Estímulo Hormonal: a partir de hormônios (SN ou organismo detecta mudanças no meio que precisa de uma modificação de funcionamento para manter a homeostasia, estímulo que vai agir em uma glândula, produz outro hormônio que vai agir em lugares específicos do organismo ◦ Estímulo Humoral: alterações sanguíneas de íons e nutrientes, concentração plasmática de uma substancia vai gerar um estímulo (ex: células detectam a concentração baixa de cálcio, glândula produz hormônios da paratireoide, que produz um efeito fisiológico, quando a concentração volatar ao normal no plasma a produção do hormônio vai cessar) Mecanismo de controle da liberação hormonal: Feedback negativo Retroalimentação negativa A concentração de uma substância está baixa ou alta ocorre o estímulo ou inibição da produção e secreção hormonal A concentração está no valor adequado ocorre a inibição da secreção Não permite que aconteça grandes variações nas concentrações hormonais Controle por feedback positivo Momentos em que a produção de hormônio cada vez se eleva mais Picos de produção Ex: momento do parto, estiramento do colo do útero estimula a produção de ocitocina (contrações uterinas) causa mais estiramento do útero que estimula a produção de mais ocitocina, até que ocorra o nascimento, cessando o estímulo e a produção de ocitocina Depuração hormonal Células endócrinas produziram o hormônio que vai para o sistema circulatório, o hormônio livre não vai permanecer lá por muito tempo, ocorrendo a sua MARIA EDUARDA ALMEIDA ºTERMO 4 metabolização - retirada do hormônio da corrente sanguínea 2 opções para tirá-lo de circulação: Ou o hormônio vai encontrar o sítio de ação produzindo um efeito fisiológico ou será metabolizado e retirado do organismo Metabolização: Fase I - redução e hidroxilação Fase II - conjugação em outra substância ou excreção biliar ou se torna mais solúvel e é eliminado na urina Mecanismo de ação Célula produz um hormônio que cai na corrente sanguínea e vai chegar em uma célula alvo O efeito só vai acontecer no tecido onde tem um receptor (proteínas) para a substância (hormônio, medicamento) Receptor localizado nas células alvo Localização dos receptores: ◦ Na membrana celular ou em sua superfície: principalmente, para os hormônios proteicos, peptídicos e catecolamínicos. ◦ No citoplasma celular: hormônios esteroides. ◦ No núcleo da célula: hormônios da tireoide (talvez em associação direta com um ou mais cromossomos). Tipos de receptores de membrana: Receptor acoplado a canal – a ligação do ligante abre ou fecha o canal para íons (K+, Na+). ex.: Acetilcolina e Noradrenalina. Receptor acoplado à proteína G – a ligação do ligante a um receptor acoplado à proteína G abre um canal iônico ou altera a atividade enzimática no citoplasma. Receptor enzimático – a ligação do ligante a um receptor enzimático ativam ou desativam enzimas associadas ao receptor no interior da célula Receptor integrina – a ligação do ligante a receptores de integrina altera as enzimas ou o citoesqueleto A maioria dos hormônios afetam seus tecidos-alvo formando, primeiro, um complexo hormônio-receptor. Isso altera a função do próprio receptor e o receptor ativado inicia os efeitos hormonais. Se ligam diretamente a receptores no núcleo. ◦ Ativam os mecanismos genéticos para a formação de muitos tipos de proteínas intracelulares. ◦ Podem continuar a expressar suas funções de controle por dias ou até semanas. A transdução de sinal é o processo pelo qual uma molécula sinalizadora extracelular ativa um receptor de membrana, que, por sua vez, altera moléculas intracelulares para gerar uma resposta. A molécula sinalizadora extracelular é o primeiro mensageiro, e as moléculas intracelulares formam um sistema de segundo mensageiro. Ativação de um segundo mensageiro Hormônio se liga ao receptor, ativa uma enzima, ocorre a formação do segundo mensageiro, ocorre a resposta celular Importância – cada vez que ele é ativado ele ativa um maior número de moléculas tornando a resposta mais ampla e mais duradoura Depois que o hormônio se ligou ao receptor ele precisa ser modificado, se não vai continuar produzindo a resposta hormonal AGONISTAS E ANTAGONISTAS Quando um ligante se combina com um receptor, um dos dois eventos seguintes ocorre. O ligante ativa o receptor e inicia uma resposta, ou o ligante ocupa o sítio de ligação e impede o receptor de responder. Um ligante competidor que se liga ao receptor e produz uma resposta é conhecido como agonista do ligante primário. O ligante competidor que se liga e bloqueia a atividade do receptor é conhecido como antagonista do ligante primário. Agonista: Hormônio estimula um determinado efeito fisiológico Medicamento faz o mesmo efeito do hormônio Antagonista: Um hormônio bloqueia o efeito de outro hormônio Medicamento bloqueia inibe o hormônio MARIA EDUARDA ALMEIDA ºTERMO 5 Interações hormonais Ação de 2 ou mais hormônios ao mesmo tempo Efeito sinérgico – ocorre quando dois ou mais hormônios atuam em conjunto para produzir um determinado efeito. Ex.: ação da adrenalina, glucagon e cortisol sobre a concentração plasmática de glicose (aumenta a concentração) Efeito permissivo - ocorre quando um hormônio aumenta a capacidade de resposta de uma célula alvo a outro hormônio. (um hormônio melhora o efeito do outro). Ex: hormônios da tireoide e hormônios sexuais Efeitos das concentrações hormonais sobre a resposta tecidual: Infra regulação – redução do número de receptores de um hormônio devido a exposição prolongada a altas concentrações do hormônio. Previne a super estimulação da célula alvo. A secreção pulsátil impede a dessensibilização. Supra-regulação – aumento do número de receptores de um hormônio devido a uma exposição prolongada a uma baixa concentração do hormônio. Amenta a responsividade da célula alvo ao hormônio.
Compartilhar