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ATIVIDADE III

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BREVES 
FACULDADE DE LETRAS 
 
DISCIPLINA: OFICINA DE COMPREENSÃO E PRODUÇÃO ESCRITA EM 
PORTUGUÊS 
DOCENTE: CINTHIA DE LIMA NEVES 
 
DISCENTE: SAMUEL SOUSA CAVALCANTE 
 
PERÍODO REMOTO EMERGÊNCIAL 2021.3 
 
 
ATIVIDADE III 
 
ARTIGO DE OPINIÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curralinho – PA 
2021 
ESTOU VIVO, CONSCIENTE E NÃO SOU UM JACARÉ 
 
A recusa de grande parte da população brasileira em tomar a vacina 
preventiva ao covid-19 é alarmante e tem me causado revolta e, sobretudo, 
preocupação. Muitas pessoas afirmam, inclusive em tom de superioridade, que não 
irão submeter-se à vacinação, apresentando motivos diversos, entre eles as 
seguintes alegações: as reações adversas levam à morte; no ato da vacinação o 
Governo implanta um chip nos cidadãos, o qual é um recurso de controle total dos 
indivíduos; e, finalmente, a que mais me chamou atenção, aqueles que forem 
vacinados se transformarão em jacaré. Por um momento me imaginei no livro “A 
metamorfose”, do escritor tcheco Franz Kafka, onde em certo dia, sem nenhum 
motivo aparente, o personagem principal acorda transformado em um inseto gigante. 
Pergunto-me em que circunstâncias um país que não possui recursos 
financeiros suficientes para oferecer serviços públicos satisfatórios conseguiria 
aparatos tecnológicos capazes de criar chips para controle em massa ou transformar 
a natureza biológica de um ser humano. Entretanto, apesar de ignorantes e, até 
certo ponto, cômicas, essas crenças são extremamente danosas a saúde de toda a 
sociedade, porquanto fazem persistentes os elevados índices de mortes e 
contaminações por covid-19 em nosso país. 
Recentemente, em um vilarejo na zona rural do município de Anajás, 
localizado no arquipélago do Marajó, presenciei uma situação lamentável: a equipe 
de saúde responsável pela imunização contra o covid-19 desembarcou no local a fim 
de vacinar a população, ao que me alegrei, por representar segurança a saúde 
daquela comunidade. Contudo, para a minha surpresa, a comunidade não os 
recebeu com a mesma alegria, ao contrário, com receio e insatisfação. Muitos 
moradores se recusaram a receber a vacina e os profissionais de saúde retornaram 
frustrados, com as fichas de controle vacinal quase vazias. 
Naquele momento, parei para refletir sobre os possíveis motivos para 
tamanha aversão à imunização e o resultado de meu questionamento pairou entre a 
influência de autoridades políticas que disseminam as crenças acima elencadas e 
notícias falsas compartilhadas em redes sociais, ambas culminando na 
desinformação a respeito da forma como são produzidas e do grau de 
imprescindibilidade das vacinas, sobretudo na situação atual. 
 Com total certeza afirmo que, se ao invés de utilizar a internet para 
compartilhar informações inverídicas, os cidadãos pesquisassem a respeito do tema 
e exercessem seu direito ao questionamento, saberiam que a matéria-prima das 
vacinas são vírus inativados ou inofensivos ao organismo humano, de modo que são 
utilizados apenas para “enganar” nosso sistema de defesa, fazendo com que no 
contato com o vírus real e ativo a manifestação da doença seja branda ou 
inexistente, porquanto nossas células de defesa “entendem” que já o conhecem. 
O motivo de minha plena discordância a respeito das crenças sem 
embasamento supracitadas e minha revolta no que concerne a relutância de cerca 
de 20% da população brasileira em relação à vacina (dado fornecido por Margareth 
Dalcomo, pesquisadora do instituto Fiocruz) são diversos, e entre eles estão as 
informações acima destacadas, o número crescente de contaminações por covid-19 
em nosso país e principalmente, o fato de ter sido vacinado e não ter me 
transformado em um jacaré alienado pelo Governo, tampouco em um morto 
imunizado. 
Considero suma a importância da conscientização coletiva a respeito da 
importância da vacinação e aspiro pelo dia em que a ignorância dará lugar ao 
pensamento crítico e questionador, afinal, enquanto os cidadãos apenas aceitarem 
as mentiras que lhes são contadas, a estagnação continuará sendo observada não 
somente na saúde da população, mas em todas as esferas da nossa sociedade 
enferma.

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